Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA
INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
APOSTILA DE RETIFICADORES
ELETRÔNICA DE POTÊNCIA I
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 7
5.3 RETIFICADORES MONOFÁSICO DE MEIA ONDA A TIRISTOR COM CARGA RL E DIODO DE RODA LIVRE ....... 57
1 INTRODUÇÃO
A corrente alternada, apresentada por Nikola Tesla, foi apresentada como uma solução
para que a energia elétrica pudesse ser transportada a longas distâncias sem muita perda de
potência. A energia elétrica é transmitida da usina até próximo as unidades consumidoras com
altos níveis de tensão para reduzir as perdas por condução que são diretamente relacionadas
ao quadrado dos níveis de corrente. Os níveis de tensão são reduzidos próximo a unidade
consumidora por meio da utilização de transformadores em corrente alternada.
Devido as características de absorção da luz pelo olho humano, definiu-se que a
frequência da corrente elétrica deveria ficar entre 50 Hz e 60 Hz. Com isso os efeitos de
cintilação (flicker) não seriam captados pelo olho quando as luzes estivessem acesas (ALPIN
et all)
Frequências maiores não foram adotadas devido a queda de tensão associada as
reatâncias indutivas dos circuitos de transmissão, que normalmente podem ser modelados por
resistências em série com indutâncias.
a) Potência ativa (P): a parcela de energia realmente útil, ou seja, que gera
trabalho;
b) Potência reativa (Q):corresponde à parcela da potência que não é convertida
em trabalho útil e está relacionada ao campo magnético necessária para
funcionamento de equipamentos como motores e transformadores; ,
c) Potência aparente (S): é a combinação da potência ativa e reativa do circuito;
𝑃
𝐹𝑃 = (2.1)
𝑆
Como visto anteriormente o fator potência em uma carga linear pode ser resistivo, onde toda
potência elétrica é transformada em calor ou trabalho, ou indutivo/capacitivo onde apenas uma
parcela da potência elétrica é transformada em calor ou trabalho. Como o fator de potência é
a razão da potência útil sobre a potência total, ou seja, potência ativa sobre a potência aparente,
tem-se três condições possíveis para cargas lineares que estão representadas na Tabela 2.1.
FP Condição Valor
Resistivo = 1 1
Indutivo < 1 (atrasado) cos (ϕ)
Capacitivo < 1 (adiantado) cos (-ϕ)
11
A Figura 2.2 ilustra a diferença no formato de onda entre as cargas lineares resistivas,
indutivas e capacitivas, onde pode ser observado um atraso/avanço no comportamento da
corrente representada em vermelho em relação a onda de tensão representada em azul. Nos
circuitos indutivos e capacitivos, este atraso/avanço é chamado de defasagem, que em cargas
lineares é definido pelo ângulo (ϕ) e está diretamente relacionado ao fator de potência.
As formas de ondas de corrente e tensão são representadas por senoides com os mesmos
valores de pico e um período angular (2π), repetindo-se ao longo do tempo. Essas grandezas
podem ser definidas como cargas lineares, pois são obtidas por um circuito formado por
componentes lineares (capacitâncias, indutâncias e resistências) e são descritas
matematicamente conforme Tabela 2.2.
1
𝑓 = (2.3)
𝑇
A potência em análise continua é definida como produto entre a tensão e corrente,
conforme equação (2.4). Na análise de circuitos alternados, a potência também se configura a
partir do produto da tensão e da corrente, mas em cada instante de tempo (potência instantânea,
p(t) = v(t).i(t)). A obtenção do valor médio da potência, equação (2.5), é definido como a
potência ativa instantânea, integrada em um ou mais períodos T.
𝑃 = 𝑉𝐼 (2.4)
1 𝑇 1 𝑇
𝑃 = ∫ 𝑣(𝑡)𝑖(𝑡)𝑑 𝑡 = ∫ 𝑝(𝑡)𝑑 𝑡 (2.5)
𝑇 𝑡1 𝑇 𝑡1
Outras relações da potência ativa com a tensão, corrente e resistência são descritas nas
equações (2.6) e (2.7), se substituirmos a equação (2.7) em (2.5), obtém-se uma equação para
a potência ativa que depende apenas dos valores de corrente e resistência, equação (2.8). Ainda
analisando a equação (2.8), pode-se isolar o termo que compreende a integral da corrente para
se obter o valor eficaz ou RMS dessa grandeza, equação (2.9). Por definição a corrente RMS
representa um valor contínuo que produz a mesma dissipação de potência que uma onda
alternada ou periódica.
𝑉2
𝑃= (2.6)
𝑅
𝑃 = 𝐼2𝑅 (2.7)
1 𝑇 1 𝑇 2
𝑃 = ∫ 𝑅𝑖(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝑅 ( ∫ 𝑖(𝑡)2 𝑑𝑡) = 𝑅𝐼𝑅𝑀𝑆
2
(2.8)
𝑇 𝑡1 𝑇 𝑡1
1 𝑇
𝐼𝑅𝑀𝑆 = √ ∫ 𝑖(𝑡)2 𝑑 𝑡 (2.9)
𝑇 𝑡1
Resolvendo a equação (2.9), obtém-se o valor RMS para uma onda senoidal de corrente
como indicado na equação (2.12).
13
1 2π 1 2π
IRMS = √ ∫ (IP sin(ωt))2 dt = IP √ ∫ (sin(ωt))2 dt (2.10)
2π 0 2π 0
1 2π 1 − cos(2ωt) 1 2π 1 2π
cos(2ωt)
IRMS = IP √ ∫ dt = IP √ ∫ dt − ∫ dt (2.11)
2π 0 2 2π 0 2 0 2
1 2π IP
IRMS = IP √ = (2.12)
2π 2 √2
A Figura 2.3 ilustra o valor de tensão, corrente e potência de uma carga resistiva e um
carga indutiva linear, com fonte senoidal e valores unitários. Na carga resistiva o valor de
potência média é o mesmo do valor de potência aparente, já na carga indutiva, apesar dos
valores eficazes serem os mesmos, a potência ativa indutiva é menor devido a parcela de
potência reativa relacionada ao ângulo (ϕ).
Analisando a equação (2.13) pode ser observado que a potência aparente está
relacionada diretamente aos valores eficazes, sem considerar o ângulo de fase. No exemplo
apresentado na Figura 2.3 como as formas de ondas de tensão e corrente são as mesmas, tanto
para carga resistiva quanto indutiva, a potência aparente de ambas é a mesma, as equações
(2.14) e (2.16) apresentam os valores calculados.
1 1
S = VRMS IRMS = = 0,707 ∙ 0,707 = 0,5 W (2.13)
√2 √2
0,00102 ∙ 180
ϕ= = 18,36o (2.15)
0,01
Substituindo as equações (2.13) e (2.5) na equação (2.1), obtém-se a equação (2.19) que
relaciona o fator de potência para cargas lineares diretamente com o ângulo (ϕ).
1 2π 1 2π
2π ∫0 v(t)i(t)dt 2π ∫0 VP sin(ωt) IP sin(ωt + ϕ) dt
FP = = (2.17)
VRMS IRMS VP IP
√2 √2
2π
∫0 sin(ωt) sin(ωt + ϕ) dt 1 2π cos(ωt − ωt + ϕ) − cos(ωt + ωt + ϕ)
FP = = ∫ (2.18)
π π 0 2
1 2π cos(ϕ) 2π
cos(2ωt + ϕ) 2π
FP = ∫ −∫ = cos(ϕ) = cos(ϕ) (2.19)
π 0 2 0 2 2π
A potência aparente pode ser descrita em função dos valores de potência ativa e reativa
pela representação retangular equação (2.20), ou também representá-la pelo seu valor de
magnitude e ângulo, forma polar, denominado fasor, equação (2.21).
S = √P 2 + Q2 = |S⃗| (2.20)
Também existe a relação destes termos com os valores de impedância (Z), resistência
(R), e reatância (X), equações (2.22), (2.23) e (2.24) onde o valor "j" representa um número
imaginário, que não é tangível porém deve ser considerado. O ângulo gerado entre (X) e (R)
é denominado ângulo da carga, ou ângulo de impedância e tem o mesmo valor do ângulo (ϕ).
⃗|
Z = √R2 + X 2 = |Z
(2.22)
⃗ = R + jX = Z∠θ
Z
(2.23)
X
θ = tan− 1 ( ) (2.24)
R
2
⃗⃗⃗ IP ⃗⃗⃗
IP = ⃗⃗⃗ IP∗ (2.25)
⃗⃗⃗
IP = IP ∠ − ϕ = I⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
RMS √2
(2.26)
⃗⃗⃗
IP∗ = IP ∠ϕ
(2.27)
⃗⃗⃗⃗
VP = VP ∠0
(2.28)
2 ⃗⃗⃗
IP ⃗⃗⃗
IP∗
P = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
IRMS R = R ∙ VRMS ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
= ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ∗
IRMS = VRMS IRMS ∠ϕ (2.29)
√2 √2
Os valores imaginários surgem das reatâncias (X) que, por sua vez, estão relacionadas
a frequência da onda e os valores de indutância (L) e capacitância (C). A Tabela 2.3demonstra
a relação de tensão e impedância destes componentes.
sin(2θ) = 2 sin(θ) cos(θ) cos(2θ) = cos2 (θ) − sin2 (θ) sin2 (θ) + cos2 (θ) = 1
Esse capítulo tem como objetivo introduzir conceitos de potência, fator de potência
e taxa de conteúdo harmônico. No entanto para será inicialmente realizada uma breve revisão
sobre a série de Fourier visto que esta ferramenta será essencial para o desenvolvimento do
equacionamento dos conceitos a serem trabalhados nas seções que seguem.
3.1SÉRIES DE FOURIER
Dada uma função f(t) periódica, a mesma pode ser expressa como
∞ (3.1)
𝑓(𝑡) = 𝑎0 + ∑ 𝑎𝑛 ∙ cos(𝑛 ∙ 𝜔0 𝑡) + 𝑏𝑛 ∙ sin (𝑛 ∙ 𝜔0 𝑡)
𝑛=1
1 T
T 0
a0 = f (t )dt (3.2)
1 T
T 0
an = f (t ) cos(n0t )dt (3.3)
1 T
T 0
bn = f (t ) sin(n0t )dt (3.4)
Para elaborar o conceito da Série de Fourier a mesma será desenvolvida para a onda
quadrada ilustrada na Figura 3.2.
− I a 0 t (3.5)
f (t ) =
I a t 2
1 2
a0 = − I a dt + I a dt (3.6)
2 0
Resolvendo (2.6) tem-se:
a0 = 0. (3.7)
1 2
an = − I a cos (t ) dt + I a cos(t )dt (3.8)
2 0
1 2
bn = I a s en (t ) dt − I a sen(t )dt (3.9)
2 0
Resolvendo (3.8) é definido por
0 para n par
(3.10)
bn = 2 I a
n para n ímpar
∞ (3.11)
2 ∙ 𝐼𝑎
𝑓(𝑡) = ∑ ∙ sin (𝑛 ∙ 𝜔0 𝑡)
𝑛∙𝜋
𝑛=1,3,5,…
Portanto:
∞ (3.12)
2 ∙ 𝐼𝑎
𝑖(𝑡) = ∑ ∙ sin(𝑛 ∙ 𝜔0 𝑡) .
𝑛∙𝜋
𝑛=1,3,5,…
23
Por meio de (3.11) a amplitude de cada harmônica pode ser definida como apresentado
na Figura 3.3.
Observando a Figura 3.3 e a Figura 3.4, pode ser notada a ausência de harmônicas
impares o que está de acordo com a equação (3.10).
Como descrito anteriormente, a Figura 3.5, obtida por meio de (3.4), comprova que a
medida que o conteúdo harmônico é somado a fundamental (sinal senoidal obtido a partir da
série de Fourier) a forma de onda resultante da corrente se aproxima do sinal original. Na
Figura 3.5(a)é considerada a soma até 3ª harmônica, na Figura 3.5 (b) até a 9ª harmônica e na
Figura 3.5 (c) é somada até a 27ª harmônica.
Figura 3.5 Somatório das harmônicas.
1 T
P=
T
0
v(t )i (t )dt = (3.13)
1 2
2 m
V sin( t ) a an cos ( n0t ) + bn sin ( n0t ) dt
I +
0
n =1
Figura 3.6 Forma de onda de tensão e corrente em um dado ponto de um circuito qualquer
2
1 2
an cos ( n0t ) + bn sin ( n0t ) dt
(3.15)
I RMS =
2 0
I a +
n =1
Resolvendo (3.15):
(3.16)
1 a b
2 2
a b 2 2
I RMS = 2 I a2 + + = I cc2 + + .
n n n n
2 n =1 2 2 n =1 2 2
Vmb1 (3.17)
P 2 Vmb1 2
FP = = = .
S VRMS I RMS
a b
2 2
Vm 2 I cc2 + +
n n
n =1 2 2
Outra maneira de representar a série de Fourier é por meio do valor de magnitude e fase
como mostrar em (3.19)semelhante ao fasor visto anteriormente, obtêm-se os valores de ϕ
uma vez que os valores de an são zero em ambos os exemplo, fazendo os cálculos para potência
ativa, corrente RMS e FP, chegamos nas equações (3.23), (3.26) e (3.29). Considerando esssas
equações no problema anterior são obtidos os valores de corrente eficaz, potência ativa,
potência aparente, FP e THD expressos na Tabela 3.2.
(3.19)
i(t ) = I 0 + I n cos ( n f t + n )
n =1
(3.20)
I n = an2 + bn2
(3.21)
b
n = − tan n −1
an
(3.22)
sin(t ) ) I cc + I n cos ( n f t + n ) dt
1 1 2
(V
T
P=
T 0
v(t )i(t )dt =
2 0 m
n =1
(3.23)
Vm I m (1) 2 sin (n ) Vm I m (1) sin ( −n )
P= =
2 2 2
(3.24)
b b
n = − tan −1 n = − tan −1 n = −90
an 0
(3.25)
P=
Vm I m (1) sin(90)
=
(V RMS )(
2 I RMS (1) 2 ) =V I
RMS RMS (1)
2 2
(3.26)
2
I cc + I n cos ( n f t + n ) dt
1 2
I RMS =
2
0
n =1
(3.27)
1
I2
I RMS = 2 I cc2 + n = I cc2 + I RMS
2
2
(n)
n =1 2 n =1
Onda quadrada
I RMS = I
n =1
2
RMS ( n ) = 1A
P 0.636
FP = = = 0.90
S 0.707
n
sin 4 ( )
THDi =
n=2 n2
2 = 0.483
Onda quadrada
n
11 sin 4 ( )
THDi11 =
n=2 n 2
2 = 0.438
n
13 sin 4 ( )
THDi13 =
n=2 n2
2 = 0.445
n
15 sin 4 ( )
THDi15 = n=2 n 2
2 = 0.457
n
sin 4 ( )
THDi =
n=2 n2
2 = 0.483
Isso quer dizer que as primeiras harmônicas representam a maior parte da potência,
então a análise de filtros e topologias para redução de harmônicas podem ser feitas analisando
apenas as primeiras harmônicas.
Outra maneira para obtermos estes valores é utilizando softwares de simulação, onde
são encontrados os valores de amplitude, frequência e fase, conforme a Figura 3.7, que
representa o diagrama eletrônico e as formas de ondas dos exemplos simulado no software
PSIM com frequência de 50Hz.
Figura 3.8 Fase (figura superior) e ângulo (figura inferior) simulados no PSIM para as
harmônicas de correntes referentes ao exemplo apresentado na Figura 3.7.
Diferente das cargas lineares, as cargas não-lineares requerem uma nova análise,
devido a forma de onda de corrente não seguir o padrão da forma de onda da tensão, como
ilustrado na Figura 3.10. Geralmente para realizar a análise de um sistema se considera a forma
de onda tensão senoidal.
Figura 3.10 Formas de onda de tensão e corrente para: Carga linear (a) Carga Não-Linear
(b).
i (t )0− = I m sin(t )
(3.31)
i (t ) − 2 = 0
(3.32)
1 − cos(2t )
2Vm I m sin(t ) sin(t )dt 2 dt (3.33)
FP = 0
=
0 2
1 1 1 − cos(2t )
2 Vm I m
2 0
(sin(t )) 2 dt 2
2 0 2
dt
1 cos(2t ) (3.34)
2( dt − dt ) 2( )
0 2 2 2 2 2
FP = = = =
0
1 1 cos(2t ) 1 1 41
2 ( dt − dt ) 2 ( ) 4
2 0 2 0 2 2 2 4 2
33
2 (3.35)
FP = = 0.707
2
Porém se a carga está em fase, poderia se questionar, por quê o valor do fator de potência
não é igual a unidade? A Figura 3.11 ilustra os valores de corrente e tensão eficaz.
As formas de onda apresentadas na Figura 3.12 são obtidas por meio da representação
gráfica da série de Fourier para n = 1,2,3,4 e 5 da forma de onda da Figura 3.12, onde n
também representa a ordem da harmônica, sendo a harmônica de primeira ordem conhecida
como a componente fundamental da corrente.
Ao realizar a série de Fourier para a forma de onda apresentada na Figura 3.12
𝜋∙𝑛
𝑖_𝑎𝑝 𝑠𝑒𝑛( )
2
encontramos as constantes de Fourier 𝑎0 = , 𝑎𝑛 = 𝑖𝑎𝑝 e 𝑏𝑛 = 0 é importante
𝜋 4∙𝑛
ressaltar que a constante a0 representa o valor médio da forma de onda. Substituindo os valores
na série de Fourier tem-se:
n
iap sin
iap
ia (t ) = 2 cos(n t ). (3.36)
n =1 4n
35
Substituindo n por valores pares em (3.37) o valor resultante deve se nulo, como pode
ser observado na ,
portanto essa forma de onda contém apenas harmônicas ímpares.
A THD pode ser conceituada como uma relação entre as componentes das distorções
harmônicas e a componente fundamental, relação descrita matematicamente pela equação
(3.37).
I (2CC ) + I (2)
2
+ I (3)
2
+ ... + I (2n )
THD = 2
(3.37)
I (1)
iap
Ia = . (3.38)
iap sin
iap iap
I a = .ia1(t ) = 2 cos(t ) (3.39)
4
1 T 1 T
I RMS = i (t )2 = ia (t ) + i1 (t ) + i2 (t ) + i3 (t ) ++ in (t )
2
(3.41)
T 0 T 0
(3.42)
I m2 (1) I m2 (2)
I RMS = I 2
m ( CC ) + + + = I 2
( CC ) +I 2
RMS (1) +I 2
RMS (2) +
2 2
(3.43)
I RMS = I 2
RMS (1) + THD I 2 2
RMS (1) = I RMS (1) 1 + THD 2
Considerando que a forma de onda da tensão é senoidal, o fator de potência pode ser
descrito como segue.
(3.44)
37
P cos( )
FP = = (3.45)
S 1 + THD 2
4 RETIFICADOR MONOFÁSICO A DIODOS
V(ωt) R
Figura 4.1 Representação do circuito retificador monofásico de meia onda com carga
puramente resistiva.
1 π (4.2)
VLmed = ∫ √2V0 sen(ωt)d(ωt)
2π 0
39
VL
IL
0-
0 π 2π 3π 4π
1 π √2V0 (4.4)
ILmed = ∫ sen(ωt)d(ωt)
2π 0 R
0,45V0 (4.5)
ILmed ≅
R
2 (4.6)
1 π √2V0
ILef =√ ∫ ( ) sen²(ωt)d(ωt)
2π 0 R
V0 V0 (4.7)
𝐼𝐿𝑒𝑓 = ≅ 0,707
√2R R
O valor de pico da corrente na carga, iguala corrente de pico na carga, desta forma:
V0 V0 (4.8)
IDp = ≅ 0,707
√2R R
Logo a tensão de pico inversa sobre o diodo pode se definida como:
V0 (4.9)
VDp = ≅ 0,707 ∙ 𝑉0
√2
V(ωt)
Figura 4.3 Representação do circuito retificador monofásico de meia onda alimentando uma
carga RL.
VL
IL
0-
0 π β 2π 3π 2π+β 4π
Figura 4.4 Formas de onda relativas à Figura 4.3.
√2V0 (4.11)
iL (ωt) = sen(ωt − ϕ) − I1 (0)e−t/τ
√R2 + X²
Onde:
X ωL L
ϕ = tg −1 ( ) = tg −1 ( ) , assim como: τ =
R R R
Figura 4.5 Representação do circuito retificador monofásico de meia onda alimentando uma
carga RL [Fonte: BARBI, 2012].
√2V0 (4.12)
i1 (ωt) = sen(ωt − ϕ)
√R2 + X²
√2V0 (4.14)
I1 (0) = sen(−ϕ)
√R2 + X²
√2V0 (4.15)
ou seja, iL (ωt) = [sen(ωt − ϕ) − sen(−ϕ)e−t/τ ]
√R2 + X²
1 β (4.16)
VLmed = ∫ √2V0 sen(ωt)d(ωt)
2π 0
β (4.17)
−
sen(β − ϕ) + sen(ϕ)e tgϕ =0
A função implícita de β, é resolvida apenas com métodos numéricos, a qual gera a curva
representada na Figura 4.6.
2 (4.20)
1 β √2V0 t
ILef =√ ∫ { [sen(ωt − ϕ) − sen(−ϕ)e−τ ]} d(ωt)
2π 0 √R2 + X 2
ZILmed (4.21)
Imd = ,
√2V0
ZILef (4.22)
Ief =
√2V0
Sendo:
Z = √R2 + X² (4.23)
Assim,
1 β t (4.24)
Imd = ∫ [sen(ωt − ϕ) + sen(ϕ)e−τ ] d(ωt)
2π 0
(4.25)
1 β t 2
Imd = √ ∫ [sen(ωt − ϕ) + sen(ϕ)e−τ ] d(ωt)
2π 0
Portanto:
√2V0 (4.26))
ILmd = Imd
√R2 + (ωL)²
√2V0 (4.27))
ILef = Ief
√R2 + (ωL)²
Para evitar que a tensão na carga se torne negativa, é utilizado um diodo de “roda-livre”,
como demonstrado na Figura 4.8.
D1
L
V(ωt)
DRL
Figura 4.8 Representação do circuito retificador monofásico de meia onda com diodo de
“roda-livre” alimentando uma carga RL.
L L
V(ωt) V(ωt)
DRL DRL
R R
Figura 4.9 Etapas de operação do retificador de meia onda com diodo de “roda-livre”.
VL
IL
0 π β 2π 3π 4π
Figura 4.10 Formas de onda do retificador monofásico de meia onda com diodo de “roda-
livre” – Modo de condução descontínua.
VL
IL
0 π 2π 3π 4π
Figura 4.11 Formas de onda do retificador monofásico de meia onda com diodo de “roda-
livre” – Modo de condução
0,45V0
ILmed = (4.29)
R
47
VLef = 0,707V0
(4.30)
(4.32)
ILef = √ILmed 2 + IL1 2 + IL2 2 + IL4 2 + IL6 2 + ⋯ ILn 2 + ⋯
V(ωt)
D2 R
Figura 4.12 Circuito retificador de onda completa com ponto médio alimentando uma carga
puramente resistiva.
1 π (4.33)
VLmed = ∫ √2V2 sen(ωt)d(ωt)
π 0
Simplificando tem-se:
VLmed = 0,9V2 (4.34)
0,9V2 (4.35)
ILmed =
R
√2V2 (4.36)
Ip =
R
Nesta configuração os diodos devem suportar uma tensão de pico reversa que equivale
ao dobro do valor da tensão de pico presente na carga, conforme apresentado em (4.37), o que
acaba se tornando uma desvantagem da presente estrutura. O valor médio da corrente em um
diodo é igual a metade do valor da corrente na carga, como apresentado na expressão (4.38).
VDp = 2√2V2
(4.37)
0,9V2
IDmed = (4.38)
2R
VL
IL
0 π 2π 3π 4π
Figura 4.13 Formas de onda do retificador monofásico de onda completa com ponto médio –
Carga puramente resistiva.
Ao alimentar uma carga RL, o circuito segue com as mesmas etapas de operação, bem
como também possui as mesmas expressões de tensão e corrente média na carga. Esta
configuração está representada na Figura 4.14e suas formas de ondas estão representadas na
Figura 4.15.
D1
V(ωt) L
D2
Figura 4.14 Circuito retificador de onda completa com ponto médio alimentando uma carga
RL.
O valor eficaz das correntes é obtido utilizando a Série de Fourier, como apresentado em
(4.41).
2 4 4 (4.41)
IL (ωt) = √2V2 [ − cos(2ωt − ϕ2 ) − cos(4ωt − ϕ4 ) − ⋯ ]
πR 3πZ2 15πZ4
nωL (4.43)
ϕn = tg −1 ( )
R
VL
IL
0 π 2π 3π 4π
Figura 4.15 Formas de onda do retificador monofásico de onda completa com ponto médio –
Carga RL.
4√2V2 (4.44)
IL2 (ωt) = cos(2ωt − ϕ2 )
3πZ2
(4.45)
8V2 ² 16V2 ²
ILef =√ +
π²R² 9π²Z2 ²
0,9V0
ILmed = (4.48)
R
V(ωt) R
D3 D4
a)
D1 D2 D1 D2
V(ωt) R V(ωt) R
D3 D4 D3 D4
b) c)
Nesta configuração a tensão de pico reversa de cada diodo é igual a tensão de pico
fornecida pela fonte, ou seja, é metade da tensão de pico para cada diodo do retificador com
ponto médio.
Analisando a Figura 5.1pode ser notado que o tiristor bloqueia o semiciclo negativo da
tensão alternada Vin(ωt), onde o tiristor somente conduz a partir do disparo do gatilho do
tiristor (α) até o ângulo π. Como pode ser observado nas formas de onda deste circuito,
representadas na Figura 5.2, sendo tensão de alimentação representada pela expressão
(5.1)constata-se que a tensão média na carga pode ser calculada através da expressão (5.2).
1 π (5.2)
VLmed = ∫ √2V0 sen(ωt)d(ωt)
2π α
Figura 5.2 Formas de onda relativas à Figura 5.1.
Para determinar a corrente eficaz na carga (ILef ), utiliza-se a definição de valor eficaz,
que é definida por:
2 (5.5)
1 π √2V0
ILef =√ ∫ ( ) sen²(ωt)d(ωt)
2π α R
(5.6)
V0 1 α sin (2α)
ILef = √ − +
R 2 2π 4π
Conhecendo a equação que determina a corrente eficaz para o circuito, a potência média
na carga é definida como segue
2
PR = RILef (5.7)
55
Onde:
X ωL L
ϕ = tg −1 ( ) = tg −1 ( ) , assim como: ζ = .
R R R
√2V0 (5.11)
I1 (ωt) = (sen(ωt − ϕ))
√R2 + X 2
α (5.12)
(−(t− ))
−√2V0 ω
I2 (ωt) = (sen(α − ϕ)e ζ )
√R2 + X 2
O termo I1(ωt) representa a corrente que existiria em regime permanente, sem a presença
do tiristor, já o termo I2(ωt) representa um comportamento transitório com decrescimento
exponencial e dependência com ângulo α.
O valor médio da tensão na carga é por(5.13). Pode ser notado que o período de
integração depende do valor de β, o qual é obtido quando a corrente iL (ωt) = 0, ou seja,
quando ωt = β, como descrito em (5.14).
1 β (5.13)
VLmed = ∫ √2V0 sen(ωt)d(ωt)
2π α
β−α (5.14)
−
sen(β − ϕ) + sen(α − ϕ)e tgϕ =0
2 (5.17)
1 β √2V0 R(ωt−α)
ILef = √ ∫ { [sen(ωt − ϕ) − sen(α − ϕ)e− ωL ]} d(ωt)
2π α √R2 + X 2
√ω2 L2 + R2 (5.18)
Ief = Ief
√2V0
RILmed (5.19)
Imd = ∙
0,225V0
Onde:
Z = √R2 + X² ∙ (5.20)
Temos,
(5.22)
1 β −
t 2
Ief = √ ∫ [sen(ωt − ϕ) + sen(α − ϕ)e ] d(ωt) ∙
τ
2π α
Para evitar que a tensão na carga se torne instantaneamente negativa, emprega-se o uso
do diodo de “roda-livre”, como demonstrado no circuito da Figura 5.5. As etapas de operação
do retificador de meia onda a tiristor com diodo de “roda-livre carga RL, podem ser analisadas
na Figura 5.6, onde são representados o semiciclo positivo e negativo da tensão de entrada.
Figura 5.5 Representação do circuito retificador monofásico de meia onda a tiristor com
diodo de “roda-livre” alimentando uma carga RL.
Na Figura 5.7 são apresentadas as formas de onda de tensão e corrente na carga para o circuito
em questão.
Figura 5.6 Etapas de operação do retificador de meia onda a tiristor com diodo de “roda-
livre” carga RL.
Figura 5.7 Forma de onda do retificador monofásico de meia onda a tiristor com diodo de
“roda-livre” com carga RL – Modo de condução contínua.
√2V0 π √2V0
VLmed = ∫ sen(ωt)d(wt) = [−cos(ωt)]πα = 0.225V0 (1 + cos(α)) ∙ (5.23)
2π α 2π
A corrente de carga é representada por dois estágios, para um tempo de condução entre
os ângulos (α, π) e outro estágio entre os ângulos (π, θ), onde θ é representado pela equação
(5.24),e ζ = L/R.
θ = π + 5ωζ (5.24)
No período de tempo (π, θ), a corrente de carga é dada relação presente na relação 5.25.
(−(t−π/ω))
IL2 (ωt) = I1 e ζ 5.25
π
O valor de I1 é obtido pela expressão 5.25, com t = ω, sendo assim I1 é dado pela relação
(5.26).
√2V0 (π−α)
−
I1 = [sen(π − Φ) − sen(α − Φ)e ωζ ] (5.26)
√R2 + (ωL)2
π
(π−α) (t− )
V0 √2 − − ω
IL2 (ωt) = [sen(π − α) − sin (α − Φ)e ωζ ] e ζ (5.27)
√R2 + (ωt)2
Figura 5.9 Tensão de Saída em um Circuito Retificador de Ponte Completa a Tiristor com
Carga Resistiva.
Na Figura 5.10 são apresentadas as formas de onda tensão corrente na carga para o
retificador em discussão conectado a uma carga RL.
61
A expressão para a corrente na carga é igual a obtida para o retificador de meia onda a
tiristor.
α
t−
√2V0 − ω
ζ ]
IL (ωt) = [sen(ωt − Φ) − sen(α − Φ)e (5.30)
√R2 + L2 ω2
ωL L
Onde, Φ = arctan( R ) e ζ = R .
−π
sen(ωt − Φ) − sen(α − Φ)etg Φ = 0 (5.31)
Circuitos de retificadores trifásicos a diodo com ponto médio podem ser representados
como a associação de três retificadores monofásicos de meia onda como mostra a Figura 6.1,
sendo indispensável a conexão do neutro no sistema de alimentação (BARBI, 2012). Uma das
vantagens do retificador de ponto médio é a presença de uma tensão quase constante na saída,
mesmo com ausência de filtro capacitivo.
Figura 6.2 Formas de onda de tensão e corrente. Vo, Io representam o valor eficaz da tensão
e corrente da fonte de alimentação.
Por meio da análise das formas de onda é possível calcular o valor médio, eficaz e de
pico da tensão na carga, obtidos respectivamente como:
5π
6
3 3√6Vo
VL,med = ∫ √2Vo sen(ωt) d(ωt) = = 1,17Vo (6.1)
2π 2π
π
6
5π
6
3 2
VL,ef = √ ∫ (√2Vo sen(ωt)) d(ωt) = 1,19Vo (6.2)
2π
π
6
VLp = √2Vo (6.3)
1,17Vo (6.4)
IL,med ⩳
R
1,19Vo (6.5)
IL,ef ⩳
R
1,17Vo IL,med
ID,med ⩳ ⩳ (6.6)
3R 3
A corrente eficaz em cada diodo também pode ser definida pela análise no período de
condução, portanto:
5π
6 2
1 √2V0
ID,ef =√ ∫ ( sen(ωt)) d(ωt) ⩳ 0,59IL,med (6.7)
2π R
π
6
P
FP = ⩳ 0,69 (6.10)
S
67
As formas de onda de tensão e corrente são apresentadas na Figura 6.5. Nesse caso, cada
diodo irá conduzir por um período relativo ao ângulo de 60º, ou seja, duas vezes menor que o
conversor anterior.
Figura 6.5 Formas de onda de tensão e corrente do retificador trifásico de onda completa.
a menor tensão fazendo o diodo D5 conduza Figura 6.6(f), finalizando o ciclo. Em resumo, a
sequência de comutação é dada por: D(1-5, 1-6, 2-6, 2-4, 3-4, 3-5).
π 2π π √3 √3
VLp = V1p − V2p = √2Vo sin ( ) − √2Vo sin (− + ) = √2Vo + √2Vo = √3√2Vo (6.11)
3 3 3 2 2
A tensão e corrente média na carga são definidas conforme as equações (6.12)e (6.13),
respectivamente:
π
2
3 3VLp
VL,med = ∫ VLp sen(ωt) d(ωt) = = 0,955VLp (6.12)
π π
π
6
0,955VLp
IL,med = (6.13)
R
Os valores médio e eficaz das correntes nos diodos desse retificador podem ser obtidas
como segue
π
2
3
1 IL,med (6.14)
ID,med = ∫ IL,med d(ωt) =
2π 3
0
2π
3
1 IL,med
ID,ef = √
2
∫ (IL,med ) d(ωt) = (6.15)
2π √3
0
π
2 π 2
1 (VLp sen (ωt + )) VLp 2 (3√3 + 2π)
6 (6.16)
P= ∫ d(ωt) = ⩳ 0,91VLp 2 ⩳ 5,5Vo 2
2π R 4πR
π
6
S = 3Vo Io ∙ (6.17)
Para calcular a corrente eficaz da carga (Io) é interessante analisar a corrente de entrada,
apresentada na Figura 6.7.
71
I1
Io 2
Io 2
6 2 empo (s)
Figura 6.7 Forma de onda da corrente de entrada do retificador trifásico de onda completa.
π
2 π 2
( sen (ωt +
4 √2Vo 6)) Vo
Io = √ ∫ d(ωt) ⩳ 1,91 ∙ (6.18)
2π R2 R
π
6
P
FP = ⩳ 0,956 ∙ (6.19)
S
Uma análise com transformadores também pode ser feita, nesse caso, será analisado
conexão Y-∆, lembrando que em uma estrutura Y-Y não haverá diferenças na análise do
circuito em comparação a sem transformador, já que não há defasagem entre entrada e saída
do transformador. Para outras formas de conexão, a mesma sequência de cálculos pode ser
adotada. A estrutura com conexão em Y-∆ é apresentada na Figura 6.8.
Figura 6.8 Estrutura do retificador trifásico de onda completa com um transformador Y-∆ na
entrada.
Essa topologia apresenta uma defasagem de 30º entre entrada e saída do transformador,
além de reduzir a tensão de linha por um fator de √3, isso pode ser compensado facilmente
adicionando uma compensação nas espiras do transformador. A Figura 6.9 mostra as formas
de onda resultantes da tensão de linha na entrada (V12) e saída (V12_∆) do transformador.
Figura 6.9 Relação entre entrada e saída do transformador Y-∆ (tensões de linha).
2π
3
3 3nVo (6.21)
VL,med = ∫ VLp sen(ωt) d(ωt) = = 0,955VLp
π π
π
3
0,955VLp (6.22)
IL,med =
R
As correntes média e eficaz nos diodos desse retificador podem ser obtidas por meio de:
π
2
3
1 IL,med (6.23)
ID,med = ∫ IL,med d(ωt) =
2π 3
0
2π
3 (6.24)
1 IL,med
ID,ef = √ ∫ IL,med 2 d(ωt) =
2π √3
0
Portanto, a corrente de linha eficaz no lado do secundário, pode ser expressa por:
π 2π
3 3
1 2 2 1,91nVo
I12Delta,ef ⩳ 4 ∫(IL,med ) d(ωt) + 2 ∫ (2IL,med ) d(ωt) ⩳ √2IL , med ⩳ ∙ (6.27)
2π R
0 π
3
√ ( )
Então,
P 1,82(nVo )2 R
FP = = ⩳ 0,953 ∙ (6.28)
S1 R 1,91(nVo )2
7 RETIFICADOR TRIFÁSICO A TIRISTOR
Na Figura 7.3 são mostradas as formas de onda referentes ao sinal aplicado nos gatilhos
dos tiristores.
T1
0.8
0.4
0
T2
0.8
0.4
0
T3
0.8
0.4
0
T4
0.8
0.4
0
T5
0.8
0.4
0
T6
1
0
0 0.004 0.008 0.012 0.016
Time (s)
2π
vb = √2 Vef sin (ωt − ) (7.2)
3
2π
vc = √2 Vef sin (ωt + ) (7.3)
3
79
vab = va − vb (7.4)
vbc = vb − vc (7.5)
vca = vc − va (7.6)
(7.7)
vo = vc − vb = −vbc
vo vbc
iT3 = iT5 = =− (7.8)
R R
vo vab
i1 = iT5 = = (7.10)
R R
vo = va − vc = −vca (7.11)
vo vca
iT1 = iT6 = =−
R R (7.12)
vo = vb − vc = vbc (7.13)
vo vbc
iT2 = iT6 = =
R R (7.14)
vo = vb − va = −vab (7.15)
vo vab
iT2 = iT4 = =−
R R (7.16)
vo = vc − va = vca (7.17)
vo vca
iT3 = iT4 = = (7.18)
R R
A partir dos cálculos apresentadas nas equações (7.7) a (7.18), são definidas as formas
de ondas de correntes de linha na Figura 7.4. Na Figura 7.4 são mostrados a tensão e a corrente
na carga.
81
Ia
60
40
20
0
-20
-40
-60
Ib
60
40
20
0
-20
-40
-60
Ic
60
40
20
0
-20
-40
-60
0 0.004 0.008 0.012 0.016
Time (s)
Io
46
44
42
40
38
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018
Time (s)
Tiristores T1 T2 T3 T4 T5 T6
π 5π 3π 7π 11π π
T (0°)
6 6 2 6 6 2
500
400
300
200
100
0
0 0.004 0.008 0.012 0.016
(b)
Time (s)
Vo
400
300
200
100
0
0 0.004 0.008 0.012 0.016
Time (s)
(c)
Figura 7.6 Tensão na carga para um (a) ângulo de disparo de 20°; (b) ângulo de disparo de
60°; (c) ângulo de disparo de 75°.
Fazendo uso das equações (7.1) a (7.6) já apresentadas, expande-se a expressão de vab
da equação (7.21), obtendo:
π
+α
2
6 2π (7.22)
Vo = ∫ √2vef (sin(ωt) − sin (ωt − )) dωt
2π 3
π
+α
6
3√6 Vef
Vo = cos(α) (7.23)
π
Semelhante a equação (7.19), a potência ativa entregue à carga é dada pela potência em
dado intervalo de condução, equação (7.24).
ωto +T
1 (7.24)
P= ∫ p(ωt)dωt
T
ωto
Onde:
vo (ωt)2
p(ωt) = (7.25)
R
π
2
+α
2π 2
(√2v (sin(ωt) − sin (ωt −
P=
6
∫
ef 3 )) dωt (7.26)
2π R
π
+α
6
2
Vef
P= (6π + 9√3cos(2α)) (7.27)
2πR
Para um sistema trifásico qualquer, a potência aparente na carga é dada pelo produto da
tensão eficaz pela corrente eficaz e pelo número de fases do sistema. Como definido na em
(7.28).
|S| = Vef ⋅ Ief ⋅ 3
(7.28)
π
2
+α
2π 2
(√2v (sin(ωt) − sin (ωt −
Ia,ef
1
=√ ⋅4⋅ ∫
ef 3 )) dωt (7.30)
2π R2
π
+α
6
Dessa forma, a potência aparente em modo de condução contínuo é dada por (7.32).
2
Vef
|S| = 3√2π + 3√3 cos(2α) (7.32)
R√π
Seja o fator de potência dado pela razão entre a potência ativa e a potência aparente, faz-
se uso das equações (7.27)e (7.32) e obtém-se a expressão (7.35) para modo de condução
continua do retificador trifásico controlado de seis pulsos.
P
FP = (7.33)
|S|
2
Vef
(6π + 9√3cos(2α))
FP = 2πR (7.34)
Vef √
2π + 3√3 cos(2α)
R√π
(6π + 9√3 cos(2α))
FP =
(7.35)
6√π√2π + 3√3 cos(2α)
Realizando a análise anterior agora para o modo de condução descontinuo, ou seja, para
um ângulo de disparo dos tiristores de 60° ≤ α < 120°. Observa-se que o ângulo máximo de
5π
integração para essa etapa é . Dessa forma, a tensão na carga é dada por:
6
5π
6
6
V0 = ∫ vab (ωt)dωt (7.36)
2π
π
+α
6
Para fins de equacionamento, utiliza-se novamente a tensão vab para análise. Assim,
expandindo (7.36), obtém-se a (7.37).
5π
6
6 2π
Vo = ∫ √2vef (sin(ωt) − sin (ωt − )) dωt (7.37)
2π 3
π
+α
6
3√6 Vef π
Vo = (cos ( + α) + 1) ∙ (7.38)
π 3
5π
6 2π 2
6 (√2vef (sin(ωt) − sin (ωt − 3 ))
P= ∫ dωt (7.39)
2π R
π
+α
6
2
Vef π
P= √π (√24π − 36α − 18 sin (2α − )) (7.40)
2πR 3
Para obter a potência aparente na carga no modo de operação descontinuo, faz-se uso
da equação (7.28). Para isso, necessita-se obter a corrente eficaz da fase, definida como:
5π
6 2π 2
(√2v (sin(ωt) − sin (ωt −
Ia,ef
1
=√ ⋅4⋅ ∫
ef 3 )) dωt (7.41)
2π R2
π
+α
6
Vef π
Ia,ef = √16π − 24α − 12 sin (2α − ) (7.42)
R√π 3
A partir das equações (7.38) e (7.42), obtém-se a potência aparente na carga em(7.43).
2
Vef π
|S| = 3√16π − 24α − 12 sin(2α − ) (7.43)
R√π 3
Por fim, fazendo uso de (7.40) e (7.43) determina-se o fator de potência na carga para
modo de condução descontinua do retificador trifásico controlado de seis pulsos.
π
√π (√24π − 36α − 18 sin (2α − 3))
(7.44)
FP =
π
6π√16π − 24α − 12 sin (2α − 3)
8 RETIFICADORES MULTI-PULSO
If
Figura 8.1 Ponte de Graetz alimentado por transformador com conexão delta-delta.
Va Vb Vc
300
200
100
0
-100
-200
-300
If
60
40
20
0
-20
-40
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05
Time (s)
Figura 8.2 Formas de onda das tensões de entrada e corrente de linha If.
If
Va Vb Vc
300
200
100
0
-100
-200
-300
If
40
-40
Figura 8.5 Formas de onda para ponte de Graetz alimentada por transformador delta-estrela.
91
Neste tópico será apresentado a junção dos dois circuitos dos apresentados nas seções
8.1 e 7.2 como mostrado na Figura 8.7. Essa junção resulta em uma corrente mais próxima de
uma senoide que a apresentada nos casos anteriores, como pode ser constatado na Figura 8.8,
além de uma redução significativa no conteúdo harmônico da corrente. Este fato ocorre devido
ao cancelamento de harmônicas que possua oposição de fase, como mostrado nas Figura 8.3
e Figura 8.6. O espectro harmônico resultante é mostrado na Figura 8.9.
If
V_secundario_DD V_secundario_DY
400
200
0
-200
-400
Vcarga
400
300
200
100
If_DD If_DY
40
0
-40
Aplicação: sistemas com altas cargas. As indústrias são penalizadas pela injeção de
harmônicas na rede imposta pela normatização da IEE519, são
punidas principalmente pela adição de harmônicas de baixa frequência. Isso significa que o
FP desse circuito é muito bom mesmo sem adição de filtros ao circuito. Tem como
desvantagem principal o custo dos transformadores que são robustos.
9 ÁBACO DE PUSCHLOWSKI
Retificadores a tiristor com carga RLE (resistor, indutor e fonte CC) possuem cálculos
em que suas respectivas soluções analíticas são irrealizáveis. Dessa forma, recorre-se a um
método numérico para a solução de equações algébricas, chamado de Ábaco de Puschlowski.
Nele, primeiramente, considera-se o circuito da Figura 9.1, com uma fonte de tensão senoidal,
o tiristor e a carga RLE. As análises a seguir é realizada de acordo com (BARBI, 2012).
di(ωt)
−Vp sen(ωt) + Ri(ωt) + L +E= 0∙ (9.1)
dt
Vp E E −ωt−α
i(ωt) = {[cos φ . sin(ωt − φ) − ] − [cos φ . sin(α − φ) − ] e tan φ } (9.2)
R Vp Vp
Vp E E − β−α
0= {[cos φ . sin(β − φ) − ] − [cos φ . sin(α − φ) − ] e tan φ } (9.3)
R Vp Vp
XL
tan φ = (9.4)
R
R
cos φ = (9.5)
√R2 + X L2
A equação (9.6) define o termo a, que relaciona a tensão de carga com a tensão de pico
de entrada, levando em consideração circuitos monofásicos e trifásicos. Quando se trata da
ponte Graetz, a tem o seu valor dividido por √3.
E
a= (9.6)
Vp
β−α
− (9.7)
0 = [cos φ . sin(β − φ) − a] − [cos φ . sin(α − φ) − a]e tan φ
A equação (9.7) é uma função com quatro variáveis, ou seja, é uma f(a, α, β, cos φ).
Sendo assim, a utilização do Ábaco de Puschlowski simplifica a análise, visto que, com ele,
conhecendo-se três variáveis, a quarta variável é de simples determinação. O Ábaco de
Puschlowski é representado na Figura 9.2.
Figura 9.2 Ábaco de Puschlowski.
onde m refere-se ao número de pulsos do retificador em cada ciclo da rede. O termo α1 tem
valores diferentes conforme o número de pulsos do retificador, conforme representado na
Tabela 9.2.
Tabela 9.2 Valores de α1 .
Dado o retificador monofásico de onda completa com carga RLE da Figura 9.3, com os
parâmetros pré-determinados que constam na Tabela 9.3.
Parâmetro Valor
vin Vp sen(ωt)
Vp 100 V
E 60 V
R 5Ω
L 65 mH
α 60°
L 65 mH
f 60 Hz
R 5 (8.9)
cos φ = = ≈ 0,2
√R2 + XL2 √52 + (2π60 ∗ 65m)2
2π 360°
βc = βc = + α1 = + 60° = 240° (8.10)
m 2
E 60
a= = = 0,6 (8.11)
Vp 100
10 REFERÊNCIAS
BOYLESTAD Robert L. Introdução à Análise de Circuitos. 12. ed. Pearson Educación, S.A.,
2014.