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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT

IGOR DE SOUZA UNGARETTI


IGOR NUNES DE OLIVEIRA APELES
JOÃO VICTOR CAVALCANTE DE LIMA
JONATAN DANTAS SANTOS
KARINE DOS ANJOS DA SILVA
LUCAS WELLINGTON DE SOUZA

SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

São Paulo – SP
08/12/2023
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IGOR DE SOUZA UNGARETTI RA:822161882


IGOR NUNES DE OLIVEIRA APELES RA:822161871
JOÃO VICTOR CAVALCANTE DE LIMA RA:822161866
JONATAN DANTAS SANTOS RA:822163010
KARINE DOS ANJOS DA SILVA RA:822162374
LUCAS WELLINGTON DE SOUZA RA:822163013

SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

Trabalho Semestral apresentado ao curso


de Engenharia, para UC Análise e Modelagem de
Sistemas de Potência em Alta Tensão, da
Universidade São Judas Tadeu.

São Paulo - SP
08/12/2023
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SUMÁRIO

TOC \h \o "1-2"HYPERLINK "" \l "_Toc152179785"1........................Introdução


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2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA............Error: Reference source not found
2.2 Sitema De Controle E Proteção................................................................13
2.3 Tipos De Topologias........................................... Error: Reference source not found
2.4 Tipos De Barras.................................................. Error: Reference source not found
3 FLUXO DE POTÊNCIA....................................Error: Reference source not found
3 FLUXO DE POTÊNCIA....................................Error: Reference source not found
4 INTRODUÇÃO AO MÉTODO NUMÉRICO...Error: Reference source not found
4.1 Sistemas Lineares............................................... Error: Reference source not found
4.2 Método De Eliminação De Gauss.......................Error: Reference source not found
5 DECOMPOSIÇÃO LU...................................... Error: Reference source not found
5.1 Fundamentação Teórica......................................Error: Reference source not found
5.2 Aplicação no Fluxo de Potência......................... Error: Reference source not found
6 CONCLUSÃO.......................................................................................................37
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 38
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho explora aspectos essenciais relacionados ao SEP, com foco no Sistema
de controle e Proteção, diferentes topologia e tipos de barras. Para garantir a eficiência e
confiabilidade na transmissão e distribuição de energia é essencial compreender o
desempenho do Sistema Elétrico de Potência (SEP).
Além disso, o estudo abrange a análise de Fluxo de Potência, onde entender como a
potência flui através das linhas e barramentos é crucial para garantir o equilíbrio e
estabilidade do sistema elétrico. Onde é apresentado algumas leis, como a Lei de Ohms e de
Kirchoff que vão ser essenciais mais para frente.
Foi introduzido conceitos fundamentais de métodos numéricos, pois a resolução de
sistemas lineares é uma ferramenta essencial, destacando o Método de Eliminação de Gauss
ou Método de Gauss Simples, que nos ajudara a resolver o Método de Decomposição LU.
Tais métodos são técnicas matemáticas utilizadas para resolver problemas complexos que
envolvem cálculos aproximados ou simulações numéricas. Em vez de depender de fórmulas
fechadas, esses métodos resolvem o problema dividindo-o em pequenos passos ou partes. Isso
geralmente envolve a manipulação de números e a execução de cálculos repetitivos.
O método trabalhado nesse trabalho foi o Método de Decomposição LU, onde por
meio da divisão da nossa matriz A, em duas matrizes triangulares, uma superior e outra
inferior, conseguimos calcular e chegar em um resultado. É apresentado uma base teórica e
exemplos do método, aprofundando o uso na Engenharia Elétrica (na análise nodal).
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2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

O sistema elétrico de potência (SEP) é uma intricada rede de elementos destinados à


geração, transmissão, distribuição e utilização eficaz de energia elétrica. Essencial para prover
eletricidade de maneira eficiente a residências, indústrias, estabelecimentos comerciais e
outros setores, o SEP desempenha um papel crucial na infraestrutura elétrica global. A seguir,
serão abordados elementos e conceitos fundamentais desse sistema.

2.1.1 Geração

A geração de energia constitui um processo vital, envolvendo a produção de


eletricidade a partir de diversas fontes energéticas. Este processo apresenta uma variedade de
formas, cada uma caracterizada por particularidades distintas, evidenciando a diversidade
desse campo.
A geração termelétrica compreende o uso de combustíveis fósseis e energia nuclear.
Nas usinas termelétricas movidas a carvão, óleo ou gás natural, a queima desses combustíveis
produz calor, convertido em eletricidade por meio de turbinas e geradores. Já as usinas
nucleares utilizam reações nucleares para gerar calor, aquecendo água e produzindo vapor
que, por sua vez, aciona turbinas, gerando eletricidade.
A geração hidrelétrica explora a energia cinética da água em movimento, seja de rios
ou quedas d'água, convertendo essa energia em eletricidade por meio de turbinas e geradores
em usinas hidrelétricas.
Na geração eólica, a energia cinética do vento é capturada por aerogeradores,
convertendo a rotação das pás em eletricidade.
A energia solar é capturada por meio de painéis solares fotovoltaicos, que convertem
diretamente a luz solar em eletricidade. Usinas solares concentradas, por outro lado, utilizam
espelhos ou lentes para focalizar a luz solar, gerando calor convertido em eletricidade.
A geração de biomassa envolve a queima ou conversão de resíduos orgânicos, como
restos de colheitas, resíduos florestais ou resíduos agrícolas, para gerar eletricidade.
A geração geotérmica utiliza a energia térmica do interior da Terra para gerar vapor,
acionando turbinas e geradores em usinas geotérmicas.
A energia cinética das ondas e marés é capturada e convertida em eletricidade por
dispositivos específicos na geração de ondas e marés.
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Cada modalidade de geração de energia apresenta suas próprias vantagens e


desvantagens, considerando impacto ambiental, custos, disponibilidade e confiabilidade. Em
consonância com os princípios do desenvolvimento sustentável, a transição para fontes de
energia renovável é incentivada, visando reduzir a dependência de combustíveis fósseis e
mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

2.1.2 Transmissão

A transmissão de energia elétrica desempenha um papel fundamental no transporte


eficiente da eletricidade gerada em usinas para os centros de consumo. Este processo é
caracterizado por diversos elementos que visam otimizar a eficiência e a confiabilidade do
sistema elétrico. A infraestrutura de transmissão, composta por linhas de alta voltagem,
desempenha um papel crucial na minimização das perdas de energia durante o transporte. A
opção por transmissão em alta voltagem busca reduzir as perdas proporcionais à corrente,
promovendo uma eficiência energética mais elevada.
Ao longo do percurso, subestações distribuídas controlam a voltagem e realizam
ajustes quando necessário, assegurando níveis apropriados para a transmissão e distribuição
eficientes. As estruturas de suporte, como torres e postes, desempenham um papel crucial ao
sustentar as linhas de transmissão, mantendo os cabos elevados para garantir a distribuição
segura da eletricidade.
Em situações específicas, como longas distâncias ou atravessamento de corpos d'água,
a utilização da tecnologia de Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC) torna-se uma
abordagem mais eficiente em termos de perdas de energia. A sincronização da frequência da
corrente alternada (CA) transmitida com a da rede existente é essencial para uma integração
eficiente na rede elétrica.
O controle do fluxo de potência desempenha um papel crítico na distribuição eficiente
da eletricidade, prevenindo sobrecargas e quedas de tensão que poderiam comprometer a
estabilidade do sistema. Em níveis mais amplos, conexões internacionais por meio de linhas
de transmissão permitem o compartilhamento de energia e recursos entre sistemas elétricos de
diferentes países.
Apesar dos benefícios, a transmissão de energia enfrenta desafios significativos,
incluindo perdas de energia, congestionamentos na rede e a necessidade premente de
modernização da infraestrutura para atender ao aumento da demanda e integrar fontes
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renováveis. Esses desafios destacam a importância contínua de inovações e investimentos


para garantir a confiabilidade e estabilidade do sistema elétrico em constante evolução.

2.1.3 Distribuição

A distribuição de energia elétrica representa uma fase essencial no Sistema Elétrico


de Potência (SEP), incumbida de conduzir a eletricidade dos pontos de geração ou
subestações de transmissão até os usuários finais, englobando residências, empresas e
indústrias. Dentre os diversos aspectos relacionados a essa etapa do sistema, abordaremos
elementos cruciais.
A infraestrutura de distribuição compreende redes de distribuição, linhas e
subestações destinadas a transportar eletricidade em níveis de tensão mais baixos para áreas
locais. Nas subestações de distribuição, a tensão é reduzida a níveis seguros e adequados para
ser entregue diretamente aos consumidores.
As linhas de distribuição podem ser implantadas de forma aérea, em postes, ou
subterrânea, dependendo das condições locais e das preferências de infraestrutura urbana. A
distribuição trifásica, empregando sistemas onde três condutores transportam correntes
alternadas defasadas em 120 graus elétricos, é prevalente na maioria das redes de distribuição.

A medição de consumo é realizada por dispositivos colocados em residências e


empresas para quantificar o uso de eletricidade, possibilitando a cobrança com base na
quantidade de energia utilizada. A manutenção periódica é essencial para assegurar a
confiabilidade da rede de distribuição, com empresas de energia monitorando continuamente
o desempenho do sistema, identificando falhas e realizando reparos preventivos.
A automação e as redes inteligentes, conhecidas como Smart Grids, estão sendo
implementadas para aprimorar a eficiência e resiliência da distribuição de energia,
incorporando tecnologias de comunicação para monitoramento e controle em tempo real.
Transformações significativas na distribuição de energia ocorrem devido à integração
de fontes de energia renovável distribuída, como painéis solares e turbinas eólicas em áreas
urbanas. No entanto, desafios persistentes incluem a necessidade de modernizar a
infraestrutura, gerenciar a carga durante períodos de demanda elevada e adaptar-se
eficazmente às flutuações na geração de energia, especialmente com o crescimento das
energias renováveis.
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A distribuição de energia elétrica desempenha, assim, um papel crucial na garantia de


que a eletricidade gerada seja entregue de maneira eficiente aos consumidores finais,
contribuindo de forma substancial para a funcionalidade e estabilidade do sistema elétrico
como um todo.

2.2 Sistema de Controle e Proteção

O Sistema de Controle e Proteção de Energia (SCPE) representa uma componente


essencial do Sistema Elétrico de Potência (SEP), incumbido de monitorar, controlar e proteger
a infraestrutura elétrica para garantir seu funcionamento seguro e eficiente. Este artigo destaca
alguns aspectos fundamentais relacionados ao Sistema de Controle e Proteção de Energia.

O SCPE realiza um monitoramento constante do estado da rede elétrica por meio de


dispositivos como sensores, medidores e relés, coletando dados em tempo real sobre tensões,
correntes, frequência e outros parâmetros elétricos. O centro de controle de energia,
geralmente baseado em um Centro de Controle, supervisiona o estado do sistema utilizando
sistemas de controle supervisório (SCADA) e toma decisões para assegurar a estabilidade e
confiabilidade da rede.

Sistemas automáticos de controle são empregados para ajustar variáveis como a


geração de energia, a tensão e a reconfiguração da rede, visando manter a estabilidade e
atender à demanda em tempo real. O SCPE também desempenha o papel de identificar e
isolar falhas na rede elétrica, evitando danos a equipamentos e interrupções no fornecimento
de energia, utilizando relés de proteção para desconectar rapidamente partes defeituosas do
sistema.

A coordenação dos dispositivos de proteção é crucial para garantir que o dispositivo


mais próximo da falha atue primeiro, isolando a área afetada sem desconectar
desnecessariamente grandes porções da rede. Além disso, sistemas de controle podem
incorporar funcionalidades de restabelecimento automático, reconfigurando automaticamente
o sistema após uma falha temporária para restaurar o fornecimento de energia.
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O SCPE monitora também a qualidade da energia, assegurando que a tensão, a


frequência e outros parâmetros estejam dentro de limites aceitáveis para atender aos requisitos
dos equipamentos elétricos conectados à rede. Em sistemas com múltiplos geradores, o SCPE
garante a sincronização adequada para evitar danos aos equipamentos e manter a estabilidade
da rede.

Dada a crescente digitalização, a segurança cibernética tornou-se uma preocupação


crítica para proteger os sistemas de controle contra ameaças digitais. O SCPE desempenha,
portanto, um papel crucial na operação segura e eficiente do sistema elétrico, garantindo a
estabilidade da rede, protegendo equipamentos contra falhas e proporcionando uma resposta
rápida a eventos imprevistos. Sua evolução continua em resposta às mudanças tecnológicas e
aos desafios emergentes na gestão da energia elétrica.

2.2.1 Órgãos regulamentadores do Sistema

No âmbito brasileiro, a gestão eficiente e segura do sistema elétrico de potência é


confiada à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e ao Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS). Estas entidades desempenham papéis cruciais na definição de
diretrizes, normas e regulamentos que permeiam todos os aspectos do setor elétrico, visando
garantir a estabilidade, confiabilidade e segurança do sistema.
A ANEEL, enquanto entidade reguladora, assume a responsabilidade de supervisionar
e regulamentar as operações no setor elétrico brasileiro. Seu papel abrange desde a concessão
de licenças para novos empreendimentos até a definição de tarifas e políticas que incentivam
a eficiência e a sustentabilidade. O enfoque da ANEEL em estabilidade transcende as
fronteiras técnicas, englobando aspectos econômicos e ambientais para assegurar uma
abordagem holística e equilibrada.
Por sua vez, o ONS desempenha um papel vital na operação cotidiana do sistema
elétrico, monitorando e controlando as variáveis-chave que sustentam a estabilidade do
sistema. O controle preciso de frequência e tensão, juntamente com a habilidade de enfrentar
contingências imprevistas, são elementos cruciais do seu escopo operacional. Ademais, o
ONS atua ativamente no planejamento estratégico e na expansão do sistema elétrico,
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considerando meticulosamente os requisitos de estabilidade para garantir a confiabilidade a


longo prazo.
Dessa maneira, a colaboração entre a ANEEL e o ONS ultrapassa a mera regulação e
operação, sendo essencial para manter um equilíbrio delicado entre a oferta e a demanda de
energia, proporcionando um ambiente seguro e sustentável para o setor elétrico brasileiro.
Esta parceria estratégica não apenas estabelece padrões elevados para a estabilidade do
sistema elétrico, mas também impulsiona a inovação e o aprimoramento contínuo,
contribuindo para um setor elétrico robusto e adaptável às mudanças do cenário energético
global.

2.3 Tipos de topologias no Sistema Elétrico de Potência

O sistema elétrico de potência (SEP) é uma rede complexa e interconectada que


envolve a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. As topologias do SEP
referem-se à organização estrutural e à disposição dos seus componentes. Aqui estão alguns
tipos comuns de topologias no sistema elétrico de potência:

Topologia Radial:
Nessa topologia, a energia flui em uma direção, partindo de uma fonte central (como
uma usina geradora) para vários pontos de distribuição. É uma configuração simples e direta,
mas pode ser menos redundante em termos de confiabilidade.

Topologia Malhada (Meshed):


Ao contrário da topologia radial, a malha permite múltiplos caminhos para o fluxo de
energia. Isso aumenta a redundância e a confiabilidade, pois, em caso de falha em um trecho,
a energia pode ser roteada por outros caminhos.

Topologia em Anel:
Nesta configuração, as linhas de transmissão formam um anel fechado. Isso
proporciona redundância semelhante à topologia malhada e é utilizada para garantir uma
operação contínua em caso de falha.

Topologia de Árvore:
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Esta topologia se assemelha a uma estrutura de árvore, com um ramo principal


conectado a vários ramos secundários. É frequentemente usada em sistemas de distribuição,
onde a energia flui do alimentador principal para alimentadores secundários.

Topologia Híbrida:
Em sistemas elétricos complexos, é comum ter uma combinação de topologias, como
uma malha em uma região densamente povoada e uma topologia radial em áreas mais
remotas.

Topologia de Anel com Ramificações:


Uma variação da topologia em anel, onde existem derivações conectadas ao anel
principal. Isso permite maior flexibilidade e capacidade de manobra em caso de falha.

Topologia Estrela:
Geralmente usado em sistemas de distribuição, onde várias cargas são conectadas a
um ponto central, assemelhando-se a uma estrela. Cada carga é alimentada a partir do ponto
central.

Topologia em Cascata:
Utilizada em sistemas de transmissão de alta voltagem, onde várias linhas são
conectadas em série, permitindo a transmissão de grandes quantidades de energia a longas
distâncias.
Essas topologias variam em complexidade e são escolhidas com base nos requisitos
específicos de uma região, na carga a ser atendida e nos objetivos de confiabilidade e
eficiência. A seleção da topologia adequada é uma parte crucial do planejamento e projeto do
sistema elétrico de potência.

2.4 Tipos de barras no Sistema Elétrico de Potência

No contexto do Sistema Elétrico de Potência (SEP), as barras desempenham um papel


crucial como pontos de conexão elétrica que representam níveis de tensão em uma rede
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elétrica. A diversidade de funções atribuídas a diferentes tipos de barras destaca sua


importância na operação e análise sistemática. A seguir, são apresentados alguns dos tipos
comuns de barras no SEP:
A Barra de Geração (Geradora) está intrinsecamente ligada a uma unidade geradora,
assumindo a responsabilidade de ser o ponto de injeção de energia no sistema. A tensão nessa
barra é geralmente controlada pela unidade geradora, influenciando diretamente o processo de
geração.
A Barra de Carga (Carregadora) representa um ponto de consumo de energia,
abrangendo desde indústrias até residências. Nessa barra, a tensão é normalmente especificada
e controlada, desempenhando um papel fundamental na distribuição eficiente de energia.
A Barra de Transferência (Swing ou Slack) desempenha um papel singular como uma
barra de referência crucial para o cálculo do fluxo de potência. Tanto a tensão quanto o ângulo
nesta barra são geralmente especificados como referência, sendo denominada "swing" devido
à escolha arbitrariamente determinada da fase.
A Barra de Derivação (Voltage Controlled) está associada a subestações com a
capacidade de regular a tensão localmente. Esse controle de tensão ocorre automaticamente
para manter a estabilidade, assegurando que a tensão na barra permaneça dentro de limites
específicos.
A Barra de Ângulo Controlado (Phase Controlled) proporciona a capacidade de
ajustar o ângulo de fase da tensão. Essa barra é empregada em pontos onde equipamentos,
como transformadores de fase variável, podem modular o ângulo da tensão.
A Barra de Conexão (PQ), conhecida como barra de potência ativa e reativa,
representa uma carga com valores conhecidos de potência ativa (P) e potência reativa (Q). A
determinação da tensão e do ângulo ocorre por meio do cálculo do fluxo de potência.
A Barra de Controle de Tensão (Voltage Controlled) está associada a dispositivos de
controle de tensão, como reguladores de tensão. Esses dispositivos têm a função de ajustar a
tensão localmente para manter os níveis desejados.
A Barra de Controle de Potência (Power Controlled) é utilizada em estudos de
estabilidade de tensão, onde o controle é direcionado à potência, ajustando a tensão para
manter a potência no valor desejado.

Esses diversos tipos de barras desempenham um papel central na modelagem e


simulação do comportamento do sistema elétrico de potência. A seleção criteriosa e a
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configuração apropriada dessas barras são fundamentais para conduzir análises precisas e
garantir a eficiência operacional do sistema.

3. FLUXO DE POTÊNCIA NO SISTEMA ELÉTRICO

O fluxo de potência no sistema elétrico refere-se à maneira como a energia elétrica flui
por meio das linhas de transmissão, transformadores e outros componentes do sistema. É uma
análise fundamental para compreender e operar eficientemente o sistema elétrico de potência
(SEP), pois permite avaliar como a potência ativa e reativa se propaga e é distribuída entre os
diversos pontos da rede.
O fluxo de potência é influenciado por diversos fatores, incluindo a geração de
energia, a demanda dos consumidores, as características das linhas de transmissão, as
configurações dos transformadores, as impedâncias dos equipamentos e outros elementos do
sistema. Esse processo é descrito pelas leis da eletricidade e do eletromagnetismo, e as
equações que modelam o fluxo de potência são baseadas nos princípios de conservação de
energia.
O fluxo de potência pode ser analisado em dois principais componentes: potência
ativa (ou real) e potência reativa. A potência ativa é a energia efetivamente consumida para
realizar trabalho útil, como acionar motores e iluminar lâmpadas. A potência reativa, por
outro lado, não realiza trabalho útil diretamente, mas é essencial para manter a estabilidade do
sistema e regular as tensões.
Existem métodos computacionais avançados, como a Análise de Fluxo de Potência
(AFP), que são utilizados para calcular e simular o fluxo de potência em redes elétricas
complexas. Essas análises ajudam os operadores do sistema a tomar decisões informadas
sobre a operação, manutenção e expansão do sistema elétrico.
Durante o fluxo de potência, é crucial garantir que a rede opere dentro de limites
seguros e que as variáveis elétricas, como tensão e frequência, estejam dentro de faixas
aceitáveis. A coordenação entre os diferentes órgãos reguladores, operadores do sistema e
entidades de controle, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), desempenha um papel fundamental para manter a
estabilidade e confiabilidade do sistema elétrico durante o fluxo de potência.

3.1. Memorial de cálculo


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1° Lei de Ohm
U = I.R
Onde:
U é a diferença de potencial elétrico (Volts - V)
I é a intensidade corrente elétrica (Ampere - A)
R é a resistência elétrica (Ω)
Esta equação expressa a relação entre a tensão (U), a corrente (I) e a resistência (R) em
um circuito. Ela indica que a tensão é igual ao produto da corrente pela resistência. As
unidades são volts (V) para a tensão, amperes (A) para a corrente e ohms (Ω) para a
resistência.

2° Lei de Ohm
L
R=ρ
A
Onde:
ρ−¿ Resistividade do material (Ω ⋅m )
A – Área de seção transversal do condutor (m2)
L−¿ Comprimento do condutor (m)

P= V.I
Onde:
P é a potência,
V é tensão elétrica e
I é a corrente elétrica
Esta equação relaciona a potência (P) em um circuito com a tensão (V) e a corrente (I).
A potência é igual ao produto da tensão pela corrente. As unidades são watts (W) para a
potência, volts (V) para a tensão e amperes (A) para a corrente. Vale ressaltar que essas leis
são aplicáveis a circuitos lineares e não levam em consideração componentes como
capacitores e indutores, que introduzem reatâncias e complexidade adicional em circuitos de
corrente alternada.

Lei dos nós (Kirchhoff)


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A Lei dos Nós, também conhecida como Lei da Corrente Nodal, afirma que a soma
das correntes que entram em um nó de um circuito elétrico é igual à soma das correntes que
saem desse nó. Em termos matemáticos, a soma algébrica das correntes em um nó é zero,
portanto:
IS= IE1+IE2
IS é igual a corrente de Saída,
IE1 é igual a corrente de entrada 1 e
IE2 é igual a corrente de entrada 2.

Lei das malhas (Kirchhoff)


A Lei das Malhas, ou Lei da Tensão de Kirchhoff, estabelece que a soma das
diferenças de potencial (tensões) em uma malha fechada de um circuito elétrico é igual à
soma dos produtos das correntes pelos resistores nessa malha. Isso pode ser expresso como a
soma algébrica das tensões em uma malha é igual à soma algébrica dos produtos corrente-
resistência.
Estas leis são fundamentais para a análise de circuitos elétricos e são aplicáveis a
circuitos de corrente contínua (CC) e corrente alternada (CA).
∑k=1nVk=∑k=1mIk⋅Rk

Potência Ativa
O cálculo da potência ativa (ou real) em um circuito elétrico pode ser realizado
utilizando a seguinte fórmula:
P=V⋅I⋅cos(θ)
onde:
P é a potência ativa em watts (W),
V é a tensão em volts (V),
I é a corrente em amperes (A), e
cos(θ) é o fator de potência, que representa o cosseno do ângulo de fase entre a tensão
e a corrente.
Em circuitos de corrente alternada (CA), o fator de potência pode ser afetado por
elementos como cargas indutivas ou capacitivas, resultando em um atraso ou avanço na fase
entre a tensão e a corrente. se o fator de potência não for conhecido, mas a potência aparente e
a potência reativa estiverem disponíveis, você pode usar a seguinte fórmula para calcular a
potência ativa:
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P=√(S^2=Q²)
Onde:
S é a potência Aparente em Volt Ampere (VA) e
Q é a potência Reativa em Volt Ampere Reativo (VAr).

Potência Reativa
O cálculo da potência reativa em um circuito de corrente alternada pode ser feito
usando a seguinte fórmula:
Q=V⋅I⋅sin(θ)
onde:
Q é a potência reativa em volt-ampere reativo (VAR),
V é a tensão em volts (V),
I é a corrente em amperes (A), e
sin(θ) é o seno do ângulo de fase entre a tensão e a corrente.
O ângulo de fase (θ) indica a diferença de fase entre a onda de tensão e a onda de
corrente em um circuito de corrente alternada. O seno desse ângulo é utilizado para calcular a
componente de potência reativa do sistema.
Se você souber o fator de potência cos(θ), você pode usar a relação trigonométrica:
sin(θ)= √(1-cos²(θ))
Para calcular o seno do ângulo de fase e, assim, determinar a potência reativa.

Potência Aparente
A potência aparente em um circuito de corrente alternada pode ser calculada usando a
seguinte fórmula:
S= V.I
onde:
P é a potência ativa em watts (W),
V é a tensão em volts (V) e
I é a corrente em amperes (A)
A potência aparente é a combinação da potência ativa (real) e da potência reativa em
um sistema elétrico de corrente alternada. Ela representa a carga total que está sendo
demandada do sistema.
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É importante notar que a potência aparente é uma quantidade vetorial, ou seja, ela tem
uma magnitude e uma fase. A magnitude é dada pela fórmula acima, e a fase está relacionada
ao ângulo de fase entre a tensão e a corrente no circuito.
O triângulo de potências em sistemas de corrente alternada é uma representação
gráfica que ilustra as relações entre a potência ativa, potência reativa e potência aparente. O
fator de potência, que é a razão entre a potência ativa e a potência aparente, indica a eficiência
com que a energia elétrica está sendo convertida em trabalho útil.

Fator de Potência
O ângulo de desfasagem (ou defasagem) entre a tensão e a corrente em um circuito de
corrente alternada pode ser calculado usando a trigonometria. O cosseno desse ângulo é
conhecido como fator de potência cos(θ).
A fórmula para calcular o ângulo de desfasagem é:
θ= arccos (P/S)
Onde:
θ é o ângulo de desfasagem em radianos,
P é a potência ativa (real) em watts (W), e
S é a potência aparente em volt-amperes (VA).
É importante mencionar que o ângulo de desfasagem indica se a corrente está atrasada
quando θ for maior que 0 (zero) e adiantada quando θ menor que 0, em relação à tensão no
circuito.

Impedância
O cálculo da impedância em um circuito de corrente alternada (CA) envolve
considerar a resistência (R) e a reatância (X), onde a reatância pode ser de natureza indutiva
(XL) ou capacitiva (XC). A impedância total (Z) é a soma vetorial da resistência e reatância e
é representada como:
Z=R+jX
onde:
Z é a impedância total em ohms (Ω),
R é a resistência em ohms (Ω),
j é a unidade imaginária (J²=-1),
X é a reatância total em ohms (Ω).
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A reatância total (X) pode ser a soma vetorial da reatância indutiva (XL) e reatância
capacitiva (XC):
X=X L+X C
A reatância indutiva (XL) é dada por:
XL= 2πfL
onde:
f é a frequência da corrente alternada em hertz (Hz),
L é a indutância em henrys (H).
A reatância capacitiva (X C) é dada por:
XC= 1/2πfC
onde:
f é a frequência da corrente alternada em hertz (Hz),
C é a capacitância em farads (F).

Corrente de curto-circuito em CA
O cálculo da corrente de curto-circuito em um sistema de corrente alternada (CA)
envolve a determinação da corrente máxima que fluiria em um curto-circuito no sistema. Essa
corrente é conhecida como corrente de curto-circuito simétrica, muitas vezes representada
como Icc ou Ik.
A fórmula geral para calcular a corrente de curto-circuito simétrica em um ponto
específico de um sistema é dada por:
Icc= U/Zk
Onde:
Icc é a corrente de curto-circuito simétrica em amperes (A)
U é a tensão do sistema em volts(V) no ponto considerado e
Zk é a impedância de curto-circuito em ohms(Ω) no ponto considerado.
Relação de transformação para transformadores ideal em CA
A relação de transformação em transformadores de corrente alternada (CA) é dada
pela razão entre a tensão no lado secundário (V2) e a tensão no lado primário (V1). A fórmula
geral para a relação de transformação é:
Relação de transformação = V1/V2
A relação de transformação também pode ser expressa em termos da razão entre as
espiras no lado secundário (N2) e as espiras no lado primário (N1) do transformador. Neste
caso, a fórmula é:
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Relação de transformação = N1/N2


As duas fórmulas são equivalentes, pois a relação entre as tensões é inversamente
proporcional à relação entre as espiras. Se o lado secundário tem mais espiras do que o lado
primário, a tensão do lado secundário será maior que a do lado primário, e vice-versa.
Lembre-se de que, em um transformador ideal, onde não há perdas, a potência no lado
primário é igual à potência no lado secundário, de acordo com a equação: P1 = P2.
onde P1 é a potência no lado primário e P2 é a potência no lado secundário. Essa
relação é válida quando você considera as correntes e tensões correspondentes nos lados
primário e secundário do transformador.

Curto-circuito no transformador
O cálculo da corrente de curto-circuito em um transformador envolve a determinação
da corrente máxima que pode fluir no caso de um curto-circuito no lado secundário,
considerando o transformador ideal. Aqui estão os passos básicos envolvidos:
Tensão de Curto-Circuito no Lado Secundário (Vcc):
A tensão de curto-circuito no lado secundário do transformador é geralmente
especificada nas características do equipamento ou pode ser determinada experimentalmente.
Impedância de Curto-Circuito no Lado Secundário (Zcc):
A impedância de curto-circuito no lado secundário pode ser calculada usando a
fórmula: Zcc= Vcc/Icc, onde Icc é a corrente de curto-circuito no lado secundário.
Corrente de Curto-Circuito no Lado Secundário (Icc):
A corrente de curto-circuito no lado secundário é dada por: Icc= Vcc/Zcc
Corrente de Curto-Circuito no Lado Primário (Icc):
A corrente de curto-circuito no lado primário pode ser encontrada usando a relação de
transformação do transformador: Icc1= Icc/a, onde (a) é a relação de transformação (a=
N1/N2, sendo N1 o número de espiras no lado primário e N2 no lado secundário).
Estes cálculos são baseados em suposições de um transformador ideal, e as
características reais do transformador, como perdas no cobre, saturação do núcleo, e outros
fatores, podem influenciar os resultados. Portanto, é crucial considerar as características
específicas do transformador e, se necessário, consultar dados do fabricante ou realizar testes
práticos para uma precisão mais exata. Além disso, os padrões e regulamentos locais podem
fornecer orientações específicas para esses cálculos em instalações elétricas. Recomenda-se
sempre a consulta a um engenheiro elétrico qualificado ao realizar esses cálculos.
NTERNA
L
19

4. INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS NUMÉRICOS

Apresentaremos aqui, métodos numéricos para solucionar sistemas de equações


lineares de ordem n com solução única. Esses métodos numéricos se dividem em 2 tipos:

Métodos exatos ou diretos: fornece a solução do sistema através de um número finito


de operações elementares;
Métodos Iterativos: fornece uma sequência de aproximações sucessivas que deve
corrigir para a solução do sistema;

Veremos:
Métodos exatos: Método de Eliminação de Gauss. Método de Eliminação de Jordan e
o Método de Decomposição em LU;
Métodos Iterativos: O método de Gauss-Jacobi e o Método de Gauss-Seidel

Primeiramente vamos definir o que é um sistema de equações lineares de ordem n:


Uma equação da forma
f ( x 1 , x 2 , … .. , x n )=0

É dita linear se:

 Em cada termo da equação existe, no máximo, uma variável ( x i ,i=1 , 2 , … n ; )


 Cada variável pode ser escrita na forma de uma potência de expoente igual a 0
ou 1.

Por exemplo,

2 x1 −3 x 2 + 4 x 3−5=0é linear;

2
3 x 1−x 1 x 2+ x3 −3=0 Não é linear

Um sistema de n equações lineares ou um sistema linear de ordem n é um sistema


formado por n equações lineares envolvendo n variáveis e possui a seguinte forma:

{ }
a 11 x 1+ a 12 x 2+…+ a1 nXn=b1
a 21 x 1+a 22 x 2+…+ a 2 nXn=b2

an 1 x 1+ an 2 x 2+…+ annXn=b n
NTERNA
L
20

Representamos o sistema (1) na forma matricial:


AX=B
Onde:

( ) () ()
a 11 a 12 a 1 n b1 x1
A= a 21 a 22 a 2 n , B = b 2 , e X = x 2
an1 an 2 ann bn Xn

Dizemos que:

 A é a matriz dos coeficientes;


 B é a matriz (ou vetor) dos termos independentes;
 X é a matriz (ou vetor) das incógnitas (ou variáveis);
Uma solução do sistema (1) é um vetor X = (X1, X2, ........., Xn) que satisfaz todas as
equações do sistema (1).
Por exemplo, X = (2, 3) é a solução do seguinte sistema linear de ordem 2:

{5 xx 1−2
1+2 x 2=8
x 2∧¿ 4
De fato, substituindo x1=2 e x2=3 nas equações de (2), obtemos:

{
2+2(3)=8
5(2)−2(3)∧¿ 4

Ou seja, x1 = 2 e x2 = 3 satisfazem as equações do sistema (2).

Um sistema linear pode ter:


 Única solução: sistema possível e determinado;

{
x 1+ x 2=6
x 1−x 2∧¿ 2

Possui uma única solução dada por X = (4,2).

 Infinitas soluções: sistema possível e indeterminado;

{ x 1+ x 2=1
2 x 1+2 x 2∧¿ 2

Possui infinitas soluções da forma X = (x1,1 - x1) para todo x1.

 Nenhuma solução: sistema impossível

{xx1+1+xx2∧¿
2=6
4
Não possui solução.
NTERNA
L
21

4.1. Sistemas Lineares Triangulares

Um sistema linear de ordem n é dito triangular inferior se possui a forma:

( )
a11 x 1 ¿b1
a21 x 1 +a22 x 2 ¿ b 2
an 1 x 1 +an 2 x2 ¿ b n

Onde ai a ii ≠ 0, i = 1, 2, ... ,n.


Observações:

 A matriz dos coeficientes é uma matriz triangular inferior:

( )
a 11 0 0
A = a21 a 22 0
an1 an 2 ann

 Para a solução, o primeiro determina-se o valor de x1 na primeira equação,


depois substitui o valor na segunda equação e determina-se o valor de x2, e assim por diante;

 Em geral:

{
b1
x 1= ,
a1

( )
i−1
1
xi = b −∑ aijXj , i=2 , … , n .
aii i j=1

Exemplo:
Determine a solução do seguinte sistema

{
2 x 1=6
x 1+ x 2=4
(4)
x 1−x 2+2 x 3=10
2 x 1−3 x 2+ x 3−x 4=8

Solução: De (4)1 , segue:

2 x1 =6 → x 1=3.
NTERNA
L
22

Substituindo x 1=3 em(4)2:

( 3 ) + x 2=4 → x 2=1.

Substituindo x 1=3 e x 2=1 em(4)3 :

( 3 ) −(1)+2 x 3=10 → x 3=4.


Substituindo x 1=3 e x 2=1 e x 3=4 em(4)4 :

2 ( 3 )−3 ( 1 ) + ( 4 ) −x 4=8→ x 4=−1.

Logo : x 1=3 e x 2=1 e x 3=4 e x 4 =−1. A solução é:

X = (3,1,4,-1).

Um sistema linear de ordem n é dito triangular superior se possui a forma:

( )
a11 x1 + a12 x 2+ ...+ a1 n x n ¿ b 1
a 22 x 2+ ...+ a2 n x n ¿b2
ann x n ¿ bn

Onde a ii ≠ 0, i = 1, 2, ..., n.

Observações:

 A matriz dos coeficientes é uma matriz triangular superior:

( )
a11 a12 a 1 n
A = 0 a 22 a 2 n
0 0 ann

 Para a solução, o primeiro determina-se o valor de x n na última equação, depois


substitui o valor de x n na penúltima equação e determina-se o valor de x n−1, e assim por
diante;
NTERNA
L
23

{
bn
x n= ,
a nn

( )
n
1
xi = b − ∑ aijXj , i=n−1, n−2 , … ,1.
aii i j =i +1

Exemplo:

{
2 x 1−3 x 2−3 x 3+ x 4=6
x 2+ x 3−2 x 4=2
(6)
x 3−x 4=1
2 x 4=8

Solução: De (6)4 , segue:

2 x 4=8 → x 4=4.

Substituindo x 4 =8 em(6)3:

x 3−(4)=1→ x 3=5.

Substituindo x 4 =8 e x 3=5 em(6)2:

x 2+ ( 5 )−2(4)=2 → x2 =5.

Substituindo x 4 =8 e x 3=5 e x 2=5 em(6)1 :

2 x1 −3 (5 )−3 ( 5 ) +4 → x 1=¿
NTERNA
L
24

4.2. O Método de Eliminação de Gauss ou Método de Gauss Simples:

Consiste em transformar um sistema linear original num sistema linear triangular


superior equivalente.
Observações:
 Essa transformação é feita através de operações elementares sobre as linhas do
sistema original.
 Em geral, essa operação elementar constitui-se em substituir a linha original
pela diferença entre esta linha e uma outra linha (linha pivô) multiplicada por um escalar não
nulo.

Li=Li−kLj , i, j=1, 2 , … , n ,i ≠ j .

Procedimento:

1ºPasso: Escrever a matriz ampliada do sistema (1), cuja forma é:

Ma=¿

2ºPasso: Zerar os coeficientes de x 1 presentes nas linhas 2,3,...,n (ou seja, os elementos
a 21=a31=...=an 1 da matriz equivalente devem ser nulos).

Isso é feito da seguinte maneira:

a21
 Substituímos a linha 2 (L2) pela combinação linear L2− L:
a11 1
a31
 Substituímos a linha 3 (L3) pela combinação linear L3− L:
a 11 1
a n1
 Em geral, substituímos a linha n ( Ln) pela combinação linear Ln− L:
a11 1

Observações:
 Dizemos que o elemento a 11é o pivô.
 Caso algum elemento a ii=0, procurar a outra linha k onde a ki ≠ 0 e trocar essas
linhas. Caso não exista a linha k, o sistema linear não possui solução.

3ºPasso: Zerar os coeficientes de x 2 presentes nas linhas 3,4,...,n da nova matriz


formada após o 1º passo (usa-se como novo pivô o elemento a 22 da nova matriz ):
NTERNA
L
25

a32
 Substituímos a linha 3 da nova matriz pela combinação linear L3− L:
a22 2
a42
 Substituímos a linha 4 pela combinação linear L4 − L;
a22 2
a n2
 Em geral, substituímos a linha n pela combinação linear Ln− L.
a22 2

O procedimento continua até zerar os coeficientes de x n−1 presentes na linha n. Neste


caso, o pivô é o elemento a n−1, n−1e a linha n é substituída pela combinação linear
an ,n−1
Ln − L .
a n−1 , n−1 n−1

Exemplo 1:
Use o Método de Eliminação de Gauss para resolver o sistema linear

{
6 x 1 +2 x2 −x3 =7
2 x 1+ 4 x 2+ x3 =7
3 x 1 +2 x 2+ 8 x 3=13

Solução: A matriz ampliada é:

( )
6 2 −1 7
Ma = 2 4 1 7
3 2 8 13

O pivô inicial é a 11=6 ≠ 0.

 Devemos zerar os coeficientes de x 1que aparecem nas linhas 2 e 3 (no caso


a 21=2e a31=3 ¿.
 Para operar sobre a linha 2, usamos:

a21 2 1
L 2 → L2 − L =L − L =L − L
a11 1 2 6 1 2 3 1

 A linha 2 da matriz equivalente terá os elementos:

1
a 21=2− ( 6 )=2−2=0
3
NTERNA
L
26

1 2 10
a 22=4− ( 2 )=4− =
3 3 3
1 1 4
a 23=1− (−1 )=1+ =
3 3 3

1 7 14
a 24=7− ( 7 )=7− =
3 3 3

 Para operar sobre a linha 3, usamos:

a31 3 1
L 3 → L3 − L1=L3− L1=L3− L1
a 11 6 2

 A linha 3 da matriz equivalente terá os elementos:

1
a 31=3− ( 6 )=3−3=0
2

1
a 32=2− ( 2 )=2−1=1
2

1 1 17
a 33=8− (−1 ) =8+ =
2 2 2

1 7 19
a 34=13− ( 7 )=13− =
2 2 3

 Obtemos a matriz equivalente

( )
−1 7
6 2
4 14
10
Ma1= 0 3 3
3
17 19
0 1
2 3

 O procedimento agora deve ser feito em relação à matriz Ma1.


NTERNA
L
27

10
 O novo elemento pivô é a 22= ≠0
3
 Devemos zerar o coeficiente de x 2 que aparece na linha 3 de Ma1 (no caso
a 32=1 ).
 Para operar sobre a linha 3 de Ma1, usamos:

a32 1 3
L 3 → L3 − L2=L3− L2=L3− L2
a22 10 10
3

 A linha 3 da matriz equivalente terá os elementos:

3
a 31=0− ( 0 )=0
10

a 32=1− ( 103 )( 103 )=1−1=0

a 33=
17
2

3
10( )( 43 )= 172 − 104 = 8110

a 34=
19
2

3
10( )( 143 )= 192 − 1410 = 8110
A nova matriz equivalente:

( )
−1 7
6 2
4 14
10
M1= 0 3 3
3
81 81
0 0
10 10

O sistema linear equivalente:


NTERNA
L
28

{
6 x 1+2 x 2−x 3=7
10 4 14
x+ x=
3 2 3 3 3
81 81
x=
10 3 10

É um sistema linear triangular superior cuja solução é:


x 1=x 2=x 3=1.

A solução do sistema original é X= (1,1,1).

Exemplo 2:

5. MÉTODO DE DECOMPOSIÇÃO LU

A decomposição LU (Lower-Upper) é uma técnica matricial utilizada na resolução de


sistemas lineares de equações.

No fluxo de potência, o objetivo é encontrar as magnitudes e os ângulos de tensão em


todos os barramentos de um sistema elétrico, dados os parâmetros do sistema (resistências,
reatâncias, potências, etc.). Esse problema é formulado como um conjunto de equações, e
métodos numéricos são geralmente empregados para encontrar a solução.

No entanto, pode-se mencionar a decomposição LU em um contexto mais amplo, onde


métodos diretos são aplicados para resolver sistemas de equações lineares, que podem surgir
durante a solução de sistemas de equações nodais e fluxo de carga em análises de fluxo de
potência.

5.1. Fundamentação teórica

A Decomposição LU simplifica a solução do sistema linear, consistindo na


decomposição em duas matrizes, um sistema triangular inferior (L) que é uma matriz com
NTERNA
L
29

diagonal unitária e demais elementos são os multiplicadores das etapas do escalonamento e


um sistema triangular superior (U) que é uma matriz resultante do escalonamento.

( ) ( )
1 0 0 a 11 a 12 a 13
L= a 21 1 0 U= 0 a 22 a 23
a 31 a 32 1 0 0 a 33

O sistema de equações lineares é representado na forma matricial Ax = b.


Se Ax = b e A = LU então podemos considerar Lux=b e Ux=y, assim tendo dois novos
sistemas lineares: Ly = b e Ux = y.
A partir da solução de Ly=b podemos encontrar os valores dos vetores y. Sendo assim,
substituindo os valores de y na equação Ux=y podemos encontrar os valores dos vetores de x
que são as nossas incógnitas.
Ly = b é solucionada por substituição direta e a equação Ux=y por substituição
inversa. Exemplo:

Ax = b

( )( ) ( )
2 3 −1 x 1 2
4 4 −1 . x 2 = −1
−2 −3 4 x3 1

Utilizando eliminação de Gauss podemos obter nossa matriz U

4
a 21=4− ( 2 )=4−4=0
2

4
a 22=4− ( 3 )=4−6=−2
2

4
a 23=−1− (−1 )=−1+ 2=1
2

 Para operar sobre a linha 3, usamos:


NTERNA
L
30

a31 3 1
L 3 → L3 − L1=L3− L1=L3− L1
a 11 6 2

 A linha 3 da matriz equivalente terá os elementos:

a 31=−2−
[ ]
−2
2
( 2 )=−2+2=0

a 32=−3−
[ ]( )
−2
2
3 =−3+3=0

a 33=4−
[ ]
−2
2
(−1 )=4−1=3

( )
2 3 −1
U = 0 −2 1
0 0 3

Percebesse que a L1 se manteve inalterada, e foi operando as outras 2 linhas com


eliminação de Gauss

Para obtermos L, utilizamos os multiplicadores da eliminação de Gauss:


a21 a 31
e
a11 a 11
Paraa 32 não houve multiplicador pois já foi possível zerar ele na primeira eliminação
de Gauss.

( )
1 0 0
L= 2 1 0
−1 0 1

Obtendo L já podemos substituir os valores das nossas equações


NTERNA
L
31

Ly = b

( )( ) ( )
1 0 0 y1 2
2 1 0 . y 2 = −1
−1 0 1 y 3 1
Resolvendo o sistema obtemos os valores de Y sendo:

( )
y 1=2
y 2=−5
y 3=3

Ux = y

( )( ) ( )
1 3 −1 x 1 2
0 −2 1 . x 2 = −5
0 0 3 x3 3
Com isso resolvemos o sistema linear, obtendo:

( )
x 1=−3
x 2=3
x 3=1

Importante frisar que só se aplica a matrizes invertíveis, que podem ser escalonadas
sem qualquer permuta de linhas.

3.1. Aplicação no Fluxo de Potência

Uma das formas de aplicação da Decomposição Lu no fluxo de potência é a partir da


análise Nodal, onde utilizamos a Lei das Correntes de Kirchhoff.
Nela escolhemos um ponto de referência e após definir aos demais nós as respectivas
tensões a serem calculadas, são medidas em relação ao nó de referência. Após, aplicamos a lei
de Kirchhoff a cada um dos nós, sem ser o da referência, a partir disso teremos algumas
equações resultantes.
Nessas equações resultantes organizamos ela e montamos nossa matriz Ax = b e
podendo assim utilizar o Método de Decomposição LU, que é a última etapa de processo, que
com ele resolvemos nosso sistema linear e obteremos a incógnitas, que nesse caso são as
tensões nodais.
Exemplo:
NTERNA
L
32

(Técnicas Avançadas de Análise de Circuito, Prof. Marcos Fergutz)

Aqui podemos observar que temos 4 nós, sendo o 4º o nosso nó de referência, e os


demais foram atribuídas as “Tensões de Nó”.
Sendo assim, analisando o circuito pela Lei de Kirchhof, podemos obter:

Nó1: 4(V1 – V2) = 3


Nó2: 4(V2 – V1) + 8(V2 – V3) + 6V2= 0
Nó3: 8(V3 – V2) = – 1

Organizando as equações se obtém:

4.V1 - 4.V2 = 3
-4. V1 + (4+8+6). V2 -8. V3 = 0
-8. V2 + 8.V3 = -1

Com isso já podemos formar nossa matriz Ax=b

( )( ) ( )
4 −4 0 x1 3
−4 18 −8 . x 2 = 0
0 −8 8 x3 −1

4
a 21=−4+ ( 4 )=−4 + 4=0
4

4
a 22=18+ (−4 )=18−4=14
4
NTERNA
L
33

4
a 23=−8+ ( 0 ) =−8+0=−8
4

 Para operar sobre a linha 3, usaríamos:

a31
L 3 → L3 − L
a 11 1

 Já que o meu a31 está zerado, repetimos a 3º linha, pois:


0
L3 → L3 − L
a11 1

0
a nn=L3− ( L ) =L3−0=L3
a11 1

E assim fica nossa matriz equivalente:

( )
4 −4 0
0 14 −8
0 −8 8

 A linha 3 da matriz equivalente terá os elementos:

8
a 31=0+ ( 0 )=0
14

a 32=−8− ( −8
14 )
( 14 )=−8+8=0

a 33=8− ( −8
14 ) 32 −24
(−8 ) =8− =
7 7
NTERNA
L
34

( ) ( )
4 −4 0 1 0 0
0 14 −8 −1 1 0
U= e L=
−24 −8
0 0 0 1
7 14

Com isso já podemos ir para as equações lineares:

Ly = b

( )( ) ( )
1 0 0
y1 3
−1 1 0
. y2 = 0
−8
0 1 y 3 −1
14
Resolvendo o sistema obtemos os valores de Y sendo:

( )
y 1=3
y 2=3
5
y 3=
7

Ux = y

( )( ) ( )
4 −4 0 3
x1
0 14 −8 3
. x2 =
−24 5
0 0 x3
7 7

Com isso resolvemos o sistema linear, obtendo:

( )
71
x 1= ou aprox 3,381
21
2
x 2= ou aprox 0,095
21
−5
x 3= ou aprox 0,208
24
NTERNA
L
35

CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS

(Imagem 1, Artigo do Ciência e Natura, por Caison Rodrigues, Bruno Pereira e Aline
Brum; Resolução de análise nodal com auxílio de Métodos Numéricos)
NTERNA
L

36

(Imagem 2, Artigo do Ciência e Natura, por Caison Rodrigues, Bruno Pereira e Aline
Brum; Resolução de análise nodal com auxílio de Métodos Numéricos)

Através dos estudos aqui apresentados percebesse que o método de Decomposição LU


é bastante eficiente, além de uma boa estabilidade numérica e uso de memória, portanto,
quando nos deparamos com muitas equações do tipo Ax = b, com a mesma matriz A e
diferentes vetores B, temos certas dificuldades para resolver em métodos como de Gauss por
exemplo, com a Decomposição LU não é necessário repetições excessivas do processo para
obtermos a solução desejada.
Mas podemos observar que embora seja um método valioso, muitos casos de fluxo de
potência onde necessita encontrar a solução do sistema de equações não lineares, métodos
iterativos (como o método de Newton-Raphson) são mais eficientes e precisos.
NTERNA
L

37

4. CONCLUSÃO

O presente trabalho buscou explorar e aprofundar o entendimento sobre aspectos


críticos no domínio de Sistemas Elétricos de Potência (SEP), Fluxo de Potência e a aplicação
específica da Decomposição LU nesse contexto.
O cerne deste trabalho concentrou-se na Decomposição LU, oferecendo uma base
teórica sólida para compreender esse método numérico. Aprofundamos nossa análise ao
explorar a aplicação específica da Decomposição LU no contexto do Fluxo de Potência em
Sistemas Elétricos. A eficiência e a precisão desse método na resolução de sistemas lineares
associados ao fluxo de potência foram destacadas como contribuições significativas para a
otimização e análise de sistemas elétricos complexos
NTERNA
L
38

REFERÊNCIAS

D. E. Johnson, J. L. Hilburn, J. R. Johnson, Fundamentos de Análise de Circuitos


Elétricos, LTC, Rio de Janeiro: 1994.

H. Anton, Álgebra Linear com Aplicações, Bookman, São Paulo: 2001.

Gabriel P. Seiffert, Renata Chiquetti, Sérgio L. Avila, Cálculo Numérico Aplicado à


Engenharia Elétrica com Python, 1º Edição, IFSC, Florianópolis: 2021.

CHAPRA SC, CANALERP. Métodos Numéricos para Engenharia. 5th ed., São Paulo:
McGraw-Hill, 2008

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