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Rio de Janeiro
JUNHO/ 2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Rio de Janeiro
JUNHO/ 2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________
André Luís da Silva Pinheiro, D.Sc. - Orientador
_______________________________________
Antônio José Dias da Silva, M.Sc.
_______________________________________
Júlio Guilherme Gerlach Gutterres, M.Sc.
Rio de Janeiro
JUNHO/ 2019
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre me motivam e dão apoio
incondicional. E minha esposa, que sempre me incentiva a seguir em frente e nunca desistir.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me dar saúde, condições financeiras e o suspiro
de vida de cada dia para contemplar suas maravilhas e realizar meus sonhos, mesmo sem
merecer, também agradeço aos amigos e profissionais da área que contribuíram com material
de pesquisa e experiência para o meu aprendizado, aos professores pela dedicação e esforço
para uma formação com ensino de qualidade, ao meu orientador do TCC com suas
orientações para obter um trabalho de excelência e qualidade, aos meus familiares que me
apoiam em tempo integral sendo meu porto seguro com suporte psicológico, financeiro e
acima de tudo com suas orações e afeto.
SANTOS, Bruno Carneiro da Silva. Análise dos Modos de Falhas e Efeitos de Gerador a
Diesel em Complexo Hospitalar de Grande Porte, utilizando FMEA. 2019. 74 p. Trabalho
de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Centro Universitário Augusto
Motta, Rio de Janeiro, 2019.
RESUMO
Em um complexo hospitalar, a energia elétrica de emergência desempenha um papel
fundamental, onde uma falha pode acarretar um desastre como o óbito de um ou mais
pacientes. Este trabalho apresenta uma análise visando a implementação de uma técnica
denominada (FMEA), cuja aplicação permite a visualização dos modos de falhas, causas e
efeitos de determinado equipamento. Com estas informações será possível tomar decisões
assertivas que atuem no foco do problema, eliminando ou mitigando falhas e seus efeitos,
evitando assim as paradas não planejadas do gerador a diesel quando o mesmo for solicitado.
Palavras-chave: Energia elétrica de emergência, Gerador a diesel, Modos de falhas, FMEA.
SANTOS, Bruno Carneiro da Silva. Analysis of failure modes and effects of diesel
generator in large hospital complex, using FMEA. 2019. 74 p Monograph (Graduation in
Electrical Engineering) – Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2019.
ABSTRACT
In a hospital complex, emergency electrical power plays a key role, where failure can lead to
disaster as the death of one or more patients. This work presents an analysis aimed at the
implementation of a technique called (FMEA), whose application allows the visualization of
failure modes, causes and effects of certain equipment. With this information it will be
possible to make assertive decisions that focus on the problem, eliminating or mitigating
faults and their effects, thus avoiding unplanned downtime when requested.
Keywords: Emergency Electrical Power, Diesel Generator, Failure Modes.
.LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Complexo Americas Medical City ............................................................................. 9
Figura 2- Subestação Principal Blindada 13800V ...................................................................... 9
Figura 3- Diagrama unifilar da Subestação Principal ............................................................... 10
Figura 4- Diagrama unifilar da Subestação Principal ............................................................... 10
Figura 5- Subestação Secundária alimentadora do hospital Samaritano .................................. 12
Figura 6- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Samaritano .................. 13
Figura 7- Transformadores ....................................................................................................... 14
Figura 8- Subestação Secundária alimentadora do hospital Vitória ......................................... 14
Figura 9- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Vitória ......................... 15
Figura 10- Transformadores ..................................................................................................... 16
Figura 11- Motor de Indução .................................................................................................... 17
Figura 12- Bombas de recalque de óleo diesel para os geradores ............................................ 18
Figura 13- Bombas de 75HP, 3560RPM, Trifásicas, responsáveis pelo sistema de combate a
incêndio. ........................................................................................................................... 18
Figura 14- Módulos compressores de ar comprimido medicinal ............................................. 20
Figura 15- Vista interna do módulo de ar comprimido medicinal ........................................... 20
Figura 16- Central de vácuo hospitalar..................................................................................... 21
Figura 17- UPS ......................................................................................................................... 22
Figura 18- Esquema It Médico ................................................................................................. 25
Figura 19- Transformadores de Separação ............................................................................... 26
Figura 20- painel elétrico do sistema it médico ........................................................................ 26
Figura 21- Chillers .................................................................................................................... 27
Figura 22- Bombas de água gelada acionadas por inversores de frequência ........................... 28
Figura 23- Inversores de Frequência instalados na CAG ......................................................... 29
Figura 24- Gerador que alimenta o hospital Samaritano .......................................................... 30
Figura 25- Gerador que alimenta o hospital Vitória ................................................................. 30
Figura 26 - Relacionamento entre os vários tipos de FMEAs .................................................. 35
Figura 27- Relação entre a ocorrência e a detecção com as causas e os modos de falha ......... 38
Figura 28- Posição das colunas no formulário de FMEA ........................................................ 38
Figura 29- Formulário de FMEA.............................................................................................. 40
Figura 36- Os benefícios do FMEA ......................................................................................... 48
Figura 37- Motor MTU............................................................................................................. 49
Figura 38- Sensores e atuadores ............................................................................................... 52
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Escala de Severidade ................................................................................................ 43
Tabela 2- Escala de avaliação da ocorrência ............................................................................ 44
Tabela 3- Escala de ocorrência com percentual ....................................................................... 45
Tabela 4- Escala de detecção .................................................................................................... 46
Tabela 5- Escala de detecção refletindo os controles e sistemas da organização ..................... 46
Tabela 6- Formulário de FMEA simplificado .......................................................................... 47
Tabela 7- Lista de componentes ............................................................................................... 50
Tabela 8- Lista de componentes de sensores e atuadores ........................................................ 52
Tabela 9- Análise estatística dos índices de ocorrência ........................................................... 60
Tabela 10- Análise estatística dos índices de detecção ............................................................ 62
Tabela 11- Análise estatística dos índices de severidade ......................................................... 63
Tabela 12- Análise do FMEA ................................................................................................... 65
Tabela 13- Classificação dos modos de falhas ......................................................................... 70
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................. 1
1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................... 1
1.3. HIPÓTESE ........................................................................................................... 2
1.4. OBJETIVOS ........................................................................................................ 3
1.5. MOTIVAÇÃO ..................................................................................................... 3
1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO ....................... 4
1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ................................................................... 5
1.8. METODOLOGIA ................................................................................................ 6
1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO............................................................................ 7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 8
2.1. AMERICAS MEDICAL CITY............................................................................ 8
2.2. TIPOS DE SUBESTAÇÃO ............................................................................... 11
2.3. RELÉS DE PROTEÇÃO ................................................................................... 11
2.4. MOTORES DE INDUÇÃO ............................................................................... 16
2.5. MÓDULOS DE AR COMPRIMIDO MEDICINAL......................................... 19
2.6. MÓDULOS DE VÁCUO MEDICINAL ........................................................... 20
2.7. UPS (UNINTERRUPTIBLE POWER SUPPLY) ............................................. 21
2.8. SISTEMA IT MÉDICO ..................................................................................... 22
2.8.1. LOCAIS MÉDICOS DE GRUPO 2 ............................................................ 23
2.8.2. NORMAS RELACIONADAS ................................................................... 23
2.8.3. RISCOS ELÉTRICOS EM LOCAIS DE GRUPO 2 .................................. 24
2.8.4. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM LOCAIS MÉDICOS DE GRUPO 2
24
2.8.5. TRANSFORMADOR DE SEPARAÇÃO: ISOLAMENTO ...................... 25
2.9. CAG (Central de Água Gelada) ......................................................................... 26
2.9.1. TORRES DE RESFRIAMENTO ................................................................ 26
2.9.2. UNIDADE REFRIGERADORA (CHILLER) ............................................ 27
2.9.3. FANCOIL (AR CONDICIONADO CENTRAL) ....................................... 27
2.10. INVERSOR DE FREQUÊNCIA ..................................................................... 28
2.11. GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA A DIESEL .................................. 29
3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 31
3.1. DEFINIÇÕES DO FMEA.................................................................................. 31
3.2. TIPOS DE FMEA .............................................................................................. 34
3.3. PLANEJANDO O FMEA .................................................................................. 35
3.4. O FORMULÁRIO DO FMEA........................................................................... 39
3.5. BENEFÍCIOS OBTIDOS COM O FMEA ........................................................ 47
4. ANÁLISE FMEA ..................................................................................................... 49
4.1. ANÁLISE DOS MODOS DE FALHAS E SEUS EFEITOS NO GERADOR A
DIESEL ................................................................................................................................. 49
4.1.1. APRESENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO ................................................. 49
4.1.2. CONSTRUINDO O FMEA ........................................................................ 53
4.2. ANÁLISE ESTATÍSTICA DO FMEA ............................................................. 59
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 70
5.1. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ............................................... 72
1. INTRODUÇÃO
1
1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
No Brasil a norma mais utilizada para instalações elétricas é a (NBR 5410), a mesma
rege as condições para o funcionamento usual e seguro das instalações em baixa tensão. Para
instalações elétricas hospitalares existe a norma (NBR 13534) que trata a respeito das
instalações elétricas para estabelecimentos assistenciais de saúde, visando garantir a
segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde. Dentre suas diretrizes há a
obrigatoriedade do estabelecimento possuir uma fonte de energia elétrica de emergência para
assegurar a continuidade do funcionamento da unidade.
Segundo (CASTELLARI, 2011), nos EAS (Estabelecimentos Assistenciais de Saúde)
existem diversos equipamentos eletroeletrônicos de vital importância na sustentação de vida
dos pacientes, quer por ação terapêutica quer pelo monitoramento de parâmetros fisiológicos.
Outro fato a ser considerado diz respeito à classificação da norma ABNT NBR 5410 quanto à
fuga de pessoas em situações de emergência, enquadrando essas instalações como BD 4 (fuga
longa e incômoda). Em razão das questões anteriormente descritas, estas instalações requerem
um sistema de alimentação de emergência capaz de fornecer energia elétrica no caso de
interrupções por parte da companhia de distribuição ou quedas superiores a 10% do valor
nominal, por um tempo superior a 3 s.
Tendo em vista a criticidade e importância que o gerador de energia elétrica a diesel
do hospital sempre funcione quando necessário, a manutenção preventiva é um fator
essencial.
De acordo com (OLIVEIRA, 2017), a manutenção preventiva é a que realiza
trabalhos periódicos com a intenção de prevenir ou inibir potenciais problemas no gerador,
evitando assim falhas no sistema. Outro ponto importante é que uma manutenção efetiva
aumenta a vida útil do equipamento, melhorando o custo benefício do seu investimento e
consequentemente o seu lucro.
1.3. HIPÓTESE
2
estudo dos modos de panes que podem existir para cada subitem, componentes ou peças, e a
determinação de cada um dos efeitos de cada um dos modos de panes sobre os outros
componentes, subitens ou sistemas e sobre a função que se pretende de cada item.
Segundo a conceituação de (GIL, 1991), podemos classificar o estudo de caso como
uma pesquisa descritiva, exploratória, bibliográfica e documental. Resultando na elaboração
de procedimentos, apresentação de tabelas e fluxogramas indicadores dos resultados obtidos.
1.4. OBJETIVOS
1.5. MOTIVAÇÃO
4
No setor elétrico, a qualidade em seus sistemas é de extrema importância, pois este
setor trabalha de forma interligada, em que a ocorrência de problemas em uma unidade
geradora, interfere no sistema de transmissão e, consequentemente, no cliente final. Este
trabalho tem por objetivo a utilização do FMEA (Análise dos Modos de Falha e Efeitos),
como uma ferramenta para análise das ocorrências de falhas e aumento da confiabilidade de
um sistema numa usina termelétrica. O sistema escolhido na usina termelétrica para execução
do FMEA é o de proteção contra incêndio do turbo-gerador. A metodologia utilizada no
desenvolvimento deste trabalho está na formação de uma equipe multidisciplinar para a
realização de brainstormings (tempestade de ideias), mapeamento das causas e efeitos das
falhas e utilização de ferramentas de construção e discussão do FMEA. Os resultados
mostraram-se eficientes no dia a dia sendo importantes no aspecto cognitivo dos empresários
e funcionários (FERREIRA, OLIVEIRA, et al., 2010).
5
De acordo com (RAMOS e JÚNIOR, 2009), os hospitais e ambientes similares devem
dispor de fonte de energia elétrica de segurança para o caso de falha no sistema de
alimentação normal, capaz de alimentar por um período de tempo especificado, tendo como
objetivo garantir a continuidade dos serviços essenciais à preservação da vida e da segurança.
Sendo assim, este estudo de caso é de vital importância, pois tem o intuito de minimizar ou
até mesmo eliminar a ocorrência de falhas do grupo gerador utilizando a técnica FMEA, que
segundo (FILHO, 2006), é um procedimento utilizado para efetuar uma análise de como uma
máquina ou sistema pode falhar, e enumera todas as possibilidades de falhas e todos os graus
de reações adversas que podem resultar de tais falhas assim analisadas.
1.8. METODOLOGIA
6
1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
8
Figura 1- Complexo Américas Medical City
9
Figura 3- Diagrama unifilar da Subestação Principal
10
2.2. TIPOS DE SUBESTAÇÃO
12
Figura 6- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Samaritano
13
Figura 7- Transformadores
14
Figura 9- Diagrama unifilar da Subestação alimentadora do hospital Vitória
15
Figura 10- Transformadores
A (WEG), define o motor elétrico como uma maquina que transforma energia elétrica
em energia mecânica. Existem dois tipos de motores, o que é alimentado por corrente
contínua e o que é alimentado por corrente alternada. O motor de corrente alternada é dividido
em duas categorias, síncrono e de indução. (SILVEIRA e MARQUES, 2012) relatam que os
motores elétricos de indução são usados em diversos equipamentos podendo ter diversas
dimensões: desde os pequenos eletrodomésticos até grandes maquinários exigindo alta
potência e a (WEG) afirma que o motor de indução é o mais usado dentre todos os motores
devido às vantagens da utilização de energia elétrica
“A invenção do primeiro motor de indução aconteceu no verão de 1883 em
Estrasburgo (França) pelo cientista e inventor sérvio-americano Nikola Tesla (1856-1946). A
patente do seu primeiro motor de indução aconteceu em 1888” (SILVEIRA e MARQUES,
2012).
A (WEG) informa que o motor de indução tem como principal característica a
velocidade constante, tendo uma pequena variação com a carga mecânica aplicada ao eixo. A
outra vantagem é devido a sua simplicidade, robustez e baixo custo, se adequando á
praticamente todos os tipos de máquinas acionadas. Outra aplicação é a possibilidade de se
controlar a sua velocidade com o auxílio de inversores de frequência.
16
A Figura 11 representa a composição de um motor de indução trifásico.
Figura 11- Motor de Indução
Rotor:
Eixo (7) - transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor.
Núcleo de chapas (3) - as chapas possuem as mesmas características das chapas do
estator.
Barras e anéis de curto-circuito (12) - são de alumínio injetado sob pressão numa única
peça.
17
Terminais (10)
Rolamentos (11)
Figura 13- Bombas de 75HP, 3560RPM, Trifásicas, responsáveis pelo sistema de combate a
incêndio.
18
2.5. MÓDULOS DE AR COMPRIMIDO MEDICINAL
19
Figura 14- Módulos compressores de ar comprimido medicinal
20
que a contaminação possa atingir os pacientes e todos os que circulam no ambiente. O
desempenho desse equipamento depende muito de uma manutenção preventiva, por isso, é
essencial que exista uma inspeção regularmente, para garantir o funcionamento de forma
correta e contínua.
Toda central de vácuo hospitalar como na Figura 16, precisa apresentar um painel de
controle, horímetro, manômetro e vacuômetro. Pode ser monitorada pelo sistema e adaptada
pela escolha de quem irá controlá-la. Algumas atividades são exercidas pela central de vácuo
hospitalar como:
Administrar procedimentos.
Obter referência de dados para as avaliações.
Monitorar os níveis de manutenção necessária, sempre posicionando a situação
do estado que o equipamento de central de vácuo hospitalar está.
Permite a modificação do status para a manutenção e operações.
21
- Sobtensão ou sobre tensão na rede elétrica;
- Sobrecarga;
- Descarga das baterias;
- Curto circuito nas saídas;
- Picos de tensão;
- Também fornece uma energia limpa e ininterrupta.
O tempo de autonomia de um nobreak pode variar de acordo com a carga conectada ao
nobreak.
A Figura 17 mostra o modelo de unidades UPS instaladas em ambos os blocos do
complexo.
Figura 17- UPS
22
2.8.1. Locais médicos de grupo 2
Sem a presença do Sistema IT Médico, uma corrente de fuga à terra ou à massa possa
causar:
Micro choque (em procedimentos intracardíacos podem ser fatais);
Choque elétrico;
Queimaduras;
Paradas intempestivas de equipamentos eletro médicos e de sustentação da vida
de pacientes, por exemplo, aqueles internados em UTIs;
Desligamentos intempestivos dos disjuntores que alimentam os equipamentos
eletro médicos de sustentação e monitoração de vida nos ambientes Grupo 2.
Se por um lado uma sala cirúrgica ou uma UTI são os ambientes mais sofisticados em
termos de equipamentos médicos, a presença de gases medicinais, soluções fisiológicas,
sangue e saneantes expõe suas instalações elétricas e equipamentos a uma invisível, agressiva
e progressiva degradação do isolamento elétrico de seus componentes.
Adicione-se a isto o fato de que nestes locais o paciente pode estar sedado, sem
controle de suas reações instintivas ou sem a pele, sua maior proteção natural contra choque
elétrico.
Uma falta de isolamento nestes locais, sem uma instalação correta, permite que uma
corrente de fuga passeie livremente até encontrar sua vítima, que pode ser um paciente ou um
membro da equipe médica, provocando a interrupção de procedimentos, lesões com graves
sequelas ou até a morte.
27
Figura 22- Bombas de água gelada acionadas por inversores de frequência
28
Figura 23- Inversores de Frequência instalados na CAG
Por fim, falaremos dos equipamentos alvos do estudo de caso, os grupos motor
gerador do complexo hospitalar Américas Medical City. Equipamentos que convertem a
energia mecânica em energia elétrica, baseado no fenômeno da indução eletromagnética o
dínamo gerador de corrente contínua, funciona convertendo a tal energia mecânica contida na
rotação do eixo em intensidade de um campo magnético produzido por um imã, o girar do
rotor induz uma tensão nos terminais dos enrolamentos, onde conectados a cargas levam a
circulação de correntes elétricas.
O hospital Samaritano, possui 2 geradores vistos na Figura 24 para suprir a carga
necessária em caso de falta no fornecimento de energia elétrica, e possuem as seguintes
descrições:
MOTOR: CUMMINS
MODELO: KTA50_G9
POTÊNCIA: 1941Kva 380V/60HZ
29
Figura 24- Gerador que alimenta o hospital Samaritano
O hospital Vitória possui 3 geradores visto na Figura 25 para suprir a carga necessária
em caso de falta do fornecimento de energia elétrica, e possuem as seguintes descrições:
MOTOR: MTU
MODELO: 16V2000G85
POTÊNCIA: 1260Kva 380V/ 60HZ/24V
30
3. REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo será apresentado estudo bibliográfico sobre o FMEA, tendo como
tópicos as definições do tema, o método de implantação, as etapas e aplicações, as
ferramentas de apoio e o respectivo formulário.
Modo de falha – É a forma como o evento falha pode ocorrer, causada por um evento
simples. Conforme (FILHO, 2006) trata-se da maneira pela qual a falha se apresenta,
deixando de desempenhar a função pela qual foi projetada. Um equipamento, sistema,
subsistema, conjunto, subconjunto, componente ou item pode falhar de diversas maneiras, e, a
cada uma dessas maneiras chamamos de modo de falha. Para identificar um modo de falha,
deve ser feita a seguinte pergunta: “Como pode falhar?”.
31
Efeito da Falha – É a consequência da falha, ou seja, o que acontece quando ocorre
uma falha. (SEIXAS, 2014) Propõe duas formas de se visualizar uma falha, na primeira delas
a falha é considerado um evento isolado e não afeta qualquer coisa, sendo nomeada de falha
de nível local; a segunda forma, nomeada de falha de nível global, é aquela que afeta outras
funções ou níveis, onde ocorre o chamado “efeito dominó”. Na identificação dos efeitos,
deve-se perguntar: O que pode acontecer com o desenvolvimento deste modo de falha? O que
isto causa no sistema? O que o cliente vê? Quais os danos que isso pode causar ao ambiente?
Causa da falha – Pode ser chamado de origem da falha. (FILHO, 2006) Afirma que é o
meio pelo qual um elemento particular de um processo ou de um projeto resulta em um modo
de falha. Assim, pode-se concluir que não existe efeito sem uma causa.
Severidade – (FILHO, 2006) diz que é uma graduação utilizada para classificar as
consequências de um modo de falha, a partir dela consegue-se definir se um modo de falha é
mais grave do que outro.
(FILHO, 2006) Diz que é o número atribuído a cada tipo de modo de falha, durante a
análise de FMEA. Este número serve para classificar os modos de falhas, sendo que, os
modos de falhas que tiverem o maior NPR serão considerados como prioridades para a
avaliação e proposição das ações corretivas.
32
O FMEA trata-se de uma técnica qualitativa, que segundo (PALADY, 1997), oferece
três funções distintas:
- Ferramenta para prognóstico de problemas: Como ferramenta é considerada uma das
técnicas de baixo risco mais eficientes para uso na prevenção de problemas e identificação das
soluções mais eficazes em termos de custos, a fim de prevenir estes problemas.
- Procedimento para desenvolvimento e execução de projetos, processos ou serviços,
novos ou revisados: oferece uma abordagem estruturada que serve para avaliar, conduzir e
atualizar o desenvolvimento dos projetos e processos em todas as disciplinas da organização.
- Diário do projeto, processo ou serviço: Se inicia na concepção do projeto, processo
ou serviço, e se mantém durante todo o ciclo de vida do produto, sendo que, todas as
alterações feitas que acarretem na alteração da confiabilidade ou qualidade do produto
deverão ser avaliadas e documentadas no FMEA.
A metodologia proporciona a identificação dos modos de falhas conhecidos e
potenciais, e também as causas e efeitos de cada modo de falha. Com isso, é possível priorizar
qual o modo de falha possui maior risco para a instalação e para os clientes, dessa forma, pode
se atuar de maneira a eliminar as falhas ou mitigar os seus efeitos, evitando que falhas e erros
cheguem até o usuário final. Tratando-se de equipamento, é válido ressaltar que as
informações geradas por este estudo podem fornecer maior conhecimento a respeito das
falhas, facilitando na abordagem e escolha do tipo de manutenção (preditiva, preventiva e
corretiva) a ser adotada, garantindo maior disponibilidade do equipamento.
(PALADY, 1997) Cita alguns benefícios do desenvolvimento e manutenção do
FMEA:
- Economiza nos custos e no tempo de desenvolvimento.
- Serve como guia para o planejamento de testes mais eficientes.
- Ajuda a desenvolver sistemas eficazes de manutenção preventiva.
- Fornece ideias para testes incorporados ao projeto.
- Reduz eventos não previstos durante o planejamento de um processo.
- Fornece uma referência rápida para resolução de problemas.
- Reduz mudanças de engenharia.
- Aumenta a satisfação do cliente.
- Serve como chave para acompanhar o projeto e atualizá-lo em toda a organização.
- Reduz controles de custo desnecessários no processo.
- Identifica as preocupações de segurança a serem abordadas.
33
- Salvaguarda a repetição dos mesmos erros no futuro.
- Captura e mantém o conhecimento do produto e do processo na organização
34
Figura 26 - Relacionamento entre os vários tipos de FMEAs
Fazendo uma análise da Figura 26 é possível entender que as causas geradas pelo
FMEA de sistema tornam-se os modos de falha no projeto, que geram suas próprias causas, e
finalmente se tornam em modos de falhas do FMEA de processo e serviço. O fato dos efeitos
permanecerem os mesmos em cada tipo de FMEA leva a concluir que a análise está sendo
feita com foco no mesmo usuário, ou seja, o cliente final.
38
Como resposta à sétima questão PALADY (1997) incentiva que se faça o ajuste das
escalas de classificação e a elaboração das definições de forma bem específica para cada um
dos valores das escalas antes do desenvolvimento do FMEA, pois isso economizará tempo no
desenvolvimento e aumentará a precisão da classificação que cada membro da equipe fará.
Além disso, o autor cita o que cada escala deve refletir:
- Ocorrência: A qualidade dos produtos.
- Severidade: A natureza dos produtos.
- Detecção: As políticas operacionais e procedimentos padrão.
A oitava questão mostra uma dúvida quanto ao preenchimento do formulário do
FMEA.
Durante a realização do FMEA o ideal é que seja feito o desenvolvimento de cada
coluna independentemente. Palady (1997, p.32) diz que “um grande problema enfrentado por
todos os membros da equipe é a perda do foco na tarefa específica abordada no FMEA”.
Um fato muito comum durante a tarefa de preencher dos modos de falhas é discutir
rapidamente sobre outras colunas do FMEA, fazendo questionamentos que só deverão ser
feitos em outra tarefa do FMEA, num momento diferente, o que gera perda de tempo e
acarreta em atraso na execução da tarefa.
Todos os assuntos abordados nesse tópico convergem no caminho para um bom
planejamento do FMEA, que serve como bússola para orientar o líder e os membros da equipe
na construção do FMEA, dessa maneira, garantindo a eficácia do processo.
39
Página e datas (3): Número da página data de início (dia/mês/ano) das reuniões para o
desenvolvimento do FMEA e data atual
Componente (4): Nome dos componentes do sistema. Geralmente, pode ser atribuída
junto com o nome do componente alguma codificação que facilite à sua identificação.
Função (5): local onde se escreve a intenção, propósito, meta ou objetivo do
componente. A função deve ser escrita de forma concisa e fácil de entender, usando-se termos
específicos, preferencialmente com um verbo e um substantivo.
Modo potencial de falha (6): O problema, a preocupação, pode ser resumido como a
perda da função, uma falha específica. Vale ressaltar que pode existir mais de um modo de
falha para cada função.
Efeitos potenciais de falha (7): Sãos as consequências que surgem no sistema causado
pelos modos de falha. Eles devem ser identificados, avaliados e registrados para cada modo
de falha. As consequências podem para o sistema, produto, cliente ou para as normas
governamentais. Devem-se descrever os efeitos em termos do que o usuário pode perceber ou
sentir. O usuário pode ser um cliente interno ou externo.
Severidade do efeito (8): É o índice que indica o quão grave é o efeito da falha. Há
uma correlação direta entre a severidade e o efeito da falha, de modo que, quanto mais grave e
crítico é o efeito da falha, maior será o valor do índice de severidade.
Causas potenciais da falha (9): É onde se descreve a causa geradora do modo de falha.
Ocorrência (10): Trata-se do índice que indica a frequência com que a falha pode
ocorrer. Neste caso, a correlação é diretamente proporcional, ou seja, quanto maior o número
de ocorrências desta falha, maior será o valor do índice de ocorrência.
Controles Atuais (11): Um método (procedimento), teste, revisão de projeto ou uma
análise de engenharia. Eles podem ser muito simples, como por exemplo: Brainstorming, ou
bastante técnicos e avançados, como por exemplo: método dos elementos finitos, simulação
computacional e testes de laboratórios. O objetivo do método de detecção é identificar e
eliminar as falhas antes que estas atinjam os clientes (externos ou internos).
Detecção (12): É um índice que indica a probabilidade de que os sistemas de controle
detectem a falha (causa ou modo de falha) antes que esta atinja os clientes (internos ou
externos). A escala funciona da seguinte maneira: quanto mais fácil de ser detectado, menor
será o valor atribuído ao índice de detecção.
Número de prioridade de risco (NPR) ou RiskPriorityNumber (RPN) (13): Serve para
definir a prioridade do modo de falha. É usado para ordenar (classificar) as deficiências do
41
sistema. Trata-se da resultante do produto dos índices de severidade, ocorrência e detecção.
RPN = S x O x D
Ações recomendadas (14): Nenhum FMEA deve ser feito sem nenhuma ação
recomendada. A ação recomendada pode ser uma ação específica ou pode ser um estudo mais
adiante. A ideia das ações recomendadas é diminuir os índices de severidade, ocorrência e
detecção.
Responsabilidade e data de conclusão limite (15): Devem-se eleger os responsáveis
para as tomadas de ações e definir prazos para a entrega dessas ações.
Ações tomadas (16): Só porque algo foi recomendado, não significa que algo foi feito.
É imperativo que alguém siga as recomendações para determinar se elas foram direcionadas
adequadamente, e/ou se é necessário fazer atualizações nestas ações. Note que o FMEA é um
documento vivo, e como tal, alguém deve ser responsável por atualizá-lo. Depois que as ações
fossem tomadas, uma breve descrição da ação deveria ser feita.
Número de prioridade de risco revisado (17): Depois das ações estarem incorporadas
no sistema, a equipe FMEA deveria reavaliar as consequências da severidade, ocorrência e
detecção. Os resultados deveriam ser revisados pelo time de FMEA e um novo RPN
calculado e as falhas serem ordenadas. Este processo é repetido até o time de FMEA decidir
que todas as informações relevantes foram cobertas. Se nenhuma ação for tomada, então estas
colunas permanecerão em branco.
A seguir serão apresentadas as escalas de avaliação da severidade, ocorrência e
detecção. Estas escalas são modelos propostos que podem servir de guia para a implantação
do FMEA. Nos exemplos apresentados neste trabalho as escalas são graduadas de 1 a 10, no
entanto, existem outros modelos de escalas com variações na sua graduação. O importante é
que as graduações e as descrições reflitam a realidade da empresa onde está sendo
implantando o FMEA, contendo informações claras e que permitam aos membros da equipe
de FMEA avaliar e atribuir os valores corretos para a severidade, ocorrência e detecção.
A Tabela 1 exibe a descrição da escala de severidade. (PALADY, 1997) Afirma que
um valor alto na coluna de severidade sugere duas coisas:
- A segurança dos clientes corre risco.
- O custo da falha será extremamente alto a ponto de ameaçar o bem-estar financeiro
da organização.
42
Tabela 1- Escala de Severidade
3
Efeito insignificante, que perturba o cliente, mas não faz com que procure o serviço.
4
Efeito bastante insignificante, mas perturba o cliente, fazendo com que procure o serviço.
5
Efeito menor, inconveniente para o cliente; entretanto, não faz com que o cliente procure o serviço.
6
Efeito menor, inconveniente para o cliente, fazendo com que o cliente procure o serviço.
7
Efeito moderado, que prejudica o desempenho do projeto levando a uma falha grave ou uma falha
que pode impedir a execução das funções do projeto.
Efeito significativo, resultando em falha grave; entretanto, não coloca a segurança do cliente em risco 8
e não resulta em custo significativo da falha.
Efeito crítico que provoca a insatisfação do cliente, interrompe as funções do projeto, gera custo 9
significativo da falha e impõe um leve risco de segurança (não ameaça a vida nem provoca
incapacidade permanente) ao cliente.
Perigoso, ameaça a vida o pode provocar incapacidade permanente ou outro custo 10
significativo de falha que coloca em risco a continuidade operacional da
organização.
Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 06/03/2019.
43
1- Com que frequência o modo de falha ocorrerá?
2- Com que frequência a causa do modo de falha ocorrerá?
Diante desses questionamentos é possível concluir que existem dois tipos de análise
de ocorrência, onde, uma se refere ao modo de falha e outra se refere à causa. Essa distinção
das duas abordagens deve ser compreendida pelos membros da equipe sendo que antes do
início do FMEA a equipe deve chegar a um acordo e definir qual abordagem será adotada.
No entanto a Tabela 2 apresenta uma escala extremamente genérica, que segundo
(PALADY, 1997) pode representar uma limitação no desenvolvimento do FMEA, pois, é
muito comum que membros da equipe ficam discutindo a diferença de um índice de
ocorrência 2, 3 ou 4. Com isso, os membros da equipe têm interpretações equivocadas em
algumas descrições, que acarretam em uma análise não muito eficaz. Devido a isso,
(PALADY, 1997) recomenda que se desenvolva uma escala específica que se adeque a
realidade da empresa onde o FMEA está sendo implantado. Como exemplo, a Tabela 3
apresenta a mesma escala com uma coluna de percentual que ajuda na hora de avaliar a
ocorrência. Para montar esta escala o autor utilizou dados históricos de reclamações dos
clientes, além do apoio de ferramentas estatísticas para distribuir os valores pelos graus da
escala, com o intuito de facilitar a avaliação dos membros da equipe.
44
Tabela 3- Escala de ocorrência com percentual
45
Tabela 4- Escala de detecção
46
métodos de qualidade não implementados, ausência de procedimentos formais.
Totalmente reativo aos problemas identificados durante a fabricação, ausência de programas formais, 9
alguma conscientização da qualidade do produto.
Ausência de sistemas implementados, nenhuma conscientização da qualidade, definição inconsciente 10
da qualidade do produto, baseada em julgamento individual.
Fonte: Adaptado de (PALADY, 1997), acessado em 06/03/2019.
47
pela organização na forma de redução dos custos de falhas, além disso, os benefícios se
estendem até o cliente final.
A Figura 36 a seguir apresenta os benefícios da implantação do FMEA por cada tipo
de FMEA.
Figura 30- Os benefícios do FMEA
48
4. ANÁLISE FMEA
49
A Tabela 7 apresenta a lista de componentes da figura anterior.
ITEM COMPONENTE
1 Filtro de ar
2 Separador de óleo
3 Saída de ar
4 Comando do motor
5 Filtro de combustível
6 Unidade de ventilador
7 Trocador de calor de óleo
8 Filtro de óleo
9 Bomba de refrigeração
10 Sistema de combustível de baixa pressão
11 Turbo-compressor de escape
12 Bandeja de óleo
13 Sistema de escape
14 Coletor de ar
15 Cabeçote
16 Carcaça do volante
17 Suporte do motor
18 Respiro do cárter
50
Pressostato do óleo lubrificante: Responsável por comandar a parada do motor
quando a pressão do óleo lubrificante cai abaixo de um valor predeterminado. Em
determinadas aplicações, utilizam-se dois pressostatos, sendo um para alarme, quando
a pressão do óleo atinge determinado valor e o outro para comandar a parada,
calibrado para um valor imediatamente abaixo;
Termostato para a água de refrigeração: Com função idêntica a anterior onde os
sensores atuam quando a temperatura do meio refrigerante ultrapassa valores
predeterminados;
Sensor de nível do líquido de refrigeração: Na maioria dos casos utilizada para
acionar um dispositivo de alarme, indicando a necessidade de completar o nível do
sistema de refrigeração;
Sensor de ruptura da correia: Em certas aplicações é exigido que a parada do motor
diesel seja comandada antes da temperatura da água se elevar, no caso de ruptura da
correia da bomba d`água;
Sensores de tensão da rede e do grupo: Atuam como no caso dos sensores de
frequência, comandando a partida e parada, conforme o caso.
51
A Figura 38 ilustrará o motor do ponto de vista dos sensores e atuadores.
Figura 32- Sensores e atuadores
ITEM MONITORAMENTO DE
1 Temperatura do óleo
2 Pressão do óleo
3 Temperatura do ar de sobre alimentação
4 Pressão do ar de sobre alimentação
5 Rotação da árvore de comando de válvulas
6 Rotação da árvore de manivelas
7 Temperatura do fluido de arrefecimento
8 Temperatura do combustível
52
4.1.2. Construindo o fmea
É formado, basicamente, por uma carcaça de aço em formato cilíndrico, com mancais
nas extremidades que apoiam o induzido – um conjunto de lâminas cilíndricas que giram e
têm ranhuras axiais. No mancal, do lado do coletor, está localizado o porta-escovas. As
escovas são tensionadas por molas especiais contra os coletores do induzido, transmitindo a
corrente elétrica. Na parte externa do mancal está o pinhão, empurrado por um garfo ao
comando da chave magnética.
53
Cabeçote do motor
Bomba de combustível
Turbo compressor
De acordo com (PEREIRA), o turbo compressor nos motores a diesel tem a função de
elevar a pressão do ar no coletor de admissão acima da pressão atmosférica fazendo com que,
no mesmo volume, seja possível depositar mais massa de ar, e consequentemente possibilitar
que uma maior quantidade de combustível seja injetada, resultando em mais potência para o
motor e proporcionar mais pressão de compressão no interior do cilindro.
Inter cooler
54
Ainda segundo (PEREIRA), o Inter cooler tem a função de resfriar o ar proveniente do
turbo, aumentando sua massa através do aumento das moléculas de oxigênio. Isso possibilita a
melhor queima do combustível e diminui o índice de poluentes na atmosfera.
Sistema de escape
Segunda a empresa (ENERGIA, 2018), a função do sistema de escape em um grupo
gerador é conduzir com segurança os gases de escape do motor para fora do edifício e
dispersar a fumaça, a fuligem e isolar o ruído do escape de pessoas e edifícios. O sistema deve
ser projetado para minimizar a contrapressão no motor. A restrição excessiva ao escape
resultará no aumento no consumo de combustível, temperaturas anormais causando falhas e
excesso de fumaça preta.
55
M11- Falha na alimentação da USCA.
Resistência do pré-aquecimento
De acordo com a empresa (INTERPOWER, 2012), o sistema de pré-aquecimento dos
motores aquecem a água do circuito de refrigeração pelo principio de convecção, tomando a
agua mais fria da parte inferior do bloco do motor e descarregando aquecida na parte superior
do bloco. A temperatura da água é controlada por um termostato em um valor pré-
determinado, normalmente entre 40 e 50 graus Celsius. O pré aquecimento de água deve ser
instalado em todos os grupos geradores de Emergência/Stand-by para permitir a rápida
aplicação de carga após a partida do Grupo Gerador. A resistência de pré-aquecimento pode
ser monofásica ou trifásica, dependendo de sua potencia, que está na ordem de 1 a 9 KW, em
função do tamanho do motor diesel.
Segundo (LIMA, 2012), sua função é evitar que o motor opere com baixa pressão de
óleo e consequentemente venha a fundir por falta de lubrificação no sistema. Este sensor
possui apenas um terminal para conexão de cabo, porém ao contrário do sensor de
temperatura, possui um contato NF (normalmente fechado).
56
Ao entrar em operação, a pressão interna na galeria de óleo do motor aumenta e
quando atinge o valor de trabalho do sensor, o contato NF se abre, o sinal negativo é retirado
e a USCA identifica que a pressão na galeria de óleo está normal. Porém se o motor entrar em
operação e a pressão de óleo não forem atingidos dentro do tempo parametrizado na USCA, o
mesmo é desligado e gerado um código de erro referente à baixa pressão de óleo.
Pick up magnético
Segundo (LIMA, 2012), sua função é evitar o baixo nível de água, impedindo o
superaquecimento do equipamento. O seu princípio de funcionamento é praticamente o
mesmo do sensor de temperatura. Possui uma haste com boia e dois terminais que também
correspondem a um contato NA. Enquanto o radiador está com o nível de fluido correto a boia
se mantém na parte superior da haste do sensor e os contatos permanecem abertos, mas se o
líquido de arrefecimento baixar, a boia desloca-se para a parte inferior da haste fechando os
contatos. Com os contatos fechados é enviado à USCA um sinal negativo, a mesma identifica
a mudança de nível de tensão no seu terminal correspondente, desliga o equipamento e gera
um código de erro correspondente à baixo nível de água no radiador.
Carregador de baterias
Além destes, foi calculado o coeficiente de variação médio, representado por: CVM,
sendo ele nada mais do que a média dos valores de C VAR.
59
Tabela 9- Análise estatística dos índices de ocorrência
OCORRÊNCIA
Cod Modo de falha Média Moda Desvio Padrão C. Var
60
temperatura de combustível
Sensor de temperatura de
M18 7 5 5 5,66 5 1,1547005 20,00%
combustível danificado
M19 Quebra do pick up magnético 3 3 2 2,66 3 0,5773503 22,00%
Mau contato no sensor de nível
M20 5 7 7 6,33 7 1,1547005 18,00%
de fluido de arrefecimento
Sensor de nível de fluido de
M21 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00%
arrefecimento danificado
Queima da placa eletrônica do
M22 2 2 3 2,33 2 0,5773503 25,00%
AVR (regulador de tensão)
Queima da placa eletrônica do
M23 4 3 3 3,33 3 0,5773503 17,00%
carregador de baterias
Coeficiente
17,00%
Variação médio =
.
Baseado na análise da figura anterior é possível perceber que os valores podem ser
considerados homogêneos, havendo uma pequena divergência nos valores atribuídos pelos
profissionais envolvidos no estudo. Analisando o coeficiente de variação médio igual a 17% e
o desvio padrão variando de zero a 1,1 nos modos de falha.
61
Tabela 10- Análise estatística dos índices de detecção
62
combustível danificado
M19 Quebra do pick up magnético 8 7 8 7,66 8 0,5773503 7,50%
Mau contato no sensor de nível
M20 2 2 3 2,33 2 0,5773503 25,00%
de fluido de arrefecimento
Sensor de nível de fluido de
M21 1 2 2 1,66 2 0,5773503 35,00%
arrefecimento danificado
Queima da placa eletrônica do
M22 5 3 3 3,66 3 1,1547005 31,50%
AVR (regulador de tensão)
Queima da placa eletrônica do
M23 1 2 2 1,66 2 0,5773503 35,00%
carregador de baterias
Coeficiente
18,00%
Variação Médio =
63
Queima da bomba de
M5 9 8 9 8,66 9 0,5773503 6,50%
combustível
Dano nos bicos injetores da
M6 9 8 8 8,33 8 0,5773503 7,00%
bomba de combustível
M7 Desgaste no turbo compressor 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00%
Vazamento nas mangueiras do
M8 5 5 6 5,33 5 0,5773503 11,00%
Inter cooler
M9 Avarias no sistema de escape 5 6 6 5,66 6 0,5773503 10,00%
Queima da placa eletrônica da
M10 10 10 10 10 10 0 0,00%
USCA
M11 Falha na alimentação da USCA 10 10 10 10 10 0 0,00%
Mau contato no sensor de
M12 6 6 6 6 6 0 0,00%
temperatura do óleo
Sensor de temperatura do
M13 6 6 6 6 6 0 0,00%
óleo danificado
Rompimento da resistência do
M14 7 6 6 6,33 6 0,5773503 9,00%
pré-aquecimento
Mau contato no sensor de
M15 6 7 7 6,66 7 0,5773503 8,50%
pressão do óleo
Sensor de pressão do óleo
M16 6 7 7 6,66 7 0,5773503 8,50%
danificado
Mau contato no sensor de
M17 6 6 6 6 6 0 0,00%
temperatura de combustível
Sensor de temperatura de
M18 6 6 6 6 6 0 0,00%
combustível danificado
M19 Quebra do pick up magnético 8 9 9 8,66 9 0,5773503 6,50%
Mau contato no sensor de
M20 nível de fluido de 7 7 8 7,33 7 0,5773503 8,00%
arrefecimento
Sensor de nível de fluido de
M21 7 8 8 7,66 8 0,5773503 7,50%
arrefecimento danificado
Queima da placa eletrônica do
M22 10 10 10 10 10 0 0,00%
AVR (regulador de tensão)
64
Queima da placa eletrônica do
M23 10 10 10 10 10 0 0,00%
carregador de baterias
Coeficiente de
6,50%
Variação Médio =
Diversos modos de falhas tiveram o desvio padrão igual a zero, são eles: M3, M10,
M11, M12, M13, M17, M18, M22 e M23.
Os modos de falhas identificados com os maiores índices foram os M10, M11, M22 e
M23, pois possuem maiores valores de moda. Isso pode ser explicado, pois são falhas em
componentes eletrônicos, que possui valor financeiro elevado, quase nunca há a prevenção da
aquisição de peças reservas e que são primordiais para o funcionamento do grupo motor
gerador. A seguir serão apresentados os resultados obtidos, ou seja, o que foi identificado pela
equipe como: modos de falhas, funções, efeitos, causas, graus de severidade, ocorrência e
detecção, além dos respectivos RPN´s indicados para o equipamento escolhido como objeto
de estudo.
Component Modo de RP
Função Efeito Causa S O D
e Falha N
Alimentado Baterias ruins,
pelas baterias, é Falha da Falha na partida com
9 5 3 135
Motor de responsável por alimentação do gerador necessidade de
arranque fornecer o troca
torque inicial Desgaste das Falha na partida Utilização por
8 4 8 256
para partida do escovas do gerador longos
65
motor. períodos
Funcionamento
Plataforma por longos
perfeitamente Perda de períodos com
fresa que se Deformação pressão do nível de 6 3 8 144
ajusta ao bloco motor gerador líquido de
Cabeçote
metal a fim de arrefecimento
oferecer baixo
resistência às Vazamento do
Junta Erro na
explosões. líquido de 7 4 8 224
danificada montagem
arrefecimento
Utilização por
Queima da Falha na partida
longos 9 5 3 135
bomba do gerador
Fornecer pressão períodos
através de uma Biodiesel
Bomba de
rampa comum a parado no
combustível Danos nos
todos os Falha na partida reservatório
bicos 8 5 4 160
injetores do gerador por períodos
injetores
relativamente
longos
Equipamento Falta de
que aproveita os Perda de manutenção
Turbo
gases de escape Desgaste rendimento do nos filtros de 6 3 7 126
compressor
para injetar ar motor gerador óleo, ar e
nos cilindros combustível
Diminuir a
temperatura do
Vazamento Perda de
ar comprimido,
Inter cooler nas rendimento do Oxidação 5 6 3 90
tal como um
mangueiras motor gerador
radiador de um
veículo
Conduzir com Entrada de
segurança os água,
gases de escape condensados
Perda de
Sistema de do motor para corrosivos na
Avarias rendimento do 6 3 4 72
escape fora do edifício, tubulação ou
motor gerador
dispersando a juntas de
fumaça, fuligem dilatação mal
e isolando dimensionadas
66
ruídos.
Sistema de Falha na partida Sobretensão
controle do gerador, elétrica, mal
Queima da
inteligente impossibilitand contato ou
placa ou de 1
concebido o o acionamento aquecimento 4 1 40
componente 0
dentro de uma nem mesmo em nos
s eletrônicos
lógica manual componentes
prediditiva, eletrônicos
padronizada, de Bateria que
protocolo alimenta a
USCA
aberto, que placa ruim,
monitora a com
demanda e necessidade de
Falha da Falha na partida 1
consumo da troca 4 1 40
alimentação do gerador 0
instalação,
garantindo a
máxima
eficiência do
sistema
Surgimento de
substãncias nos
Realizar a Alarme na IHM contatos do
Mal contato 6 6 3 108
Sensor de leitura enviando da USCA sensor que
temperatura do o sinal de impedem seu
óleo informação para funcionamento
a USCA Utilização por
Alarme na IHM
Danificado longos 6 5 3 90
da USCA
períodos
Manter o bloco
do motor
Resistência do Falha ou mal Utilização por
aquecido,
pré Rompimento funcionamento longos 6 6 2 72
minimizando o
aquecimento na partida períodos
tempo de
resposta.
Evitar que o Cabo mal
motor opere Parada do conectado ou
Sensor de Mal contato 7 6 3 126
com baixa gerador oxidação nos
pressão do óleo
pressão e venha contatos
a fundir por falta Danificado Parada do Utilização por 7 5 3 105
67
de lubrificação. gerador longos
períodos
Surgimento de
substâncias nos
Realizar a Alarme na IHM contatos do
Mal contato 6 6 3 108
Sensor de leitura enviando da USCA sensor que
temperatura do o sinal de impedem seu
combustível informação para funcionamento
a USCA Utilização por
Alarme na IHM
Danificado longos 6 5 3 90
da USCA
períodos
Gera impulsos
que servem de
referência ao
Pick up módulo para Falha na partida Erro na
Quebrado 9 3 8 216
magnético estabilizar a do gerador montagem
rotação do
motor em
1800RPM
Surgimento de
oxidação nos
Envia
Falha na partida contatos,
informação para Mal contato 7 7 2 98
Sensor de nível do gerador impedindo seu
o módulo do
de fluido de funcionamento
nível de fluido
arrefecimento .
de
Utilização por
arrefecimento. Falha na partida
Danificado longos 8 6 2 96
do gerador
períodos
Sistema
eletrônico que
Sobre tensão
compensa
elétrica, mal
automaticament Queima da
AVR contato ou
e as variações de placa ou de Falha na partida 1
(regulador de aquecimento 2 3 60
tensão de saída componente do gerador 0
tensão) nos
do gerador s eletrônicos
componentes
quando há
eletrônicos
alteração de
carga.
Carregador das Carregar a Queima da Falha na partida Sobretensão 1 3 2 60
68
baterias bateria do placa ou de do gerador elétrica, mal 0
sistema e componente contato ou
comunicar s eletrônicos aquecimento
possíveis falhas. nos
componentes
eletrônicos
69
5. CONCLUSÃO
70
M22 QUEIMA DA PLACA ELETRÔNICA DO AVR 60
M23 QUEIMA DA PLACA ELETRÔNICA DO CARREGADOR DE BATERIAS 60
M10 QUEIMA DA PLACA ELETRÔNICA DA USCA 40
M11 FALHA DA ALIMENTAÇÃO DA USCA 40
Dentre os RPN com índices mais críticos, destacam-se as falhas no motor de arranque
e bomba de combustível como as que demandam uma atenção maior. Proporcionando
respaldo para realizar orçamento e manter peças de substituição em estoque para minimizar o
tempo de parada do grupo no caso da falha em um desses componentes.
Vale ressaltar também os modos de falhas M10, M11, M22 e M23, que mesmo
recebendo os menores índices de RPN, receberam os valores mais altos no quesito severidade,
pois no caso de falha o grupo não funciona de maneira nenhuma. São equipamentos
eletrônicos onde não há manutenção preventiva, possuem preços relativamente elevados e
muitas vezes pode ter uma logística de aquisição demorada.
Nota-se também que em 13 modos de falhas dos 23 levantados no estudo, acarreta na
falha da partida ou parada inesperada do grupo motor gerador. Muitas dessas falhas que
receberam índices de RPN intermediários são sensores, que possuem um baixo valor no
mercado e que vale muito a pena realizar a aquisição e manter em estoque, possibilitando uma
ação mais rápida e eficiente do técnico, minimizando ao máximo o tempo que o grupo ficará
inoperante em caso de uma dessas falhas.
Em consulta a administração e equipe do financeiro do hospital das Américas, o
faturamento mensal do hospital é em média R$40 milhões, aonde uma parcela significativa
vem das atividades do centro cirúrgico. Num cenário onde os geradores por algum motivo
técnico estejam inoperantes, o gestor da Engenharia de Manutenção deverá informar a
diretoria do hospital, tendo como consequência certa o cancelamento do quadro cirúrgico,
pois é o procedimento padrão nesse tipo de situação. Logo, a aplicação do FMEA nesse
estudo de caso é de suma importância e válida, pois além de proteger as vidas humanas, faz
com que o plano de negócio do empreendimento flua constante e não prejudique o rendimento
mensal planejado pela diretoria.
71
5.1. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
72
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73
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