Você está na página 1de 75

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

LARISA ALVES GOMES

ANÁLISE DE ARRANJOS DE BARRAMENTOS DE SUBESTAÇÕES DE


DISTRIBUIÇÃO, TRANSMISSÃO E INDUSTRIAL

NITERÓI
2023
LARISA ALVES GOMES

ANÁLISE DE ARRANJOS DE BARRAMENTOS DE SUBESTAÇÕES DE


DISTRIBUIÇÃO, TRANSMISSÃO E INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Corpo Docente do Departamento de
Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da
Universidade Federal Fluminense, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título
de Engenheira Eletricista.

Orientador:
Prof. Dr. Paulo Roberto Duailibe Monteiro

Niterói, RJ
2023
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
LARISA ALVES GOMES

ANÁLISE DE ARRANJOS DE BARRAMENTOS DE SUBESTAÇÕES DE


DISTRIBUIÇÃO, TRANSMISSÃO E INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Corpo Docente do Departamento de
Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia
da Universidade Federal Fluminense, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheira(o) Eletricista.

Aprovado em 06 de dezembro de 2023, com nota 9,6 (nove, seis), pela banca examinadora.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Roberto Duailibe Monteiro (Orientador)
Universidade Federal Fluminense (UFF)

________________________________________________
Prof. Me. Carlos Henriques V. R. Oliveira
Universidade Federal Fluminense (UFF)

________________________________________________
Prof. Dr. Thiago Trezza Borges
Universidade Federal Fluminense (UFF)

Niterói, RJ
2023
À minha família, cujo apoio incondicional
esteve presente em todos os momentos difíceis
da minha trajetória acadêmica.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre presente em minha vida,


proporcionando-me a força e fé necessárias para alcançar meus objetivos.
À minha mãe, Fabiola, que esteve sempre ao meu lado com paciência, me ouvindo e
constantemente torcendo por mim;
Ao meu pai, Maciel, que não só me ensinou matemática, mas também me apresentou
ao mundo da elétrica, estando sempre presente para me orientar, apoiar e incentivar;
Ao meu irmão, Kayky, por ter me aguentado com paciência, me abraçado sempre e
por ser como eu gostaria de ser;
Ao meu namorado, Matheus, agradeço pelo carinho, companheirismo e compreensão
em todos os meus momentos de estresse, ansiedade e ausência durante o processo;
Ao professor Paulo Roberto Duailibe, deixo um agradecimento especial pela
orientação, pelo incentivo e pela dedicação do seu escasso tempo ao meu trabalho de conclusão
de curso. Seus ensinamentos enriqueceram e contribuíram muito. Obrigada!
Aos amigos do curso, meu agradecimento pelo apoio, amizade e motivação ao longo
desses anos de graduação.
Também quero expressar minha gratidão à Universidade Federal Fluminense e a todos
os professores do meu curso pela elevada qualidade do ensino oferecido.
Com carinho e gratidão.
“Science is the study of what Is, Engineering builds what Will Be. The scientist merely
explores that which exists, while the engineer creates what has never existed before.”
Theodore von Karman
RESUMO

Uma subestação é a parte de um sistema de potência, concentrada em um dado local,


que compreende um conjunto de equipamentos de manobra, de transformação, de compensação
e outros utilizados para dirigir o fluxo de energia e possibilitar a sua diversificação, através de
rotas alternativas. De acordo com as conclusões do Relatório do Balanço Energético Nacional
de 2023, o consumo final de energia eléctrica no país cresceu em 2022 e tem vindo a aumentar
continuamente nos últimos anos, necessitando de adaptação e expansão do setor de energia,
desde o processo de geração, transmissão até a distribuição de energia elétrica, surgindo a
necessidade de investimentos na construção de novas subestações e/ou modernização e
ampliação das instalações existentes. Dessa forma, este estudo visa apresentar a melhor
abordagem para definição do arranjo de barramento ideal para um projeto de subestação de
distribuição, transmissão e setores industriais. A análise será conduzida com base em critérios
qualitativos, considerando elementos como segurança do sistema, flexibilidade operacional e
disponibilidade durante a manutenção, e assim utilizando um sistema de pontuação para cada
um dos critérios levando em consideração a configuração do arranjo de barramento.
Adicionalmente, no critério quantitativo, será estudado o custo de implementação, com base na
metodologia de orçamento desenvolvida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Através dessas abordagens, será possível observar que, à medida que a classe de tensão
aumenta, as exigências de segurança do sistema e disponibilidade também aumentam, arranjos
que cumprem de forma mais eficiente esses critérios se destacam em classes de tensão mais
altas, ao passo que aqueles com um desempenho inferior nesses aspectos, mas que oferecem
igual ou maior flexibilidade operacional, sobressaem-se em classes de tensão mais baixas.

Palavras-Chave: Arranjo de subestação; Flexibilidade operacional; Custo.


ABSTRACT

A substation is the part of a power system, concentrated in a given location, that


comprises a set of switching, transformation, compensation, and other equipment used to
control the flow of energy and enable its diversification through alternative routes. According
to the conclusions of the 2023 National Energy Balance Report, the final consumption of
electrical energy in the country increased in 2022 and has been steadily rising in recent years,
requiring adaptation and expansion of the energy sector from the generation process through
transmission to the distribution of electrical energy. This has led to the need for investments in
the construction of new substations and/or the modernization and expansion of existing
facilities. Thus, this study aims to present the best approach for defining the optimal bus
arrangement for a distribution, transmission, and industrial sectors substation project. The
analysis will be conducted based on qualitative criteria, considering elements such as system
safety, operational flexibility, and availability during maintenance. A scoring system will be
used for each criterion, taking into account the bus arrangement configuration. Additionally, in
the quantitative criterion, the implementation cost will be studied based on the budget
methodology developed by the National Electric Energy Agency. Through these approaches, it
will be possible to observe that, as the voltage class increases, the requirements for system
safety and availability also increase. Arrangements that more efficiently meet these criteria
stand out in higher voltage classes, while those with lower performance in these aspects but
offering equal or greater operational flexibility excel in lower voltage classes.

Keywords: Substation arrangement; Operational flexibility; Cost.


LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Classificação das subestações pela NBR 5460:1992 .............................................. 6

Figura 3.1 - Exemplo dos módulos de uma subestação ............................................................ 17

Figura 3.2 - Dados de entrada para as subestações .................................................................. 19

Figura 4.1 - Legenda dos diagramas dos arranjos de barramento ............................................ 21

Figura 4.2 - Diagrama do arranjo BS ....................................................................................... 22

Figura 4.3 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BS ................................................ 23

Figura 4.4 - Diagrama do arranjo BPT ..................................................................................... 24

Figura 4.5 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BPT .............................................. 25

Figura 4.6 - Diagrama do arranjo BD5 ..................................................................................... 27

Figura 4.7 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BD5 ............................................. 28

Figura 4.8 - Diagrama do arranjo AN ...................................................................................... 29

Figura 4.9 - Critérios de avaliação e suas pontuações para AN ............................................... 30

Figura 4.10 - Diagrama do arranjo DJM .................................................................................. 32

Figura 4.11 - Critérios de avaliação e suas pontuações para DJM ........................................... 33

Figura 4.12 - Diagrama do arranjo BDDD ............................................................................... 35

Figura 4.13 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BDDD ........................................ 36

Figura 4.14 - Pontuação dos critérios de avaliação para os arranjos de barramento ................ 49

Figura 4.15 - Gráfico dos Custos de implementação e Critérios de avaliação por Arranjos de
barramento ................................................................................................................................ 53

Figura 4.16 - Resumo dos esquemas de barramento ................................................................ 54


LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - Critérios de avaliação com pontuação para segurança do sistema ....................... 13

Tabela 3.2 - Critérios de avaliação com pontuação para disponibilidade durante manutenção
de disjuntores e chaves seccionadoras ...................................................................................... 15

Tabela 3.3 - Critério de avaliação com a pontuação para a flexibilidade operacional ............. 16

Tabela 3.4 - Arranjos das subestações segundo o nível de tensão ........................................... 18

Tabela 4.1 - Custos para implementação do pátio em BS com tensão primária de 69 kV ....... 38

Tabela 4.2 - Custos para implementação do pátio em BS com tensão primária de 138 kV ..... 38

Tabela 4.3 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 69 kV .... 39

Tabela 4.4 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 138 kV .. 39

Tabela 4.5 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 69 kV .... 40

Tabela 4.6 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 138 kV .. 41

Tabela 4.7 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 440 kV .... 42

Tabela 4.8 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 500 kV .... 42

Tabela 4.9 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 440 kV.. 43

Tabela 4.10 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 500 kV 43

Tabela 4.11 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 440 kV
.................................................................................................................................................. 44

Tabela 4.12 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 500 kV
.................................................................................................................................................. 44

Tabela 4.13 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Segurança do sistema ......... 45

Tabela 4.14 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Disponibilidade durante a
manutenção ............................................................................................................................... 47

Tabela 4.15 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Flexibilidade Operacional .. 48

Tabela 4.16 - Custos de Implementação a 69 kV e 138 kV para BS, BPT e BD5 ................... 51

Tabela 4.17 - Custos de Implementação a 440 kV e 500 kV para AN, DJM e BDDD............ 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AN Barramento em anel

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

BD5 Barramento duplo a cinco chaves

BDDD Barramento duplo disjuntor duplo

BEN Balanço Energético Nacional

BPT Barramento principal e transferência

BS Barramento simples

C-1 Critério 1

C-2 Critério 2

CAPEX Capital Expenditure

CC Conexão de compensador

CCP Conexão de banco de capacitores paralelo

CCS Conexão de banco de capacitores série

Comitê Internacional de Produção e Transmissão de Energia


CIGRÉ
Elétrica

CRB Conexão de reatores de barra

CRL Conexão de reatores de linha

CT Conexão de transformador ou autotransformador

CTA Conexão de transformador de aterramento

DJM Barra dupla com disjuntor e meio

EL Entrada de linha

EPE Empresa de Pesquisa Energética

GIS Gas Insulated Substations

IB Interligação de barramentos
ME Módulo de equipamento

MIG Módulo de infraestrutura geral

MM Módulo de manobra

NBR Norma Técnica Brasileira

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

SE Subestação

SF6 Hexafluoreto de Enxofre


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

1.1 Considerações Iniciais ................................................................................................. 1

1.2 Objetivos do Trabalho ................................................................................................. 2

1.3 Estrutura do Trabalho .................................................................................................. 3

1.4 Publicações Relacionadas ao Trabalho ........................................................................ 4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 5

3 METODOLOGIA.......................................................................................................... 10

3.1 Considerações iniciais ................................................................................................ 10

3.2 Metodologia para análise da Segurança do sistema ................................................... 11

3.3 Metodologia para análise de Disponibilidade durante manutenção .......................... 13

3.4 Metodologia para análise da Flexibilidade operacional............................................. 15

3.5 Metodologia para análise de Custo de implementação da subestação ....................... 16

4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS PRINCIPAIS ESQUEMAS DE MANOBRA DE


SUBESTAÇÃO ........................................................................................................................ 20

4.1 Considerações iniciais ................................................................................................ 20

4.2 Arranjos Considerados ............................................................................................... 20

4.3 Análise qualitativa das configurações dos arranjos de barramento ........................... 21

4.3.1 Barramento simples ............................................................................................ 21

4.3.2 Barramento principal e transferência .................................................................. 23

4.3.3 Barramento duplo com cinco chaves seccionadora ............................................ 26

4.3.4 Barramento em anel ............................................................................................ 28

4.3.5 Barramento duplo disjuntor e meio .................................................................... 31

4.3.6 Barramento duplo - duplo disjuntor ................................................................... 34

4.4 Análise econômica das configurações dos arranjos de barramento ........................... 37

4.4.1 Análise econômica dos arranjos BS, BPT e BD5 ............................................... 37

4.4.2 Análise econômica dos arranjos AN, DJM e BDDD ......................................... 41


4.5 Análise dos resultados ............................................................................................... 45

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS .......................... 56

5.1 Conclusões ................................................................................................................. 56

5.2 Sugestões para futuros trabalhos ................................................................................ 57

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 58


1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

De acordo com o relatório do Balanço Energético Nacional (BEN), elaborado e


publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) (2023), cujo objetivo é apresentar a
contabilização referente à oferta e ao consumo de energia no Brasil, abrangendo atividades
desde a extração de recursos energéticos primários até a sua conversão em formas secundárias,
importação, exportação, distribuição e uso final de energia, conclui-se que o consumo final de
eletricidade no país em 2022 cresceu 2,3%. Os setores que mais contribuíram para esse avanço
em valores absolutos foram o Comércio, que registrou um crescimento de 6,8 TWh (+7,5%),
seguido pelo Setor Industrial, que teve um aumento de 5,2 TWh (+2,4%), pelo Setor
Residencial, que aumentou seu consumo em 4,5 TWh (+3,0%), e pelo Setor Público, com um
incremento de 1,9 TWh (+4,3%). Assim, segundo Monteiro e Miranda (2021) o aumento do
consumo cria a necessidade de adaptação e expansão do setor de energia, desde o processo de
geração, transmissão até a distribuição de energia elétrica.
Nesse contexto, as subestações se tornam de grande relevância, uma vez que são
utilizadas para direcionar o fluxo de energia em um sistema de potência, permitindo sua
diversificação por meio de rotas alternativas. Além disso, as subestações possibilitam a
distribuição de energia elétrica para atendimento aos consumidores residenciais, comerciais e
industriais no adequado nível de tensão para utilização, conforme observado por Monteiro e
Miranda (2021), surgindo a necessidade de investimentos na construção de novas subestações
e/ou modernização e ampliação das instalações existentes.
Dessa forma, visto que muitas instalações do sistema elétrico estão localizadas em
cidades ou em suas proximidades, tanto a concessionária de energia elétrica proprietária quanto
as indústrias enfrentam dificuldades em expandi-las e/ou modernizá-las. Isso se deve a
limitações físicas/ambientais ou à complexidade na implementação de novas
metodologias/tecnologias (MULLER, 2022). Por esse motivo, torna-se indispensável a
realização de uma série de estudos e análises, a fim de planejar o sistema da forma mais
econômica possível, que atenda aos requisitos de qualidade de serviço com o menor número de
interrupções e duração reduzida. Isso, por sua vez, se traduz em maior confiabilidade
(MONTEIRO et al., 2020).
No entanto, os temas que envolvem diretamente subestações ainda são bastante
abrangentes e alguns dados de difícil acesso. Conforme apresentado por Monteiro e Miranda
(2021), é possível verificar o volume de produções acadêmicas relacionadas ao tema deste
trabalho. Os resultados do estudo indicam um baixo volume de produções na área de arranjo de
subestações. Em uma perspectiva global, a China se destaca com o maior número de produções
científicas na área, totalizando 14 publicações, enquanto o Brasil ocupa o sexto lugar em
produções relacionadas ao arranjo de subestações (MONTEIRO e MIRANDA, 2021). Diante
disso, torna-se relevante o aprofundamento no estudo dos arranjos de barramentos das
subestações nos segmentos de transmissão, distribuição e industrial.
2

O termo barramento é utilizado para denotar o conjunto de seções de barras de uma


subestação, de mesma tensão nominal, com seus suportes e acessórios, que permitem a conexão
dos equipamentos. Portanto, é um elemento essencial no sistema, pois concentra uma grande
quantidade de potência e muitas derivações para o atendimento de cargas elétricas, tornando-se
um importante elemento para garantir a confiabilidade do sistema. Além disso, o tipo de arranjo
influencia na obtenção de uma maior ou menor flexibilidade operacional, o que impacta
diretamente no desempenho da subestação. Os arranjos de barramento mais complexos, com
mais recursos operacionais, aumentam o nível de confiabilidade e, consequentemente, o
investimento no sistema. Enquanto os arranjos mais simples demandam um investimento menor
e geralmente são utilizados em sistemas que não necessitam de um alto nível de confiabilidade
e continuidade (MONTEIRO e MIRANDA, 2021).
Para assegurar o desempenho adequado das instalações de transmissão de energia,
torna-se necessário estabelecer um conjunto de requisitos técnicos que garantam o cumprimento
de cada um dos elementos funcionais de transmissão. O Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) define esses requisitos mínimos no submódulo 2.6 do Procedimento de Rede, aplicando-
os tanto às instalações de transmissão já integradas à Rede Básica quanto às que venham a ser
integradas, bem como às instalações de transmissão de energia elétrica destinadas a
interligações internacionais conectadas à Rede Básica (OPERADOR NACIONAL DO
SISTEMA ELÉTRICO, 2022).
Com isso, observa-se uma tendência das empresas de transmissão de energia elétrica
em adotar procedimentos padrões na definição do tipo de arranjo de subestações. Monteiro e
Miranda (2021) destacam que o arranjo a ser utilizado pode ser determinado de acordo com os
níveis de tensão da subestação, conforme padronizado pelo ONS, que estabeleceu os arranjos
das subestações de acordo com o nível de tensão de operação.
Por esta razão, este trabalho se propõe a realizar uma análise dos principais arranjos
de barramentos em subestações de distribuição, transmissão e setores industriais. A análise de
confiabilidade proposta será de natureza qualitativa, baseada nos aspectos de flexibilidade da
configuração do barramento, disponibilidade de operação dos equipamentos durante a
manutenção e segurança no fornecimento, acompanhada de uma estimativa de custo para cada
esquema estudado. Portanto, este estudo comparativo das diversas alternativas de arranjo, desde
os mais simples aos mais complexos, tem o propósito de auxiliar os engenheiros projetistas na
escolha do arranjo de barramentos a ser adotado nos projetos de subestações, considerando que
a seleção depende de diversos fatores.

1.2 Objetivos do Trabalho

Este estudo visa aprofundar a compreensão dos arranjos de barramentos em


subestações de distribuição, transmissão e setores industriais. A análise é conduzida com base
em critérios qualitativos, considerando elementos como segurança do sistema, flexibilidade
operacional e disponibilidade durante a manutenção.
Além disso, busca-se estimar os custos associados a cada esquema de arranjo estudado,
proporcionando uma visão abrangente sobre os investimentos necessários em diferentes
3

configurações. Essa abordagem permite uma análise completa e embasada para a escolha do
arranjo mais adequado a ser desenvolvido no projeto de subestação para diferentes aplicações.
Portanto, este estudo tem como propósito oferecer uma visão holística sobre a
relevância das subestações no sistema elétrico, fornecendo subsídios sólidos para a tomada de
decisões em projetos de infraestrutura elétrica.

1.3 Estrutura do Trabalho

No Capítulo 2, será conduzida uma análise das principais obras e contribuições


relacionadas ao tema de arranjos de barramentos em subestações. Serão explorados estudos
anteriores que abordam configurações de subestações, destacando seus resultados e
metodologias.
No capítulo 3, Metodologia, serão descritas as abordagens e técnicas metodológicas
adotadas para conduzir a pesquisa. Cada etapa da metodologia será claramente delineada.
Começando pela seção de "Considerações Iniciais", que estabelecerá o contexto metodológico
e as razões por trás das escolhas feitas. Será detalhada a abordagem utilizada para avaliar a
segurança do sistema, incluindo os métodos e ferramentas empregados. Além disso, será
explicado como a flexibilidade operacional será avaliada, destacando os critérios e métricas
considerados. Também será apresentada a metodologia empregada para analisar a
disponibilidade durante os períodos de manutenção, delineando os procedimentos e critérios de
avaliação. Por fim, neste capítulo também será descrito como os custos associados à
implementação da subestação serão analisados e avaliados.
Para o capítulo 4, serão comparados diferentes esquemas de subestações. Serão
apresentadas as considerações iniciais, os arranjos considerados que serão objeto de análise
comparativa, e uma discussão aprofundada dos resultados obtidos na comparação de esquemas,
expondo por meio de figuras e tabelas os pontos fortes e fracos de cada abordagem.
O capítulo 5 apresentará as conclusões finais do estudo, destacando os principais
achados e contribuições para o campo. Também serão apontadas possíveis áreas para futuras
pesquisas.
Assim, concluindo o trabalho no capítulo 6, serão listadas todas as fontes bibliográficas
utilizadas ao longo do trabalho, garantindo a credibilidade e respaldo teórico do estudo.
4

1.4 Publicações Relacionadas ao Trabalho

No que concerne à divulgação dos resultados obtidos nesta dissertação, enumeram-se


as seguintes publicações relacionadas diretamente ao trabalho:

i) CARDOSO, E. S.; FILHO, A. C. G. M.; MONTEIRO, P. R. D.; GOMES, L. A.


Application analysis of disconnecting circuit breaker in different substation
arrangements. Seven Editora, [S. l.], 2023. Disponível em:
https://sevenpublicacoes.com.br/index.php/editora/article/view/1253. Acesso em:
10 nov. 2023.
5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de algumas publicações sobre o tema


estudado: arranjos de barramentos em subestações de distribuição, transmissão e setores
industriais. Este processo é essencial para compreender não apenas as abordagens
predominantes, mas também os avanços e desafios enfrentados nesse campo específico.
Monteiro e Miranda (2021) destacam a revisão da literatura como uma importante
ferramenta para elevar a produção científica sobre um tema. Assim, realizou um estudo
bibliográfico a partir de uma análise bibliométrica, das pesquisas desenvolvidas na área de
arranjo de subestações. Para este estudo os autores consideraram produções acadêmicas de
cursos de graduação e pós-graduação, artigos de periódicos e publicações em conferências nas
plataformas Scopus e Periódicos Capes. Os resultados da pesquisa indicam os estudos mais
atuais e principais na área de arranjo de subestações. Em relação aos países que mais publicaram
nos últimos 5 anos sobre arranjo de subestações, aparece a China em primeiro lugar com 14
publicações. O Brasil ocupa a sexta posição em produções relacionadas ao tema.
De acordo com Violin; D’Ajuz; Lacorte (2013), uma subestação é um conjunto de
sistemas interligados, destinado a atender ao sistema elétrico de forma eficiente e econômica.
O processo de sua implantação é complexo e envolve diversos profissionais especializados em
áreas como engenharia civil, elétrica, mecânica e comunicação. A decisão de construir uma
nova subestação surge a partir de estudos de expansão do sistema elétrico, que identificam a
necessidade de atendimento a determinada região, cidade ou planta industrial. São então
definidos aspectos cruciais, como a configuração da barra da subestação e as características dos
equipamentos elétricos do pátio de manobras, em conformidade com os requisitos do ONS e
regulamentações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Os autores ainda
destacam que uma subestação ideal deve oferecer confiabilidade ao sistema elétrico, o que é
alcançado pela escolha criteriosa de sua configuração de barra e que, além disso, proporcionar
facilidades para manutenção, expansões e boa visibilidade de seus componentes, aspectos
garantidos por um projeto físico bem elaborado, destacam também que os equipamentos do
pátio de manobras devem ser robustos o suficiente para suportar as demandas do sistema, e o
sistema de comando e proteção deve operar de forma segura e eficaz. Assim, os autores
concluem que uma subestação bem concebida e executada desempenha um papel essencial no
funcionamento confiável do sistema.
A Norma técnica brasileira NBR 5460:1992, define que uma subestação constitui uma
parte essencial de um sistema de potência, centralizada em um local específico. Ela engloba
principalmente os pontos de conexão das linhas de transmissão e/ou distribuição,
acompanhados dos dispositivos de manobra, controle e proteção. Isso abrange não apenas os
aspectos elétricos, mas também as estruturas civis e montagens necessárias, podendo ainda
incluir outros equipamentos relevantes para seu funcionamento (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992).
A norma classifica também as subestações de acordo com a função, forma de operação
e tipos construtivos. Os tipos de função definidas são:
6

• Subestação abaixadora: Uma subestação transformadora que reduz o nível de


tensão gerado por uma fonte de energia elétrica e distribui a potência associada
para as redes de distribuição aéreas e subterrâneas, alimentando subestações com
menor nível de tensão (MAMEDE FILHO, 2021). Portanto, nesse tipo de
subestação, a tensão de saída é menor do que a tensão de entrada.
• Subestação elevadora: Uma subestação transformadora elevadora tem como
função elevar o nível de tensão gerado por uma fonte de energia elétrica e distribuir
a potência associada para as linhas de transmissão com tensão mais elevada do que
a de origem (MAMEDE FILHO, 2021). Em outras palavras, a tensão de saída é
maior do que a tensão de entrada.
• Subestação conversora: Estas subestações têm a finalidade de converter corrente
alternada para corrente contínua, ou vice-versa, além de possibilitar a alteração da
frequência da corrente alternada de um valor para outro.
• Subestação de manobra: Essas subestações têm como objetivo principal alterar a
configuração de um sistema elétrico ao modificar as interligações entre as linhas
de transmissão.
Quanto a forma de operação e os tipos construtivos a Figura 2.1 mostra a classificação
definida pela NBR 5460:1992.

Figura 2.1 - Classificação das subestações pela NBR 5460:1992

Forma de operação Com operador presencial Sistema supervisório Digital


Tipo construtivo Abrigada Ao tempo Blindada Móvel
Fonte: Adaptada de ABNT NBR 5460:1992.

Vale destacar que, com o avanço da tecnologia e da metodologia de instalação,


atualmente, independentemente do tipo construtivo da subestação, a forma de operação conta
com um sistema supervisório digital. Não é comum a presença de operadores na subestação,
exceto em casos de manutenção.
Mamede (2021) propõe uma subclassificação em dois tipos de construção para
subestações em ambientes externos: barramentos nus e instalação convencional, ou a
construção em barramentos isolados compactos. O autor também destaca a classificação das
subestações quanto ao meio de isolamento, podendo ser por isolação a ar, isolação total com
gás 𝑆𝐹6 (GIS - gas insulated substations) ou de forma híbrida, que combina a tecnologia de
subestações isoladas a ar com a tecnologia de subestações isoladas com 𝑆𝐹6 .
Monteiro e Miranda (2021) definem que é importante levar em conta diversos fatores
na escolha do arranjo de uma subestação (SE), incluindo simplicidade, disponibilidade no
fornecimento, economia e segurança, conforme exigido pela função e relevância da subestação
em projeto. Os autores discutem também os arranjos de barramento mais comumente utilizados
em subestações, abrangendo opções como: barramento simples; barramento principal e de
transferência; barramento duplo com disjuntor simples; barramento em anel; barramento
disjuntor e meio; e barramento duplo com duplos disjuntores. Os autores destacam ainda que
em contextos de distribuição industrial, excluindo a subestação de entrada, cuja configuração
depende da tensão à qual está conectada, os arranjos habitualmente utilizados são o radial, o
primário seletivo, e o secundário seletivo, ou combinações destes.
7

Os autores expõem que os arranjos de subestações podem apresentar diferentes níveis


de complexidade, sendo importante a seleção do esquema apropriado, dada sua influência direta
sobre o desempenho da subestação, onde é dando o exemplo dos barramentos simples que, em
geral, não são empregados em subestações de grande importância, uma vez que este esquema
é menos flexível, dependendo de um único barramento principal, isso torna o sistema mais
susceptível a desligamentos frequentes, pois em casos de falhas ou necessidade de manutenção
na subestação, é necessário desligá-la por completo. Contudo, destacam que a vantagem deste
tipo de arranjo é o seu baixo custo. O estudo conduzido por Monteiro e Miranda (2021) conclui
que, na maioria das subestações construídas para sistemas de transmissão, distribuição e setores
industriais, o isolamento a ar é o padrão devido aos custos iniciais mais baixos. Entretanto, em
situações específicas, outras tecnologias têm se mostrado como opções viáveis.
De Oliveira et al. (2017) observaram que empresas têm investido na construção de
subestações isoladas com gás 𝑆𝐹6 , apesar do custo mais elevado desta tecnologia elas
apresentam notáveis propriedades de isolamento e equipamentos de menor porte. Monteiro e
Miranda (2021) ressaltaram que este método de instalações compactas oferece várias
vantagens, tais como alta confiabilidade, intervalos prolongados entre manutenções e impacto
visual reduzido. No entanto, é importante destacar algumas desvantagens, como a substituição
de componentes específicos que podem gerar alto custo e a necessidade de manutenção e
operação especializada.
Duailibe (1999) apresenta vários arranjos de subestações para indústria e os principais
equipamentos. Já Lima et al. (2018) desenvolveram um modelo tridimensional de uma
subestação real usando o software Sketchup, essa iniciativa visa auxiliar no aprendizado dos
estudantes e profissionais sobre arranjo de subestações.
No estudo de Monteiro et al. (2020), é realizada uma análise comparativa de duas
alternativas de arranjo de subestações industriais com secundário seletivo tipo radial: a primeira
com um transformador principal e um reserva e a segunda com dois transformadores principais
e um reserva. As análises são baseadas no cálculo de fluxo de potência, índices de curto-circuito
e confiabilidade utilizando o Software de Análise de Sistemas Elétricos de Potência (ETAP) e
nos custos de aquisição de equipamentos e materiais. Por fim os autores apresentam a aplicação
da metodologia de análise em ambas as alternativas e os resultados são analisados e
comparados.
Monteiro et al. (2016) abordam estudos essenciais de uma subestação de conexão,
expondo seus principais resultados, a fim de avaliar o impacto da integração de uma usina
termoelétrica e do seccionamento da linha de transmissão de 230 kV nesta subestação. O intuito
principal dos autores é de identificar eventuais sobrecargas nos equipamentos, apontar a
necessidade de reforços e indicar possíveis aprimoramentos e recapacitações que sejam
requeridos.
Cardoso et al. (2023) realizam uma comparação entre disjuntores seccionadores
(DCB) e disjuntores convencionais, com o objetivo de avaliar a implantação em diversos tipos
de arranjo de subestações no Brasil a luz dos procedimentos e regulamentações dos agentes do
setor elétrico brasileiro.
Colussi (2002) define que o esquema de barramento principal e transferência consiste
na adição de um barramento de transferência ao esquema de barramento simples, por meio de
um disjuntor de amarre que liga os dois barramentos. Com este arranjo, quando um disjuntor
8

precisa ser retirado para manutenção, o disjuntor de amarre mantém o circuito energizado. No
entanto, se o barramento principal é retirado para manutenção, nenhum disjuntor fica disponível
para proteger o circuito. Além disso, o autor menciona que, em caso de falha ou necessidade de
manutenção na barra principal ou em uma das chaves seccionadoras a ela conectadas, todos os
circuitos da subestação são perdidos. Apesar de não proporcionar um alto nível de flexibilidade
e confiabilidade este esquema é amplamente utilizado no Brasil devido ao seu custo mais
acessível em comparação com outros tipos de arranjos.
Monteiro e Miranda (2021) abordam em seu estudo que os arranjos híbridos, que
resultam da combinação de diferentes tipos de arranjos, seja por sobreposição de sistemas ou
pela utilização de arranjos com circuitos individuais, são caracterizados por serem de alto custo
e, adicionalmente, complicados de operar devido às diversas formas de operação. Mesmo assim,
os autores afirmam que esse tipo de arranjo pode ser encontrado em diversas subestações de
operações de transmissão no Brasil.
Quanto ao arranjo de barramento duplo com disjuntor simples, conforme descrito por
Monteiro e Miranda (2021), envolve a interligação de dois barramentos principais por meio de
um disjuntor de amarre. Os autores explicam que, quando este disjuntor está fechado, a
transferência de um circuito de um barramento principal para outro pode ser realizada sem a
necessidade de desenergizar o circuito. Essa transferência é conduzida por meio das chaves
seletoras de barramento em cada vão de entrada de circuito. Todos os circuitos podem operar
conectados a um barramento principal ou ao outro, mas também é possível operar com metade
dos circuitos ligados a cada barramento. No primeiro cenário, a falha em um disjuntor ou no
barramento onde estão conectados todos os circuitos resulta no desligamento de toda a
subestação. No segundo cenário, apenas metade dos circuitos é desligada em caso de falha
semelhante.
Na configuração do barramento disjuntor e meio, conforme apresentado pelos autores
Monteiro e Miranda (2021), há três disjuntores instalados em série através de dois barramentos
principais. Assim, dois circuitos são ligados entre os barramentos principais vindo daí o nome
disjuntor e meio, de forma que este formato é repetido ao longo dos barramentos principais,
onde um disjuntor e meio são utilizados para cada circuito. Os autores destacam que a operação
normal deste esquema prevê a energização de ambas as barras e todos os disjuntores fechados,
entretanto, eles podem ser retirados de serviço sem interrupção do fluxo de energia e sem a
perda dos relés de proteção. Os autores concluem que embora a manutenção de disjuntores para
este esquema seja feita sem que perca nenhum circuito ou alteração de proteção e com simples
operações de chaves seccionadoras, este esquema disjuntor e meio tem um alto custo de
implementação, tornando economicamente uma desvantagem a sua instalação. Já o barramento
duplo com duplo disjuntor, apresentado por Monteiro e Miranda (2021), é constituído por dois
disjuntores para cada circuito, onde a operação pode ser realizada com cada circuito conectado
a ambos os barramentos ou, parcialmente, com metade dos circuitos operando em cada um dos
barramentos. Os autores destacam que esta configuração apresenta alto nível de confiabilidade
quando todos os circuitos estão conectados em ambos os barramentos, porém possui um custo
elevado, devido aos dois disjuntores para cada circuito.
Violin; D’Ajuz; Lacorte (2013), categorizam o arranjo de barramento em anel em duas
configurações: anel simples e anel múltiplo. Na configuração de anel simples, o número de
disjuntores é equivalente ao número de circuitos. Apesar de ser uma opção econômica e
9

flexível, essa configuração apresenta a desvantagem de expor o sistema elétrico a falhas


externas ao pátio em segundas contingências. Os autores exemplificam que, quando um dos
disjuntores associados a uma das linhas estiver isolado para reparos ou manutenção programada
e ocorrer uma falha em outra linha, haverá uma significativa perda de configuração na
subestação. O mesmo pode ocorrer em caso de falha no disjuntor e atuação da proteção de
retaguarda, são eventos em contingência dupla, portanto de menores probabilidades. Violin;
D’Ajuz; Lacorte (2013) concluem que existem desafios de projeto para a expansão dessa
configuração, e dependendo das rotas das linhas e da localização do pátio de transformadores,
pode haver a necessidade de cruzamentos entre circuitos para as conexões na subestação.
No caso da configuração em anel múltiplo, os autores Violin; D’Ajuz; Lacorte (2013)
destacam que, para barramentos do sistema elétrico que exigem maior segurança e
disponibilidade, essa configuração será mais apropriada. A instalação de um segundo laço
elétrico é a principal diferença em relação à configuração de anel simples.
O Submódulo 2.6 do Procedimento de Rede formulado pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) (2022), estabelece os requisitos mínimos para subestações, aplicáveis
tanto às instalações de transmissão que fazem parte ou venham a fazer parte da rede básica,
quanto às interligações internacionais e aos agentes de geração. Essas diretrizes são
apresentadas a seguir.
Subestações com isolamento a ar devem adotar uma das seguintes configurações para
os arranjos de barramento, em função de sua classe de tensão (OPERADOR NACIONAL DO
SISTEMA ELÉTRICO, 2022):
i) Barramento de tensão igual a 230 kV: arranjo barra dupla com disjuntor simples a
quatro chaves; ou
ii) Barramento de tensão igual ou superior a 345 kV: arranjo barra dupla com disjuntor
e meio.
Para arranjos de barramento alternativos, incluindo aqueles com tecnologia de
isolamento em 𝑆𝐹6 , o submódulo determina que podem ser adotados, desde que análises de
confiabilidade, flexibilidade operacional e disponibilidade (programada e não programada)
demonstrem um desempenho igual ou superior ao dos arranjos definidos em (i) e (ii)
(OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO, 2022).
No submódulo 2.6, também é estabelecido que, para barramentos com tensão igual ou
superior a 345 kV, é possível inicialmente adotar o arranjo de barramento em anel simples,
contanto que o layout físico dos barramentos da subestação siga as diretrizes definidas nos
pontos (i) e (ii). Além disso, para barramentos de 230 kV, em subestações que operem como
sistemas radiais simples, é permitido optar pelo arranjo de barra principal e transferência, desde
que o desenho físico dessa barra seja elaborado de modo a possibilitar a transição para o arranjo
especificado nos itens (i) e (ii).
10

3 METODOLOGIA

3.1 Considerações iniciais

Por muitos anos, a confiabilidade de um sistema de transmissão foi avaliada


qualitativamente durante o planejamento. Isso envolvia a inclusão de redundâncias em alguns
componentes para tornar o sistema "mais confiável". Com o aumento do número de
componentes e a complexidade dos sistemas, tornou-se necessário avaliar numericamente a
confiabilidade de um esquema usando índices que permitissem comparações com outras
alternativas ou diferentes políticas de operação da mesma configuração (CORSSEN, 1979).
Ao estabelecer critérios de confiabilidade para o planejamento de sistemas de potência,
o objetivo é definir níveis de desempenho desejáveis que traduzam um grau de confiabilidade
aceitável e, ao mesmo tempo, compatível com os recursos disponíveis para o sistema.
Atualmente, duas premissas básicas são consideradas para o estabelecimento desses critérios
(CORSSEN, 1979):
• Evitar que um defeito em qualquer ponto do sistema possa, em circunstâncias
previsíveis, resultar em um colapso total do sistema; e
• Não haver perda de carga no sistema causada pela ocorrência da contingência
simples mais comum, seja neste sistema ou em outro interligado a ele.
Outras premissas podem ser admitidas se forem justificadas por razões técnicas e/ou
econômicas do projeto.
As subestações, como pontos principais de interligação dos sistemas de transmissão,
distribuição e industrial, exercem grande influência sobre a confiabilidade desses sistemas. A
escolha dos arranjos e esquemas de manobras deve ser feita de modo que as falhas em
componentes não comprometam a segurança do sistema como um todo. Isso estabelece a
necessidade de determinar a confiabilidade de cada configuração proposta, a fim de selecionar
o arranjo mais adequado tecnicamente. Ao escolher a configuração para uma nova subestação
do sistema de transmissão, é importante definir claramente os critérios técnicos e econômicos
que servem como base para comparar os diferentes arranjos de barramentos considerados. Em
geral, as características básicas a serem consideradas incluem (CORSSEN, 1979):
• Segurança do sistema;
• Flexibilidade operacional;
• Facilidade de manutenção dos componentes;
• Simplicidade da proteção e do controle;
• Espaço disponível e facilidade de expansão;
• Custo.
Dentre essas características, apenas duas, segurança do sistema e custo, têm um
elemento quantitativo de comparação. As demais refletem a experiência e prática operativa das
diversas empresas. No entanto, para simplificar a análise na escolha da configuração de
barramento de uma subestação, são considerados quatro parâmetros fundamentais para a
escolha. A metodologia adotada para o desenvolvimento deste trabalho é proveniente do
11

trabalho intitulado "Otimização de Configuração de Circuitos" realizado pelo Grupo de


Trabalho Conjunto B3/C1/C2.14 do CIGRÉ, no qual Lingner et al. (2014) estabelecem um
sistema de pontuação, com base na importância, a cada parâmetro, sendo então de forma
quantitativa apenas o critério de custo. A seguir estão os parâmetros fundamentais selecionados
para a análise e avaliação, com suas definições:
• Segurança do sistema: Este parâmetro avalia a capacidade da configuração da
subestação em manter um fornecimento confiável à rede elétrica;
• Flexibilidade operacional: Refere-se à habilidade da configuração da subestação
de reorganizar os alimentadores ou dividir a subestação em múltiplas partes,
conforme necessário;
• Disponibilidade durante manutenção: Este parâmetro verifica se a configuração da
subestação permite manter os alimentadores energizados enquanto se realizam
atividades de manutenção em chaves seccionadoras e disjuntores; e
• Custo: Este fator analisa o investimento total necessário para a implementação da
subestação, incluindo os custos associados aos equipamentos de comando,
proteção, controle e comunicações.
Vale ressaltar que definir um critério de avaliação baseado em uma característica
importante, como por exemplo questões operacionais ou procedimentos de manutenção, facilita
a escolha do arranjo de barramento de uma subestação de modo mais adequado.
Esses critérios, focados no desempenho da rede, permitem a comparação entre
configurações, independentemente da tecnologia usada. No entanto, a escolha da tecnologia
não deve ser ignorada, pois pode influenciar o tipo de configuração ou até resultar em novos
arranjos (LINGNER et al., 2014).

3.2 Metodologia para análise da Segurança do sistema

Segurança do sistema refere-se à habilidade de uma configuração de subestação de


operar de modo a prevenir a perda de carga, evitando assim sobrecargas nos componentes do
sistema, mantendo as tensões dentro dos limites estabelecidos, e garantindo a estabilidade e
continuidade do fornecimento de energia, mesmo diante de eventos adversos previsíveis. Em
termos mais simples, é a capacidade do sistema de manter seu funcionamento seguro e estável
mesmo quando ocorrem falhas ou situações adversas.
A metodologia usada para a análise de segurança do sistema considera contingencias
com base em dois critérios principais definidos pelos autores Lingner et al. (2014). As
condições aceitáveis para a rede incluem (LINGNER et al., 2014):
• C-1: Capacidade de suportar uma contingência sem exceder limites dinâmicos e
estáticos, como limite térmico permitido em linhas e sobrecorrentes permanentes
permitida em transformadores.
• C-2: Além do critério anterior, ter capacidade de suportar contingências específicas
simultâneas ou sequenciais, como a perda simultânea de linhas duplas ou de um
grupo de geração em uma área e uma linha de interconexão com outra área.
12

É importante destacar que a falha de um componente na subestação pode resultar na


perda de um elemento (C-1) ou mais (C-2) na rede. Assim, este trabalho aborda as implicações
na rede da forma como a subestação se comporta em situações de emergência. Portanto, quando
a configuração da subestação é planejada para lidar com contingências sem prejudicar o
funcionamento geral do sistema elétrico, ela proporciona o mais alto nível de segurança de
serviço.
A metodologia adotada considera o disjuntor como elemento divisor, são avaliados
dois grupos de contingência baseados na localização da falha (LINGNER et al., 2014):
i) Falhas externas na parte externa (lado do objeto) do disjuntor, por exemplo: linha
de transmissão, transformador, etc.
ii) Falhas internas no interior (lado do barramento) do disjuntor.
A segurança do sistema, conforme definida pelos autores Lingner et al. (2014), refere-
se à avaliação da disponibilidade de fornecimento à rede após ocorrência de falhas internas
(lado do barramento do disjuntor) e falhas externas (lado do objeto do disjuntor), antes de
qualquer operação de chaveamento. Portanto, em caso de uma falha primária, seja interna ou
externa, o disjuntor correspondente é acionado. Se, por algum motivo, o disjuntor relevante não
conseguir desarmar após uma única falha primária, a proteção contra falha do disjuntor entra
em ação, abrindo todos os disjuntores ao redor do que não foi desarmado. Nesse cenário, é
considerada uma condição C-2.
Para efeitos de análise da configuração, certas considerações relacionadas à operação
de proteção não serão levadas em conta. Estas considerações incluem (LINGNER et al., 2014):
• O número de transformadores de corrente em cada compartimento (bay) pode ser
um ou dois.
• A posição relativa entre o transformador de corrente e o disjuntor.
• Como a configuração se comporta em caso de uma falha localizada entre o
transformador de corrente e o disjuntor, no qual será um "ponto cego".
Portando, a premissa para essa análise da configuração, assumi que as zonas de
proteção estão funcionando perfeitamente. Ou seja, em caso de falhas no lado do objeto, os
sinais de disparo serão enviados apenas para o(s) disjuntor(es) que estão alimentando o objeto
em questão. Da mesma forma, em caso de falhas no lado do barramento do disjuntor, os sinais
de desligamento serão enviados para o(s) disjuntor(es) do objeto, assim como para todos os
outros disjuntores conectados a esse barramento. Será analisado ambos os tipos de falhas
primárias, tanto no lado do objeto quanto no lado do barramento, considerando a presença ou
ausência de falha do disjuntor quando o sinal de desligamento é enviado para o(s) disjuntor(es)
apropriado(s).
Na Tabela 3.1 os números de 1 a 6 representam diferentes níveis de impacto ou
gravidade. A pontuação 1 é atribuída quando um resultado é considerado o pior, indicando que
teve o maior impacto negativo, por outro lado, a pontuação 6 é dada quando um resultado é
visto como o melhor, indicando que teve o menor impacto negativo ou até mesmo nenhum
impacto negativo. Portanto, quanto mais baixa a pontuação, mais grave é o resultado; e quanto
mais alta, menos grave é o resultado. Essas pontuações ajudam a classificar e comparar
diferentes situações ou configurações.
13

Tabela 3.1 - Critérios de avaliação com pontuação para segurança do sistema

Possíveis consequências para a rede devido a uma


Possíveis consequências para a
Pontuação falha primária seguida de falha no disjuntor em
rede devido a uma falha primária
abrir
Possível perda de toda a
1 Perda de toda a subestação
subestação
Perda de um ou mais
Perda de mais de um alimentador ou de toda a
2 alimentadores, mas não de toda a
subestação
subestação
Perda de um ou mais
Perda de mais de um alimentador, mas não de
3 alimentadores, mas não de toda a
toda a subestação
subestação
Perda de um alimentador e sempre um
4 Perda de um alimentador
alimentador a mais, mas não de toda a subestação
Perda de nenhum ou um Perda de um alimentador e possivelmente um
5
alimentador alimentador a mais, mas não de toda a subestação
Perda de nenhum ou um
6 Perda de um alimentador
alimentador
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.

3.3 Metodologia para análise de Disponibilidade durante manutenção

Os autores Lingner et al. (2014) introduzem os conceitos essenciais para avaliar a


disponibilidade durante a manutenção de uma subestação elétrica. Esses conceitos são
fundamentais para entender como a manutenção afeta a confiabilidade de um sistema de energia
elétrica. Os autores também ressaltam a importância de considerar esses fatores ao projetar e
operar uma subestação.
• Disponibilidade e Capacidade de Manutenção:
o Disponibilidade refere-se à habilidade de um componente ou sistema realizar
sua função sob condições específicas, contanto que os recursos necessários
estejam disponíveis.
o Capacidade de Manutenção indica a habilidade de um componente ser mantido
ou restaurado para um estado onde possa desempenhar sua função, sob
condições e procedimentos declarados.
• Confiabilidade:
o É um termo bastante abrangente, que descreve o desempenho da disponibilidade
e seus fatores de influência, como desempenho de confiabilidade, manutenção e
suporte de manutenção, de um componente ou sistema.
• Tempo de Interrupção:
o O tempo que um componente ou sistema fica indisponível devido a uma
intervenção de manutenção.
14

Com base nessas definições, a disponibilidade durante a manutenção é a capacidade


de um componente ou sistema manter os alimentadores energizados enquanto a manutenção é
realizada em chaves seccionadores e disjuntores na subestação. Essa disponibilidade é
influenciada pela confiabilidade de cada componente individual, se os equipamentos são
confiáveis, então o sistema como um todo terá uma alta disponibilidade.
Como existem diversos tipos de disjuntores e chaves seccionadoras, e as informações
sobre disponibilidade e manutenção podem variar, o estudo levará em consideração como a
disponibilidade é afetada durante os períodos de manutenção. Isso implica a consideração de
algumas premissas na metodologia (LINGNER et al., 2014).
Assume-se que não ocorrerá nenhum problema relacionado à operação de comutação
(mudança de estado) e nenhuma falha primária durante as atividades de manutenção, ou seja, é
considerado um cenário ideal. Essa medida foi implementada para simplificar os critérios de
pontuação.
Geralmente, há duas chaves seccionadoras em série com um disjuntor para possibilitar
sua desconexão. A diferença entre os termos 'chave seccionadora ligado ao barramento' e 'chave
seccionadora de barramento', que serão apresentados na Tabela 3.2 a seguir, é que o primeiro
fica no lado interno do disjuntor, enquanto o segundo termo se refere a chave seccionadora em
série com o barramento, permitindo a desconexão de suas duas seções (MARSON, 2017). A
manutenção da chave seccionadora diretamente ligado à linha de transmissão ou ao
transformador (lado externo do disjuntor) sempre exigirá o desligamento do circuito, já que a
chave seccionadora precisa ter seus dois terminais desenergizados para manutenção. Por outro
lado, a manutenção de uma chave seccionadora ligado ao barramento (lado interno do disjuntor)
requer a desenergização do barramento, mas nem sempre exige o desligamento do circuito ao
qual está conectado. Portanto, a segunda premissa adotada na metodologia, definida pelos
autores Lingner et al. (2014), é que a manutenção da chave seccionadora do lado externo ao
disjuntor não será considerada, visto que, em todos os casos, independentemente da
configuração de barras escolhida, ela sempre resultará no desligamento do circuito ao qual está
conectada.
As pontuações, listadas na Tabela 3.2, variam de 1 a 7 e têm significados específicos.
A pontuação 1 representa as piores consequências na rede, indicando a interrupção de toda a
subestação. Esse é um evento grave e prejudicial para a operação do sistema elétrico. Por outro
lado, a pontuação 7 indica as consequências menos graves na rede. Nesse cenário, nenhum
elemento da rede seria desconectado e a topologia da rede não seria enfraquecida. Portanto, o
funcionamento da subestação não seria afetado de forma significativa.
15

Tabela 3.2 - Critérios de avaliação com pontuação para disponibilidade durante manutenção de
disjuntores e chaves seccionadoras

Pontuação Manutenção de Consequência


Qualquer chave seccionadora
1 Desligamento de toda a subestação
ligado ao barramento
Chave seccionadora de
2 Desligamento de toda a subestação
barramento
Chave seccionadora ligado ao
3 barramento ou da chave Desligamento de metade da subestação
seccionadora de barramento
Desligamento de um barramento e circuito
Qualquer chave seccionadora
4 correspondente. Circuitos restantes em
ligado ao barramento
operação.
Desligamento de um barramento e circuito
Qualquer chave seccionadora
5 correspondente. Circuitos restantes em operação
ligado ao barramento
em barramento duplo

Desligamento de um barramento e de todos os


Qualquer chave seccionadora circuitos em operação na mesma barra
ligado ao barramento
6 Anel Aberto
Divisão da subestação ou perda de configuração
Perda de configuração ou divisão da subestação,
Disjuntor
mas todos os circuitos em operação
Qualquer chave seccionadora Desligamento de um barramento. Todos circuitos
7 ligado ao barramento restantes em operação
Disjuntor Todos os circuitos permanecem em operação
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.

3.4 Metodologia para análise da Flexibilidade operacional

A definição proposta pelos autores Lingner et al. (2014), no artigo do CIGRÉ, para o
critério de flexibilidade operacional em subestações refere-se à capacidade de dividir a
subestação em partes distintas por diversos motivos, tais como limitar as consequências de
falhas, controlar a corrente de curto-circuito e gerenciar a carga. Essa divisão pode ser realizada
tanto durante o projeto inicial quanto na fase de operação, para se adaptar às condições do
sistema. A flexibilidade operacional é essencial para reconfigurar os alimentadores e
desmembrar a subestação conforme necessário.
Embora algumas configurações permitam a divisão da subestação em mais de duas
partes, o foco desta metodologia está em avaliar a capacidade de dividir a subestação em apenas
duas partes elétricas distintas (LINGNER et al., 2014). Essa abordagem foi escolhida para
facilitar a análise e para melhor gerenciar os fluxos de energia, garantindo a segurança,
estabilidade e eficiência da rede.
Sendo assim, as pontuações para esse critério serão da seguinte forma: uma pontuação
de 1 indica que não é possível dividir a subestação em duas partes elétricas separadas, enquanto
16

uma pontuação de 6 indica que é possível fazer essa divisão e há um alto grau de flexibilidade
em como realizá-la (LINGNER et al., 2014). Ou seja, quanto maior a pontuação, maior é a
capacidade de adaptar a subestação de acordo com as necessidades operacionais. A seguir, a
Tabela 3.3 apresenta o critério de avaliação com a pontuação correspondente para a
flexibilidade operacional. É relevante destacar que, além da divisão da subestação, a opção de
determinar a qual parte da subestação dividida cada circuito será conectado contribui para uma
pontuação mais elevada na configuração. Isso é especialmente significativo em situações
específicas em que a escolha da conexão de um circuito em uma parte específica da subestação
pode ser vantajosa.

Tabela 3.3 - Critério de avaliação com a pontuação para a flexibilidade operacional

Pontuação Definição
1 Não é possível dividir
2 Divisão não energizada (apenas com o seccionador). Sem flexibilidade
3 Divisão energizada (com disjuntor). Sem flexibilidade
4 Divisão energizada (com disjuntor). Baixa flexibilidade
5 Divisão energizada (com disjuntor). Alta flexibilidade, manobra com seccionador
Divisão energizada (com disjuntor). Mais alta flexibilidade, manobra com
6
disjuntor
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.

3.5 Metodologia para análise de Custo de implementação da subestação

A elaboração de custos de implementação deve levar em consideração as


características de cada subestação, como tensão, potência de transformação, correntes nominais
e de curto-circuito, níveis de isolamento, arranjo do barramento, espaço de terreno disponível
e condições ambientais da região (FRONTIN; JARDINI; GABAGLIA, 2013). Compreendendo
a complexidade envolvida na elaboração de orçamentos para subestações e com o objetivo de
estabelecer a padronização de conceitos e valores, a ANEEL estabelece uma metodologia
baseada no conceito de modulação.
Esta abordagem consiste em detalhar e quantificar os módulos com base nos materiais,
equipamentos e serviços necessários para a realização do empreendimento. O Anexo I do
Despacho n° 3.246 de 16 de novembro de 2022, da ANEEL, apresenta esta metodologia. Assim,
este capítulo tem como finalidade apresentar, de forma resumida, as premissas básicas desta
metodologia utilizada no simulador de orçamento da ANEEL, em
http://bprsimulador.aneel.gov.br/.
O conceito de modulação utilizado no Banco de Preços de Referência ANEEL envolve
a subdivisão da subestação em unidades menores, cada uma representando setores distintos em
termos de função, operação e estrutura física. Portanto, uma subestação é composta por uma
variedade de módulos que são essenciais para o seu funcionamento, incluindo aqueles
relacionados às entradas de linha, conexões de equipamentos e infraestrutura (ANEEL, 2009).
17

As unidades modulares, independentemente da classe de tensão e do tipo de arranjo,


subdividem-se em três tipos: Módulo de Infraestrutura, Módulo de Manobra e Módulo de
Equipamento. A definição dessas unidades e dos parâmetros utilizados na elaboração dos
orçamentos baseia-se nos requisitos mínimos estabelecidos nos Procedimentos de Rede (ONS,
2022). Abaixo, é apresentado suas respectivas definições (ANEEL, 2009):
O Módulo de Infraestrutura abrange todos os elementos (bens e serviços) de
infraestrutura comuns à subestação, como terreno, cercas, terraplenagem, drenagem, grama,
embritamento, pavimentação, arruamento, iluminação do pátio, proteção contra incêndio,
abastecimento de água, redes de esgoto, malha de terra e cabos para-raios, canaletas principais,
edificações, serviço auxiliar, área industrial e caixa separadora de óleo. Esses componentes
formam a base fundamental para a instalação e operação da subestação.
O Módulo de Manobra, por sua vez, concentra-se nos equipamentos e serviços
necessários para os setores de manobra. Isso inclui aspectos como entrada de linha (EL),
conexão de transformador ou autotransformador (CT), interligação de barramentos (IB),
conexão de banco de capacitores paralelo (CCP) ou série (CCS), conexão de reatores de linha
(CRL) ou de barra (CRB), conexão de transformador de aterramento (CTA) e conexão de
compensador (CC).
Finalmente, o Módulo de Equipamento considera os materiais e serviços necessários
para a instalação dos equipamentos principais, como transformadores, reatores, capacitores e
compensadores. Esses elementos desempenham papéis vitais na eficiência e segurança da
subestação.
A Figura 3.1 demonstra a divisão desses módulos para uma subestação com arranjo de
barra dupla com disjuntor e meio. Os componentes em roxo referem-se à entrada de linha, os
componentes em preto são relativos à interligação de barramento, os componentes em verde
referem-se à conexão de transformador, pertencendo todos ao módulo de manobra. Por fim, o
componente em vermelho refere-se aos equipamentos, portanto, ao módulo de equipamento.

Figura 3.1 - Exemplo dos módulos de uma subestação

Fonte: Adaptada de Grupo de Diretrizes para Orçamentos de Subestações – Aneel / Eletrobrás S/A,
“Diretrizes para Elaboração de Orçamento de Subestações”, dezembro de 2005.

A resolução da ANEEL também estabelece critérios fundamentais para a classificação


de subestações, o que é de grande importância para a elaboração de orçamentos e o
planejamento de instalações elétricas. Essa categorização se baseia em dois principais fatores:
18

O primeiro é o nível de tensão, que se refere à magnitude da tensão operada pela


subestação. Existem diferentes categorias de subestações, cada uma classificada de acordo com
os seguintes níveis de tensão: 13.8, 69, 138, 230, 345, 440, 500 e 750 kV.
O segundo fator é o arranjo físico, que descreve a configuração e o layout da
subestação. Cada tipo de arranjo possui características específicas que influenciam a operação
e a interconexão com outros sistemas. Os arranjos físicos incluem: Barra Simples (BS), Barra
Principal e Transferência (BPT), Barra Dupla a Cinco Chaves (BD5), Barra Dupla com
Disjuntor e Meio (DJM), Barra em Anel (AN) e Barra Dupla Disjuntor Duplo (BDDD). Vale
destacar que a resolução da ANEEL também categoriza o arranjo em Barra Dupla a Quatro
Chaves (BD4), porém não será estudado neste trabalho.
A Tabela 3.4 apresenta a explicação de como essas categorizações são aplicadas.

Tabela 3.4 - Arranjos das subestações segundo o nível de tensão

Tensão (kV) BS BPT BD5 AN DJM BDDD


13.8 X X
69 X X X
138 X X X
230 X X
345 X X
440 X X X
500 X X X
750 X X
Fonte: Adaptada de Anexo I do Despacho n° 3.246 de 16 de novembro de 2022 da ANEEL.

Com isso, a tabela de orçamento de materiais e serviços é compilada pela Aneel a


partir de dados obtidos de diversas fontes, incluindo empresas e fabricantes de materiais e
equipamentos, onde os valores apresentados representam uma média dos dados coletados. O
orçamento para subestações é composto pelos seguintes itens: Custo direto básico;
Comissionamento e Administração local; Engenharia; Socioambiental; Canteiro de obra;
Montagem e o Custo indireto.
Os custos diretos incluem despesas específicas para cada tipo de módulo, como
infraestrutura, manobra e equipamento. O Comissionamento e Administração Local abrange
todas as despesas para a aceitação do empreendimento, incluindo ensaios e inspeções dos
equipamentos e instalações no campo que permitirão a sua operação comercial. Isso também
inclui despesas com a fiscalização direta da obra. A Engenharia inclui despesas com topografia,
sondagem e projetos básicos e executivos, bem como as atividades de inspeção de fornecimento
e fiscalização de projeto. O aspecto Socioambiental se refere aos custos relacionados aos riscos
sociais e ambientais provocados, situações em que a entidade se vê obrigada a evitar, reduzir
ou reparar (FRONTIN; JARDINI; GABAGLIA, 2013).
O Canteiro de Obra engloba as despesas com a aquisição de materiais e serviços
necessários à instalação de escritórios e almoxarifados, redes de energia elétrica, telefonia e
outras facilidades para apoio às obras. Também deve ser prevista, ao final da obra, a retirada e
limpeza geral da área que serviu para este fim. A Montagem compreende o somatório das
19

despesas de montagem (mão de obra e fornecimento de materiais de instalação e consumo) dos


diversos equipamentos e materiais. Considera-se no custo de montagem de cada equipamento
a sua interligação. Por fim, os custos indiretos englobam despesas gerais de administração
(FRONTIN; JARDINI; GABAGLIA, 2013). Todos esses componentes que integram o
orçamento são calculados com base em um percentual aplicado sobre o custo direto. Este
percentual varia para cada módulo, que pode ser o de infraestrutura, manobra ou equipamento.
Conforme definido pelo Grupo de Diretrizes para Orçamento de Subestação (2005) da
ANEEL e ELETROBRÁS S/A, as subestações são caracterizadas pelos seguintes parâmetros:
nível de tensão, arranjo físico e porte. Por isso, os arranjos de barramento das subestações serão
divididos em dois blocos para uma análise e comparação mais precisa.
O primeiro bloco será composto pelos arranjos de Barra Simples, Barra Principal e
Transferência e Barra Dupla a Cinco Chaves, classificados de acordo com os seguintes níveis
de tensão: 69 kV e 138 kV. Enquanto no segundo bloco estarão os arranjos físicos na
configuração de Barramento em Anel, Barra Dupla com Disjuntor e Meio e Barra Dupla
Disjuntor Duplo, os quais serão analisados e comparados nos níveis de tensão de 440 kV e 500
kV. Para todas as simulações na plataforma da ANEEL, será considerado os seguintes dados
apresentados na Figura 3.2.

Figura 3.2 - Dados de entrada para as subestações

Região Sudeste – Rio de Janeiro


Localização Urbana
Tipo de instalação Compacta
Tipo de obra Instalação
Fonte: Elaborado pelo autor.
20

4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS PRINCIPAIS ESQUEMAS DE MANOBRA DE


SUBESTAÇÃO

4.1 Considerações iniciais

Neste capítulo, são aplicados os critérios de avaliação definidos no capitulo 3 -


METODOLOGIA, a diversas configurações de subestações, e posteriormente, são apresentados
e discutidos os resultados obtidos para cada alternativa. Dada a ampla variedade de circuitos de
subestações, optou-se por estudar apenas as configurações básicas, consideradas a base para
qualquer variação. Desta forma, as conclusões extraídas dessas configurações básicas aplicam-
se também a outras variações.
A comparação dos arranjos é conduzida diretamente com base nos índices de
flexibilidade operacional, segurança do sistema e disponibilidade durante manutenção, os quais
serão analisados qualitativamente. Além disso, é realizada uma análise quantitativa dos custos
de implementação. Essa abordagem possibilita uma análise abrangente e a identificação de
melhores práticas para diferentes arranjos de subestações.

4.2 Arranjos Considerados

Conforme apresentado no capítulo 1 deste trabalho, os arranjos mais frequentemente


empregados em subestações de distribuição, transmissão e setores industriais são os seguintes:
• Barramento simples;
• Barramento principal e de transferência;
• Barramento duplo com disjuntor simples, considerado na configuração a cinco
chaves;
• Barramento em anel;
• Barramento disjuntor e meio;
• Barramento duplo com duplos disjuntores.
Na Figura 4.1 apresenta a simbologia dos equipamentos usados nas figuras dos
diagramas unifilares dos arranjos de barramentos considerados neste trabalho.
21

Figura 4.1 - Legenda dos diagramas dos arranjos de barramento

Fonte: Elaborado pelo autor

4.3 Análise qualitativa das configurações dos arranjos de barramento

4.3.1 Barramento simples

O arranjo de barramento simples, ilustrado na Figura 4.2, é geralmente evitado em


subestações de grande importância. Sua principal desvantagem reside na dependência de um
único barramento, o que pode resultar em desligamentos prolongados em caso de falha em um
disjuntor ou no próprio barramento. Assim, a necessidade de desligar a subestação para realizar
manutenções ou expansões no barramento representa uma limitação significativa desse
esquema. No entanto, apresenta vantagens, como um custo de investimento inferior em
comparação com outros tipos de arranjos. Além disso, o arranjo de barramento simples oferece
uma visibilidade eficiente da instalação, reduzindo o risco de manobras equivocadas por parte
dos operadores (SOUZA, 1998).
A configuração básica possui diversas variações que podem aprimorar a flexibilidade
e a segurança. Por exemplo, a adição de uma chave seccionadora ou de um disjuntor ao longo
do barramento principal oferecendo opções adicionais de operação, controle de distúrbios e a
capacidade de dividir a rede. No entanto, neste trabalho, será estudado apenas o arranjo simples.
22

Figura 4.2 - Diagrama do arranjo BS

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Portanto, em relação a segurança do sistema, a subestação é projetada de forma que


todos os circuitos conectados, como as entradas de linhas e saída para os transformadores,
compartilhem um ponto comum. Em caso de uma falha primária no barramento, isto é, no ponto
compartilhado, a consequência é a perda total da subestação. Em outras palavras, qualquer
problema substancial no barramento impactará todos os circuitos interligados a ele. Além disso,
cada circuito individual está conectado ao barramento por meio de um disjuntor, assim, se
ocorrer uma falha primária em qualquer um dos circuitos e o disjuntor correspondente não se
abrir para isolar o problema, isso resultará na perda completa da subestação. Com isso, de
acordo com a Tabela 3.1, a pontuação atribuída a esta configuração é de 1.
Para a análise do critério de disponibilidade durante a manutenção, a característica
desta configuração, baseada em apenas um barramento, faz com que qualquer manutenção da
chave seccionadora mais próximo do barramento (entre o disjuntor e a barra), exija o
23

desligamento de toda a subestação, devido à necessidade de desenergizar ambos os terminais


da chave. Essa situação é significativa, uma vez que todos os circuitos possuem apenas uma
chave seccionadora conectada a eles, resultando na perda de disponibilidade da subestação
durante a manutenção. Isso se reflete em uma pontuação de 1, conforme indicado na Tabela
3.2.
Quanto ao critério de flexibilidade operacional, a pontuação atribuída a esta
configuração é de 1, uma vez que ela não proporciona flexibilidade do ponto de vista
operacional. Não há capacidade de desmembramento da subestação.
A seguir, apresenta-se a Figura 4.3 com os critérios de avaliação e suas pontuações
associadas para esta configuração.

Figura 4.3 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BS

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.2 Barramento principal e transferência

O esquema de barramento principal e transferência, ilustrado na Figura 4.4, acrescenta


um barramento de transferência ao esquema do barramento simples, junto com uma chave
seccionadora como by-pass. Além disso, apresenta um disjuntor de amarre (bus-tie breaker)
que conecta os dois barramentos. Em condições normais de operação, a barra principal é
energizada, alimentando todos os circuitos, enquanto a barra de transferência permanece
desenergizada. Durante a manutenção de um disjuntor, o disjuntor de amarre (bus-tie breaker)
é utilizado para manter o circuito energizado, utilizando a barra de transferência. Essa
capacidade de transferência adiciona complexidade ao projeto da proteção do circuito (SOUZA,
1998).
Este arranjo é recomendado quando é necessário manter os circuitos em serviço
durante a manutenção ou reparo do disjuntor ou das chaves seccionadoras conectadas
24

diretamente ao barramento, sendo essa sua principal vantagem em comparação com outras
configurações de barramento. Além disso, essa configuração permite a adição de circuitos
adicionais à estação sem interrupções nos circuitos existentes.

Figura 4.4 - Diagrama do arranjo BPT

Fonte: Elaborado pelo autor.

Em relação à segurança do sistema, é possível observar que uma falha primária no


barramento principal, e no caso de uma falha primária seguida de falha de um disjuntor,
resultará na perda total da subestação. Sendo assim, a pontuação para a segurança do sistema é
de 1.
A disponibilidade durante a manutenção deste arranjo de barramento é alta, pois, como
mencionado anteriormente, a principal vantagem em comparação com outras configurações de
barramento é a capacidade de manter os circuitos em serviço durante a manutenção ou reparo,
25

utilizando o disjunto de amarre. A manutenção de qualquer chave seccionadora ligada ao


barramento exigirá a interrupção do barramento relevante. Dessa forma, a configuração de
barramento principal e transferência permite que todos os outros circuitos permaneçam em
serviço, conectados ao outro barramento. A avaliação para este arranjo recebe uma pontuação
de 7.
Por fim, para a avaliação da flexibilidade operacional, a capacidade de dividir a
subestação em dois barramentos distintos com a abertura do disjuntor de amarre proporciona
uma flexibilidade muito boa. Com esta configuração, é possível dividir a subestação em duas
partes distintas ao manter o disjuntor do bay de transferência aberto e fechar as chaves de by-
pass de alguns circuitos. Entretanto, para os circuitos conectados diretamente ao barramento de
transferência pelas chaves de by-pass, não haverá disjuntores e relés de proteção atuando.
Assim, como é possível operar com a subestação dividida em duas partes diferentes, realizando
a manobra com chave seccionadora, a pontuação será de 5 na avaliação deste critério.
A seguir, apresenta-se a Figura 4.5 contendo os critérios de avaliação e suas
respectivas pontuações associadas para essa configuração.

Figura 4.5 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BPT

Fonte: Elaborado pelo autor.


26

4.3.3 Barramento duplo com cinco chaves seccionadora

O esquema de barramento duplo com disjuntor simples a cinco chaves, ilustrado na


Figura 4.6, é comumente empregado em tensões de 69 kV, 138 kV e 230 kV. Esse esquema
utiliza dois barramentos principais, e cada vão de entrada de circuito na subestação inclui duas
chaves seletoras de barramento, permitindo a escolha da barra a ser utilizada como principal ou
de transferência. Além disso, inclui um disjuntor de amarre (bus-tie breaker) que interconecta
os dois barramentos. Dessa forma, a manutenção das chaves seccionadoras conectadas ao
barramento exige apenas uma interrupção de um barramento por vez, possibilitando manter
todos os outros circuitos em serviço conectados ao outro barramento. Vale destacar que a
segurança proporcionada por essa configuração é comprometida enquanto a subestação estiver
operando com apenas um barramento (SOUZA, 1998).
Esse esquema também permite a inclusão de circuitos adicionais na subestação sem a
necessidade de interrupções nos circuitos existentes. No entanto, uma análise abrangente revela
que esse arranjo de barramento a cinco chaves implica em um aumento no número de
intertravamentos entre os equipamentos de manobra, elevando a probabilidade de falhas na
subestação e gerando custos mais elevados, visto que o número de equipamentos e a área
energizada são maiores (VIOLIN; D’AJUZ; LACORTE, 2013).
27

Figura 4.6 - Diagrama do arranjo BD5

Fonte: Elaborado pelo autor.

No que diz respeito ao critério de segurança do sistema, essa configuração baseia-se


em dois barramentos conectados por um disjuntor de amarre. Assim, uma falha primária, com
exceção de uma falha no disjuntor de amarre, não resultará na perda de toda da subestação.
Entretanto, uma falha em um barramento, onde o disjuntor de amarre não abre, levará à perda
completa da subestação.
Quanto à disponibilidade durante a manutenção, a manutenção de qualquer chave
seccionadora conectada diretamente ao barramento exigirá apenas a interrupção apenas do
barramento relevante. Com a configuração de barramento duplo, é possível manter todos os
outros circuitos conectados ao outro barramento e durante a manutenção do disjuntor de amarre,
28

os dois barramentos são separados, o que significa que, durante este período, a subestação
deverá operar como uma ou duas subestações de barramento único.
No aspecto da flexibilidade operacional, a capacidade de dividir a subestação em dois
barramentos distintos com a abertura do disjuntor de amarre proporciona uma flexibilidade
significativa. Além disso, as chaves seccionadoras oferecem ainda mais possibilidades de
rearranjo de circuitos.
Os critérios de avaliação com as pontuações associadas para esta configuração são
apresentados na Figura 4.7.

Figura 4.7 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BD5

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.4 Barramento em anel

O esquema de barramento em anel, representado na Figura 4.8, organiza os disjuntores


de forma circular, conectando os circuitos ao barramento entre dois disjuntores, onde o número
de disjuntores coincide com o número de circuitos. Recomenda-se que os circuitos ligados ao
anel sejam dispostos de modo que as entradas de linha se alternem com as cargas.
Normalmente, o esquema opera com todos os disjuntores fechados, distribuindo
igualmente o fluxo de potência entre os equipamentos, pois o anel funciona como um único nó.
No entanto, durante a adição de um novo circuito, o anel deve ser operado em modo aberto,
exigindo interrupções nos dois circuitos adjacentes à posição do novo circuito. É recomendado
evitar mais de 6 disjuntores em anel devido à dificuldade operacional. Em alguns países, é
comum iniciar a construção de subestações importantes com barramento em anel,
transformando-o posteriormente em barramento do tipo disjuntor e meio, próximo esquema de
barramento a ser descrito, quando ultrapassa cinco circuitos (LINGNER et al., 2014).
29

O projeto de controle e proteção para essa configuração é mais complexo, pois cada
proteção de circuito deve operar em dois disjuntores, e cada disjuntor é controlado por dois
sistemas de proteção de circuito. É importante dimensionar cada disjuntor e equipamento
correspondente para suportar todas as configurações de manobra possíveis. Por exemplo, ao
desconectar um disjuntor, os disjuntores restantes devem suportar o dobro da corrente
normalmente submetida durante operações típicas. Essa questão é contornada alternando-se um
circuito de entrada com um circuito de saída, garantindo que a corrente máxima em cada ramo
seja igual às correntes de entrada e saída (MARSON, 2017).

Figura 4.8 - Diagrama do arranjo AN

Fonte: Elaborado pelo autor.

Avaliando o critério de segurança do sistema, é necessário observar que todos os


alimentadores estão conectados à subestação por meio de dois disjuntores, e cada disjuntor é
30

compartilhado entre dois alimentadores, então em caso de falha em um circuito, ambos os


disjuntores adjacentes associados a esse circuito abrem, convertendo assim o restante do anel
em uma forma de barramento único. Uma vez que os circuitos estão isolados, o anel pode ser
restaurado fechando os dois disjuntores. Agora, no caso de uma falha primária não causará a
perda de toda a subestação, mas apenas a perda do alimentador com falha e por fim, em uma
situação de uma falha primária, seguida de falha no disjuntor em abrir, sempre causará a perda
de um segundo circuito, mas não de toda a subestação. No entanto, o anel não pode ser
restaurado até que o disjuntor seja reparado (LINGNER et al., 2014). Logo, temos a pontuação
de 4 para esse critério.
Quanto à disponibilidade durante a manutenção, a presença de dois disjuntores por
alimentador permite a manutenção de qualquer disjuntor sem desligar o alimentador. Porém, a
manutenção de uma chave seccionadora do anel requer o desligamento do circuito
correspondente, resultando em uma pontuação de 6 para esse critério, devido à necessidade de
abrir o anel durante a manutenção, reduzindo a segurança.
No que diz respeito à flexibilidade operacional, é possível dividir a subestação em dois
barramentos de várias maneiras, dependendo de quais disjuntores são abertos. No entanto, essa
prática não é recomendada, pois deixaria a subestação restante vulnerável em caso de falhas
primárias devido à perda do disjuntor. Se a operação dividida for necessária por períodos mais
longos, é sugerido escolher outra configuração de barramento. Vale ressaltar que qualquer
divisão do anel na subestação pode ser realizada com a subestação totalmente energizada,
recebendo uma pontuação de 4 para esse critério.
Os critérios de avaliação, juntamente com as pontuações correspondentes, estão
ilustrados na Figura 4.9 para este arranjo de barramento em anel.

Figura 4.9 - Critérios de avaliação e suas pontuações para AN

Fonte: Elaborado pelo autor.


31

4.3.5 Barramento duplo disjuntor e meio

O esquema de barramento disjuntor e meio, ilustrado na Figura 4.10 e por vezes


denominado esquema de três chaves, consiste em três disjuntores conectados em série entre os
dois barramentos principais. Dois circuitos são interligados entre esses barramentos,
justificando a denominação "disjuntor e meio", e essa estrutura é replicada ao longo dos
barramentos.
Normalmente adotado em subestações que demandam elevada disponibilidade para
fornecer grandes volumes de potência e em situações que exigem alta confiabilidade para
assegurar a continuidade do serviço. Exemplos dessas subestações incluem aquelas integradas
a sistemas de geração ou subestações de sistemas radiais, caracterizados por interconexões
limitadas, sendo responsáveis por servir todo o fluxo de potência necessário para uma
determinada localidade (MARSON, 2017).
Ao optar por essa configuração, é importante dimensionar cada disjuntor para suportar
a corrente de carga combinada de dois circuitos de entrada, dada a ausência de uma barra de
transferência. Pois, quando há a necessidade de retirar um disjuntor de serviço, os demais
podem ser sobrecarregados (LINGNER et al., 2014). Vale ressaltar que, para desligar uma linha
ou transformador, é sempre necessário abrir dois disjuntores associados ao circuito da linha
(MARSON, 2017).
Este esquema apresenta um custo mais elevado em comparação com outros arranjos
já mencionados. Este arranjo envolve um grande número de disjuntores, que geralmente
representam o componente mais dispendioso entre os equipamentos de pátio. Além dos
disjuntores, há a necessidade de um considerável número de chaves seccionadoras e
transformadores de corrente, além de exigir uma área ampla. No entanto, essa configuração
proporciona um desempenho superior em subestações onde a segurança é um fator essencial
(VIOLIN; D’AJUZ; LACORTE, 2013).
32

Figura 4.10 - Diagrama do arranjo DJM

Fonte: Elaborado pelo autor.

Em relação ao critério de avaliação de segurança do sistema, esta configuração utiliza


dois barramentos, nos quais cada circuito está conectado à subestação por meio de dois
disjuntores: o disjuntor central, compartilhado entre dois circuitos, e um disjuntor do lado do
barramento. Assim, em caso de uma falha primária, não ocorrerá a perda de toda a subestação,
mas apenas a perda de uma linha ou de um barramento, sem afetar outros alimentadores. No
caso de uma falha em um dos disjuntores centrais, resultará na perda de dois circuitos. Para
uma falha primária seguida de uma falha no disjuntor, que não abre, a pior consequência seria
a perda de outra linha, mas nunca de toda a subestação. Portanto, a pontuação para este critério
é de 5.
Dado que existem dois disjuntores por entrada de linha, é possível realizar a
manutenção de qualquer disjuntor sem interrupção do circuito. A manutenção de uma chave
seccionadora conectada diretamente à barra exigirá uma interrupção do barramento, mas não
33

demandará a interrupção de outros alimentadores. Já a manutenção de qualquer outro


seccionador exigirá a interrupção de um único alimentador. Assim, a avaliação para o critério
de disponibilidade durante a manutenção é de 6.
Para a avaliação da flexibilidade operacional, é observado que a abertura de todos os
disjuntores centrais resulta em dois barramentos únicos, mas não permite a seleção da linha de
entrada conectada a cada barramento. Em uma configuração em que os dois disjuntores laterais
do barramento são abertos, enquanto o disjuntor central permanece fechado, os dois circuitos
permanecem conectados, mas separados de ambos os barramentos. Isso significa que a
subestação pode transferir energia com ambos os barramentos fora de serviço, uma
característica exclusiva deste esquema (LINGNER et al., 2014).
Portanto, embora qualquer divisão da subestação possa ser realizada com a subestação
totalmente energizada, cada método de divisão possui algumas limitações. Essas flexibilidades
operacionais podem ser consideradas alternativas para situações emergenciais e momentâneas,
uma vez que resultam na divisão de uma subestação inicialmente custosa e de alto desempenho
em duas partes distintas, com uma confiabilidade reduzida (LINGNER et al., 2014). Isso resulta
em uma pontuação de 4 para este critério.
Os critérios de avaliação com as pontuações associadas para esta configuração são
fornecidos na Figura 4.11.

Figura 4.11 - Critérios de avaliação e suas pontuações para DJM

Fonte: Elaborado pelo Autor.


34

4.3.6 Barramento duplo - duplo disjuntor

O esquema de barramento duplo - duplo disjuntor, ilustrado na Figura 4.12, requer a


utilização de dois disjuntores para cada circuito. Essa característica faz com que, assim como o
DJM seja um arranjo com alto custo de investimento. No entanto, sua vantagem reside no mais
alto grau de confiabilidade, pois a subestação geralmente opera com todos os disjuntores
fechados, distribuindo a carga entre ambos os barramentos. Em alguns casos, metade dos
circuitos pode operar em cada um dos barramentos. Dessa forma, essa configuração de
barramento é recomendada para subestações em que a segurança no fornecimento de energia é
importante, além de ser aplicável para a divisão de redes, especialmente as que só são
conectadas em situações de emergência (LINGNER et al., 2014).
É importante destacar que os disjuntores e os equipamentos associados a esse arranjo
devem ser capazes de suportar a corrente combinada do seu próprio circuito e permitir a
transferência de corrente entre os barramentos. Isso se deve ao fato de que, ao contrário de
algumas outras configurações, o esquema de barramento duplo, duplo disjuntor não possui um
disjuntor de amarre para realizar transferências. Em vez disso, cada bay atua como um disjuntor
de transferência de barramento (LINGNER et al., 2014). Essa característica implica que,
durante a instalação de um novo alimentador, não é necessário interromper o circuito. Da
mesma forma, para a manutenção de um disjuntor, não é necessário interromper a linha
associada. Em resumo, a configuração de disjuntor duplo com duplo disjuntor oferece uma
considerável flexibilidade operacional, possibilitando a realização dessas operações sem
interrupções significativas no sistema.
35

Figura 4.12 - Diagrama do arranjo BDDD

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Em relação à segurança do sistema, esta configuração é baseada em dois barramentos,


onde cada linha está conectada a dois disjuntores, um para cada barramento. Ao contrário da
configuração de um disjuntor e meio, os disjuntores não são compartilhados entre os circuitos.
Assim, com esse arranjo, em caso de uma falha primária, não ocorrerá a perda de toda
a subestação, mas apenas a interrupção da linha em falha ou perda de um barramento sem perda
da linha. No cenário de uma falha primária seguida por uma falha do disjuntor, haverá a perda
de um barramento, porém, sem impacto em outros circuitos (LINGNER et al., 2014). Portanto,
esse critério recebeu uma pontuação de 6.
Quanto ao critério de disponibilidade durante a manutenção, devido à configuração do
arranjo, é possível realizar a manutenção de qualquer disjuntor sem exigir a interrupção do
circuito. Para a manutenção de uma chave seccionadora, qualquer chave conectada diretamente
36

ao barramento exigirá a interrupção do barramento relevante, mas não implicará na interrupção


de uma linha, uma vez que é possível manter todos os outros circuitos em serviço conectando-
os ao outro barramento e alternando entre os barramentos conforme necessário para permitir a
manutenção (LINGNER et al., 2014). sua pontuação é 7 na avaliação de disponibilidade durante
a manutenção.
Por fim, em relação à flexibilidade operacional, a capacidade de dividir a subestação
em dois barramentos únicos com a abertura do disjuntor proporciona uma boa flexibilidade. No
entanto, se essa operação de divisão for planejada desde o início, outra configuração deverá ser
considerada, uma vez que a superior segurança de serviço obtida pela configuração BDDD ao
manter todos os disjuntores fechados é perdida ao operar com a subestação dividida em dois
barramentos.
Em operação normal, todos os disjuntores estão fechados, e mesmo com esse nível de
flexibilidade, o projetista da subestação ainda pode precisar considerar desde o início onde os
circuitos estão conectados ao barramento. Portanto, a divisão da subestação em dois
barramentos únicos ou a movimentação de circuitos de um barramento para outro podem ser
realizadas com a subestação totalmente energizada. Essas operações são mais fáceis e seguras
do que aquelas em uma estação de barramento duplo com apenas um disjuntor, pois a seleção
é realizada por disjuntores e não por seccionadores (GERD LINGNER et al., 2014), resultando
em uma pontuação para esse critério de 6.
A seguir, a Figura 4.13 com as pontuações de cada critério para este arranjo de
barramento.

Figura 4.13 - Critérios de avaliação e suas pontuações para BDDD

Fonte: Elaborado pelo autor.


37

4.4 Análise econômica das configurações dos arranjos de barramento

A análise econômica desenvolvida neste trabalho foi baseada apenas nos custos de
investimento (CAPEX - Capital Expenditure). Esses custos incluem despesas associadas à
engenharia, aquisição de materiais e equipamentos (suprimento) e as atividades de construção
e montagem necessárias para implementar o projeto. A escolha das tensões de 69 kV e 138 kV
para o primeiro bloco, e 440 kV e 500 kV para o segundo bloco, foi feita com a finalidade de
permitir analisar um maior número de configurações de arranjos de barramento possíveis para
uma mesma faixa de tensão em cada bloco, assim, aplicando uma mesma condição aos
barramentos, proporcionando uma comparação direta entre os arranjos.

4.4.1 Análise econômica dos arranjos BS, BPT e BD5

O primeiro bloco contém a avaliação dos arranjos de Barra Simples, Barra Principal e
Transferência e Barra Dupla a Cinco Chaves, direcionados aos níveis de tensão de 69 kV e 138
kV. É feita uma análise inicial para os esses níveis de tensão.

a) Arranjo em Barra simples

Com base na Figura 4.2, que ilustra o esquema de barra simples, foram elaboradas as
Tabela 4.1 para o pátio de 69 kV e a Tabela 4.2 para o pátio de 138 kV, apresentando os custos
associados à implementação desse arranjo conforme a simulação de orçamento da ANEEL. Nos
cálculos, foram considerados um módulo de infraestrutura geral. Para o módulo de manobra,
foram incluídas duas entradas de linhas e dois módulos de conexão para as unidades de
transformação, totalizando quatro unidades no módulo de infraestrutura de manobra.
38

• Pátio de 69 kV

Tabela 4.1 - Custos para implementação do pátio em BS com tensão primária de 69 kV

Barramento Simples - 69 kV
Valor unitário
Quantidade Módulo Valor total (R$)
do módulo (R$)
1 Infraestrutura Geral 11.037.859,01 11.037.859,01
4 Infraestrutura de Manobra 331.509,77 1.326.039,09
2 Manobra - Entrada de linha 3.545.374,88 7.090.749,77
Manobra - Conexão a unidade de
2 3.162.547,61 6.325.095,22
transformação
Custo total do arranjo: 25.779.743,09
Fonte: Elaborado pelo autor.

• Pátio de 138 kV

Tabela 4.2 - Custos para implementação do pátio em BS com tensão primária de 138 kV

Barramento Simples - 138 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 15.567.956,62 15.567.956,62
4 Infraestrutura de Manobra 736.398,27 2.945.593,07
2 Manobra - Entrada de linha 6.940.592,74 13.881.185,48
Manobra - Conexão a unidade de
2 6.427.232,42 12.854.464,85
transformação
Custo total do arranjo: 45.249.200,01
Fonte: Elaborado pelo autor.

Verifica-se que o custo total para implementar um arranjo em barra simples com
tenção primária de 69 kV é de R$ 25.779.743,09 e uma área necessária de 12.320 m². Já para
uma tensão de entrada de 138 kV o custo é de R$ 45.249.200,01, para uma área de 19.200 m².

b) Arranjo em Barra Principal e Transferência

Outra alternativa a ser analisada é o arranjo de barra principal e transferência, onde a


Figura 4.4 ilustra o esquema desse tipo de barramento. É importante observar que esse arranjo
inclui um disjuntor de interligação de barras, também conhecido como disjuntor de amarre ou
de transferência, em contraste com o arranjo de barra simples. Essa adição contribui para um
aumento nos custos de implementação, conforme detalhado na Tabela 4.3 para uma tensão de
39

entrada de 69 kV e na Tabela 4.4 para uma tensão de 138 kV. Ao calcular os custos para essa
configuração, foram considerados um módulo de infraestrutura geral e, no módulo de
infraestrutura de manobra, foram contabilizadas 5 unidades, abrangendo duas entradas de linha,
um disjuntor de interligação de barras e dois módulos de conexão para as unidades de
transformação.

• Pátio de 69 kV

Tabela 4.3 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 69 kV

Barramento Principal e Transferência - 69 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 11.272.384,58 11.272.384,58
5 Infraestrutura de Manobra 331.509,77 1.657.548,86
2 Manobra - Entrada de linha 3.776.909,02 7.553.818,05
1 Manobra - Interligação de barras 2.725.492,24 2.725.492,24
Manobra - Conexão a unidade de
2 3.394.081,75 6.788.163,50
transformação
Custo total do arranjo: 29.997.407,23
Fonte: Elaborado pelo autor.

• Pátio de 138 kV

Tabela 4.4 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 138 kV

Barramento Principal e Transferência - 138 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 16.042.032,48 16.042.032,48
5 Infraestrutura de Manobra 736.398,27 3.681.991,33
2 Manobra - Entrada de linha 7.175.777,46 14.351.554,91
1 Manobra - Interligação de barras 5.325.117,88 5.325.117,88
Manobra - Conexão a unidade de
2 6.783.510,01 13.567.020,02
transformação
Custo total do arranjo: 52.967.716,63
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os investimentos necessários para a implementação do arranjo de barra principal e


transferência alcançaram R$ 29.997.407,23 para a configuração de 69 kV e R$ 52.967.716,63
40

para 138 kV. Apesar de apresentar custos mais elevados em comparação com o arranjo em barra
simples, é importante notar que essa alternativa demanda uma área ocupada significativamente
maior, totalizando 13.200 m² para a tensão primária de 69 kV e 21.000 m².

c) Arranjo em Barra Dupla a Cinco Chaves

Para esta configuração, representada na Figura 4.6, foram aplicados os mesmos


módulos e quantidades que foram considerados no arranjo de barra principal e transferência.
Apesar de compartilhar os mesmos módulos e quantidade de entradas de linhas e interligações
de barras, o arranjo de barra dupla a cinco chaves apresenta um custo superior ao arranjo de
barra principal e transferência. Isso se deve, principalmente, à menor quantidade de chaves
seccionadoras na configuração de BPT.
A Tabela 4.5 e Tabela 4.6 detalham os custos associados à implementação do arranjo
de barra dupla a cinco chaves, considerando as tensões de entrada de 69 kV e 138 kV,
respectivamente, conforme dados do banco de preços da ANEEL.

• Pátio de 69 kV

Tabela 4.5 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 69 kV

Barramento Duplo a Cinco Chaves - 69 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 11.382.919,97 11.382.919,97
5 Infraestrutura de Manobra 331.509,77 1.657.548,86
1 Manobra - Interligação de barras 2.725.492,24 2.725.492,24
2 Manobra - Entrada de linha 4.239.977,30 8.479.954,61
Manobra - Conexão a unidade de
2 3.857.150,03 7.714.300,06
transformação
Custo total do arranjo: 31.960.215,74
Fonte: Elaborado pelo autor.
41

• Pátio de 138 kV

Tabela 4.6 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 138 kV

Barramento Duplo a Cinco Chaves - 138 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 16.194.151,33 16.194.151,33
5 Infraestrutura de Manobra 736.398,27 3.681.991,33
1 Manobra - Interligação de barras 5.325.117,88 5.325.117,88
2 Manobra - Entrada de linha 7.646.146,89 15.292.293,78
Manobra - Conexão a unidade de
2 7.253.879,45 14.507.758,90
transformação
Custo total do arranjo: 55.001.313,22
Fonte: Elaborado pelo autor.

O investimento requerido para implementar o arranjo de barra dupla a cinco chaves no


pátio de 69 kV totaliza R$ 31.960.215,74, ocupando uma área de 13.200 m². Para o pátio de
138 kV, o custo é de R$ 55.001.313,22, com uma área de ocupação correspondente a 21.000
m². Essa configuração demanda a mesma metragem de área necessária do arranjo de barramento
principal e transferência.

4.4.2 Análise econômica dos arranjos AN, DJM e BDDD

No segundo bloco, é feita a análise econômica dos arranjos de barramento em Anel,


Barra Dupla com Disjuntor e Meio e Barra Dupla Disjuntor Duplo, explorando os níveis de
tensão de 440 kV e 500 kV.

a) Arranjo em Anel

Com base na representação do esquema de barra em anel, conforme ilustrado na Figura


4.8, foi realizado um estudo de custo por meio do simulador de orçamento da ANEEL. A
simulação considerou um cenário que compreende um módulo de infraestrutura geral, duas
entradas de linhas e dois módulos de conexão para as unidades de transformação. Como o
esquema de barramento em anel requer o uso de apenas um disjuntor por circuito e cada circuito
de saída tem dois caminhos de alimentação, resulta em duas unidades para o módulo de
infraestrutura de manobra. Essa análise foi aplicada para as tensões de entrada de 440 kV e 500
kV, resultando na geração da Tabela 4.7 e Tabela 4.8, que apresentam os custos estimados para
a implementação desse arranjo.
42

• Pátio de 440 kV

Tabela 4.7 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 440 kV

Barramento em Anel - 440 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 19.148.995,69 19.148.995,69
2 Infraestrutura de Manobra 4.561.498,58 9.122.997,16
2 Manobra - Entrada de linha 12.467.166,72 24.934.333,44
Manobra - Conexão a unidade de
2 14.191.289,53 28.382.579,05
transformação
Custo total do arranjo: 81.588.905,35
Fonte: Elaborado pelo autor.

• Pátio de 500 kV

Tabela 4.8 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 500 kV

Barramento em Anel - 500 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 36.959.144,64 36.959.144,64
2 Infraestrutura de Manobra 4.575.006,38 9.150.012,76
2 Manobra - Entrada de linha 12.745.718,56 25.491.437,12
Manobra - Conexão a unidade de
2 14.419.270,64 28.838.541,29
transformação
Custo total do arranjo: 100.439.135,80
Fonte: Elaborado pelo autor.

Constatou-se que o custo total estimado para a implementação de um arranjo de barra


em anel com tensão primária de 440 kV é de R$ 81.588.905,35. Em contrapartida, para uma
tensão de entrada de 500 kV, o custo estimado é de R$ 100.439.135,80.

b) Arranjo em Barra Dupla com Disjuntor e Meio

A configuração avaliada é o arranjo de barra dupla com disjuntor e meio, cujo esquema
é evidenciado na Figura 4.10. Ao calcular os custos dessa configuração, foi considerado um
módulo de infraestrutura geral. Para o módulo de infraestrutura de manobra, foram consideradas
duas unidades, pois duas linhas compartilham um mesmo disjuntor, da mesma forma ocorre
para a conexão com as duas unidades de transformação. Assim, o arranjo é composto por duas
43

carreiras de disjuntor e meio, com duas entradas de linha e dois módulos de conexão para as
unidades de transformação. A Tabela 4.9, referente à tensão de entrada de 440 kV, e a Tabela
4.10, para tensão primária de 500 kV, apresentam os custos associados a essa configuração de
barra.

• Pátio de 440 kV

Tabela 4.9 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 440 kV

Barramento Duplo Disjuntor e meio - 440 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 19.923.196,22 19.923.196,22
2 Infraestrutura de Manobra 4.309.165,07 8.618.330,13
2 Manobra - Entrada de linha 12.736.700,23 25.473.400,46
Manobra - Conexão a unidade de
2 14.460.823,03 28.921.646,07
transformação
Custo total do arranjo: 82.936.572,89
Fonte: Elaborado pelo autor.

• Pátio de 500 kV

Tabela 4.10 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 500 kV

Barramento Duplo Disjuntor e meio - 500 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 37.733.345,18 37.733.345,18
2 Infraestrutura de Manobra 4.309.165,07 8.618.330,13
2 Manobra - Entrada de linha 13.015.252,07 26.030.504,13
Manobra - Conexão a unidade de
2 14.688.804,15 29.377.608,30
transformação
Custo total do arranjo: 101.759.787,74
Fonte: Elaborado pelo autor.

Os custos para implementar o arranjo de barramento duplo com disjuntor e meio


alcançaram o montante de R$ 82.936.572,89 para tensão primária de 440 kV. Já para 500 kV,
o custo totalizou R$ 101.759.787,74.
44

c) Arranjo Barra Dupla Disjuntor Duplo

Para esta configuração, representada na Figura 4.12, foram aplicados um módulo de


infraestrutura geral, duas entradas de linhas e dois módulos de conexão para as unidades de
transformação, resultando assim em quatro unidades para o módulo de infraestrutura de
manobra. A Tabela 4.11 e Tabela 4.12 detalham os custos associados à implementação do
arranjo de barra dupla com duplo disjuntor, considerando as tensões de entrada de 440 kV e
500 kV, respectivamente.

• Pátio de 440 kV

Tabela 4.11 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 440 kV

Barramento Duplo com Duplo Disjuntor - 440 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 19.923.196,22 19.923.196,22
4 Infraestrutura de Manobra 4.309.165,07 17.236.660,27
2 Manobra - Entrada de linha 15.744.679,55 31.489.359,10
Manobra - Conexão a unidade de
2 16.765.404,11 33.530.808,22
transformação
Custo total do arranjo: 102.180.023,82
Fonte: Elaborado pelo autor.

• Pátio de 500 kV

Tabela 4.12 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 500 kV

Barramento Duplo com Duplo Disjuntor - 500 kV


Valor unitário do Valor total
Quantidade Módulo
módulo (R$) (R$)
1 Infraestrutura Geral 43.927.339,71 43.927.339,71
4 Infraestrutura de Manobra 4.309.165,07 17.236.660,27
2 Manobra - Entrada de linha 16.133.119,13 32.266.238,26
Manobra - Conexão a unidade de
2 17.080.909,58 34.161.819,16
transformação
Custo total do arranjo: 127.592.057,40
Fonte: Elaborado pelo autor.

O investimento necessário para implementar o arranjo no pátio de 440 kV totaliza R$


102.180.023,82. Para o pátio de 500 kV, os custos correspondem a R$ 127.592.057,40.
45

4.5 Análise dos resultados

Este item apresenta uma análise crítica dos quatro principais critérios considerados na
avaliação dos diferentes arranjos de barramento abordados neste estudo, que foram os
seguintes: segurança do sistema, disponibilidade durante a manutenção, flexibilidade
operacional e custos de implementação. A discursão dos resultados desses critérios é importante
para determinar a eficácia de cada configuração de barramento em atender às necessidades
específicas de uma subestação.
Cada arranjo recebeu pontuações específicas para o critério de segurança do sistema,
que refletem sua capacidade de lidar com condições normais e falhas. A pontuação atribuída
foi a seguinte conforme mostrada na Tabela 4.13:

Tabela 4.13 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Segurança do sistema

Disjuntor e Meio
Barra Dupla com
Duplo Disjuntor
e Transferência

a Cinco Chaves
Barra Principal

Barra em Anel
Barra simples

Barra Dupla

Barra Dupla
Possíveis Possíveis consequências
consequências para para a rede devido a uma
Pontuação
a rede devido a falha primária seguida de
uma falha primária falha no disjuntor em abrir
Possível perda de
1 Perda de toda a subestação 1 1
toda a subestação
Perda de um ou
Perda de mais de um
mais alimentadores,
2 alimentador ou de toda a 2
mas não de toda a
subestação
subestação
Perda de um ou
Perda de mais de um
mais alimentadores,
3 alimentador, mas não de
mas não de toda a
toda a subestação
subestação
Perda de um alimentador e
Perda de um sempre um alimentador a
4 4
alimentador mais, mas não de toda a
subestação
Perda de um alimentador e
Perda de nenhum possivelmente um
5 5
ou um alimentador alimentador a mais, mas
não de toda a subestação
Perda de nenhum
6 Perda de um alimentador 6
ou um alimentador
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.
46

Na avaliação da segurança do serviço, examinamos o impacto dos equipamentos na


rede elétrica, presumindo a operação correta dos sistemas de controle e proteção. Isso implica
considerar condições como o desligamento do disjuntor em caso de falha primária (C-1) e as
consequências quando o disjuntor não consegue abrir (C-2).
É importante notar que, ao analisar as configurações em termos de funcionalidade e
possíveis desdobramentos, percebe-se que os sistemas de barramento duplo não garantem a
prevenção total da perda da subestação em situações de falha adicional no disjuntor. Além disso,
à medida que se busca um nível mais elevado de segurança do sistema, há um aumento na
quantidade de equipamentos necessários para a subestação. Esse aumento na complexidade e
na quantidade de dispositivos resulta, consequentemente, em custos mais elevados de
implementação para garantir uma segurança mais robusta do sistema elétrico.
A avaliação da disponibilidade durante a manutenção analisa como a rede é afetada
quando disjuntores e chaves seccionadoras na subestação estão fora de operação. Durante a
manutenção, a chave seccionadora da barra é um ponto crítico, pois a barra relevante precisa
ser desenergizada. Configurações com múltiplos barramentos melhoram a disponibilidade
durante a manutenção da chave seccionadora da barra, mas isso vem com custos e ocupação de
espaço adicionais.
Para o critério de disponibilidade durante a manutenção, as pontuações atribuídas são
as seguintes mostras na Tabela 4.14.
47

Tabela 4.14 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Disponibilidade durante a
manutenção

Disjuntor e Meio
Barra Dupla com
Duplo Disjuntor
e Transferência

a Cinco Chaves
Barra Principal

Barra em Anel
Barra simples

Barra Dupla

Barra Dupla
Pontuação Manutenção de Consequência
Qualquer
seccionador Desligamento de toda a
1 1
ligado ao subestação
barramento
Seccionador de Desligamento de toda a
2
barramento subestação
Seccionador
ligado ao
Desligamento de metade
3 barramento ou
da subestação
seccionador de
barramento
Qualquer Desligamento de um
seccionador barramento e circuito
4
ligado ao correspondente. Circuitos
barramento restantes em operação.
Desligamento de um
Qualquer
barramento e circuito
seccionador
5 correspondente. Circuitos
ligado ao
restantes em operação
barramento
em barramento duplo
Desligamento de um
Qualquer barramento. Todos
seccionador circuitos em operação
ligado ao Anel Aberto
barramento Divisão da subestação ou
6 6 6 6
perda de configuração
Perda de configuração ou
divisão da subestação,
Disjuntor
mas todos os circuitos em
operação
Qualquer
Desligamento de um
seccionador
barramento. Todos
ligado ao
circuitos em operação
7 barramento 7 7
Todos os circuitos
Disjuntor permanecem em
operação
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.
48

A pontuação mais alta para os arranjos BPT e BDDD em disponibilidade durante a


manutenção é atribuída às características específicas desses arranjos. O BPT oferece a
capacidade de transferir a carga para um barramento de reserva durante a manutenção,
mantendo assim a continuidade do serviço. Essa capacidade de transferência contribui para uma
menor interrupção durante a manutenção. Já o BDDD, com sua característica de redundância
de disjuntores, garante a disponibilidade contínua do sistema.
Por outro lado, as configurações AN e DJM também fornecem certo nível de
redundância, resultando em uma boa pontuação. O BD5 devido ao grande número de chaves
seccionadoras o permite diversas formas de configuração, se reorganizando durante o período
de manutenção. Por fim, a configuração de BS tem uma pontuação mais baixa devido à sua
limitada capacidade de manobra e redundância. Durante a manutenção, pode haver a
necessidade de interromper completamente o serviço em vez de transferir a carga para um
barramento de reserva
A avaliação da flexibilidade operacional refere-se à capacidade de uma subestação
elétrica adaptar-se e reorganizar suas conexões de alimentadores de maneira eficiente. Isso
envolve a habilidade da subestação em realizar desmembramentos, que podem ocorrer de duas
formas distintas: energizado e não energizado.
Para o desmembramento energizado, a reconfiguração das conexões é realizada
enquanto a subestação permanece energizada, garantindo a continuidade do fornecimento de
energia durante o processo. Enquanto o desmembramento não energizado, partes específicas da
subestação precisam ser desligadas temporariamente para realizar o desmembramento. Essa
capacidade é importante para atender às possíveis dinâmicas da rede elétrica e garantir uma
operação eficiente, a Tabela 4.15 apresenta a pontuação para este critério de acordo com os
arranjos de barra estudados.

Tabela 4.15 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Flexibilidade Operacional
Disjuntor e Meio
Barra Dupla com
Duplo Disjuntor
e Transferência

a Cinco Chaves
Barra Principal

Barra em Anel
Barra simples

Barra Dupla

Barra Dupla

Pontuação Definição
1 Não é possível dividir 1
Divisão não energizada (apenas com o
2
seccionador). Sem flexibilidade
Divisão energizada (com disjuntor). Sem
3
flexibilidade
Divisão energizada (com disjuntor). Baixa
4 4 4 4
flexibilidade
Divisão energizada (com disjuntor). Alta
5 5
flexibilidade, manobra com seccionador
Divisão energizada (com disjuntor). Alta
6 6
flexibilidade, manobra com disjuntor
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.
49

A pontuação mais alta é atribuída ao arranjo de barramento duplo com duplo disjuntor,
e isso se deve à sua capacidade de fornecer redundância de disjuntores, garantindo a presença
de dois dispositivos de interrupção independentes. Essa característica aumenta a confiabilidade
operacional, permitindo isolar falhas em disjuntores sem afetar toda a subestação. Dessa forma,
essa configuração apresenta capacidade de isolamento seletivo e adaptação a diversas condições
operacionais.
Na Figura 4.14 a seguir, é possível visualizar todos os arranjos de barramentos
acompanhados pelos critérios de avaliação. Observa-se uma tendência quando se busca maior
segurança no sistema, menor interrupção e maior flexibilidade. Os arranjos de Barramento
Duplo com Duplo Disjuntor, Barramento em Anel e Barramento Duplo com Disjuntor e Meio
destacam-se como as melhores opções, sendo recomendados para barramentos de tensão igual
ou superior a 345 kV, que são subestações que possuem grande importância.
Dessa forma, para o arranjo de Barramento Simples, sugere-se sua instalação em
tensões iguais ou inferiores a 138 kV. Essa recomendação é direcionada a subestações em que
a perda temporária da subestação, seja por falha ou manutenção, não acarrete impactos
significativos em sua ausência. É aconselhável que instalações desse tipo adotem um plano de
manutenção e operação, visando reduzir ao máximo o período de indisponibilidade em
situações de emergência.
Na classe de tensão igual ou inferior a 230 kV, são recomendados os arranjos de Barra
Dupla com Disjuntor Simples a Cinco Chaves, ou a variação, o Barramento Duplo a Quatro
Chaves. Além desses arranjos, em subestações que operem como sistemas radiais simples, é
possível optar pelo arranjo de Barra Principal e Transferência para barramentos de 230 kV.

Figura 4.14 - Pontuação dos critérios de avaliação para os arranjos de barramento

BS
8
6
BDDD 4 BPT
2
0

DJM BD5

AN
Segurança do sistema
Disponibilidade durante a manutenção
Flexibilidade operacional
Fonte: Elaborado pelo autor.
50

Para a análise de custos, a Tabela 4.16 apresenta os custos de implantação do pátio de


manobras para as tensões de 69 kV e 138 kV dos arranjos de subestações com barramento
simples, barramento principal e transferência e barramento duplo a cinco chaves. Observa-se
que o aumento do custo de implementação ao passar da tensão primária de 69 kV para 138 kV
é em torno de 74% para todos os arranjos, sendo assim, a análise para um nível de tensão de
entrada é válida para a outra.
Para a construção do arranjo em barramento simples a 69 kV, são necessários
aproximadamente R$ 25.779.743,09; para o barramento principal e transferência, o custo é de
R$ 29.997.407,23; enquanto para o arranjo em barramento duplo a cinco chaves, o valor é de
R$ 31.960.215,74. A diferença entre BS e BPT é de R$ 4.217.664,14 no empreendimento, e
entre BS e BD5 é de R$ 6.180.472,65. Essa diferença está relacionada ao custo do disjuntor de
interligação de barras que os arranjos BPT e BD5 possuem, assim como a presença de um
número maior de chaves seccionadoras em comparação com o BS.
Já a diferença entre o BPT e BD5 é de R$ 1.962.808,51. Vale ressaltar também que os
arranjos BPT e BD5 ocupam uma área de aproximadamente 13.200 m² para 69 kV e 21.000 m²
em 138 kV, enquanto a barra simples ocupa uma área de 12.320 m² a 69 kV e 19.200 m² em
138 kV. Esse fator é importante a ser considerado no projeto da subestação.
A análise para a escolha do melhor arranjo para o pátio de 69 kV ou 138 kV de uma
subestação depende do projetista e do critério com maior importância para a subestação. Além
disso, é relevante considerar se há um plano de expansão futura para a subestação. Observa-se
que a diferença de custo entre o BPT e BD5 é relativamente pequena em comparação com a
diferença de cada uma dessas configurações com o barramento simples. Portanto, para a escolha
entre BPT e BD5, é recomendado basear-se nas vantagens que cada arranjo proporcionará e nas
prioridades específicas do projeto. Esses arranjos oferecem maior flexibilidade operativa e
confiabilidade ao sistema de energia em comparação com o arranjo BS.
Considerando as vantagens descritas dos arranjos BPT e BD5 em relação ao arranjo
BS, os valores adicionais de R$ 4.217.664,14 e R$ 6.180.472,65 no empreendimento podem
ser justificados pelos benefícios que serão proporcionados ao sistema ao longo dos anos, sendo
capazes de atender de maneira mais eficiente à carga.
51

Tabela 4.16 - Custos de Implementação a 69 kV e 138 kV para BS, BPT e BD5

Tensão Primária
de 138 kV

Tensão Primária
de 69 kV

R$ 20.000.000,00 R$ 30.000.000,00 R$ 40.000.000,00 R$ 50.000.000,00 R$ 60.000.000,00

Barramento Duplo Barramento Principal Barramento


a Cinco Chaves e Transferência Simples
Fonte: Elaborado pelo autor.

Para a análise dos arranjos de barramento em anel, barramento duplo com disjuntor e
meio e barramento duplo com duplo disjuntor, a Tabela 4.17 apresenta os custos de implantação
para as tensões de 440 kV e 500 kV. Observando o mesmo ponto do conjunto de barramento
anteriormente analisado, o aumento do custo de implementação ao passar da tensão primária de
440 kV para 500 kV é em torno de 25% para todos os arranjos, sendo assim, como no bloco
anteriormente avaliado, a análise para um nível de tensão de entrada é válida para a outra.
O barramento em anel tem um custo de implementação para 440 kV de R$
81.588.905,35 e, em 500 kV, de R$ 100.439.135,80. Para o barramento duplo com duplo
disjuntor, o investimento é de R$ 102.180.023,82 para 440 kV e, em 500 kV, é de R$
127.592.057,40. Por fim, o barramento duplo com disjuntor e meio tem o custo em 440 kV e
500 kV de R$ 82.936.572,89 e R$ 101.759.787,74, respectivamente.
Verifica-se que o barramento em anel tem o menor investimento em custo, sendo uma
diferença em relação ao BDDD de R$ 20.591.118,47 e entre DJM de R$ 1.347.667,54, para a
tensão de entrada de 440 kV. No entanto, para o barramento em anel, não é recomendada a
instalação de mais de cinco circuitos. Contudo, é possível e usual projetar inicialmente um
barramento em anel e quando necessário mais de cinco circuitos, transformá-lo em um
barramento do tipo disjuntor e meio.
Comparando o arranjo de barramento em anel com o BDDD e o DJM, verifica-se que
para o critério de flexibilidade operacional, o BDDD é melhor pontuado e em relação ao DJM
eles são equivalentes, enquanto para o critério de segurança do sistema o AN tem uma menor
pontuação tanto em comparação com o BDDD quanto com o DJM. Assim, para os casos em
52

que é possível optar por DJM ou AN, a instalação do barramento disjuntor e meio pode ser
vantajosa, pois a diferença de custo é significativamente baixa, podendo compensar a longo
prazo os benefícios de desempenho do arranjo de barramento disjuntor e meio.
Ao comparar os custos de implementação do BDDD e DJM, observamos uma
diferença de R$ 19.243.450,93. Considerando as vantagens analisadas conforme mostra a
Figura 4.14, o BDDD tem uma pontuação melhor nos critérios de segurança no sistema,
disponibilidade durante manutenção e flexibilidade operacional do que o arranjo DJM. Assim,
devido a essa diferença de custo ser significativa, é recomendado avaliar o quanto essa diferença
qualitativa é importante para o projeto da subestação.
Portanto, se for apenas considerar o custo de implementação o arranjo de barramento
em Anel se torna melhor, porém, é importante na fase inicial do projeto a ponderação de qual
caminho é mais vantajoso a longo prazo e quais critérios são indispensáveis, especialmente se
a subestação tem um plano de expansão futura.

Tabela 4.17 - Custos de Implementação a 440 kV e 500 kV para AN, DJM e BDDD

Tensão Primária
de 500 kV

Tensão Primária
de 440 kV

R$ 50.000.000,00 R$ 70.000.000,00 R$ 90.000.000,00 R$ 110.000.000,00 R$ 130.000.000,00

Barramento Duplo Barramento Duplo Barramento


com Duplo Disjuntor Disjuntor e meio em Anel
Fonte: Elaborado pelo autor.

Na conclusão deste capítulo, após a análise aprofundada de cada critério e a avaliação


dos arranjos de barramento, torna-se evidente que cada configuração apresenta suas
características distintas em relação aos padrões de segurança, flexibilidade operacional,
disponibilidade de manutenção e custos associados à implementação. É destacado que os
arranjos BDDD, AN e DJM emergiram como opções que oferecem maior segurança,
disponibilidade e flexibilidade operacional.
53

Por outro lado, o arranjo de barra simples, apesar de apresentar custos iniciais mais
baixos, revelou-se mais limitado em termos de segurança e flexibilidade operacional.
Recomenda-se sua aplicação em subestações de menor complexidade, onde a interrupção do
serviço durante manutenções programadas é aceitável. Na Figura 4.15 é apresentada a análise
qualitativa e os custos de implementação para os arranjos estudados. Trata-se de um gráfico
que exibe os custos para as tensões primárias de 69 kV, 138 kV, 440 kV e 500 kV, juntamente
com a pontuação dos critérios qualitativos associados a cada arranjo de barramento.

Figura 4.15 - Gráfico dos Custos de implementação e Critérios de avaliação por Arranjos de
barramento

Fonte: Elaborado pelo autor.

Concluindo então que a escolha do arranjo de barramento ideal deve ser guiada pelas
necessidades específicas de cada subestação, portanto, é recomendado a classificação da
subestação em uma das categorias mencionadas no capitulo 2, como subestação de
transformação (elevadora ou abaixadora), subestação de manobra ou subestação de geração, e
assim, atribuir diferentes pesos aos quatro critérios da metodologia com base nessas categorias.
Isso conecta a seleção do arranjo de barras à função específica da subestação no sistema de
potência. Em uma subestação de geração de alta capacidade, o critério de Segurança no Sistema,
deve ser mais ponderado, pois é necessário garantir o fornecimento durante o maior tempo
possível, enquanto em uma subestação de manobra, a Flexibilidade Operacional pode ter uma
importância maior.
A Tabela 3.4, que resume os arranjos das subestações segundo o nível de tensão,
conforme apresentado no Capítulo 3 da Resolução Normativa da ANEEL (2009), justifica os
critérios de configuração de barras estabelecidos pela ANEEL. Destaca que, à medida que a
classe de tensão aumenta, as exigências de Segurança no Sistema e Disponibilidade durante a
manutenção também aumentam, arranjos que cumprem de forma mais eficiente esses critérios
54

se destacam em classes de tensão mais altas, ao passo que aqueles com um desempenho inferior
nesses aspectos, mas que oferecem igual ou maior Flexibilidade Operacional, sobressaem-se
em classes de tensão mais baixas.
A Figura 4.16 resume os diversos esquemas de barramento abordados neste estudo,
proporcionando uma comparação que evidencia suas respectivas vantagens e desvantagens.

Figura 4.16 - Resumo dos esquemas de barramento

(continua)

Tipo de esquema Vantagens Desvantagens


a) Custo mais baixo de todos; a) Falha no barramento ou em
b) Facilidade operacional. qualquer disjuntor resulta no
desligamento de toda a subestação
(SE);
b) Dificuldade de se executar
qualquer manutenção devido a
Barramento necessidade de desligamento de
simples toda SE;
c) Barramento não pode ser
ampliado sem desligamento de toda
a SE;
d) Pode ser utilizado apenas onde
as cargas podem ser desligadas ou
tem outro suprimento.
a) Baixo custo inicial; a) Requer um disjuntor adicional
b) Qualquer disjuntor pode ser para a função de disjuntor de
tirado de serviço para amarre;
manutenção, sem comprometer b) Manobras mais complicadas
Barramento
aquela linha; quando for realizar a manutenção
principal e
em um disjuntor;
transferência
c) Falha no barramento ou uma
falha primária seguida de falha do
disjuntor resulta no desligamento
de toda a SE.
a) Alguma flexibilidade operativa, a) Requer um disjuntor adicional
com duas barras de operação; para função de disjuntor de amarre
b) Quaisquer das duas barras e em caso de falha deste disjuntor a
podem ser isoladas para SE fica inoperante;
Barramento duplo manutenção; b) Cinco seccionadoras requeridas
a cinco chaves c) Disjuntor pode ser prontamente por circuito;
transferido de uma barra para c) Falha do disjuntor de linha tira de
outra pelo uso do disjuntor de operação todos os circuitos que
amarre e das seccionadoras estiverem operando no mesmo
seletoras de barramento. barramento desta linha;
55

Figura 4.16 - Resumo dos esquemas de barramento

(conclusão)

Tipo de esquema Vantagens Desvantagens


a) Flexibilidade operativa para a) Se uma falta acontece durante
manutenção de disjuntores; um período de manutenção de
b) Qualquer disjuntor pode ser disjuntor, o anel pode ser separado
retirado para a manutenção sem em duas seções;
Barramento em
a interrupção de carga; b) Falha de disjuntor durante uma
anel
c) Cada circuito é alimentado por falta em um dos circuitos tira de
dois disjuntores; operação mais um outro circuito;
c) Esquemas de proteção mais
complicados;
a) Alta confiabilidade; a) Custos de implementação
b) Maior flexibilidade operativa; elevados;
c) Qualquer dos dois barramentos b) Esquemas de proteção um pouco
Barramento
pode ser retirado de serviços mais complicados, uma vez que o
disjuntor e meio
para manutenção; disjuntor do meio deve abrir para
d) Falha em um barramento não falha em qualquer dos dois circuitos
significa a remoção do circuito. associados.
a) Cada circuito tem dois a) Maior custo de implementação
disjuntores dedicados a ele; em comparação aos outros
b) Flexibilidade operativa para se barramentos;
Barramento
colocar os dois circuitos ligados a b) Pode perder metade dos circuitos
duplo – duplo
qualquer dos dois barramentos; por ocasião de falhas de
disjuntor
c) Qualquer dos disjuntores pode disjuntores, se os circuitos não
ser retirado de serviço para a estiverem ligados a ambos os
manutenção. barramentos.
Fonte: Adaptada de L. F. W. Souza, Apostila do Curso de Subestações. Universidade Federal
Fluminense - UFF, 1998.
56

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

5.1 Conclusões

Este estudo teve como objetivo apresentar critérios para orientar a avaliação e
comparação de configurações de subestações, por meio de um processo quantificável
apropriado para atender às necessidades específicas de cada subestação, adotando a
configuração de barramento mais eficiente para o tipo de instalação. O trabalho definiu e
descreveu os arranjos de barramentos clássicos e mais utilizados para subestações, que foram
então usados para a aplicação da metodologia.
A abordagem qualitativa desse trabalho baseou-se na avaliação de três fatores
fundamentais que influenciam a configuração da subestação: segurança do serviço, analisando
a configuração da subestação em termos de disponibilidade de fornecimento à rede;
disponibilidade durante a manutenção, examinando a capacidade da configuração da subestação
de manter os circuitos energizados durante a manutenção de chaves seccionadoras e disjuntores;
e estudo da flexibilidade operacional, analisando a capacidade do arranjo da subestação de
permitir a reorganização dos circuitos ou que a subestação seja dividida em duas ou mais partes.
Além disso, foi realizado uma avaliação quantitativa de Custo de Implementação, adotando a
metodologia para custos de implementação utilizada pela ANEEL em seu simulador de
orçamento para subestações e linhas de transmissão. Essa metodologia é baseada em módulos
para cada etapa da construção, subdividindo a subestação em unidades menores, cada uma
representando setores distintos em termos de função, operação e estrutura física.
Aos três critérios qualitativos foram atribuídos um sistema de pontuação para
compará-los em relação a cada uma das configurações de barra. Assim, foi gerada uma matriz
de classificação objetiva, considerando todas as classificações e pontuações das diversas
configurações que são utilizadas em diferentes aplicações. Essa matriz pode ser utilizada como
auxílio em um processo de decisão, durante a seleção ou otimização de uma configuração de
barramento de uma subestação. É importante destacar que a matriz deve ser usada apenas como
diretriz e não de maneira dogmática.
Além dos quatro critérios discutidos nesse trabalho, é necessário que reconheça que
existem implicações técnicas específicas relacionadas ao projeto e às necessidades de cada
subestação planejada. A escolha da tecnologia de instalação, como módulos compactos,
convencionais, isolados a gás 𝑆𝐹6 ou híbridos, e a consideração da área disponível para
instalação são exemplos desses aspectos não detalhados neste estudo, mas que desempenham
um papel vital no projeto específico, devendo ser levados em consideração pelo projetista.
Portanto, a principal contribuição desta metodologia é proporcionar aos engenheiros
uma ferramenta adicional na escolha do esquema de barramento mais adequado para uma
subestação. Com a aplicação da metodologia, foi possível verificar que cada configuração
apresenta suas características em relação aos padrões de segurança, flexibilidade operacional,
disponibilidade de manutenção e custos associados à implementação. Observando que
conforme a tensão aumenta, as exigências de segurança no sistema e disponibilidade durante a
57

manutenção também crescem. Configurações mais eficientes nesses critérios se destacam em


classes de tensão mais elevadas, enquanto aquelas com desempenho inferior nesses aspectos,
porém com flexibilidade operacional equivalente ou superior, sobressaem-se em classes de
tensão mais baixas.

5.2 Sugestões para futuros trabalhos

Há diversas oportunidades de ampliação e aprofundamento nas pesquisas relacionadas


aos arranjos de barramentos em subestações, visando aprimorar e estender o conhecimento na
área de arranjos de barramentos segue algumas sugestões para trabalhos futuros:
• O aprofundamento na análise de tecnologias de instalação, realizando uma
investigação mais detalhada das implicações técnicas e econômicas associadas a
diferentes tecnologias de instalação, como módulos compactos, convencionais,
isolados a gás SF6 ou híbridos. Isso pode incluir uma avaliação mais aprofundada
dos custos de implementação e benefícios operacionais associados a cada opção.
• O estudo da influência da localização geográfica da instalação, explorando como
como a localização geográfica das subestações influencia a escolha do arranjo de
barramento, considerando fatores climáticos, geotécnicos e ambientais, bem como
os desafios específicos de diferentes regiões geográficas.
• A avaliação de como os arranjos de barramento podem ser otimizados para
acomodar a crescente integração de fontes de energia renovável, como solar e
eólica, nas subestações. Isso pode envolver considerações específicas de
segurança, flexibilidade e custos.
• Por fim, é sugerida uma pesquisa sobre o ciclo de vida das diferentes configurações
de barramento, levando em conta não apenas os custos iniciais, mas também os
impactos ambientais, os custos de manutenção ao longo do tempo e a longevidade
das instalações.
58

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL 2023: ANO BASE 2022. Rio de Janeiro: Empresa
de Pesquisa Energética, 2023, p. 5-65, jan./jun. 2023.

MONTEIRO, Paulo Roberto Duailibe; MIRANDA, Jullia Mercedes. Arranjo de subestação:


um estudo de revisão bibliográfica. Research, Society and Development journal, Rio de Janeiro:
RSD, v. 10, n. 14, p. 12, 2021. Disponível em:
<https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/21805/19592/264679>. Acesso em: 15
abr. 2023.

MULLER, Antônio Gabriel Marques. Recapacitação e renovação de subestações: aspectos


relacionados a equipamentos, confiabilidade e arranjo físico. Minas Gerais, 2022. Tese
(Mestrado em Engenharia Elétrica) - Instituto de Engenharia de Sistemas e Tecnologia da
Informação, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá - MG, 2022. Disponível em:
<https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/3283>. Acesso em: 23 set. 2023.

MONTEIRO, Paulo Roberto Duailibe; RIBEIRO, Tiago; ARAÚJO, Munique; PEREIRA,


Aleksandro. Comparison of Industrial Substation Arrangements. IEEE - Latin America
Transactions, Rio de Janeiro: IEEE, v. 18, n. 10, p. 1834–1841, 2021. Disponível em:
<https://latamt.ieeer9.org/index.php/transactions/article/view/3682>. Acesso em: 7 set. 2023.

PROCEDIMENTOS DE REDE - SUBMÓDULO 2.6 - REQUISITOS MÍNIMOS PARA


SUBESTAÇÕES E SEUS EQUIPAMENTOS. Rio de Janeiro: Operador Nacional do Sistema
Elétrico, 2022, p. 1-25, ago. 2022.

VIOLIN, Airton; D’AJUZ, Ary; LACORTE, Marta. Equipamentos de Alta Tensão –


Prospecção e Hierarquização de Inovações Tecnológicas: Subestações de Alta Tensão.
Brasília:Teixeira, 2013. 934 p.

NORMA BRASILEIRA 5460:1992 - SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA. Rio de


Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), p. 1-63, abr. 1992.

MAMEDE, João. Subestações de Alta Tensão. Rio de Janeiro: LTC, 2021. 406 p.

DE OLIVEIRA, Ângelo Rocha.; FERNANDES, Gabriel da Rocha; OLIVEIRA, Edimar José.


Isolamento elétrico de subestações: Evolução da tecnologia e tendências. Anais do XII
Congresso Latino americano de Geração e Transporte de Energia, Mar del Planta, 2017.
Disponível em: <http://www3.fi.mdp.edu.ar/clagtee/2017/articles/13-005.pdf>. Acesso em: 24
out. 2023.

DUAILIBE, Paulo Roberto. Subestações: Tipos, Equipamentos e Proteção. Rio de Janeiro:


Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, 1999. 97 p.

LIMA, Gabriela; BORGES, Thiago; BAPTISTA, Jacson; MONTEIRO, Paulo Roberto


Duailibe; LIMA, Leandro. Virtual reality as a tool for electrical substations teaching. Anais
Simposio Brasileiro de Sistemas Eletricos (SBSE), Rio de Janeiro: IEEE, 2018. Disponível em:
<https://ieeexplore-ieee-org.ez24.periodicos.capes.gov.br/tp=&arnumber=8395776>. Acesso
em: 24 out. 2023.
59

MONTEIRO, Paulo Roberto Duailibe; ROCHA, Leonardo; SOARES, Carlos; SILVA, Wainer
S. Power system stress analysis for main grid substations in Brazil. Ingeniare - Revista Chilena
de Ingeniería, Chile: Ingeniare, v. 24, n. 3, p. 377–391, 2016.

CARDOSO, Elvanger Santos; MOTTA FILHO, Antônio César; MONTEIRO, Paulo Roberto
Duailibe; GOMES, Larisa Alves. Application analysis of disconnecting circuit breaker in
different substation arrangements. International Seven Journal of Multidisciplinary, Rio de
Janeiro: Seven Editora, 2023. Disponível em:
<https://sevenpublicacoes.com.br/index.php/editora/article/view/125>3. Acesso em: 30 out.
2023.

COLUSSI, André. Sistema especialista para avaliação de alternativas de topologia para


subestações de transmissão. Santa Catarina, 2002. 115 f. Tese (Mestrado em Engenharia
Elétrica) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2002,
Disponível em: <http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/83757>. Acesso em: 30
out. 2023.

CORSSEN, Carlos Larrain. Avaliação de índices de confiabilidade em subestações. Santa


Catarina, 1979. 149 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Centro Tecnológico,
Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 1979, Disponível em:
<http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/74887>. Acesso em: 30 out. 2023.

LINGNER, Gerd; ESTEBAN, Antonio Sánchez; TWOMWY, Colm; MORTENSEN, Erik;


COLOMBO, Enrico; OLOVSON, Hans-Erik; ABDALLA, Hanna; SOGAARD, Kim;
CURRO, Laurie; KOENIG, Philp. Circuit Configuration Optimization. CIGRÉ – Technical
Brochures, Comitê Internacional: CIGRÉ Editora, n. 585, 2014. Disponível em:
<https://www.e-cigre.org/publications/detail/585-circuit-configuration-optimization.html>.
Acesso em: 31 out. 2023.

MARSON, João Paulo. Metodologia de Análise de Arranjo de Barras em Subestação de Alta


Tensão. São Carlos, 2017. 90 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Elétrica) – Curso de Engenharia Elétrica com Ênfase em Sistemas de Energia e Automação -
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

FRONTIN, Sergio de Oliveira; JARDINI, José Antônio; GABAGLIA, Carlos Pederneiras


Raja. Equipamentos de Alta Tensão – Prospecção e Hierarquização de Inovações
Tecnológicas: Planejamento e Custos dos Equipamentos de Alta. Brasília: Teixeira, 2013. 934
p.

DESPACHO ANEEL N° 3.246 DE 16 DE NOVEMBRO DE 2022. Rio de Janeiro: Agência


Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), p. 1-82, nov. 2022.

ORÇAMENTO BANCO DE PREÇO. Rio de Janeiro: Agência Nacional de Energia Elétrica


(ANEEL). Disponível em: <https://bprsimulador.aneel.gov.br/#>. Acesso em: 1 nov. 2023.

PROCEDIMENTOS DE REDE. Rio de Janeiro: Operador Nacional do Sistema Elétrico


(NOS). Disponível em: <http://www.ons.org.br:80/paginas/sobre-o-ons/procedimentos-de-
rede/vigentes>. Acesso em: 6 nov. 2023.
60

DIVISÃO DE ENGENHARIA DE TRANSMISSÃO - ELETROBRÁS S/A E AGÊNCIA


NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – (ANEEL). Diretrizes para Elaboração de
Orçamento de Subestações. São Paulo, 2005. 189 p.

SOUZA, Luiz Felipe Willcox. Apostila do Curso de Subestações. Niterói: Universidade Federal
Fluminense (UFF), 1998.

Você também pode gostar