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Atenuação

A atenuação consiste numa redução da potência do sinal ao longo do meio de


transmissão. A atenuação resulta da perda de energia do sinal por absorção ou por
fuga de energia. Nos meios de transmissão não guiados (espaço livre), a dispersão
da energia pelo espaço pode também ser vista como uma forma de atenuação, uma
vez que a potência do sinal que atinge o receptor é menor que a potência emitida.A
atenuação mede-se através da relação entre a potência do sinal em dois pontos ao
longo do meio de Transmissão atenuação pode ser compensada através da
utilização de repetidores. Nos sistemas de transmissão analógicos, os repetidores
podem ser constituídos apenas por um amplificador. Nos sistemas de transmissão
digital, os repetidores podem ser do tipo regenerativo, incluindo funções de
sincronização, amostragem e decisão como se de um receptor se tratasse. Os
repetidores regenerativos “reconstroem” o sinal digital mas, tal como um receptor,
podem cometer erros de decisão e introduzir erros no sistemas de transmissão.

Distorção

A distorção consiste numa alteração da forma do sinal durante a sua propagação


desde o emissor até ao receptor. A distorção pode resultar do comportamento
não-linear de alguns dos componentes que compõem o percurso do sinal ou pela
simples resposta em frequência do meio de transmissão. Em alguns casos, os
efeitos da distorção podem ser corrigidos ou minimizados através de técnicas de
condicionamento de sinal tais como filtragem.

Interferência

A interferência consiste na alteração de alguma das características do sinal


transmitido por efeito de um outro sinal exterior ao sistema de transmissão. A forma
mais comum de interferência consiste na adição de um sinal exterior ao sinal
transmitido. No caso dos sinais elétricos ou electromagnéticos, a interferência é
introduzida por indução eletromagnética no meio de transmissão ou no dispositivo
receptor (antena).

Os efeitos da interferência podem ser minimizados através do isolamento do meio


de transmissão, no caso dos meios guiados, por blindagem, através do recurso a
técnicas de transmissão balanceadas, por filtragem ou através de técnicas de
cancelamento. Em alguns casos é possível identificar a fonte do sinal interferidor e
simplesmente eliminá-la ou atenuar a potência do sinal emitido.

Exemplos de fontes de interferência eletromagnética são os motores elétricos, os


interruptores mecânicos, as lâmpadas fluorescentes e, de uma maneira geral, todos
os dispositivos elétricos, incluindo os próprios sistemas de transmissão. É muito
frequente os sistemas de transmissão serem afetados por interferência produzida
por outros sistemas de transmissão semelhantes que operam em bandas de
frequência próximas da do sistema em causa. Um outro tipo de interferência ocorre
quando vários pares entrançados são agrupados para constituir um só cabo,
observando-se interferência mútua entre os sinais que se propagam em cada um
dos pares entrançados.

Ruídos

Uma vez que o ruído é um processo aleatório, este deve ser descrito e tratado com
recurso a métodos estatísticos. O ruído diz-se branco quando a sua densidade
espectral de potência média é constante a todas as frequências; diz-se colorido no
caso contrário. As características do ruído são ainda descritas através da função
densidade de probabilidade da sua amplitude. Diz-se então que o ruído segue uma
distribuição Normal (Gaussiana), de Poisson, etc.
Uma das formas de ruído mais utilizadas para modelar este aspecto de um sistema
de transmissão é o Ruído Branco Aditivo e Gaussiano (AWGN – Additive White
Gaussian Noise).

Os efeitos do ruído no desempenho dos sistemas de transmissão podem ser


minimizados através da utilização de técnicas de projeto dos circuitos mais cuidadas
e através de filtragem. No entanto, e dada a natureza aleatória do ruído, não é
possível eliminar completamente o ruído num sistema de transmissão.

Os efeitos do ruído fazem-se sentir através de uma deterioração da qualidade do


sinal transmitido nos sistemas de transmissão analógicos e através da introdução de
erros nos sistemas de transmissão digital. Nos sistemas de transmissão analógicos,
a qualidade do sinal recebido mede-se através da relação entre a potência do sinal
e a potência do ruído – relação sinal/ruído (SNR – Signal to Noise Ratio). Nos
sistemas de transmissão digital, o desempenho mede-se através da probabilidade
de ocorrerem erros, frequentemente erros de bit – probabilidade de erro de bit (BER
– Bit Error Rate).

Largura de banda

As limitações de largura de banda do meio de transmissão também se podem


considerar uma condicionante ao desempenho dos sistemas de transmissão. Se a
largura de banda for insuficiente, a forma do sinal é alterado durante a propagação
do sinal, tendo como resultado a introdução de interferência entre símbolos, isto é,
parte da energia relativa a um símbolo transmitido é recebida durante o período de
tempo reservado a símbolos posteriores.

Dispersão multi-percurso
Em alguns sistemas de transmissão, a propagação dos sinais entre o emissor e o
receptor faz-se por vários percursos simultâneos, tal como acontece na fibra óptica
multi-modo, uma vez que as diferentes partes da energia do sinal emitido se
propagam por caminhos com um comprimento total diferente uns dos outros, as
diferentes partes do sinal atingem o receptor em instantes de tempo diferentes. O
sinal recebido é assim uma soma das diferentes componentes que percorreram
percursos diferentes. O resultado é um “espalhamento” no tempo da energia do
sinal. A este fenómeno chama-se dispersão. Os efeitos da dispersão são
semelhantes aos produzidos pelas limitações de largura de banda do meio de
transmissão, resultando em interferência entre símbolos.

Desvanecimento multipercurso

Nos sistemas de transmissão por rádio, a propagação multipercurso provoca um


outro efeito indesejado designado por desvanecimento multipercurso (multipath
fading).Neste sistema de transmissão a propagação do sinal faz-se por múltiplos
percursos com comprimentos diferentes. O sinal que atinge o receptor é a soma de
todos os sinais que percorreram os diferentes percursos. Uma vez que o
comprimento dos diferentes percursos é diferente, os vários sinais podem ou não
estar em fase: os que estiverem em fase somam-se construtivamente, os que
estiverem em oposição de fase somam-se destrutivamente. O resultado é um sinal
cuja amplitude depende dos vários percursos que as diferentes partes do sinal
percorreram. Se a posição do receptor se alterar relativamente à posição do
receptor, como acontece nos sistemas móveis, a amplitude do sinal recebido irá
variar.

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