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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

LUIZ GABRIEL NITZSCHE TEIXEIRA FERNANDES CORRÊA

RISCO OPERACIONAL DE DISJUNTORES DE


SUBESTAÇÕES DE ALTA TENSÃO

NITERÓI
2023
LUIZ GABRIEL NITZSCHE TEIXEIRA FERNANDES CORRÊA

RISCO OPERACIONAL DE DISJUNTORES DE


SUBESTAÇÕES DE ALTA TENSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Corpo Docente do Departamento de
Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da
Universidade Federal Fluminense, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título
de Engenheira(o) Eletricista.

Orientador:
Marcio Zamboti Fortes

Coorientador:
Gabriel Brandão Cerqueira de Azevedo

Niterói, RJ
2023
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

FICHA CATALOGRÁFICA GERADA EM:


http://www.bibliotecas.uff.br/bee/ficha-catalografica
LUIZ GABRIEL NITZSCHE TEIXEIRA FERNANDES CORRÊA

RISCO OPERACIONAL DE DISJUNTORES DE


SUBESTAÇÕES DE ALTA TENSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Corpo Docente do Departamento de
Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da
Universidade Federal Fluminense, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título
de Engenheira(o) Eletricista.

Aprovado em 13 de julho de 2023, com nota XX,X (valor, valor), pela banca examinadora.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________
Marcio Zamboti Fortes
UFF

________________________________________________
Gabriel Brandão Cerqueira de Azevedo
TAESA

________________________________________________
Bruno Wanderley França
UFF

________________________________________________
Ana Regina Meneses e Silva Becker
UFF
Niterói
2023
Dedico este trabalho à minha família. Aos meus
pais, que além de serem meus primeiros
orientadores, também são fonte inesgotável de
incentivo.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que


contribuíram de maneira significativa para a realização deste trabalho de conclusão d e curso.
Suas valiosas contribuições e apoio foram fundamentais para o sucesso deste projeto.
Agradeço de coração à minha família. Ao meu pai, Luiz Eugênio, engenheiro
exemplar, que me inspirou a seguir uma carreira na engenharia e compartilhou seus preciosos
ensinamentos, guiando-me até alcançar este momento. À minha mãe, Emanuela, por todo o
suporte incondicional e amor que me proporcionou, fornecendo-me a força necessária para
superar os desafios ao longo do caminho. À minha irmã, Anna Carolina, pelos seus puxões de
orelha que me mantiveram no caminho certo. Aos meus avós por todo amor e experiência de
vida sempre compartilhados.
Gostaria de expressar minha gratidão à minha namorada, Manoella, por seu apoio
incondicional e encorajamento. Sua presença ao meu lado foi fundamental para que eu pudesse
perseguir meus sonhos e conquistar este objetivo.
Não posso deixar de agradecer a Deus pelas graças concedidas em cada etapa desta
jornada acadêmica. Sua orientação e proteção foram essenciais ao longo dos anos.
Um agradecimento especial é direcionado ao meu orientador, cuja sabedoria,
orientação e paciência foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Seu apoio
constante, sugestões valiosas e dedicação foram essenciais para a conclusão deste projeto.
Também gostaria de estender meus agradecimentos aos demais docentes e discentes da
Universidade Federal Fluminense (UFF), que compartilharam seus conhecimentos e
experiências ao longo de minha trajetória acadêmica.
Gostaria de expressar meu sincero agradecimento ao Engenheiro Gabriel Brandão,
cuja contribuição foi fundamental para o desenvolvimento deste projeto. Sua orientação,
direcionamento e expertise foram de extrema importância para que eu pudesse trilhar o caminho
correto e escrever este trabalho da melhor forma possível. Sua dedicação, paciência e suporte
foram inestimáveis, e sou verdadeiramente grato pela sua participação ativa e pela confiança
depositada em mim ao longo dessa jornada. Sua expertise e insights foram essenciais para o
sucesso deste trabalho.
Por fim, gostaria de agradecer aos amigos que estiveram ao meu lado durante essa
jornada. Seja nas conversas de corredor, nos grupos de trabalho ou nos momentos de
descontração, sua presença foi extremamente importante. Agradeço por todo o apoio, incentivo
e companheirismo demonstrados ao longo desses anos.
“Concentre todos seus pensamentos na tarefa que está realizando. Os raios de sol não
queimam até que sejam colocados em foco.”
Alexander Graham Bell
RESUMO

Com o crescente aumento do consumo de energia elétrica e as subestações tornando-


se cada vez mais robustas, aumenta a preocupação com os ativos que fazem parte de uma planta.
O disjuntor é parte essencial entre os equipamentos que compõem o setor elétrico, sendo o seu
acompanhamento fundamental para manter o fornecimento adequado e sólido de energia
demandada para a sociedade. Esse dispositivo é responsável direto pela proteção das instalações
elétricas da subestação de energia contra sobrecargas elétricas ou curtos-circuitos,
interrompendo a passagem de corrente elétrica e desligando o fornecimento de energia. Além
de atuar como proteção, os disjuntores também têm o papel de auxiliar na manobra do sistema
em casos de necessidade de isolamento de trechos de circuito para manutenção de outros
equipamentos ou em reparos emergenciais, destacando ainda mais a importância desses
dispositivos estarem sempre com alto desempenho. Neste trabalho, será apresentada a proposta
para o estudo do Risco Operacional desses equipamentos tão vitais para o sistema elétrico,
desde sua fundamentação teórica até sua aplicação no planejamento de manutenções
preventivas. O estudo baseia-se em uma técnica eficaz para tomada de decisões complexas,
denominada Analytic Hierarchy Process (AHP), que torna possível elencar prioridades dentro
das alternativas disponíveis, considerando aspectos quantitativos e qualitativos, fundamentados
matematicamente. Essa é uma técnica bastante difundida na indústria, utilizada como suporte
para tomada de decisões difíceis que envolvem diversos fatores, definindo pesos para os
critérios. Vista sua vasta aplicabilidade, essa foi a técnica escolhida para embasar o
desenvolvimento do Índice de Risco Operacional dos Disjuntores de Subestações de Alta
Tensão, onde são definidos os índices de criticidade dos equipamentos.

Palavras-Chave: Análise de Risco, Manutenção Preventiva, Subestações,


Gerenciamento de Manutenção, Engenharia de Manutenção.
ABSTRACT

With the growing increase in electricity consumption and substations becoming more
and more robust, concern about the assets that are part of a plant increases. The circuit breaker
is an essential part of the equipment that makes up the electricity sector, and its monitoring is
essential to maintain the adequate and solid supply of energy demanded by society. This device
is directly responsible for protecting the electrical installations of the power substation against
electrical overloads or short circuits, interrupting the passage of electric current and
disconnecting the power supply. In addition to acting as protection, circuit breakers also have
the role of assisting in the maneuvering of the system in cases of need for isolation of circuit
sections for maintenance of other equipment or in emergency repairs, further highlighting the
importance of these devices always being with high performance. This paper will present the
proposal for the study of the Operational Risk of this equipment so vital to the electrical system
will be presented, from its theoretical foundation to its application in the planning of preventive
maintenance. The study is based on an effective technique for complex decision making, called
Analytic Hierarchy Process (AHP), which makes it possible to list priorities within the
available alternatives, considering quantitative and qualitative aspects mathematically based.
This is a widespread technique in the industry, used as support for making difficult decisions
involving several factors, defining weights for the criteria. Given its wide applicability, this was
the technique chosen to support the development of the Operational Risk Index of High Voltage
Substation Circuit Breakers, where the criticality indices of the equipment will be defined.

Keywords: Risk Analysis, Preventive maintenance, Substations, Maintenance


Management, Maintenance Engineering.
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 ................................................................................................................................................................................. 25
Equação 2 ................................................................................................................................................................................. 26
Equação 3 ................................................................................................................................................................................. 26
Equação 4 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 5 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 6 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 7 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 8 ................................................................................................................................................................................. 27
Equação 9 ................................................................................................................................................................................. 29
Equação 10 ............................................................................................................................................................................... 29
Equação 11 ............................................................................................................................................................................... 29
Equação 12 ............................................................................................................................................................................... 30
Equação 13 ............................................................................................................................................................................... 36
Equação 14 ............................................................................................................................................................................... 50
Equação 15 ............................................................................................................................................................................... 52
Equação 16 ............................................................................................................................................................................... 56
Equação 17 ............................................................................................................................................................................... 59
Equação 18 ............................................................................................................................................................................... 62
Equação 19 ............................................................................................................................................................................... 65
Equação 20 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 21 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 22 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 23 ............................................................................................................................................................................... 70
Equação 24 ............................................................................................................................................................................... 71
Equação 25 ............................................................................................................................................................................... 71
Equação 26 ............................................................................................................................................................................... 72
Equação 27 ............................................................................................................................................................................... 72
Equação 28 ............................................................................................................................................................................... 72
Equação 29 ............................................................................................................................................................................... 73
Equação 30 ............................................................................................................................................................................... 74
Equação 31 ............................................................................................................................................................................... 74
Equação 32 ............................................................................................................................................................................... 82
Equação 33 ............................................................................................................................................................................... 82
Equação 34 ............................................................................................................................................................................... 83
Equação 35 ............................................................................................................................................................................... 83
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Elementos DJ GVO.................................................................................................. 13


Figura 2 -Disjuntor a Grande Volume de Óleo ........................................................................ 13
Figura 3 - Disjuntor a Pequeno Volume de Óleo ..................................................................... 14
Figura 4-Disjuntor a Gás SF6 ................................................................................................... 18
Figura 5-Disjuntor a Gás SF6 em Subestação Abrigada .......................................................... 18
Figura 6-Disjuntores a ar comprimido com quatro câmaras de sopro axial em dupla direção 20
Figura 7-Disjuntores a ar comprimido do tipo "Y" .................................................................. 20
Figura 8-Hierarquia do AHP .................................................................................................... 23
Figura 9 - Fluxograma do Desenvolvimento do Trabalho........................................................ 32
Figura 10 - Exemplo de Distribuição do IRO........................................................................... 36
Figura 11 - Distribuição da Variável Vida Útil ........................................................................ 51
Figura 12 - Distribuição da Variável Peças Sobressalentes...................................................... 53
Figura 13 - Distribuição Variável Violência ............................................................................ 57
Figura 14 - Distribuição Variável Descargas Atmosféricas ..................................................... 60
Figura 15 - Distribuição Variável Taxa de Falhas .................................................................... 63
Figura 16 - Distribuição Variável Número de Clientes ............................................................ 65
Figura 17 - Variáveis do IRO ................................................................................................... 81
Figura 18 - Power BI IRO Disjuntores de Alta Tensão ............................................................ 86
Figura 19 - Exemplo de Filtros Aplicados ao Painel Power BI de IRO ................................... 87
Figura 20 - Gráfico Power BI IRO ........................................................................................... 88
Figura 21 -Exemplo da Expansão da Tabela do Painel Power BI de IRO ............................... 89
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens DJ GVO e PVO .......................................................... 15


Quadro 2 - Escala Numérica de Saaty ...................................................................................... 24
Quadro 3 - Exemplo de Matriz de Comparação de Pares......................................................... 25
Quadro 4 - Detalhamento dos Mundos do IRO ........................................................................ 37
Quadro 5 - Valor Referência da Ponderação Vida Útil ............................................................ 50
Quadro 6 - Valor Referência da Ponderação Peças Sobressalentes ......................................... 52
Quadro 7 - Valor Referência da Ponderação Violência............................................................ 56
Quadro 8 - Valor Referência da Ponderação Descargas Atmosféricas .................................... 59
Quadro 9 - Valor Referência da Ponderação Taxa de Falhas ................................................... 62
Quadro 10 - Valor Referência da Ponderação Número de Clientes ......................................... 65
Quadro 11 - Valores CI, RI e CR - AHP Perigo....................................................................... 74
Quadro 12 - Pesos AHP Perigo ................................................................................................ 75
Quadro 13 - Valores CI, RI e CR - AHP Impacto .................................................................... 79
Quadro 14 - Pesos AHP Impacto.............................................................................................. 79
Quadro 15 - Escala de Classificação dos Mundos IRO ............................................................ 84
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Índice de Inconsistência Aleatória........................................................................... 29


Tabela 2 - Trecho da Base de Dados ........................................................................................ 35
Tabela 3 - Ponderação da Variável Mecanismo de Extinção ................................................... 55
Tabela 4 - Ponderação Variável Violência ............................................................................... 58
Tabela 5 - Ponderação Variável Descargas Atmosféricas ........................................................ 60
Tabela 6 - Ponderação Variável Custo O&M ........................................................................... 61
Tabela 7 - Exemplo Ponderação Variável Sensibilidade.......................................................... 64
Tabela 8 - Ponderação Variável Tempo de Reestabelecimento ............................................... 67
Tabela 9 - Matriz de Importância Comparativa entre Subcritérios - AHP Perigo.................... 69
Tabela 10 - Matriz Normalizada de Importância Comparativa Subcritérios - AHP Perigo ..... 71
Tabela 11 - Matriz com Cálculo dos Pesos AHP Perigo .......................................................... 73
Tabela 12 - Medidas de Consistência AHP Perigo................................................................... 74
Tabela 13 - Matriz de Importância Comparativa entre Subcritérios - AHP Impacto ............... 76
Tabela 14- Matriz Normalizada de Importância Comparativa Subcritérios - AHP Impacto ... 77
Tabela 15 - Matriz com Cálculo dos Pesos AHP Impacto ....................................................... 78
Tabela 16 - Medidas de Consistência AHP Impacto ................................................................ 78
Tabela 17 - Exemplo de Cálculo IRO....................................................................................... 84
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Observação: Na coluna à esquerda devem ser inseridas as abreviaturas e siglas utilizadas no


texto, em ordem alfabética, e na coluna à direita o respectivo significado por extenso, conforme
exemplo a seguir.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AHP Analytic Hierarchy Process
DJ Disjuntor
O&M Operação e Manutenção
SF6 Hexafluoreto de Enxofre
IRO Índice de Risco Operacional
AT Alta Tensão
MCPSE Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico
TC Transformador de Corrente
RO Registro de Ocorrência
SE Subestação
CI Indice de Consistência
RI Indice Aleatório
CR Taxa de Consistência
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................ 2
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 3
2 REVISÃO TEÓRICA...................................................................................................... 4
2.1 DISJUNTORES DE ALTA TENSÃO ........................................................................ 5
2.1.1 FUNÇÕES ............................................................................................................ 7
2.1.2 NÍVEIS DE TENSÃO .......................................................................................... 8
2.1.3 TIPOS DE MECANISMOS ............................................................................... 11
2.2 MÉTODO AHP.......................................................................................................... 21
2.2.1 CONSTRUÇÃO DE HIERARQUIAS ............................................................... 22
2.2.2 DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES ..................................................................... 24
2.2.3 CÁLCULO DAS PRIORIDADES ..................................................................... 26
2.2.4 VERIFICAÇÃO DA COERÊNCIA ................................................................... 28
3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 30
3.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO NA BASE DE DADOS............................................. 32
3.1.1 BASE DE DADOS UTILIZADA ...................................................................... 34
3.1.2 DEFINIÇÃO DO ÍNDICE DE RISCO OPERACIONAL - IRO ....................... 35
3.1.3 DEFINIÇÃO DE PERIGO E IMPACTO........................................................... 37
3.1.4 VARIÁVEIS DE PERIGO ................................................................................. 38
3.1.5 VARIÁVEIS DE IMPACTO ............................................................................. 43
3.2 DISTRIBUIÇÃO DAS VARIÁVEIS ........................................................................ 49
3.2.1 VIDA ÚTIL ........................................................................................................ 50
3.2.2 PEÇAS SOBRESSALENTES ............................................................................ 52
3.2.3 MECANISMOS DE EXTINÇÃO ...................................................................... 54
3.2.4 VIOLÊNCIA....................................................................................................... 56
3.2.5 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS ..................................................................... 58
3.2.6 CUSTO O&M..................................................................................................... 61
3.2.7 TAXA DE FALHAS .......................................................................................... 62
3.2.8 SENSIBILIDADE .............................................................................................. 63
3.2.9 NÚMERO DE CLIENTES ................................................................................. 64
3.2.10 TEMPO DE REESTABELECIMENTO ............................................................ 66
3.3 DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO AHP .......................................................... 67
3.3.1 AHP PERIGO ..................................................................................................... 68
3.3.2 AHP IMPACTO ................................................................................................. 76
3.4 CÁLCULO DO ÍNDICE DE RISCO OPERACIONAL ........................................... 80
4 RESULTADOS E ANÁLISES...................................................................................... 85
4.1 PAINEL DE RESULTADOS EM POWER BI ......................................................... 86
4.2 APLICAÇÃO NO PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÕES PREVENTIVAS ... 90
4.2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PRIORITÁRIOS ........................ 90
4.2.2 DEFINIÇÃO DAS AÇÕES DE MANUTENÇÃO ............................................ 91
4.2.3 PRIORIORIZAÇÃO DE RECURSOS E ALOCAÇÃO DE EQUIPES ............ 91
4.2.4 MONITORAMENTO CONTÍNUO E REVISÃO DO PLANO DE
MANUTENÇÃO ...................................................................................................................... 91
4.2.5 BENEFÍCIOS DO USO DO IRO NO PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÕES
PREVENTIVAS ....................................................................................................................... 92
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 95
1

1 INTRODUÇÃO

Com o crescente avanço da tecnologia e a expansão das atividades humanas, o


consumo de energia elétrica tornou-se indispensável para a sociedade atual (MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA; EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE), 2022). A
eletricidade é utilizada em uma ampla gama de setores, desde residências e comércios até
indústrias e infraestruturas essenciais (EXXONMOBIL, 2016). Nesse contexto, é fundamental
garantir o fornecimento contínuo e confiável de energia elétrica, além d e assegurar a integridade
e a eficiência dos equipamentos envolvidos.
Dentre os diversos dispositivos presentes nos sistemas elétricos, os disjuntores de alta
tensão desempenham um papel crucial. Esses equipamentos são responsáveis por proteger as
redes elétricas contra sobrecargas, curtos-circuitos e outras falhas que podem ocorrer no
sistema. Em caso de eventos adversos, os disjuntores atuam para isolar o trecho afetado,
evitando danos maiores e interrupções no fornecimento de energia (MORAIS, 1985).
Para garantir o pleno funcionamento dos disjuntores de alta tensão, é necessário
realizar manutenções preventivas regulares, a fim de identificar e corrigir problemas potenciais
antes que ocorram falhas operacionais. Uma má manutenção ou uma gestão inadequada dos
riscos envolvidos pode resultar em consequências significativas, como a interrupção do
fornecimento de energia elétrica, danos aos equipamentos e até mesmo riscos à segurança dos
profissionais envolvidos (WILSON et al., 2007).
Nesse contexto, o estudo do Risco Operacional dos disjuntores de alta tensão ganha
importância como uma abordagem sistemática para avaliar e mitigar os riscos associados a
esses dispositivos. Uma falha em um disjuntor de alta tensão pode levar a interrupções no
fornecimento de energia elétrica, resultando em perdas financeiras significativas para empresas,
indústrias e até mesmo para a economia como um todo. Além disso, os custos associados à
reparação ou substituição desses equipamentos danificados também podem ser altos. Outro
impacto é o risco para a segurança dos trabalhadores e da população em geral. Uma falha em
um disjuntor de alta tensão pode levar a situações perigosas, como curtos-circuitos, incêndios
ou até mesmo explosões. Essas ocorrências representam um perigo iminente para a vida das
pessoas e podem causar danos físicos graves e até mesmo fatais.
Além disso, o risco operacional dos disjuntores de subestações de alta tensão também
afeta a confiabilidade do sistema elétrico como um todo. Interrupções frequentes no
fornecimento de energia podem prejudicar a operação de indústrias, hospitais, escolas e outros
setores críticos, causando impactos sociais e econômicos significativos. A confiabilidade do
2

sistema elétrico é fundamental para o funcionamento eficiente da sociedade e qualquer falha


nos disjuntores pode comprometer esse aspecto. Diante desses impactos, é fundamental que
medidas sejam adotadas para mitigar e gerenciar adequadamente o risco operacional dos
disjuntores de subestações de alta tensão.

1.1 OBJETIVOS

O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar um estudo


detalhado do Risco Operacional no parque de disjuntores de alta tensão de uma concessionária
localizada no Rio de Janeiro. A pesquisa visa auxiliar no planejamento estratégico da
manutenção desses equipamentos, com o intuito de mitigar problemas que possam gerar
impactos negativos para a concessionária, seus clientes e a sociedade como um todo.
A técnica escolhida para realizar a análise do Risco Operacional dos disjuntores de
alta tensão é o Analytic Hierarchy Process (AHP), que proporciona uma estrutura lógica e
consistente para a tomada de decisões em situações complexas. O AHP permite a
hierarquização de critérios e subcritérios relevantes para a análise de riscos, além de f acilitar a
comparação e a ponderação dos fatores envolvidos (SOUZA MARINS; DE OLIVEIRA
SOUZA; DA SILVA BARROS, 2009). Com base nas prioridades estabelecidas pelo AHP, será
possível direcionar os esforços de manutenção para as áreas mais críticas e tomar decisões
embasadas nos riscos envolvidos, resultando em um índice de risco operacional desses
equipamentos.
O AHP é amplamente utilizado na indústria, com várias aplicações significativas. Por
exemplo, na pesquisa, intitulada “Seleção de navio de guerra para a marinha do brasil: uma
abordagem multicritério”, os autores fundamentam a escolha de um navio de guerra de médio
porte a ser construído no Brasil, apresentando as opções de maneira hierarquizada, dentre três
opções de navios disponíveis (SANTOS et al., 2016). Outro exemplo interessante está descrito
no artigo “Prioritizing flight simulators of the brazilian air force by the analytic hierarchy
process and hypothesis tests”, onde o objetivo da pesquisa é aplicar um método de apoio à
decisão para priorizar os simuladores de voo do Comando da Força Aérea, tendo em vista as
restrições orçamentárias do país no setor de defesa (ASSIS et al., 2022).
Esses exemplos ilustram como o método AHP tem sido aplicado em diferentes áreas,
como estratégias de fundamentar decisões importantes. Sua capacidade de comparar
alternativas e auxiliar na tomada de decisões torna-o uma ferramenta valiosa em diversos
3

contextos da indústria. Porém, no setor elétrico, o método AHP ainda não foi muito explorado.
Nesse trabalho, a técnica AHP será aplicada com intuito de desenvolver um Índice de Risco
Operacional, buscando não apenas uma avaliação mais precisa e sistemática dos riscos
associados aos disjuntores de alta tensão, mas também uma integração direta com o
planejamento de manutenção preventiva desses equipamentos. Isso permitirá a priorização de
atividades de manutenção, a alocação eficiente de recursos e a determinação da periodicidade
de inspeções e manutenções com base no índice de risco operacional obtido.
Espera-se que esse estudo contribua para o avanço do conhecimento sobre o risco
operacional de disjuntores de alta tensão e para a adoção de estratégias eficazes de manutenção
preventiva baseadas em critérios objetivos. Além disso, os resultados obtidos fornecerão
subsídios relevantes para profissionais e empresas do setor elétrico, visando promover a
segurança, confiabilidade e eficiência dos sistemas elétricos de alta potência, em benefício da
sociedade como um todo.

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho é composto por nove capítulos que desempenham papéis importantes na
construção do estudo apresentado. A estrutura do trabalho segue uma sequência lógica para
abordar o tema proposto.
No primeiro capítulo, denominado "Introdução", são estabelecidas bases conceituais e
contextuais do estudo. Nesse capítulo, é apresentada uma visão geral do problema em questão
e se justifica a relevância do tema. Além disso, serão delineados os objetivos do estudo e
introduzidas as principais questões que serão abordadas nos capítulos subsequentes.
O segundo capítulo é dedicado à "Revisão teórica". Aqui, é realizada uma pesquisa
bibliográfica abrangente para fornecer uma base teórica sólida para o estudo. Serão explorados
os principais conceitos, teorias e estudos relacionados ao tema, a fim de criar um embasamento
teórico consistente. Essa revisão teórica é essencial para compreender e analisar o problema em
estudo, e contribui para fundamentar o trabalho em bases sólidas.
No terceiro capítulo, intitulado "Metodologia", será detalhada a abordagem
metodológica adotada para a realização do estudo. Com um fluxograma, serão detalhadas as
etapas e os procedimentos utilizados para a coleta e análise dos dados, bem como as ferramentas
e técnicas aplicadas na pesquisa. Será também abordada a "Aplicação da Metodologia na Base
de Dados", onde se concentra a atenção na aplicação prática da metodologia desenvolvida. Isso
4

envolve a distribuição das variáveis consideradas no cálculo do índice de risco operacional,


onde são desenvolvidas as ponderações e os pesos atribuídos a cada subcritério, bem como a
forma como foram calculados. Isso permite compreender como as variáveis foram distribuídas
e como influenciaram o cálculo final do IRO. Será explorado também em detalhes o
desenvolvimento do método AHP, envolvendo os passos seguidos para a comparação paritária
entre critérios e subcritérios, a normalização da matriz, o cálculo das importâncias médias e a
análise da consistência dos resultados. Isso permite compreender a robustez e a validade do
método adotado. E por fim, será apresentado o cálculo do Índice de Risco Operacional a partir
de valores de Perigo e Impacto, onde consegue se obter o IRO para cada equipamento,
explorando como o IRO reflete o nível de risco operacional.
O quarto capítulo, intitulado "Resultados e análises", é destinado à apresentação dos
resultados obtidos por meio do estudo. Aqui, serão exibidos os dados coletados e analisados de
forma clara e objetiva, utilizando recursos visuais adequados, como gráficos e tabelas. Os
resultados são interpretados e discutidos em relação à revisão teórica realizada no segundo
capítulo, com o objetivo de responder às questões de pesquisa propostas.
Por fim, no último capítulo, intitulado "Conclusão", são apresentadas as conclusões do
estudo. Nessa seção, temos as considerações finais sobre os resultados obtidos, destacando suas
implicações e contribuições para o campo de estudo em questão. Além disso, serão sugeridas
direções para pesquisas futuras. A conclusão sintetiza os principais achados do trabalho e
encerra o estudo de forma conclusiva.
A estrutura delineada nos capítulos deste trabalho permite uma progressão lógica e
coerente do estudo, desde a introdução até a conclusão, oferecendo uma compreensão
abrangente do tema abordado e dos resultados alcançados.

2 REVISÃO TEÓRICA

Nesse tópico, serão apresentados os principais conceitos teóricos envolvidos no


desenvolvimento desse estudo. Serão abordados os mecanismos de funcionamento dos
disjuntores de alta tensão utilizados nas subestações de energia elétrica, que desempenham um
papel crucial na proteção e controle do sistema elétrico. Serão explorados os princípios
operacionais desses dispositivos, incluindo os diferentes tipos de tecnologias utilizadas, como
disjuntores a vácuo, a óleo e a gás SF6.
5

Além disso, será introduzido o método de priorização multicriterial conhecido como


Analytic Hierarchy Process (AHP). O AHP é uma abordagem estruturada que auxilia na tomada
de decisões em situações complexas, envolvendo múltiplos critérios e alternativas. Ele permite
a avaliação e comparação de diferentes opções com base em critérios pré-definidos, facilitando
a identificação da alternativa mais adequada (SALVIA et al., 2019). No contexto do estudo em
questão, o AHP será aplicado para desenvolver uma análise de risco operacional de disjuntores,
visando identificar os disjuntores de alta tensão mais críticos e priorizar as ações de manutenção
e substituição.
Portanto, ao longo deste tópico, serão explorados os fundamentos teóricos
relacionados aos disjuntores de alta tensão e ao método AHP, fornecendo uma base sólida para
o desenvolvimento do estudo e a compreensão dos resultados obtidos. O entendimento desses
conceitos é essencial para uma análise abrangente e eficiente do risco operacional dos
disjuntores, contribuindo para a segurança e confiabilidade do sistema elétrico como um todo.

2.1 DISJUNTORES DE ALTA TENSÃO

“Quando ocorre uma falta no sistema de potência, os disjuntores mais próximos devem
isolar o trecho defeituoso o mais rápido possível, de forma a minimizar os efeitos da falta sobre
o restante do sistema” (AMON F°, 1987). Para Amon, o disjuntor tem a função de operar
sempre, seja na posição fechada ou então na posição aberta. Se estiver fechado terá de conduzir
correntes de carga e se estiver aberto terá de isolar eletricamente o circuito (AMON F°, 1986).
Os disjuntores desempenham um papel crucial no fornecimento seguro e confiável de
energia elétrica. Como dispositivos eletromecânicos, sua principal função é proteger as
instalações elétricas contra possíveis danos causados por sobrecargas elétricas e curtos-
circuitos. Esses eventos podem ocorrer devido a falhas no sistema elétrico, variações abruptas
de carga ou condições anormais de operação (MORAIS, 1985).
Um disjuntor atua como um "interruptor de segurança", projetado para permitir o fluxo
normal de corrente dentro dos limites predefinidos. No entanto, quando ocorre um aumento
excessivo de corrente, o disjuntor age rapidamente para interromper o fluxo elétrico e proteger
o sistema contra possíveis danos. Essa ação de desarme ocorre em frações de segundo,
garantindo a segurança do circuito e dos dispositivos conectados. Além de sua função básica
de proteção, os disjuntores também desempenham outras operações importantes. Por exemplo,
eles podem ser utilizados para ligar ou desligar um circuito elétrico manualmente, permitindo
6

o controle do fluxo de energia em determinados momentos. Essa capacidade de operação


remota e controle manual é especialmente útil em casos de manutenção, reparos ou emergências
(RAM; VISHWAKARMA, 2011).
Os disjuntores são projetados para lidar com diferentes níveis de corrente e tensão,
dependendo de sua aplicação e localização. Em ambientes residenciais, disjuntores de baixa
tensão são comumente encontrados, protegendo circuitos domésticos de sobrecargas e curtos-
circuitos. Por outro lado, em subestações de energia e sistemas de transmissão de alta tensão,
disjuntores de alta tensão são empregados para garantir a proteção contra faltas e sobrecargas
no sistema elétrico. Os disjuntores de alta tensão são componentes críticos nas subestações de
energia, onde a transmissão e distribuição de eletricidade ocorrem em níveis de tensão mais
elevados. Eles são responsáveis por estabelecer, conduzir e interromper a passagem de corrente
elétrica de forma segura e eficiente. Esses dispositivos têm a capacidade de interromper o fluxo
de corrente durante um curto-circuito, protegendo os equipamentos e evitando danos mais
graves ao sistema elétrico (GOH et al., 2017).
Para garantir seu funcionamento adequado, os disjuntores de alta tensão são projetados
para lidar com as condições adversas encontradas nas subestações, incluindo temperaturas
extremas, umidade, poeira e outras influências ambientais. Materiais resistentes e de alta
qualidade são selecionados para construir esses disjuntores, garantindo sua durabilidade e
desempenho confiável ao longo do tempo. Além disso, os disjuntores de alta tensão são
submetidos a testes rigorosos e inspeções regulares para verificar sua funcionalidade e
conformidade com os padrões de segurança estabelecidos. Esses testes incluem a verificação
do tempo de resposta do disjuntor, a capacidade de interromper correntes de curto-circuito e a
resistência a condições anormais de operação (RAM; VISHWAKARMA, 2011).
Em resumo, os disjuntores desempenham um papel fundamental na proteção das
instalações elétricas contra sobrecargas elétricas e curtos-circuitos. Eles são dispositivos de
segurança essenciais, capazes de interromper o fluxo de corrente elétrica para evitar danos ao
sistema e garantir a segurança das pessoas e dos equipamentos. A confiabilidade e o
desempenho dos disjuntores são aspectos críticos para o funcionamento adequado do sistema
elétrico, e seu projeto, fabricação e manutenção devem seguir rigorosos padrões de qualidade e
segurança (WILSON et al., 2007).
7

2.1.1 FUNÇÕES

Segundo Morais, “as funções mais frequentemente desempenhadas pelos disjuntores


são, em primeiro lugar, a condução de correntes de carga na posição fechada, seguindo-se o
isolamento entre duas partes de um sistema elétrico” (MORAIS, 1985). Os disjuntores de alta
tensão desempenham um papel fundamental dentro das subestações de energia, sendo
responsáveis por várias funções essenciais para o funcionamento seguro e confiável do sistema
elétrico. Morais ainda completa dizendo, “os disjuntores são, em geral, chamados a mudar de
uma condição para outra ocasionalmente, e a desempenhar a função de abrir faltas ou fechar
circuitos sob falta apenas muito raramente” (MORAIS, 1985). Em relação ao tempo de abertura,
Morais fala que os disjuntores “devem ser mecanicamente capazes de abrir em tempos tão
curtos quanto 2 ciclos, após terem permanecidos na posição fechada por vários meses”
(MORAIS, 1985). Por conta dessa exigência de estar em boas condições de operação apesar de
ficar meses sem atuar, são necessários cuidados especiais em seu projeto, a fim de diminuir o
peso das partes móveis e assegurar a mobilidade das válvulas, ligações mecânicas, dentre
outras. Esses equipamentos desempenham diversas funções como proteção contra
sobrecorrentes, onde os disjuntores de alta tensão são projetados para proteger o sistema elétrico
contra sobrecargas elétricas, que ocorrem quando a corrente elétrica excede os limites
estabelecidos para um determinado circuito. Eles observam continuamente a corrente que flui
pelo circuito e, se detectarem uma corrente excessiva, interrompem o fluxo de energia, evitando
danos aos equipamentos e possíveis falhas no sistema. Também, proteção contra curtos-
circuitos (COLOMBO, 1986). Os curtos-circuitos são falhas elétricas que ocorrem quando há
um caminho de baixa resistência entre os condutores elétricos, resultando em uma corrente
extremamente alta. Os disjuntores de alta tensão são projetados para detectar esses curtos-
circuitos e interromper imediatamente o fluxo de corrente para proteger os equipamentos e o
sistema elétrico como um todo. Eles desempenham um papel crucial na minimização dos danos
causados pelos curtos-circuitos e na prevenção de acidentes elétricos. Eles também fazem o
isolamento de circuitos. Além de sua função de proteção, os disjuntores de alta tensão também
têm a capacidade de isolar circuitos elétricos quando necessário. Isso significa que eles podem
abrir e fechar o circuito elétrico para permitir o isolamento de uma parte específica do sistema
sem afetar outras áreas. Isso é especialmente útil durante operações de manutenção, reparo ou
em emergências, onde é necessário isolar uma seção do sistema elétrico sem interromper
completamente o fornecimento de energia em todo o sistema (IEC 62271-100, 2003). Ajudam
também na manobra de circuitos. Os disjuntores de alta tensão permitem a manobra de circuitos
8

elétricos. Eles podem ser acionados manualmente ou por meio de sistemas automatizados para
ligar ou desligar circuitos, conectar ou desconectar transformadores, realizar manobras de carga
e executar outras operações necessárias no sistema elétrico. Essa capacidade de manobra é
essencial para o controle e a gestão eficiente do fluxo de energia na subestação. Além disso,
fornecem segurança e proteção contra falhas. Os disjuntores de alta tensão desempenham um
papel crucial na segurança e proteção dos sistemas elétricos. Eles são projetados para operar de
maneira confiável e rápida em emergências, interrompendo o fluxo de corrente elétrica quando
necessário para evitar danos aos equipamentos, incêndios ou outros riscos à segurança. Sua
atuação eficiente e precisa ajudar a minimizar os impactos das falhas e a garantir a
confiabilidade e a disponibilidade do sistema elétrico (RAM; VISHWAKARMA, 2011).
Em resumo, os disjuntores de alta tensão são dispositivos fundamentais dentro das
subestações de energia, desempenhando funções críticas de proteção, isolamento e manobra de
circuitos elétricos. Eles asseguram a operação segura e confiável do sistema elétrico,
protegendo os equipamentos, minimizando os riscos de falhas e contribuindo para a
continuidade do fornecimento de energia elétrica.

2.1.2 NÍVEIS DE TENSÃO

Dentro de uma subestação de alta tensão, existem disjuntores projetados para


diferentes níveis de tensão, pois essas subestações têm o objetivo de transformar a tensão do
ramo de transmissão para uma tensão adequada ao ramo de distribuição e vice-versa. Dessa
forma, os disjuntores atuam em diferentes níveis de tensão, abrangendo desde tensões mais
baixas, como 13,8 kV e 25 kV, até tensões mais altas, como 138 kV (RAM; VISHWAKARMA,
2011).

2.1.2.1 Disjuntor de 13,8 kV

Os disjuntores de 13,8 kV são comumente encontrados em sistemas de distribuição de


energia em média tensão, sendo utilizados em subestações de distribuição urbana ou industrial.
Sua aplicação abrange a proteção de circuitos elétricos, como linhas de alimentação,
transformadores de distribuição e alimentadores de carga em subestações de distribuição.
9

Dentro de uma subestação de distribuição, os disjuntores de 13,8 kV geralmente estão


localizados em painéis de distribuição ou em cubículos de média tensão. Esses painéis ou
cubículos são estruturas físicas que abrigam os equipamentos de proteção e controle, incluindo
os disjuntores (FUCHS, 1995).
Os painéis de distribuição são estruturas modulares que contêm vários disjuntores de
média tensão, como os de 13,8 kV, juntamente com outros componentes, como seccionadores,
transformadores de medição e proteção, e dispositivos de monitoramento e controle. Esses
painéis são organizados de forma a facilitar o acesso aos disjuntores e a realização de operações
de manutenção e reparo. Os cubículos de média tensão são espaços fechados que abrigam um
único disjuntor ou um conjunto de disjuntores de média tensão. Eles são projetados para
fornecer proteção e isolamento aos disjuntores, além de facilitar a manutenção e o acesso seguro
aos equipamentos. Os cubículos são construídos com isolamento adequado para garantir a
segurança dos operadores e minimizar os riscos elétricos. Dentro desses painéis ou cubículos,
os disjuntores de 13,8 kV são instalados e conectados aos circuitos elétricos correspondentes,
como linhas de alimentação, transformadores de distribuição e alimentadores de carga. Esses
disjuntores são projetados para serem acionados automaticamente em caso de falhas ou
sobrecargas, interrompendo a corrente elétrica e protegendo o sistema (AMON F°, 1985).
É importante ressaltar que a disposição exata dos disjuntores de 13,8 kV pode variar
dependendo do projeto específico da subestação, do layout e dos requisitos de segurança. Em
geral, eles são posicionados estrategicamente para garantir a proteção eficiente dos circuitos
elétricos e facilitar a operação e manutenção dos equipamentos dentro da subestação.

2.1.2.2 Disjuntor de 25 kV

Já os disjuntores de 25 kV são empregados em sistemas de distribuição de alta tensão.


Eles são projetados para interromper correntes em circuitos que operam em 25 kilovolts e são
encontrados em subestações de distribuição secundária. Sua função é proteger linhas de
alimentação, transformadores de distribuição e equipamentos conectados a essas redes de média
tensão. Os disjuntores de 25 kV, assim como os de 13,8 kV, também são encontrados dentro
das subestações de distribuição, mas são específicos para sistemas de distribuição de alta tensão.
Sua localização e configuração podem variar dependendo do projeto da subestação e dos
requisitos específicos do sistema. Geralmente, os disjuntores de 25 kV são instalados em painéis
de distribuição ou em cubículos de média tensão, assim como os disjuntores de 13,8 kV. Esses
10

painéis ou cubículos são projetados para abrigar os equipamentos de proteção e controle


relacionados à distribuição de energia elétrica em alta tensão (RUTH, [s.d.]).
Os painéis de distribuição de 25 kV são semelhantes aos mencionados anteriormente
para os disjuntores de 13,8 kV. Eles consistem em uma estrutura modular que contém os
disjuntores de alta tensão, como os de 25 kV, juntamente com outros dispositivos e
componentes necessários para o sistema de distribuição. Esses painéis são projetados para
facilitar o acesso, a manutenção e o controle dos disjuntores, bem como para garantir a
segurança dos operadores. Da mesma forma, os cubículos de média tensão também podem ser
usados para abrigar disjuntores de 25 kV. Esses cubículos fornecem o isolamento necessário e
a proteção para os disjuntores, além de facilitar a manutenção e o acesso seguro aos
equipamentos. Dentro desses painéis ou cubículos, os disjuntores de 25 kV são instalados e
conectados aos circuitos de distribuição de alta tensão. Eles desempenham um papel
fundamental na proteção de linhas de alimentação de média tensão, transformadores de
distribuição e outros equipamentos conectados ao sistema de distribuição (BOLOTINHA,
2018).
Assim como os disjuntores de 13,8 kV, os disjuntores de 25 kV são projetados para
interromper correntes elétricas em caso de falhas, curtos-circuitos ou sobrecargas, a fim de
garantir a segurança e a confiabilidade do sistema elétrico. Sua localização estratégica dentro
da subestação permite que eles atuem prontamente para proteger os circuitos de alta tensão e
minimizar os danos aos equipamentos e interrupções no fornecimento de energia elétrica.

2.1.2.3 Disjuntor de 138 kV

Por fim, os disjuntores de 138 kV são utilizados em sistemas de transmissão de alta


tensão, interligando subestações e possibilitando a transferência eficiente de energia em longas
distâncias. Esses disjuntores desempenham um papel crítico na proteção de linhas de
transmissão de energia em altas tensões. Os disjuntores de 138 kV são comumente encontrados
nas subestações de alta tensão, onde as linhas de transmissão de energia elétrica chegam e a
tensão é transformada para níveis mais baixos antes de ser distribuída aos consumidores (IEC
62271-100, 2003).
Nessas subestações de alta tensão, os disjuntores de 138 kV são geralmente localizados
no pátio da subestação. O pátio é a área externa da subestação onde estão instalados os
equipamentos de alta tensão, como transformadores, disjuntores, seccionadores e outros
11

dispositivos. Estes equipamentos estão na entrada da subestação, onde recebem a energia das
linhas de transmissão de alta tensão. Eles desempenham um papel crucial na proteção dessas
linhas e na manutenção da integridade do sistema. Os disjuntores de 138 kV são responsáveis
por interromper a corrente elétrica em caso de falhas, como curtos-circuitos ou sobrecargas,
que possam ocorrer nas linhas de transmissão. Ao fazer isso, eles isolam a parte defeituosa do
sistema, evitando danos aos equipamentos e garantindo a continuidade do fornecimento de
energia elétrica (BOLOTINHA, 2018).
Além disso, os disjuntores de 138 kV também desempenham um papel importante na
coordenação do fluxo de energia nas subestações de alta tensão. Eles permitem que a energia
seja transferida para os transformadores, onde a tensão é reduzida para níveis mais baixos antes
de ser distribuída às áreas de consumo. Os transformadores de potência, presentes nas
subestações de alta tensão, são responsáveis pela conversão da tensão de transmissão para níveis
adequados à distribuição. Os disjuntores de 138 kV são essenciais para proteger esses
transformadores de eventuais falhas e sobrecargas, garantindo a segurança do sistema e a
qualidade do fornecimento de energia elétrica.

2.1.3 TIPOS DE MECANISMOS

No momento em que o disjuntor atua, acontece a separação mecânica dos contatos


mitigando o curto-circuito. Com isso, é formado um arco elétrico no interior do equipamento
entre esses contatos mecânicos. Em função disso, o equipamento precisa iniciar o processo de
extinção do arco voltaico dentro de sua estrutura. Há uma ampla gama de tipos de disjuntores
de alta tensão disponíveis, cada um deles projetado com um mecanismo específico de extinção
de arcos elétricos. O mecanismo de extinção de arco é um componente essencial nos
disjuntores, uma vez que desempenha um papel fundamental na interrupção rápida e segura do
fluxo de corrente elétrica em situações como curto-circuito ou sobrecorrente. Esse mecanismo
desempenha um papel crucial na proteção dos equipamentos e na garantia da segurança do
sistema elétrico como um todo, assegurando que as falhas sejam prontamente detectadas e
resolvidas para evitar danos significativos. Ao explorar os diferentes tipos de disjuntores e seus
respectivos mecanismos de extinção de arco, é possível obter uma compreensão mais
aprofundada das tecnologias empregadas na proteção de instalações elétricas de alta tensão,
contribuindo para a implementação de soluções mais eficientes e confiáveis.
12

Na sequência vamos abordar alguns exemplos de mecanismos de extinção encontrados


nos disjuntores de uma subestação de alta tensão.

2.1.3.1 DISJUNTOR A ÓLEO

Esses disjuntores são preenchidos com óleo isolante, que desempenha um papel crucial
na extinção do arco elétrico gerado durante a interrupção da corrente. O mecanismo de extinção
do arco elétrico em disjuntores de alta tensão a óleo é baseado em alguns princípios físicos. A
eliminação do arco voltaico se dá pela decomposição do óleo devido às temperaturas elevadas
que envolvem a energia gerada com o surgimento do arco. Tal decomposição dá fruto o
surgimento de gases, dentre eles o gás hidrogênio em bastante abundância no óleo. A
quantidade de gás liberado é função da magnitude da corrente e da duração do arco (VORPE;
FILHO; FRANÇA, 1995). O óleo isolante presente no disjuntor desempenha três funções
principais durante o processo de extinção do arco elétrico: resfriamento, isolamento e extinção
do arco.
O resfriamento é alcançado pelo óleo isolante, que tem a capacidade de absorver e
dissipar calor. O arco elétrico é extremamente quente, mas quando entra em contato com o óleo,
ocorre uma rápida transferência de calor, reduzindo a temperatura do arco e, consequentemente,
sua capacidade de sustentação.
O isolamento é outro aspecto crítico fornecido pelo óleo. O óleo isolante atua como
um isolante elétrico, evitando que o arco elétrico entre em contato com partes metálicas do
disjuntor e cause danos ou curtos-circuitos indesejados. Isso garante a segurança e a integridade
do sistema.
Quanto ao mecanismo de extinção do arco, existem dois tipos principais de disjuntores
de alta tensão a óleo: com grande volume de óleo e com pequeno volume de óleo.
O disjuntor a grande volume de óleo (GVO) é o modelo mais antigo de disjuntores a
óleo. A principal característica dele é possuir grande eficácia na ruptura durante curto-circuito.
A figura 1 ilustra os elementos que compõem esse tipo de equipamento.
13

Figura 1 - Elementos DJ GVO


Fonte: (EBAH, 2023)

Esse tipo de equipamento normalmente utiliza uma câmara de sopro axial e necessita
que seja realizada “[...] filtragem do óleo com razoável frequência devido à carbonização do
óleo durante as interrupções de corrente” (VORPE; FILHO; FRANÇA, 1995). Essa filtragem
se faz necessária pela contaminação do óleo, decorrente do surgimento de gases provenientes
da extinção dos arcos voltaicos durantes as operações do equipamento. Na figura 2 podemos
ver o dispositivo energizado instalado no pátio de uma subestação de energia do Rio de Janeiro.

Figura 2 -Disjuntor a Grande Volume de Óleo


Fonte: Autoria Própria.
14

Já o disjuntor a pequeno volume de óleo (PVO) é decorrente de um avanço e de uma


melhoria do grande volume de óleo, de forma que possui uma câmara de extinção com um
escoamento direcionado para atingir o arco voltaico por completo, sem gerar nenhum tipo de
alongamento.

Figura 3 - Disjuntor a Pequeno Volume de Óleo


Fonte: (SOLOSTOCKS, 2023)

Normalmente os disjuntores a pequeno e grande volume de óleo apresentam algumas


vantagens e desvantagens na sua aplicação. Algumas dessas características estão descritas no
quadro abaixo:
15

Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens DJ GVO e PVO


GVO PVO
Vantagens Maior capacidade de interrupção de corrente: Requerem menos espaço físico: Os disjuntores
Os disjuntores com grande volume de óleo são com pequeno volume de óleo são mais compactos
projetados para gerar um alto fluxo de gás e ocupam menos espaço na s subestações ou
durante a interrupção da corrente elétrica, o que instalações elétricas.
auxilia na extinção eficiente do arco elétrico.
Menor probabilidade de reinicialização do arco: Menor quantidade de óleo necessário: Esses
A rápida expansão do óleo e o alto fluxo de gás disjuntores exigem uma quantidade menor de
criam uma ação de extinção mais intensa, óleo isolante, o que pode resultar em custos de
reduzindo a possibilidade de reacendimento do instalação e manutenção mais baixos.
arco elétrico.
Adequados para altas correntes: Esses Menor necessidade de manutenção: Comparados
disjuntores são especialmente eficazes em aos disjuntores com grande volume de óleo, os
sistemas com altas correntes elétricas, disjuntores com pequeno volume de óleo
proporcionando uma interrupção segura e geralmente requerem menos manutenção devido
confiável. à sua configuração mais simples.

Desvantagens Requerem um maior volume de óleo: Os Menor capacidade de interrupçã o de corrente: Os


disjuntores com grande volume de óleo exigem disjuntores com pequeno volume de óleo podem
uma quantidade considerável de óleo isolante, o ter uma capacidade de interrupção de corrente
que pode aumentar o custo de instalação e menor em comparação com os disjuntores com
manutenção. grande volume de óleo.
Maior espaço físico necessário: O grande Possibilidade maior de reinicialização do arco:
volume de óleo requer um espaço adicional na Devido ao fluxo de óleo mais direcionado, os
subestação ou instalação elétrica, o que pode ser disjuntores com pequeno volume de óleo podem
uma limitação em áreas onde o espaço é restrito. apresentar uma maior possibilidade de
reacendimento do arco elétrico.
Mais complexos e exigem maior manutenção: Menor adequação para altas correntes: Esses
Devido à sua configuração e necessidade de disjuntores podem ser menos adequados para
fornecer um alto fluxo de gás, os disjuntores sistemas com altas correntes elétricas, onde a
com grande volume de óleo tendem a ser mais capacidade de interrupção de corrente é um fator
complexos e exigem manutenção mais crítico.
frequente.

Adaptado de (VORPE; FILHO; FRANÇA, 1995)

A utilização de disjuntores de alta tensão a óleo é comum em sistemas de transmissão


e distribuição de energia, especialmente em subestações de alta tensão. A manutenção adequada
desses equipamentos é essencial para garantir seu desempenho confiável. A manutenção
16

geralmente envolve inspeções regulares, testes de funcionamento, troca do óleo isolante quando
necessário e reparos ou substituição de peças desgastadas (VORPE; FILHO; FRANÇA, 1995).
A operação dos disjuntores de alta tensão a óleo requer treinamento especializado. Os
operadores devem seguir os procedimentos de segurança estabelecidos, garantindo que os
disjuntores sejam operados corretamente e dentro dos limites de operação especificados pelo
fabricante. Isso inclui seguir os tempos de operação adequados, evitar sobrecargas e monitorar
continuamente o desempenho do disjuntor por meio de dispositivos de controle e medição.
Em resumo, os disjuntores de alta tensão a óleo são dispositivos importantes para
garantir a segurança e a operação confiável de sistemas elétricos de alta tensão. Seu mecanismo
de extinção do arco elétrico, baseado no uso de óleo isolante e em diferentes configurações de
câmaras de sopro, permite a interrupção eficiente da corrente elétrica. O uso, manutenção e
operação adequados desses equipamentos são fundamentais para garantir a continuidade do
fornecimento de energia elétrica.

2.1.3.2 DISJUNTOR A VÁCUO

O disjuntor a vácuo é projetado para interromper a circulação da corrente elétrica


dentro da ampola de vácuo. A ausência de prótons e elétrons no vácuo impede a condução da
corrente elétrica, tornando inviável o fluxo de energia. A ampola do disjuntor é isolada, o que
permite alcançar um alto nível de vácuo em seu interior. Esse isolamento eficiente contribui
para reduzir os desgastes causados por curtos-circuitos, evitando danos maiores no sistema
(GOH et al., 2017).
Uma das vantagens do disjuntor a vácuo é sua alta segurança operacional.
Diferentemente de outros tipos de disjuntores, ele não requer a presença de gases ou líquidos
para seu funcionamento. Portanto, não há risco de vazamentos, explosões ou liberação de gases
nocivos durante o processo de extinção do arco elétrico. Essa característica torna o dispositivo
a vácuo uma opção confiável e segura para diversas aplicações. Outro benefício significativo é
a baixa necessidade de manutenção do disjuntor a vácuo. Devido ao ambiente isento de gás no
interior da ampola, a ocorrência de desgaste e degradação é reduzida. Isso resulta em uma vida
útil mais longa do equipamento, tanto em termos de número de operações para curtos-circuitos
quanto em operações normais com carga. A confiabilidade e a durabilidade do disjuntor a vácuo
o tornam uma escolha excelente em termos de capacidade de corte, ou seja, sua capacidade de
interromper o fluxo de corrente elétrica de forma eficiente e segura (GOH et al., 2017).
17

Todavia, uma desvantagem é que o disjuntor a vácuo tem capacidade de interrupção limitada
em comparação com outros tipos de disjuntores, como os disjuntores a óleo ou a SF6
(hexafluoreto de enxofre). Esses disjuntores têm uma capacidade de interrupção menor. Isso
pode limitar sua aplicação em sistemas de altas correntes e tensões muito elevadas (GOH et al.,
2017).
Em resumo, o disjuntor a vácuo funciona aproveitando as propriedades do vácuo para
interromper a corrente elétrica. Seu projeto isolado, a ausência de gases ou líquidos, a
capacidade de extinguir o arco elétrico sem gerar chamas ou gases e sua baixa necessidade de
manutenção fazem dele uma opção altamente confiável, segura e durável para proteção de
sistemas elétricos dentro de sua capacidade de interrupção.

2.1.3.3 DISJUNTOR A GÁS SF6

O gás hexafluoreto de enxofre, SF6, é amplamente utilizado em equipamentos de alta


tensão devido às suas propriedades isolantes e excelentes capacidades de interrupção de
corrente elétrica. É comumente aplicado em sistemas de alta tensão, inclusive em subestações
inteiras, como as Gas Insulated Switchgear (GIS). Segundo Bolotinha (BOLOTINHA, 2018),
"O SF6 é um gás incombustível, não venenoso, incolor, inodoro e, devido à sua estrutura
molecular simétrica, é extremamente estável e inerte até cerca de 5000 °C". Além disso, possui
uma boa capacidade de transferência de calor e uma baixa temperatura de ionização, o que o
torna eficiente na extinção de arcos elétricos (VORPE; FILHO; FRANÇA, 1995).
Uma vantagem significativa do SF6 é que ele tem a capacidade de se regenerar. Isso
significa que, durante a extinção do arco elétrico, não são gerados resíduos de material
condutor. O SF6 é um gás eletronegativo, ou seja, possui compatibilidade e captura elétrons
livres, retardando o restabelecimento repentino da corrente elétrica. Essa característica
contribui para a eficácia do gás na interrupção de correntes de falha (VORPE; FILHO;
FRANÇA, 1995).
É importante ressaltar que o desenvolvimento e a disseminação dos disjuntores a SF6
estão associados ao avanço das técnicas de selagem dos recipientes e detecção de vazamentos
de gás (MORAIS, 1985). Essas melhorias aumentam a confiabilidade dos equipamentos e
proporcionam maior segurança ao trabalhar com disjuntores SF6, que são amplamente
utilizados nas subestações de energia atualmente.
18

Figura 4-Disjuntor a Gás SF6


Fonte: Autoria Própria

Figura 5-Disjuntor a Gás SF6 em Subestação Abrigada


Fonte: Autoria Própria

As Figuras 3 e 4 mostram dois exemplos de disjuntores trifásicos semelhantes


instalados em campo, em diferentes subestações, uma convencional e outra abrigada. Essas
imagens ilustram a presença e a utilização dos disjuntores a SF6 nas instalações elétricas de alta
tensão, evidenciando a sua aplicação prática.
Uma desvantagem desse tipo de disjuntor é que em caso de vazamentos significativos
de SF6, pode haver riscos para a saúde humana, pois o gás pode ser asfixiante em altas
19

concentrações e pode causar irritações respiratórias e de pele. Além disso, o SF6 é altamente
estável e pode permanecer na atmosfera por milhares de anos antes de ser completamente
degradado. Essa longa persistência aumenta o impacto do gás no aquecimento global ao longo
do tempo (BOLOTINHA, 2018).
Em resumo, os disjuntores a SF6 são amplamente empregados em equipamentos de
alta tensão devido às propriedades isolantes e à eficiência na interrupção de correntes elétricas.
O SF6 é um gás incombustível, não tóxico, estável e inerte, capaz de extinguir arcos elétricos e
regenerar-se durante o processo. As melhorias nas técnicas de selagem e detecção de
vazamentos contribuem para a confiabilidade desses dispositivos, garantindo maior segurança
nas subestações de energia onde são utilizados.

2.1.3.4 DISJUNTOR A AR COMPRIMIDO

Também conhecidos como disjuntores a sopro pneumático, esses equipamentos usam


o nitrogênio do ar para fazer a extinção dos arcos e sua isolação interna. O sopro acontece na
região entre os contatos, provocando o resfriamento do arco elétrico e a compressão da câmara.
As câmaras são completamente pressurizadas, inalteravelmente. O processo se inicia com o
destravamento das válvulas de sopro, abrindo-as para a atmosfera, provocando fluxo do ar
comprimido dentro da estrutura das câmaras. Tal fluxo que ocorre na região entre os contatos
consegue resfriar e alongar o arco elétrico (VORPE; FILHO; FRANÇA, 1995).
Normalmente, este tipo de dispositivo não enfrenta muita dificuldade para cortar altas
correntes, mas por depender de altas pressões na sua estrutura de controle, acaba por ter um alto
custo. Além disso, comumente são equipados junto a supressores de ruído, porque emitem um
barulho muito alto quando interrompem uma falha. Mas, apesar de ser caro de implementar e
ser bastante barulhento, o maior defeito do disjuntor a ar comprimido se deve ao seu sistema
compressão, porque, por realizar a interrupção do arco em diversas câmaras a fim de aumentar
seu poder de ruptura, é necessário que a tensão total seja distribuída de maneira igual entre os
diferentes pontos de ruptura. Em decorrência disso, é bastante normal encontrarmos capacitores
acoplados em paralelo com as câmaras de extinção. Para valores de ruptura maiores, são
geralmente conectadas resistências em paralelo (BOLOTINHA, 2018).
Há dois tipos de câmaras, podendo ser de sopro axial em uma única direção e em duas
direções. A distinção entre os dois é que no dispositivo de sopro unidirecional o fluxo de ar
comprimido acontece através do contato móvel em direção a atmosfera. Diferentemente do
20

sopro bidirecional em que se tem duas válvulas de alívio, uma principal e uma auxiliar, as quais
dão origem ao deslocamento de ar por meio dos contatos móveis e fixo. Além disso, existem
dois tipos de formatos, são eles do tipo “T” os quais possuem uma coluna com isolamento que
sustenta uma estrutura de interrupção com duas câmaras de extinção (SILVA, 2011).

Figura 6-Disjuntores a ar comprimido com quatro câmaras de sopro axial em dupla


direção
Fonte: (SILVA, 2011)

E o tipo “Y” em que a coluna sustenta duas estruturas de interrupção com duas câmaras
de extinção em cada uma delas. A figura 7 abaixo ilustra esse tipo de disjuntor instalado no
pátio de uma subestação de energia elétrica.

Figura 7-Disjuntores a ar comprimido do tipo "Y"


Fonte:(SILVA, 2011)
21

Os disjuntores a sopro pneumático dependem de um fornecimento contínuo de ar


comprimido para o seu funcionamento. Isso significa que existe uma necessidade de suprimento
constante de um ar confiável, o que pode adicionar complexidade e custos adicionais à
subestação. Esses disjuntores requerem manutenção regular para garantir seu funcionamento
adequado. As operações pneumáticas e mecânicas envolvidas podem resultar em desgaste ao
longo do tempo, exigindo inspeções e reparos periódicos (SILVA, 2011).

2.2 MÉTODO AHP

O método Analytic Hierarchy Process (AHP), desenvolvido por Tomas L. Saaty, é


amplamente reconhecido como um dos métodos mais populares e eficazes para suporte à
decisão multicritério (SAATY, 2008). Desde sua introdução no início dos anos 1970, o AHP
tem sido amplamente aplicado em diversas áreas, como engenharia, economia, gestão de riscos
e muitas outras, devido à sua capacidade de lidar com problemas complexos que envolvem
múltiplos critérios.
O AHP se baseia na decomposição hierárquica dos problemas e na análise das relações
entre os elementos para auxiliar na tomada de decisões complexas. Ele oferece uma estrutura
clara e sistemática para a tomada de decisões, dividindo o problema em níveis hierárquicos que
facilitam a compreensão e a análise. A estrutura hierárquica consiste em um objetivo geral no
topo, seguido por critérios intermediários e subcritérios relevantes, e finalmente chegando às
alternativas a serem avaliadas. Essa abordagem hierárquica permite que os tomadores de
decisão ponderem e comparem as alternativas de acordo com os critérios estabelecidos
(SAATY; VARGAS, 2006).
Uma das principais características do AHP é a incorporação do julgamento
comparativo para determinar as prioridades relativas dos critérios e alternativas. O processo
envolve a realização de comparações pareadas, nas quais os tomadores de decisão atribuem
valores de importância ou preferência aos elementos da estrutura hierárquica. Essas
comparações são então utilizadas para calcular as prioridades relativas por meio de um processo
matemático. A escala numérica de Saaty é frequentemente utilizada para expressar as relações
de preferência, variando de 1 a 9, em que 1 indica igual importância e 9 indica uma importância
absoluta (SAATY, 1990).
Além disso, o AHP permite a consideração de diferentes tipos de dados, tanto
qualitativos quanto quantitativos. Isso torna o método flexível e adaptável a uma variedade de
22

cenários de decisão. Os dados podem ser tangíveis ou intangíveis, mensuráveis ou estimados,


objetivos ou subjetivos, e podem ser expressos em termos monetários, tempo, probabilidade ou
qualquer outra escala de medida. Essa capacidade de lidar com diversos tipos de dados torna o
AHP uma ferramenta valiosa para análise de decisões em contextos complexos e
multidimensionais (SAATY, 2008).
Para garantir a consistência dos julgamentos realizados durante as comparações
pareadas, o AHP também inclui a verificação da coerência lógica. A consistência é avaliada por
meio do cálculo de um índice de consistência, que verifica se as comparações realizadas são
lógicas e coerentes. Caso haja inconsistências significativas, é necessário revisar as
comparações e realizar ajustes para garantir um resultado coerente e confiável (SAATY, 1990).
Ao longo dos anos, diversas variantes e extensões do AHP foram propostas para lidar
com diferentes desafios e cenários de decisão. Essas extensões incluem o uso de métodos de
priorização fuzzy, a consideração de incertezas e riscos, e a incorporação de técnicas avançadas
de análise de dados. Essas adaptações e expansões do método AHP têm contribuído para sua
contínua relevância e aplicação em áreas diversas (SAATY; VARGAS, 2006).
Em conclusão, o método AHP é uma abordagem robusta e amplamente utilizada para
a análise e tomada de decisões multicritério. Sua estrutura hierárquica, o uso de julgamento
comparativo e a capacidade de lidar com diferentes tipos de dados tornam-no uma ferramenta
poderosa para a análise e priorização de alternativas. Através do AHP, os tomadores de decisão
podem enfrentar problemas complexos e multidimensionais de maneira estruturada e eficaz,
resultando em decisões mais informadas e melhores resultados.

2.2.1 CONSTRUÇÃO DE HIERARQUIAS

A construção de hierarquias é uma etapa fundamental do método AHP (Analytic


Hierarchy Process) e tem como objetivo estruturar o problema em níveis hierárquicos,
facilitando o entendimento e a avaliação dos elementos envolvidos.
A hierarquia é composta por diferentes níveis, nos quais cada nível representa uma
camada de critérios ou alternativas. A organização hierárquica auxilia na decomposição do
problema complexo em partes mais gerenciáveis e na análise das relações de dependência e
influência entre os elementos (SOUZA MARINS; DE OLIVEIRA SOUZA; DA SILVA
BARROS, [s.d.]).
23

Figura 8-Hierarquia do AHP


Fonte: Adaptado de (SILVA; ABREU; SILVA, 2017)

No AHP, o primeiro nível da hierarquia corresponde ao propósito geral do problema,


que pode ser um objetivo, meta ou resultado desejado a ser alcançado. Por exemplo, em um
processo de tomada de decisão sobre a compra de um carro, o propósito geral poderia ser
"escolher o carro mais adequado".
O segundo nível da hierarquia é composto pelos critérios que são relevantes para a
tomada de decisão. Esses critérios são os aspectos a serem considerados na avaliação das
alternativas. No exemplo do carro, os critérios poderiam ser "preço, segurança, consumo de
combustível, desempenho, conforto".
Por fim, o terceiro nível da hierarquia é composto pelas alternativas, que são as opções
específicas a serem avaliadas em relação aos critérios. No caso do exemplo do carro, as
alternativas podem ser diferentes modelos de carros, como "carro A, carro B, carro C".
A estrutura hierárquica permite que o problema seja decomposto em partes menores e
mais gerenciáveis, o que facilita a avaliação e a tomada de decisão. Além disso, ela também
ajuda a visualizar as relações de dependência entre os elementos, pois os critérios são
subordinados ao propósito geral e as alternativas são subordinadas aos critérios.
Com a construção da hierarquia, é possível realizar comparações e atribuir pesos ou
prioridades aos critérios e alternativas, de acordo com sua importância relativa. Essa
estruturação hierárquica é essencial para a aplicação efetiva do método AHP, permitindo uma
análise sistemática e estruturada do problema em questão (SAATY, 2008).
24

2.2.2 DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES

A comparação de pares é uma etapa fundamental no método AHP. Nessa etapa, são
realizadas comparações de pares entre os elementos da hierarquia, seja em relação aos critérios
ou às alternativas. Essas comparações são baseadas na escala numérica proposta por Saaty, que
atribui valores de 1 a 9 para expressar a importância relativa entre os elementos (SAATY;
KATZ, 1990).

Quadro 2 - Escala Numérica de Saaty


Escala
Escala Verbal Explicação
Numérica
Ambos os elementos são de igual Ambos os elementos contribuem
1
importância. com a propriedade de igual forma.
Moderada importância de um A experiência e a opinião favorecem
3
elemento sobre outro. um elemento sobre o outro.
Forte importância de um elemento Um elemento é fortemente
5
sobre o outro. favorecido.
Importância muito forte de um Um elemento é muito fortemente
7
elemento sobre o outro. favorecido sobre o outro.
Um elemento é favorecido pelo
Extrema importância de um elemento
9 menos com uma ordem de
sobre o outro.
magnitude de diferença.
Valores intermediários entre as Usados como valores de consenso
2,4,6,8
opiniões adjacentes. entre as opiniões.
Incremento Valores intermediários na graduação Usados para graduações mais finas
0.1 mais fina de 0.1. das opiniões.
Fonte: Adaptado de (SAATY; KATZ, 1990)

As comparações de pares são feitas de forma pairwise, ou seja, cada elemento é


comparado com todos os outros elementos em relação à sua importância relativa. Por exemplo,
suponha que tenhamos três critérios: A, B e C. Para determinar a importância relativa entre eles,
realizamos as seguintes comparações pareadas:
25

- A em relação a B: atribuímos um valor numérico que representa a importância


relativa de A em relação a B, com base na escala de Saaty.
- A em relação a C: realizamos a comparação pareada e atribuímos um valor numérico.
- B em relação a C: fazemos a comparação pareada e atribuímos um valor numérico.

O resultado dessas comparações pareadas é uma matriz de comparação de pares, onde


as linhas e colunas correspondem aos elementos comparados. A matriz terá dimensões 𝑛𝑥𝑛,
onde 𝑛 é o número de elementos a serem comparados. Na diagonal principal da matriz, os
valores são sempre 1, pois um elemento é igualmente importante para si mesmo (ROSAS E
SILVA; HAMACHER, 2007).
A Matriz de Importância Comparativa entre Critérios tem a seguinte forma:

Equação 1
𝑎11 ⋯ 𝑎𝑛1
𝐴𝑛 𝑋 𝑛 = |⋮ ⋱ ⋮ |
𝑎1𝑛 ⋯ 𝑎𝑛𝑛
Onde 𝑎𝑛𝑛 = 1 e 𝑎𝑖𝑗 = 1/𝑎𝑗𝑖 , 𝑖, 𝑗 = 1, … , 𝑛.
(SALVIA et al., 2019)

Por exemplo, considerando os critérios A, B e C, a matriz de comparação de pares


pode ser preenchida da seguinte forma:

Quadro 3 - Exemplo de Matriz de Comparação de Pares

Fonte: Autoria Própria

Nesse exemplo, a comparação entre A e B recebeu o valor 3, indicando que A é


considerado três vezes mais importante que B. A comparação entre A e C recebeu o valor 5,
indicando que A é considerado cinco vezes mais importante que C. A comparação entre B e C
recebeu o valor 2, indicando que B é considerado duas vezes mais importante que C.
26

É importante ressaltar que as comparações pareadas devem ser feitas de forma


consistente e coerente, levando em consideração a importância relativa real entre os elementos.
A consistência das comparações pode ser verificada por meio do cálculo do índice de
consistência, que avalia a coerência dos valores atribuídos na matriz de comparação. Caso a
matriz não atenda aos critérios de consistência, é necessário realizar ajustes nas comparações
até que a matriz seja consistente (SAATY, 2008).
Em resumo, a comparação de pares no método AHP envolve a realização de
comparações pairwise entre os elementos da hierarquia, utilizando a escala numérica de Saaty.
Essa etapa resulta em uma matriz de comparação de pares, que é essencial para determinar as
prioridades relativas dos elementos e prosseguir com a análise multicriterial.

2.2.3 CÁLCULO DAS PRIORIDADES

O cálculo das prioridades é uma etapa crucial no método AHP. Com base nas
comparações de pares realizadas na etapa anterior, o objetivo é determinar as prioridades
relativas de cada elemento em relação ao elemento superior na hierarquia.
Para realizar o cálculo das prioridades, são utilizados métodos matemáticos para a
construção de uma matriz de comparação de pares normalizada, na qual os valores são ajustados
para refletir as prioridades relativas (SAATY; KATZ, 1990).
Da equação (1), podemos assumir:

Equação 2
𝑉𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑠𝑜𝑚𝑎1 𝑋 𝑛 = |𝑠1 ⋯ 𝑠𝑗 ⋯ 𝑠𝑛 |

Onde
Equação 3
𝑛

𝑠1 = ∑ 𝑎𝑖1
𝑖=1

Sabendo que 𝑖 = 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎; 𝑗 = 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎; 𝑛 = 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧.


27

A Matriz de Importância Comparativa entre Critérios Normalizada é descrita da


seguinte forma:

Equação 4
𝑥 11 ⋯ 𝑥 𝑛1
𝑋𝑛 𝑋 𝑛 = |⋮ ⋱ ⋮ |
𝑥 1𝑛 ⋯ 𝑥 𝑛𝑛
Onde

Equação 5
𝑎𝑖𝑗
𝑥 𝑖𝑗 =
𝑠𝑗
E

Equação 6
𝑛

∑ 𝑥 𝑖1 = 1
𝑖=1

Por (5), temos que cada elemento da matriz normalizada é igual ao próprio elemento
da matriz anterior dividido pelo valor da soma da coluna onde está inserido. Com todos os
elementos normalizados calculados, é possível notar através de (6) que o novo somatório por
coluna dessa matriz normalizada passa a ser sempre igual a 1. Dessa forma, a matriz
normalizada é obtida.
Uma vez obtido a Matriz de Importância Comparativa entre Critérios Normalizada, é
possível realizar o cálculo para obter o Vetor de Importância Média para obter as prioridades
relativas finais. Os valores numéricos obtidos por esse vetor indicam a importância média de
cada elemento, sendo que valores mais altos indicam maior prioridade (MACHADO ALVES
et al., 2017).
O Vetor de Importância Média é expresso da seguinte maneira:

Equação 7
𝑤11
𝑊𝑛 𝑋 1 =| ⋮ |
𝑤𝑛1
Onde
Equação 8
∑𝑛𝑗=1 𝑥 1𝑗
𝑤11 =
𝑛
28

O vetor obtido através da equação (7) é exatamente o Vetor dos Pesos atribuídos as
variáveis, sendo os valores maior peso indicando a maior prioridade da variável. A soma dos
pesos é sempre 1, sendo esse, um vetor normalizado (BUNRUAMKAEW, 2012).
Em resumo, o cálculo das prioridades envolve a normalização da Matriz de
Importância Comparativa entre Critérios e o cálculo do Vetor de Importância Média. Esse
processo permite determinar as prioridades relativas dos elementos da hierarquia e fornece uma
base para a tomada de decisão no método AHP.

2.2.4 VERIFICAÇÃO DA COERÊNCIA

A análise de consistência é uma etapa fundamental no método AHP (Analytic Hierarchy


Process) que visa verificar a coerência e confiabilidade das comparações pareadas realizadas
entre os elementos da hierarquia. Essa análise é essencial para garantir resultados robustos e
precisos no processo de tomada de decisão (BUNRUAMKAEW, 2012).
De acordo com Saaty (SAATY, 1990), a análise de consistência no AHP baseia-se na
comparação de pares entre os elementos da hierarquia, utilizando uma escala numérica proposta
pelo autor. Através dessa escala, os elementos são avaliados em relação à sua importância
relativa, atribuindo valores que variam de 1 a 9. No entanto, é importante assegurar que as
comparações pareadas sejam consistentes e livres de inconsistências ou contradições.
Para avaliar a consistência das comparações pareadas, é utilizado o Índice de
Consistência (CI), que foi proposto por Saaty e Katz (SAATY; KATZ, 1990). Esse índice mede
a razão entre o valor médio da matriz de comparação de pares e o valor médio de uma matriz
de comparação aleatória de mesma ordem. Quanto maior o valor do CI, maior é a consistência
das comparações.
É recomendado que o CI seja calculado para cada matriz de comparação de pares, a
fim de verificar se os valores atribuídos são consistentes. Caso o CI seja maior que um valor de
referência estabelecido, geralmente 0,1, a matriz é considerada inconsistente. Nesse caso,
ajustes nas comparações devem ser feitos até que a matriz alcance a consistência desejada
(SAATY, 2008).
Para calcular o CI, primeiro é necessário calcular o Índice Aleatório (RI). O RI é obtido
com base na ordem da matriz de comparação de pares. Existem tabelas de valores RI
29

disponíveis em diversas fontes, como Saaty (1980) e Saaty e Vargas (2012). Essas tabelas
atribuem valores RI correspondentes a diferentes tamanhos de matriz.

Tabela 1 - Índice de Inconsistência Aleatória


Índice de Inconsistência Aleatória
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
RI 0 0 0,58 0,9 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49 1,51 1,58
Fonte: Adaptado de (SAATY, 1987)

Após obter o valor RI, o próximo passo é calcular o CI. O CI é calculado usando a fórmula:
Equação 9
𝜆 −𝑛
𝐶𝐼 =
𝑛 −1
Onde
Equação 10
𝑛

𝜆 = ∑ 𝑣𝑖1
𝑖 =1

É o maior valor próprio (autovalor) da matriz de comparação de pares, sendo esse


definido como:

Equação 11
𝑣11 1⁄𝑤 𝑎11 ⋯ 𝑎𝑛1 𝑤11
11
𝑉𝑛 𝑋 1 = | ⋮ | = | ⋮ | ∗ |⋮ ⋱ ⋮ |∗| ⋮ |
𝑣𝑛1 1⁄𝑤 𝑎1𝑛 ⋯ 𝑎𝑛𝑛 𝑤𝑛1
𝑛1

A verificação da consistência das comparações é importante para evitar distorções nos


resultados finais do AHP. A falta de consistência nas comparações pode levar a decisões
inconsistentes e pouco confiáveis. Portanto, é crucial realizar essa análise como parte do
processo de aplicação do método AHP.
Após calcular o IC, é possível determinar a Taxa de Consistência (CR). A CR é
calculada dividindo o IC pelo valor RI correspondente à ordem da matriz de comparação de
pares.
Se CR ≤ 0,1, considera-se que a matriz de comparação de pares é aceitavelmente
consistente. Caso contrário, se CR > 0,1, a matriz de comparação de pares é considerada
inconsistente, e é necessário revisar as comparações pareadas (SAATY; VARGAS, 2006).
30

O Índice de Consistência se dá como:

Equação 12
𝐶𝐼
𝐶𝑅 =
𝑅𝐼

Vale ressaltar que existem diversas publicações que abordam a análise de consistência
no AHP. Segundo Bunruamkaew (BUNRUAMKAEW, 2012), é possível encontrar
informações detalhadas sobre a formulação e metodologia dessa análise, bem como exemplos
de aplicação, em publicações científicas disponíveis online.
Uma dessas publicações é o trabalho de Saaty (1990), que explora o AHP como uma
ferramenta de tomada de decisão e análise de risco. Nesse estudo, são apresentados conceitos-
chave sobre o AHP, incluindo a análise de consistência.
Outro estudo relevante é o de Saatela e Linderman (SALA, 1966), que discute de
forma abrangente o entendimento do AHP para tomada de decisão. Os autores destacam a
importância da análise de consistência como uma etapa crítica para obter resultados confiáveis
e significativos.
Em resumo, a verificação da coerência lógica no método AHP é realizada por meio do
cálculo do índice de consistência (IC) e do índice de consistência relativa (CR). Esses índices
são utilizados para avaliar a consistência das comparações pareadas realizadas na matriz de
comparação de pares. Verificar a coerência é fundamental para garantir a confiabilidade dos
resultados e a validade das prioridades estabelecidas.

3 METODOLOGIA

A metodologia proposta para o estudo do risco operacional dos disjuntores de


subestações de alta tensão baseia-se no uso dos critérios do Analytic Hierarchy Process (AHP).
O objetivo desta pesquisa é auxiliar no planejamento da manutenção desses equipamentos,
visando mitigar problemas que possam gerar impactos negativos para a concessionária de
energia e para a sociedade.
O crescente progresso da tecnologia e a crescente demanda por energia elétrica têm
impulsionado a necessidade de equipamentos com maior potência e eficiência para atender a
esse avanço. Nesse contexto, os disjuntores de alta tensão desempenham um papel fundamental
dentro das subestações, sendo ativos de grande importância para o fornecimento de energia
31

elétrica. É crucial que esses equipamentos estejam em pleno funcionamento e com suas
manutenções preventivas em dia, pois uma má manutenção pode gerar diversos problemas,
como a interrupção do fornecimento de energia elétrica.
Com o objetivo de abordar o risco operacional dos disjuntores de alta tensão, este
estudo será realizado no parque de disjuntores de uma concessionária de energia no Rio de
Janeiro. A pesquisa visa identificar e analisar as variáveis que compõem o escopo do
planejamento preventivo, levantando critérios relevantes por meio do método AHP.
O Analytic Hierarchy Process (AHP) será utilizado para atribuir pesos aos critérios
identificados, levando em consideração fatores como tipo de mecanismo de extinção, idade dos
equipamentos, disponibilidade de peças sobressalentes, custos operacionais e de manutenção,
entre outros. Esse processo permitirá calcular um índice de risco operacional para cada disjuntor
de alta tensão, proporcionando uma avaliação mais precisa e sistemática do risco associado a
esses equipamentos.
Ao integrar o índice de risco operacional com o planejamento da manutenção
preventiva, espera-se otimizar a gestão dos disjuntores de alta tensão, reduzindo a probabilidade
de falhas inesperadas, minimizando o tempo de indisponibilidade dos equipamentos e
melhorando a confiabilidade e disponibilidade do sistema elétrico como um todo. Além disso,
espera-se que os resultados obtidos forneçam subsídios relevantes para profissionais e empresas
do setor elétrico, promovendo a segurança, confiabilidade e eficiência dos sistemas elétricos de
alta potência.
Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo principal contribuir para o avanço do
conhecimento sobre o risco operacional dos disjuntores de alta tensão e para a adoção de
estratégias eficazes de manutenção preventiva baseadas em critérios objetivos.
Visto isso, é importante abordar os equipamentos que serão o foco deste trabalho.
Serão considerados os disjuntores de alta tensão presentes no parque de uma concessionária de
energia no Rio de Janeiro. Esses disjuntores desempenham um papel fundamental na proteção
e controle dos sistemas elétricos de alta potência, garantindo a confiabilidade e segurança do
fornecimento de energia elétrica.
Na figura 9, mostrada abaixo, é possível observar um fluxograma que detalha a
metodologia abordada para o desenvolvimento do trabalho.
32

Figura 9 - Fluxograma do Desenvolvimento do Trabalho


Fonte: Autoria Própria

3.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO NA BASE DE DADOS

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo principal realizar uma análise
do risco operacional dos disjuntores de alta tensão presentes no parque de uma distribuidora de
energia elétrica no Rio de Janeiro. Com base nesse acervo, que possui uma quant idade
significativa de equipamentos, serão coletados dados relevantes para o estudo, tais como idade
33

dos disjuntores, tipo de mecanismo utilizado, local de instalação, e outras características


importantes.
A obtenção desses dados será realizada através de extrações nos bancos de dados da
distribuidora utilizando as transações IH08 e “ZEQUI” (transação interna da empresa para obter
as características dos equipamentos que não estão disponíveis na transação nativas do SAP) no
sistema SAP PM. Essas extrações permitirão obter informações detalhadas sobre os disjuntores
instalados nos pátios, fornecendo uma visão completa do acervo e de suas características.
Além dos dados básicos dos equipamentos, o estudo busca incorporar informações
adicionais que podem influenciar no desempenho e na necessidade de manutenção dos
disjuntores. Serão levantados dados sobre segurança pública nos locais de instalação,
considerando possíveis impactos externos que possam afetar o funcionamento dos
equipamentos. Também será avaliado o índice de descargas atmosféricas na região, uma vez
que as condições climáticas podem representar riscos para os disjuntores.
Outras informações relevantes a serem levantadas incluem o número de clientes
atendidos pelo circuito em que os disjuntores estão instalados, bem como a disponibilidade de
dispositivos sobressalentes para substituição em caso de falhas. Serão consideradas, ainda, a
quantidade de falhas registradas, o ano de fabricação dos equipamentos, dentre outras coisas.
Todos esses dados serão tratados e analisados computacionalmente utilizando a
plataforma Excel. Serão estabelecidas variáveis de perigo e impacto com o objetivo de realizar
uma avaliação abrangente dos disjuntores e sua importância relativa. Para isso, será aplicado o
método AHP, que permite a comparação par a par das variáveis, atribuindo valores numéricos
que representam a importância relativa entre elas. Essa análise hierárquica e estruturada
proporciona uma base sólida para a priorização dos equipamentos e a definição de estratégias
de manutenção preventiva.
Com base nos resultados obtidos, será gerada uma distribuição dos disjuntores por
ordem de importância e necessidade de manutenção preventiva. Isso permitirá identificar os
equipamentos mais críticos, que demandam uma atenção especial em termos de manutenção e
substituição, a fim de evitar falhas e interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Para facilitar a visualização e a análise dos resultados, será desenvolvido um painel de
controle utilizando a ferramenta Power BI. Esse painel fornecerá uma representação visual dos
dados, permitindo uma compreensão mais intuitiva das informações e facilitando a tomada de
decisões relacionadas ao planejamento de manutenção preventiva.
No contexto geral, esse trabalho visa contribuir para a melhoria dos processos de
manutenção dos disjuntores de alta tensão, auxiliando na identificação dos equipamentos mais
34

críticos e na definição de estratégias eficientes de manutenção preventiva. Dessa forma, espera-


se promover um aumento na confiabilidade do sistema elétrico, reduzindo falhas e interrupções
e melhorando a qualidade do fornecimento de energia elétrica para os consumidores.

3.1.1 BASE DE DADOS UTILIZADA

No desenvolvimento do trabalho, foi realizada a extração e manipulação da base de


dados dos disjuntores de alta tensão pertencentes a uma distribuidora de energia do estado do
Rio de Janeiro. Vale ressaltar que todos os nomes de subestações são fictícios adaptados para
esse estudo em questão. Essa base de dados abrange uma ampla variedade de equipamentos,
cada um com diferentes características e tipos de mecanismos de extinção de arcos elétricos. O
estudo abrangerá um total de 3655 disjuntores, dentre eles, 2964 DJ de 13 kV, 253 DJ de 25 kV
e 438 DJ de 138 kV.
Para obter os dados necessários, foram utilizadas transações específicas do sistema
SAP PM, como IH08 e “ZEQUI”, que permitiram acessar as informações relevantes sobre os
disjuntores instalados nos pátios da distribuidora. Essas transações foram essenciais para extrair
as características importantes de cada equipamento, como idade, tipo de mecanismo, local de
instalação e outras informações relevantes para o estudo.
Após a extração dos dados, foi necessário realizar um processo de manipulação e
tratamento para garantir a adequação dos dados. Essa etapa envolveu a limpeza dos dados,
correção de inconsistências, padronização de formatos e a organização das informações em uma
base principal. Dessa forma, foi possível obter uma base de dados coesa e confiável, que serviu
como a fundação para as etapas subsequentes da pesquisa.
A construção dessa base principal permitiu a disponibilização de informações
consistentes sobre os equipamentos, possibilitando a realização das análises e estudos mais
aprofundados. Essa base de dados se tornou a fonte de informações primária para o
desenvolvimento do trabalho, fornecendo os elementos necessários para a aplicação do método
AHP e a análise de risco e impacto dos equipamentos.
35

Tabela 2 - Trecho da Base de Dados

Fonte: Autoria Própria

A partir das informações disponíveis na base de dados dos disjuntores de alta tensão,
foi possível iniciar o planejamento dos próximos passos do trabalho, que envolve a análise e o
cálculo do risco operacional dos equipamentos. Para isso, foram estabelecidos critérios que
seriam utilizados como base para essa avaliação.
Os critérios desempenham um papel fundamental na metodologia empregada, pois são
eles que permitem uma análise mais detalhada e criteriosa dos disjuntores. Com base nas
características dos equipamentos e nas informações coletadas, foram identificados critérios
relevantes para a avaliação do risco operacional.

3.1.2 DEFINIÇÃO DO ÍNDICE DE RISCO OPERACIONAL - IRO

O Risco Operacional desempenha um papel fundamental no plano de renovação de


ativos e no planejamento de manutenções preventivas do sistema de Alta Tensão (AT). Ele
envolve o estudo detalhado dos riscos associados aos ativos e resulta na obtenção do Índice de
Risco Operacional (IRO).
Ao idealizar o IRO, uma referência importante utilizada foi a matriz de risco
operacional, a qual estabelece uma relação entre o impacto e a probabilidade, permitindo a
classificação dos ativos em faixas pré-definidas. No entanto, o IRO difere da matriz de risco
operacional, pois não se limita a três classificações de risco (baixo, médio e alto). Em vez disso,
o valor do IRO é calculado e permite que os ativos sejam ordenados e distribuídos graficamente.
36

O cálculo do IRO é realizado da seguinte forma:

Equação 13
IRO = √𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜2 + 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 2

Essa fórmula considera o quadrado do valor do perigo associado ao ativo e o quadrado


do valor do impacto. Ao realizar a soma desses dois quadrados e extrair a raiz quadrada, obtém-
se o valor do IRO para cada ativo. Além disso, o valor do IRO possibilita a representação gráfica
dos ativos em um plano cartesiano, no qual o eixo X representa o perigo e o eixo Y representa
o impacto. Essa representação visual fornece uma perspectiva clara sobre a distribuição dos
ativos em termos de seus níveis de risco operacional.

Figura 10 - Exemplo de Distribuição do IRO


Fonte: Autoria Própria
37

O IRO é classificado em “mundos” de acordo com o risco no qual o ativo se encontra.

Quadro 4 - Detalhamento dos Mundos do IRO

IRO IV ➔ Mundo IV: Indica Alto Risco, mostrando


assim, urgência na intervenção.

IRO III ➔ Mundo III: Indica Risco moderado,


mostrando assim, estado de atenção.

IRO II ➔ Mundo II: Indica Baixo Risco, mostrando


assim, acompanhamento periódico.

IRO I ➔ Mundo I: Indica Risco muito baixo em função


de instalações recém energizadas.

Fonte: Autoria Própria

Em resumo, o Índice de Risco Operacional (IRO) é um resultado importante do estudo


de Risco Operacional no sistema de Alta Tensão (AT). Ele permite a ordenação e a
representação gráfica dos ativos, considerando os valores de perigo e impacto calculados para
cada um deles. Essa abordagem proporciona uma visão mais abrangente e estruturada para o
planejamento de renovação de ativos e manutenções preventivas.

3.1.3 DEFINIÇÃO DE PERIGO E IMPACTO

Na análise de risco, as definições de perigo e impacto são distintas e desempenham


papéis importantes na compreensão dos riscos enfrentados por uma organização.

3.1.3.1 PERIGO

Perigo, no geral, é a caracterização de uma fonte potencial de danos, lesões, doenças


ou danos à propriedade ou ao meio ambiente. Envolve a identificação e avaliação da
probabilidade de ocorrência de um evento indesejado ou de uma situação de risco. Os perigos
podem assumir várias formas, como condições físicas, substâncias químicas, atividades
operacionais, processos inadequados, falhas de equipamentos, entre outros. É essencial
identificar e entender os perigos existentes em um determinado ambiente, a fim de adotar
38

medidas de controle e mitigação adequadas. Isso inclui a implementação de procedimentos de


segurança, o uso de equipamentos de proteção individual, a manutenção regular de
equipamentos, a aplicação de práticas operacionais seguras e a adoção de sistemas de gestão de
segurança.

3.1.3.2 IMPACTO

O impacto refere-se às consequências ou efeitos resultantes da ocorrência de um


perigo. Ele envolve a avaliação dos danos ou prejuízos que podem ocorrer caso um evento
indesejado se concretize. O impacto pode abranger várias áreas, como lesões a pessoas, danos
à propriedade, interrupção de serviços, perdas financeiras, danos ao meio ambiente, danos à
reputação da organização, entre outros. Avaliar o impacto de um evento permite estimar a
gravidade das consequências e priorizar as ações de gerenciamento de riscos. Isso inclui a
implementação de medidas de contingência, a preparação de planos de resposta a emergências,
a alocação de recursos adequados e a revisão das políticas e procedimentos existentes para lidar
com os possíveis impactos negativos.
Ao compreender a diferença entre perigo e impacto, é possível adotar uma abordagem
abrangente para a análise de risco. Identificar os perigos ajuda a antecipar e prevenir eventos
indesejados, enquanto avaliar o impacto permite uma compreensão mais profunda das
consequências caso esses eventos ocorram. Essa compreensão é fundamental para tomar
decisões informadas e implementar medidas eficazes de gerenciamento de riscos, visando à
segurança, proteção de ativos, continuidade dos negócios e sustentabilidade das operações.

3.1.4 VARIÁVEIS DE PERIGO

Dentro do critério "Perigo", foram identificados subcritérios relevantes que


desempenham um papel crucial na avaliação e compreensão dos riscos associados aos
disjuntores de alta tensão. Esses subcritérios ajudam a abordar diferentes aspectos relacionados
ao perigo e auxiliam na classificação e priorização dos equipamentos. São eles tempo de vida
útil, quantidade de peças sobressalentes, tipos de mecanismos de extinção de arcos elétricos,
violência nos redores do local de instalação do equipamento e índice de descargas atmosféricas.
39

3.1.4.1 VIDA ÚTIL

O subcritério "Tempo de vida útil" desempenha um papel crucial na avaliação do risco


associado aos disjuntores de alta tensão. Ele se refere à idade dos equipamentos e é um indicador
fundamental para determinar a probabilidade de ocorrência de falhas, desgastes e mau
funcionamento. Conforme os disjuntores envelhecem, aumenta a possibilidade de componentes
internos sofrerem desgaste, corrosão e deterioração, o que pode comprometer sua eficiência e
confiabilidade operacional (NAVARRO, 2012).
O MCPSE (Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico) e a curva da banheira
são referências relevantes para compreender e considerar o subcritério "Tempo de vida útil". O
MCPSE fornece diretrizes e orientações para a gestão de ativos no setor elétrico, abordando
aspectos como inventário de bens, classificação patrimonial, critérios de depreciação e
avaliação de ativos. Ele é uma referência que ajuda as empresas a realizar o controle eficiente
de seus ativos, garantindo transparência e conformidade com as normas estabelecidas pela
ANEEL (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL, 2009).
Por sua vez, a curva da banheira é um conceito utilizado na engenharia de
confiabilidade para descrever a taxa de falhas de um sistema ao longo do tempo. Essa curva
apresenta três fases principais: falhas iniciais, vida útil normal e falhas por desgaste ou
envelhecimento. A análise da curva da banheira auxilia na gestão da confiabilidade e na
determinação de estratégias adequadas de manutenção e substituição de ativos (NAVARRO,
2012).
Disjuntores mais antigos estão mais suscetíveis a problemas operacionais devido ao
desgaste natural ao longo do tempo. Fatores como ciclos de operação, sobrecargas, condições
ambientais adversas e histórico de manutenção inadequada podem afetar a vida útil dos
equipamentos. Portanto, considerar a idade do disjuntor é crucial para avaliar o risco potencial
e a necessidade de medidas corretivas e preventivas.
Ao avaliar o subcritério "Tempo de vida útil", é importante levar em conta a
documentação fornecida pelo MCPSE, que pode fornecer informações relevantes sobre a vida
útil esperada dos disjuntores e critérios de depreciação. Além disso, a análise da curva da
banheira pode ser utilizada como uma ferramenta complementar para compreender a taxa de
falhas ao longo do tempo e determinar a fase de vida útil em que os disjuntores se encontram.
Considerando a idade do disjuntor como parte integrante da avaliação de risco, é
possível identificar os equipamentos mais suscetíveis a problemas operacionais e tomar
medidas adequadas, como manutenção preventiva, substituição ou renovação. Dessa forma, o
40

subcritério "Tempo de vida útil" contribui para a gestão eficiente, segura e sustentável dos
disjuntores de alta tensão, garantindo a confiabilidade do sistema elétrico como um todo.

3.1.4.2 PEÇAS SOBRESSALENTES

A quantidade de peças sobressalentes é um aspecto importante a ser considerado no


gerenciamento de riscos dos disjuntores de alta tensão. Esse subcritério envolve a avaliação da
disponibilidade e adequação das peças de reposição para os equipamentos.
Ter uma quantidade adequada de peças sobressalentes significa que há um estoque
suficiente desses componentes-chave para substituição em caso de falha ou necessidade de
reparo. Isso garante a prontidão e a eficiência na manutenção dos disjuntores, reduzindo o
tempo de inatividade e minimizando possíveis riscos decorrentes da falta de peças de reposição.
A disponibilidade de peças sobressalentes contribui para a continuidade do serviço
elétrico, especialmente em situações críticas em que a interrupção de energia pode ter impactos
significativos. Além disso, ter um suprimento adequado de peças de reposição pode ajudar a
agilizar o processo de reparo, evitando atrasos prolongados e custos adicionais.

3.1.4.3 MECANISMOS DE EXTINÇÃO

No subcritério de tipos de mecanismos de extinção de arcos elétricos, além d a eficácia


na interrupção de arcos elétricos, é importante considerar a confiabilidade e a complexidade na
manutenção desses equipamentos. Alguns mecanismos podem exigir procedimentos de
manutenção mais complexos e dispendiosos, o que pode impactar o tempo de inatividade do
equipamento e os custos associados.
A confiabilidade do mecanismo de extinção de arcos elétricos está diretamente
relacionada à sua capacidade de desempenhar corretamente sua função de interromper o arco
elétrico e garantir a operação segura do disjuntor. Mecanismos com alta confiabilidade são
capazes de realizar as interrupções de forma consistente e com menor probabilidade de falhas.
Além disso, a complexidade da manutenção também deve ser considerada. Alguns
mecanismos podem exigir peças de reposição específicas, conhecimentos técnicos
especializados e procedimentos mais detalhados para a manutenção preventiva e corretiva. Isso
pode resultar em custos mais elevados e maior tempo de inatividade durante a manutenção.
41

Portanto, ao avaliar os tipos de mecanismos de extinção de arcos elétricos, é


importante considerar tanto a confiabilidade quanto a complexidade da manutenção. Esses
aspectos podem influenciar a escolha do mecanismo mais adequado, levando em conta a
eficácia na interrupção de arcos elétricos, a disponibilidade de peças de reposição e os custos e
tempo de manutenção associados. Dessa forma, é possível garantir a operação confiável e
eficiente dos disjuntores de alta tensão.

3.1.4.4 VIOLÊNCIA

O subcritério de violência nos arredores do local de instalação dos disjuntores utiliza


como referência as informações da Base DP, que compreende a evolução mensal das estatísticas
por circunscrição de Delegacia. Essa base de dados, coletada no site do Instituto de Segurança
Pública do Governo do Rio de Janeiro, fornece registros de ocorrências nos municípios do Rio
de Janeiro, oferecendo informações relevantes para a análise do cenário de violência nas áreas
de instalação dos equipamentos (INSTITUTO DE SEGURANÇA PÚBLICA, [s.d.]).
Além disso, é fundamental considerar a dificuldade de acesso enfrentada pela equipe
de manutenção devido à violência presente nos arredores. Essa dificuldade de acesso acarreta
diversos desafios para a realização das manutenções periódicas e para os atendimentos
emergenciais. A presença de um ambiente violento pode afetar a segurança da equipe e a
logística das atividades de manutenção.
No caso das manutenções periódicas, a violência nos arredores dos locais de instalação
dos disjuntores implica em um ambiente menos seguro para a equipe de manutenção. Isso pode
resultar em atrasos ou dificuldades na realização das atividades programadas, comprometendo
a qualidade e a eficiência dos serviços prestados. A segurança dos profissionais é primordial, e
a violência pode representar um obstáculo significativo para o cumprimento dos cronogramas
de manutenção.
Nos atendimentos emergenciais, a dificuldade de acesso devido à violência também
tem impacto direto. A equipe de manutenção pode encontrar obstáculos para chegar
rapidamente aos locais onde ocorrem falhas ou incidentes nos disjuntores. O acesso mais
complicado resulta em maiores tempos de resposta, o que pode aumentar os riscos de
interrupções prolongadas no fornecimento de energia elétrica e afetar a segurança dos sistemas
elétricos.
42

Portanto, ao avaliar o subcritério de violência nos arredores do local de instalação dos


equipamentos, é necessário levar em consideração as estatísticas disponíveis na Base DP, que
fornecem dados sobre as ocorrências registradas nos municípios do Rio de Janeiro. Além disso,
é essencial considerar a dificuldade de acesso enfrentada pela equipe de manutenção, devido à
violência existente. Essa análise abrangente permite compreender melhor os desafios
operacionais e a necessidade de implementar medidas de segurança adicionais para mitigar os
riscos associados à violência nos arredores dos disjuntores de alta tensão.

3.1.4.5 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

As descargas atmosféricas representam um risco significativo para os disjuntores de


alta tensão. Esse subcritério avalia a frequência e a intensidade das descargas atmosféricas que
ocorrem na região onde os disjuntores estão instalados. O Índice de Descargas Atmosféricas é
uma medida que indica a probabilidade de ocorrência desses eventos climáticos, como raios e
tempestades elétricas (INPE, 2023).
Ao considerar o Índice de Descargas Atmosféricas, é importante analisar a frequência
e a intensidade dessas descargas na região. Áreas com um alto índice de descargas atmosféricas
estão mais propensas a sofrer impactos diretos ou indiretos em seus sistemas elétricos, incluindo
os disjuntores de alta tensão. Descargas atmosféricas podem causar danos aos equipamentos,
resultando em falhas, interrupções no fornecimento de energia e riscos de segurança.
A avaliação desse subcritério permite identificar áreas mais propensas a eventos
climáticos adversos e, consequentemente, a riscos operacionais associados a descargas
atmosféricas. Com base nessas informações, podem ser implementadas medidas de proteção
adequadas, como sistemas de proteção contra surtos, isolamento adequado dos equipamentos e
a adoção de protocolos de segurança específicos para mitigar os efeitos das descargas
atmosféricas.
Para obter dados precisos sobre o Índice de Descargas Atmosféricas nos municípios
do Rio de Janeiro, uma fonte relevante é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE,
2023). O INPE possui um sistema de detecção de descargas atmosféricas chamado RINDAT
(Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas) e disponibiliza informações
históricas e em tempo real sobre a ocorrência desses eventos em diferentes regiões do país,
incluindo o estado do Rio de Janeiro. Através do site do INPE, é possível acessar esses dados e
43

utilizá-los como subsídios importantes para a avaliação do índice de descargas atmosféricas e


sua influência nos riscos operacionais dos disjuntores de alta tensão.
É fundamental considerar o Índice de Descargas Atmosféricas no contexto da análise
de risco dos disjuntores de alta tensão, uma vez que as descargas atmosféricas representam uma
ameaça real para a segurança e o desempenho desses equipamentos. A compreensão da
frequência e da intensidade das descargas atmosféricas permite um melhor planejamento de
ações preventivas, visando minimizar os impactos negativos causados por esses eventos
climáticos e garantir a confiabilidade do sistema elétrico.

3.1.5 VARIÁVEIS DE IMPACTO

Dentro do critério "Impacto", foram identificados subcritérios relevantes que


desempenham um papel crucial na avaliação e compreensão dos riscos associados aos
disjuntores de alta tensão. Esses subcritérios são fundamentais para uma análise abrangente e
abordam diferentes aspectos relacionados ao impacto dos disjuntores. Eles auxiliam na
classificação e priorização dos equipamentos, permitindo uma melhor gestão dos riscos. A
seguir, vamos discorrer sobre cada um desses subcritérios. Vale ressaltar que os critérios de
impacto estão diretamente relacionados aos indicadores de qualidade da concessionária, por
isso tem sua devida importância dentro do nosso índice de risco operacional.

3.1.5.1 CUSTO O&M

Dentro de Impacto, o Custo de O&M (Operação e Manutenção) desempenha um papel


fundamental na avaliação dos disjuntores de alta tensão. O custo de O&M refere-se aos gastos
necessários para manter o equipamento em pleno funcionamento ao longo de sua vida útil.
A importância desse subcritério reside na compreensão dos impactos financeiros
associados à operação e à manutenção dos disjuntores. Avaliar o custo de O&M permite estimar
o investimento necessário para garantir a confiabilidade e a disponibilidade dos equipamentos,
bem como identificar potenciais despesas adicionais ao longo do tempo.
Ao considerar diferentes mecanismos de extinção de arcos elétricos, como hidráulico
sf6, mola SF6, pneumático óleo, mola vácuo e mola somag, é importante analisar os custos
44

associados a cada um deles. Cada mecanismo apresenta características específicas que


influenciam os gastos necessários para sua operação e manutenção.
Por exemplo, alguns mecanismos podem exigir manutenção mais frequente, troca de
peças com maior regularidade ou técnicos especializados, o que resulta em custos mais elevados
de O&M. Outros mecanismos podem demandar menos intervenções ou ter custos de
manutenção mais baixos, o que impacta positivamente o aspecto financeiro.
A avaliação do custo de O&M auxilia na tomada de decisões informadas sobre a
seleção dos equipamentos mais adequados, considerando não apenas o desempenho técnico,
mas também a viabilidade econômica a longo prazo. Isso permite uma alocação eficiente de
recursos financeiros, evitando gastos desnecessários e garantindo a sustentabilidade financeira
da organização.
Além disso, o custo de O&M também está relacionado à eficiência operacional.
Compreender os gastos envolvidos na operação e manutenção dos disjuntores permite um
planejamento financeiro adequado, evitando surpresas e garantindo a disponibilidad e de
recursos necessários. Dessa forma, é possível minimizar os impactos financeiros negativos e
assegurar a continuidade do fornecimento de energia elétrica.
Em resumo, o subcritério de Custo de O&M no critério de Impacto permite avaliar os
impactos financeiros relacionados à operação e manutenção dos disjuntores de alta tensão. Isso
contribui para a tomada de decisões embasadas, a alocação eficiente de recursos financeiros e
a sustentabilidade financeira da organização, assegurando a confiabilidade do sistema elétrico.

3.1.5.2 TAXA DE FALHAS

O subcritério de Taxa de Falhas é um dos aspectos mais relevantes na avaliação do


impacto associado aos disjuntores de alta tensão. Ele envolve a análise do histórico da
quantidade de falhas ocorridas nos equipamentos ao longo do tempo e sabendo que esse é um
índice disponível na empresa para ser utilizado, será bem aproveitado para a ponderação desses
disjuntores no risco operacional. A taxa de falhas é um indicador que representa a frequência
com que os disjuntores apresentam problemas ou falham em seu desempenho.
A importância desse subcritério reside na compreensão dos riscos operacionais
associados aos disjuntores. Ao avaliar a taxa de falhas, é possível identificar a confiabilidade
dos equipamentos, ou seja, a capacidade deles em operar corretamente sem interrupções ou
problemas significativos. Uma taxa de falhas elevada indica que os disjuntores estão mais
45

suscetíveis a falhas, o que pode resultar em interrupções no fornecimento de energia elétrica,


danos aos equipamentos e até mesmo riscos de segurança.
A análise do histórico da quantidade de falhas permite identificar tendências e padrões
de comportamento dos disjuntores. Isso auxilia na identificação de pontos fracos, áreas de maior
vulnerabilidade e possíveis melhorias nos processos de manutenção e operação. Além disso, a
taxa de falhas pode ser utilizada para comparar diferentes modelos ou fabricantes de disjuntores,
fornecendo insights valiosos para a seleção e aquisição de equipamentos mais confiáveis.
Com base na taxa de falhas, é possível estabelecer metas e objetivos para reduzir a
ocorrência de falhas e melhorar a confiabilidade dos disjuntores. Isso inclui a implementação
de planos de manutenção preventiva mais eficientes, o uso de peças de reposição de qualidade,
a capacitação da equipe de manutenção e a adoção de tecnologias avançadas de monitoramento
e diagnóstico. Essas medidas visam minimizar os impactos negativos das falhas, reduzir os
custos de reparo e manutenção e aumentar a disponibilidade dos disjuntores.
A avaliação da taxa de falhas proporciona uma visão abrangente sobre a qualidade e a
confiabilidade dos disjuntores de alta tensão. Isso permite a identificação de oportunidades de
melhoria, a implementação de ações corretivas e a ad oção de estratégias proativas para garantir
um funcionamento adequado dos equipamentos. Além disso, a análise contínua da taxa de
falhas ao longo do tempo permite avaliar o impacto das medidas implementadas e ajustar as
estratégias conforme necessário.
Em resumo, o subcritério de Taxa de Falhas desempenha um papel crucial na avaliação
do impacto dos disjuntores de alta tensão. Ele fornece informações importantes sobre a
confiabilidade dos equipamentos, ajuda na identificação de pontos fracos e contribui para a
implementação de medidas de melhoria e manutenção preventiva. A análise da taxa de falhas
possibilita a redução de riscos operacionais, a melhoria da disponibilidade dos disjuntores e a
garantia de um fornecimento de energia elétrica confiável e seguro.

3.1.5.3 SENSIBILIDADE

O subcritério de Sensibilidade desempenha um papel significativo na avaliação do


impacto dos disjuntores de alta tensão. A sua avaliação foi baseada em um documento interno
da empresa que define quais subestações são consideradas críticas no ponto de vista deles.
A sensibilidade tem ligação com os impactos na mídia e está diretamente relacionada
aos tipos de clientes que podem ser afetados em caso de falha do disjuntor, o que pode resultar
46

na interrupção do fornecimento de energia elétrica em uma determinada linha. Quando um


disjuntor falha, o fluxo de energia elétrica em uma linha específica é interrompido, afetando os
clientes conectados a essa linha. O impacto dessa interrupção pode ser maior em áreas
densamente populadas, em locais críticos, como hospitais, escolas, empresas, ou durante
períodos de alta demanda.
Ao considerar a sensibilidade como subcritério na avaliação dos disjuntores, é
fundamental levar em conta o número de clientes afetados em caso de falha do equipamento.
Quanto maior o número de clientes impactados, maior será o impacto e a visibilidade da
interrupção, podendo resultar em consequências negativas para a reputação da empresa
responsável pelo fornecimento de energia elétrica.
Além do número de clientes afetados, a sensibilidade na míd ia também está
relacionada à importância estratégica da linha afetada. Por exemplo, se a linha for responsável
por fornecer energia para uma região industrial importante, uma interrupção prolongada pode
acarretar em perdas financeiras significativas para as empresas instaladas naquela área, além de
prejudicar a economia local.
Portanto, ao avaliar a sensibilidade como subcritério, é essencial considerar não apenas
o número de clientes impactados, mas também o impacto que a interrupção do fornecimento de
energia pode ter em termos de reputação, econômicos e sociais. Com base nessa análise, podem
ser tomadas medidas para minimizar o risco de falhas nos disjuntores, como a implementação
de redundâncias no sistema elétrico, a realização de manutenções preventivas regulares e a
comunicação eficiente com os clientes afetados durante as interrupções programadas ou não
programadas.
A compreensão da sensibilidade permite que a empresa responsável pelo fornecimento
de energia elétrica tenha uma visão abrangente do impacto dos disjuntores em termos de
interrupção no fornecimento de energia e suas consequências. Isso possibilita o
desenvolvimento de estratégias e planos de ação eficientes para minimizar os impactos
negativos e garantir um fornecimento de energia elétrica confiável, seguro e de qualidade para
os clientes atendidos. O uso do documento interno da empresa contribui para uma análise mais
precisa e alinhada com as diretrizes internas na avaliação da sensibilidade na mídia.
47

3.1.5.4 NÚMERO DE CLIENTES

O subcritério de Número de Clientes é um aspecto significativo na avaliação do


impacto dos disjuntores de alta tensão. Ele se refere à quantidade de clientes que são atendidos
pela linha em que um determinado disjuntor está instalado.
O número de clientes impactados é uma medida importante para compreender o
alcance das consequências de uma falha no disjuntor. Quanto maior o número de clientes
conectados à linha, maior é o impacto e a magnitude da interrupção no fornecimento de energia
elétrica em caso de falha do equipamento. Portanto, ao considerar o subcritério de Número de
Clientes, é essencial levar em conta a quantidade de pessoas, residências, empresas e
instituições afetadas.
Uma falha no disjuntor que afeta um grande número de clientes pode ter impactos
significativos tanto do ponto de vista operacional quanto econômico. A interrupção do
fornecimento de energia elétrica pode causar inconvenientes para os clientes, prejudicar o
funcionamento de empresas e serviços essenciais, como hospitais, escolas e órgãos públicos, e
até mesmo afetar a segurança e o bem-estar das pessoas.
Avaliar o número de clientes como um subcritério permite estimar a magnitude do
impacto em termos de demanda de energia interrompida, perdas financeiras decorrentes da
interrupção e insatisfação dos clientes. Essas informações são fundamentais para priorizar ações
de gerenciamento de riscos e investimentos em melhorias na infraestrutura elétrica.
Além disso, o número de clientes também está relacionado à importância estratégica
da linha afetada. Por exemplo, se a linha fornecer energia para uma área densamente povoada,
região comercial ou centro industrial, uma falha no disjuntor pode ter um impacto mais
significativo e gerar consequências mais graves.
Considerar o número de clientes como um subcritério na avaliação do impacto dos
disjuntores permite à empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica ter uma visão
abrangente das dimensões do impacto em termos de clientes afetados, setores da economia
impactados e necessidades de restauração do fornecimento de energia.
Com base nessa análise, podem ser tomadas medidas para reduzir os riscos de falhas
nos disjuntores, como a implementação de estratégias de redundância e proteção, a realização
de manutenção preventiva adequada e ações de comunicação eficazes com os clientes afetados
durante as interrupções.
Em resumo, o subcritério de Número de Clientes é fundamental para avaliar o impacto
dos disjuntores de alta tensão. A quantidade de clientes atendidos pela linha em que o disjuntor
48

está instalado é um fator determinante na magnitude das consequências de uma falha.


Compreender e considerar esse subcritério auxilia na priorização de ações de gerenciamento de
riscos, no planejamento de investimentos em infraestrutura elétrica e na busca pela melhoria
contínua da qualidade e confiabilidade do fornecimento de energia elétrica.

3.1.5.5 TEMPO DE REESTABELECIMENTO

O subcritério de Tempo de Reestabelecimento é um elemento fundamental na


avaliação do impacto dos disjuntores de alta tensão. Ele envolve o período necessário para
restabelecer o fornecimento de energia após a ocorrência de uma falha ou interrupção.
Ao considerar o tempo de reestabelecimento, é importante levar em conta o tipo de
pátio onde o disjuntor está localizado. Existem diferentes tipos de pátios utilizados nas
subestações, incluindo subestações convencionais abertas, convencionais abrigadas e blindadas
isoladas a gás SF6 abrigadas. Cada tipo de pátio apresenta particularidades em relação ao
acesso, segurança, condições ambientais e facilidade de manutenção e manobras.
Além disso, os níveis de tensão dos disjuntores também desempenham um papel
importante no tempo de reestabelecimento. Os disjuntores podem operar em diferentes níveis
de tensão, como 13,8 kV, 25 kV ou 138 kV. Cada nível de tensão possui características
específicas em termos de complexidade das operações, sistemas de proteção e equipamentos
envolvidos.
Avaliar o tempo de reestabelecimento considerando o tipo de pátio e o nível de tensão
dos disjuntores permite compreender as restrições operacionais e as dificuldades técnicas
associadas à restauração do fornecimento de energia. Essas informações são cruciais para o
planejamento adequado das ações de manutenção, manobras e reparos necessários.
O tempo de reestabelecimento está diretamente relacionado à disponibilidade do
sistema elétrico e à minimização do impacto causado por falhas nos disjuntores. Quanto mais
rápido for o restabelecimento, menor será o período de interrupção no fornecimento de energia,
reduzindo assim os prejuízos econômicos e o desconforto para os clientes.
Considerar o tipo de pátio e o nível de tensão dos disjuntores no subcritério de Tempo
de Reestabelecimento permite à empresa responsável pelo fornecimento de energia adotar
estratégias eficientes para agilizar as operações de manutenção, reparo e restauração. Isso pode
incluir a utilização de tecnologias avançadas de monitoramento, a implementação de planos de
49

manutenção preventiva mais eficientes, a disponibilidade de peças de reposição adequadas e a


capacitação da equipe responsável pelas operações.
Em resumo, o subcritério de Tempo de Reestabelecimento considerando o tipo de pátio
e o nível de tensão dos disjuntores é essencial para avaliar o impacto das falhas nos disjuntores
de alta tensão. Compreender as particularidades dos pátios e dos níveis de tensão permite uma
gestão mais eficaz dos recursos e das operações, resultando em tempos de reestabelecimento
mais rápidos e na minimização do impacto causado pelas interrupções no fornecimento de
energia elétrica.

3.2 DISTRIBUIÇÃO DAS VARIÁVEIS

Para garantir a coerência na aplicação dos pesos aos diferentes subcritérios e facilitar
a análise comparativa, é necessário realizar o ajuste das variáveis dentro de parâmetros
definidos. Essa abordagem visa estabelecer uma base comum para todas as variáveis,
permitindo a aplicação de pesos adequados posteriormente, por meio do método AHP.
No contexto dos subcritérios de Perigo e Impacto, as variáveis são convertidas em
ponderadores numéricos limitados entre zero e 100. Essa conversão permite uma representação
quantitativa das variáveis, em que valores mais altos indicam um maior nível de perigo ou
impacto.
Serão desenvolvidos dois tipos de ponderadores: o "Quanto Maior Pior" e o "Quanto
Menor Pior". Ambos os tipos de ponderadores garantem que a distribuição das variáveis ocorra
dentro da faixa de 0 a 100.
No caso do "Quanto Maior, Pior", quanto maior o valor atribuído à variável, maior
será considerado o perigo ou impacto associado. Essa abordagem destaca a importância de
mitigar os riscos mais elevados e priorizar ações para reduzir esses valores.
Por outro lado, o "Quanto Menor, Pior" segue uma lógica inversa. Quanto menor o
valor atribuído à variável, maior será considerada a gravidade do perigo ou impacto. Essa
abordagem permite identificar e tratar as variáveis com valores mais baixos de forma prioritária,
visando à redução dos riscos associados.
Ao utilizar esses dois tipos de ponderadores, é possível estabelecer uma abordagem
abrangente para a avaliação dos subcritérios de Perigo e Impacto, permitindo a comparação e
análise eficiente das variáveis. A padronização dos valores dentro de uma mesma base numérica
50

facilita a aplicação dos pesos coerentes durante o processo de tomada de decisão, contribuindo
para uma avaliação mais precisa e consistente dos riscos envolvidos.
A distribuição desenvolvida para este trabalho apresenta características semelhantes à
curva de saturação de transformadores de corrente (TCs). Na primeira parte dos gráficos que
vão ser gerados, será observado um comportamento linear, onde a relação entre as variáveis é
proporcional. No entanto, à medida que a distribuição avança, ela atinge um ponto crítico
conhecido como "joelho da curva". A partir desse ponto, a curva passa a ter um comportamento
exponencial, visando evitar que os valores ultrapassem o limite estabelecido de 100.
Agora, serão apresentados os desenvolvimentos das ponderações realizadas para cada
subcritério.

3.2.1 VIDA ÚTIL

O subcritério de Perigo, Vida Útil, é um exemplo de "Quanto Maior, Pior", pois quanto
mais antigo for o disjuntor, maior é o risco associado a falhas decorrentes de desgaste e outros
fatores, conforme mencionado anteriormente. Com base no MCPSE (Manual de Controle
Patrimonial do Setor Elétrico), foi possível estabelecer uma idade média de envelhecimento de
33 anos para os disjuntores. Esse valor será utilizado para determinar o "joelho da curva", a
partir do qual a curva muda de comportamento.

Quadro 5 - Valor Referência da Ponderação Vida Útil


Perigo - Tempo em Operação
Vida Útil
33 anos
Fonte: Autoria Própria

A função de ponderação para o subcritério Vida Útil é definida da seguinte forma,


como mostrado na equação (14):

Equação 14
90
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 = ( ) 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 , 𝑆𝑒 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 ≤ 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 → { 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 > 𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙
𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒
51

Nessa função, considera-se a idade do disjuntor em relação à vida útil determinada. Se


90
a idade for menor ou igual à vida útil, o ponderador é calculado multiplicando-se pela
𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙

𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 atual. Por outro lado, se a idade for maior que a vida útil, o ponderador é calculado
subtraindo-se (100 / 𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒) de 100.
Essa função de ponderação permite atribuir maior peso aos disjuntores mais antigos,
refletindo o aumento do risco associado ao envelhecimento do equipamento.
A curva obtida da distribuição para Vida Útil é a seguinte:

Figura 11 - Distribuição da Variável Vida Útil


Fonte: Autoria Própria

Ao analisar o gráfico, é perceptível que os valores estão distribuídos em uma faixa que
varia de zero a 100. Inicialmente, a curva apresenta um comportamento linear até atingir o valor
de Idade igual a 33 anos. A partir desse ponto, a curva assume uma característica exponencial,
o que impede que os valores ultrapassem 100.
Essa configuração da curva reflete a relação entre a idade do disjuntor e a ponderação
atribuída. À medida que a idade aumenta, o peso atribuído também aumenta de forma linear até
33 anos. Após esse ponto, a curva adota uma tendência exponencial para evitar que os valores
ultrapassem o limite de 100.
Por exemplo, considerando a ponderação de um disjuntor com 22 anos de idade e outro
com 50 anos, os valores atribuídos seriam aproximadamente 64 e 98, respectivamente. Levando
52

em conta que valores mais próximos de 100 são considerados piores, podemos observar que o
equipamento com 50 anos é mais crítico em comparação ao mais novo.
Portanto, a curva de ponderação representa de maneira adequada a relação entre a
idade do disjuntor e a importância atribuída a esse critério, garantindo que os valores estejam
contidos na faixa de zero a 100.

3.2.2 PEÇAS SOBRESSALENTES

Com uma abordagem inversa, temos o subcritério de quantidade de Peças


Sobressalentes, que segue uma ponderação "Quanto Menor, Pior". Isso significa que quanto
menor for o número de peças disponíveis nos inventários e almoxarifados, pior será a situação,
como já discutido anteriormente. Nesse caso, a curva de ponderação inicia-se no valor de 100
e decresce até chegar próximo de zero.
Com base em análises dos estoques nos almoxarifados da empresa, levando em
consideração o modelo de disjuntor, determinamos o "joelho da curva" no valor de 7 peças.
Esse ponto crítico será utilizado para indicar a transição na curva de ponderação, a partir do
qual a curva muda de comportamento.

Quadro 6 - Valor Referência da Ponderação Peças Sobressalentes


Perigo – Peças Sobressalentes
Quantidade
7 peças
Fonte: Autoria Própria

A função de ponderação para o subcritério Peças Sobressalentes é definida da seguinte


forma, como mostrado na equação (15):

Equação 15
90
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑄𝑛𝑡 = 100 − ( ) 𝑄𝑛𝑡 , 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 ≤ 𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙
𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙

𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑄𝑛𝑡 → 100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑄𝑛𝑡 = , 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 > 𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙
𝑄𝑛𝑡
( 0,7 )
𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 ( )
{ (𝑒 1,7 )
53

Nessa função, considera-se a quantidade de peças sobressalentes (𝑄𝑛𝑡) em relação à


quantidade ideal (𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙). Se a quantidade atual for menor ou igual à quantidade ideal, o
90
ponderador é calculado subtraindo-se (𝑄𝑛𝑡 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 ) multiplicado pela quantidade atual de peças.

Por outro lado, se a quantidade atual for maior que a quantidade ideal, o ponderador é calculado
utilizando uma função exponencial baseada na relação entre a quantidade atual e a quantidade
ideal.
Essa função de ponderação permite atribuir maior peso quando a quantidade de peças
sobressalentes está abaixo do definido como ideal, refletindo a piora da situação à medida que
a disponibilidade diminui. Por outro lado, quando a quantidade de peças sobressalentes está
acima do ideal, o ponderador é determinado pela função exponencial, levando em consideração
a relação entre a quantidade atual e a quantidade ideal.
Essa configuração da função de ponderação reflete a importância de manter um
estoque adequado de peças sobressalentes, garantindo a disponibilidade necessária para a
manutenção e reparo dos disjuntores.
A curva obtida da distribuição para Peças Sobressalentes é a seguinte:

Figura 12 - Distribuição da Variável Peças Sobressalentes


Fonte: Autoria Própria

Ao analisar o gráfico, observamos que os valores da curva de ponderação para o


subcritério de Peças Sobressalentes estão distribuídos em uma faixa que varia de zero a 100.
54

No entanto, em contraste com o gráfico de Vida Útil discutido anteriormente, essa curva tem
um início com o ponderador em 100.
Inicialmente, a curva apresenta um comportamento linear decrescente até atingir o
valor de Peças Sobressalentes igual a 7. A partir desse ponto, a curva assume uma característica
exponencial, aproximando-se gradualmente de zero.
Para ilustrar a aplicação dessa ponderação, consideremos um exemplo com dois
disjuntores: um com 3 peças sobressalentes e outro com 13 peças. Os valores atribuídos a esses
disjuntores seriam aproximadamente 60 e 1, respectivamente. É importante ressaltar que
valores mais próximos de 100 são considerados piores, indicando uma situação mais crítica.
Com base nesses valores, podemos concluir que o disjuntor com menos peças
sobressalentes é mais crítico em comparação ao disjuntor com mais peças disponíveis. Essa
diferença na ponderação reflete a importância de garantir um estoque adequado de peças
sobressalentes, pois uma menor disponibilidade pode aumentar o risco de falhas e impactar
negativamente a operação e manutenção dos disjuntores.
Portanto, a análise da curva de ponderação nos permite compreender como a
quantidade de peças sobressalentes influencia a avaliação do subcritério, ressaltando a
importância de gerenciar efetivamente o inventário e os almoxarifados para garantir a
disponibilidade adequada de peças para manutenção.

3.2.3 MECANISMOS DE EXTINÇÃO

Algumas variáveis, assim como no subcritério de Mecanismos de Extinção não são


quantificadas ou expressas em termos numéricos. No entanto, é essencial ponderar essas
variáveis ainda assim. Nesse contexto, a complexidade dos mecanismos pode ser utilizada como
parâmetro para definir os valores de ponderação, considerando que cada mecanismo apresenta
um grau de dificuldade distinto em relação à sua operação e manutenção.
Para estabelecer os valores de ponderação, utiliza-se a informação disponível em nossa
base de dados, que inclui o tipo de mecanismo de cada equipamento. Essa informação serve
como base para a definição dos valores de ponderação, os quais são estabelecidos de acordo
com os relatos e experiências das equipes de campo responsáveis pela manutenção dos
dispositivos.
Ao considerar a complexidade dos mecanismos como critério para a ponderação,
busca-se atribuir maior peso às variáveis que representam mecanismos mais desafiadores em
55

termos de manutenções em campo. Dessa forma, a ponderação reflete a importância relativa


desses mecanismos e sua influência na avaliação geral dos disjuntores.
Embora essas variáveis não sejam expressas em valores numéricos diretamente, a
utilização da complexidade como parâmetro de ponderação permite considerar as
particularidades dos mecanismos de extinção. Ao levar em conta os relatos das equipes de
campo e suas experiências práticas, podemos obter uma avaliação mais completa e realista dos
disjuntores, considerando fatores que não podem ser facilmente mensurados quantitativamente.

Tabela 3 - Ponderação da Variável Mecanismo de Extinção


Perigo - Complexidade de Mecanismo
Tipo de Disjuntor Mecanismo de Extinção Ponderador
Disjuntor de 138kV HIDRAULICO SF6 20
Disjuntor de 138kV MOLA SF6 5
Disjuntor de 138kV PNEUMÁTICO ÓLEO 40
Disjuntor de 25kV HIDRAULICO SF6 40
Disjuntor de 25kV MOLA SF6 20
Disjuntor de 25kV PNEUMÁTICO ÓLEO 50
Disjuntor de 25kV MOLA VACUO 5
Disjuntor de 13kV MOLA SF6 40
Disjuntor de 13kV MOLA VACUO 20
Disjuntor de 13kV MOLA SOMAG 50
Fonte: Autoria Própria

Na tabela apresentada, são fornecidas definições sobre a ponderação dos dispositivos


em campo. Ao analisar essas informações, podemos observar que os disjuntores de 138 kV
equipados com mecanismos de extinção hidráulicos SF6 são classificados como menos
complexos em comparação com os disjuntores da mesma classe, porém equipados com
mecanismos pneumáticos a óleo.
Essa classificação indica que, em termos de operação e manutenção, os mecanismos
hidráulicos SF6 são considerados menos desafiadores e mais fáceis de lidar em comparação aos
mecanismos pneumáticos a óleo. Essa distinção de complexidade é levada em conta no processo
de ponderação, atribuindo pesos diferentes às variáveis relacionadas a esses diferentes tipos de
mecanismos.
56

3.2.4 VIOLÊNCIA

Esse subcritério, do tipo "Quanto Maior, Pior", foi ponderado com base nas estatísticas
de segurança por município, conforme mencionado anteriormente. Nossa base de dados contém
informações sobre os locais de instalação dos disjuntores, o que nos permite relacionar esses
equipamentos com as estatísticas mencionadas.
Utilizando a evolução mensal das estatísticas por circunscrição de Delegacia, foi
possível avaliar a média mensal de registros de ocorrência (RO) por município do Rio de
Janeiro ao longo de um período de 15 anos. Através dessa análise das médias mensais,
determinamos que o valor de 700 RO seria o ponto de transição da curva, conhecido como
"joelho da curva".
Essa escolha do valor do "joelho da curva" permite definir uma referência na
distribuição da variável relacionada à quantidade de ocorrências. A partir desse valor, a curva
de ponderação adota um comportamento específico para refletir a relevância relativa das
ocorrências de acordo com sua magnitude.

Quadro 7 - Valor Referência da Ponderação Violência


Perigo - Violência
Média de RO
700
Fonte: Autoria Própria

A função de ponderação para o subcritério Violência é definida da seguinte forma,


como mostrado na equação (16):

Equação 16
99,7
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = ( ) 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂 , 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂 ≤ 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑅𝑂
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑅𝑂
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 → 100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂 > 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑅𝑂
{ 𝑄𝑛𝑡 𝑅𝑂

Essa função de ponderação permite atribuir valores de ponderação diferentes com base
na quantidade de ocorrências de roubos por município. Quando a quantidade de ocorrências é
menor ou igual à média definida acima, o ponderador é determinado proporcionalmente em
relação à média de ocorrências. Já quando a quantidade de ocorrências é maior que a média, o
ponderador é calculado com base em uma diminuição percentual em relação à quantidade de
ocorrências.
57

A curva obtida da distribuição para Violência foi a seguinte:

Figura 13 - Distribuição Variável Violência


Fonte: Autoria Própria

Assim como nos outros casos, é possível observar que os valores estão contidos dentro
do intervalo de zero a 100. Os valores por município ficaram distribuídos da seguinte forma:
58

Tabela 4 - Ponderação Variável Violência


Perigo - Indice Violencia Municipal
Lista de Municípios Média Mensal de Registros de Ocorrência Ponderação
Município H 1358,608466 99,93
Município I 943,2116402 99,89
Município J 772,7989418 99,87
Município K 742,6190476 99,87
Município L 706,0904297 99,86
Município M 657,4285714 93,64
Município N 568,7089947 81,00
Município O 406,6825397 57,92
Município P 375,3544974 53,46
Município Q 361,8677249 51,54
Município A 309,042328 44,02
Município B 212,4814815 30,26
Município C 211,3492063 30,10
Município D 102,7566138 14,64
Município E 83,4021164 11,88
Município F 53,93121693 7,68
Município G 46,89417989 6,68
Fonte: Autoria Própria

Os municípios apresentados se restringem aos locais de instalação onde existem


equipamentos instalados. Podemos observar o “Município H” como o mais violento, possuindo
o valor ponderado mais alto em detrimento do maior número de registros mensais de registros
de ocorrência.

3.2.5 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

A distribuição dessa variável envolve a avaliação da média do índice ceráunico dos


municípios do Rio de Janeiro, que representa o número de dias com trovoadas ocorrendo por
ano em um determinado local. Esse índice fornece informações importantes sobre a ocorrência
de tempestades elétricas na região (INPE, 2023).
Ao analisar o índice ceráunico, é possível obter uma estimativa da densidade de
ocorrência de raios nuvem-solo na localidade em questão. Essa densidade refere-se à
quantidade média de raios que atingem o solo por quilômetro quadrado em um determinado
período, geralmente medido em um ano. Dessa forma, teremos mais uma ponderação do tipo
“Quanto Maior, Pior”.
59

Através desse índice, podemos compreender melhor a intensidade e a frequência das


tempestades elétricas na região. A densidade de ocorrência de raios nuvem-solo é um indicador
valioso para avaliar o risco associado a fenômenos atmosféricos, uma vez que raios podem
representar perigos para equipamentos e infraestruturas elétricas, incluindo os disjuntores.
Após analisar o índice ceráunico para os municípios do Rio de Janeiro, foi adotado o
valor de 11 𝑘𝑚2 /𝑎𝑛𝑜 como o “joelho da curva” de Descargas Atmosféricas (DA).

Quadro 8 - Valor Referência da Ponderação Descargas Atmosféricas


Perigo - Descargas Atmosféricas
Média de DA
11 km²/ano
Fonte: Autoria Própria

A função de ponderação para o subcritério Descargas Atmosféricas é estabelecida da


seguinte forma, como mostrado na equação (17):

Equação 17
89
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐷𝑠𝑐𝑔 𝐴𝑡𝑚 = ( ) 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴, 𝑆𝑒 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴 ≤ 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐷𝐴
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐷𝐴 → { 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐷𝐴
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐷𝑠𝑐𝑔 𝐴𝑡𝑚 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴 > 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐷𝐴
𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴

Essa função de ponderação considera a média das Descargas Atmosféricas


(𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝐷𝐴) registradas nos municípios do Rio de Janeiro como referência para definir os
valores de ponderação. O índice de Descargas Atmosféricas (𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒𝐷𝐴) de cada município é
comparado com essa média para determinar a ponderação correspondente.
Ao aplicar essa função de ponderação, foi possível obter uma curva de distribuição dos
valores ponderados. O gráfico resultante mostra como os municípios foram ponderados de
acordo com seus respectivos índices de Descargas Atmosféricas. Essa curva de distribuição
permite visualizar a variação dos valores ponderados em relação aos índices de Descargas
Atmosféricas de cada município.
60

Figura 14 - Distribuição Variável Descargas Atmosféricas


Fonte: Autoria Própria

Os municípios tiveram a seguinte ponderação:

Tabela 5 - Ponderação Variável Descargas Atmosféricas


Perigo - Índice de Descargas Atmosféricas
Ranking LIGHT Lista de Municípios Índice de Descasgas Atmosféricas Ponderação
1º Município A 12,048 km²/ano 91,70
2º Município B 11,662 km²/ano 91,42
3º Município C 11,047 km²/ano 90,95
4º Município D 9,884 km²/ano 79,97
5º Município E 9,709 km²/ano 78,55
6º Município F 9,358 km²/ano 75,71
7º Município G 9,076 km²/ano 73,43
8º Município H 8,613 km²/ano 69,68
9º Município I 8,608 km²/ano 69,65
10 º Município J 8,250 km²/ano 66,75
11 º Município K 7,264 km²/ano 58,77
12 º Município L 6,878 km²/ano 55,65
13 º Município M 5,686 km²/ano 46,01
14 º Município N 4,244 km²/ano 34,34
15 º Município O 4,222 km²/ano 34,16
16 º Município P 4,113 km²/ano 33,28
17 º Município Q 3,179 km²/ano 25,72
Fonte: Autoria Própria
61

Analisando a tabela acima, podemos identificar que o “Município A” possui o maior


índice de Descargas Atmosféricas, com um valor ponderado de 91,70. Isso indica que esse
município apresenta um risco mais elevado em relação a eventos de descargas atmosféricas,
levando em consideração a média geral e a função de ponderação estabelecida.

3.2.6 CUSTO O&M

O subcritério Custo O&M é mais um critério que não é expresso em termos numéricos,
mas ainda é essencial ponderar essa variável. Para realizar essa ponderação, foi necessário
contar com o apoio de especialistas que possuem conhecimento sobre os tipos específicos de
equipamentos e o histórico de custos das ordens de manutenção. A avaliação do Custo de O&M
envolveu uma análise minuciosa dos custos associados à operação e manutenção dos
equipamentos.
Ao utilizar o conhecimento e a experiência dos especialistas, foi possível estabelecer
uma escala de ponderação para o subcritério Custo O&M. Essa escala permitiu atribuir valores
de ponderação aos diferentes níveis de custo associados aos equipamentos.
Dessa forma, mesmo que o critério Custo O&M não seja expresso em números, sua
importância foi reconhecida e considerada no processo de ponderação. A expertise dos
especialistas e o histórico de custos das ordens de manutenção forneceram informações
fundamentais para avaliar e ponderar adequadamente esse subcritério.
Os valores ponderados resultantes dessa avaliação estão expressos na tabela abaixo:

Tabela 6 - Ponderação Variável Custo O&M


Impacto - Custo O&M
Tipo de Disjuntor Mecanismo de Extinção Ponderador
Disjuntor de 138kV HIDRAULICO SF6 65
Disjuntor de 138kV MOLA SF6 35
Disjuntor de 138kV PNEUMÁTICO ÓLEO 85
Disjuntor de 25kV HIDRAULICO SF6 65
Disjuntor de 25kV MOLA SF6 35
Disjuntor de 25kV PNEUMÁTICO ÓLEO 85
Disjuntor de 25kV MOLA VACUO 65
Disjuntor de 13kV MOLA SF6 15
Disjuntor de 13kV MOLA VACUO 35
Disjuntor de 13kV MOLA SOMAG 85
Fonte: Autoria Própria
62

É possível observar que, no ponto de vista do Custo O&M, foi definido que disjuntores
com mecanismos de extinção Pneumáticos à Óleo, são mais caros em comparação com
mecanismos a Mola SF6.

3.2.7 TAXA DE FALHAS

O subcritério "taxa de falhas" segue o princípio "Quanto Maior, Pior" e baseia-se no


histórico de falhas dos disjuntores disponível no sistema da empresa. A partir disso, foi possível
obter a frequência com que cada disjuntor apresenta problemas ou falhas em seu desempenho
dentro de um período de análise de 5 anos.
O histórico da quantidade de falhas permite identificar tendências e padrões de
comportamento dos disjuntores. Isso auxilia na identificação de pontos fracos, áreas de maior
vulnerabilidade e possíveis melhorias nos processos de manutenção e operação. Além disso, a
taxa de falhas pode ser utilizada para comparar diferentes modelos ou fabricantes de disjuntores,
fornecendo insights valiosos para a seleção e aquisição de equipamentos mais confiáveis.
A partir da análise dos dados obtidos, foi definido um valor de 5 falhas dentro desse
período de 5 anos, posicionando o "joelho da curva" praticamente para uma falha por ano.

Quadro 9 - Valor Referência da Ponderação Taxa de Falhas


Impacto – Taxa de Falhas
Quantidade Referência de Falhas
5
Fonte: Autoria Própria

A função estabelecida para a curva é a seguinte, como mostrado na equação (18):

Equação 18
70
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = ( ) 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠, 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 ≤ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = 100 − ( ), 𝑆𝑒 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 > 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
{ 𝑄𝑛𝑡𝐹𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

Essa função expressa a quantidade de falhas de cada equipamento em função do valor


de referência definido como 5 falhas. A curva fica da seguinte maneira:
63

Figura 15 - Distribuição Variável Taxa de Falhas


Fonte: Autoria Própria

O "joelho da curva" fica localizado em 5 falhas e é possível ver imediatamente que


após esse ponto, a curva ganha o caráter exponencial com tendência a se aproximar ao valor
limite de 100. Com essa distribuição de valores ponderados, é possível classificar cada
equipamento individualmente através de seu histórico de falhas.

3.2.8 SENSIBILIDADE

O subcritério Sensibilidade é um critério que, embora não seja expresso em números,


ainda requer ponderação. Para realizar essa ponderação, sua avaliação foi baseada no
documento interno da empresa, que é utilizado para definir quais subestações são consideradas
críticas pela empresa.
A sensibilidade está relacionada aos impactos na mídia e está diretamente ligada aos
tipos de clientes que podem ser afetados em caso de falha do disjuntor, o que pode resultar na
interrupção do fornecimento de energia elétrica em uma determinada linha. Quando um
disjuntor falha, o fluxo de energia elétrica em uma linha específica é interrompido, afetando os
clientes conectados a essa linha. O impacto dessa interrupção pode ser maior em áreas
64

densamente populadas, em locais críticos, como hospitais, escolas, empresas, ou durante


períodos de alta demanda.
O documento da empresa classifica as subestações em três níveis de criticidade: Alta,
Média e Baixa. A distribuição dessa variável foi feita respeitando essa classificação, adotando
os valores ponderados de 70, 50 e 20, respectivamente. Dessa forma, é possível gerar os valores
ponderados para todas as subestações e relacioná-los aos equipamentos de acordo com seu local
de instalação. Um trecho da tabela obtida para ilustrar a ponderação está disposto abaixo:

Tabela 7 - Exemplo Ponderação Variável Sensibilidade


Impacto Sensibilidade (Cliente/Mídia)
SIGLA Ponderador
FLA 70
MEN 70
GOL 20
LOL 50
BRO 70
SUN 70
SEA 70
FLY 20
Fonte: Autoria Própria

Na tabela, é possível observar, por exemplo, que a subestação (SE) FLA possui um
nível de criticidade classificado como Alta, enquanto a SE GOL é classificada como criticidade
Baixa. Isso pode ser percebido através de seus valores ponderados, que refletem exatamente a
classificação obtida através da PTL mencionada anteriormente.

3.2.9 NÚMERO DE CLIENTES

Esse subcritério, do tipo "Quanto Maior, Pior", teve sua distribuição realizada com
base nas informações de número de clientes por subestação disponíveis em nossa base de dados,
permitindo uma relação direta com o equipamento. O número de clientes impactados é uma
medida importante para entender as consequências de uma falha no disjuntor. Quanto maior o
número de clientes conectados à linha, maior é o impacto e a magnitude da interrupção no
fornecimento de energia elétrica em caso de falha do equipamento. Uma falha que afeta muitos
clientes pode ter impactos significativos, tanto do ponto de vista operacional quanto econômico.
65

Após analisar as informações sobre a quantidade de clientes por subestação, foi


estabelecido um valor para o "joelho da curva" como sendo 70.000 clientes.

Quadro 10 - Valor Referência da Ponderação Número de Clientes


Impacto - Número de Clientes
Nº de Clientes por Disjuntor
70.000
Fonte: Autoria Própria

Com esse valor determinado, é possível gerar a distribuição da variável Número de


Clientes, que é definida pela seguinte equação (19):

Equação 19
70
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = ( ) 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠, 𝑆𝑒 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 ≤ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
100
𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = 100 − ( ) , 𝑆𝑒 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 > 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓
{ 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

Onde o 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑅𝑒𝑓 é o valor de referência definido acima, que são os 70 mil clientes
por disjuntor, relacionado ao 𝑁°𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 do equipamento para o qual será calculado o valor da
ponderação. A curva obtida a partir dessa função está representada abaixo com a distribuição
da variável.

Figura 16 - Distribuição Variável Número de Clientes


Fonte: Autoria Própria
66

É possível observar que os valores estão contidos dentro do intervalo delimitado, de


zero a 100, apresentando um comportamento linear crescente até atingir o valor estabelecido
para o joelho da curva. A partir desse ponto, a curva passa a ter um comportamento exponencial
que limita sua distribuição até o valor máximo de 100.

3.2.10 TEMPO DE REESTABELECIMENTO

O subcritério de Tempo de Reestabelecimento é mais um critério não expressado em


termos numéricos, mas que requer ponderação para contribuir para o cálculo do IRO. Ele
desempenha um papel fundamental na avaliação do impacto dos disjuntores de alta tensão, pois
envolve o período necessário para restabelecer o fornecimento de energia após uma falha ou
interrupção. Ao considerar o tempo de reestabelecimento, é essencial levar em conta o tipo de
pátio onde o disjuntor está localizado, bem como os níveis de tensão associados a esses
dispositivos. Avaliar o tempo de reestabelecimento levando em consideração o tipo de pátio e
os níveis de tensão permite compreender as restrições operacionais e as dificuld ades técnicas
envolvidas na restauração do fornecimento de energia.
Para ponderar essa variável, foram consideradas as situações específicas de cada
disjuntor em uma determinada subestação, levando em conta seu nível de tensão e o tipo de
pátio onde está instalado. As ponderações foram realizadas com a ajuda de especialistas
experientes em manutenção desses dispositivos em campo. Com base nessa expertise, os
valores foram distribuídos em quatro categorias, representando gradativamente o aumento do
tempo necessário para o reestabelecimento: 15, 35, 65 e 85. Assim como nos demais
subcritérios, quanto maior o valor da ponderação, mais crítica é a situação. Abaixo, é
apresentada uma parte da tabela com os valores ponderados.
67

Tabela 8 - Ponderação Variável Tempo de Reestabelecimento


Impacto - Tempo de Reestabelecimento
Subestação Tipo de Pátio de Manobra Categoria Poderador T. Reestabelecimento
FLA Convencional Aberta Disjuntor de 138 kV 15
FLA Convencional Aberta Disjuntor de 25 kV 15
FLA Convencional Aberta Disjuntor de 13,8 kV 15
MEN Convencional Aberta Disjuntor de 138 kV 35
MEN Convencional Aberta Disjuntor de 25 kV 35
GOL Convencional Aberta Disjuntor de 138 kV 15
GOL Convencional Aberta Disjuntor de 13,8 kV 15
SEA Convencional Aberta Disjuntor de 138 kV 15
SEA Convencional Aberta Disjuntor de 13,8 kV 15
LOL Convencional Aberta Disjuntor de 138 kV 35
LOL Convencional Aberta Disjuntor de 25 kV 35
LOL Convencional Aberta Disjuntor de 13,8 kV 15
Fonte: Autoria Própria

É possível ver que um disjuntor de 138 kV na subestação convencional aberta FLA,


por exemplo, demanda menos tempo para ser reestabelecido em comparação com um
dispositivo de mesmo nível de tensão em outra subestação convencional aberta, MEN. Isso
ocorre devido às características específicas de instalação em cada local, que podem dificultar a
operação e a manutenção do dispositivo em campo. Essa diferença destaca a importância da
experiência dos profissionais consultados para a ponderação dessa variável.

3.3 DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO AHP

Agora que já temos todos os critérios e subcritérios bem definidos com seus
respectivos valores ponderados, podemos seguir para o desenvolvimento do método AHP. O
método, que é uma técnica de tomada de decisão multicritério que permite estruturar e
quantificar as preferências e prioridades dos diferentes elementos de um problema complexo,
será aplicado separadamente para as variáveis de Perigo e Impacto.
O primeiro passo é criar uma matriz de comparação paritária para cada critério, na
qual os subcritérios serão comparados dois a dois em relação à sua importância relativa. Para
isso, utilizaremos a escala numérica de Saaty com valores de 1 a 9, em que 1 representa igual
importância e 9 representa extrema importância. Portanto, quanto maior for o valor definido,
maior a desigualdade de importância.
Por exemplo, na matriz de comparação paritária para o critério "Perigo", podemos
comparar o subcritério "Vida Útil" com o subcritério "Descargas Atmosféricas". Se
68

considerarmos que a "Vida Útil" é moderadamente mais importante que a " Descargas
Atmosféricas", podemos atribuir o valor 5 a essa comparação. Para a comparação inversa, ou
seja, " Descargas Atmosféricas" em relação a "Vida Útil" nós o valor também será o inverso
para respeitar o método, ficando o valor de 1/5. Em seguida, repetimos o processo para todas
as comparações paritárias entre os subcritérios.
Após preencher todas as matrizes de comparação paritária entre os subcritérios de
"Perigo" e "Impacto", o próximo passo é calcular os pesos relativos dos subcritérios. Para isso,
utilizaremos o método de normalização, no qual as colunas das matrizes são normalizadas pela
soma dos valores em cada coluna. Em seguida, calculamos a média das linhas das matrizes
normalizadas.
O resultado final será um vetor de pesos relativos para cada critério, representando a
importância relativa dos subcritérios dentro de cada critério. Esses pesos serão utilizados
posteriormente para desenvolver o índice de risco operacional dos disjuntores.
É importante ressaltar que a aplicação do método AHP requer uma análise cuidadosa
e é embasado a partir da participação de especialistas no domínio do problema. Além disso, é
necessário garantir a consistência das comparações realizadas, evitando inconsistências lógicas
ou subjetividades extremas.
Dessa forma, será gerado um indicador que reflete o risco operacional dos disjuntores
de alta tensão, considerando os diferentes critérios e subcritérios ponderados de acordo com sua
importância relativa.

3.3.1 AHP PERIGO

No desenvolvimento do método, serão consideradas todas as variáveis de perigo


previamente definidas e ponderadas, que incluem Vida Útil, Descargas Atmosféricas,
Violência, Mecanismos e Peças Sobressalentes. O processo de desenvolvimento envolverá uma
comparação paritária entre essas variáveis, utilizando uma matriz de comparação na qual será
aplicada a escala numérica de Saaty para estabelecer as relações entre os termos.
Após a comparação, a matriz será normalizada, permitindo assim o cálculo da
importância média das variáveis, ou seja, o peso relativo de cada subcritério. Em seguida, será
realizada uma análise da consistência dos resultados. Vale ressaltar que o método será
implementado utilizando o Excel, com base em referências confiáveis, como
69

(BUNRUAMKAEW, 2012), que é uma excelente fonte para esquematização e aplicação


eficiente do AHP (Analytic Hierarchy Process).

3.3.1.1 MATRIZ DE COMPARAÇÃO

O primeiro passo consiste em elaborar uma matriz de comparação paritária das


variáveis de perigo mencionadas anteriormente. Essa matriz é fundamental para estabelecer as
relações de importância entre essas variáveis. Na matriz de comparação paritária, cada variável
é comparada com as demais, duas a duas, utilizando a escala numérica de Saaty, que é uma
escala de preferência relativa.
A Matriz de Importância Comparativa entre os subcritérios de Perigo ficou da seguinte
forma:

Tabela 9 - Matriz de Importância Comparativa entre Subcritérios - AHP Perigo


Tabela de Importância Comparativa entre Critérios
Criterios Vida Útil Descargas Atm Violencia Mecanismos Sobressalentes
Vida Útil 1 7,000 3,000 1,000 1,000
Descargas Atm 0,143 1 0,143 0,200 0,200
Violencia 0,333 7,000 1 1,000 0,500
Mecanismos 1,000 5,000 1,000 1 1,000
Sobressalentes 1,000 5,000 2,000 1,000 1
Total 3,476 25,000 7,143 4,200 3,700
Fonte: Autoria Própria

Para garantir a consistência na matriz de comparação, observamos que a diagonal


principal sempre terá um valor unitário, pois representa a comparação direta de cada critério
consigo mesmo. Para preencher os demais campos da matriz, contamos com a colaboração de
engenheiros e técnicos altamente experientes na área, que auxiliaram na definição de valores
coerentes para as relações de importância entre os critérios, utilizando a escala numérica de
Saaty.
A título de exemplo, ao comparar o critério "Vida Útil" com "Violência", atribuiu-se
um valor de 3 na escala numérica. É importante ressaltar que esses valores foram obtidos de
forma cuidadosa e embasada, levando em consideração a expertise dos profissionais
consultados. A matriz de importância comparativa reflete, assim, as relações de importância
estabelecidas entre os critérios abordados.
70

Da equação (1), temos:

Equação 20
𝑎13 = 3

Essa comparação indica que o critério "Vida Útil" possui uma relevância maior do que
o critério "Violência" no contexto específico em que o método AHP está sendo desenvolvido.
Conforme definido pela equação (1), também sabemos que, ao realizar a comparação inversa
entre "Violência" e "Vida Útil", o valor é exatamente o inverso.

Equação 21
1
𝑎31 = = 0,333
3

Assim, preenchemos todos os campos da matriz, realizando a comparação paritária


entre todos os critérios. No entanto, é necessário normalizar essa matriz para prosseguir com o
método. A última linha da matriz representa o total, que é a soma dos valores atribuídos por
coluna. Esses valores são de extrema importância e serão utilizados para a normalização da
matriz. Por exemplo, o total calculado para a primeira coluna, como visto na equação (3), temos:

Equação 22
𝑠1 = 1 + 0,143 + 0,333 + 1 + 1

Equação 23
𝑠1 = 3,476

3.3.1.2 MATRIZ NORMALIZADA

Uma vez que as comparações paritárias tenham sido realizadas, é possível calcular a
matriz de preferências relativas, que reflete a importância relativa de cada variável em relação
às outras. Essa matriz é normalizada para garantir que as preferências estejam consistentes e
ponderadas corretamente.
A normalização da matriz é um passo crucial para obter resultados confiáveis. O
objetivo é ajustar os valores da matriz de preferências relativas de forma que a soma das colunas
seja igual a 1, refletindo a distribuição adequada das importâncias relativas.
71

Tabela 10 - Matriz Normalizada de Importância Comparativa Subcritérios - AHP Perigo


Tabela de Importância Comparativa entre Critérios [Normalizada]
Criterios Vida Útil Descargas Atm Violencia Mecanismos Sobressalentes
Vida Útil 0,288 0,280 0,420 0,238 0,270
Descargas Atm 0,041 0,040 0,020 0,048 0,054
Violencia 0,096 0,280 0,140 0,238 0,135
Mecanismos 0,288 0,200 0,140 0,238 0,270
Sobressalentes 0,288 0,200 0,280 0,238 0,270
Total 1 1 1 1 1
Fonte: Autoria Própria

Esse processo envolve dividir cada elemento da matriz de preferências relativas pelo
somatório dos valores de sua coluna correspondente. Dessa forma, cada valor na matriz
normalizada representa a proporção relativa da importância daquela variável em relação às
outras. Ou seja, da matriz comparação temos o valor de 𝑠1 . Esse valor será utilizado para
calcular os elementos da coluna normalizada “Vida Útil”, da seguinte forma, como visto
anteriormente na equação (5):

Equação 24
𝑎11
𝑥 11 =
𝑠1

Dessa forma, teremos o elemento 1x1 da matriz:

Equação 25
1
𝑥 11 = = 0,288
3,476

Reproduzindo o mesmo procedimento para os demais termos, obtemos a tabela acima.


Ela será matriz resultante com seus valores normalizados. É possível verificar pela equação (6)
que os valores foram normalizados observando que a soma de cada coluna agora é igual a 1,
confirmando a aplicação correta da metodologia até esse ponto.
A matriz normalizada permite que se obtenha pesos relativos para cada variável, que
serão utilizados nas etapas subsequentes do método AHP. Esses pesos são fundamentais para a
tomada de decisão, pois fornecem uma base quantitativa para comparar e avaliar as diferentes
variáveis de perigo em relação ao objetivo principal do estudo.
72

3.3.1.3 CÁLCULO DOS PESOS

O cálculo dos pesos utilizará agora os totais calculados por linha. A partir desses totais,
cada um desses valores será dividido pela quantidade de critérios presentes na matriz, ou seja,
o número de linhas.
Essa etapa é conhecida como normalização dos pesos e é fundamental para obter uma
distribuição adequada das importâncias relativas entre as variáveis. Dividindo cada total pelo
número de critérios, obtemos os pesos relativos de cada variável em relação ao conjunto
completo.
Da equação (8), temos, por exemplo, a soma da linha Vida Útil que será dividido pelo
número de critérios.

Equação 26
∑𝑛𝑗=1 𝑥 1𝑗
𝑤11 =
𝑛
Onde
𝑛 = 5 (𝑉𝑖𝑑𝑎 Ú𝑡𝑖𝑙, 𝐷𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝐴𝑡𝑚, 𝑉𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎, 𝑀𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜𝑠 𝑒 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠).

Com isso, temos:

Equação 27
𝑛

∑ 𝑥 1𝑗 = 0,288 + 0,280 + 0,420 + 0,238 + 0,270 = 1,


𝑗=1

A partir dos valores, aplicando-os na equação (25), obtemos o peso relativo a Vida
Útil.

Equação 28
1,496
𝑤11 = → 𝑤11 = 0,299
5

Aplicando esse método no Excel, obtemos a seguinte tabela com a importância média,
ou peso, de cada variável.
73

Tabela 11 - Matriz com Cálculo dos Pesos AHP Perigo


Tabela de Importância Comparativa entre Critérios [Normalizada]
Criterios Vida Útil Descargas Atm Violencia Mecanismos Sobressalentes Total Importância Média
Vida Útil 0,288 0,280 0,420 0,238 0,270 1,496 0,299
Descargas Atm 0,041 0,040 0,020 0,048 0,054 0,203 0,041
Violencia 0,096 0,280 0,140 0,238 0,135 0,889 0,178
Mecanismos 0,288 0,200 0,140 0,238 0,270 1,136 0,227
Sobressalentes 0,288 0,200 0,280 0,238 0,270 1,276 0,255
Fonte: Autoria Própria

Essa abordagem assegura que os pesos estejam devidamente ajustados e proporcionais


à quantidade de critérios envolvidos. Dessa forma, evita-se a predominância de algum critério
em detrimento dos demais, permitindo uma análise equilibrada e justa das variáveis de perigo.
Os pesos normalizados são utilizados nas etapas subsequentes do método AHP,
fornecendo uma base quantitativa confiável para a tomada de decisão. Eles refletem a
importância relativa de cada variável dentro do conjunto de critérios avaliados. Ao dividir os
totais pelos números de critérios, garantimos uma distribuição justa e coerente dos pesos,
possibilitando uma análise precisa e consistente das variáveis de perigo em relação ao objetivo
principal do estudo.
A normalização dos pesos proporciona uma interpretação adequada dos resultados e
contribui para uma tomada de decisão fundamentada no contexto do método AHP.

3.3.1.4 COERÊNCIA LÓGICA

O próximo passo no processo é realizar uma análise para verificar a coerência lógica
do método que foi aplicado. Essa etapa é importante para garantir que as comparações
realizadas sejam consistentes e confiáveis.
A partir da Tabela 1 onde temos o Índice de Inconsistência Aleatória, e sabendo que
nosso número de termos é igual a cinco, definimos o nosso Índice Aleatório (RI) como 1,12.
Então:

Equação 29
𝑅𝐼 = 1,12

Após obter o valor para o índice aleatório, o próximo passo é calcular o Índice de
Consistência (CI). Para isso, devem ser calculadas as Medidas de Consistência que são os
74

valores referentes a cada termo. Portanto, a partir da equação (11) obtemos a tabela com as
medidas de consistência para cada critério:

Tabela 12 - Medidas de Consistência AHP Perigo


Medida de Consistencia
Criterios Vida Útil Descargas Atm Violencia Mecanismos Sobressalentes Total Importância Média Medida de Consistencia
Vida Útil 1 7,000 3,000 1,000 1,000 1,496 0,299 5,344
Descargas Atm 0,143 1 0,143 0,200 0,200 0,203 0,041 5,060
Violencia 0,333 7,000 1 1,000 0,500 0,889 0,178 5,153
Mecanismos 1,000 5,000 1,000 1 1,000 1,136 0,227 5,115
Sobressalentes 1,000 5,000 2,000 1,000 1 1,276 0,255 5,251
Total 3,476 25,000 7,143 4,200 3,700

Fonte: Autoria Própria

Com as medidas de consistência calculadas, é possível obter o valor do Índice de


Consistência através das equações (9) e (10). Aplicando o método, temos que:

Equação 30
𝐶𝐼 = 0,05

A partir de CI, é possível calcular a Taxa de Consistência, que é definida pela equação
(12), onde temos:

Equação 31
0,05
𝐶𝑅 =
1,12

Os valores obtidos estão apresentados no quadro abaixo:

Quadro 11 - Valores CI, RI e CR - AHP Perigo

Indice de Consistencia (CI) 0,05


Indice Aleatorio (RI) 1,12
Taxa de Consistencia (CR) 0,04 OBS.: Tem que ser <= 0,1

Fonte: Autoria Própria

Através de (SAATY; VARGAS, 2006) sabemos que caso 𝐶𝑅 ≤ 0,1, considera-se


que a matriz de comparação de pares é aceitavelmente consistente. Caso contrário, se CR > 0,1,
a matriz de comparação de pares seria considerada inconsistente, e seria necessário revisar as
75

comparações pareadas. Portanto, com o resultado obtido, vemos que o valor encontrado para
Taxa de Consistência está dentro do esperado.
Uma vez que a coerência lógica seja verificada e os valores sejam considerados
aceitáveis, os pesos calculados podem ser utilizados para prosseguir com a análise e tomada de
decisões dentro do contexto do seu trabalho de conclusão de curso.

3.3.1.5 PESOS FINAIS

Os pesos obtidos para o AHP de Perigo estão dispostos no quadro abaixo.

Quadro 12 - Pesos AHP Perigo


Perigo - Pesos
Ponderador Peso Ranking de Importância
Vida Útil 0,299 1º
Sobressalentes 0,255 2º
Mecanismos 0,227 3º
Violencia 0,178 4º
Descargas Atm 0,041 5º
Soma dos Pesos 1,000
Fonte: Autoria Própria

A partir dos resultados apresentados no quadro 12, podemos observar o ranking de


importância dos subcritérios de Perigo. Esse ranking reflete o nível de relevância dos
subcritérios para o estudo do IRO de Disjuntores de Subestações de Alta Tensão. A variável
Vida Útil se destaca como o subcritério mais importante, com o maior peso atribuído. Em
sequência, observamos os subcritérios de Peças Sobressalentes e Mecanismos de Extinção,
cujos pesos não apresentam uma diferença significativa. Por fim, encontramos as variáveis de
Violência e Descarga Atmosférica ocupando o quarto e o quinto lugar, respectivamente, com
pesos menores em relação aos demais subcritérios. Essa hierarquia de importância contribui
para uma melhor compreensão dos fatores-chave referentes a Perigo que influenciam o IRO
dos disjuntores de subestações de alta tensão.
76

3.3.2 AHP IMPACTO

No processo de desenvolvimento do método, todas as variáveis de impacto


previamente definidas e ponderadas serão consideradas. Essas variáveis incluem o Custo de
O&M, Tempo de Reestabelecimento, Sensibilidade, Número de Clientes e Taxa de Falhas. O
procedimento adotado para o cálculo do AHP de Impacto seguirá o mesmo padrão utilizado
para o AHP de Perigo. Inicialmente, será realizada a matriz de comparação, seguida pela
normalização da matriz, o cálculo das importâncias médias e, por fim, a análise da consistência
dos resultados, visando obter os pesos correspondentes a cada variável de Impacto. Assim como
na etapa anterior, a implementação do método será realizada utilizando o Microsoft Excel, que
facilita a organização e os cálculos necessários para o processo de tomada de decisão.

3.3.2.1 MATRIZ DE COMPARAÇÃO

Repetindo o processo realizado para o AHP de Perigo, nosso primeiro passo consiste
em elaborar uma matriz de comparação paritária das variáveis de impacto mencionadas
anteriormente. A Matriz de Importância Comparativa entre os subcritérios de Impacto está
apresentada na tabela 13 abaixo:

Tabela 13 - Matriz de Importância Comparativa entre Subcritérios - AHP Impacto


Tabela de Importância Comparativa entre Critérios
Criterios Custo O&M Tempo Reestab. Sensibilidade Nº de Clientes Taxa de Falhas
Custo O&M 1 7,000 3,000 2,000 1,000
Tempo Reestab. 0,143 1 0,143 0,200 0,200
Sensibilidade 0,333 7,000 1 1,000 1,000
Nº de Clientes 0,500 5,000 1,000 1 0,500
Taxa de Falhas 1,000 5,000 1,000 2,000 1
Total 2,976 25,000 6,143 6,200 3,700
Fonte: Autoria Própria

Da mesma forma, como visto no item 6.1.1., observamos que a diagonal principal
possui valor unitário, pois representa a comparação direta de cada critério consigo mesmo. Os
demais termos são referentes às comparações paritárias entre os termos da matriz, sendo eles
os subcritérios de Impacto.
77

3.3.2.2 MATRIZ NORMALIZADA

Uma vez que as comparações paritárias tenham sido realizadas, é possível calcular a
matriz de preferências relativas, que reflete a importância relativa de cada variável em relação
às outras. Essa matriz é normalizada para garantir que as preferências estejam consistentes e
ponderadas corretamente.

Tabela 14- Matriz Normalizada de Importância Comparativa Subcritérios - AHP Impacto


Tabela de Importância Comparativa entre Critérios [Normalizada]
Criterios Custo O&M Tempo Reestab. Sensibilidade Nº de Clientes Taxa de Falhas
Custo O&M 0,336 0,280 0,488 0,323 0,270
Tempo Reestab. 0,048 0,040 0,023 0,032 0,054
Sensibilidade 0,112 0,280 0,163 0,161 0,270
Nº de Clientes 0,168 0,200 0,163 0,161 0,135
Taxa de Falhas 0,336 0,200 0,163 0,323 0,270
Total 1 1 1 1 1
Fonte: Autoria Própria

Esse processo envolve dividir cada elemento da matriz de preferências relativas pelo
somatório dos valores de sua coluna correspondente. Dessa forma, cada valor na matriz
normalizada representa a proporção relativa da importância daquela variável em relação às
outras. A matriz normalizada permite que se obtenha pesos relativos para cada variável, que
serão utilizados nas etapas subsequentes do método AHP. Esses pesos são fundamentais para a
tomada de decisão, pois fornecem uma base quantitativa para comparar e avaliar as diferentes
variáveis de perigo em relação ao objetivo principal do estudo.

3.3.2.3 CÁLCULO DOS PESOS

Essa etapa é conhecida como normalização dos pesos e é fundamental para obter uma
distribuição adequada das importâncias relativas entre as variáveis. Dividindo cada total pelo
número de critérios, obtemos os pesos relativos de cada variável em relação ao conjunto
completo. Seguindo os passos do item 6.1.3. obtemos a seguinte tabela com as importâncias
médias:
78

Tabela 15 - Matriz com Cálculo dos Pesos AHP Impacto


Tabela de Importância Comparativa entre Critérios [Normalizada]
Criterios Custo O&M Tempo Reestab. Sensibilidade Nº de Clientes Taxa de Falhas Total Importância Média
Custo O&M 0,336 0,280 0,488 0,323 0,270 1,697 0,339
Tempo Reestab. 0,048 0,040 0,023 0,032 0,054 0,198 0,040
Sensibilidade 0,112 0,280 0,163 0,161 0,270 0,986 0,197
Nº de Clientes 0,168 0,200 0,163 0,161 0,135 0,827 0,165
Taxa de Falhas 0,336 0,200 0,163 0,323 0,270 1,292 0,258
Fonte: Autoria Própria

Os pesos normalizados são utilizados nas etapas subsequentes do método AHP,


fornecendo uma base quantitativa confiável para a tomada de decisão. Eles refletem a
importância relativa de cada variável dentro do conjunto de critérios avaliados.

3.3.2.4 COERÊNCIA LÓGICA

O último passo no processo é realizar a análise para verificar a coerência lógica do


método que foi aplicado. Essa etapa é importante para garantir que as comparações realizadas
sejam consistentes e confiáveis.
Assim como para o AHP de Perigo, estamos trabalhando com o mesmo número de
termos, ou seja, 5. Dessa forma, pela tabela 1, temos que nosso Índice Aleatório será novamente
igual a 1,12.
O próximo passo é calcular as Medidas de Consistência, que estão apresentadas na
tabela abaixo:

Tabela 16 - Medidas de Consistência AHP Impacto


Medida de Consistencia
Criterios Custo O&M Tempo Reestab. Sensibilidade Nº de Clientes Taxa de Falhas Total Importância Média Medida de Consistencia
Custo O&M 1 7,000 3,000 2,000 1,000 1,697 0,339 5,294
Tempo Reestab. 0,143 1 0,143 0,200 0,200 0,198 0,040 5,085
Sensibilidade 0,333 7,000 1 1,000 1,000 0,986 0,197 5,124
Nº de Clientes 0,500 5,000 1,000 1 0,500 0,827 0,165 5,193
Taxa de Falhas 1,000 5,000 1,000 2,000 1 1,292 0,258 5,123
Total 2,976 25,000 6,143 6,200 3,700

Fonte: Autoria Própria

Com a coluna de medidas de consistência calculadas, é possível obter o valor do Índice de


Consistência. Aplicando o mesmo método desenvolvido anteriormente, temos o quadro abaixo
contendo os resultados:
79

Quadro 13 - Valores CI, RI e CR - AHP Impacto

Indice de Consistencia (CI) 0,04


Indice Aleatorio (RI) 1,12
Taxa de Consistencia (CR) 0,04 OBS.: Tem que ser <= 0,1

Fonte: Autoria Própria

Sabe-se por (SAATY; VARGAS, 2006) que se caso o 𝐶𝑅 ≤ 0,1, considera-se que a
matriz de comparação de pares é aceitavelmente consistente. Portanto, uma vez que a coerência
lógica seja verificada e os valores sejam considerados aceitáveis, os pesos calculados podem
ser utilizados para prosseguir com a análise.

3.3.2.5 PESOS FINAIS

Os pesos obtidos para o AHP de Impacto estão dispostos no quadro abaixo.

Quadro 14 - Pesos AHP Impacto


Impacto - Pesos
Ponderador Peso Ranking de Importância
Custo O&M 0,339 1º
Taxa de Falhas 0,258 2º
Sensibilidade 0,197 3º
Nº de Clientes 0,165 4º
Tempo Reestab. 0,040 5º
Soma dos Pesos 1,000
Fonte: Autoria Própria

Com base nos resultados apresentados na Tabela 14, podemos analisar o ranking de
importância dos subcritérios de Impacto. Esse ranking reflete o grau de relevância desses
subcritérios no contexto do estudo do IRO de Disjuntores de Subestações de Alta Tensão. O
subcritério de Custo O&M surge como o mais significativo, recebendo o peso mais elevado
entre todos os subcritérios. Em seguida, temos o subcritério de Taxa de Falhas, que também
possui um peso considerável. Posteriormente, observamos os subcritérios de Sensibilidade e
Número de Clientes, que possuem pesos bastante próximos. Por fim, encontramos o subcritério
de Tempo de Reestabelecimento, que apresenta o menor peso em relação aos demais,
80

representando apenas 4% do peso total. Essa hierarquia de importância contribui para uma
melhor compreensão dos fatores-chave referentes a Impacto que influenciam o IRO dos
disjuntores de subestações de alta tensão.

3.4 CÁLCULO DO ÍNDICE DE RISCO OPERACIONAL

Agora que todos os critérios e subcritérios foram devidamente definidos, com seus
valores ponderados e pesos associados, estamos prontos para avançar com o desenvolvimento
do Índice de Risco Operacional (IRO) dos Disjuntores. O cálculo do IRO será realizado
individualmente para cada equipamento, levando em consideração suas características
específicas, como idade, tipo de mecanismo de extinção, local de instalação, taxa de falhas,
número de clientes, dentre outros aspectos já mencionados anteriormente. Nossa base de dados
contém todas as informações necessárias para relacionar cada equipamento aos subcritérios de
Perigo e Impacto.
Conforme discutido na seção 4.2, o IRO estabelece a conexão entre os critérios de
Perigo e Impacto por meio da equação (13), considerando que cada critério é composto por seus
respectivos subcritérios. A Figura abaixo ilustra a associação dos critérios e subcritérios no
desenvolvimento do IRO:
81

Figura 17 - Variáveis do IRO

IRO

Perigo Impacto

Vida Útil Taxa de Falhas

Complexidade de
Custo O&M
Mecanismo

Quantidade de Sensibilidade
Sobressalentes Cliente/Mídia

Violência Nº de Clientes

Tempo de
Descargas Atm.
Reestabelecimento

Fonte: Autoria Própria

Podemos observar na Figura 17 que o Índice de Risco Operacional (IRO) é composto


por duas parcelas independentes: Perigo e Impacto, cada uma delas representada pelos seus
respectivos subcritérios ponderados. Conforme discutido anteriormente, o cálculo final do IRO
é realizado pela aplicação da equação (13), que consiste na raiz quadrada da soma dos
quadrados dos termos: 𝐼𝑅𝑂 = √𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜2 + 𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 2 . Por sua vez, Perigo e Impacto serão a
soma da multiplicação de seus pesos por seus ponderadores, tudo isso dividido pela soma dos
pesos, como mostrado abaixo nas equações (32) e (33).
82

Equação 32

𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜 = {(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑣𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 )


+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑚𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑣𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑣𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑠 𝑎𝑡𝑚 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑚 )}
(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑣𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 + 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜 + 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
+𝑃𝑒𝑠𝑜𝑣𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 + 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑚 )

Equação 33

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 = {(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 )


+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑂&𝑀 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑂&𝑀 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑐𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑐𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑟𝑒𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑟𝑒𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 )}
(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 + 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑂&𝑀 + 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
+𝑃𝑒𝑠𝑜𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑐𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 + 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑟𝑒𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 )
83

Como sabemos que a soma dos pesos é sempre igual a um, podemos simplificar as
equações da seguinte forma:

Equação 34

𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜 = {(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑣𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 )


+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑚𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑣𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑣𝑖𝑜𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑠 𝑎𝑡𝑚 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑚 )}


Equação 35

𝐼𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑜 = {(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 )


+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑂&𝑀 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑂&𝑀 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑐𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑐𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 )
+ (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑟𝑒𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 𝑥𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑟𝑒𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 )}

Com base nas equações (34) e (35), foi possível calcular os valores de Perigo e Impacto
para todos os equipamentos presentes em nossa base de dados, utilizando o software Excel. Em
seguida, aplicamos esses resultados na equação (13) para obter os valores de Índice de Risco
Operacional (IRO). É importante destacar que o valor do IRO sempre estará compreendido
entre zero e 100, devido às normalizações e ponderações realizadas durante o processo de
cálculo até este ponto.
84

A tabela a seguir apresenta um exemplo do cálculo realizado para quatro equipamentos


específicos de nossa base de disjuntores, demonstrando os respectivos valores de Perigo,
Impacto e IRO, além da classificação do mundo onde estão inseridos:

Tabela 17 - Exemplo de Cálculo IRO

Fonte: Autoria Própria

Quadro 15 - Escala de Classificação dos Mundos IRO

Fonte: Autoria Própria

Com base no Quadro 15, podemos observar a classificação dos mundos de acordo com
os valores do IRO, sendo eles: 0 ≤ 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼 < 25 ≤ 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼𝐼 < 50 ≤ 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼𝐼𝐼 < 75 ≤
𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝐼𝑉. Essa classificação confirma o significado dos mundos apresentado na seção 4.2.,
onde à medida que o Índice de Risco Operacional aumenta, a criticidade operacional também.
Na Tabela 17, foram realizados os cálculos de Perigo, Impacto, IRO e a definição do
mundo para quatro disjuntores de 25 kV presentes em subestações convencionais abertas.
Devido às diferenças nas características dos equipamentos, os valores de Perigo e Impacto
resultaram em diferentes valores de IRO para cada um deles. Se tivéssemos interesse em
classificar esses quatro equipamentos por ordem de criticidade, a ordem seria a seguinte: 1°
85

lugar - TDJ001748, 2° lugar - TDJ000239, 3° lugar - 1110004041 e 4° lugar - 1110002817,


sendo o primeiro equipamento o mais crítico, pertencente ao Mundo IV e o último o menos
crítico. Esses valores de IRO exemplificam como o cálculo foi aplicado aos equipamentos
individuais, considerando os subcritérios de Perigo e Impacto, e ilustram a variação dos
resultados obtidos. Cada equipamento recebe um valor de IRO que reflete o seu nível de risco
operacional, permitindo uma análise comparativa e uma visão geral da situação dos disjuntores
em relação aos seus riscos.

4 RESULTADOS E ANÁLISES

Os resultados obtidos durante a aplicação do Índice de Risco Operacional (IRO) aos


disjuntores de subestações de alta tensão foram bastante satisfatórios, atendendo às expectativas
estabelecidas. O IRO foi calculado para cada um dos 3662 equipamentos presentes em nossa
base de dados, contemplando disjuntores de 13 kV, 25 kV e 138 kV localizados nas subestações
do Rio de Janeiro.
A partir dos resultados obtidos, torna-se possível realizar diversas análises e aplicá-las
no contexto do planejamento de manutenções preventivas. Uma dessas análises é a construção
de um gráfico de dispersão, no qual o eixo X é representado pelo Perigo e o eixo Y pelo Impacto.
Cada equipamento é representado por um ponto nesse plano cartesiano, com seu respectivo
valor de IRO. Essa representação visual permite identificar a relação entre o Perigo e o Impacto
para cada equipamento e auxilia na compreensão dos níveis de risco operacional.
Além disso, é possível montar um painel no Power BI, por exemplo, com todos os
equipamentos listados juntamente com seus valores de Perigo, Impacto e IRO, organizados em
ordem de criticidade, além do gráfico de dispersão contendo todos os equipamentos
classificados por mundo. Esse painel fornece uma visão geral e fácil de entender sobre a
situação dos disjuntores, permitindo identificar rapidamente quais equipamentos apresentam
maiores riscos e necessitam de atenção prioritária.
Essas análises visuais são ferramentas poderosas para auxiliar na tomada de decisões
estratégicas relacionadas ao planejamento de manutenções preventivas, permitindo alocar
recursos de forma mais eficiente e priorizar as ações necessárias para reduzir os riscos
operacionais dos disjuntores.
86

4.1 PAINEL DE RESULTADOS EM POWER BI

Um dos destaques deste estudo é o desenvolvimento de um painel interativo no Power


BI, com o objetivo de fornecer uma visualização clara e intuitiva dos resultados obtidos. Esse
painel é uma ferramenta essencial para auxiliar na interpretação dos dados e embasar o
planejamento de manutenções preventivas, permitindo uma tomada de decisão mais informada
e eficiente.
O painel foi elaborado com base nas informações do Índice de Risco Operacional
(IRO) dos disjuntores, que refletem o nível de risco associado a cada equipamento. Ele oferece
uma visão abrangente e consolidada dos resultados, permitindo uma análise rápida e detalhada
das informações.
Na Figura 18, apresentada abaixo, é possível observar o layout do painel desenvolvido.
O painel é composto por diversas seções que fornecem informações relevantes sobre os
disjuntores, como a classificação de risco, os valores de Perigo, Impacto e IRO de cada
equipamento e a priorização de necessidades de manutenção. Além disso, gráficos e tabelas
interativas estão disponíveis para uma análise mais aprofundada d os dados.

Figura 18 - Power BI IRO Disjuntores de Alta Tensão


Fonte: Autoria Própria
87

Através desse painel, os gestores e profissionais responsáveis pela manutenção podem


acessar informações de forma simples e visualmente atraente, facilitando a identificação de
equipamentos com maior risco operacional e que requerem atenção prioritária. Dessa forma, é
possível otimizar o planejamento das manutenções preventivas, alocar recursos de maneira
mais eficiente e garantir a segurança e confiabilidade do sistema elétrico como um todo.
A utilização do Power BI como ferramenta de visualização dos resultados permite uma
interação dinâmica e personalizada com os dados, possibilitando uma análise mais precisa e
contextualizada. Com isso, os tomadores de decisão têm acesso a informações atualizadas e
relevantes para embasar suas escolhas estratégicas. Nesse painel é possível filtrar os disjuntores
por nível de tensão, vida útil ultrapassada, por subestação, tipo de mecanismo de extinção de
arco, dentre outras coisas que possam vir a interessar para realização de análises.
Na Figura 19, apresentada abaixo, é fornecido um exemplo prático da aplicação de
filtros no painel. Nesse caso específico, deseja-se obter os disjuntores de 13,8 kV que ainda não
ultrapassaram a vida útil e possuem mecanismo de extinção do tipo mola vácuo. O resultado da
aplicação desses filtros resultou em uma lista de 2113 equipamentos que atendem a essas
características específicas.

Figura 19 - Exemplo de Filtros Aplicados ao Painel Power BI de IRO


Fonte: Autoria Própria
88

Uma funcionalidade interessante do painel é a capacidade de obter informações


adicionais ao passar o mouse sobre um ponto no gráfico. Ao fazer isso, é possível visualizar
detalhes sobre o equipamento específico, como seu identificador e suas características. Isso
facilita a identificação precisa de um equipamento de interesse dentro do conjunto de dados.
Na Figura 20, mostrada abaixo, é apresentado o gráfico sem filtros aplicados,
permitindo uma visualização mais abrangente. Nesse gráfico, é possível observar os pontos
representando os equipamentos no plano cartesiano, onde o eixo X representa o Perigo e o eixo
Y representa o Impacto. A delimitação dos mundos é feita de acordo com o Quadro 15, que foi
apresentado anteriormente. Conforme discutido, quanto maior o mundo, maiores são os valores
de perigo e impacto, refletindo um maior valor para o IRO.

Figura 20 - Gráfico Power BI IRO


Fonte: Autoria Própria

Através da representação visual nesse gráfico, é possível identificar a relação entre o


Perigo e o Impacto para cada equipamento. Os pontos podem estar distribuídos em diferentes
mundos, refletindo diferentes níveis de risco operacional. Essa visualização auxilia na
compreensão dos níveis de risco e na identificação dos equipamentos que apresentam maiores
riscos e necessitam de atenção prioritária.
89

Além do gráfico interativo, o painel também disponibiliza uma tabela que pode ser
expandida para visualização completa. Essa tabela contém os equipamentos ordenados por
Índice de Risco Operacional (IRO), permitindo o acesso à listagem detalhada dos disjuntores
de acordo com sua criticidade. Essa funcionalidade é particularmente útil para realizar uma
análise mais detalhada e tomar decisões estratégicas, direcionando o foco para os equipamentos
que requerem atenção prioritária.
Na Figura 21, apresentada abaixo, é possível visualizar a tabela sem filtros aplicados
expandida conforme mencionado. A tabela apresenta informações relevantes sobre cada
equipamento, como identificação, características técnicas desejadas, valores de Perigo, Impacto
e o respectivo Índice de Risco Operacional. Essa visão tabular permite uma análise mais
minuciosa e a possibilidade de filtrar e ordenar os equipamentos com base em diferentes
critérios, facilitando a identificação dos disjuntores mais críticos e auxiliando na definição de
estratégias de manutenção preventiva.

Figura 21 -Exemplo da Expansão da Tabela do Painel Power BI de IRO


Fonte: Autoria Própria
90

A tabela expandida é uma ferramenta adicional que proporciona uma visão completa
e detalhada dos equipamentos, complementando as informações apresentadas no gráfico de
dispersão. Com essa funcionalidade, é possível examinar individualmente cada equipamento e
suas características específicas, proporcionando um entendimento aprofundado dos riscos
operacionais e permitindo uma tomada de decisão embasada e direcionada aos equipamentos
mais críticos.
O painel desenvolvido no Power BI é um recurso poderoso que potencializa a
aplicação dos resultados deste estudo, fornecendo uma interface intuitiva e amigável para a
análise dos dados do Índice de Risco Operacional dos Disjuntores.

4.2 APLICAÇÃO NO PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÕES PREVENTIVAS

A aplicação do Índice de Risco Operacional (IRO) dos disjuntores no planejamento de


manutenções preventivas é uma etapa essencial para garantir a confiabilidade e a
disponibilidade do sistema elétrico. Com base nos resultados obtidos, é possível direcionar os
recursos e esforços de manutenção de forma mais eficiente, priorizando os equipamentos mais
críticos e reduzindo os riscos operacionais.
Neste capítulo, discutiremos a aplicação prática do IRO no planejamento de
manutenções preventivas, destacando os benefícios e as considerações importantes a serem
feitas durante o processo.

4.2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PRIORITÁRIOS

A partir dos valores de IRO calculados para cada equipamento, é possível identificar
os disjuntores que apresentam maior criticidade e, portanto, requerem atenção prioritária. Essa
análise permite uma seleção mais precisa dos equipamentos que devem ser incluídos no plano
de manutenções preventivas, garantindo que os recursos sejam direcionados de maneira
eficiente.
91

4.2.2 DEFINIÇÃO DAS AÇÕES DE MANUTENÇÃO

Com base nos resultados do IRO, é possível determinar as ações de manutenção mais
adequadas para cada equipamento. Os equipamentos com IRO mais elevado podem exigir
intervenções mais frequentes ou a substituição de componentes críticos, visando minimizar os
riscos de falha. Por outro lado, equipamentos com IRO mais baixo podem ser direcionados para
ações de manutenção menos frequentes ou com menor impacto, otimizando o uso dos recursos
disponíveis.

4.2.3 PRIORIORIZAÇÃO DE RECURSOS E ALOCAÇÃO DE EQUIPES

O uso do IRO no planejamento de manutenções preventivas também permite a


priorização de recursos e a alocação de equipes de forma mais eficiente. Com a identificação
dos equipamentos mais críticos, é possível direcionar recursos financeiros, materiais e humanos
para as tarefas que trarão o maior impacto na redução dos riscos operacionais. Isso auxilia na
otimização dos recursos disponíveis e na maximização da eficácia das atividades de
manutenção.

4.2.4 MONITORAMENTO CONTÍNUO E REVISÃO DO PLANO DE


MANUTENÇÃO

O IRO também proporciona uma base sólida para o monitoramento contínuo dos
equipamentos e a revisão periódica do plano de manutenção. À medida que novos dados e
informações são coletados ao longo do tempo, é possível atualizar os valores de IRO e reavaliar
a criticidade dos equipamentos. Isso garante que o plano de manutenção seja adaptado às
mudanças nas condições operacionais e que as ações de manutenção sejam sempre direcionadas
aos equipamentos mais relevantes.
92

4.2.5 BENEFÍCIOS DO USO DO IRO NO PLANEJAMENTO DE MANUTENÇÕES


PREVENTIVAS

O uso do IRO no planejamento de manutenções preventivas traz uma série de


benefícios significativos. Alguns dos principais benefícios incluem:

▪ Melhor alocação de recursos: O IRO permite uma alocação mais eficiente de


recursos financeiros, materiais e humanos, direcionando-os para os
equipamentos de maior criticidade e reduzindo o desperdício de recursos em
equipamentos de menor relevância.
▪ Maior confiabilidade do sistema: Ao priorizar os equipamentos mais críticos
com base no IRO, é possível reduzir os riscos operacionais e aumentar a
confiabilidade do sistema elétrico como um todo. Isso resulta em menor
incidência de falhas e interrupções no fornecimento de energia.
▪ Redução de custos: A aplicação adequada do IRO no planejamento de
manutenções preventivas pode resultar em uma redução significativa nos
custos de manutenção. Ao concentrar os esforços e recursos nas áreas mais
críticas, é possível evitar intervenções desnecessárias em equipamentos de
menor relevância, otimizando os gastos com manutenção.
▪ Aumento da segurança: O IRO auxilia na identificação e mitigação dos riscos
operacionais, contribuindo para a segurança dos operadores e do sistema
elétrico como um todo. As ações preventivas direcionadas aos equipamentos
de maior criticidade ajudam a prevenir incidentes e garantir um ambiente de
trabalho mais seguro.
▪ Aprimoramento da gestão de ativos: O uso do IRO no planejamento de
manutenções preventivas contribui para uma gestão mais eficiente dos ativos
elétricos. Ao monitorar constantemente o desempenho dos equipamentos e
atualizar o plano de manutenção com base nos valores de IRO, é possível
prolongar a vida útil dos ativos, minimizar os custos de substituição e
maximizar o retorno sobre o investimento.
93

Em resumo, a aplicação do IRO no planejamento de manutenções preventivas traz uma


série de benefícios significativos, incluindo melhor alocação de recursos, aumento da
confiabilidade do sistema, redução de custos, maior segurança e aprimoramento da gestão de
ativos. Essa abordagem baseada em dados e critérios objetivos permite uma tomada de decisão
mais embasada e eficiente, garantindo a operação segura e confiável das subestações de alta
tensão.

5 CONCLUSÕES

O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um Índice de Risco Operacional


(IRO) para os disjuntores de subestações de alta tensão, com o intuito de auxiliar no
planejamento de manutenções preventivas e na gestão eficiente dos riscos operacionais.
Ao longo deste estudo, foram abordados os principais critérios de perigo e impacto
relacionados aos disjuntores, levando em consideração variáveis como vida útil, mecanismos
de extinção, sensibilidade, número de clientes, custo de O&M, taxa de falhas, entre outros. Por
meio da aplicação do Método de Análise Hierárquica (AHP) e de uma cuidadosa ponderação
das variáveis, foi possível calcular o IRO de cada equipamento, refletindo seu nível de
criticidade e risco operacional.
Os resultados obtidos foram satisfatórios, proporcionando uma visão abrangente e
precisa dos equipamentos em termos de risco operacional. Através do gráfico de dispersão e do
painel desenvolvido no Power BI, foi possível visualizar e interpretar de forma clara as relações
entre o perigo, o impacto e o IRO de cada equipamento. Essas análises visuais e o acesso à
tabela expandida permitiram identificar os equipamentos prioritários e para direcionar as ações
de manutenção de forma eficiente.
A aplicação do IRO no planejamento de manutenções preventivas pode ser uma
ferramenta bem útil para gestão de riscos, incluindo a melhor alocação de recursos, a redução
dos riscos operacionais, o aumento da confiabilidade do sistema elétrico, a redução de custos e
a melhoria da segurança.
É importante ressaltar que este trabalho oferece uma base sólida e embasada para o
planejamento de manutenções preventivas, porém, é fundamental considerar a expertise dos
profissionais responsáveis pela tomada de decisões, bem como a necessidade de atualização
dos dados e a revisão constante do processo.
94

Em suma, a aplicação do IRO nos disjuntores de subestações de alta tensão


proporciona uma abordagem mais eficiente e direcionada para o gerenciamento dos riscos
operacionais. Ao priorizar os equipamentos mais críticos, otimizar os recursos disponíveis e
realizar ações preventivas adequadas, é possível garantir a confiabilidade, a disponibilidade e a
segurança do sistema elétrico, contribuindo para o bom funcionamento das subestações e o
fornecimento contínuo de energia elétrica.
95

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