Setor Elétrico Brasileiro: Como Ser Especialista Na Regulação Da Área?

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área?
1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4
A ESTRUTURA POR TRÁS DO SETOR ELÉTRICO ................................. 6
COMO É A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO

SETOR ELÉTRICO? .................................................................................................... 7
CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA ........................ 8
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA .............................................................. 9
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA: OS ESTUDOS

NO SETOR ....................................................................................................................... 12
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA:

A AGÊNCIA REGULADORA DO SETOR ....................................................... 14
OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO ................................ 20
CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ......... 21
O DIÁLOGO NO SETOR DE ENERGIA .......................................................... 22
A REGULAÇÃO DO SETOR DE ENERGIA:

AGENDA REGULATÓRIA ....................................................................................... 23
ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO ...................................................... 24
Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 2

SUMÁRIO
EXPEDIÇÃO DE NORMAS NO SETOR DE ENERGIA ........................... 25
A ADVOCACIA NO SETOR DE ENERGIA .................................................... 25
TORNE-SE UMA REFERÊNCIA NO SETOR DE ENERGIA! .................... 26
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 28
CONHEÇA O IDP LEARNING .............................................................................. 29
CONHEÇA AS REDES SOCIAIS DO IDP ONLINE .................................... 30

INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios para os profissionais que desejam

atuar no setor de regulação de energia é compreender a multidisci-
plinaridade que envolve o setor. Isso porque, se trata de um nicho de
mercado que envolve economia, contabilidade, matemática finan-
ceira, política, dentre outros ramos essenciais para o funcionamento
desse ecossistema.
Em suas notas ao mercado, a Câmara de Comercialização de

Energia Elétrica (CCEE) aponta que as transações realizadas entre os
players do setor movimentam milhões de reais na economia mun-
dial.
Dessa forma, se você deseja se especializar na regulação do Se-

tor Elétrico, seja para se tornar uma referência como advogado, con-
sultor ou até mesmo árbitro, deverá ficar atento às inúmeras opor-
tunidades de atuação neste mercado.
Neste ebook, quero lhe convidar a fazer uma imersão nos as-
pectos regulatórios do setor de energia. Vamos conhecer como é

a estrutura do setor de energia (quais os órgãos e suas respectivas
competências), bem como compreender como ocorre o sistema de
regulação.
Conhecer essa estrutura e suas aplicações permite ao profis-

sional do Direito uma atuação técnica e apurada para a construção
de possíveis soluções aos problemas do setor elétrico.
Seja na atuação como árbitro, na decisão de um conflito impor-

tante envolvendo contratos de energia; ou na advocacia, nas parti-
cularidades do negócio do seu cliente; ou mesmo na elaboração de
um parecer técnico sobre o assunto, entre outras inúmeras possibi-
lidades.
Fato é que o conhecimento técnico e aprofundado no Setor de

Energia é essencial para uma atuação de qualidade e referência no
mercado, e se você deseja atuar neste mercado, deverá se atentar
aos acontecimentos do segmento.

A ESTRUTURA POR TRÁS
DO SETOR ELÉTRICO
Em linhas gerais, o setor de energia se desenvolve com diversos

atores, inclusive, com muita diversidade em sua composição. Isso
porque, além da Administração Pública, atuam também empresas
privadas, sociedade civil e organizações de pesquisa, dentre outros.

A compreensão da estrutura organizacional do setor elétrico
permite ao advogado que deseja atuar em regulação saber as com-
petências e atribuições de cada entidade, bem como compreender
a lógica por trás de cada ato desses players.
De fato, se pararmos para analisar toda a estrutura organizacio-

nal e regulatória neste Ebook, poderíamos passar horas conversan-
do. Dessa maneira, foram escolhidas apenas as entidades essenciais
para o funcionamento do Setor.
COMO É A ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL DO SETOR ELÉTRICO?
Se você é um profissional do direito, seja advogado, árbitro ou

parecerista, e deseja atuar no setor elétrico, deverá ter a compreen-
são da estrutura do setor de energia.
Ao fim e ao cabo não basta conhecer os órgãos e as respecti-

vas funções e competências, mas entender como ele está ligado e
estruturado no ecossistema da regulação do setor, entendendo as
perspectivas e desafios para a área.
Para facilitar a compreensão, vamos utilizar um organograma

do setor. Nele, é possível observar como as entidades se conectam.
Seja por aquelas que pesquisam o setor, como é o caso da EPE (Em-
presa de Pesquisa Energética), a ANEEL (Agência Nacional de Ener-
gia Elétrica), que tem a função de regulamentar toda essa estrutura,
e até empresas que comercializam energia, como no caso da CCEE
(Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

CONSELHO NACIONAL DE
POLÍTICA ENERGÉTICA
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) é um órgão

de assessoramento do Presidente da República para formulação de
políticas e diretrizes de energia. Em regra, esse órgão é presidido
pelo Ministro de Estado de Minas e Energia.
A composição do CNPE é variada. Lá podemos encontrar vários

ministros (como, por exemplo, o ministro das relações exteriores, o
ministro da economia, o ministro da ciência, tecnologia, inovações e
comunicações, dentre outros), bem como as participações da socie-
dade civil (dentre eles, um representante das instituições acadêmi-
cas brasileiras).

Para você se aprofundar em seus estudos, deverá saber que a
lei que dispõe sobre a estrutura e o funcionamento do Conselho
Nacional de Política Energética - CNPE é o Decreto de número
3.520, de junho de 2000.
Ainda, se você tiver interesse em conhecer as outras regula-

mentações sobre o CNPE, poderá acessar o site do Conselho. Lá, é
possível conhecer toda a estrutura, bem como as legislações aplicá-
veis ao órgão.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
O Ministério de Minas e Energia (MME) foi criado em 1960, no

governo do presidente Juscelino Kubitschek. O MME possui quatro
Secretarias, com a finalidade de criação das diretrizes e implemen-
tação das políticas nacionais no segmento.
A regulação do Ministério de Minas e Energia se dá pelo Decre-

to de número 9.675 de janeiro de 2019, que teve por finalidade apro-
var a estrutura regimental do MME.
Na legislação, em especial no Anexo I, é possível observar que o

regimento do MEE apresenta a seguinte subdivisão:
A natureza e competência do MME (art. 1)

A estrutura organizacional (art. 2)
A competência dos órgãos (arts. 3 ao 33-A)
A atribuição dos dirigentes (arts. 33 ao 36)

Essa estrutura da Administração Pública, que é altamente
complexa, deve ser conhecida por aqueles que, assim como você,
desejam atuar no Setor de Energia.
Isso porque, você precisará saber quem tem a competência

para resolver determinados conflitos, ou até mesmo, identificar as
autoridades coatoras, caso seja necessário interpor uma medida ju-
dicial para a solução do problema que se apresenta, como em um
mandado de segurança, por exemplo.
A estrutura do MME é complexa. Você observará que ela tem

inúmeras ramificações nas secretarias, gabinetes e assessorias.
Confira o organograma sobre a estrutura do Ministério de Mi-

nas e Energia, disponível no site oficial da organização:

Mas não se preocupe! Neste ebook vamos nos debruçar sobre
os quatro órgãos fundamentais para a sistematização e funciona-
mento do Setor de Energia.
Para começar nossos estudos, é necessário conhecermos a

Empresa de Pesquisa Energética (EPE), suas funções e competência
para o Setor de Energia.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA:

OS ESTUDOS NO SETOR
Em linhas gerais, a EPE é uma empresa pública federal. Ela está vin-
culada ao Ministério de Minas e Energia e foi criada pela Lei 10.847/2004.
Tem como finalidade principal o desenvolvimento de estudos,

pesquisas e bases de informações para subsidiar a formulação, im-
plementação e avaliação das políticas energéticas no Brasil.
Sua estrutura é de suma importância para o setor, uma vez que

dialoga com a sociedade, buscando as soluções necessárias para as-
segurar os investimentos voltados para a expansão e a moderniza-
ção do setor energético.
Agora, quanto aos aspectos jurídicos da EPE, é possível encon-

trar a seguinte base normativa:
Autoriza a criação da Empresa de

Lei 10.847, de 15
Pesquisa Energética – EPE e dá
de Março de 2004. outras providências.
Cria a Empresa de Pesquisa Ener-

Decreto 5.184, de 16 de
gética – EPE, aprova seu Estatuto
Agosto de 2004. Social e dá outras providências.

Você deve estar se perguntando: uma lei para autorizar a cria-
ção e outra somente para criar a empresa pública? Porque não se
faz tudo na mesma legislação?
É importante lembrar, para aqueles que buscam atuar no Setor

de Energia, a forte correlação deste setor com o Direito Administrativo.
Ao estudar o Direito Administrativo, percebemos que a empre-

sa pública é uma entidade dotada de personalidade jurídica de di-
reito privado. Contudo, para ser criada ela precisa ter uma autoriza-
ção legal, nos termos da Lei de número 13.303.
Em uma série de artigos publicada pela Empresa de Pesquisa

Energética chamada “O papel da EPE”, é possível compreender que
a empresa foi concebida para viabilizar um planejamento integrado.
Dessa maneira, a EPE passou a promover sua expansão de acor-

do com os princípios estruturais do setor energético. Podemos citar
alguns, por exemplo:
Promover a expansão em consonância com as premissas do de-

senvolvimento sustentável e com a Política Nacional de Meio Ambiente;
Sinalizar aos agentes um quadro de referência para seus investimentos;
Incentivar o aproveitamento de fontes alternativas;
Promover a universalização do acesso e uso aos bens e servi-

ços energéticos;
Estimular a diversificação da matriz energética.
Das pesquisas e estudos sobre o Setor de Energia, nascem as

fontes para a regulação, que no sistema brasileiro é feito pela ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica).

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA: A AGÊNCIA REGULADORA
DO SETOR
A ANEEL é uma agência reguladora, regida pela Lei nº

13.848/2019. Em linhas gerais, as agências reguladoras são autar-
quias e desempenham o papel de fiscalizar, conduzir e regular as
prestações de serviços públicos e o exercício de atividades econômi-
cas particulares.
Ela é vinculada ao Ministério de Minas e Energia e foi criada

com o objetivo de regular o setor elétrico brasileiro, por meio da Lei
nº 9.427/1996 e do Decreto nº 2.335/1997.
Dessa forma, se você deseja se tornar um especialista no Setor

de Energia, além de conhecer as legislações citadas, deverá tam-
bém compreender as principais atividades da ANEEL. Podemos ci-
tar, como exemplo, as principais:
Regular a geração, transmissão, distribuição e comercializa-

ção de energia elétrica.
Promover as atividades de outorgas de concessão, permissão

e autorização de empreendimentos e serviços de energia elé-
trica, por delegação do Governo Federal.
Fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos

estaduais as concessões, permissões e os serviços de energia
elétrica.
Implementar as políticas e diretrizes do governo federal re-

lativas à exploração da energia elétrica e ao aproveitamento
dos potenciais hidráulicos.

Essas atividades citadas, ao fim e ao cabo, influenciam tanto na
vida dos cidadãos, que se utilizam dos serviços de energia, quanto
nas empresas que trabalham com comercialização, distribuição e
transmissão de energia.
O trabalho da ANEEL, neste sentido, é formular regras, em con-

junto com a sociedade civil (empresas, cidadãos e entidades do ter-
ceiro setor), para a regulamentação das quatro principais fases da
produção de energia.
Geração de energia: é o segmento da indústria responsável

por produzir energia e injetá-la nos sistemas de transporte (trans-
missão e distribuição) para que chegue aos consumidores.
Quando pensamos em geração de energia no Brasil, devemos

ter em mente que este segmento é bastante diversificado, sendo
assim, pode-se falar em quase 11 mil empreendimentos geradores,
considerando todas as fontes e capacidades.
Ademais, em nosso país, há também diversidade na produção

de energia. Em relatório elaborado em 2020 pela EPE, pode-se obser-
var que a maioria da energia que utilizamos vem de fontes renováveis.

1.
Inclui gás de coqueria, gás de alto forno, gás de aciaria e alcatrão
2.
Inclui importação
3.
Inclui lenha, bagaço de cana, lixívia, biodiesel e outras fontes
primárias.
Transmissão de energia: por aqui ocorre o transporte de

grandes volumes de energia entre os pontos de produção e distri-
buição, por meio de linhas de transmissão em alta tensão.
A título de curiosidade, nosso país conta com 156 concessioná-

rias de transmissão.
Ao falar em concessionárias de transmissão de energia, deve-se ter

em mente o diálogo com o Direito Administrativo. Isso porque, se trata
de contrato de concessão, ou seja, parcerias que a Administração Públi-
ca realiza com o setor privado para o fornecimento de serviços públicos.
Para que esses contratos sejam celebrados é necessário um lei-

lão de transmissão.

Em linhas gerais, o contrato de concessão é celebrado por in-
termédio da Aneel, que formaliza a delegação do poder conceden-
te para que o agente concessionário de transmissão possa explo-
rar, como prestador de serviço público, as respectivas instalações de
transmissão e, via de regra, tem vigência de 30 anos.
Comercialização de energia: neste setor há relações de

compra e venda de energia entre produtores, distribuidores e con-
sumidores.
É neste tópico que estudaremos diferenças terminológicas im-

portantes para você, que deseja se especializar no setor. Isso porque,
quando pensamos na “comercialização de energia”, não podemos
associá-la diretamente ao consumidor final.
Em regra, quando falamos de comercialização de energia, pen-

sa-se em empresas comercializadoras que compram energia por
meio de contratos bilaterais em um ambiente livre, podendo reven-
der esta energia aos consumidores livres, especiais ou a outros co-
mercializadores.
Há, neste setor, dois tipos de mercados a serem explorados:
1) Mercado Livre: também conhecido como Ambiente de

Contratação Livre - ACL, a compra é feita pelos consumidores dire-
tamente das comercializadoras, através de contratos bilaterais com
condições livremente negociadas como preço, prazo, volume, den-
tre outras condições.
2) Mercado Cativo: também conhecido como Ambiente de

Contratação Regulada – ACR, os consumidores são atendidos pe-
las distribuidoras de energia que possuem concessão para vender
energia naquela região.

Fonte: Be Energy
Essas terminologias e diferenças técnicas podem lhe ajudar
muito na prática advocatícia, porque se os seus clientes forem gran-
des indústrias ou empresas que se utilizam de muita energia, os
contratos podem ser celebrados diretamente no Ambiente de Con-
tratação Livre.
É o caso de várias empresas em Santa Catarina! Com a com-

pra de energia no mercado livre, as indústrias relataram uma econo-
mia de até 30% dos valores pagos.
Distribuição de energia: é aqui que há a entrega de energia

elétrica para a maioria dos consumidores finais por meio de redes
em média e baixa tensão.

Estima-se que em nosso país, atualmente, existem 131 conces-
sionárias, permissionárias e cooperativas de distribuição de energia
elétrica.
Há um gráfico ilustrativo formulado pelo Instituto Brasileiro de

Defesa do Consumidor que demonstra muito bem a cadeia de pro-
dução interligada neste setor.
Fonte: Idec

Ainda, quando estudamos o Setor de Energia, é importante
que conheçamos o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e a
CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
OPERADOR NACIONAL DO
SISTEMA ELÉTRICO
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é o órgão res-

ponsável pela coordenação e controle da operação das instalações
de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional (SIN).
Sua atuação é pautada sob a fiscalização e regulação da Agên-

cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), conforme você pode obser-
var no organograma constante neste ebook.
Quanto à natureza jurídica do ONS, trata-se de uma pessoa ju-

rídica de direito privado, sob a forma de associação civil sem fins
lucrativos.
Para que você conheça um pouco mais o ONS, faça a leitura da

Lei nº 9.648, responsável pela criação da associação, atentando-
-se também às alterações introduzidas pela Lei nº 10.848/2004 e
regulamentação constante do Decreto nº 5.081/2004.
Ademais, em seu escopo de atuação, o ONS desenvolve um par

de pesquisas sobre o sistema de energia e seus agentes proprietá-
rios, de forma a gerenciar as diferentes fontes de energia e a rede de

transmissão, garantindo a segurança do suprimento contínuo em
todo o país.
Conhecer este órgão e suas atribuições lhe permite ter mais

conhecimento sobre o setor de energia, em especial, quanto à coor-
denação e organização deste sistema tão complexo.
Além do mais, existem muitos debates fomentados pelos seus

membros, que são, via de regra, as empresas de geração, transmis-
são, distribuição, consumidores livres, importadores e exportadores
de energia.
CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica foi criada pela

Lei nº 10.848, em 2004, e veio a ser regulamentada pelo decreto de
número 5.177 editado no mesmo ano.
Sua finalidade é a de viabilizar a comercialização de energia

elétrica no mercado de energia brasileiro, garantindo que a eletrici-
dade chegue até a residência, escritório e comércio de milhões de
brasileiros.
Conforme visto no item que trata da ANEEL, a CCEE integra

o grupo de geradores, distribuidores, comercializadores e consumi-
dores de energia, estando presente em cada etapa e garantindo as
condições para que a energia elétrica seja negociada.

O DIÁLOGO NO SETOR DE ENERGIA
Visto os principais órgãos, é importante destacarmos que as

entidades mencionadas neste ebook devem atuar coordenadamen-
te para o sucesso no setor de energia.
Daí a importância de conhecermos o organograma e as atri-

buições de cada uma dessas entidades, pois nos permitem, de pla-
no, adentrar ao ecossistema da regulação de energia.
De fato, quando se começa os estudos no setor de energia elé-

trica, você até pode ficar um pouco assustado, uma vez que há mui-
tas siglas, palavras técnicas e conhecimentos que exigem um saber
multidisciplinar. Mas, com o passar do tempo, tudo isso vai ficando
cada vez mais simples!
Se você relembrar o nosso organograma, perceberá que am-

bas entidades citadas agora a pouco (ONS e CCEE) estão sob os cui-
dados da ANEEL.

Em nosso país, a ANEEL tem a importante função de atuar
como uma agência reguladora. Como vimos, em outras entidades,
há uma multiplicidade de profissionais, com diversos saberes (não
necessariamente jurídicos), bem como, há um diálogo com a socie-
dade civil.
Esse diálogo e participação de todos na confecção da regula-

mentação do setor de energia também ocorre nas normas editadas
pela ANEEL!
A REGULAÇÃO DO SETOR DE
ENERGIA: AGENDA REGULATÓRIA
Em linhas gerais, a Agenda Regulatória apresenta a relação dos

temas estratégicos passíveis de regulamentação, organizados em
atividades regulatórias.
Para a ANEEL, a agenda se tornou um instrumento de planeja-

mento, gestão e participação pública, que confere transparência e
previsibilidade ao processo regulatório.
A agenda foi reconhecida como uma boa prática institucional,

sendo adotada a partir da Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019, que
dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o con-
trole social das Agências Reguladoras.
Para tanto, deve-se saber que o processo de elaboração da

Agenda Regulatória na ANEEL vem sendo aprimorado a cada ano,
haja vista a variada participação da sociedade.

Para que você se aprofunde mais na agenda reguladora, reco-
mendo fortemente que observe a agenda do biênio 2022/2022, lá no
site da Aneel.
ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO
Trata-se de um dos assuntos mais importantes do setor de

energia. Isso porque, a AIR é um instrumento feito para avaliar a ne-
cessidade e consequências de uma possível nova regulação no setor
de energia.
Logo, para que seja formulada uma norma regulatória para o

setor, é necessário passar pela análise de impacto regulatório, que
tem, ao final do dia, o condão de auxiliar o regulador a melhorar a
qualidade de suas decisões.
Dessa forma, será verificado os benefícios potenciais da medi-

da, se elas excedem os custos estimados e se, entre todas as alterna-
tivas consideradas para alcançar o objetivo da regulação proposta, a
ação é a mais benéfica para a sociedade.
Se você deseja ter acesso aos relatórios de AIR, saiba que estes
são produzidos pela ANEEL, e podem facilmente ser acessados nas
Audiências e Consultas Públicas.

EXPEDIÇÃO DE NORMAS NO
SETOR DE ENERGIA
Apresentado a AIR, é a hora da realização do processo decisório.
Em linhas gerais, antes da elaboração de um ato normativo, o

Relatório de Análise de Impacto Regulatório deve ser submetido à
uma Audiência Pública, que pode ser dispensada quando a unidade
organizacional responsável pela instrução do processo já tenha rea-
lizado consulta pública sobre o tema em análise.
Com muitos debates, estudos e diálogos, as normas ganham

a sua aprovação, cabendo a nós, profissionais do direito, estudá-las
para desenvolver melhores soluções para os nossos clientes.
A ADVOCACIA NO SETOR DE ENERGIA
Se você é advogado e deseja conhecer um nicho com excelen-

tes oportunidades de trabalho, o Setor de Energia é para você. Nes-
te setor, há inúmeras atividades que você pode desenvolver, e para
tanto, precisa ser conhecido como referência na área.
Podemos citar, por exemplo, o advogado consultivo do Setor de

Energia. Como a área tem poucos profissionais de alta performance,
quando você estuda e se especializa, há altas chances de tornar-se
uma referência em nosso país.

Ademais, existem oportunidades, dentro da advocacia con-
sultiva, de elaboração de pareceres jurídicos sobre os conflitos en-
volvendo os temas. Isso porque, há também um certo número de
problemas que foram judicializados e detém grande discussão dou-
trinária.
Dentre as mais tradicionais, podemos citar também a advoca-

cia contenciosa, auxiliando as partes que judicializam suas questões
envolvendo o setor de energia.
Por fim, há um destaque especial para a atividade de árbitro,

que vem ganhando destaque nos últimos anos. Isso porque, nos ter-
mos da Lei de Arbitragem, pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e
que tenha a confiança das partes.
Nesse sentido, nomear um árbitro com conhecimento técnico

em regulação do setor de energia poderá ajudar muito na solução
do caso.
TORNE-SE UMA REFERÊNCIA NO

SETOR DE ENERGIA!
Agora que você já conhece a estrutura do setor, como são ela-

boradas as normas e tem uma visão geral do nicho para a advocacia,
está na hora de aprofundar seus estudos no setor de regulação.
Para começar, você poderá especializar-se, com o MBA em Di-

reito e Regulação do Setor Elétrico. No curso, você terá aula com os
professores que são referências no Setor de Energia, podendo, além
de assistir às aulas ao vivo, interagir com os professores, fazer ne-
tworking, e se aprimorar nos estudos.

Ademais, a leitura, a participação em eventos, a realização de
cursos, entre outras formas de estudo, podem lhe ajudar a ganhar
os conhecimentos necessários para uma atuação de excelência.
Chegamos ao final do nosso e-book, muito obrigado por me

acompanhar até aqui! Não deixe de acompanhar as redes sociais do
IDP e ler nossos textos do blog!
Forte abraço e muito sucesso!

REFERÊNCIAS
Conheça o Setor Elétrico Brasileiro

https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/inovacao-e-tecnologia/se-
tor-eletrico-brasileiro/
Conselho Nacional de Política Energética

https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/conselhos-e-comites/cnpe
Ministério de Minas e Energia

https://www.gov.br/mme/pt-br
Operador Nacional do Sistema Elétrico

http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-ons/o-que-e-ons
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

https://www.ccee.org.br/web/guest/sobrenos
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

https://www.gov.br/aneel/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/a-aneel
Análise de Impacto Regulatório

https://www.gov.br/aneel/pt-br/assuntos/instrumentos-regulatorios/analise-
-de-impacto-regulatorio/air
Agenda Regulatória
https://www.gov.br/aneel/pt-br/assuntos/instrumentos-regulatorios/agenda-
-regulatoria/2022-2023
POR MANASSÉS LOPES:

Advogado, parecerista e professor universitário. Faz parte do
programa de pós-graduação lato sensu do IDP Online e tem
pesquisas com ênfase em Direito Privado e Processual Civil.


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A ESTRUTURA POR TRÁS DO SETOR ELÉTRICO ................................. 6

COMO É A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO

CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA ........................ 8

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EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA: OS ESTUDOS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA:

OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO ................................ 20

CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ......... 21

O DIÁLOGO NO SETOR DE ENERGIA .......................................................... 22

A REGULAÇÃO DO SETOR DE ENERGIA:

ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO ...................................................... 24

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 2

EXPEDIÇÃO DE NORMAS NO SETOR DE ENERGIA ........................... 25

A ADVOCACIA NO SETOR DE ENERGIA .................................................... 25

TORNE-SE UMA REFERÊNCIA NO SETOR DE ENERGIA! .................... 26

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CONHEÇA AS REDES SOCIAIS DO IDP ONLINE .................................... 30

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 3

Um dos grandes desafios para os profissionais que desejam

Em suas notas ao mercado, a Câmara de Comercialização de

Dessa forma, se você deseja se especializar na regulação do Se-

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 4

Conhecer essa estrutura e suas aplicações permite ao profis-

Seja na atuação como árbitro, na decisão de um conflito impor-

Fato é que o conhecimento técnico e aprofundado no Setor de

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 5

Em linhas gerais, o setor de energia se desenvolve com diversos

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 6

De fato, se pararmos para analisar toda a estrutura organizacio-

Se você é um profissional do direito, seja advogado, árbitro ou

Ao fim e ao cabo não basta conhecer os órgãos e as respecti-

Para facilitar a compreensão, vamos utilizar um organograma

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 7

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) é um órgão

A composição do CNPE é variada. Lá podemos encontrar vários

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 8

Ainda, se você tiver interesse em conhecer as outras regula-

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

O Ministério de Minas e Energia (MME) foi criado em 1960, no

A regulação do Ministério de Minas e Energia se dá pelo Decre-

Na legislação, em especial no Anexo I, é possível observar que o

A natureza e competência do MME (art. 1)

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 9

Isso porque, você precisará saber quem tem a competência

A estrutura do MME é complexa. Você observará que ela tem

Confira o organograma sobre a estrutura do Ministério de Mi-

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 10

Para começar nossos estudos, é necessário conhecermos a

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA:

Tem como finalidade principal o desenvolvimento de estudos,

Sua estrutura é de suma importância para o setor, uma vez que

Agora, quanto aos aspectos jurídicos da EPE, é possível encon-

Autoriza a criação da Empresa de

Cria a Empresa de Pesquisa Ener-

Setor elétrico brasileiro: como ser especialista na regulação da área? 12

É importante lembrar, para aqueles que buscam atuar no Setor

Ao estudar o Direito Administrativo, percebemos que a empre-

Em uma série de artigos publicada pela Empresa de Pesquisa

Dessa maneira, a EPE passou a promover sua expansão de acor-

Promover a expansão em consonância com as premissas do de-

Sinalizar aos agentes um quadro de referência para seus investimentos;

Incentivar o aproveitamento de fontes alternativas;