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RIO DE JANEIRO
2023
MONALISA TATIANA DE FREITAS SILVA
RIO DE JANEIRO
2023
C794p
Silva, Monalisa Tatiana de Freitas.
Sistema de Gestão de Energia e Modernização do Sistema Elétrico: “A Sinergia
Rumo à Eficiência Energética” / Monalisa Tatiana de Freitas Silva. – 2023.
19 f. : il. color. ; 30 cm.
Orientador: Edisio Alves de Aguiar Junior.
Monografia (graduação) – Universidade Veiga de Almeida,
Curso de graduação em Engenharia Elétrica, Rio de Janeiro, RJ, 2023.
1. Sistema de Gestão de Energia. 2. Modernização do Sistema Elétrico. 3.
Corrente de Inrush. 4. Sistema de Proteção. I. Junior, Edisio Alves de Aguiar
(orientador). II. Universidade Veiga de Almeida. Curso de Graduação em
Engenharia Elétrica. III. Título.
CDD 615.8
APROVADA EM
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof.
ORIENTADOR
__________________________________________
Prof.
__________________________________________
Prof.
__________________________________________
Prof.
Dedico este trabalho à minha
mãe, ao meu pai, ao meu irmão
e aos meus amigos.
AGRADECIMENTO
Gostaria de expressar minha profunda gratidão à minha família. Agradeço de todo o coração
aos meus pais, que fizeram tudo pela nossa família e agora estão no céu cuidando de mim e do
meu irmão.
Agradeço especialmente à minha mãe, Vera Lúcia, que partiu cedo demais, mas cuidou de mim
com muito amor e carinho, e seu amor continua presente em minha vida até hoje. Agradeço ao
meu pai, Rogério, um homem maravilhoso e um pai perfeito, que abdicou de sua própria vida
para cuidar, proteger e amar meu irmão e a mim. Ele sempre acreditou em nós e nos incentivou
a sermos pessoas boas e profissionais qualificados. Mesmo quando eu não acreditava em mim
mesma, ele sempre teve fé em mim.
Agradeço ao meu irmão, Wallace, que hoje é minha única família. Seu amor, amizade e apoio
têm sido fundamentais para que eu conclua esse ciclo.
Por fim, quero agradecer aos meus amigos pessoais e da faculdade, que também me apoiaram
muito durante todo esse processo de graduação.
RESUMO
A modernização do sistema elétrico é fundamental para acompanhar as novas tecnologias e
garantir o funcionamento eficiente das instalações elétricas. A implantação de um Sistema de
Gestão de Energia é uma prática crucial que permite identificar oportunidades de melhoria no
desempenho energético, reduzir desperdícios e aumentar a eficiência do sistema. O SGE
permite a definição de metas energéticas, o estabelecimento de indicadores de desempenho e a
medição e verificação dos resultados alcançados. Essas práticas permitem monitorar o consumo
de energia e identificar possíveis melhorias contínuas. A qualidade de energia e o diagnóstico
energético em sistemas de iluminação são aspectos relevantes para garantir o funcionamento
seguro e eficiente do sistema elétrico e auxiliar na identificação de possíveis problemas e no
planejamento de ações corretivas. Um dos problemas frequentemente encontrados é a corrente
de inrush, que pode causar interrupções indesejadas no sistema elétrico. Para solucionar esse
problema, são propostas várias soluções na literatura. Uma delas é o uso do relé diferencial, que
consiste em um conjunto de dispositivos e técnicas projetados para proteger o sistema elétrico
contra falhas e danos. Outra solução é o uso de disjuntores termomagnéticos com capacidade
de lidar com correntes de inrush mais elevadas sem causar interrupções indesejadas. Essas
soluções contribuem para a melhoria do desempenho energético, controle operacional e
segurança do sistema elétrico. As normas e regras técnicas, tanto as Normas Brasileiras (NBRs)
quanto as normas internacionais (ISOs) desempenham um papel fundamental na gestão e
segurança dos sistemas elétricos. O cumprimento dessas normas garante a conformidade com
os padrões estabelecidos e a adoção das melhores práticas na implementação de sistemas
elétricos modernizados. A modernização do sistema elétrico e a implantação de um Sistema de
Gestão de Energia são essenciais para melhorar o desempenho energético, o controle
operacional, o projeto, a prevenção de falhas no sistema e equipamentos. O uso de relé
diferencial, disjuntores termomagnéticos e outras soluções técnicas contribuem para a proteção
eficiente do sistema elétrico e a garantia de seu funcionamento seguro e eficiente. O
cumprimento das normas e regras técnicas estabelecidas é fundamental para a gestão e
segurança dos sistemas elétricos.
Palavras-chave: Sistema de Gestão de Energia, Modernização do Sistema Elétrico, Corrente
de Inrush e Sistema de Proteção.
ABSTRACT
The modernization of the electrical system is essential to keep up with new technologies and
ensure the efficient operation of electrical installations. The implementation of an Energy
Management System is a crucial practice that allows identifying opportunities for improvement
in energy performance, waste reduction, and increased system efficiency. The Energy
Management System enables the definition of energy goals, the establishment of performance
indicators, and the measurement and verification of achieved results. These practices enable
monitoring energy consumption and identifying potential continuous improvements. Energy
quality and energy diagnostics in lighting systems are relevant aspects to ensure the safe and
efficient operation of the electrical system and assist in identifying potential issues and planning
corrective actions. One of the commonly encountered problems is inrush current, which can
cause unwanted interruptions in the electrical system. Various solutions are proposed in the
literature to address this problem. One of them is the use of differential relays, which consist of
a set of devices and techniques designed to protect the electrical system against failures and
damages. Another solution is the use of thermal-magnetic circuit breakers capable of handling
higher inrush currents without causing unwanted interruptions. These solutions contribute to
improving energy performance, operational control, and system safety. Technical standards and
regulations, including both Brazilian Standards (NBRs) and international standards (ISOs), play
a fundamental role in the management and safety of electrical systems. Compliance with these
standards ensures conformity to established norms and the adoption of best practices in the
implementation of modernized electrical systems. The modernization of the electrical system
and the implementation of an Energy Management System are essential to improve energy
performance, operational control, design, and prevention of system and equipment failures. The
use of differential relays, thermal-magnetic circuit breakers, and other technical solutions
contribute to the efficient protection of the electrical system and ensure its safe and efficient
operation. Compliance with established technical standards and regulations is fundamental to
the management and safety of electrical systems.
Keywords: Energy Management System, Electrical System Modernization, Inrush Current,
Protection System.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ........................................................................................... 12
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 13
1.4 RELEVÂNCIA ............................................................................................................ 14
1.5 DELIMITAÇÃO .......................................................................................................... 15
1.6 COMPOSIÇÃO DA MONOGRAFIA ........................................................................ 15
1.7 METODOLOGIA ........................................................................................................ 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 19
2.1 CONCEITO DESEMPENHO ENEGÉTICO .............................................................. 20
2.2 CONCEITO CONTROLE OPERACIOCAL .............................................................. 21
2.3 CONCEITO PROJETO ............................................................................................... 21
2.4 CONCEITO MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO .............................................................. 21
2.5 NORMAS TÉCNICAS ................................................................................................ 22
2.6 CONCEITO DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO ........................................................... 24
2.7 CONCEITO QUALIDADE DE ENERGIA ................................................................ 25
2.7 CONCEITO DE FALHA NO SISTEMA E EQUIPAMENTO .................................. 26
3 CORRENTE DE INRUSH ........................................................................................ 29
3.1 SURGIMENTO DA CORRENTE INRUSH............................................................... 30
3.2 ABORDAGEM ANALÍTICA .................................................................................... 31
3.3 DESCRIÇÃO FÍSICA ................................................................................................ 35
3.4 CARACTERÍSTICA DA CORRENTE INRUSH ...................................................... 41
3.5 HARMÔNICOS ........................................................................................................... 43
4 MÉTODOS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO .............................................. 49
4.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO ........................................................................................ 50
4.2 RELÉ DIFERENCIAL ............................................................................................... 53
4.3 DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO ........................................................................ 56
5 CONCLUSÃO............................................................................................................. 57
5.1 CONCLUSÃO DO TRABALHO................................................................................ 57
5.2 TRABALHOS FUTUROS .......................................................................................... 59
REFERÊNCIA ................................................................................................................ 61
11
INTRODUÇÃO
práticas que podem ser adotadas para minimizar seus efeitos no sistema elétrico,
assegurando um funcionamento adequado das instalações elétricas.
1.3. JUSTIFICATIVA
inrush, será possível analisar o impacto desse fenômeno no sistema de proteção elétrica,
contribuindo para a melhoria das práticas e processos relacionados à eficiência energética
e à qualidade da energia nas instalações elétricas.
1.4. RELEVÂNCIA
Diante desse contexto, a pesquisa proposta neste trabalho se mostra relevante, uma
vez que busca analisar a importância da modernização do sistema elétrico antes da
implantação de novas tecnologias, visando a eficiência energética. Compreender os
desafios relacionados à qualidade da energia e ao desempenho dos equipamentos elétricos
15
1.5. DELIMITAÇÃO
Capítulo 1: Introdução.
Apresentação do tema.
Objetivo geral e objetivos específicos.
Justificativa da pesquisa.
Relevância do estudo.
Delimitação do tema proposto.
Desempenho energético.
16
Controle operacional.
Projeto.
Medição e verificação.
Diagnóstico energético.
Normas técnicas.
Qualidade de energia.
Falha no sistema e equipamento.
Através dessa análise teórica, será possível obter uma compreensão aprofundada
dos conceitos fundamentais relacionados ao sistema de gestão de energia elétrica,
fornecendo uma base sólida para a discussão posterior sobre a importância da
modernização do sistema elétrico e as soluções para a corrente de inrush.
1.7. METODOLOGIA
2. REFERENCIAL TEÓRICO
entre o sistema de gestão e a estratégia organizacional (SILVA, 2021). Por fim, o segundo
passo envolve a definição do escopo do SGE, abrangendo as operações, processos e
atividades, bem como a definição das fronteiras, que englobam endereços, instalações
físicas, unidades de negócio e outros dados relevantes (SILVA, 2021).
Analisar uso e consumo de energia com base em medições e outros dados. Uso
e consumo de energia atual e passada.Com base na análise identificar área
críticas:
i) Instalações, equipamentos, sistemas, processos, pessoal.
ii) Determinação de desempenho energético das instalações (Equipamentos,
processos, entre outros).
iii) Estimar os uso e consumo futuros.
Identificar, priorizar e registrar oportunidades de melhoria de desempenho
energético. (FROZZA, 2012, p.8)
21
Assim, Lord Kelvin (William Thomson) acrescenta: "Quando você pode medir
aquilo sobre o que está falando e expressá-lo em números, você sabe algo sobre isso. Mas
quando você não pode medi-lo, quando não pode expressá-lo em números, seu
conhecimento é limitado e insatisfatório. Se você não pode medir algo, não pode melhorá-
lo" (SILVA, 2020, p.1). Silva (2020) destaca que, de maneira geral, as decisões tomadas
em qualquer campo de atuação são baseadas em informações provenientes de medições
realizadas diretamente ou indiretamente relacionadas ao objeto de estudo. Portanto, a
qualidade das medições é algo essencial, pois medições incorretas podem levar a decisões
equivocadas (SILVA, 2020).
22
Assim como Payne (1984) destaca, a etapa de medição e verificação (M&V) tem
o objetivo de quantificar os ganhos ou perdas das ações de Eficiência Energética (AEEs)
dos sistemas eficientizados com base em padrões internacionais. Portanto, as medições
precisam ser apropriadas, representativas e ter uma precisão aceitável (PAYNE, 1984).
Além disso, Fernandes (2017) ressalta que nos últimos anos há uma discussão
sobre a reestruturação e modernização do sistema elétrico de potência, visto que a
configuração atual do sistema elétrico brasileiro é predominantemente do tipo radial,
27
caracterizado pela energia elétrica das usinas hidroelétricas localizadas distantes dos
grandes centros consumidores de energia. Nessa perspectiva, a autora destaca que o
transformador de potência é um elemento estratégico nas redes elétricas, pois está
localizado fisicamente em pontos concentradores de energia, coletando os dados da rede
em alta e baixa tensão. No entanto, esse equipamento também é afetado pela corrente de
inrush, o que pode gerar problemas no transformador e, consequentemente, reduzir a vida
útil do equipamento.
3. CORRENTE DE INRUSH
A equação 3.1 permite a avaliação da máxima corrente de inrush que circula pelo
enrolamento energizado do transformador monofásico, a partir do pior instante de
chaveamento (AZEVEDO, 2007). A expressão matemática abaixo pode ser utilizada para
analisar o desempenho das correntes de inrush, levando em consideração o tipo de
conexão dos enrolamentos dos transformadores trifásicos (AZEVEDO, 2007). Dessa
forma, a equação 3.1 é expressa como:
(3.1)
Sendo,
Raffo (2010) explica como o fenômeno da corrente inrush ocorre no lado primário
do transformador quando o secundário está sem carga. O núcleo do transformador é
composto por material ferromagnético, no qual ocorre o ciclo de histerese, caracterizado
por uma relação não linear entre a intensidade do campo magnético (H) e a indução
magnética (B) (RAFFO, 2010). Ao desenergizar o transformador, dependendo do valor
da excitação, ocorre a indução remanescente, ou seja, o fluxo residual de indução
magnética no núcleo do equipamento (RAFFO, 2010). Durante a operação do
transformador, essa indução remanescente pode representar de 50% a 90% da indução
máxima, dependendo do tipo de aço-silício utilizado (RAFFO, 2010).
Vale ressaltar que a corrente inrush está diretamente relacionada ao fluxo residual
(PINTO, 2019). O fluxo residual surge no núcleo ferromagnético quando a alimentação
do transformador é desligada, e no momento da desenergização, o fluxo magnético está
no laço de histerese (PINTO, 2019). Consequentemente, a porcentagem de magnetização
em relação ao fluxo diminui, resultando em um fluxo residual (PINTO, 2019).
Fm=Qu*B (3.2)
Onde,
Q: carga em movimento;
u: velocidade;
B: campo magnético.
(3.3)
Na qual,
(3.4)
Onde,
(3.5)
Sendo,
Q: carga em movimento;
E: campo elétrico;
u: velocidade;
B: campo magnético.
Assim sendo, a força radial resultante pode ser obtida pela Equação 3.6. Dividindo
a Equação 3.6 pelo valor de π, é possível obter a expressão 3.7, que permite determinar o
valor da força radial média. (GUIMARÃES et al., 2010)
(3.6)
(3.7)
Onde:
(3.8)
34
Vale destacar que a força radial impõe dois tipos de deformações. A primeira é a
deformação forçada, ilustrada na figura 3.3(a), e a segunda é a deformação livre, expressa
na figura 3.3(b). (GUIMARÃES et al., 2010)
Figura 3.3: Enrolamento sob deformação (a) forçada, (b) livre
Além disso, a força axial ocorre devido ao campo radial nas extremidades das
bobinas, que é direcionada para o ponto médio do enrolamento a ser energizado
(GUIMARÃES et al., 2010). Segundo Azevedo (2007), a soma das compressões axiais
próximas ao ponto médio nos enrolamentos interno e externo pode ser expressa pela
equação 3.9.
(3.9)
Onde,
Guimarães et al. (2010) destacam que uma bobina submetida à corrente de inrush
sofre uma força compressiva total direcionada apenas para o enrolamento energizado.
Dessa forma, a força axial total nas extremidades do enrolamento pode ser analisada pela
expressão 3.10 a seguir: (GUIMARÃES et al., 2010)
(3.10)
Na qual,
Portanto, essa relação entre os campos magnético e elétrico induzido é conhecida como a
lei de indução de Faraday (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016).
(3.11)
(3.12)
ou
(3.13)
Onde,
: força eletromotriz;
V: tensão aplicada;
N: número de espiras;
(3.14)
Sendo,
Φ: fluxo magnético;
Φp: valor de pico do fluxo magnético;
w: 2πf, sendo, f a frequência da rede;
φ: ângulo de fase da senóide.
(3.15)
Onde,
(3.16)
(3.17)
(3.18)
A partir da equação 3.18, podemos afirmar que, para manter a variação de tensão,
a indução magnética deve oscilar entre valores de ±Bp por um ciclo (RAFFO, 2010).
Considerando o pior cenário, em que a indução remanente tem um valor de
aproximadamente Bp e a fonte de tensão está ligada a um valor de indução equivalente a
-Bp, será necessária uma indução magnética de 2Bp para atingir o valor de tensão de
chaveamento, conforme ilustrado na figura 3.7. (RAFFO, 2010)
2010). Portanto, essa corrente de excitação elevada é conhecida como corrente de inrush
(RAFFO, 2010).
(3.19)
(3.20)
Onde,
(3.21)
(3.22)
(3.23)
Onde,
(3.24)
Por fim, vale ressaltar que com a tensão senoidal, a corrente apresenta uma forma
distorcida devido, principalmente, aos efeitos da saturação (RAFFO, 2010). No entanto,
algumas distorções podem ser observadas antes do processo de saturação devido às
características não lineares da curva B-H (RAFFO, 2010). Portanto, esse cenário de
distorção devido aos efeitos da saturação pode ser ilustrado pela Figura 3.8. (RAFFO,
2010)
Além disso, é importante ressaltar que a corrente de inrush pode apresentar uma
amplitude de aproximadamente 25 vezes a corrente nominal em um intervalo de 0,01
segundos e, aproximadamente, 12 vezes a corrente nominal em um intervalo de 0,1
segundos (RAFFO, 2010). Essa corrente de energização é necessária para estabelecer o
campo magnético do transformador. No entanto, esse fenômeno gera uma série de efeitos
indesejados (RAFFO, 2010), especialmente considerando que a amplitude da corrente de
inrush está na mesma faixa da amplitude da corrente de curto-circuito. (RAFFO, 2010)
3.5. HARMÔNICOS
Um ciclo da corrente de irrupção ideal pode ser expresso na equação 3.25 como:
(WANG; HALMITON, 2008)
(3.25)
(3.26)
(3.27)
(3.28)
Quando n=2, o segundo componente harmônico expresso pela equação 3.27 pode
ser reescrito para a expressão 3.29: (WANG; HALMITON, 2008)
(3.29)
(3.30)
Quando, α=4π/3,
(3.31)
É por isso que 17,1% da relação do segundo harmônico foi considerado como o
mínimo na corrente de energização do transformador. (WANG; HALMITON, 2008)
(3.32)
Mardegan (2010) destaca que na figura 3.12, a corrente inrush não apresenta uma
forma de onda senoidal, mas sim pulsante, com o semiciclo negativo sendo ceifado.
Dependendo do valor do fluxo residual e do momento de energização do transformador,
essa onda pode estar no eixo positivo ou no eixo negativo (MARDEGAN, 2010).
Portanto, essa é a forma de onda típica da corrente inrush, e é devido a essa configuração
de onda que o teor de 2ª harmônico é elevado. (MARDEGAN, 2010)
Wang and Hamilton (2008) identificaram que fatores como o fluxo residual, o fluxo
de saturação e o ângulo de energização influenciam a relação do segundo harmônico na
corrente de inrush. Os autores destacam que um fluxo residual mais alto e/ou um fluxo
de saturação mais baixo nos transformadores podem resultar em uma alta corrente
diferencial de operação e uma menor relação do segundo harmônico (WANG;
HALMITON, 2008). Esse cenário pode causar preocupação em termos de segurança na
proteção diferencial durante a energização do transformador (WANG; HALMITON,
2008).
Uma curva B-H pode ser facilmente transformada em uma Φ-I curva pelas
seguintes relações.
(3.33)
(3.34)
Onde,
A corrente de inrush pode ocasionar problemas tanto no sistema elétrico como nos
equipamentos, como é o caso dos transformadores (GUIMARÃES et al., 2010). Dentre
os problemas decorrentes desse fenômeno, podemos citar: “o afundamentos
momentâneos de tensão, sobretensões harmônicas temporárias, estresse eletromecânico
nos enrolamentos dos transformadores, deterioração da isolação, operações erráticas de
relés diferenciais e de sobrecorrentes, etc” (GUIMARÃES et al., 2010, p.1). Essa situação
operacional pode resultar em uma degradação da qualidade da energia elétrica fornecida
pelo sistema, diminuindo a vida útil do transformador (GUIMARÃES et al., 2010).
A questão das correntes de inrush tem sido objeto de estudo e preocupação para
muitos pesquisadores e engenheiros que buscam aprimorar a proteção do sistema elétrico.
Como resultado, existe uma ampla literatura dedicada ao desenvolvimento de
metodologias e técnicas de modelagem computacional, dispositivos eletromagnéticos,
equações elétricas e magnéticas, além de modelos que utilizam técnicas no domínio do
tempo, entre outras abordagens. Essas técnicas de modelagem têm como objetivo prever
o desempenho dos componentes elétricos e evitar desperdícios, principalmente em termos
financeiros, dentro de uma empresa.
Figura 4.1: funções da tabela ANSI utilizadas para a proteção de transformadores de potência.
Sendo,
(4.1)
Se,
(4.2)
Então,
(4.3)
(4.4)
(4.5)
(4.6)
Onde,
Além disso, a corrente de restrição IR pode ser definida como a máxima (Max),
média (Average) ou mínima (Min) das correntes compensadas, conforme expressões 4.7,
3.8 e 4.9 (WANG; HALMITON, 2008). Wang e Hamilton (2008) também ressaltam a
52
(4.7)
(4.8)
(4.9)
(4.10)
54
As relações de segundo harmônico são calculadas por fase com base na soma
(4.11)
As três fases do segundo harmônico são somadas para criar um único sinal
harmônico, o qual é compartilhado no cálculo da relação do segundo harmônico em cada
fase (WANG; HALMITON, 2008). No caso de ocorrência de uma falha interna em uma
fase durante a energização, a corrente de operação resultaria em uma baixa relação
harmônica, e assim, nenhum obstáculo seria gerado a partir da fase com falha (WANG;
HALMITON, 2008). Dessa forma, a restrição harmônica com compartilhamento
harmônico do tipo soma é ilustrada na figura 4.5. (WANG; HALMITON, 2008)
corrente. Além disso, Tavares (2013) afirma que a corrente de inrush pode apresentar
harmônicos de 2ª e 5ª ordem, que são utilizados na lógica de restrição por harmônicos.
Portanto, somar a parcela da corrente de restrição com as parcelas dos conteúdos
harmônicos de 2ª e 5ª ordem é um método para aprimorar a proteção diferencial
(TAVARES, 2013).
Onde,
Além disso, Mamede (2017) caracteriza o disjuntor por meio de suas quatro
regiões de diferentes comportamentos:
5. CONCLUSÃO
Com base nos progressos expostos ao longo dessa monografia, este último
capítulo reúne as principais contribuições e os avanços mais relevantes alcançados na
investigação descrita nesse estudo. Como resultado de uma investigação bibliográfica
conduzida para analisar que a corrente inrush tem sido alvo de estudo devido a
preocupação de diversos pesquisadores em relação a proteção do sistema elétrico.
Portanto, esses especialistas estão em busca de métodos para aperfeiçoar as estratégias de
proteção do sistema.
Para mais, Fernandes (2017) propôs um algoritmo como método para um relé
diferencial neuro-wavelet, utilizado na proteção de transformadores. Esse método se
baseia na proteção diferencial, fazendo uso das energias dos coeficientes wavelet para
detecção de distúrbios na zona de proteção do transformador. A classificação dos
distúrbios é realizada por meio de redes neurais (FERNANDES, 2017). Essa técnica tem
como objetivo calcular as correntes que circulam pelos terminais do secundário dos
transformadores de alta e baixa tensão, utilizando um processo de pré-processamento do
sinal (FERNANDES, 2017).
58
Orzáez et al. (2017) enfatiza que o disjuntor termomagnético é uma opção viável
para complementar o sistema de proteção. Conforme mencionado por Mamede (2017),
os disjuntores termomagnéticos são capazes de operar de acordo com suas curvas de
características térmicas (curva T) e magnéticas (curva M). Finalmente, Costa e Lemos
(2018) destacam que os disjuntores termomagnéticos possuem a capacidade de
interromper um defeito antes que os efeitos térmicos e elétricos possam causar danos ao
sistema e aos equipamentos elétricos, além de fornecer proteção contra sobrecarga na
rede.
É importante destacar que na presente pesquisa foram apresentadas soluções
encontradas na literatura para lidar com esse problema da corrente de inrush. Dentro desse
contexto, foi utilizado como exemplo a tendência de adoção de luminárias LED, as quais,
sem ajustes adequados nas instalações elétricas, podem causar problemas como a corrente
de inrush e seus efeitos prejudiciais no sistema elétrico. Portanto, fica claro a importância
da implementação de um Sistema de Gestão de Energia (SGE) como uma maneira de
identificar possíveis oportunidades de melhoria no desempenho energético para não gerar
desperdícios na inserção de uma nova tecnologia para a empresa.
Por fim, Resende (2019) ressalta que ao utilizar um driver de maneira adequada é
possível ajustar as configurações de partida, fazendo com que a corrente inicial seja
gradualmente aumentada ao longo do tempo. Com esse processo evita picos de corrente
repentinos e reduz o impacto da corrente de inrush no sistema elétrico (RESENDE, 2019).
Além disso, os drives também oferecem recursos como controle de torque e controle de
aceleração, o que pode ajudar a minimizar o impacto da corrente de inrush em
equipamentos sensíveis (RESENDE, 2019). Finalmente, os drives são uma solução viável
para mitigar a corrente de inrush, proporcionando uma partida suave e controlada para
motores elétricos, evitando assim danos ao sistema elétrico e aos equipamentos
conectados. (RESENDE, 2019)
60
61
REFERÊNCIAS
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