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Seção: Rádio e TV
Como explicado anteriormente um canal que sofre de multipercurso, faz com que o
receptor receba variações do sinal transmitido com atrasos, e quanto maior esses
valores de atraso menor será o espaço entre os nulos espectrais do sinal, causando
uma dispersão temporal dos símbolos e assim introduzindo a interferência
intersimbólica (ISI).
Em que temos o fator de correção (k), que pode assumir os seguintes valores, 5 (para
coerência de 50%) ou 50 (para coerência de 90%) e σ t é o valor rms (root mean
square) do atraso de propagação do canal. Para que ocorra um desvanecimento
seletivo em frequência, introduzindo ISI no sinal, basta que a largura de faixa do
sinal seja maior que a banda de coerência do canal, caso contrário o
desvanecimento será plano.
Modulação M-QAM
(a) (b)
Tipos de Sistemas
onde
Devemos notar que quanto maior a taxa da transmissão de dados (R s), maior será a
largura de faixa ocupada pelo sinal, o que implica em uma maior probabilidade de
ocorrência de desvanecimento seletivo em frequência, pois uma vez que BWs >
BWc ocorrerá o desvanecimento seletivo.
Para evitar esse fato, olhando a equação 3.2, se deve reduzir o R s porém para isso ou
diminuímos a taxa de transmissão, algo que não podemos almejar devido a
necessidade de altas taxas para transmissão de TV digital, ou aumentar a ordem da
constelação, porém ao se fazer isso se deve ter o cuidado com o problema do ruído
AWGN.
O nosso objetivo é reduzir a largura de banda do sinal, então temos que encontrar a
distância mínima entre as subportadoras, Δ fmin, que são moduladas por frequências
de modo que se garanta o mínimo espaçamento sem a ocorrência da sobreposição
espectral. Isso pode ser feito limitando se a largura de cada subportadora entre seus
pontos de nulos, respeitando a equação.
Figura 10: Comparação entre os espectros de sinais de portadora única, FDM e
OFDM
Uma importante característica que essa modulação possui é a robustez contra erros
em rajada na recepção, analisando os símbolos no domínio do tempo percebemos
que os símbolos têm maior duração de acordo com o número de subportadoras,
tornando se robusto ao desvanecimento plano, que ocasiona atenuação na potência
do sinal recebido por certo período de tempo.
Por tratarmos de transmissões com altas taxas, temos um curto tempo de símbolo
em sistemas de portadora única, ocasionando a perda de vários símbolos durante o
período de desvanecimento, ao contrário do sistema multiportadora, todos os N
símbolos são afetados por serem transmitidos paralelamente, porém com um
número elevado de subportadoras o tempo de símbolo é maior que a duração do
desvanecimento, fazendo com que a interferência não acarrete na perda de
símbolos.
Como pode ser visto na figura 11 acima os símbolos S 3,S4 e S5 são afetados nos
sistema de portadora única, havendo erros em rajada, o que não acontece nos
símbolos de multiportadora por apresentar um tempo de símbolo muito maior que
a duração do desvanecimento.
Após apresentadas todas essas vantagens, temos que se lembrar de dois
majoritários problemas inerentes a implementação desse método, a complexidade
na geração e detecção dos símbolos que se tornam maior de acordo com o número
de subportadoras, devido a necessidade de sincronismo de fase e frequência.
Existem dois métodos para se gerar e detectar os símbolos OFDM, o primeiro que é
chamado de método da força bruta, se torna limitado à medida que o número de
subportadoras aumenta a complexidade de implementação devido a necessidade de
sincronização dos osciladores complexos, o segundo, usa o processamento digital de
sinais, para discretizar o sinal no domínio do tempo e utilizar a DFT, porém o grau de
complexidade computacional aumenta de forma exponencial de acordo com o
número de subportadoras, com isso se usa a FFT, um método que torna o cálculo da DFT mais eficiente
diminuindo a carga computacional exigida.
No método da força bruta temos o sinal a ser transmitido, uma sequência binária
m(t), mapeado em fase, in pela função cosseno, e em quadratura, qn pela função
seno, ambos de frequência angular de w n, compondo o sinal complexo c n. Este sinal
por sua vez passa por um conversor serial/paralelo tornando-se agora em N feixes
de símbolos complexos paralelos que modulam as subportadoras complexas para
serem somados, formando o sinal OFDM expresso por:
Uma observação importante é que todas as subportadoras possuem ciclos
completos durante o tempo de T segundos, o que possibilita a detecção do i `N, como
mostra a equação a seguir.
, (3.8)
Esta equação nos sugere a possibilidade do sinal OFDM poder ser obtido através da
transformada discreta de Fourier inversa (IDFT) do vetor de N símbolos complexos,
cn. Iremos analisar a situação em que na modulação/demodulação em que tanto a
parte real como a imaginária do sinal é transmitida. A seguir a figura 13 em que
mostra o diagrama em blocos do sistema OFDM.
Figura 13: Sistema OFDM utilizando IDFT/DFT
Sendo assim o sistema OFDM implementado pelo método IFFT/FFT pode ser visto na
figura 14 a seguir.
Figura 14: Sistema OFDM utilizando IFFT/FFT
Definições Importantes
Ortogonalidade
Figura 16: Intervalo de guarda, formado por uma cópia cíclica da parte final do
símbolo OFDM
Janelamento
A modulação QAM, causa variações bruscas de fase, como o sistema OFDM é gerado
a partir de várias subportadoras QAM sem filtro, o espectro decai lentamente de
acordo com a função sinc. Para que o espectro decaia rapidamente, um janelamento
do tipo cosseno levantado com o roll-off β é aplicado a cada símbolo OFDM.
Devemos lembrar que para valores maiores de roll-off melhoram o espectro porém
reduzem a tolerância do espalhamento temporal do símbolo OFDM. A seguir a figura
17 representando para vários valores de roll-off o decaimento do espectro de
frequência.
Figura 17: Espectro do sistema DVB-T 8k 64-QAM, 3/4, 1/16 com janelamento de
cosseno
levantado para valores de roll-off de 0 (janela retangular), 0.025, 0.05 e 0.1.
Sincronismo
Nesta seção iremos reforçar que o receptor precisa passar por dois estágios de
sincronismo, o temporal e o de frequência, o primeiro consiste em achar os limites
do símbolo OFDM, evitando a ISI e a ICI, e a segunda é estimar as variações de
frequência entre subportadoras evitando a ICI.
A variação de frequência pode ser gerada devido ao ruído de fase dos osciladores do
transmissor e receptor, esse fato ilustra uma desvantagem para o sistema OFDM
que se torna muito sensível aos erros de sincronização, o que não acontece com
sistemas de portadora única em que apenas a relação sinal-ruído no receptor é
degradada pela perca de foco nas constelações.