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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
NITERÓI
2023
LUIZ GABRIEL NITZSCHE TEIXEIRA FERNANDES CORRÊA
Orientador:
Marcio Zamboti Fortes
Coorientador:
Gabriel Brandão Cerqueira de Azevedo
Niterói, RJ
2023
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Aprovado em 13 de julho de 2023, com nota XX,X (valor, valor), pela banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Marcio Zamboti Fortes
UFF
________________________________________________
Gabriel Brandão Cerqueira de Azevedo
TAESA
________________________________________________
Bruno Wanderley França
UFF
________________________________________________
Ana Regina Meneses e Silva Becker
UFF
Niterói
2023
Dedico este trabalho à minha família. Aos meus
pais, que além de serem meus primeiros
orientadores, também são fonte inesgotável de
incentivo.
AGRADECIMENTOS
With the growing increase in electricity consumption and substations becoming more
and more robust, concern about the assets that are part of a plant increases. The circuit breaker
is an essential part of the equipment that makes up the electricity sector, and its monitoring is
essential to maintain the adequate and solid supply of energy demanded by society. This device
is directly responsible for protecting the electrical installations of the power substation against
electrical overloads or short circuits, interrupting the passage of electric current and
disconnecting the power supply. In addition to acting as protection, circuit breakers also have
the role of assisting in the maneuvering of the system in cases of need for isolation of circuit
sections for maintenance of other equipment or in emergency repairs, further highlighting the
importance of these devices always being with high performance. This paper will present the
proposal for the study of the Operational Risk of this equipment so vital to the electrical system
will be presented, from its theoretical foundation to its application in the planning of preventive
maintenance. The study is based on an effective technique for complex decision making, called
Analytic Hierarchy Process (AHP), which makes it possible to list priorities within the
available alternatives, considering quantitative and qualitative aspects mathematically based.
This is a widespread technique in the industry, used as support for making difficult decisions
involving several factors, defining weights for the criteria. Given its wide applicability, this was
the technique chosen to support the development of the Operational Risk Index of High Voltage
Substation Circuit Breakers, where the criticality indices of the equipment will be defined.
Equação 1 ................................................................................................................................................................................. 25
Equação 2 ................................................................................................................................................................................. 26
Equação 3 ................................................................................................................................................................................. 26
Equação 4 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 5 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 6 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 7 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 8 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 9 ................................................................................................................................................................................. 29
Equação 10 ............................................................................................................................................................................... 29
Equação 11 ............................................................................................................................................................................... 29
Equação 12 ............................................................................................................................................................................... 30
Equação 13 ............................................................................................................................................................................... 36
Equação 14 ............................................................................................................................................................................... 50
Equação 15 ............................................................................................................................................................................... 52
Equação 16 ............................................................................................................................................................................... 56
Equação 17 ............................................................................................................................................................................... 59
Equação 18 ............................................................................................................................................................................... 62
Equação 19 ............................................................................................................................................................................... 65
Equação 20 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 21 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 22 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 23 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 24 ............................................................................................................................................................................... 71
Equação 25 ............................................................................................................................................................................... 71
Equação 26 ............................................................................................................................................................................... 72
Equação 27 ............................................................................................................................................................................... 72
Equação 28 ............................................................................................................................................................................... 72
Equação 29 ............................................................................................................................................................................... 73
Equação 30 ............................................................................................................................................................................... 74
Equação 31 ............................................................................................................................................................................... 74
Equação 32 ............................................................................................................................................................................... 82
Equação 33 ............................................................................................................................................................................... 82
Equação 34 ............................................................................................................................................................................... 83
Equação 35 ............................................................................................................................................................................... 83
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................ 2
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 3
2 REVISÃO TEÓRICA...................................................................................................... 4
2.1 DISJUNTORES DE ALTA TENSÃO ........................................................................ 5
2.1.1 FUNÇÕES ............................................................................................................ 7
2.1.2 NÍVEIS DE TENSÃO .......................................................................................... 8
2.1.3 TIPOS DE MECANISMOS ............................................................................... 11
2.2 MÉTODO AHP.......................................................................................................... 21
2.2.1 CONSTRUÇÃO DE HIERARQUIAS ............................................................... 22
2.2.2 DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES ..................................................................... 24
2.2.3 CÁLCULO DAS PRIORIDADES ..................................................................... 26
2.2.4 VERIFICAÇÃO DA COERÊNCIA ................................................................... 28
3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 30
3.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO NA BASE DE DADOS............................................. 32
3.1.1 BASE DE DADOS UTILIZADA ...................................................................... 34
3.1.2 DEFINIÇÃO DO ÍNDICE DE RISCO OPERACIONAL - IRO ....................... 35
3.1.3 DEFINIÇÃO DE PERIGO E IMPACTO........................................................... 37
3.1.4 VARIÁVEIS DE PERIGO ................................................................................. 38
3.1.5 VARIÁVEIS DE IMPACTO ............................................................................. 43
3.2 DISTRIBUIÇÃO DAS VARIÁVEIS ........................................................................ 49
3.2.1 VIDA ÚTIL ........................................................................................................ 50
3.2.2 PEÇAS SOBRESSALENTES ............................................................................ 52
3.2.3 MECANISMOS DE EXTINÇÃO ...................................................................... 54
3.2.4 VIOLÊNCIA....................................................................................................... 56
3.2.5 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ..................................................................... 58
3.2.6 CUSTO O&M..................................................................................................... 61
3.2.7 TAXA DE FALHAS .......................................................................................... 62
3.2.8 SENSIBILIDADE .............................................................................................. 63
3.2.9 NÚMERO DE CLIENTES ................................................................................. 64
3.2.10 TEMPO DE REESTABELECIMENTO ............................................................ 66
3.3 DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO AHP .......................................................... 67
3.3.1 AHP PERIGO ..................................................................................................... 68
3.3.2 AHP IMPACTO ................................................................................................. 76
3.4 CÁLCULO DO ÍNDICE DE RISCO OPERACIONAL ........................................... 80
4 RESULTADOS E ANÁLISES...................................................................................... 85
4.1 PAINEL DE RESULTADOS EM POWER BI ......................................................... 86
4.2 APLICAÇÃO NO PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÕES PREVENTIVAS ... 90
4.2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PRIORITÁRIOS ........................ 90
4.2.2 DEFINIÇÃO DAS AÇÕES DE MANUTENÇÃO ............................................ 91
4.2.3 PRIORIORIZAÇÃO DE RECURSOS E ALOCAÇÃO DE EQUIPES ............ 91
4.2.4 MONITORAMENTO CONTÍNUO E REVISÃO DO PLANO DE
MANUTENÇÃO ...................................................................................................................... 91
4.2.5 BENEFÍCIOS DO USO DO IRO NO PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÕES
PREVENTIVAS ....................................................................................................................... 92
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 95
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
contextos da indústria. Porém, no setor elétrico, o método AHP ainda não foi muito explorado.
Nesse trabalho, a técnica AHP será aplicada com intuito de desenvolver um Índice de Risco
Operacional, buscando não apenas uma avaliação mais precisa e sistemática dos riscos
associados aos disjuntores de alta tensão, mas também uma integração direta com o
planejamento de manutenção preventiva desses equipamentos. Isso permitirá a priorização de
atividades de manutenção, a alocação eficiente de recursos e a determinação da periodicidade
de inspeções e manutenções com base no índice de risco operacional obtido.
Espera-se que esse estudo contribua para o avanço do conhecimento sobre o risco
operacional de disjuntores de alta tensão e para a adoção de estratégias eficazes de manutenção
preventiva baseadas em critérios objetivos. Além disso, os resultados obtidos fornecerão
subsídios relevantes para profissionais e empresas do setor elétrico, visando promover a
segurança, confiabilidade e eficiência dos sistemas elétricos de alta potência, em benefício da
sociedade como um todo.
Este trabalho é composto por nove capítulos que desempenham papéis importantes na
construção do estudo apresentado. A estrutura do trabalho segue uma sequência lógica para
abordar o tema proposto.
No primeiro capítulo, denominado "Introdução", são estabelecidas bases conceituais e
contextuais do estudo. Nesse capítulo, é apresentada uma visão geral do problema em questão
e se justifica a relevância do tema. Além disso, serão delineados os objetivos do estudo e
introduzidas as principais questões que serão abordadas nos capítulos subsequentes.
O segundo capítulo é dedicado à "Revisão teórica". Aqui, é realizada uma pesquisa
bibliográfica abrangente para fornecer uma base teórica sólida para o estudo. Serão explorados
os principais conceitos, teorias e estudos relacionados ao tema, a fim de criar um embasamento
teórico consistente. Essa revisão teórica é essencial para compreender e analisar o problema em
estudo, e contribui para fundamentar o trabalho em bases sólidas.
No terceiro capítulo, intitulado "Metodologia", será detalhada a abordagem
metodológica adotada para a realização do estudo. Com um fluxograma, serão detalhadas as
etapas e os procedimentos utilizados para a coleta e análise dos dados, bem como as ferramentas
e técnicas aplicadas na pesquisa. Será também abordada a "Aplicação da Metodologia na Base
de Dados", onde se concentra a atenção na aplicação prática da metodologia desenvolvida. Isso
4
2 REVISÃO TEÓRICA
“Quando ocorre uma falta no sistema de potência, os disjuntores mais próximos devem
isolar o trecho defeituoso o mais rápido possível, de forma a minimizar os efeitos da falta sobre
o restante do sistema” (AMON F°, 1987). Para Amon, o disjuntor tem a função de operar
sempre, seja na posição fechada ou então na posição aberta. Se estiver fechado terá de conduzir
correntes de carga e se estiver aberto terá de isolar eletricamente o circuito (AMON F°, 1986).
Os disjuntores desempenham um papel crucial no fornecimento seguro e confiável de
energia elétrica. Como dispositivos eletromecânicos, sua principal função é proteger as
instalações elétricas contra possíveis danos causados por sobrecargas elétricas e curtos-
circuitos. Esses eventos podem ocorrer devido a falhas no sistema elétrico, variações abruptas
de carga ou condições anormais de operação (MORAIS, 1985).
Um disjuntor atua como um "interruptor de segurança", projetado para permitir o fluxo
normal de corrente dentro dos limites predefinidos. No entanto, quando ocorre um aumento
excessivo de corrente, o disjuntor age rapidamente para interromper o fluxo elétrico e proteger
o sistema contra possíveis danos. Essa ação de desarme ocorre em frações de segundo,
garantindo a segurança do circuito e dos dispositivos conectados. Além de sua função básica
de proteção, os disjuntores também desempenham outras operações importantes. Por exemplo,
eles podem ser utilizados para ligar ou desligar um circuito elétrico manualmente, permitindo
6
2.1.1 FUNÇÕES
elétricos. Eles podem ser acionados manualmente ou por meio de sistemas automatizados para
ligar ou desligar circuitos, conectar ou desconectar transformadores, realizar manobras de carga
e executar outras operações necessárias no sistema elétrico. Essa capacidade de manobra é
essencial para o controle e a gestão eficiente do fluxo de energia na subestação. Além disso,
fornecem segurança e proteção contra falhas. Os disjuntores de alta tensão desempenham um
papel crucial na segurança e proteção dos sistemas elétricos. Eles são projetados para operar de
maneira confiável e rápida em emergências, interrompendo o fluxo de corrente elétrica quando
necessário para evitar danos aos equipamentos, incêndios ou outros riscos à segurança. Sua
atuação eficiente e precisa ajudar a minimizar os impactos das falhas e a garantir a
confiabilidade e a disponibilidade do sistema elétrico (RAM; VISHWAKARMA, 2011).
Em resumo, os disjuntores de alta tensão são dispositivos fundamentais dentro das
subestações de energia, desempenhando funções críticas de proteção, isolamento e manobra de
circuitos elétricos. Eles asseguram a operação segura e confiável do sistema elétrico,
protegendo os equipamentos, minimizando os riscos de falhas e contribuindo para a
continuidade do fornecimento de energia elétrica.
2.1.2.2 Disjuntor de 25 kV
dispositivos. Estes equipamentos estão na entrada da subestação, onde recebem a energia das
linhas de transmissão de alta tensão. Eles desempenham um papel crucial na proteção dessas
linhas e na manutenção da integridade do sistema. Os disjuntores de 138 kV são responsáveis
por interromper a corrente elétrica em caso de falhas, como curtos-circuitos ou sobrecargas,
que possam ocorrer nas linhas de transmissão. Ao fazer isso, eles isolam a parte defeituosa do
sistema, evitando danos aos equipamentos e garantindo a continuidade do fornecimento de
energia elétrica (BOLOTINHA, 2018).
Além disso, os disjuntores de 138 kV também desempenham um papel importante na
coordenação do fluxo de energia nas subestações de alta tensão. Eles permitem que a energia
seja transferida para os transformadores, onde a tensão é reduzida para níveis mais baixos antes
de ser distribuída às áreas de consumo. Os transformadores de potência, presentes nas
subestações de alta tensão, são responsáveis pela conversão da tensão de transmissão para níveis
adequados à distribuição. Os disjuntores de 138 kV são essenciais para proteger esses
transformadores de eventuais falhas e sobrecargas, garantindo a segurança do sistema e a
qualidade do fornecimento de energia elétrica.
Esses disjuntores são preenchidos com óleo isolante, que desempenha um papel crucial
na extinção do arco elétrico gerado durante a interrupção da corrente. O mecanismo de extinção
do arco elétrico em disjuntores de alta tensão a óleo é baseado em alguns princípios físicos. A
eliminação do arco voltaico se dá pela decomposição do óleo devido às temperaturas elevadas
que envolvem a energia gerada com o surgimento do arco. Tal decomposição dá fruto o
surgimento de gases, dentre eles o gás hidrogênio em bastante abundância no óleo. A
quantidade de gás liberado é função da magnitude da corrente e da duração do arco (VORPE;
FILHO; FRANÇA, 1995). O óleo isolante presente no disjuntor desempenha três funções
principais durante o processo de extinção do arco elétrico: resfriamento, isolamento e extinção
do arco.
O resfriamento é alcançado pelo óleo isolante, que tem a capacidade de absorver e
dissipar calor. O arco elétrico é extremamente quente, mas quando entra em contato com o óleo,
ocorre uma rápida transferência de calor, reduzindo a temperatura do arco e, consequentemente,
sua capacidade de sustentação.
O isolamento é outro aspecto crítico fornecido pelo óleo. O óleo isolante atua como
um isolante elétrico, evitando que o arco elétrico entre em contato com partes metálicas do
disjuntor e cause danos ou curtos-circuitos indesejados. Isso garante a segurança e a integridade
do sistema.
Quanto ao mecanismo de extinção do arco, existem dois tipos principais de disjuntores
de alta tensão a óleo: com grande volume de óleo e com pequeno volume de óleo.
O disjuntor a grande volume de óleo (GVO) é o modelo mais antigo de disjuntores a
óleo. A principal característica dele é possuir grande eficácia na ruptura durante curto-circuito.
A figura 1 ilustra os elementos que compõem esse tipo de equipamento.
13
Esse tipo de equipamento normalmente utiliza uma câmara de sopro axial e necessita
que seja realizada “[...] filtragem do óleo com razoável frequência devido à carbonização do
óleo durante as interrupções de corrente” (VORPE; FILHO; FRANÇA, 1995). Essa filtragem
se faz necessária pela contaminação do óleo, decorrente do surgimento de gases provenientes
da extinção dos arcos voltaicos durantes as operações do equipamento. Na figura 2 podemos
ver o dispositivo energizado instalado no pátio de uma subestação de energia do Rio de Janeiro.
geralmente envolve inspeções regulares, testes de funcionamento, troca do óleo isolante quando
necessário e reparos ou substituição de peças desgastadas (VORPE; FILHO; FRANÇA, 1995).
A operação dos disjuntores de alta tensão a óleo requer treinamento especializado. Os
operadores devem seguir os procedimentos de segurança estabelecidos, garantindo que os
disjuntores sejam operados corretamente e dentro dos limites de operação especificados pelo
fabricante. Isso inclui seguir os tempos de operação adequados, evitar sobrecargas e monitorar
continuamente o desempenho do disjuntor por meio de dispositivos de controle e medição.
Em resumo, os disjuntores de alta tensão a óleo são dispositivos importantes para
garantir a segurança e a operação confiável de sistemas elétricos de alta tensão. Seu mecanismo
de extinção do arco elétrico, baseado no uso de óleo isolante e em diferentes configurações de
câmaras de sopro, permite a interrupção eficiente da corrente elétrica. O uso, manutenção e
operação adequados desses equipamentos são fundamentais para garantir a continuidade do
fornecimento de energia elétrica.
Todavia, uma desvantagem é que o disjuntor a vácuo tem capacidade de interrupção limitada
em comparação com outros tipos de disjuntores, como os disjuntores a óleo ou a SF6
(hexafluoreto de enxofre). Esses disjuntores têm uma capacidade de interrupção menor. Isso
pode limitar sua aplicação em sistemas de altas correntes e tensões muito elevadas (GOH et al.,
2017).
Em resumo, o disjuntor a vácuo funciona aproveitando as propriedades do vácuo para
interromper a corrente elétrica. Seu projeto isolado, a ausência de gases ou líquidos, a
capacidade de extinguir o arco elétrico sem gerar chamas ou gases e sua baixa necessidade de
manutenção fazem dele uma opção altamente confiável, segura e durável para proteção de
sistemas elétricos dentro de sua capacidade de interrupção.
concentrações e pode causar irritações respiratórias e de pele. Além disso, o SF6 é altamente
estável e pode permanecer na atmosfera por milhares de anos antes de ser completamente
degradado. Essa longa persistência aumenta o impacto do gás no aquecimento global ao longo
do tempo (BOLOTINHA, 2018).
Em resumo, os disjuntores a SF6 são amplamente empregados em equipamentos de
alta tensão devido às propriedades isolantes e à eficiência na interrupção de correntes elétricas.
O SF6 é um gás incombustível, não tóxico, estável e inerte, capaz de extinguir arcos elétricos e
regenerar-se durante o processo. As melhorias nas técnicas de selagem e detecção de
vazamentos contribuem para a confiabilidade desses dispositivos, garantindo maior segurança
nas subestações de energia onde são utilizados.
sopro bidirecional em que se tem duas válvulas de alívio, uma principal e uma auxiliar, as quais
dão origem ao deslocamento de ar por meio dos contatos móveis e fixo. Além disso, existem
dois tipos de formatos, são eles do tipo “T” os quais possuem uma coluna com isolamento que
sustenta uma estrutura de interrupção com duas câmaras de extinção (SILVA, 2011).
E o tipo “Y” em que a coluna sustenta duas estruturas de interrupção com duas câmaras
de extinção em cada uma delas. A figura 7 abaixo ilustra esse tipo de disjuntor instalado no
pátio de uma subestação de energia elétrica.
A comparação de pares é uma etapa fundamental no método AHP. Nessa etapa, são
realizadas comparações de pares entre os elementos da hierarquia, seja em relação aos critérios
ou às alternativas. Essas comparações são baseadas na escala numérica proposta por Saaty, que
atribui valores de 1 a 9 para expressar a importância relativa entre os elementos (SAATY;
KATZ, 1990).
Equação 1
𝑎11 ⋯ 𝑎𝑛1
𝐴𝑛 𝑋 𝑛 = |⋮ ⋱ ⋮ |
𝑎1𝑛 ⋯ 𝑎𝑛𝑛
Onde 𝑎𝑛𝑛 = 1 e 𝑎𝑖𝑗 = 1/𝑎𝑗𝑖 , 𝑖, 𝑗 = 1, … , 𝑛.
(SALVIA et al., 2019)
O cálculo das prioridades é uma etapa crucial no método AHP. Com base nas
comparações de pares realizadas na etapa anterior, o objetivo é determinar as prioridades
relativas de cada elemento em relação ao elemento superior na hierarquia.
Para realizar o cálculo das prioridades, são utilizados métodos matemáticos para a
construção de uma matriz de comparação de pares normalizada, na qual os valores são ajustados
para refletir as prioridades relativas (SAATY; KATZ, 1990).
Da equação (1), podemos assumir:
Equação 2
𝑉𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑠𝑜𝑚𝑎1 𝑋 𝑛 = |𝑠1 ⋯ 𝑠𝑗 ⋯ 𝑠𝑛 |
Onde
Equação 3
𝑛
𝑠1 = ∑ 𝑎𝑖1
𝑖=1
Equação 4
𝑥 11 ⋯ 𝑥 𝑛1
𝑋𝑛 𝑋 𝑛 = |⋮ ⋱ ⋮ |
𝑥 1𝑛 ⋯ 𝑥 𝑛𝑛
Onde
Equação 5
𝑎𝑖𝑗
𝑥 𝑖𝑗 =
𝑠𝑗
E
Equação 6
𝑛
∑ 𝑥 𝑖1 = 1
𝑖=1
Por (5), temos que cada elemento da matriz normalizada é igual ao próprio elemento
da matriz anterior dividido pelo valor da soma da coluna onde está inserido. Com todos os
elementos normalizados calculados, é possível notar através de (6) que o novo somatório por
coluna dessa matriz normalizada passa a ser sempre igual a 1. Dessa forma, a matriz
normalizada é obtida.
Uma vez obtido a Matriz de Importância Comparativa entre Critérios Normalizada, é
possível realizar o cálculo para obter o Vetor de Importância Média para obter as prioridades
relativas finais. Os valores numéricos obtidos por esse vetor indicam a importância média de
cada elemento, sendo que valores mais altos indicam maior prioridade (MACHADO ALVES
et al., 2017).
O Vetor de Importância Média é expresso da seguinte maneira:
Equação 7
𝑤11
𝑊𝑛 𝑋 1 =| ⋮ |
𝑤𝑛1
Onde
Equação 8
∑𝑛𝑗=1 𝑥 1𝑗
𝑤11 =
𝑛
28
O vetor obtido através da equação (7) é exatamente o Vetor dos Pesos atribuídos as
variáveis, sendo os valores maior peso indicando a maior prioridade da variável. A soma dos
pesos é sempre 1, sendo esse, um vetor normalizado (BUNRUAMKAEW, 2012).
Em resumo, o cálculo das prioridades envolve a normalização da Matriz de
Importância Comparativa entre Critérios e o cálculo do Vetor de Importância Média. Esse
processo permite determinar as prioridades relativas dos elementos da hierarquia e fornece uma
base para a tomada de decisão no método AHP.
disponíveis em diversas fontes, como Saaty (1980) e Saaty e Vargas (2012). Essas tabelas
atribuem valores RI correspondentes a diferentes tamanhos de matriz.
Após obter o valor RI, o próximo passo é calcular o CI. O CI é calculado usando a fórmula:
Equação 9
𝜆 −𝑛
𝐶𝐼 =
𝑛 −1
Onde
Equação 10
𝑛
𝜆 = ∑ 𝑣𝑖1
𝑖 =1
Equação 11
𝑣11 1⁄𝑤 𝑎11 ⋯ 𝑎𝑛1 𝑤11
11
𝑉𝑛 𝑋 1 = | ⋮ | = | ⋮ | ∗ |⋮ ⋱ ⋮ |∗| ⋮ |
𝑣𝑛1 1⁄𝑤 𝑎1𝑛 ⋯ 𝑎𝑛𝑛 𝑤𝑛1
𝑛1
Equação 12
𝐶𝐼
𝐶𝑅 =
𝑅𝐼
Vale ressaltar que existem diversas publicações que abordam a análise de consistência
no AHP. Segundo Bunruamkaew (BUNRUAMKAEW, 2012), é possível encontrar
informações detalhadas sobre a formulação e metodologia dessa análise, bem como exemplos
de aplicação, em publicações científicas disponíveis online.
Uma dessas publicações é o trabalho de Saaty (1990), que explora o AHP como uma
ferramenta de tomada de decisão e análise de risco. Nesse estudo, são apresentados conceitos-
chave sobre o AHP, incluindo a análise de consistência.
Outro estudo relevante é o de Saatela e Linderman (SALA, 1966), que discute de
forma abrangente o entendimento do AHP para tomada de decisão. Os autores destacam a
importância da análise de consistência como uma etapa crítica para obter resultados confiáveis
e significativos.
Em resumo, a verificação da coerência lógica no método AHP é realizada por meio do
cálculo do índice de consistência (IC) e do índice de consistência relativa (CR). Esses índices
são utilizados para avaliar a consistência das comparações pareadas realizadas na matriz de
comparação de pares. Verificar a coerência é fundamental para garantir a confiabilidade dos
resultados e a validade das prioridades estabelecidas.
3 METODOLOGIA
elétrica. É crucial que esses equipamentos estejam em pleno funcionamento e com suas
manutenções preventivas em dia, pois uma má manutenção pode gerar diversos problemas,
como a interrupção do fornecimento de energia elétrica.
Com o objetivo de abordar o risco operacional dos disjuntores de alta tensão, este
estudo será realizado no parque de disjuntores de uma concessionária de energia no Rio de
Janeiro. A pesquisa visa identificar e analisar as variáveis que compõem o escopo do
planejamento preventivo, levantando critérios relevantes por meio do método AHP.
O Analytic Hierarchy Process (AHP) será utilizado para atribuir pesos aos critérios
identificados, levando em consideração fatores como tipo de mecanismo de extinção, idade dos
equipamentos, disponibilidade de peças sobressalentes, custos operacionais e de manutenção,
entre outros. Esse processo permitirá calcular um índice de risco operacional para cada disjuntor
de alta tensão, proporcionando uma avaliação mais precisa e sistemática do risco associado a
esses equipamentos.
Ao integrar o índice de risco operacional com o planejamento da manutenção
preventiva, espera-se otimizar a gestão dos disjuntores de alta tensão, reduzindo a probabilidade
de falhas inesperadas, minimizando o tempo de indisponibilidade dos equipamentos e
melhorando a confiabilidade e disponibilidade do sistema elétrico como um todo. Além disso,
espera-se que os resultados obtidos forneçam subsídios relevantes para profissionais e empresas
do setor elétrico, promovendo a segurança, confiabilidade e eficiência dos sistemas elétricos de
alta potência.
Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo principal contribuir para o avanço do
conhecimento sobre o risco operacional dos disjuntores de alta tensão e para a adoção de
estratégias eficazes de manutenção preventiva baseadas em critérios objetivos.
Visto isso, é importante abordar os equipamentos que serão o foco deste trabalho.
Serão considerados os disjuntores de alta tensão presentes no parque de uma concessionária de
energia no Rio de Janeiro. Esses disjuntores desempenham um papel fundamental na proteção
e controle dos sistemas elétricos de alta potência, garantindo a confiabilidade e segurança do
fornecimento de energia elétrica.
Na figura 9, mostrada abaixo, é possível observar um fluxograma que detalha a
metodologia abordada para o desenvolvimento do trabalho.
32
Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo principal realizar uma análise
do risco operacional dos disjuntores de alta tensão presentes no parque de uma distribuidora de
energia elétrica no Rio de Janeiro. Com base nesse acervo, que possui uma quant idade
significativa de equipamentos, serão coletados dados relevantes para o estudo, tais como idade
33
A partir das informações disponíveis na base de dados dos disjuntores de alta tensão,
foi possível iniciar o planejamento dos próximos passos do trabalho, que envolve a análise e o
cálculo do risco operacional dos equipamentos. Para isso, foram estabelecidos critérios que
seriam utilizados como base para essa avaliação.
Os critérios desempenham um papel fundamental na metodologia empregada, pois são
eles que permitem uma análise mais detalhada e criteriosa dos disjuntores. Com base nas
características dos equipamentos e nas informações coletadas, foram identificados critérios
relevantes para a avaliação do risco operacional.
Equação 13
IRO = √𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜2 + 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 2
3.1.3.1 PERIGO
3.1.3.2 IMPACTO
subcritério "Tempo de vida útil" contribui para a gestão eficiente, segura e sustentável dos
disjuntores de alta tensão, garantindo a confiabilidade do sistema elétrico como um todo.
3.1.4.4 VIOLÊNCIA
3.1.5.3 SENSIBILIDADE
Para garantir a coerência na aplicação dos pesos aos diferentes subcritérios e facilitar
a análise comparativa, é necessário realizar o ajuste das variáveis dentro de parâmetros
definidos. Essa abordagem visa estabelecer uma base comum para todas as variáveis,
permitindo a aplicação de pesos adequados posteriormente, por meio do método AHP.
No contexto dos subcritérios de Perigo e Impacto, as variáveis são convertidas em
ponderadores numéricos limitados entre zero e 100. Essa conversão permite uma representação
quantitativa das variáveis, em que valores mais altos indicam um maior nível de perigo ou
impacto.
Serão desenvolvidos dois tipos de ponderadores: o "Quanto Maior Pior" e o "Quanto
Menor Pior". Ambos os tipos de ponderadores garantem que a distribuição das variáveis ocorra
dentro da faixa de 0 a 100.
No caso do "Quanto Maior, Pior", quanto maior o valor atribuído à variável, maior
será considerado o perigo ou impacto associado. Essa abordagem destaca a importância de
mitigar os riscos mais elevados e priorizar ações para reduzir esses valores.
Por outro lado, o "Quanto Menor, Pior" segue uma lógica inversa. Quanto menor o
valor atribuído à variável, maior será considerada a gravidade do perigo ou impacto. Essa
abordagem permite identificar e tratar as variáveis com valores mais baixos de forma prioritária,
visando à redução dos riscos associados.
Ao utilizar esses dois tipos de ponderadores, é possível estabelecer uma abordagem
abrangente para a avaliação dos subcritérios de Perigo e Impacto, permitindo a comparação e
análise eficiente das variáveis. A padronização dos valores dentro de uma mesma base numérica
50
facilita a aplicação dos pesos coerentes durante o processo de tomada de decisão, contribuindo
para uma avaliação mais precisa e consistente dos riscos envolvidos.
A distribuição desenvolvida para este trabalho apresenta características semelhantes à
curva de saturação de transformadores de corrente (TCs). Na primeira parte dos gráficos que
vão ser gerados, será observado um comportamento linear, onde a relação entre as variáveis é
proporcional. No entanto, à medida que a distribuição avança, ela atinge um ponto crítico
conhecido como "joelho da curva". A partir desse ponto, a curva passa a ter um comportamento
exponencial, visando evitar que os valores ultrapassem o limite estabelecido de 100.
Agora, serão apresentados os desenvolvimentos das ponderações realizadas para cada
subcritério.
O subcritério de Perigo, Vida Útil, é um exemplo de "Quanto Maior, Pior", pois quanto
mais antigo for o disjuntor, maior é o risco associado a falhas decorrentes de desgaste e outros
fatores, conforme mencionado anteriormente. Com base no MCPSE (Manual de Controle
Patrimonial do Setor Elétrico), foi possível estabelecer uma idade média de envelhecimento de
33 anos para os disjuntores. Esse valor será utilizado para determinar o "joelho da curva", a
partir do qual a curva muda de comportamento.
Equação 14
90
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 = ( ) 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 , 𝑆𝑒 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 ≤ 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 → { 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 > 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙
𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒
51
𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 atual. Por outro lado, se a idade for maior que a vida útil, o ponderador é calculado
subtraindo-se (100 / 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒) de 100.
Essa função de ponderação permite atribuir maior peso aos disjuntores mais antigos,
refletindo o aumento do risco associado ao envelhecimento do equipamento.
A curva obtida da distribuição para Vida Útil é a seguinte:
Ao analisar o gráfico, é perceptível que os valores estão distribuídos em uma faixa que
varia de zero a 100. Inicialmente, a curva apresenta um comportamento linear até atingir o valor
de Idade igual a 33 anos. A partir desse ponto, a curva assume uma característica exponencial,
o que impede que os valores ultrapassem 100.
Essa configuração da curva reflete a relação entre a idade do disjuntor e a ponderação
atribuída. À medida que a idade aumenta, o peso atribuído também aumenta de forma linear até
33 anos. Após esse ponto, a curva adota uma tendência exponencial para evitar que os valores
ultrapassem o limite de 100.
Por exemplo, considerando a ponderação de um disjuntor com 22 anos de idade e outro
com 50 anos, os valores atribuídos seriam aproximadamente 64 e 98, respectivamente. Levando
52
em conta que valores mais próximos de 100 são considerados piores, podemos observar que o
equipamento com 50 anos é mais crítico em comparação ao mais novo.
Portanto, a curva de ponderação representa de maneira adequada a relação entre a
idade do disjuntor e a importância atribuída a esse critério, garantindo que os valores estejam
contidos na faixa de zero a 100.
Equação 15
90
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑄𝑛𝑡 = 100 − ( ) 𝑄𝑛𝑡 , 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 ≤ 𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙
𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑄𝑛𝑡 → 100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑄𝑛𝑡 = , 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 > 𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙
𝑄𝑛𝑡
( 0,7 )
𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 ( )
{ (𝑒 1,7 )
53
Por outro lado, se a quantidade atual for maior que a quantidade ideal, o ponderador é calculado
utilizando uma função exponencial baseada na relação entre a quantidade atual e a quantidade
ideal.
Essa função de ponderação permite atribuir maior peso quando a quantidade de peças
sobressalentes está abaixo do definido como ideal, refletindo a piora da situação à medida que
a disponibilidade diminui. Por outro lado, quando a quantidade de peças sobressalentes está
acima do ideal, o ponderador é determinado pela função exponencial, levando em consideração
a relação entre a quantidade atual e a quantidade ideal.
Essa configuração da função de ponderação reflete a importância de manter um
estoque adequado de peças sobressalentes, garantindo a disponibilidade necessária para a
manutenção e reparo dos disjuntores.
A curva obtida da distribuição para Peças Sobressalentes é a seguinte:
No entanto, em contraste com o gráfico de Vida Útil discutido anteriormente, essa curva tem
um início com o ponderador em 100.
Inicialmente, a curva apresenta um comportamento linear decrescente até atingir o
valor de Peças Sobressalentes igual a 7. A partir desse ponto, a curva assume uma característica
exponencial, aproximando-se gradualmente de zero.
Para ilustrar a aplicação dessa ponderação, consideremos um exemplo com dois
disjuntores: um com 3 peças sobressalentes e outro com 13 peças. Os valores atribuídos a esses
disjuntores seriam aproximadamente 60 e 1, respectivamente. É importante ressaltar que
valores mais próximos de 100 são considerados piores, indicando uma situação mais crítica.
Com base nesses valores, podemos concluir que o disjuntor com menos peças
sobressalentes é mais crítico em comparação ao disjuntor com mais peças disponíveis. Essa
diferença na ponderação reflete a importância de garantir um estoque adequado de peças
sobressalentes, pois uma menor disponibilidade pode aumentar o risco de falhas e impactar
negativamente a operação e manutenção dos disjuntores.
Portanto, a análise da curva de ponderação nos permite compreender como a
quantidade de peças sobressalentes influencia a avaliação do subcritério, ressaltando a
importância de gerenciar efetivamente o inventário e os almoxarifados para garantir a
disponibilidade adequada de peças para manutenção.
3.2.4 VIOLÊNCIA
Esse subcritério, do tipo "Quanto Maior, Pior", foi ponderado com base nas estatísticas
de segurança por município, conforme mencionado anteriormente. Nossa base de dados contém
informações sobre os locais de instalação dos disjuntores, o que nos permite relacionar esses
equipamentos com as estatísticas mencionadas.
Utilizando a evolução mensal das estatísticas por circunscrição de Delegacia, foi
possível avaliar a média mensal de registros de ocorrência (RO) por município do Rio de
Janeiro ao longo de um período de 15 anos. Através dessa análise das médias mensais,
determinamos que o valor de 700 RO seria o ponto de transição da curva, conhecido como
"joelho da curva".
Essa escolha do valor do "joelho da curva" permite definir uma referência na
distribuição da variável relacionada à quantidade de ocorrências. A partir desse valor, a curva
de ponderação adota um comportamento específico para refletir a relevância relativa das
ocorrências de acordo com sua magnitude.
Equação 16
99,7
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = ( ) 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂 , 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂 ≤ 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑅𝑂
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑅𝑂
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 → 100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂 > 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑅𝑂
{ 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂
Essa função de ponderação permite atribuir valores de ponderação diferentes com base
na quantidade de ocorrências de roubos por município. Quando a quantidade de ocorrências é
menor ou igual à média definida acima, o ponderador é determinado proporcionalmente em
relação à média de ocorrências. Já quando a quantidade de ocorrências é maior que a média, o
ponderador é calculado com base em uma diminuição percentual em relação à quantidade de
ocorrências.
57
Assim como nos outros casos, é possível observar que os valores estão contidos dentro
do intervalo de zero a 100. Os valores por município ficaram distribuídos da seguinte forma:
58
Equação 17
89
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐷𝑠𝑐𝑔 𝐴𝑡𝑚 = ( ) 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴, 𝑆𝑒 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴 ≤ 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐷𝐴
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐷𝐴 → { 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐷𝐴
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐷𝑠𝑐𝑔 𝐴𝑡𝑚 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴 > 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐷𝐴
𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴
O subcritério Custo O&M é mais um critério que não é expresso em termos numéricos,
mas ainda é essencial ponderar essa variável. Para realizar essa ponderação, foi necessário
contar com o apoio de especialistas que possuem conhecimento sobre os tipos específicos de
equipamentos e o histórico de custos das ordens de manutenção. A avaliação do Custo de O&M
envolveu uma análise minuciosa dos custos associados à operação e manutenção dos
equipamentos.
Ao utilizar o conhecimento e a experiência dos especialistas, foi possível estabelecer
uma escala de ponderação para o subcritério Custo O&M. Essa escala permitiu atribuir valores
de ponderação aos diferentes níveis de custo associados aos equipamentos.
Dessa forma, mesmo que o critério Custo O&M não seja expresso em números, sua
importância foi reconhecida e considerada no processo de ponderação. A expertise dos
especialistas e o histórico de custos das ordens de manutenção forneceram informações
fundamentais para avaliar e ponderar adequadamente esse subcritério.
Os valores ponderados resultantes dessa avaliação estão expressos na tabela abaixo:
É possível observar que, no ponto de vista do Custo O&M, foi definido que disjuntores
com mecanismos de extinção Pneumáticos à Óleo, são mais caros em comparação com
mecanismos a Mola SF6.
Equação 18
70
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = ( ) 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠, 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 ≤ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 > 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
{ 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
3.2.8 SENSIBILIDADE
Na tabela, é possível observar, por exemplo, que a subestação (SE) FLA possui um
nível de criticidade classificado como Alta, enquanto a SE GOL é classificada como criticidade
Baixa. Isso pode ser percebido através de seus valores ponderados, que refletem exatamente a
classificação obtida através da PTL mencionada anteriormente.
Esse subcritério, do tipo "Quanto Maior, Pior", teve sua distribuição realizada com
base nas informações de número de clientes por subestação disponíveis em nossa base de dados,
permitindo uma relação direta com o equipamento. O número de clientes impactados é uma
medida importante para entender as consequências de uma falha no disjuntor. Quanto maior o
número de clientes conectados à linha, maior é o impacto e a magnitude da interrupção no
fornecimento de energia elétrica em caso de falha do equipamento. Uma falha que afeta muitos
clientes pode ter impactos significativos, tanto do ponto de vista operacional quanto econômico.
65
Equação 19
70
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = ( ) 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠, 𝑆𝑒 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 ≤ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = 100 − ( ) , 𝑆𝑒 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 > 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
{ 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
Onde o 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓 é o valor de referência definido acima, que são os 70 mil clientes
por disjuntor, relacionado ao 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 do equipamento para o qual será calculado o valor da
ponderação. A curva obtida a partir dessa função está representada abaixo com a distribuição
da variável.
Agora que já temos todos os critérios e subcritérios bem definidos com seus
respectivos valores ponderados, podemos seguir para o desenvolvimento do método AHP. O
método, que é uma técnica de tomada de decisão multicritério que permite estruturar e
quantificar as preferências e prioridades dos diferentes elementos de um problema complexo,
será aplicado separadamente para as variáveis de Perigo e Impacto.
O primeiro passo é criar uma matriz de comparação paritária para cada critério, na
qual os subcritérios serão comparados dois a dois em relação à sua importância relativa. Para
isso, utilizaremos a escala numérica de Saaty com valores de 1 a 9, em que 1 representa igual
importância e 9 representa extrema importância. Portanto, quanto maior for o valor definido,
maior a desigualdade de importância.
Por exemplo, na matriz de comparação paritária para o critério "Perigo", podemos
comparar o subcritério "Vida Útil" com o subcritério "Descargas Atmosféricas". Se
68
considerarmos que a "Vida Útil" é moderadamente mais importante que a " Descargas
Atmosféricas", podemos atribuir o valor 5 a essa comparação. Para a comparação inversa, ou
seja, " Descargas Atmosféricas" em relação a "Vida Útil" nós o valor também será o inverso
para respeitar o método, ficando o valor de 1/5. Em seguida, repetimos o processo para todas
as comparações paritárias entre os subcritérios.
Após preencher todas as matrizes de comparação paritária entre os subcritérios de
"Perigo" e "Impacto", o próximo passo é calcular os pesos relativos dos subcritérios. Para isso,
utilizaremos o método de normalização, no qual as colunas das matrizes são normalizadas pela
soma dos valores em cada coluna. Em seguida, calculamos a média das linhas das matrizes
normalizadas.
O resultado final será um vetor de pesos relativos para cada critério, representando a
importância relativa dos subcritérios dentro de cada critério. Esses pesos serão utilizados
posteriormente para desenvolver o índice de risco operacional dos disjuntores.
É importante ressaltar que a aplicação do método AHP requer uma análise cuidadosa
e é embasado a partir da participação de especialistas no domínio do problema. Além disso, é
necessário garantir a consistência das comparações realizadas, evitando inconsistências lógicas
ou subjetividades extremas.
Dessa forma, será gerado um indicador que reflete o risco operacional dos disjuntores
de alta tensão, considerando os diferentes critérios e subcritérios ponderados de acordo com sua
importância relativa.
Equação 20
𝑎13 = 3
Essa comparação indica que o critério "Vida Útil" possui uma relevância maior do que
o critério "Violência" no contexto específico em que o método AHP está sendo desenvolvido.
Conforme definido pela equação (1), também sabemos que, ao realizar a comparação inversa
entre "Violência" e "Vida Útil", o valor é exatamente o inverso.
Equação 21
1
𝑎31 = = 0,333
3
Equação 22
𝑠1 = 1 + 0,143 + 0,333 + 1 + 1
Equação 23
𝑠1 = 3,476
Uma vez que as comparações paritárias tenham sido realizadas, é possível calcular a
matriz de preferências relativas, que reflete a importância relativa de cada variável em relação
às outras. Essa matriz é normalizada para garantir que as preferências estejam consistentes e
ponderadas corretamente.
A normalização da matriz é um passo crucial para obter resultados confiáveis. O
objetivo é ajustar os valores da matriz de preferências relativas de forma que a soma das colunas
seja igual a 1, refletindo a distribuição adequada das importâncias relativas.
71
Esse processo envolve dividir cada elemento da matriz de preferências relativas pelo
somatório dos valores de sua coluna correspondente. Dessa forma, cada valor na matriz
normalizada representa a proporção relativa da importância daquela variável em relação às
outras. Ou seja, da matriz comparação temos o valor de 𝑠1 . Esse valor será utilizado para
calcular os elementos da coluna normalizada “Vida Útil”, da seguinte forma, como visto
anteriormente na equação (5):
Equação 24
𝑎11
𝑥 11 =
𝑠1
Equação 25
1
𝑥 11 = = 0,288
3,476
O cálculo dos pesos utilizará agora os totais calculados por linha. A partir desses totais,
cada um desses valores será dividido pela quantidade de critérios presentes na matriz, ou seja,
o número de linhas.
Essa etapa é conhecida como normalização dos pesos e é fundamental para obter uma
distribuição adequada das importâncias relativas entre as variáveis. Dividindo cada total pelo
número de critérios, obtemos os pesos relativos de cada variável em relação ao conjunto
completo.
Da equação (8), temos, por exemplo, a soma da linha Vida Útil que será dividido pelo
número de critérios.
Equação 26
∑𝑛𝑗=1 𝑥 1𝑗
𝑤11 =
𝑛
Onde
𝑛 = 5 (𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙, 𝐷𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝐴𝑡𝑚, 𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎, 𝑀𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜𝑠 𝑒 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠).
Equação 27
𝑛
A partir dos valores, aplicando-os na equação (25), obtemos o peso relativo a Vida
Útil.
Equação 28
1,496
𝑤11 = → 𝑤11 = 0,299
5
Aplicando esse método no Excel, obtemos a seguinte tabela com a importância média,
ou peso, de cada variável.
73
O próximo passo no processo é realizar uma análise para verificar a coerência lógica
do método que foi aplicado. Essa etapa é importante para garantir que as comparações
realizadas sejam consistentes e confiáveis.
A partir da Tabela 1 onde temos o Índice de Inconsistência Aleatória, e sabendo que
nosso número de termos é igual a cinco, definimos o nosso Índice Aleatório (RI) como 1,12.
Então:
Equação 29
𝑅𝐼 = 1,12
Após obter o valor para o índice aleatório, o próximo passo é calcular o Índice de
Consistência (CI). Para isso, devem ser calculadas as Medidas de Consistência que são os
74
valores referentes a cada termo. Portanto, a partir da equação (11) obtemos a tabela com as
medidas de consistência para cada critério:
Equação 30
𝐶𝐼 = 0,05
A partir de CI, é possível calcular a Taxa de Consistência, que é definida pela equação
(12), onde temos:
Equação 31
0,05
𝐶𝑅 =
1,12
comparações pareadas. Portanto, com o resultado obtido, vemos que o valor encontrado para
Taxa de Consistência está dentro do esperado.
Uma vez que a coerência lógica seja verificada e os valores sejam considerados
aceitáveis, os pesos calculados podem ser utilizados para prosseguir com a análise e tomada de
decisões dentro do contexto do seu trabalho de conclusão de curso.
Repetindo o processo realizado para o AHP de Perigo, nosso primeiro passo consiste
em elaborar uma matriz de comparação paritária das variáveis de impacto mencionadas
anteriormente. A Matriz de Importância Comparativa entre os subcritérios de Impacto está
apresentada na tabela 13 abaixo:
Da mesma forma, como visto no item 6.1.1., observamos que a diagonal principal
possui valor unitário, pois representa a comparação direta de cada critério consigo mesmo. Os
demais termos são referentes às comparações paritárias entre os termos da matriz, sendo eles
os subcritérios de Impacto.
77
Uma vez que as comparações paritárias tenham sido realizadas, é possível calcular a
matriz de preferências relativas, que reflete a importância relativa de cada variável em relação
às outras. Essa matriz é normalizada para garantir que as preferências estejam consistentes e
ponderadas corretamente.
Esse processo envolve dividir cada elemento da matriz de preferências relativas pelo
somatório dos valores de sua coluna correspondente. Dessa forma, cada valor na matriz
normalizada representa a proporção relativa da importância daquela variável em relação às
outras. A matriz normalizada permite que se obtenha pesos relativos para cada variável, que
serão utilizados nas etapas subsequentes do método AHP. Esses pesos são fundamentais para a
tomada de decisão, pois fornecem uma base quantitativa para comparar e avaliar as diferentes
variáveis de perigo em relação ao objetivo principal do estudo.
Essa etapa é conhecida como normalização dos pesos e é fundamental para obter uma
distribuição adequada das importâncias relativas entre as variáveis. Dividindo cada total pelo
número de critérios, obtemos os pesos relativos de cada variável em relação ao conjunto
completo. Seguindo os passos do item 6.1.3. obtemos a seguinte tabela com as importâncias
médias:
78
Sabe-se por (SAATY; VARGAS, 2006) que se caso o 𝐶𝑅 ≤ 0,1, considera-se que a
matriz de comparação de pares é aceitavelmente consistente. Portanto, uma vez que a coerência
lógica seja verificada e os valores sejam considerados aceitáveis, os pesos calculados podem
ser utilizados para prosseguir com a análise.
Com base nos resultados apresentados na Tabela 14, podemos analisar o ranking de
importância dos subcritérios de Impacto. Esse ranking reflete o grau de relevância desses
subcritérios no contexto do estudo do IRO de Disjuntores de Subestações de Alta Tensão. O
subcritério de Custo O&M surge como o mais significativo, recebendo o peso mais elevado
entre todos os subcritérios. Em seguida, temos o subcritério de Taxa de Falhas, que também
possui um peso considerável. Posteriormente, observamos os subcritérios de Sensibilidade e
Número de Clientes, que possuem pesos bastante próximos. Por fim, encontramos o subcritério
de Tempo de Reestabelecimento, que apresenta o menor peso em relação aos demais,
80
representando apenas 4% do peso total. Essa hierarquia de importância contribui para uma
melhor compreensão dos fatores-chave referentes a Impacto que influenciam o IRO dos
disjuntores de subestações de alta tensão.
Agora que todos os critérios e subcritérios foram devidamente definidos, com seus
valores ponderados e pesos associados, estamos prontos para avançar com o desenvolvimento
do Índice de Risco Operacional (IRO) dos Disjuntores. O cálculo do IRO será realizado
individualmente para cada equipamento, levando em consideração suas características
específicas, como idade, tipo de mecanismo de extinção, local de instalação, taxa de falhas,
número de clientes, dentre outros aspectos já mencionados anteriormente. Nossa base de dados
contém todas as informações necessárias para relacionar cada equipamento aos subcritérios de
Perigo e Impacto.
Conforme discutido na seção 4.2, o IRO estabelece a conexão entre os critérios de
Perigo e Impacto por meio da equação (13), considerando que cada critério é composto por seus
respectivos subcritérios. A Figura abaixo ilustra a associação dos critérios e subcritérios no
desenvolvimento do IRO:
81
IRO
Perigo Impacto
Complexidade de
Custo O&M
Mecanismo
Quantidade de Sensibilidade
Sobressalentes Cliente/Mídia
Violência Nº de Clientes
Tempo de
Descargas Atm.
Reestabelecimento
Equação 32
Equação 33
Como sabemos que a soma dos pesos é sempre igual a um, podemos simplificar as
equações da seguinte forma:
Equação 34
∴
Equação 35
Com base nas equações (34) e (35), foi possível calcular os valores de Perigo e Impacto
para todos os equipamentos presentes em nossa base de dados, utilizando o software Excel. Em
seguida, aplicamos esses resultados na equação (13) para obter os valores de Índice de Risco
Operacional (IRO). É importante destacar que o valor do IRO sempre estará compreendido
entre zero e 100, devido às normalizações e ponderações realizadas durante o processo de
cálculo até este ponto.
84
Com base no Quadro 15, podemos observar a classificação dos mundos de acordo com
os valores do IRO, sendo eles: 0 ≤ 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼 < 25 ≤ 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼𝐼 < 50 ≤ 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼𝐼𝐼 < 75 ≤
𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼𝑉. Essa classificação confirma o significado dos mundos apresentado na seção 4.2.,
onde à medida que o Índice de Risco Operacional aumenta, a criticidade operacional também.
Na Tabela 17, foram realizados os cálculos de Perigo, Impacto, IRO e a definição do
mundo para quatro disjuntores de 25 kV presentes em subestações convencionais abertas.
Devido às diferenças nas características dos equipamentos, os valores de Perigo e Impacto
resultaram em diferentes valores de IRO para cada um deles. Se tivéssemos interesse em
classificar esses quatro equipamentos por ordem de criticidade, a ordem seria a seguinte: 1°
85
4 RESULTADOS E ANÁLISES
Além do gráfico interativo, o painel também disponibiliza uma tabela que pode ser
expandida para visualização completa. Essa tabela contém os equipamentos ordenados por
Índice de Risco Operacional (IRO), permitindo o acesso à listagem detalhada dos disjuntores
de acordo com sua criticidade. Essa funcionalidade é particularmente útil para realizar uma
análise mais detalhada e tomar decisões estratégicas, direcionando o foco para os equipamentos
que requerem atenção prioritária.
Na Figura 21, apresentada abaixo, é possível visualizar a tabela sem filtros aplicados
expandida conforme mencionado. A tabela apresenta informações relevantes sobre cada
equipamento, como identificação, características técnicas desejadas, valores de Perigo, Impacto
e o respectivo Índice de Risco Operacional. Essa visão tabular permite uma análise mais
minuciosa e a possibilidade de filtrar e ordenar os equipamentos com base em diferentes
critérios, facilitando a identificação dos disjuntores mais críticos e auxiliando na definição de
estratégias de manutenção preventiva.
A tabela expandida é uma ferramenta adicional que proporciona uma visão completa
e detalhada dos equipamentos, complementando as informações apresentadas no gráfico de
dispersão. Com essa funcionalidade, é possível examinar individualmente cada equipamento e
suas características específicas, proporcionando um entendimento aprofundado dos riscos
operacionais e permitindo uma tomada de decisão embasada e direcionada aos equipamentos
mais críticos.
O painel desenvolvido no Power BI é um recurso poderoso que potencializa a
aplicação dos resultados deste estudo, fornecendo uma interface intuitiva e amigável para a
análise dos dados do Índice de Risco Operacional dos Disjuntores.
A partir dos valores de IRO calculados para cada equipamento, é possível identificar
os disjuntores que apresentam maior criticidade e, portanto, requerem atenção prioritária. Essa
análise permite uma seleção mais precisa dos equipamentos que devem ser incluídos no plano
de manutenções preventivas, garantindo que os recursos sejam direcionados de maneira
eficiente.
91
Com base nos resultados do IRO, é possível determinar as ações de manutenção mais
adequadas para cada equipamento. Os equipamentos com IRO mais elevado podem exigir
intervenções mais frequentes ou a substituição de componentes críticos, visando minimizar os
riscos de falha. Por outro lado, equipamentos com IRO mais baixo podem ser direcionados para
ações de manutenção menos frequentes ou com menor impacto, otimizando o uso dos recursos
disponíveis.
O IRO também proporciona uma base sólida para o monitoramento contínuo dos
equipamentos e a revisão periódica do plano de manutenção. À medida que novos dados e
informações são coletados ao longo do tempo, é possível atualizar os valores de IRO e reavaliar
a criticidade dos equipamentos. Isso garante que o plano de manutenção seja adaptado às
mudanças nas condições operacionais e que as ações de manutenção sejam sempre direcionadas
aos equipamentos mais relevantes.
92
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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hierarchy process and hypothesis tests. Brazilian Journal of Operations & Production
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96
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