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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

MONALISA TATIANA DE FREITAS SILVA

SISTEMA DE GESTÃO DE ENERGIA E MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA


ELÉTRICO: “A SINERGIA RUMO À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA”

RIO DE JANEIRO
2023
MONALISA TATIANA DE FREITAS SILVA

SISTEMA DE GESTÃO DE ENERGIA E MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO:


“A SINERGIA RUMO À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA”

Trabalho de conclusão de curso,


apresentado como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia do curso de graduação em
Engenharia Elétrica da Universidade
Veiga de Almeida.

ORIENTADOR: EDISIO ALVES DE AGUIAR JUNIOR

RIO DE JANEIRO
2023
C794p
Silva, Monalisa Tatiana de Freitas.
Sistema de Gestão de Energia e Modernização do Sistema Elétrico: “A Sinergia
Rumo à Eficiência Energética” / Monalisa Tatiana de Freitas Silva. – 2023.
19 f. : il. color. ; 30 cm.
Orientador: Edisio Alves de Aguiar Junior.
Monografia (graduação) – Universidade Veiga de Almeida,
Curso de graduação em Engenharia Elétrica, Rio de Janeiro, RJ, 2023.
1. Sistema de Gestão de Energia. 2. Modernização do Sistema Elétrico. 3.
Corrente de Inrush. 4. Sistema de Proteção. I. Junior, Edisio Alves de Aguiar
(orientador). II. Universidade Veiga de Almeida. Curso de Graduação em
Engenharia Elétrica. III. Título.
CDD 615.8

Catalogação: Sistema de Bibliotecas da UVA.


MONALISA TATIANA DE FREITAS SILVA

SISTEMA DE GESTÃO DE ENERGIA E MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO:


“A SINERGIA RUMO À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA”

Trabalho de conclusão de curso,


apresentado como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia do curso de graduação em
Engenharia Elétrica da Universidade
Veiga de Almeida.

APROVADA EM

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________
Prof.
ORIENTADOR

__________________________________________
Prof.

__________________________________________
Prof.

__________________________________________
Prof.
Dedico este trabalho à minha
mãe, ao meu pai, ao meu irmão
e aos meus amigos.
AGRADECIMENTO

Gostaria de expressar minha profunda gratidão à minha família. Agradeço de todo o coração
aos meus pais, que fizeram tudo pela nossa família e agora estão no céu cuidando de mim e do
meu irmão.
Agradeço especialmente à minha mãe, Vera Lúcia, que partiu cedo demais, mas cuidou de mim
com muito amor e carinho, e seu amor continua presente em minha vida até hoje. Agradeço ao
meu pai, Rogério, um homem maravilhoso e um pai perfeito, que abdicou de sua própria vida
para cuidar, proteger e amar meu irmão e a mim. Ele sempre acreditou em nós e nos incentivou
a sermos pessoas boas e profissionais qualificados. Mesmo quando eu não acreditava em mim
mesma, ele sempre teve fé em mim.
Agradeço ao meu irmão, Wallace, que hoje é minha única família. Seu amor, amizade e apoio
têm sido fundamentais para que eu conclua esse ciclo.
Por fim, quero agradecer aos meus amigos pessoais e da faculdade, que também me apoiaram
muito durante todo esse processo de graduação.
RESUMO
A modernização do sistema elétrico é fundamental para acompanhar as novas tecnologias e
garantir o funcionamento eficiente das instalações elétricas. A implantação de um Sistema de
Gestão de Energia é uma prática crucial que permite identificar oportunidades de melhoria no
desempenho energético, reduzir desperdícios e aumentar a eficiência do sistema. O SGE
permite a definição de metas energéticas, o estabelecimento de indicadores de desempenho e a
medição e verificação dos resultados alcançados. Essas práticas permitem monitorar o consumo
de energia e identificar possíveis melhorias contínuas. A qualidade de energia e o diagnóstico
energético em sistemas de iluminação são aspectos relevantes para garantir o funcionamento
seguro e eficiente do sistema elétrico e auxiliar na identificação de possíveis problemas e no
planejamento de ações corretivas. Um dos problemas frequentemente encontrados é a corrente
de inrush, que pode causar interrupções indesejadas no sistema elétrico. Para solucionar esse
problema, são propostas várias soluções na literatura. Uma delas é o uso do relé diferencial, que
consiste em um conjunto de dispositivos e técnicas projetados para proteger o sistema elétrico
contra falhas e danos. Outra solução é o uso de disjuntores termomagnéticos com capacidade
de lidar com correntes de inrush mais elevadas sem causar interrupções indesejadas. Essas
soluções contribuem para a melhoria do desempenho energético, controle operacional e
segurança do sistema elétrico. As normas e regras técnicas, tanto as Normas Brasileiras (NBRs)
quanto as normas internacionais (ISOs) desempenham um papel fundamental na gestão e
segurança dos sistemas elétricos. O cumprimento dessas normas garante a conformidade com
os padrões estabelecidos e a adoção das melhores práticas na implementação de sistemas
elétricos modernizados. A modernização do sistema elétrico e a implantação de um Sistema de
Gestão de Energia são essenciais para melhorar o desempenho energético, o controle
operacional, o projeto, a prevenção de falhas no sistema e equipamentos. O uso de relé
diferencial, disjuntores termomagnéticos e outras soluções técnicas contribuem para a proteção
eficiente do sistema elétrico e a garantia de seu funcionamento seguro e eficiente. O
cumprimento das normas e regras técnicas estabelecidas é fundamental para a gestão e
segurança dos sistemas elétricos.
Palavras-chave: Sistema de Gestão de Energia, Modernização do Sistema Elétrico, Corrente
de Inrush e Sistema de Proteção.
ABSTRACT
The modernization of the electrical system is essential to keep up with new technologies and
ensure the efficient operation of electrical installations. The implementation of an Energy
Management System is a crucial practice that allows identifying opportunities for improvement
in energy performance, waste reduction, and increased system efficiency. The Energy
Management System enables the definition of energy goals, the establishment of performance
indicators, and the measurement and verification of achieved results. These practices enable
monitoring energy consumption and identifying potential continuous improvements. Energy
quality and energy diagnostics in lighting systems are relevant aspects to ensure the safe and
efficient operation of the electrical system and assist in identifying potential issues and planning
corrective actions. One of the commonly encountered problems is inrush current, which can
cause unwanted interruptions in the electrical system. Various solutions are proposed in the
literature to address this problem. One of them is the use of differential relays, which consist of
a set of devices and techniques designed to protect the electrical system against failures and
damages. Another solution is the use of thermal-magnetic circuit breakers capable of handling
higher inrush currents without causing unwanted interruptions. These solutions contribute to
improving energy performance, operational control, and system safety. Technical standards and
regulations, including both Brazilian Standards (NBRs) and international standards (ISOs), play
a fundamental role in the management and safety of electrical systems. Compliance with these
standards ensures conformity to established norms and the adoption of best practices in the
implementation of modernized electrical systems. The modernization of the electrical system
and the implementation of an Energy Management System are essential to improve energy
performance, operational control, design, and prevention of system and equipment failures. The
use of differential relays, thermal-magnetic circuit breakers, and other technical solutions
contribute to the efficient protection of the electrical system and ensure its safe and efficient
operation. Compliance with established technical standards and regulations is fundamental to
the management and safety of electrical systems.
Keywords: Energy Management System, Electrical System Modernization, Inrush Current,
Protection System.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ........................................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 13
1.4 RELEVÂNCIA ............................................................................................................ 14
1.5 DELIMITAÇÃO .......................................................................................................... 15
1.6 COMPOSIÇÃO DA MONOGRAFIA ........................................................................ 15
1.7 METODOLOGIA ........................................................................................................ 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 19
2.1 CONCEITO DESEMPENHO ENEGÉTICO .............................................................. 20
2.2 CONCEITO CONTROLE OPERACIOCAL .............................................................. 21
2.3 CONCEITO PROJETO ............................................................................................... 21
2.4 CONCEITO MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO .............................................................. 21
2.5 NORMAS TÉCNICAS ................................................................................................ 22
2.6 CONCEITO DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO ........................................................... 24
2.7 CONCEITO QUALIDADE DE ENERGIA ................................................................ 25
2.7 CONCEITO DE FALHA NO SISTEMA E EQUIPAMENTO .................................. 26
3 CORRENTE DE INRUSH ........................................................................................ 29
3.1 SURGIMENTO DA CORRENTE INRUSH............................................................... 30
3.2 ABORDAGEM ANALÍTICA .................................................................................... 31
3.3 DESCRIÇÃO FÍSICA ................................................................................................ 35
3.4 CARACTERÍSTICA DA CORRENTE INRUSH ...................................................... 41
3.5 HARMÔNICOS ........................................................................................................... 43
4 MÉTODOS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO .............................................. 49
4.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO ........................................................................................ 50
4.2 RELÉ DIFERENCIAL ............................................................................................... 53
4.3 DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO ........................................................................ 56
5 CONCLUSÃO............................................................................................................. 57
5.1 CONCLUSÃO DO TRABALHO................................................................................ 57
5.2 TRABALHOS FUTUROS .......................................................................................... 59
REFERÊNCIA ................................................................................................................ 61
11

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento deste estudo foi motivado pelo crescente interesse na


eficiência energética, que se tornou cada vez mais relevante no contexto atual.
Reconhece-se a importância de conciliar o crescimento econômico com a preservação
ambiental. Nesse sentido, a modernização do sistema elétrico antes da implementação de
novas tecnologias nas instalações elétricas revelou-se fundamental para assegurar o
desempenho adequado dos equipamentos e otimizar a eficiência energética. Portanto, a
importância deste trabalho está diretamente associada à busca por um uso mais eficiente
e sustentável dos recursos energéticos, por meio da análise da importância da
modernização do sistema elétrico antes da introdução de novas tecnologias.

No âmbito deste estudo, será utilizado o Sistema de Gestão de Energia (SGE)


como uma ferramenta para identificar possíveis problemas que podem surgir durante a
implantação de novos equipamentos, além de explorar oportunidades de aprimoramento
do sistema elétrico visando obter os benefícios decorrentes da eficiência energética com
a adoção dessas novas tecnologias.

Ademais, a pesquisa abordará o desafio representado pela corrente de inrush no


sistema de proteção elétrica. Será conduzido um estudo por meio da análise da literatura
existente para compreender os efeitos prejudiciais desse fenômeno no sistema elétrico,
com o intuito de apresentar soluções e boas práticas que possam ser adotadas para mitigar
seus impactos danosos no sistema elétrico.

Este estudo enfatiza a necessidade de compreender a importância da


modernização do sistema elétrico antes da introdução de novas tecnologias, levando em
consideração os desafios relacionados à qualidade da energia e ao desempenho dos
equipamentos elétricos. A revisão da literatura existente sobre o problema da corrente de
inrush permitirá uma análise aprofundada do impacto desse fenômeno no sistema de
proteção elétrica, contribuindo para o aprimoramento das práticas e dos processos
relacionados à eficiência energética e à qualidade da energia nas instalações elétricas.
12

1.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste estudo é analisar a importância de realizar uma


modernização no sistema elétrico antes da implantação de uma nova tecnologia nas
instalações elétricas. Através do uso das ferramentas do Sistema de Gestão de Energia
(SGE), que visa identificar potenciais problemas que possam surgir durante a implantação
de novos equipamentos nas instalações elétricas. Além disso, busca identificar
oportunidades de melhoria no sistema elétrico, visando obter os benefícios decorrentes
da eficiência energética com a adoção da nova tecnologia. Caso contrário, a empresa pode
enfrentar desperdícios, principalmente financeiros. Por fim, nesta pesquisa será analisado,
por meio da literatura, o problema da corrente de inrush, que representa um desafio para
o sistema de proteção elétrica.

1.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

Os objetivos específicos do presente trabalho são:

 Destacar a importância da implantação do Sistema de Gestão de Energia (SGE)


como uma abordagem fundamental para identificar potenciais oportunidades
visando aprimorar o desempenho energético nas instalações elétricas.
 Definir os conceitos relacionados ao sistema de gestão de energia elétrica,
desempenho energético, controle operacional, projeto, medição e verificação,
diagnóstico energético, qualidade de energia e falha no sistema e equipamento,
proporcionando um embasamento teórico sólido para compreender o contexto em
que o SGE é aplicado.
 Salientar o conjunto de normas e regras técnicas (como as NBRs - Normas
Brasileiras e as ISOs - Normas Internacionais) relacionadas aos sistemas de gestão
e elétrico, destacando sua importância na implementação e operação eficiente do
SGE.
 Analisar um problema recorrente nas instalações elétricas, como a corrente inrush,
identificando seus efeitos prejudiciais no sistema elétrico.
 Apresentar, com base na revisão da literatura, as soluções encontradas para
resolver o fenômeno da corrente inrush, abordando as medidas corretivas e as boas
13

práticas que podem ser adotadas para minimizar seus efeitos no sistema elétrico,
assegurando um funcionamento adequado das instalações elétricas.

1.3. JUSTIFICATIVA

De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a geração de energia


elétrica em todo o mundo está próxima de 25.721 TWh (terawatt por hora). No Brasil,
segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a capacidade de geração de
energia elétrica ultrapassa os 190 GW (gigawatts), sendo que 103,2 GW (53,58% do total)
são provenientes de usinas hidrelétricas. O cenário atual da geração de energia elétrica
mundial e nacional apresenta números expressivos, destacando a importância de conciliar
o crescimento econômico com a preservação ambiental. Nesse contexto, é fundamental
garantir a qualidade da energia na rede elétrica, visando o bom desempenho dos
equipamentos elétricos e a otimização da eficiência energética.

Diante do aumento no consumo de energia, é necessário assegurar a qualidade da


energia fornecida, evitando problemas como desligamentos intermitentes, custos
excessivos de eletricidade e danos aos equipamentos. Além disso, a má qualidade de
energia resulta em um mau funcionamento prematuro dos equipamentos elétricos,
acarretando distorções harmônicas, correntes de pico e desvios de parâmetros elétricos.
Esses efeitos não apenas geram desperdício financeiro para as empresas, mas também
afetam negativamente o desempenho dos equipamentos e comprometem as condições
econômicas e ambientais de operação.

Nesse contexto, a modernização das instalações elétricas se mostra essencial antes


da implantação de uma nova tecnologia de iluminação mais eficiente energeticamente.
Através dessa modernização, é possível identificar oportunidades de melhoria no
desempenho energético, analisando os efeitos na rede elétrica e garantindo a qualidade da
energia fornecida aos equipamentos. Dessa forma, a empresa pode obter benefícios
significativos em termos de eficiência energética, evitando desperdícios financeiros e
contribuindo para a preservação ambiental.

Este estudo é justificado pela necessidade de compreender a relevância da


modernização do sistema elétrico antes da introdução de novas tecnologias, considerando
os desafios associados à qualidade da energia e ao desempenho dos equipamentos
elétricos. Por meio de uma revisão da literatura existente sobre o problema da corrente de
14

inrush, será possível analisar o impacto desse fenômeno no sistema de proteção elétrica,
contribuindo para a melhoria das práticas e processos relacionados à eficiência energética
e à qualidade da energia nas instalações elétricas.

1.4. RELEVÂNCIA

A relevância deste trabalho está diretamente ligada à eficiência energética. A


temática da eficiência energética ganhou destaque após a década de 70, com a escalada
do preço do petróleo no mercado internacional. Esse evento despertou a atenção global
para a necessidade de otimizar processos e equipamentos a fim de reduzir perdas e
melhorar o uso da energia elétrica.

No Brasil, em 1981, foram iniciadas as ações voltadas à conservação de energia


por meio do Programa Conserve, que visava estimular a substituição e conservação do
óleo combustível consumido pela indústria. Em seguida, em 1985, foi criado o Programa
Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), com o intuito de obter avanços
significativos na conservação de energia em todas as áreas de atividade do país. Além
disso, o Decreto nº 99.656, de 1990, estabeleceu a Comissão Interna de Conservação de
Energia (CICE), responsável pela definição, implementação e acompanhamento das
metas do Programa de Conservação de Energia, bem como pela divulgação dos resultados
alcançados.

Essas medidas foram adotadas como resposta a crises energéticas ao longo da


história, evidenciando a importância da eficiência no uso da energia como uma alternativa
viável para superar cenários de escassez de recursos naturais. É relevante destacar que,
devido à predominância da matriz hidrelétrica no Brasil, que responde por 65,2% da
oferta interna de energia, a falta de chuvas pode acarretar sérios problemas energéticos.
Portanto, existe uma conscientização sobre os benefícios econômicos, sociais e
ambientais proporcionados pela implementação de medidas de eficiência energética,
especialmente no sistema de iluminação do país.

Diante desse contexto, a pesquisa proposta neste trabalho se mostra relevante, uma
vez que busca analisar a importância da modernização do sistema elétrico antes da
implantação de novas tecnologias, visando a eficiência energética. Compreender os
desafios relacionados à qualidade da energia e ao desempenho dos equipamentos elétricos
15

é essencial para identificar oportunidades de melhoria e evitar desperdícios financeiros.


Além disso, o estudo do problema da corrente de inrush contribuirá para o aprimoramento
das práticas e processos relacionados à eficiência energética e à qualidade da energia nas
instalações elétricas, promovendo um uso mais eficiente e sustentável dos recursos
energéticos.

1.5. DELIMITAÇÃO

A delimitação deste trabalho consiste em examinar a importância da implantação


de um Sistema de Gestão de Energia (SGE) para identificar oportunidades potenciais de
melhoria no desempenho energético. O foco será na implantação de luminárias LED, que
representam uma tendência atual, e analisar os problemas que podem surgir se ajustes
significativos nas instalações elétricas não forem realizados. Especificamente, será
abordado o problema da corrente de inrush e seus efeitos prejudiciais no sistema elétrico.
Além disso, a pesquisa utilizará a literatura existente para apresentar as soluções
encontradas para mitigar esse problema específico da corrente de inrush.

1.6. COMPOSIÇÃO DA MONOGRAFIA

A composição da monografia será estruturada em 5 capítulos, conforme descrito


a seguir:

Capítulo 1: Introdução.
 Apresentação do tema.
 Objetivo geral e objetivos específicos.
 Justificativa da pesquisa.
 Relevância do estudo.
 Delimitação do tema proposto.

Capítulo 2: Referencial Teórico.


Neste capítulo, será realizada uma análise dos conceitos essenciais relacionados
ao sistema de gestão de energia elétrica. Serão abordados os seguintes tópicos:

 Desempenho energético.
16

 Controle operacional.
 Projeto.
 Medição e verificação.
 Diagnóstico energético.
 Normas técnicas.
 Qualidade de energia.
 Falha no sistema e equipamento.

Através dessa análise teórica, será possível obter uma compreensão aprofundada
dos conceitos fundamentais relacionados ao sistema de gestão de energia elétrica,
fornecendo uma base sólida para a discussão posterior sobre a importância da
modernização do sistema elétrico e as soluções para a corrente de inrush.

Capítulo 3: Fenômeno da corrente de inrush.


Ao analisar o fenômeno da corrente de inrush os seguintes tópicos abaixo serão
examinados no referido capítulo:

 Definição da corrente de inrush.


 Surgimento da corrente inrush.
 Abordagem analítica.
 Descrição física.
 Características da corrente inrush.
 Harmônicos.

Capítulo 4: Soluções para mitigar os efeitos da corrente de inrush.

 Apresentação das soluções existentes, com base nas referências bibliográficas


consultadas.
 Descrição das abordagens e técnicas utilizadas para resolver os problemas
causados pela corrente de inrush no sistema elétrico.

Capítulo 5: Conclusão e Pesquisas Futuras.

 Síntese dos principais pontos abordados na pesquisa.


17

 Conclusões alcançadas em relação à importância da modernização do sistema


elétrico antes da implantação de novas tecnologias.
 Destaque para pesquisas futuras que possam aprofundar a compreensão e
encontrar soluções adicionais para a questão da corrente de Inrush.

Enfim, por meio dessa estrutura, a monografia abordará os elementos essenciais


para o estudo da importância da modernização do sistema elétrico e as soluções
relacionadas à corrente de inrush.

1.7. METODOLOGIA

A metodologia adotada nesta pesquisa consiste em uma análise baseada na revisão


da literatura existente sobre o tema. Serão consultados trabalhos acadêmicos, artigos
científicos, livros e normas técnicas que abordam os conceitos relacionados ao sistema de
gestão de energia elétrica, desempenho energético, controle operacional, projeto, medição
e verificação, diagnóstico energético, normas técnicas, qualidade de energia e falha no
equipamento.

Inicialmente, será realizado um levantamento bibliográfico abrangente para


identificar as principais fontes de informação relacionadas ao tema em questão. Em
seguida, os materiais selecionados serão analisados e sintetizados, buscando extrair os
conceitos, definições e abordagens relevantes para a compreensão do assunto.

A partir dessa revisão da literatura, serão explorados os aspectos relacionados ao


fenômeno da corrente de inrush e seus efeitos prejudiciais no sistema elétrico. Serão
identificadas e analisadas as soluções encontradas na literatura para lidar com esse
problema, levando em consideração os ajustes adequados nas instalações elétricas e a
utilização do Sistema de Gestão de Energia (SGE).

Por fim, será realizada a conclusão do trabalho, destacando as principais


descobertas, as soluções propostas e a relevância do estudo. Serão apresentadas sugestões
para pesquisas futuras que possam contribuir para resolver de forma mais efetiva a
questão da corrente de inrush e melhorar o desempenho energético nas instalações
elétricas.
18

Dessa forma, a metodologia adotada neste trabalho se baseia na análise da


literatura existente, proporcionando uma compreensão abrangente do tema e
fundamentando as conclusões e recomendações apresentadas.
19

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Nos últimos anos, temas como energia, eficiência energética, responsabilidade


socioambiental e otimização de suprimentos e consumo têm ganhado cada vez mais
relevância no cenário mundial (SILVA, 2021). Nesse contexto, a gestão e a economia de
energia desempenham um papel fundamental como estratégias para as organizações,
sendo o Sistema de Gestão de Energia (SGE) um tema recorrente nas discussões sobre o
futuro das empresas (SILVA, 2021). A norma ISO 50004:2020 (Sistemas de
Gerenciamento de Energia) fornece orientações práticas para estabelecer, implementar,
monitorar e aprimorar o SGE, seguindo uma abordagem sistemática da ISO 50001:2018
(SILVA, 2021).

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a norma ISO 50001 (Sistemas


de Gestão de Energia) é uma norma de alcance internacional que define práticas para a
implementação do SGE em empresas e organizações. De acordo com o MME, a ISO
50001 oferece uma ferramenta prática adaptada à realidade de cada empresa, orientando
a implementação, manutenção, revisão e melhoria contínua do sistema de gestão de
energia. Além disso, o órgão governamental destaca que a ISO 50001 aborda aspectos de
segurança, desempenho e eficiência energética, podendo ser aplicada por organizações
de qualquer porte, setor de atuação, localização geográfica, produtos ou serviços
oferecidos.

O MME define o SGE como um conjunto de procedimentos e atividades passíveis


de serem implementados em diferentes tipos de organizações, sejam elas industriais,
comerciais, administrativas ou de serviços. O órgão governamental ressalta que a
implantação do SGE em uma organização visa tornar o consumo energético mais
eficiente, resultando em redução do consumo total de energia. Dessa forma, as técnicas e
práticas empregadas no SGE proporcionam benefícios tanto para a economia financeira
da empresa quanto para a redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE).

Silva (2021) destaca que o objetivo do SGE, em consonância com a gestão


estratégica de uma organização, é alcançar a eficiência energética. Nesse sentido, o autor
ressalta dois passos importantes na concepção do SGE. O primeiro passo consiste na
identificação das questões estratégicas internas e externas da organização relacionadas ao
consumo de energia e ao seu uso nos processos da empresa, estabelecendo uma conexão
20

entre o sistema de gestão e a estratégia organizacional (SILVA, 2021). Por fim, o segundo
passo envolve a definição do escopo do SGE, abrangendo as operações, processos e
atividades, bem como a definição das fronteiras, que englobam endereços, instalações
físicas, unidades de negócio e outros dados relevantes (SILVA, 2021).

A definição, por meio da liderança, de uma política energética no SGE permite a


avaliação dos resultados e a proposição de melhorias ao longo do tempo (SILVA, 2021).
Essa política energética deve contemplar as melhorias no desempenho energético da
empresa e sua eficácia na obtenção dos objetivos planejados, fundamentando-se em sete
tópicos complementares (SILVA, 2021). Dessa forma, o planejamento do SGE é
embasado nos seguintes sete tópicos (SILVA, 2021):

 Identificação e classificação dos riscos e oportunidades;


 Estabelecimento de objetivos;
 Indicadores de desempenho e metas de gestão e economia de energia;
 Análise crítica do suprimento/consumo e dos usos finais significativos de energia;
 Determinação de potenciais oportunidades para melhorar o desempenho
energético;
 Estimativa de suprimento/consumo e usos finais significativos de energia no
futuro;
 Definição da linha de base de energia;
 Determinação das formas de aquisição de dados confiáveis.

No presente trabalho, será analisado o tópico referente à identificação de


potenciais oportunidades para aprimorar o desempenho energético. Nesse contexto, a
norma ISO 50.001 estabelece que o desempenho energético de uma empresa deve incluir
informações sobre o fluxo de energia, os setores com maior consumo e a identificação de
possíveis oportunidades de melhoria (FROZZA, 2012).

 Analisar uso e consumo de energia com base em medições e outros dados. Uso
e consumo de energia atual e passada.Com base na análise identificar área
críticas:
i) Instalações, equipamentos, sistemas, processos, pessoal.
ii) Determinação de desempenho energético das instalações (Equipamentos,
processos, entre outros).
iii) Estimar os uso e consumo futuros.
 Identificar, priorizar e registrar oportunidades de melhoria de desempenho
energético. (FROZZA, 2012, p.8)
21

O controle operacional é um instrumento fundamental para melhorar o


desempenho energético de uma empresa (SILVA, 2021). Por meio do controle
operacional, é possível identificar problemas e estabelecer procedimentos operacionais,
apontando potenciais pontos de redução de custos (SILVA, 2021). Dessa forma, o
controle operacional diminui a variabilidade do desempenho energético causada por
diversos fatores à medida que sua implementação avança (SILVA, 2021).

Além disso, o projeto é outra ferramenta importante para identificar possíveis


melhorias no desempenho energético (SILVA, 2021). Ao utilizar o projeto, é possível
aproveitar dados e informações de engenharia, monitoramento e medição,
instrumentação, técnicas operacionais e novas tecnologias (SILVA, 2021). Assim, as
empresas podem alcançar melhorias no desempenho energético por meio da
modernização de equipamentos e processos, aprimorando sua produtividade e
competitividade (SILVA, 2021).

É importante mencionar que a avaliação do desempenho energético e do SGE


pode ser realizada por meio da medição e verificação, além do diagnóstico energético.
Theisen (1997) define a medição como o procedimento experimental que fornece um
valor momentâneo de uma grandeza específica, expresso como um múltiplo e/ou fração
de uma unidade estabelecida por um padrão. Portanto, segundo o conceito de Metrologia
Legal do Inmetro (2012), a precisão dos instrumentos de medição proporciona
credibilidade, transparência e confiança por meio de testes imparciais.

Assim, Lord Kelvin (William Thomson) acrescenta: "Quando você pode medir
aquilo sobre o que está falando e expressá-lo em números, você sabe algo sobre isso. Mas
quando você não pode medi-lo, quando não pode expressá-lo em números, seu
conhecimento é limitado e insatisfatório. Se você não pode medir algo, não pode melhorá-
lo" (SILVA, 2020, p.1). Silva (2020) destaca que, de maneira geral, as decisões tomadas
em qualquer campo de atuação são baseadas em informações provenientes de medições
realizadas diretamente ou indiretamente relacionadas ao objeto de estudo. Portanto, a
qualidade das medições é algo essencial, pois medições incorretas podem levar a decisões
equivocadas (SILVA, 2020).
22

Figura 2.1: Conceito básico de medição

Fonte: SILVA, 2020.

Assim como Payne (1984) destaca, a etapa de medição e verificação (M&V) tem
o objetivo de quantificar os ganhos ou perdas das ações de Eficiência Energética (AEEs)
dos sistemas eficientizados com base em padrões internacionais. Portanto, as medições
precisam ser apropriadas, representativas e ter uma precisão aceitável (PAYNE, 1984).

Vale ressaltar que a Efficiency Valuation Organization (EVO) é uma instituição


internacional dedicada à elaboração de ferramentas de M&V, com base no Protocolo
Internacional de Medição e Verificação de Performance (PIMVP) (EVO, 2012). O
PIMVP é um documento de suporte que descreve as práticas comuns de medição, cálculo
e relatório de economia obtidas por meio de projetos de eficiência energética (EVO,
2012). Dessa forma, a M&V é classificada como um procedimento que utiliza técnicas
de medição para determinar corretamente a economia, por meio de um programa de
gerenciamento de energia (EVO, 2012). A economia é determinada ao comparar o
consumo medido antes e depois da implementação de um projeto, realizando os ajustes
necessários para as variações nas condições de uso da energia (EVO, 2012).

No âmbito nacional, os Procedimentos dos Programas de Eficiência Energética e


de Pesquisa e Desenvolvimento (PROPEE) foram aprovados pela Resolução Normativa
nº 556 em 2 de julho de 2012 (ANEEL, 2012). O Módulo 8 do PROPEE estabelece as
diretrizes para as atividades de Medição e Verificação que devem ser empregadas em
todos os projetos do Programa de Eficiência Energética (PEE), com base no PIMVP para
avaliação dos resultados (ANEEL, 2012). Portanto, com o objetivo de detalhar, facilitar
e padronizar a aplicação dessas ações de eficiência energética, foi elaborado um "Guia de
M&V" para o PEE (ANEEL, 2012).

 Plano de M&V, conforme o Capítulo 5 do PIMVP (EVO, 2010, p. 40).


 Cronograma de Ações de M&V, correlacionando o Plano de M&V com as
etapas de um projeto do PEE (PROPEE Módulo VIII – Figura 1, p. 7 –
ANEEL, 2012).
 Planilhas eletrônicas para registro de dados e medições, cálculo dos resultados
e formatação de tabelas para integrar o Plano e Relatório de M&V.
 Relatório de M&V, conforme o Capítulo 6 do PIMVP (EVO, 2010, p. 47) e o
Módulo VIII do PROPEE (ANEEL, 2012). (ANEEL, 2012. p.1)
23

Desse modo, o PROPEE recomenda a definição das bases para as atividades de


M&V por meio dos itens abaixo:

 Variável independente: verificar que variáveis (clima, produção, ocupação


etc.) explicam a variação da energia e como poderão ser medidas (local,
equipamentos, períodos de medição – linha de base e de determinação da
economia);
 Fronteira de medição: determina o limite na instalação, onde serão observados
os efeitos da ação de eficiência energética, isolado por medidores, e eventuais
efeitos interativos com o resto da instalação.
 Opção do PIMVP: opção A (medição de alguns parâmetros chaves da AEE),
B (medição de todos os parâmetros da AEE), C (medição de toda a instalação)
ou D (simulações de performance) que será usada para medir a economia de
energia;
 Modelo do consumo da linha de base: em geral, uma análise de regressão entre
a energia e as variáveis independentes;
 Cálculo das economias: definir como será calculada a economia de energia e a
redução de demanda na ponta. (ANEEL, 2013, p.148)

Garcia (2012) ressalta as especificações dos medidores em cada ponto de


medição: “tipo de medidor, fabricante, modelo, precisão, rotina de calibração, método de
leitura e controle de qualidade, verificação operacional, forma de tratamento dos dados
perdidos” (GARCIA, 2012, p.5). Desse modo, o autor acrescenta que a verificação
operacional, conforme a tabela 1, envolve algumas ações importantes, como inspeções,
testes de desempenho operacional e/ou análise de tendências de dados (GARCIA, 2012).
Logo, Garcia (2012) destaca que, quando as ações de eficiência energética (AEEs) são
executadas e operadas corretamente, elas produzem, como consequência, uma economia
para a organização.
24

Tabela 2.1 – Métodos de verificação operacional

Fonte: GARCIA, 2012.

Outro recurso importante para avaliar o desempenho energético e o SGE é o


diagnóstico energético. O PROPEE define o diagnóstico energético como uma
avaliação detalhada das oportunidades de eficiência energética na instalação do
consumidor de energia (ANEEL, 2013). Portanto, o resultado desse processo ocorre por
meio de um relatório contendo a descrição detalhada de cada AEE e sua implantação, o
valor do investimento, economia de energia e/ou redução de demanda na ponta, análise
de viabilidade e estratégia de medição e verificação a ser adotada (ANEEL, 2013).
A partir de todos os recursos apresentados acima para analisar o desempenho
energético, é importante definir como determinar as possíveis oportunidades para
melhorar o desempenho energético. Essa identificação de oportunidades de melhoria
pode ser realizada com base nas seguintes informações: substituição de equipamentos ou
sistemas existentes por outros de maior eficiência, priorização do uso de luz natural em
detrimento da iluminação artificial, substituição de lâmpadas convencionais por suas
equivalentes de LED, adoção de procedimentos operacionais mais adequados, otimização
de padrões, sistemas ou processos (SILVA, 2021). Com isso, é importante identificar as
oportunidades de melhoria antes de implantar uma nova tecnologia no sistema, ou seja,
25

modernizar as instalações elétricas. Caso contrário, os benefícios técnicos e financeiros


esperados com a implantação da nova tecnologia podem não ser alcançados, gerando
desperdícios para a empresa.

A fim de compreender melhor esse contexto, podemos utilizar como exemplo a


implantação da tecnologia LED. Na contemporaneidade, há um incentivo para a
implantação e uso das luminárias LED (Light-Emiting Diode) devido às vantagens e
benefícios oferecidos, tais como vida útil mais longa em comparação às lâmpadas
incandescentes e fluorescentes, baixo consumo de energia, segurança por utilizar uma
baixa voltagem e design inovador. Segundo a Agência Brasília (2023), o governo federal
já investiu R$ 79 milhões na instalação de lâmpadas LED, considerando o equipamento
eficiente e econômico. Desse modo, o presidente da CEB Ipes, Edison Garcia, enfatiza
que a substituição por LED diminui o gasto com energia e aumenta a segurança da
população (AGÊNCIA BRASÍLIA, 2023).

É notório que há uma tendência nacional em substituir luminárias


convencionalmente utilizadas por luminárias LED em larga escala. No entanto, antes de
implantar esse novo equipamento, é necessário analisar alguns aspectos importantes nas
instalações elétricas que impactam diretamente na qualidade de energia da rede elétrica.
Assim, os autores Orzáez, Calderón e Sola (2017) definem o termo qualidade de
energia como um conjunto de fenômenos eletromagnéticos que podem ocorrer na rede
elétrica, afetando os parâmetros de tensão e corrente. Desse modo, podem ocorrer desvios
dos parâmetros elétricos, resultando na má qualidade de energia (ORZÀEZ et al., 2017).
Logo, a má qualidade de energia resulta no baixo desempenho e mau funcionamento
precoce do equipamento: “Qualquer distúrbio manifestado na tensão, corrente e
frequência é tratado como um problema de qualidade de energia que resulta em falha ou
mau funcionamento de equipamentos elétricos/eletrônicos”. (ORZÀEZ et al, 2017, p.5).

Assim sendo, a má qualidade de energia impacta na vida útil da lâmpada LED


(BENDER, 2012). De maneira geral, o LED encerra o seu funcionamento quando ocorre
a degradação do fluxo luminoso através do "amarelamento do epóxi do encapsulamento
causado pelo aquecimento excessivo da junção do dispositivo" (BENDER, 2012, p.42).
Sendo assim, a vida útil está diretamente relacionada à corrente aplicada ao LED, que
deve ser mantida de forma constante com um valor abaixo da corrente nominal máxima,
26

estendendo assim a vida útil do equipamento e elevando o nível de fluxo luminoso


(BENDER, 2012).

Vale acrescentar que a falha de um componente pode levar à inoperância de um


sistema ou desencadear falhas em componentes adicionais, tornando o sistema inoperante
(XU; WANG, 2014). Os autores ressaltam a importância de compreender os modos de
falha para entender a sequência de eventos e interações de componentes que levam à falha
do sistema de iluminação (XU; WANG, 2014). Segundo XU e Wang (2014), a taxa de
falha pode ser dividida em três estágios:

Estágio 1, início da vida: a taxa de falha geralmente diminui com o tempo.


Durante esse estágio, a falha geralmente é resultado de defeitos intrínsecos de
projeto, fabricação ou peças.
Estágio 2, Vida Útil: Há um período prolongado de uma taxa de falha
constante, geralmente baixa. Na maioria dos projetos de produtos, os
engenheiros buscam maximizar o estágio de vida útil, dadas as restrições de
custo e o perfil de uso esperado do produto.
Estágio 3, Desgaste: Há um rápido aumento na taxa de falha como resultado
da degradação do material causada pelo desgaste prolongado e
envelhecimento. (XU; WANG, 2014, p.2-3)

A substituição das luminárias LED pode trazer problemas às instalações elétricas.


Blanco et al. (2013) mostraram que esse novo equipamento de iluminação cria cargas
elétricas não lineares que influenciam a qualidade da energia em redes de baixa tensão.
Essas perturbações nas redes elétricas podem ser contínuas ou transitórias e se
manifestam em três tipos: harmônicos de baixa ordem, emissões de alta frequência e
correntes de partida (corrente inrush) (BLANCO et al., 2013). Orzáez et al. (2017)
destacam que esses problemas são causados principalmente pelos circuitos integrados de
gerenciamento de energia necessários para a iluminação LED, uma vez que as luzes LED
requerem controle de corrente de saída constante para acionar os LEDs sem reduzir sua
longevidade. Na partida a frio, quando uma luminária LED é ligada após um período de
desligamento, pode ocorrer uma grande corrente de ativação, conhecida como corrente
de inrush. Esse fenômeno acontece devido às características elétricas dos componentes
internos da luminária e aos dispositivos de controle utilizados (ORZÁEZ et al., 2017).
Segundo os autores, esse problema pode ser resolvido ao planejar a implantação do
equipamento na rede elétrica. (ORZÁEZ et al., 2017)

Além disso, Fernandes (2017) ressalta que nos últimos anos há uma discussão
sobre a reestruturação e modernização do sistema elétrico de potência, visto que a
configuração atual do sistema elétrico brasileiro é predominantemente do tipo radial,
27

caracterizado pela energia elétrica das usinas hidroelétricas localizadas distantes dos
grandes centros consumidores de energia. Nessa perspectiva, a autora destaca que o
transformador de potência é um elemento estratégico nas redes elétricas, pois está
localizado fisicamente em pontos concentradores de energia, coletando os dados da rede
em alta e baixa tensão. No entanto, esse equipamento também é afetado pela corrente de
inrush, o que pode gerar problemas no transformador e, consequentemente, reduzir a vida
útil do equipamento.

Portanto, fica claro que há um incentivo para a implantação da tecnologia LED no


Brasil devido aos seus benefícios e vantagens. No entanto, se o equipamento não for
inserido corretamente, por meio da modernização das instalações elétricas e da utilização
de técnicas para identificar potenciais oportunidades de melhoria de desempenho
energético apresentadas no SGE, os benefícios esperados em termos de eficiência
energética podem não ser alcançados, resultando em desperdício, principalmente
financeiro, para a empresa.

Por fim, antes de implantar uma nova tecnologia, é necessário modernizar o


sistema elétrico e identificar os possíveis problemas que podem surgir ao inserir o novo
equipamento nas instalações elétricas. Ao analisar um sistema elétrico utilizando as
ferramentas do SGE, é possível identificar inúmeros problemas que podem ocorrer. Neste
trabalho, será analisado o fenômeno da corrente inrush, que representa um desafio para o
sistema de proteção elétrica. Portanto, neste estudo, será apresentado o conceito de
corrente inrush, suas causas, os efeitos que provoca na rede, no sistema e nos
equipamentos elétricos, bem como as soluções de proteção apresentadas na literatura.
28
29

3. CORRENTE DE INRUSH

A corrente inrush é a denominação dada à corrente elétrica de energização de um


transformador (ILTECH, 2018). Esse processo de energização pode ocorrer com ou sem
carga no secundário do equipamento por meio de uma fonte senoidal de tensão (ILTECH,
2018). Portanto, essa corrente transitória de magnetização pode atingir um valor de até
vinte vezes o valor de pico da corrente elétrica nominal, equivalendo a um curto-circuito
no transformador (ILTECH, 2018).

A corrente de energização pode apresentar amplitudes equivalentes às de um


curto-circuito (GUIMARÃES et al., 2010). É importante ressaltar que a corrente inrush
tem uma duração significativamente maior do que a corrente de curto-circuito
(GUIMARÃES et al., 2010). Assim, a presença da corrente inrush é algo comum, uma
vez que os episódios responsáveis por esse fenômeno fazem parte do procedimento
natural para o funcionamento do transformador (GUIMARÃES et al., 2010).

A equação 3.1 permite a avaliação da máxima corrente de inrush que circula pelo
enrolamento energizado do transformador monofásico, a partir do pior instante de
chaveamento (AZEVEDO, 2007). A expressão matemática abaixo pode ser utilizada para
analisar o desempenho das correntes de inrush, levando em consideração o tipo de
conexão dos enrolamentos dos transformadores trifásicos (AZEVEDO, 2007). Dessa
forma, a equação 3.1 é expressa como:

(3.1)

Sendo,

i₀max: pico da corrente de inrush;


H: intensidade de campo magnético;
n: número de espiras do enrolamento energizado;
hw: altura do enrolamento energizado.
30

3.1. SURGIMENTO DA CORRENTE INRUSH

Raffo (2010) explica como o fenômeno da corrente inrush ocorre no lado primário
do transformador quando o secundário está sem carga. O núcleo do transformador é
composto por material ferromagnético, no qual ocorre o ciclo de histerese, caracterizado
por uma relação não linear entre a intensidade do campo magnético (H) e a indução
magnética (B) (RAFFO, 2010). Ao desenergizar o transformador, dependendo do valor
da excitação, ocorre a indução remanescente, ou seja, o fluxo residual de indução
magnética no núcleo do equipamento (RAFFO, 2010). Durante a operação do
transformador, essa indução remanescente pode representar de 50% a 90% da indução
máxima, dependendo do tipo de aço-silício utilizado (RAFFO, 2010).

Figura 3.1: ciclo de histerese

Fonte: RAFFO, 2010

Vale ressaltar que a corrente inrush está diretamente relacionada ao fluxo residual
(PINTO, 2019). O fluxo residual surge no núcleo ferromagnético quando a alimentação
do transformador é desligada, e no momento da desenergização, o fluxo magnético está
no laço de histerese (PINTO, 2019). Consequentemente, a porcentagem de magnetização
em relação ao fluxo diminui, resultando em um fluxo residual (PINTO, 2019).

Durante o procedimento de reenergização do transformador, pode ocorrer a


presença de fluxo residual (RAFFO, 2010). Dependendo da quantidade de fluxo residual
e do valor da tensão no momento do chaveamento, é necessário um aumento no fluxo
magnético no núcleo (RAFFO, 2010), a fim de que o transformador atinja uma alta
corrente de magnetização (PINTO, 2019). Em um sistema real, o fluxo residual no
transformador diminui gradualmente devido à resistência do sistema, o que explica o
fenômeno interessante de aumento gradual da relação do segundo harmônico durante a
31

energização de um transformador (WANG; HALMITON, 2008). O valor da indução


magnética no núcleo do transformador pode chegar a até três vezes o valor da indução
magnética de pico, resultando em uma corrente inrush com amplitude maior do que a
corrente nominal (RAFFO, 2010).

Em resumo, a corrente inrush segue o mesmo sentido do fluxo magnético (PINTO,


2019). O laço de histerese pode estar presente tanto no eixo positivo quanto no eixo
negativo, indicando assim o sentido do fluxo magnético (PINTO, 2019). Portanto, a
corrente inrush pode se manifestar tanto de forma positiva quanto negativa, com valor
médio diferente de zero e com período encerrado da corrente (PINTO, 2019).

3.2. ABORDAGEM ANALÍTICA

É importante destacar que cargas elétricas em movimento podem gerar um campo


magnético, assim como o campo magnético exerce uma força sobre a corrente elétrica em
movimento, conforme expresso na equação 3.2: (SADIKU, 2012)

Fm=Qu*B (3.2)

Onde,

Q: carga em movimento;
u: velocidade;
B: campo magnético.

Com base na teoria eletrodinâmica, é possível determinar a densidade de força em


um determinado volume de uma bobina em um transformador. Essa determinação é feita
através da correlação com a equação 3.3, que se fundamenta na equação básica das forças
de Lorentz. (AZEVEDO, 2007)

(3.3)

Na qual,

f: densidade volumétrica de força magnética em N/m3;


J: densidade superficial de corrente em A/m2;
B: densidade de fluxo magnético de dispersão e é dado em T.
32

Desse modo, é possível estabelecer uma comparação entre as forças elétrica e


magnética utilizando a equação da força de Lorentz (equação 3.4). A equação 3.3, por sua
vez, relaciona a força mecânica à força elétrica, permitindo determinar o movimento de
partículas carregadas na presença dos campos elétrico e magnético. (SADIKU, 2012):

(3.4)

Onde,

Fe: força elétrica;


Fm: força magnética;
F: força total sobre a carga.
ou

(3.5)

Sendo,

Q: carga em movimento;
E: campo elétrico;
u: velocidade;
B: campo magnético.

Segundo Guimarães et al. (2010), as forças radiais e axiais são elementos


fundamentais a serem analisados de forma analítica no fenômeno da corrente inrush. As
forças radiais, geradas pelas correntes de inrush, podem causar efeitos apenas no
enrolamento energizado, resultando, em geral, em sua expansão e esforço de tração
(GUIMARÃES et al., 2010). Dessa forma, a figura 3.2 ilustra o sentido da força no
enrolamento externo do transformador quando submetido à energização. (GUIMARÃES
et al., 2010)
33

Figura 3.2: Força radial em um transformador


sob corrente de inrush.

Fonte: GUIMARÃES et al., 2010

Assim sendo, a força radial resultante pode ser obtida pela Equação 3.6. Dividindo
a Equação 3.6 pelo valor de π, é possível obter a expressão 3.7, que permite determinar o
valor da força radial média. (GUIMARÃES et al., 2010)

(3.6)

(3.7)

Onde:

Fr: força radial resultante;


Frmed: força radial média;
i₀max : maior pico de corrente de inrush para um transformador monofásico;
h: altura do enrolamento;
n: número de espiras do enrolamento energizado;
Dm: diâmetro médio do enrolamento.

A partir da força radial média e das dimensões físicas do condutor, é possível

calcular o estresse de tração de acordo com a expressão 3.8, sendo comprimento


médio da derivação do condutor. (GUIMARÃES et al., 2010)

(3.8)
34

Vale destacar que a força radial impõe dois tipos de deformações. A primeira é a
deformação forçada, ilustrada na figura 3.3(a), e a segunda é a deformação livre, expressa
na figura 3.3(b). (GUIMARÃES et al., 2010)
Figura 3.3: Enrolamento sob deformação (a) forçada, (b) livre

Fonte: GUIMARÃES et al., 2010

Além disso, a força axial ocorre devido ao campo radial nas extremidades das
bobinas, que é direcionada para o ponto médio do enrolamento a ser energizado
(GUIMARÃES et al., 2010). Segundo Azevedo (2007), a soma das compressões axiais
próximas ao ponto médio nos enrolamentos interno e externo pode ser expressa pela
equação 3.9.

(3.9)

Onde,

d₀: espaço entre os enrolamentos;


di: espessura radial do enrolamentos interno;
de: espessura radial do enrolamento externo.

Guimarães et al. (2010) destacam que uma bobina submetida à corrente de inrush
sofre uma força compressiva total direcionada apenas para o enrolamento energizado.
Dessa forma, a força axial total nas extremidades do enrolamento pode ser analisada pela
expressão 3.10 a seguir: (GUIMARÃES et al., 2010)

(3.10)

Na qual,

q: ampère-espira do final da bobina ou da espira;


35

w: dimensão axial do condutor, considerando sua isolação;


d1: é a largura equivalente do ducto do transformador;
h:comprimento do enrolamento;
F: força radial resultante (equação 3.6)

Finalmente, é importante acrescentar que a característica básica da deformação


produzida pela força axial advinda da corrente de inrush está expressa na figura 3.4,
enquanto a figura 3.5 ilustra a compressão axial resultante no processo de energização do
transformador. (GUIMARÃES et al., 2010)

Figura 3.4: Representação da compressão axial em um enrolamento


do transformador sob corrente de inrush.

Fonte: GUIMARÃES et al., 2010

Figura 3.5: Compressão axial dos enrolamentos durante a energização

Fonte: GUIMARÃES et al., 2010

3.3. DESCRIÇÃO FÍSICA

O procedimento de reenergização do transformador por uma fonte de tensão com


variação de fluxo magnético pode ser compreendido a partir da Lei de Faraday. Segundo
Halliday et al. (2016), uma corrente produz um campo magnético, e por outro lado, um
campo magnético pode produzir um campo elétrico capaz de gerar uma corrente.
36

Portanto, essa relação entre os campos magnético e elétrico induzido é conhecida como a
lei de indução de Faraday (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).

Ao aplicar a lei de Faraday, é necessário calcular a quantidade de campo


magnético que atravessa uma espira (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016). Para
isso, é preciso definir o fluxo magnético ( ) de uma espira que envolve uma determinada
área (A) e está sujeita a um campo magnético (B). Dessa forma, o fluxo magnético que
atravessa a espira pode ser definido pela expressão 3.11: (HALLIDAY; RESNICK;
WALKER, 2016)

(3.11)

É importante destacar que a força eletromotriz induzida se opõe à variação do


fluxo e, caso as espiras da bobina tenham um enrolamento compacto, o fluxo magnético
atravessa todas as espiras. A força eletromotriz total induzida na bobina pode ser descrita
pela seguinte equação 3.12: (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016)

(3.12)

ou

(3.13)

Onde,
: força eletromotriz;
V: tensão aplicada;
N: número de espiras;

: variação do fluxo magnético.

Para θ = 0º e fluxo residual de +Фr, a forma de onda do fluxo magnético é


mostrada na Figura 3.6 abaixo. (GUIMARÃES et al., 2010)
37

Figura 3.6: Comportamento do fluxo magnético durante


a energização de transformadores - fluxo remanescente positivo.

Fonte: GUIMARÃES et al., 2010

Sendo assim, o fluxo magnético segue a forma de onda da tensão aplicada na


expressão 3.14: (RAFFO, 2010)

(3.14)

Sendo,

Φ: fluxo magnético;
Φp: valor de pico do fluxo magnético;
w: 2πf, sendo, f a frequência da rede;
φ: ângulo de fase da senóide.

Podemos assumir que a densidade de fluxo magnético é uniforme no núcleo, tendo


a área da seção transversal do mesmo como constante, conforme indicado na expressão
3.15. (RAFFO, 2010)

(3.15)

Onde,

Ac: área da seção transversal do núcleo.

Desse modo, podemos chegar a expressão para o pico de fluxo magnético ao


substituir na expressão 3.16, B por Bp: (RAFFO, 2010)

(3.16)

Podemos definir a expressão 3.17 para a tensão V como: (RAFFO, 2010)


38

(3.17)

Sendo assim, é possível estabelecer a tensão de pico utilizando o valor máximo


para todos os termos integrantes da equação 3.18 (RAFFO, 2010).

(3.18)

A partir da equação 3.18, podemos afirmar que, para manter a variação de tensão,
a indução magnética deve oscilar entre valores de ±Bp por um ciclo (RAFFO, 2010).
Considerando o pior cenário, em que a indução remanente tem um valor de
aproximadamente Bp e a fonte de tensão está ligada a um valor de indução equivalente a
-Bp, será necessária uma indução magnética de 2Bp para atingir o valor de tensão de
chaveamento, conforme ilustrado na figura 3.7. (RAFFO, 2010)

Figura 3.7: chaveamento com indução remanente


igual a Bp

Fonte: RAFFO, 2010

Para que a tensão alcance um valor de operação equivalente à indução de +Bp, é


necessário que a indução magnética adicione uma parcela adicional de indução de pico
(RAFFO, 2010). Dessa forma, ao final do ciclo, seu valor será triplicado para que a
máquina possa ser colocada em operação conforme as condições apresentadas na imagem
3.6 acima (RAFFO, 2010).

É importante destacar que os transformadores de potência têm um valor de Bp


cerca de 10 a 20% abaixo da saturação (RAFFO, 2010). Nesse caso, o núcleo entra em
um processo de saturação, o que requer uma corrente de excitação elevada (RAFFO,
39

2010). Portanto, essa corrente de excitação elevada é conhecida como corrente de inrush
(RAFFO, 2010).

Podemos definir Br como a indução magnética remanescente no núcleo,


geralmente sem perdas (RAFFO, 2010). A indução magnética remanescente pode ser
considerada positiva, indicando um fluxo magnético remanescente, conforme a equação
3.19: (RAFFO, 2010)

(3.19)

Além disso, a variação do fluxo magnético ( ) é necessária para que a tensão


saia do seu valor inicial e atinja o seu valor máximo (RAFFO, 2010). É importante
considerar que uma parte desse leva o núcleo à saturação, enquanto a outra parte é
conhecida como fluxo incremental. A primeira parcela é dada pela expressão 3.20:
(RAFFO, 2010)

(3.20)

Onde,

Bs: valor da indução magnética de saturação do núcleo.

Quando há um aumento na variação do fluxo magnético, é necessário uma


corrente de alta excitação (RAFFO, 2010). Na região de saturação do núcleo, o óleo e o
ar apresentam a mesma permeabilidade, o que significa que a densidade de fluxo
incremental será a mesma no interior da bobina (RAFFO, 2010). Portanto, o cálculo da
área transversal da bobina, utilizando o raio médio (Rm), é dado por A = πRm². Dessa
forma, a densidade de fluxo incremental é determinada pela equação 3.21: (RAFFO,
2010)

(3.21)

O campo magnético incremental no interior da bobina é calculado pela equação


3.22, onde μo representa a permeabilidade magnética no interior da bobina e H é a
intensidade do campo magnético: (RAFFO, 2010)
40

(3.22)

Essa aproximação é admissível, pois o campo magnético necessário para atingir a


saturação é muito pequeno em comparação com o campo magnético total. Portanto, temos
a equação 3.23: (RAFFO, 2010)

(3.23)

Onde,

h: altura da bobina, desse modo a expressão 3.24, (RAFFO, 2010).

(3.24)

Por fim, vale ressaltar que com a tensão senoidal, a corrente apresenta uma forma
distorcida devido, principalmente, aos efeitos da saturação (RAFFO, 2010). No entanto,
algumas distorções podem ser observadas antes do processo de saturação devido às
características não lineares da curva B-H (RAFFO, 2010). Portanto, esse cenário de
distorção devido aos efeitos da saturação pode ser ilustrado pela Figura 3.8. (RAFFO,
2010)

Figura 3.8: Distorção da corrente de excitação devido a saturação.

Fonte: RAFFO, 2010


41

3.4. CARACTERÍSTICA DA CORRENTE INRUSH

GUIMARÃES et al. (2010) destacam algumas características importantes ao


analisar a corrente de energização, tais como: a ocorrência de vários picos na forma de
onda ao aplicar uma tensão senoidal, a densidade de fluxo senoidal e a corrente de
magnetização. Portanto, a Figura 3.9 ilustra a forma de onda típica da corrente transitória
de energização de transformadores. (GUIMARÃES et al., 2010)

Figura 3.9: Forma de onda típica da corrente transitória


de energização de transformadores.

Fonte: GUIMARÃES et al., 2010

Para mais, podemos destacar algumas características importantes da corrente de


inrush, tais como:

Geralmente contém uma componente DC de “offset”, harmônicos ímpares e


pares de corrente;
A constante de decaimento geralmente é muito maior que a constante de
decaimento da corrente de falta;
A componente de segunda harmônica aumenta quanto maior for o decaimento
da corrente de inrush. (RAFFO, 2010, p. 17)

Além disso, é importante ressaltar que a corrente de inrush pode apresentar uma
amplitude de aproximadamente 25 vezes a corrente nominal em um intervalo de 0,01
segundos e, aproximadamente, 12 vezes a corrente nominal em um intervalo de 0,1
segundos (RAFFO, 2010). Essa corrente de energização é necessária para estabelecer o
campo magnético do transformador. No entanto, esse fenômeno gera uma série de efeitos
indesejados (RAFFO, 2010), especialmente considerando que a amplitude da corrente de
inrush está na mesma faixa da amplitude da corrente de curto-circuito. (RAFFO, 2010)

É importante ressaltar que a duração, a amplitude e a forma de onda da corrente


de inrush dependem de diversos parâmetros do transformador e do sistema de potência.
Entre esses parâmetros, podemos citar:
42

Potência nominal do transformador;


Material usado para fabricar o núcleo do transformador;
Fluxo residual existente no núcleo magnético antes do chaveamento do
transformador;
Fluxo transiente produzido pela integral da fonte de tensão alternada. (RAFFO,
2010, p.16-17)

Finalmente, é importante ressaltar que o cálculo da corrente de inrush em


transformadores trifásicos requer uma análise individual de cada equipamento, levando
em consideração suas conexões específicas.

Se o primário do transformador é ligado em delta, durante a energização apenas


uma fase será submetida a uma elevada corrente de inrush. Desta forma, a
corrente de linha de energização de um transformador trifásico, com primário
ligado em delta é 0.577 (1/√3) vezes a correspondente corrente inrush de um
transformador monofásico.

Para um banco de transformadores, constituído por três unidades monofásicas,


considerando que o primário do banco esteja conectado em estrela e o
secundário em delta, a máxima corrente inrush será, aproximadamente, o
equivalente a 2/3 da corrente i0máx correspondente para um transformador
monofásico.

Para um transformador trifásico de três colunas, no qual as três fases estão


magneticamente interligadas, o fenômeno em decorrência da corrente inrush
pode ser tratado da mesma forma que banco de transformadores, constituído
por três unidades monofásicas, similar ao caso anterior. (GUIMARÃES et al.,
2010, p.3-4)

3.5. HARMÔNICOS

Existem diferentes tipos de harmônicas, mas Raffo (2010) destaca a importância


da segunda harmônica, pois suas características permitem identificar o que é gerado pela
corrente de inrush. Wang e Hamilton (2008) mostram que é possível simplificar a análise
de um componente harmônico na corrente de energização, ilustrando na figura 3.10 uma
corrente inrush idealizada.

Figura 3.10: Forma de onda de corrente de inrush ideal.

Fonte: WANG; HALMITON, 2008


43

Um ciclo da corrente de irrupção ideal pode ser expresso na equação 3.25 como:
(WANG; HALMITON, 2008)

(3.25)

A escolha da origem permite uma forma de onda simétrica em torno de θ=0,


fazendo com que os coeficientes da série de Fourier senoidal sejam zero (WANG;
HALMITON, 2008). Por meio de uma simplificação matemática, podemos definir a
expressão 3.26:

(3.26)

A análise de Fourier fornece o n-ésimo cosseno coeficiente da série de Fourier


para (n>=2) pela equação 3.27: (WANG; HALMITON, 2008)

(3.27)

O componente de frequência fundamental de pico é dado como na expressão 3.28:


(WANG; HALMITON, 2008)

(3.28)

Horowitz (1995) demonstra que, dentre todas as componentes harmônicas, a


segunda possui a maior magnitude.

Quando n=2, o segundo componente harmônico expresso pela equação 3.27 pode
ser reescrito para a expressão 3.29: (WANG; HALMITON, 2008)

(3.29)

Portanto, a razão da segunda componente harmônica para a componente


fundamental é expressa na equação 3.30: (WANG; HALMITON, 2008)
44

(3.30)

A figura 3.11 ilustra que a relação do segundo harmônico é uma função


decrescente do ângulo de base da corrente de energização. (WANG; HALMITON, 2008)

Figura 3.11: Relação do segundo harmônico em função do ângulo da base

Fonte: WANG; HALMITON, 2008

Quando, α=4π/3,

(3.31)

É por isso que 17,1% da relação do segundo harmônico foi considerado como o
mínimo na corrente de energização do transformador. (WANG; HALMITON, 2008)

Quando α=0, as equações (3.27) e (3.28) indicam que tanto a componente


fundamental quanto a segunda harmônica são zero (WANG; HALMITON, 2008).
Portanto, durante uma quantidade insignificante de corrente de inrush, a proteção
diferencial é segura (WANG; HALMITON, 2008). A relação da segunda harmônica se
altera quando o ângulo se aproxima de zero. Aplicando a regra de L'Hopital três vezes na
equação (3.30), obtemos: (WANG; HALMITON, 2008)
45

(3.32)

Esse resultado corresponde a curva ilustrada na figura 3.10.

Mardegan (2010) destaca que na figura 3.12, a corrente inrush não apresenta uma
forma de onda senoidal, mas sim pulsante, com o semiciclo negativo sendo ceifado.
Dependendo do valor do fluxo residual e do momento de energização do transformador,
essa onda pode estar no eixo positivo ou no eixo negativo (MARDEGAN, 2010).
Portanto, essa é a forma de onda típica da corrente inrush, e é devido a essa configuração
de onda que o teor de 2ª harmônico é elevado. (MARDEGAN, 2010)

Figura 3.12: relação entre fluxo, curva de histerese e corrente inrush.

Fonte: MARDEGAN, 2010.

Em sua pesquisa, Mardegan (2010) demonstra que o teor da 2ª harmônica é de


66%. Essa definição do teor harmônico é importante para ajustar as restrições harmônicas
dos relés diferenciais. Na tabela 3.1, apresenta-se o teor harmônico da corrente inrush
(MARDEGAN, 2010). Portanto, as 2ª e 3ª harmônicas são preponderantes na tabela 3.1,
e é necessário ter cuidado, pois essas harmônicas apresentam características de sequência
zero e podem ocasionar a atuação indevida de relés de sobrecorrente de terra, sejam eles
direcionais ou não. (MARDEGAN, 2010)
46

Tabela 3.1: teor harmônico da corrente inrush.

Fonte: MARDEGAN, 2010.

Sonnemann (1958) analisou a relação entre a porcentagem do segundo


componente harmônico e o ângulo α da corrente inrush. Essa pesquisa chegou à conclusão
de que a relação do segundo harmônico atingirá um mínimo de aproximadamente 17,1%
quando α=240° (SONNEMANN, 1958). Esse mínimo de 17,1% do segundo componente
harmônico na corrente de energização é baseado nas seguintes suposições:
(SONNEMANN, 1958).

 Há 90% de fluxo residual no transformador.


 O fluxo de saturação do núcleo do transformador está em 140% do fluxo de pico
nominal.

Wang and Hamilton (2008) identificaram que fatores como o fluxo residual, o fluxo
de saturação e o ângulo de energização influenciam a relação do segundo harmônico na
corrente de inrush. Os autores destacam que um fluxo residual mais alto e/ou um fluxo
de saturação mais baixo nos transformadores podem resultar em uma alta corrente
diferencial de operação e uma menor relação do segundo harmônico (WANG;
HALMITON, 2008). Esse cenário pode causar preocupação em termos de segurança na
proteção diferencial durante a energização do transformador (WANG; HALMITON,
2008).

É importante acrescentar que os transformadores modernos podem apresentar uma


corrente inrush harmônica mais baixa (WANG; HALMITON, 2008). Isso ocorre porque,
em geral, esses equipamentos utilizam materiais de aço de alta densidade de fluxo (Hi-
B), com um fluxo nominal mais alto, uma porção linear maior da curva de magnetização
e um fluxo remanente menor em comparação com os materiais do tipo grão orientado
regular (WANG; HALMITON, 2008). Na figura 3.13, é possível identificar as curvas B-
47

H de excitação para um transformador moderno e um transformador tradicional (WANG;


HALMITON, 2008).

Figura 3.13: curva de histerese para transformadores tradicionais e modernos

Fonte: WANG; HALMITON, 2008

Uma curva B-H pode ser facilmente transformada em uma Φ-I curva pelas
seguintes relações.
(3.33)
(3.34)

Onde,

A: área da seção transversal do núcleo.


N: número de voltas na bobina.
D: comprimento médio da bobina.

Na Figura 3.13, é possível observar que os transformadores modernos são capazes


de operar com fluxos mais altos. O conceito de fluxo de saturação, conforme definido por
Sonnemann, não mantém seu significado original quando aplicado aos transformadores
modernos. No entanto, Wang e Hamilton (2008) ressaltam que a definição utilizada por
Sonnemann ainda é útil para a análise da corrente de inrush.

Além disso, Wang e Hamilton (2008) mostram que a quantidade de componente


de segundo harmônico na corrente de energização pode ser utilizada para identificar o
processo de energização e evitar disparos falsos da proteção diferencial. No entanto, os
transformadores modernos tendem a apresentar um nível mais baixo de segundo
48

harmônico na corrente de inrush, o que requer um método aprimorado de restrição de


harmônicos.

Portanto, é importante desenvolver técnicas mais avançadas para a restrição de


harmônicos em transformadores modernos, levando em consideração suas características
específicas e a menor presença do segundo harmônico na corrente de inrush. (WANG;
HALMITON, 2008)
49

4. MÉTODOS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

A corrente de inrush pode ocasionar problemas tanto no sistema elétrico como nos
equipamentos, como é o caso dos transformadores (GUIMARÃES et al., 2010). Dentre
os problemas decorrentes desse fenômeno, podemos citar: “o afundamentos
momentâneos de tensão, sobretensões harmônicas temporárias, estresse eletromecânico
nos enrolamentos dos transformadores, deterioração da isolação, operações erráticas de
relés diferenciais e de sobrecorrentes, etc” (GUIMARÃES et al., 2010, p.1). Essa situação
operacional pode resultar em uma degradação da qualidade da energia elétrica fornecida
pelo sistema, diminuindo a vida útil do transformador (GUIMARÃES et al., 2010).

A questão das correntes de inrush tem sido objeto de estudo e preocupação para
muitos pesquisadores e engenheiros que buscam aprimorar a proteção do sistema elétrico.
Como resultado, existe uma ampla literatura dedicada ao desenvolvimento de
metodologias e técnicas de modelagem computacional, dispositivos eletromagnéticos,
equações elétricas e magnéticas, além de modelos que utilizam técnicas no domínio do
tempo, entre outras abordagens. Essas técnicas de modelagem têm como objetivo prever
o desempenho dos componentes elétricos e evitar desperdícios, principalmente em termos
financeiros, dentro de uma empresa.

Tavares (2013) destaca a importância da regulamentação dos elementos na área


elétrica, com base nos padrões estabelecidos pela ANSI (American National Standards
Institute). A ANSI apresenta exigências normativas e uma estrutura de proteção eficiente
para transformadores, levando em consideração a sensibilidade, a velocidade e a
seletividade da proteção como parâmetros de projeto elétrico (TAVARES, 2013). Para
atender aos critérios estabelecidos por essa instituição, são utilizados dois conjuntos de
proteções: proteções intrínsecas e proteções elétricas. A Figura 4.1 ilustra as funções de
proteção categorizadas nesses dois grupos (TAVARES, 2013).

Figura 4.1: funções da tabela ANSI utilizadas para a proteção de transformadores de potência.

Fonte: TAVARES, 2013.


50

Wang e Hamilton (2008) apresentam o fundamento teórico da proteção diferencial


do transformador, baseado na conservação de energia. Essa proteção é denominada
proteção diferencial de corrente, pois apenas as correntes estão envolvidas na equação 4.4
(WANG; HALMITON, 2008). No contexto da proteção diferencial de corrente do
transformador, é necessário compensar a fase e a amplitude com base na configuração
específica do transformador (WANG; HALMITON, 2008). Os autores demonstram na
equação 4.4 o princípio básico da proteção diferencial do transformador (WANG;
HALMITON, 2008). Idealmente, não deve haver perda de potência em um
transformador, e a corrente operacional deve ser definida de acordo com a equação 4.4
(WANG; HALMITON, 2008). No entanto, no ambiente real, ocorrem perdas no núcleo,
correntes parasitas no núcleo e no enrolamento, erros nos transformadores de corrente
(TC) e a corrente operacional não será igual a zero. (WANG; HALMITON, 2008)

Figura 4.2: O conceito de proteção diferencial.

Fonte: WANG; HALMITON, 2008.

Sendo,

87: relé diferencial

Figura 4.3: Proteção diferencial do transformador

Fonte: WANG; HALMITON, 2008.

Em um transformador monofásico ideal de dois enrolamentos, a potência líquida


que flui deve ser zero. (WANG; HALMITON, 2008)
51

(4.1)

Se,
(4.2)

Então,
(4.3)

Logo, a corrente diferencial ou corrente operacional é:

(4.4)

No cálculo da corrente diferencial, é necessário compensar a corrente em cada


enrolamento de acordo com a configuração do transformador e a relação de espiras dos
enrolamentos (WANG; HALMITON, 2008). Seja I (comp i) a corrente compensada no
enrolamento i de um transformador com vários enrolamentos. Portanto, a corrente
operacional é geralmente definida pela expressão 4.5. (WANG; HALMITON, 2008)

(4.5)

O elemento diferencial irá operar quando a corrente de operação (Iop) estiver


acima de uma determinada razão da corrente de restrição (IR), conforme mostra a
expressão 36: (WANG; HALMITON, 2008)

(4.6)
Onde,

Slope: relação limite da corrente de restrição para a corrente de operação.

Além disso, a corrente de restrição IR pode ser definida como a máxima (Max),
média (Average) ou mínima (Min) das correntes compensadas, conforme expressões 4.7,
3.8 e 4.9 (WANG; HALMITON, 2008). Wang e Hamilton (2008) também ressaltam a
52

importância de compreender o método utilizado no cálculo da corrente de restrição ao


definir a inclinação do relé diferencial percentual.

(4.7)

(4.8)

(4.9)

A proteção diferencial proporcional oferece maior estabilidade, pois não impõe


um limite fixo de ativação (RAFAEL, 2015). O princípio de funcionamento do relé
diferencial consiste em comparar as correntes do primário e secundário do transformador
de potência (RAFAEL, 2015). O relé é acionado quando a corrente diferencial excede
uma porcentagem pré-definida da corrente de estabilização (RAFAEL, 2015). A corrente
de estabilização é a corrente equivalente que flui através do transformador e é
normalmente calculada como a média das correntes de entrada e saída do transformador,
referidas a uma base comum e observadas no secundário (RAFAEL, 2015).

A fim de evitar disparos indesejados do relé, é estabelecido um valor mínimo


para a corrente diferencial que desencadeia sua ativação (RAFAEL, 2015). Os disparos
indesejados dos relés diferenciais de proteção do transformador geralmente ocorrem
devido a sobrecorrentes transitórias de excitação, sobreexcitação e saturação dos
transformadores de intensidade de corrente (RAFAEL, 2015). Por fim, é importante
seguir as diretrizes estabelecidas na norma NBR 5410:2004 (Instalações elétricas de baixa
tensão) e utilizar dispositivos de proteção adequados para garantir a proteção contra
sobrecorrentes.

Fernandes (2017) propôs um método baseado em um algoritmo para um relé


diferencial neuro-wavelet para a proteção de transformadores. Esse método utiliza as
energias dos coeficientes wavelet para detectar distúrbios na zona de proteção do
transformador e classificar esses distúrbios por meio de redes neurais (FERNANDES,
2017). O objetivo dessa técnica é calcular as correntes que fluem pelos terminais do
secundário dos transformadores de alta e baixa tensão, utilizando um pré-processamento
de sinal (FERNANDES, 2017). Esse pré-processamento consiste em dois processos:
filtragem de frequência e conversão analógico-digital, quando as correntes fluem nos
53

terminais do primário e do secundário do transformador (FERNANDES, 2017). A partir


disso, os coeficientes wavelet são calculados nas correntes do primário e do secundário
para a compensação de fase e magnitude desses coeficientes (FERNANDES, 2017).

Para compreender melhor essa metodologia, é importante destacar brevemente


alguns conceitos, como a transformada de wavelet e os coeficientes wavelet. A
transformada de wavelet é uma modelagem matemática baseada na frequência e no
tempo, que auxilia no processamento de sinais em diferentes aplicações (FERNANDES,
2017). Dessa forma, ela pode ser utilizada para analisar alta frequência, o que é aplicável
a transitórios presentes em transformadores de potência que apresentam componentes de
alta frequência e curta duração. O objetivo é detectar distúrbios, como faltas internas,
faltas externas e energização de transformadores, utilizando os coeficientes wavelet para
a proteção dos transformadores (FERNANDES, 2017).

A figura 4.4 ilustra de maneira simplificada o relé neuro-wavelet composto pelas


unidades diferenciais de fase (ANN 87TW) e de sequência negativa (ANN 87QW) para
identificação e classificação do tipo de distúrbio. (FERNANDES, 2017)

Figura 4.4: Esquema simplificado para proteção neuro-wavelet.

Fonte: FERNANDES, 2017.

Wang e Hamilton (2008) apresentam o método de compartilhamento harmônico


do tipo somador, que tem como objetivo restringir o compartilhamento harmônico do tipo
soma, a fim de melhorar a confiabilidade da proteção diferencial durante uma falta
interna. O segundo componente harmônico compartilhado é definido na expressão 4.10
(WANG; HALMITON, 2008). Assim, o método de restrição harmônica é amplamente
utilizado pelos fabricantes de relés e engenheiros como uma abordagem para garantir um
desempenho eficaz da proteção diferencial. (WANG; HALMITON, 2008)

(4.10)
54

As relações de segundo harmônico são calculadas por fase com base na soma

compartilhada de e na componente fundamental da corrente operacional em


cada fase, ou seja, (WANG; HALMITON, 2008)

(4.11)

As três fases do segundo harmônico são somadas para criar um único sinal
harmônico, o qual é compartilhado no cálculo da relação do segundo harmônico em cada
fase (WANG; HALMITON, 2008). No caso de ocorrência de uma falha interna em uma
fase durante a energização, a corrente de operação resultaria em uma baixa relação
harmônica, e assim, nenhum obstáculo seria gerado a partir da fase com falha (WANG;
HALMITON, 2008). Dessa forma, a restrição harmônica com compartilhamento
harmônico do tipo soma é ilustrada na figura 4.5. (WANG; HALMITON, 2008)

Figura 4.5: Método de restrição com compartilhamento harmônico do tipo soma.

Fonte: WANG; HALMITON, 2008

Fernandes (2017) reconhece que a proteção diferencial percentual convencional


não é capaz de lidar corretamente com a corrente de inrush, sendo necessária uma
melhoria no desempenho do relé diferencial por meio da restrição de harmônicos de
55

corrente. Além disso, Tavares (2013) afirma que a corrente de inrush pode apresentar
harmônicos de 2ª e 5ª ordem, que são utilizados na lógica de restrição por harmônicos.
Portanto, somar a parcela da corrente de restrição com as parcelas dos conteúdos
harmônicos de 2ª e 5ª ordem é um método para aprimorar a proteção diferencial
(TAVARES, 2013).

Por sua vez, Orzáez et al. (2017) destacam que os disjuntores


termomagnéticos podem ser uma alternativa para auxiliar no sistema de proteção. Os
autores explicam que esses disjuntores possuem uma maior histerese, o que lhes permite
filtrar picos mais elevados (ORZÁEZ et al., 2017). Além disso, eles possuem um disparo
transitório de 10 a 15 vezes a corrente nominal, do tipo D (ORZÁEZ et al., 2017). Dessa
forma, é possível evitar desconexões aleatórias durante o processo de energização do
transformador, e a detecção de muitos picos de corrente é considerada uma falha na rede.
(ORZÁEZ et al., 2017)

Mamede (2017) afirma que os disjuntores termomagnéticos podem operar de


acordo com suas curvas características térmicas (curva T) e magnéticas (curva M), como
ilustrado na figura 4.6.

Figura 4.6: Características tempo × corrente de um disjuntor termomagnético.

Fonte: MAMEDE, 2017.


56

Figura 4.7: Regiões características dos disjuntores termomagnéticos.

Fonte: MAMEDE, 2017.

Onde,

Além disso, Mamede (2017) caracteriza o disjuntor por meio de suas quatro
regiões de diferentes comportamentos:

Região A: I ≤ In — não existe limitação de corrente.


Região B: In < I ≤ Im — caracterizada por tempo de disparo relativamente
longo devido à temporização da unidade térmica.
Região C: Im < I ≤ Ird — caracterizada por tempo de disparo relativamente
curto devido à atuação sem temporização da unidade magnética.
Região D: I > Ird — caracterizada pela impropriedade do uso do disjuntor.
(MAMEDE, 2017, p.608)

Finalmente, Costa e Lemos (2018) afirmam que os disjuntores são os dispositivos


responsáveis por seccionar os circuitos, podendo ser utilizados em condições de vazio,
plena carga ou em situações de curto-circuito. Sua instalação é realizada em conjunto com
os relés de proteção, que monitoram o sistema e enviam sinais de abertura ou fechamento
dos disjuntores. Os autores ressaltam que os disjuntores termomagnéticos têm a
capacidade de interromper uma falha antes que os efeitos térmicos e elétricos possam
comprometer o sistema e os equipamentos elétricos, oferecendo proteção contra
sobrecargas na rede. Portanto, a seleção, classificação e dimensionamento desses
dispositivos devem seguir as normas NBR 7118 (Disjuntores de alta tensão) e NBR
5410/2004 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão).
57

5. CONCLUSÃO

Com base nos progressos expostos ao longo dessa monografia, este último
capítulo reúne as principais contribuições e os avanços mais relevantes alcançados na
investigação descrita nesse estudo. Como resultado de uma investigação bibliográfica
conduzida para analisar que a corrente inrush tem sido alvo de estudo devido a
preocupação de diversos pesquisadores em relação a proteção do sistema elétrico.
Portanto, esses especialistas estão em busca de métodos para aperfeiçoar as estratégias de
proteção do sistema.

A partir da literatura existente, a presente pesquisa apresenta as abordagens para


melhorar o sistema de proteção diante do fenômeno da corrente de inrush. Podemos
destacar a perspectiva de Tavares (2013), em que apresenta as exigências normativas e
estrutura de proteção dos transformadores garantidas pela ANSI (American National
Standards Institute). Desse modo, a ANSI define dois conjuntos de proteções: proteções
intrínsecas e proteções elétricas.

Além disso, Wang e Hamilton (2008) destacam o sistema de proteção diferencial


do transformador. Os autores analisam o fundamento teórico da proteção diferencial do
transformador a partir da lei de kirchhoff, mostrando que no transformador deve evitar
qualquer perda de potência e garantir a presença de corrente operacional (WANG;
HALMITON, 2008). Contudo, em um contexto prático, há perdas no núcleo, correntes
parasitas no núcleo e enrolamento, erros nos transformadores de corrente (TC) e a
corrente operacional não é nula (WANG; HALMITON, 2008). Portanto, é essencial
compreender o processo de cálculo da corrente de restrição ao determinar a inclinação do
relé diferencial percentual (WANG; HALMITON, 2008).

Para mais, Fernandes (2017) propôs um algoritmo como método para um relé
diferencial neuro-wavelet, utilizado na proteção de transformadores. Esse método se
baseia na proteção diferencial, fazendo uso das energias dos coeficientes wavelet para
detecção de distúrbios na zona de proteção do transformador. A classificação dos
distúrbios é realizada por meio de redes neurais (FERNANDES, 2017). Essa técnica tem
como objetivo calcular as correntes que circulam pelos terminais do secundário dos
transformadores de alta e baixa tensão, utilizando um processo de pré-processamento do
sinal (FERNANDES, 2017).
58

Wang e Hamilton (2008), destacam o método de restrição harmônica que é


amplamente adotado pelos fabricantes de relés e profissionais da área de engenharia. Esse
método tem como objetivo limitar o compartilhamento harmônico do tipo soma, visando
melhorar a confiabilidade da proteção diferencial em casos de falhas internas. Para criar
um único sinal harmônico, as três fases do segundo harmônico são combinadas e
compartilhadas no cálculo da relação do segundo harmônico em cada fase (WANG;
HALMITON, 2008). Em caso de uma falha interna em uma das fases durante a
energização, a corrente de operação resultará em uma baixa relação harmônica, o que
significa que nenhuma obstrução será gerada a partir da fase com falha (WANG;
HALMITON, 2008).

Orzáez et al. (2017) enfatiza que o disjuntor termomagnético é uma opção viável
para complementar o sistema de proteção. Conforme mencionado por Mamede (2017),
os disjuntores termomagnéticos são capazes de operar de acordo com suas curvas de
características térmicas (curva T) e magnéticas (curva M). Finalmente, Costa e Lemos
(2018) destacam que os disjuntores termomagnéticos possuem a capacidade de
interromper um defeito antes que os efeitos térmicos e elétricos possam causar danos ao
sistema e aos equipamentos elétricos, além de fornecer proteção contra sobrecarga na
rede.
É importante destacar que na presente pesquisa foram apresentadas soluções
encontradas na literatura para lidar com esse problema da corrente de inrush. Dentro desse
contexto, foi utilizado como exemplo a tendência de adoção de luminárias LED, as quais,
sem ajustes adequados nas instalações elétricas, podem causar problemas como a corrente
de inrush e seus efeitos prejudiciais no sistema elétrico. Portanto, fica claro a importância
da implementação de um Sistema de Gestão de Energia (SGE) como uma maneira de
identificar possíveis oportunidades de melhoria no desempenho energético para não gerar
desperdícios na inserção de uma nova tecnologia para a empresa.

Portanto, é essencial modernizar as instalações elétricas antes de implementar uma


nova tecnologia de iluminação mais eficiente em termos energéticos. Isso ocorre porque
a baixa qualidade de energia aumenta a probabilidade de desligamentos intermitentes,
resultando em custos excessivos de eletricidade e danos aos equipamentos elétricos. Além
disso, pode levar a distorções harmônicas, correntes de pico, desvios nos parâmetros
elétricos, entre outros problemas, resultando em desperdício financeiro para a empresa.
59

Portanto, é crucial identificar as possíveis oportunidades de melhoria no desempenho


energético antes de implementar uma nova tecnologia. Os efeitos na rede elétrica devem
ser cuidadosamente analisados a fim de garantir a qualidade de energia necessária para o
funcionamento adequado dos equipamentos elétricos, bem como para atender às
condições econômicas e ambientais de operação.

É importante acrescentar que os inversores de frequência (drives) podem ser


analisados em trabalhos futuros como mecanismo de resolução para o problema da
corrente de inrush. Pois, os drives (ou acionamentos) podem ser uma solução eficaz para
lidar com a corrente de inrush, já que são dispositivos eletrônicos projetados para
controlar a velocidade e o torque de motores elétricos. Portanto, os inversores de
frequência têm a capacidade de limitar e controlar a corrente inicial durante a partida do
motor (RESENDE, 2019).

Por fim, Resende (2019) ressalta que ao utilizar um driver de maneira adequada é
possível ajustar as configurações de partida, fazendo com que a corrente inicial seja
gradualmente aumentada ao longo do tempo. Com esse processo evita picos de corrente
repentinos e reduz o impacto da corrente de inrush no sistema elétrico (RESENDE, 2019).
Além disso, os drives também oferecem recursos como controle de torque e controle de
aceleração, o que pode ajudar a minimizar o impacto da corrente de inrush em
equipamentos sensíveis (RESENDE, 2019). Finalmente, os drives são uma solução viável
para mitigar a corrente de inrush, proporcionando uma partida suave e controlada para
motores elétricos, evitando assim danos ao sistema elétrico e aos equipamentos
conectados. (RESENDE, 2019)
60
61

REFERÊNCIAS

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2011.
ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. NBR 5410: Informação
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ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. NBR 6023: Informação
e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2018.
ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. NBR 6024: Informação
e documentação – Numeração progressiva das seções de um documento – Apresentação.
Rio de Janeiro, 2012.
ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. NBR 6027: Informação
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ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. NBR 6028: Informação
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