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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
NITERÓI
2023
LARISA ALVES GOMES
Orientador:
Prof. Dr. Paulo Roberto Duailibe Monteiro
Niterói, RJ
2023
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
LARISA ALVES GOMES
Aprovado em 06 de dezembro de 2023, com nota 9,6 (nove, seis), pela banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Roberto Duailibe Monteiro (Orientador)
Universidade Federal Fluminense (UFF)
________________________________________________
Prof. Me. Carlos Henriques V. R. Oliveira
Universidade Federal Fluminense (UFF)
________________________________________________
Prof. Dr. Thiago Trezza Borges
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Niterói, RJ
2023
À minha família, cujo apoio incondicional
esteve presente em todos os momentos difíceis
da minha trajetória acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Figura 4.14 - Pontuação dos critérios de avaliação para os arranjos de barramento ................ 49
Figura 4.15 - Gráfico dos Custos de implementação e Critérios de avaliação por Arranjos de
barramento ................................................................................................................................ 53
Tabela 3.1 - Critérios de avaliação com pontuação para segurança do sistema ....................... 13
Tabela 3.2 - Critérios de avaliação com pontuação para disponibilidade durante manutenção
de disjuntores e chaves seccionadoras ...................................................................................... 15
Tabela 3.3 - Critério de avaliação com a pontuação para a flexibilidade operacional ............. 16
Tabela 4.1 - Custos para implementação do pátio em BS com tensão primária de 69 kV ....... 38
Tabela 4.2 - Custos para implementação do pátio em BS com tensão primária de 138 kV ..... 38
Tabela 4.3 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 69 kV .... 39
Tabela 4.4 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 138 kV .. 39
Tabela 4.5 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 69 kV .... 40
Tabela 4.6 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 138 kV .. 41
Tabela 4.7 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 440 kV .... 42
Tabela 4.8 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 500 kV .... 42
Tabela 4.9 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 440 kV.. 43
Tabela 4.10 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 500 kV 43
Tabela 4.11 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 440 kV
.................................................................................................................................................. 44
Tabela 4.12 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 500 kV
.................................................................................................................................................. 44
Tabela 4.13 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Segurança do sistema ......... 45
Tabela 4.14 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Disponibilidade durante a
manutenção ............................................................................................................................... 47
Tabela 4.15 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Flexibilidade Operacional .. 48
Tabela 4.16 - Custos de Implementação a 69 kV e 138 kV para BS, BPT e BD5 ................... 51
Tabela 4.17 - Custos de Implementação a 440 kV e 500 kV para AN, DJM e BDDD............ 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AN Barramento em anel
BS Barramento simples
C-1 Critério 1
C-2 Critério 2
CC Conexão de compensador
EL Entrada de linha
IB Interligação de barramentos
ME Módulo de equipamento
MM Módulo de manobra
SE Subestação
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
3 METODOLOGIA.......................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO
configurações. Essa abordagem permite uma análise completa e embasada para a escolha do
arranjo mais adequado a ser desenvolvido no projeto de subestação para diferentes aplicações.
Portanto, este estudo tem como propósito oferecer uma visão holística sobre a
relevância das subestações no sistema elétrico, fornecendo subsídios sólidos para a tomada de
decisões em projetos de infraestrutura elétrica.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
precisa ser retirado para manutenção, o disjuntor de amarre mantém o circuito energizado. No
entanto, se o barramento principal é retirado para manutenção, nenhum disjuntor fica disponível
para proteger o circuito. Além disso, o autor menciona que, em caso de falha ou necessidade de
manutenção na barra principal ou em uma das chaves seccionadoras a ela conectadas, todos os
circuitos da subestação são perdidos. Apesar de não proporcionar um alto nível de flexibilidade
e confiabilidade este esquema é amplamente utilizado no Brasil devido ao seu custo mais
acessível em comparação com outros tipos de arranjos.
Monteiro e Miranda (2021) abordam em seu estudo que os arranjos híbridos, que
resultam da combinação de diferentes tipos de arranjos, seja por sobreposição de sistemas ou
pela utilização de arranjos com circuitos individuais, são caracterizados por serem de alto custo
e, adicionalmente, complicados de operar devido às diversas formas de operação. Mesmo assim,
os autores afirmam que esse tipo de arranjo pode ser encontrado em diversas subestações de
operações de transmissão no Brasil.
Quanto ao arranjo de barramento duplo com disjuntor simples, conforme descrito por
Monteiro e Miranda (2021), envolve a interligação de dois barramentos principais por meio de
um disjuntor de amarre. Os autores explicam que, quando este disjuntor está fechado, a
transferência de um circuito de um barramento principal para outro pode ser realizada sem a
necessidade de desenergizar o circuito. Essa transferência é conduzida por meio das chaves
seletoras de barramento em cada vão de entrada de circuito. Todos os circuitos podem operar
conectados a um barramento principal ou ao outro, mas também é possível operar com metade
dos circuitos ligados a cada barramento. No primeiro cenário, a falha em um disjuntor ou no
barramento onde estão conectados todos os circuitos resulta no desligamento de toda a
subestação. No segundo cenário, apenas metade dos circuitos é desligada em caso de falha
semelhante.
Na configuração do barramento disjuntor e meio, conforme apresentado pelos autores
Monteiro e Miranda (2021), há três disjuntores instalados em série através de dois barramentos
principais. Assim, dois circuitos são ligados entre os barramentos principais vindo daí o nome
disjuntor e meio, de forma que este formato é repetido ao longo dos barramentos principais,
onde um disjuntor e meio são utilizados para cada circuito. Os autores destacam que a operação
normal deste esquema prevê a energização de ambas as barras e todos os disjuntores fechados,
entretanto, eles podem ser retirados de serviço sem interrupção do fluxo de energia e sem a
perda dos relés de proteção. Os autores concluem que embora a manutenção de disjuntores para
este esquema seja feita sem que perca nenhum circuito ou alteração de proteção e com simples
operações de chaves seccionadoras, este esquema disjuntor e meio tem um alto custo de
implementação, tornando economicamente uma desvantagem a sua instalação. Já o barramento
duplo com duplo disjuntor, apresentado por Monteiro e Miranda (2021), é constituído por dois
disjuntores para cada circuito, onde a operação pode ser realizada com cada circuito conectado
a ambos os barramentos ou, parcialmente, com metade dos circuitos operando em cada um dos
barramentos. Os autores destacam que esta configuração apresenta alto nível de confiabilidade
quando todos os circuitos estão conectados em ambos os barramentos, porém possui um custo
elevado, devido aos dois disjuntores para cada circuito.
Violin; D’Ajuz; Lacorte (2013), categorizam o arranjo de barramento em anel em duas
configurações: anel simples e anel múltiplo. Na configuração de anel simples, o número de
disjuntores é equivalente ao número de circuitos. Apesar de ser uma opção econômica e
9
3 METODOLOGIA
Tabela 3.2 - Critérios de avaliação com pontuação para disponibilidade durante manutenção de
disjuntores e chaves seccionadoras
A definição proposta pelos autores Lingner et al. (2014), no artigo do CIGRÉ, para o
critério de flexibilidade operacional em subestações refere-se à capacidade de dividir a
subestação em partes distintas por diversos motivos, tais como limitar as consequências de
falhas, controlar a corrente de curto-circuito e gerenciar a carga. Essa divisão pode ser realizada
tanto durante o projeto inicial quanto na fase de operação, para se adaptar às condições do
sistema. A flexibilidade operacional é essencial para reconfigurar os alimentadores e
desmembrar a subestação conforme necessário.
Embora algumas configurações permitam a divisão da subestação em mais de duas
partes, o foco desta metodologia está em avaliar a capacidade de dividir a subestação em apenas
duas partes elétricas distintas (LINGNER et al., 2014). Essa abordagem foi escolhida para
facilitar a análise e para melhor gerenciar os fluxos de energia, garantindo a segurança,
estabilidade e eficiência da rede.
Sendo assim, as pontuações para esse critério serão da seguinte forma: uma pontuação
de 1 indica que não é possível dividir a subestação em duas partes elétricas separadas, enquanto
16
uma pontuação de 6 indica que é possível fazer essa divisão e há um alto grau de flexibilidade
em como realizá-la (LINGNER et al., 2014). Ou seja, quanto maior a pontuação, maior é a
capacidade de adaptar a subestação de acordo com as necessidades operacionais. A seguir, a
Tabela 3.3 apresenta o critério de avaliação com a pontuação correspondente para a
flexibilidade operacional. É relevante destacar que, além da divisão da subestação, a opção de
determinar a qual parte da subestação dividida cada circuito será conectado contribui para uma
pontuação mais elevada na configuração. Isso é especialmente significativo em situações
específicas em que a escolha da conexão de um circuito em uma parte específica da subestação
pode ser vantajosa.
Pontuação Definição
1 Não é possível dividir
2 Divisão não energizada (apenas com o seccionador). Sem flexibilidade
3 Divisão energizada (com disjuntor). Sem flexibilidade
4 Divisão energizada (com disjuntor). Baixa flexibilidade
5 Divisão energizada (com disjuntor). Alta flexibilidade, manobra com seccionador
Divisão energizada (com disjuntor). Mais alta flexibilidade, manobra com
6
disjuntor
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.
Fonte: Adaptada de Grupo de Diretrizes para Orçamentos de Subestações – Aneel / Eletrobrás S/A,
“Diretrizes para Elaboração de Orçamento de Subestações”, dezembro de 2005.
diretamente ao barramento, sendo essa sua principal vantagem em comparação com outras
configurações de barramento. Além disso, essa configuração permite a adição de circuitos
adicionais à estação sem interrupções nos circuitos existentes.
os dois barramentos são separados, o que significa que, durante este período, a subestação
deverá operar como uma ou duas subestações de barramento único.
No aspecto da flexibilidade operacional, a capacidade de dividir a subestação em dois
barramentos distintos com a abertura do disjuntor de amarre proporciona uma flexibilidade
significativa. Além disso, as chaves seccionadoras oferecem ainda mais possibilidades de
rearranjo de circuitos.
Os critérios de avaliação com as pontuações associadas para esta configuração são
apresentados na Figura 4.7.
O projeto de controle e proteção para essa configuração é mais complexo, pois cada
proteção de circuito deve operar em dois disjuntores, e cada disjuntor é controlado por dois
sistemas de proteção de circuito. É importante dimensionar cada disjuntor e equipamento
correspondente para suportar todas as configurações de manobra possíveis. Por exemplo, ao
desconectar um disjuntor, os disjuntores restantes devem suportar o dobro da corrente
normalmente submetida durante operações típicas. Essa questão é contornada alternando-se um
circuito de entrada com um circuito de saída, garantindo que a corrente máxima em cada ramo
seja igual às correntes de entrada e saída (MARSON, 2017).
A análise econômica desenvolvida neste trabalho foi baseada apenas nos custos de
investimento (CAPEX - Capital Expenditure). Esses custos incluem despesas associadas à
engenharia, aquisição de materiais e equipamentos (suprimento) e as atividades de construção
e montagem necessárias para implementar o projeto. A escolha das tensões de 69 kV e 138 kV
para o primeiro bloco, e 440 kV e 500 kV para o segundo bloco, foi feita com a finalidade de
permitir analisar um maior número de configurações de arranjos de barramento possíveis para
uma mesma faixa de tensão em cada bloco, assim, aplicando uma mesma condição aos
barramentos, proporcionando uma comparação direta entre os arranjos.
O primeiro bloco contém a avaliação dos arranjos de Barra Simples, Barra Principal e
Transferência e Barra Dupla a Cinco Chaves, direcionados aos níveis de tensão de 69 kV e 138
kV. É feita uma análise inicial para os esses níveis de tensão.
Com base na Figura 4.2, que ilustra o esquema de barra simples, foram elaboradas as
Tabela 4.1 para o pátio de 69 kV e a Tabela 4.2 para o pátio de 138 kV, apresentando os custos
associados à implementação desse arranjo conforme a simulação de orçamento da ANEEL. Nos
cálculos, foram considerados um módulo de infraestrutura geral. Para o módulo de manobra,
foram incluídas duas entradas de linhas e dois módulos de conexão para as unidades de
transformação, totalizando quatro unidades no módulo de infraestrutura de manobra.
38
• Pátio de 69 kV
Barramento Simples - 69 kV
Valor unitário
Quantidade Módulo Valor total (R$)
do módulo (R$)
1 Infraestrutura Geral 11.037.859,01 11.037.859,01
4 Infraestrutura de Manobra 331.509,77 1.326.039,09
2 Manobra - Entrada de linha 3.545.374,88 7.090.749,77
Manobra - Conexão a unidade de
2 3.162.547,61 6.325.095,22
transformação
Custo total do arranjo: 25.779.743,09
Fonte: Elaborado pelo autor.
• Pátio de 138 kV
Tabela 4.2 - Custos para implementação do pátio em BS com tensão primária de 138 kV
Verifica-se que o custo total para implementar um arranjo em barra simples com
tenção primária de 69 kV é de R$ 25.779.743,09 e uma área necessária de 12.320 m². Já para
uma tensão de entrada de 138 kV o custo é de R$ 45.249.200,01, para uma área de 19.200 m².
entrada de 69 kV e na Tabela 4.4 para uma tensão de 138 kV. Ao calcular os custos para essa
configuração, foram considerados um módulo de infraestrutura geral e, no módulo de
infraestrutura de manobra, foram contabilizadas 5 unidades, abrangendo duas entradas de linha,
um disjuntor de interligação de barras e dois módulos de conexão para as unidades de
transformação.
• Pátio de 69 kV
Tabela 4.3 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 69 kV
• Pátio de 138 kV
Tabela 4.4 - Custos para implementação do pátio em BPT com tensão primária de 138 kV
para 138 kV. Apesar de apresentar custos mais elevados em comparação com o arranjo em barra
simples, é importante notar que essa alternativa demanda uma área ocupada significativamente
maior, totalizando 13.200 m² para a tensão primária de 69 kV e 21.000 m².
• Pátio de 69 kV
Tabela 4.5 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 69 kV
• Pátio de 138 kV
Tabela 4.6 - Custos para implementação do pátio em BD5 com tensão primária de 138 kV
a) Arranjo em Anel
• Pátio de 440 kV
Tabela 4.7 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 440 kV
• Pátio de 500 kV
Tabela 4.8 - Custos para implementação do pátio em AN com tensão primária de 500 kV
A configuração avaliada é o arranjo de barra dupla com disjuntor e meio, cujo esquema
é evidenciado na Figura 4.10. Ao calcular os custos dessa configuração, foi considerado um
módulo de infraestrutura geral. Para o módulo de infraestrutura de manobra, foram consideradas
duas unidades, pois duas linhas compartilham um mesmo disjuntor, da mesma forma ocorre
para a conexão com as duas unidades de transformação. Assim, o arranjo é composto por duas
43
carreiras de disjuntor e meio, com duas entradas de linha e dois módulos de conexão para as
unidades de transformação. A Tabela 4.9, referente à tensão de entrada de 440 kV, e a Tabela
4.10, para tensão primária de 500 kV, apresentam os custos associados a essa configuração de
barra.
• Pátio de 440 kV
Tabela 4.9 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 440 kV
• Pátio de 500 kV
Tabela 4.10 - Custos para implementação do pátio em DJM com tensão primária de 500 kV
• Pátio de 440 kV
Tabela 4.11 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 440 kV
• Pátio de 500 kV
Tabela 4.12 - Custos para implementação do pátio em BDDD com tensão primária de 500 kV
Este item apresenta uma análise crítica dos quatro principais critérios considerados na
avaliação dos diferentes arranjos de barramento abordados neste estudo, que foram os
seguintes: segurança do sistema, disponibilidade durante a manutenção, flexibilidade
operacional e custos de implementação. A discursão dos resultados desses critérios é importante
para determinar a eficácia de cada configuração de barramento em atender às necessidades
específicas de uma subestação.
Cada arranjo recebeu pontuações específicas para o critério de segurança do sistema,
que refletem sua capacidade de lidar com condições normais e falhas. A pontuação atribuída
foi a seguinte conforme mostrada na Tabela 4.13:
Tabela 4.13 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Segurança do sistema
Disjuntor e Meio
Barra Dupla com
Duplo Disjuntor
e Transferência
a Cinco Chaves
Barra Principal
Barra em Anel
Barra simples
Barra Dupla
Barra Dupla
Possíveis Possíveis consequências
consequências para para a rede devido a uma
Pontuação
a rede devido a falha primária seguida de
uma falha primária falha no disjuntor em abrir
Possível perda de
1 Perda de toda a subestação 1 1
toda a subestação
Perda de um ou
Perda de mais de um
mais alimentadores,
2 alimentador ou de toda a 2
mas não de toda a
subestação
subestação
Perda de um ou
Perda de mais de um
mais alimentadores,
3 alimentador, mas não de
mas não de toda a
toda a subestação
subestação
Perda de um alimentador e
Perda de um sempre um alimentador a
4 4
alimentador mais, mas não de toda a
subestação
Perda de um alimentador e
Perda de nenhum possivelmente um
5 5
ou um alimentador alimentador a mais, mas
não de toda a subestação
Perda de nenhum
6 Perda de um alimentador 6
ou um alimentador
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.
46
Tabela 4.14 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Disponibilidade durante a
manutenção
Disjuntor e Meio
Barra Dupla com
Duplo Disjuntor
e Transferência
a Cinco Chaves
Barra Principal
Barra em Anel
Barra simples
Barra Dupla
Barra Dupla
Pontuação Manutenção de Consequência
Qualquer
seccionador Desligamento de toda a
1 1
ligado ao subestação
barramento
Seccionador de Desligamento de toda a
2
barramento subestação
Seccionador
ligado ao
Desligamento de metade
3 barramento ou
da subestação
seccionador de
barramento
Qualquer Desligamento de um
seccionador barramento e circuito
4
ligado ao correspondente. Circuitos
barramento restantes em operação.
Desligamento de um
Qualquer
barramento e circuito
seccionador
5 correspondente. Circuitos
ligado ao
restantes em operação
barramento
em barramento duplo
Desligamento de um
Qualquer barramento. Todos
seccionador circuitos em operação
ligado ao Anel Aberto
barramento Divisão da subestação ou
6 6 6 6
perda de configuração
Perda de configuração ou
divisão da subestação,
Disjuntor
mas todos os circuitos em
operação
Qualquer
Desligamento de um
seccionador
barramento. Todos
ligado ao
circuitos em operação
7 barramento 7 7
Todos os circuitos
Disjuntor permanecem em
operação
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.
48
Tabela 4.15 - Pontuação dos arranjos de barra para o critério de Flexibilidade Operacional
Disjuntor e Meio
Barra Dupla com
Duplo Disjuntor
e Transferência
a Cinco Chaves
Barra Principal
Barra em Anel
Barra simples
Barra Dupla
Barra Dupla
Pontuação Definição
1 Não é possível dividir 1
Divisão não energizada (apenas com o
2
seccionador). Sem flexibilidade
Divisão energizada (com disjuntor). Sem
3
flexibilidade
Divisão energizada (com disjuntor). Baixa
4 4 4 4
flexibilidade
Divisão energizada (com disjuntor). Alta
5 5
flexibilidade, manobra com seccionador
Divisão energizada (com disjuntor). Alta
6 6
flexibilidade, manobra com disjuntor
Fonte: Adaptada de Circuit Configuration Optimization, 585o ed. em TECHNICAL BROCHURES,
CIGRÉ, 2014.
49
A pontuação mais alta é atribuída ao arranjo de barramento duplo com duplo disjuntor,
e isso se deve à sua capacidade de fornecer redundância de disjuntores, garantindo a presença
de dois dispositivos de interrupção independentes. Essa característica aumenta a confiabilidade
operacional, permitindo isolar falhas em disjuntores sem afetar toda a subestação. Dessa forma,
essa configuração apresenta capacidade de isolamento seletivo e adaptação a diversas condições
operacionais.
Na Figura 4.14 a seguir, é possível visualizar todos os arranjos de barramentos
acompanhados pelos critérios de avaliação. Observa-se uma tendência quando se busca maior
segurança no sistema, menor interrupção e maior flexibilidade. Os arranjos de Barramento
Duplo com Duplo Disjuntor, Barramento em Anel e Barramento Duplo com Disjuntor e Meio
destacam-se como as melhores opções, sendo recomendados para barramentos de tensão igual
ou superior a 345 kV, que são subestações que possuem grande importância.
Dessa forma, para o arranjo de Barramento Simples, sugere-se sua instalação em
tensões iguais ou inferiores a 138 kV. Essa recomendação é direcionada a subestações em que
a perda temporária da subestação, seja por falha ou manutenção, não acarrete impactos
significativos em sua ausência. É aconselhável que instalações desse tipo adotem um plano de
manutenção e operação, visando reduzir ao máximo o período de indisponibilidade em
situações de emergência.
Na classe de tensão igual ou inferior a 230 kV, são recomendados os arranjos de Barra
Dupla com Disjuntor Simples a Cinco Chaves, ou a variação, o Barramento Duplo a Quatro
Chaves. Além desses arranjos, em subestações que operem como sistemas radiais simples, é
possível optar pelo arranjo de Barra Principal e Transferência para barramentos de 230 kV.
BS
8
6
BDDD 4 BPT
2
0
DJM BD5
AN
Segurança do sistema
Disponibilidade durante a manutenção
Flexibilidade operacional
Fonte: Elaborado pelo autor.
50
Tensão Primária
de 138 kV
Tensão Primária
de 69 kV
Para a análise dos arranjos de barramento em anel, barramento duplo com disjuntor e
meio e barramento duplo com duplo disjuntor, a Tabela 4.17 apresenta os custos de implantação
para as tensões de 440 kV e 500 kV. Observando o mesmo ponto do conjunto de barramento
anteriormente analisado, o aumento do custo de implementação ao passar da tensão primária de
440 kV para 500 kV é em torno de 25% para todos os arranjos, sendo assim, como no bloco
anteriormente avaliado, a análise para um nível de tensão de entrada é válida para a outra.
O barramento em anel tem um custo de implementação para 440 kV de R$
81.588.905,35 e, em 500 kV, de R$ 100.439.135,80. Para o barramento duplo com duplo
disjuntor, o investimento é de R$ 102.180.023,82 para 440 kV e, em 500 kV, é de R$
127.592.057,40. Por fim, o barramento duplo com disjuntor e meio tem o custo em 440 kV e
500 kV de R$ 82.936.572,89 e R$ 101.759.787,74, respectivamente.
Verifica-se que o barramento em anel tem o menor investimento em custo, sendo uma
diferença em relação ao BDDD de R$ 20.591.118,47 e entre DJM de R$ 1.347.667,54, para a
tensão de entrada de 440 kV. No entanto, para o barramento em anel, não é recomendada a
instalação de mais de cinco circuitos. Contudo, é possível e usual projetar inicialmente um
barramento em anel e quando necessário mais de cinco circuitos, transformá-lo em um
barramento do tipo disjuntor e meio.
Comparando o arranjo de barramento em anel com o BDDD e o DJM, verifica-se que
para o critério de flexibilidade operacional, o BDDD é melhor pontuado e em relação ao DJM
eles são equivalentes, enquanto para o critério de segurança do sistema o AN tem uma menor
pontuação tanto em comparação com o BDDD quanto com o DJM. Assim, para os casos em
52
que é possível optar por DJM ou AN, a instalação do barramento disjuntor e meio pode ser
vantajosa, pois a diferença de custo é significativamente baixa, podendo compensar a longo
prazo os benefícios de desempenho do arranjo de barramento disjuntor e meio.
Ao comparar os custos de implementação do BDDD e DJM, observamos uma
diferença de R$ 19.243.450,93. Considerando as vantagens analisadas conforme mostra a
Figura 4.14, o BDDD tem uma pontuação melhor nos critérios de segurança no sistema,
disponibilidade durante manutenção e flexibilidade operacional do que o arranjo DJM. Assim,
devido a essa diferença de custo ser significativa, é recomendado avaliar o quanto essa diferença
qualitativa é importante para o projeto da subestação.
Portanto, se for apenas considerar o custo de implementação o arranjo de barramento
em Anel se torna melhor, porém, é importante na fase inicial do projeto a ponderação de qual
caminho é mais vantajoso a longo prazo e quais critérios são indispensáveis, especialmente se
a subestação tem um plano de expansão futura.
Tabela 4.17 - Custos de Implementação a 440 kV e 500 kV para AN, DJM e BDDD
Tensão Primária
de 500 kV
Tensão Primária
de 440 kV
Por outro lado, o arranjo de barra simples, apesar de apresentar custos iniciais mais
baixos, revelou-se mais limitado em termos de segurança e flexibilidade operacional.
Recomenda-se sua aplicação em subestações de menor complexidade, onde a interrupção do
serviço durante manutenções programadas é aceitável. Na Figura 4.15 é apresentada a análise
qualitativa e os custos de implementação para os arranjos estudados. Trata-se de um gráfico
que exibe os custos para as tensões primárias de 69 kV, 138 kV, 440 kV e 500 kV, juntamente
com a pontuação dos critérios qualitativos associados a cada arranjo de barramento.
Figura 4.15 - Gráfico dos Custos de implementação e Critérios de avaliação por Arranjos de
barramento
Concluindo então que a escolha do arranjo de barramento ideal deve ser guiada pelas
necessidades específicas de cada subestação, portanto, é recomendado a classificação da
subestação em uma das categorias mencionadas no capitulo 2, como subestação de
transformação (elevadora ou abaixadora), subestação de manobra ou subestação de geração, e
assim, atribuir diferentes pesos aos quatro critérios da metodologia com base nessas categorias.
Isso conecta a seleção do arranjo de barras à função específica da subestação no sistema de
potência. Em uma subestação de geração de alta capacidade, o critério de Segurança no Sistema,
deve ser mais ponderado, pois é necessário garantir o fornecimento durante o maior tempo
possível, enquanto em uma subestação de manobra, a Flexibilidade Operacional pode ter uma
importância maior.
A Tabela 3.4, que resume os arranjos das subestações segundo o nível de tensão,
conforme apresentado no Capítulo 3 da Resolução Normativa da ANEEL (2009), justifica os
critérios de configuração de barras estabelecidos pela ANEEL. Destaca que, à medida que a
classe de tensão aumenta, as exigências de Segurança no Sistema e Disponibilidade durante a
manutenção também aumentam, arranjos que cumprem de forma mais eficiente esses critérios
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se destacam em classes de tensão mais altas, ao passo que aqueles com um desempenho inferior
nesses aspectos, mas que oferecem igual ou maior Flexibilidade Operacional, sobressaem-se
em classes de tensão mais baixas.
A Figura 4.16 resume os diversos esquemas de barramento abordados neste estudo,
proporcionando uma comparação que evidencia suas respectivas vantagens e desvantagens.
(continua)
(conclusão)
5.1 Conclusões
Este estudo teve como objetivo apresentar critérios para orientar a avaliação e
comparação de configurações de subestações, por meio de um processo quantificável
apropriado para atender às necessidades específicas de cada subestação, adotando a
configuração de barramento mais eficiente para o tipo de instalação. O trabalho definiu e
descreveu os arranjos de barramentos clássicos e mais utilizados para subestações, que foram
então usados para a aplicação da metodologia.
A abordagem qualitativa desse trabalho baseou-se na avaliação de três fatores
fundamentais que influenciam a configuração da subestação: segurança do serviço, analisando
a configuração da subestação em termos de disponibilidade de fornecimento à rede;
disponibilidade durante a manutenção, examinando a capacidade da configuração da subestação
de manter os circuitos energizados durante a manutenção de chaves seccionadoras e disjuntores;
e estudo da flexibilidade operacional, analisando a capacidade do arranjo da subestação de
permitir a reorganização dos circuitos ou que a subestação seja dividida em duas ou mais partes.
Além disso, foi realizado uma avaliação quantitativa de Custo de Implementação, adotando a
metodologia para custos de implementação utilizada pela ANEEL em seu simulador de
orçamento para subestações e linhas de transmissão. Essa metodologia é baseada em módulos
para cada etapa da construção, subdividindo a subestação em unidades menores, cada uma
representando setores distintos em termos de função, operação e estrutura física.
Aos três critérios qualitativos foram atribuídos um sistema de pontuação para
compará-los em relação a cada uma das configurações de barra. Assim, foi gerada uma matriz
de classificação objetiva, considerando todas as classificações e pontuações das diversas
configurações que são utilizadas em diferentes aplicações. Essa matriz pode ser utilizada como
auxílio em um processo de decisão, durante a seleção ou otimização de uma configuração de
barramento de uma subestação. É importante destacar que a matriz deve ser usada apenas como
diretriz e não de maneira dogmática.
Além dos quatro critérios discutidos nesse trabalho, é necessário que reconheça que
existem implicações técnicas específicas relacionadas ao projeto e às necessidades de cada
subestação planejada. A escolha da tecnologia de instalação, como módulos compactos,
convencionais, isolados a gás 𝑆𝐹6 ou híbridos, e a consideração da área disponível para
instalação são exemplos desses aspectos não detalhados neste estudo, mas que desempenham
um papel vital no projeto específico, devendo ser levados em consideração pelo projetista.
Portanto, a principal contribuição desta metodologia é proporcionar aos engenheiros
uma ferramenta adicional na escolha do esquema de barramento mais adequado para uma
subestação. Com a aplicação da metodologia, foi possível verificar que cada configuração
apresenta suas características em relação aos padrões de segurança, flexibilidade operacional,
disponibilidade de manutenção e custos associados à implementação. Observando que
conforme a tensão aumenta, as exigências de segurança no sistema e disponibilidade durante a
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Pesquisa Energética, 2023, p. 5-65, jan./jun. 2023.
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SOUZA, Luiz Felipe Willcox. Apostila do Curso de Subestações. Niterói: Universidade Federal
Fluminense (UFF), 1998.