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Paulo Afonso
2023
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Paulo Afonso
2023
3
(Ficha catalográfica)
Solicitar elaboração da bibliotecária (o), conforme documento orientador
disponível no site.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me conceder muita paciência, sabedoria, condições físicas
e mentais para chegar até aqui com equilíbrio e coragem. Aos meus pais Flávio e Luciene e a
minha irmã Flaviany, por sempre estarem me apoiando e me ensinando a acreditar em meus
ideais. Ao meu companheiro Caio, na qual amo, admiro e que sempre esteve comigo me
encorajando, acalmando e apoiando em todos os momentos, sempre me ensinando e me
mostrando o quanto eu sou capaz e o quanto eu posso ir além. E as minhas avós, Maria e Inácia
por sempre fazerem os meus dias mais alegres com seus ensinamentos e sorrisos.
Agradeço a alguns professores pelos ensinamentos dentro de sala de aula, em especial aos
professores Carlos Alberto e Marcos Gilberto que me motivaram e ensinaram a enxergar
diversas possibilidades de crescimento, sempre com muita alegria, disposição e entusiasmo.
Aos professores Jadilson, Rhuan e Danielle por aceitarem e acreditarem nos meus projetos e
ideias dentro do Campus. Ao professor Fernando Carlos por sempre ajudar aos alunos com
muita destreza, disposição e boa vontade. E ao meu orientador Maurício Sobral por aceitar esse
desafio e contribuir para a realização deste trabalho.
Agradeço também aos professores Ângelo Moura, Cláudio Santos e aos demais professores de
plataformas de streaming que me ajudaram na aprovação em muitas disciplinas e explanaram
diversas dúvidas.
Por fim, mas não menos importante, agradeço a todos os colegas e amigos que contribuíram em
diversos momentos ao longo da graduação.
7
RESUMO
ABSTRACT
In recent years, the use of electronic equipment has become frequent, especially portable ones
such as notebooks, tablets and smartphones. For electronic devices to work properly, there
needs to be a power source for energy to be converted and used. They can be divided into source
with linear regulation and source by switching. Switched sources have a smaller volume in
relation to the linear source, greater efficiency and a wide output range, these sources use DC-
DC converters whose operating principle is to change the voltage at the input and output of a
circuit, being formed by semiconductors and passive elements such as inductors and capacitors.
The study of power electronics is one of the main pillars in the training of electrical engineers,
involving research and opportunities beyond academic life. The practical study can provide the
student with an interest in the development of projects, research and reaffirming concepts seen
in the classroom. In view of the above presented, the present work aims to develop a switched
voltage source for use in benches and didactic practices, providing greater knowledge gain and
improving studies focused on power electronics in the electronics laboratory at the IFBA
Campus Paulo Afonso. The input voltage will come from a bench source that provides direct
voltage provided by the Campus electronics laboratory. The prototype of the buck-type DC-DC
converter uses a signal generator to obtain the pulse signal, facilitating visualization and further
studies for students. The development of this project follows a diagram, specifying each step
carried out in the assembly of the prototype, validation tests and preparation of scripts for the
application of practices were carried out. The assembly of the prototype took place in the
electronics laboratory, using its equipment, following all the protection requirements adequate
to the handling of the components. The switched source worked as expected, with satisfactory
values, demonstrating stability in the different semiconductor connections, in addition to
voltage variations at the circuit input.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Valores de Kj e x 26
Tabela 2 Parâmetros do projeto – Conversor Buck 38
Tabela 3 Variação da tensão de saída com diferentes valores de capacitância 54
Tabela 4 Análise da tensão de saída com variação da carga e diferentes valores de
capacitância 55
Tabela 5 Valores de corrente obtidos na saída do circuito 55
Tabela 6 Valores da potência no conversor 56
Tabela 7 Análise da tensão de saída com variação da carga e tensão de entrada em 30V 66
Tabela 8 Análise da tensão de saída com tensão de entrada em 20V 68
Tabela 9 Análise da tensão de saída com tensão de entrada em 25V 68
Tabela 10 Análise da tensão de saída com tensão de entrada em 30V 68
Tabela 11 Análise da tensão de saída 70
Tabela 12 Análise da tensão de saída com tensão de entrada em 20V 75
Tabela 13 Análise da tensão de saída com tensão de entrada em 25V 75
Tabela 14 Análise da tensão de saída com tensão de entrada em 30V 75
Tabela 15 Lista de materiais para a confecção do protótipo 77
12
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor (do inglês Transistor Bipolar de
Porta Isolada)
LC Indutor Capacitor
LED Light Emitting Diode ( do inglês Diodo Emissor de Luz)
MCD Modo de Condução Descontínua
MDC Modo de Condução Contínua
MOSFET Metal Oxide Semicondutor Field Effect Transistor (do inglês
Transistor de Efeito de Campo Metal Óxido Semicondutor)
NPN Negativo Positivo Negativo
PNP Positivo Negativo Positivo
PWM Pulse Width Modulation (do inglês Modulação por Largura de Pulso)
RC Resistor Capacitor
TBJ Transistor Bipolar de Junção
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 JUSTIFICATIVA 16
2.2.1 INDUTOR 24
2.2.4 CONDUTOR 27
2.2.5 ENTREFERRO 27
2.5.1 MOSFET 31
2.5.2 IGBT 31
2.5.3 TBJ 32
2.5.4 DIODO 32
3.1 METODOLOGIA 36
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 59
APÊNDICES ........................................................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO
As variações na rede de energia elétrica podem ser ocasionadas por vários motivos,
desde intempéries climáticas até aquecimentos e curtos circuitos que podem danificar aparelhos
eletrônicos e afetar a produção de iluminação e sistemas eletrônicos . Para proporcionar um
maior equilíbrio e ajuste das tensões e correntes necessárias nos diversos componentes
eletrônicos se utiliza uma fonte de alimentação, afim de minimizar as instabilidades que
ocorrem nas redes de distribuição de energia.
Com a maior utilização dos aparelhos eletrônicos, principalmente os portáteis como
tablet, notebook e smartphone, tornou-se necessário a utilização de conversores de energia para
suprir a quantidade de tensão contínua (CC) que os aparelhos eletrônicos exigem, os
conversores podem ser utilizados como fontes lineares ou chaveadas. As fontes de alimentação
linear tem bom funcionamento para aplicações de baixa potência, porém possuem um baixo
rendimento e não são utilizadas em equipamentos portáteis devido ao tamanho de seus
componentes, já as fontes de alimentação por chaveamento, possui a vantagem em relação a
linear por ocupar menos volume, pois possui o seu tamanho reduzido, tem melhor eficiência, é
leve e portátil, podendo ser usada em qualquer lugar (DE LIZ, 2003, BARBI, 2001).
Na regulação por chaveamento nas fontes de tensão, é utilizado conversor para
utilização da corrente alternada em contínua. Para regular a tensão de saída nas fontes
chaveadas com maior eficiência e precisão nas cargas utiliza-se a modulação por largura de
pulso (PWM), permitindo a utilização de conversores do tipo CC-CC dependendo da
necessidade da potência de saída (MEHL, s.d.).
Existem diferentes tipos de conversores CC-CC que podem ser abaixadores ou
elevadores de tensão, isolados ou não isolados compostos por um determinado número de
componentes, esses tipos de conversores são formados por duas chaves, uma ativa que pode ser
transistor, MOSFET, IGBT ou outros tipos de semicondutores, e as chave passiva composta
por um diodo, os conversores mais utilizados são do tipo Buck, Boost e Buck-Boost (MELLO,
2013).
Os conversores do tipo Buck é um abaixador de tensão cujo o valor médio de tensão na
saída do circuito é inferior ao valor da tensão de entrada e o valor da corrente de saída é superior
ao valor médio da corrente de entrada, esse tipo de conversor permite uma variação contínua
na tensão, variando de zero a um valor alto de alimentação (BARBI, 2006). Já os conversores
do tipo Boost são elevadores de tensão, na qual a tensão média de saída é maior que o valor
16
1.1 JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos as pesquisas sobre chaveamento em alta frequência vêm ganhando
espaço no mercado por proporcionar alta eficiência e redução no volume das fontes de
17
Além disso foi analisado também a eficiência da fonte chaveada ajustável, a sua
respectiva compactação, a sua aplicabilidade em práticas didáticas, o baixo custo em seu
desenvolvimento e a praticidade na realização de novas pesquisas. Diante do exposto
apresentado o desenvolvimento de uma fonte de bancada chaveada poderá proporcionar maior
ganho de conhecimento e idealização de novos projetos para os discentes.
1.2 OBJETIVOS
O protótipo poderá ser utilizado para a realização de diversas práticas voltadas ao estudo da
eletrônica de potência, em uma abordagem mais profunda sobre conversores CC-CC do tipo
Buck, fontes chaveadas e dispositivos semicondutores, analisando o seu comportamento em
diferentes aplicações.
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O presente capítulo tem como finalidade abordar os conceitos sobre os conversores CC-
CC do tipo Buck, com ênfase em suas equações mais relevantes para o dimensionamento de
componentes para o desenvolvimento prático do projeto em aplicações educacionais. Também
é descrito o projeto de indutores, além de uma breve análise sobre o circuito de controle por
PWM para fonte chaveada.
Em tipos de sistemas ideais, as perdas internas serão nulas e a potência fornecida pela
fonte 𝐸1 será entregue a fonte 𝐸2 . Para entendimento prático o rendimento de um conversor
CC-CC com fonte chaveada pode variar de 70% a 98% a depender dos elementos empregados,
além disso, quando comparados aos reguladores lineares as perdas por chaveamento se tornam
menores, pois ao invés de utilizar um resistor em seu sistema, o regulador chaveado utiliza um
semicondutor para controlar o fluxo de energia elétrica e aumentar o seu rendimento.
Quando o diodo está aberto, ficando reversamente polarizado o transistor T está conduzindo, a
energia da fonte será transferida para o indutor (aumento de 𝑖0 ) e para o capacitor (quando 𝑖0 >
𝑉0 /𝑅). Quando o transistor T desliga, o diodo passa a conduzir, fazendo ocorrer a continuidade
na corrente do indutor. Dessa forma, a energia que estava armazenada no indutor será
transferida para a carga e o capacitor, assim o capacitor será carregado enquanto o valor
momentâneo da corrente no indutor for maior do que a corrente que está na carga do capacitor.
Quando a corrente possuir um valor menor, em relação a corrente no indutor, a diferença entre
as duas passará a carregar o capacitor, caso o contrário o capacitor irá descarregar, fornecendo
uma corrente necessária de tal modo que a corrente da carga permaneça constante (MARTINS
e BARBI, 2000).
Segundo Mello (2000), quando se despreza as quedas de tensões nos componentes envolvidos
no circuito, a equação que descreve o funcionamento do conversor se dará da seguinte forma:
𝑉𝑜 = 𝐷. 𝑉𝑒 [𝑉] (2.1)
Onde:
𝐷 ⟶ Razão Cíclica
No modo de operação contínuo a obtenção da relação entre a entrada e a saída poderá ser
realizada através do comportamento do elemento que transfere a energia da entrada para a saída
do circuito. Sabe-se que a tensão média sobre a indutância ideal é nula em seu estado de regime
permanente. Dessa forma, analisando a Figura 3, quando T passa a conduzir ocorrerá uma
magnetização devido a polaridade na tensão do indutor estar conduzindo, dessa forma a
diferença entre a corrente máxima e mínima de T no seu momento de condução está sendo
representado na terceira ondulação da Figura 3.
(2.2)
𝛥𝐼0 (𝑉𝑒 −𝑉𝑠 ).𝐷 𝐷.(1−𝐷).𝑉𝑒
𝐼0 = = = [A]
2 2𝐿 2𝐿
A equação seguinte irá demonstrar o valor do indutor necessário para se obter a corrente mínima
de saída. É importante considerar os valores de tensão máxima de entrada e a razão cíclica do
conversor.
Para realizar o cálculo do capacitor no conversor buck como mostra a Figura 2, é importante
levar em consideração a ondulação da tensão no capacitor e as formas de onda de corrente no
indutor. Segundo Treviso (2006) considerando uma resistência nula em série do capacitor, o
menor valor a ser utilizado no cálculo do capacitor é dado pela equação a seguir:
O ganho estático do conversor buck independe do seu valor de corrente de saída, dessa forma
quando houver mudanças bruscas em sua corrente de saída, o circuito LC irá preencher esse
espaço. Quando haver um aumento considerável na corrente de saída do conversor, o capacitor
irá atuar reduzindo o valor de tensão até que o indutor conceda o carregamento da corrente
(TREVISO, 2006). Essa variação pode ser dada pela equação a seguir:
A variação de tensão que ocorre no conversor quando há uma diminuição na corrente de saída,
pode ser calculado pela equação a seguir:
𝐿.∆𝐼02 (2.6)
𝛥𝑉0 = [𝑉]
𝐶.𝑉0
O aumento da tensão pode levar a sérios problemas no circuito, podendo interromper o seu
funcionamento, por isso o dimensionamento correto de seus componentes deve ser feito de
maneira adequada para que evite essas altas variações na tensão (TREVISO, 2006).
É importante analisar o valor da energia máxima que o indutor calculado poderá suportar, ela
será descrita no tópico seguinte.
2.2.1 INDUTOR
𝐿 = 𝐴𝑙 . 𝑁 2 [𝐻] (2.7)
Onde:
𝐿 ⟶ Valor da indutância
𝑁 ⟶ Número de espiras
É de suma importância verificar o valor da energia armazenada que indutor irá suportar para
realizar o seu dimensionamento (POMILIO, 2014). O cálculo dessa energia poderá ser realizado
através da equação a seguir:
1 (2.8)
Ɛ= . 𝐿(𝐼0𝑚á𝑥 + 𝐼0min )² [𝐽]
2
1 2 (2.9)
Ɛ𝑚𝑎𝑥 = . 𝐿𝑚𝑖𝑛 . 𝐼𝑚á𝑥 [𝐽]
2
Sendo,
𝐼𝑚á𝑥 = 𝐼0𝑚á𝑥 + 𝐼0𝑚𝑖𝑛 (2.10)
25
O efeito skin ou pelicular é um fenômeno que ocorre em correntes alternadas (CA), percorrendo
um condutor, aumentando a resistência aparente vinculado ao aumento da frequência (LOPES,
2012).
Esse efeito pode reduzir a capacidade de rendimento de uma fonte chaveada, pois a mesma
trabalha em valores elevados de frequência, dessa forma a densidade de corrente se torna maior
na superfície do condutor, aumentando o seu campo elétrico. Assim as perdas no condutor se
tornam maiores (POMILIO, 2014).
A equação seguinte demonstra a distância em que uma determinada corrente consegue atingir
na área do condutor (ALVES; BARBI; FONT, 2002).
7,5 (2.11)
𝛥= √𝑓
Para realizar o projeto físico do indutor é necessário a escolha do núcleo magnético, na qual
tem o papel de fornecer o fluxo de corrente adequada no conversor. Para definir o núcleo
magnético utilizado no indutor é preciso levar em consideração alguns parâmetros, como a área
transversal do núcleo (𝐴𝑒 ), onde irá transitar o campo magnético e por uma área de janela (𝐴𝑗 ).
A equação a seguir irá mostrar o produto entre as duas áreas, relacionando com a energia
armazenada para a definição do indutor.
𝑧
2𝜀.104 (2.12)
𝐴𝑒 . 𝐴𝑗 = (𝑘𝑢.𝑘𝑗.𝐵 ) [𝑐𝑚2 ]
𝑚𝑎𝑥
Onde:
𝜀 ⟶ Energia armazenada
1
𝑧 ⟶ Equivalente a 1−𝑥, onde 𝑥 representa o valor na Tabela 1
∑𝑁.𝐴𝑐𝑢 (2.13)
𝑘𝑢 = 𝐴𝑗
O coeficiente de densidade dos fios 𝑘𝑗 é a relação entre o produto das duas áreas e a corrente
dos fios (𝐽) e pode ser descrito da seguinte forma:
𝐴 (2.14)
𝐽 = 𝐾𝑗 . 𝐴−𝑥
𝑝 [𝑐𝑚3 ]
A tabela a seguir corresponde a alguns valores que representam diferentes tipos de núcleo de
ferrite, onde apresenta os valores de 𝐾𝑗 e 𝑥.
𝐿 (2.15)
𝑁 = √𝐴𝑙 = 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠
Assim, o cálculo do fator de indutância (𝐴𝑙 ) será definido pela expressão abaixo:
𝐴2𝑒 .𝐵𝑚𝑎𝑥
2 𝐻 (2.16)
𝐴𝑙 = [𝑒𝑠𝑝2]
2.𝜀
2.2.4 CONDUTOR
𝐼 (2.17)
𝐴𝑐𝑢 = [𝑐𝑚2 ]
𝐽
2.2.5 ENTREFERRO
O entreferro permite que o indutor opere com valores elevados de corrente em seu enrolamento,
evitando a saturação do seu núcleo. Além disso o entreferro desempenha o papel de
proporcionar uma relutância mais elevada que a relutância do núcleo, tornando o valor da
indutância praticamente insensível as variações do núcleo (MELLO, 2000).
O valor total do comprimento do entreferro pode ser calculado pela seguinte equação:
É utilizado o fator 10−2 para ajustar a unidade e tornar o comprimento do entreferro em cm.
Em núcleos do tipo EE o entreferro é adicionado nas laterais, havendo metade do valor
calculado, uma vez que todo o fluxo magnético percorre o caminho central do entreferro, como
mostrado na Figura a seguir.
28
Os circuitos snubbers podem ser dissipativos ou regenerativos, ou seja, quando a sua energia
armazenada dissipa em um resistor, este circuito é chamado de dissipativo, já quando a energia
armazenada é transferida para a entrada ou saída do conversor, é chamado de regenerativo.
Além disso os circuitos snubbers podem ser do tipo ativo ou passivo, o primeiro é composto
por chaves e outros elementos passivos (capacitores, indutores, resistores e diodos), já o tipo
passivo é composto somente por capacitores, indutores, resistores e diodos (BITENCOURT,
2018).
O snubber RC, formado por um resistor (R) em série com um capacitor (C) é utilizado para
suprimir a elevação de tensão em cima de uma chave.
Onde 1,6 é o valor da potência que será dissipada utilizando esses valores na tensão de entrada.
De acordo com Dubilier (2011) para conhecer o valor do capacitor é utilizado a equação abaixo:
1 (2.20)
𝐶𝑠 = [𝐹]
𝑉𝑖2 .𝑓𝑐
Em conversores do tipo CC-CC a tensão média de saída pode ser controlada por diferentes
formas para se obter um nível desejado, porém, o método mais usual é a modulação por largura
de pulso ou PWM (do inglês Pulse Width Modulation). Este tipo de controle é responsável por
controlar o ciclo de trabalho da chave do conversor, consistindo em um pulso ora ligado, ora
desligado de formas diferentes.
O sinal PWM realiza uma largura de pulso de uma onda quadrada, sendo possível controlar a
potência ou velocidade em um determinado sistema. Utiliza uma comparação entre os sinais de
tensão de alta frequência de comutação, conhecido como portadora ou dente-se-serra e outro
em frequência fixa conhecida como moduladora ou sinal de erro, que possui um sinal
aproximadamente contínuo durante o período de sinal da portadora.
De acordo com Mezaroba (2008), os sinais de referência em conversores do tipo CC-CC são
contínuos por conta da sua tensão que apresenta essa característica. A Figura 6 representa de
forma gráfica a modulação PWM.
A modulação PWM mantem fixo o período de chaveamento (Ts), alterando o valor da largura
de pulso do sinal (Ton) e variando o seu valor de razão cíclica (POMILIO, 2014).
A razão cíclica pode ser representada pelo período da largura de pulso, sobre o período de
chaveamento, como mostra a equação a seguir:
𝑇𝑜𝑛 (2.21)
𝛿= 𝑇𝑠
De acordo com Lopes (2012) para realizar a comparação e possíveis ajustes da largura de pulso,
mantendo a estabilidade do valor da tensão de saída, o controle da fonte chaveada deve ocorrer
em malha fechada, pois a mesma necessita de valores em tempo real do nível de saída.
Esses tipos de semicondutores são comumente utilizados como chave em conversores do tipo
CC-CC.
2.5.1 MOSFET
2.5.2 IGBT
Esse tipo de dispositivo é controlado por uma tensão externa, assim como o MOSFET, é
usualmente utilizado em aplicações onde haja a necessidade de valores precisos de corrente,
além disso possui uma alta eficiência na condução da corrente elétrica, quando comparado a
outros dispositivos semicondutores.
32
Os dispositivos IGBTs podem suportar maiores valores de tensão, sendo este um dos
parâmetros para determinar a escolha do dispositivo em uma determinada aplicação (RASHID,
2011).
2.5.3 TBJ
O TBJ (Transistor Bipolar de Junção) é um dispositivo semicondutor que possui duas estruturas
de funcionamento: NPN ou PNP, possui três terminais (coletor, base e emissor). Ele é um
dispositivo controlado pela corrente, de forma que um pequeno valor de corrente na entrada da
base provoca uma passagem de corrente maior em seu emissor (POMILIO, 2018; RAZAVI,
2010).
Esse tipo de dispositivo possui maior amplificação, quando comparado aos demais
semicondutores, por apresentar um baixo valor de impedância, porém devido a essa baixa
impedância de entrada os TBJs podem retirar valores significativos de corrente do circuito,
causando perturbações a fonte de alimentação, dessa forma o seu desempenho na eletrônica de
potência se torna baixo (POMILIO, 2018; MOHAN, 2003).
2.5.4 DIODO
Os MOSFETs podem operar em frequências elevadas, quando comparado aos IGBTs e TBJs
que operam em valores menores de frequência. É importante ressaltar que o TBJ é utilizado
com uma frequência abaixo de 50 kHz, obtendo um baixo desempenho para o circuito
(POMILIO, 2014). O MOSFET e IGBT possui vantagens em relação ao TBJ devido operar em
frequências maiores em grande parte das aplicações. Para escolher entre os semicondutores
MOSFET ou IGBT é importante levar em consideração valores de limites de tensão, frequência
de chaveamento e corrente (RASHID, 2011).
Para um projeto que requer alto valor de frequência em seu chaveamento, baixo valor de tensão
e potência, pode ser adotado um MOSFET para a sua utilização. O diodo será utilizado somente
como elemento passivo do circuito (chave fechada), não controlando a abertura e fechamento
da chave.
O professor universitário tem como papel levar conhecimento ao aluno, proporcionar novas
experiências e incentivar no processo de ensino-aprendizagem, sejam em aspectos cognitivos,
emocional ou interpessoal, não sendo detentor exclusivo dos conhecimentos adquiridos,
necessitando de habilidades além das referenciais ferramentas pedagógicas. O professor
universitário precisa enxergar além do ambiente de sala de aula, mostrando aos alunos outras
possibilidades dentro da área de ensino e campo profissional (ANTUNES, 2009).
Cada aluno possui uma forma diferente de compreender e enxergar as coisas no ambiente de
ensino, o professor não deve somente se preocupar em ministrar o conteúdo e cumprir a sua
função, o processo de ensino vai além, sendo necessário uma visão mais ativa de seu papel em
sala de aula, preocupando-se com o desenvolvimento dos alunos, raciocínio e problemáticas
expostas, construindo uma percepção de ensino mais eficaz e didática, valorizando o aspecto
de progresso na aprendizagem de todos os alunos, sem distinção, independente das suas
dificuldades ou competências no saber (LIBÂNEO, 2001).
A utilização de recursos didáticos na eletrônica de potência está cada dia mais importante no
ambiente universitário, proporcionando novas pesquisas e descobertas na área. Porém nem
todas as instituições de ensino, principalmente da rede pública possui materiais de ensino,
componentes e equipamentos de laboratório suficiente para todos os alunos. E uma das formas
de minimizar essa carência é o desenvolvimento de materiais didáticos, auxiliando não somente
no ensino e aprendizagem do aluno, mas também nos recursos práticos de pesquisas e análises
disponíveis nas instituições.
35
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 METODOLOGIA
Para realizar este trabalho, foram necessárias etapas fundamentais tanto para
embasamento teórico quanto para a realização dos dados experimentais para que os objetivos
gerais e específicos fossem obtidos.
➢ Fonte de alimentação digital simétrica, modelo FA-3050, na qual possui dois canais e
tensão de até 64 V. A fonte possui tensão em corrente alternada (CA), além de proteção
de entrada contra curto-circuito, proteção de sobrecarga e inversão de polaridade.
➢ Multímetro digital, modelo MD-810 para mensurar o valor da indutância.
➢ Osciloscópio MVB DSO Minipa, com dois canais, amostragem em tempo real de até
100MHz para visualização dos sinais e 1 Giga sample por segundo de amostragem.
➢ Multímetro digital de bancada Minipa MDM 8045B, para a verificação da tensão,
corrente e resistência no circuito.
➢ Gerador de sinal de função, modelo JDS6600-60MHz, com canal duplo, permitindo
visualizar a amplitude, frequência e sinal de saída.
38
Para elaboração dos cálculos do conversor buck, foram definidos alguns parâmetros para serem
utilizados em sua operação, foram considerados os valores apresentados na Tabela 2:
Estes parâmetros são requisitos fundamentais para realizar os cálculos das demais variáveis do
conversor buck.
Para ser realizado os cálculos do indutor e capacitor é necessário conhecer a razão entre o
intervalo de comutação (𝑇𝑠 ) e o intervalo de condução do chaveamento (𝑇𝑜𝑛 ), conhecido como
razão cíclica, os valores são obtidos utilizando a largura de pulso (𝐷) para as tensões de entrada
máxima e mínima.
𝑉0 = 𝐷. (𝐸 − 𝑉𝑐𝑒𝑠𝑎𝑡 ) − 𝑉𝐷 . (1 − 𝐷) (3.1)
39
Para ser calculado o valor da largura de pulso mínima 𝐷𝑚𝑖𝑛 , será utilizado o valor da tensão
máxima de entrada, isolando a variável 𝐷𝑚𝑖𝑛 , dessa forma poderá ser reescrita:
𝑉0 + 𝑉𝐷 (3.2)
𝐷𝑚𝑖𝑛 = 𝐸𝑚𝑎𝑥 −𝑉𝑐𝑒𝑠𝑎𝑡 +𝑉𝐷
15+0,5 (3.3)
𝐷𝑚𝑖𝑛 = = 0,5254
30−1+0,5
Para ser calculado o valor da largura de pulso máxima 𝐷𝑚𝑎𝑥 , será utilizado o valor da tensão
mínima de entrada, reescrevendo a equação da seguinte forma:
𝑉0 + 𝑉𝐷 (3.4)
𝐷𝑚𝑎𝑥 = 𝐸𝑚𝑖𝑛 −𝑉𝑐𝑒𝑠𝑎𝑡 +𝑉𝐷
15+0,5 (3.5)
𝐷𝑚𝑎𝑥 = = 0,7948
20−1+0,5
O protótipo do conversor CC-CC buck irá funcionar em modo de operação contínua, dessa
forma o dimensionamento do indutor deverá ser realizada para se obter uma indutância capaz
de atender tal especificação. Foi utilizado a equação (2.3) descrita no capítulo 2 e reescrita a
seguir:
0,5254.(1−0,5254).30 (3.7)
𝐿≥ = 149,6µ𝐻
2.0,5.(50.103 )
40
Dessa forma, o indutor será capaz de suportar uma energia armazenada seguindo a equação
(2.8) descrita no capítulo anterior:
1 2 (3.8)
Ɛ𝑚𝑎𝑥 = . 𝐼𝑚𝑖𝑛 . 𝐼𝑚𝑎𝑥 [𝐽]
2
Sendo,
𝐼𝑚𝑎𝑥 = 𝐼0𝑚𝑎𝑥 + 𝐼0𝑚𝑖𝑛 [𝐴] (3.9)
1 (3.10)
Ɛ𝑚𝑎𝑥 = . 𝐿( 𝐼0𝑚𝑖𝑛 + 𝐼0𝑚𝑎𝑥 )2 [𝐽]
2
1 (3.11)
Ɛ𝑚𝑎𝑥 = . 149,6. 10−6 . ( 0,5 + 4 )2 = 1,5147 𝑚𝐽
2
Para o projeto do indutor foi escolhido o núcleo de ferrite do tipo EE, é um componente que
possui boa performance bloqueando ruídos quando o circuito atua em altas frequências, além
disso demonstra um circuito magnético fechado, evitando interferência de outros componentes
e pode ser inserido gaps de ar. A Figura 8 mostra o núcleo EE utilizado no projeto:
Através da seguinte equação será possível analisar o tamanho do núcleo a ser utilizado:
(3.12)
𝑧
2.Ɛ𝑚𝑎𝑥 .104
𝐴𝑝 = (𝐾𝑢.𝐾𝑗.𝐵 )
𝑚𝑎𝑥
O valor do coeficiente da densidade de corrente (𝐾𝑗) pode ser encontrado na Tabela 1, o valor
do 𝐵𝑚𝑎𝑥 corresponde a 0,3T e o valor do fator de utilização das janelas (𝐾𝑢), é definido pela
seguinte equação:
(3.13)
𝐾𝑗 = 63,35. 𝛥𝑇 0,54
Após a definição das variáveis na equação (3.12) é possível obter o valor do tamanho do núcleo
da seguinte forma:
1
2.(1,5147.10−3 ).104 1−0,12
(3.15)
𝐴𝑝 = ( ) = 0,59𝑐𝑚2
0,4.397,55.0,3
Para encontrar o valor do número de espiras a ser utilizado no indutor, é necessário calcular o
fator de indutância (𝐴𝑙) mostrado na equação (2.16) e reescrito abaixo, dessa forma o valor
será:
(3.16)
2
𝐴𝑒.𝐵𝑚𝑎𝑥 𝐻
𝐴𝑙 = [𝑒𝑠𝑝2]
2.Ɛ
É importante conhecer a densidade de corrente que irá passar pela área do cobre do fio condutor,
o cálculo poderá ser feito utilizando a equação (2.17) descrita no capítulo anterior, dessa forma
𝐴
o resultado obtido corresponde a 𝐽 = 388,95 𝑐𝑚2.
4,0 (3.21)
𝐴𝑐𝑢 = = 0,0102 𝑐𝑚2
388,95
É importante verificar se o fio de cobre sofrerá influência do efeito skin, para isso será utilizada
a equação (2.11), do capítulo 2:
(3.22)
7,5
Δ= 𝑓
Dessa forma o condutor utilizado mais próximo encontrado comercialmente é o modelo AWG
21 cujo diâmetro é de 0,004105 cm2.
Onde,
𝑙𝑔 ⟶ Largura do gap
µ𝑒 ⟶ Permeabilidade magnética
𝑙𝑒.𝐴𝑙 (3.25)
µ𝑒 =
µ0 .𝐴𝑒
6,69.10−2 (3.27)
𝑙𝑔 = = 352 ,34 µ𝑚
189,87
Porém o valor do entreferro no núcleo EE será dividido pela metade, dessa forma o valor
utilizado será:
352,34 (3.28)
𝑙𝑔𝐸𝐸 = 2
= 176,17 µ𝑚
44
O passo seguinte será o dimensionamento do capacitor de saída, de forma que possa atender as
especificações do conversor buck, o cálculo pode ser definido pela equação (2.4) e reescrita a
seguir:
Foi definido como variação de tensão no capacitor (∆𝑉𝐶 ) o valor de 41 mV que corresponde a
resposta do capacitor a variação de corrente.
0,5254.(1−0,5254).30 (3.30)
𝐶≥ = 42,34 µ𝐹
8.149,6.10−6 .0,041.(60.103 )2
Na prática pode ser utilizado um capacitor de 100 µ𝐹 ou 1000 µ𝐹 sendo possível eliminar
possíveis ruídos na saída do conversor. De forma didática poderá verificar e comparar os
resultados do circuito obtidos entre os dois capacitores montados no protótipo.
Para verificar se o valor do capacitor está dentro dos 10% permitido, será utilizada a seguinte
equação:
Substituindo as variáveis teremos o valor de Δ𝑉0 = 0,041𝑉 para 1000 µ𝐹 e Δ𝑉0 = 0,411𝑉 para
100 µ𝐹. Dessa forma a variação de tensão para o aumento da corrente está dentro do valor
esperado. Para decréscimo da corrente, calcula-se a seguinte equação:
𝐿.Δ𝐼02 (3.32)
Δ𝑉0 = 𝐶.𝑉0
O circuito snubber RC será utilizado para amenizar possíveis ruídos na entrada do circuito,
melhorando o desempenho do MOSFET, além disso será objeto de estudo para o
desenvolvimento e análise das práticas didáticas em laboratório.
Através da equação (2.19) será possível encontrar o valor do resistor que será utilizado:
2
𝑉𝑚𝑎𝑥
𝑅𝑠 ≤ (3.35)
1,6
(30+15)2 (3.36)
𝑅𝑠 ≤ = 1265,6 Ω
1,6
Na prática foi adotado um resistor de 1500 Ω garantindo um bom desempenho para o protótipo.
Para dimensionar o valor do capacitor utilizado no circuito amortecedor, será calculado por
meio da equação (2.20):
1 (3.37)
𝐶𝑠 =
𝑉𝑖2 . 𝑓𝑐
1 (3.38)
𝐶𝑠 = = 18,51 𝜂𝐹
302 .60𝑥103
46
O valor comercial utilizado foi o de 100 𝜂𝐹 para garantir um bom desempenho no circuito.
O ajuste no sinal da largura de pulso do conversor buck será acionado através do gerador de
sinal de função, do modelo JDS6600-60MHz. Dessa forma a chave atuante (MOSFET) irá
receber o sinal de pulso PWM quando abrir ou fechar, comandada pela largura de pulso. A
Figura 9 mostra o gerador de sinal utilizado no projeto:
Com o gerador de sinal apresentado na Figura 9 o estudante que for manusear as práticas de
laboratório poderá ter ampla visualização do circuito, além de poder ajustar a amplitude e a
largura de pulso no conversor buck, analisando a sua funcionalidade e podendo observar dados
da teoria com a prática.
O protótipo do conversor buck foi desenvolvido para ser utilizado pelos alunos em práticas
didáticas, tendo uma ampla visualização de cada componente do circuito, bem como a
funcionalidade de cada um, podendo ajustar valores com o gerador de sinal e verificar o
comportamento do conversor. A fonte de alimentação utilizada no projeto possui proteções
necessárias para evitar acidentes ou danificar algum componente do protótipo.
47
Através da fonte de alimentação é possível variar entre o valor máximo e mínimo de tensão na
entrada no circuito observando o comportamento da tensão de saída, além disso com o gerador
de sinal pode-se ajustar os valores de tensão de pico, amplitude e a largura de pulso, ampliando
as possibilidades de estudo no conversor.
48
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para obter o sinal de saída em 15V foi fixado um valor de tensão de entrada de 30V no conversor
buck com uma corrente variando de 0,5 a 4A e ajustando o gerador de sinal a fim de se obter o
um pulso no chaveamento do sistema.
A tensão de saída apresentou uma ondulação ripple em 2Vpp, estando dentro do valor
considerável nas especificações do projeto (10% da tensão de saída), dessa forma o circuito não
necessitou de ajustes em sua capacitância, o período de chaveamento foi de 16µs e a largura de
pulso em 8µs. A Figura 14 representa o valor da tensão de saída em 15V
O seletor do osciloscópio utilizado foi ajustado para uma posição de 5 V/d, ou seja, cada quadro
da tela representa 5V de amplitude do sinal, quando o mesmo for considerado no sentido
vertical, dessa forma é possível fazer a leitura no sinal do circuito.
Para obter o sinal de pulso no período de chaveamento, foram ajustados os seguintes valores no
Canal 1 do gerador de sinal, o valor de frequência em 60kHz, 8V na chave, offset em 4V e duty
cycle em 50%.
A análise inicial do circuito foi realizada em malha aberta operando em 30V na tensão de
entrada do conversor. Em seguida, para fins de observações didáticas foram realizados testes
51
com os valores de 20V, 25V e 30V, o valor da corrente de carga variando de 0,5A a 4A. A
Figura 15 mostra o comportamento da tensão de saída do circuito em diferentes valores da
tensão de entrada, sendo: a) valor da tensão de entrada em 20V, b) valor da tensão de entrada
em 25V e c) valor da tensão de entrada em 30V. Em ambos os valores apresentaram um duty
cycle de 50% e um ripple de 10% do valor, estando dentro do considerado.
Os testes foram realizados com a ligação do circuito amortecedor (snubber RC), minimizando
as oscilações e transientes na tensão de saída.
snubber foi possível observar um aumento nos transientes presentes na ondulação da tensão de
saída. A Figura 16 mostra o resultado obtido.
a) Tensão de saída em 10V sem amortecedor b) Tensão de saída em 12,5V sem amortecedor
O protótipo do conversor buck possui três resistores de 27Ω que podem ser utilizados em série
ou em paralelo, podendo fazer conexões no circuito com um, dois ou os três resistores. Dessa
forma ampliará as possibilidades para o estudante realizar as atividades didáticas verificando e
comparando valores. É recomendável para a utilização no conversor buck utilizar os resistores
em paralelo para manter o valor de corrente em modo de condução contínua, caso contrário o
conversor irá funcionar em modo de condução descontínua.
53
Foi possível observar que a carga consome um menor valor de corrente quanto utilizado com
apenas 1 resistor de 27Ω, isso ocorre devido a cada resistor utilizar aproximadamente 0,5A e
consequentemente 1 resistor consumirá menos corrente do que os três resistores conectados em
paralelo no conversor, a tensão de saída se mantem praticamente constante dos 15V utilizando
a tensão de entrada em 30V.
Após os testes realizados com os diferentes resistores, foi verificado também o comportamento
do circuito variando o valor da capacitância em 1000µF ou 100µF, já que o protótipo possui a
possibilidade de conectar e desconectar os capacitores, podendo realizar diferentes análises e
práticas didáticas. A Tabela 3 mostra os diferentes valores obtidos na tensão de saída tanto com
o capacitor de 1000µF, quanto com o capacitor de 100µF. Nesse teste foi realizada a variação
da tensão de entrada em 20V, 25V e 30V para ambos os capacitores.
Dessa forma é possível analisar que em ambas as conexões dos capacitores não houve mudanças
bruscas no valor da tensão de saída do circuito, mantendo o valor na faixa de 10% dentro do
esperado, o ripple de tensão ficou em valores próximos utilizando ambos os capacitores, não
interferindo no resultado final esperado. A Figura 18 mostra o resultado da tensão de saída com
a variação nos capacitores.
A Tabela 4 mostra os resultados obtidos nas medições da tensão de saída com o valor de 30V
na tensão de entrada para ambos os valores de capacitância em 100µF e 1000µF utilizando
diferentes conexões em paralelo dos resistores presentes no circuito.
Em última análise, foi medido o valor da corrente de saída do circuito em malha aberta, nessa
observação o circuito foi conectado ao amortecedor, com as tensões de entrada em 20V, 25V e
30V, conectado ao capacitor de 100µF, a Tabela 5 mostra os valores obtidos:
O valor da potência foi realizado através da equação da Lei de Ohm utilizando a tensão de saída
e o valor da corrente verificados no circuito, os valores obtidos serão mostrados na Tabela 6
abaixo.
56
Cada estudante possui um nível de aprendizado diferente e isso precisa ser trabalhado nas
escolas e universidades para que o método avaliativo seja mais didático e criativo, no sentido
de poder explorar o conhecimento de cada aluno, incentivando à praticas, estudos científicos e
pesquisas que possam levar a um caminho além da sala de aula, permitindo ser um profissional
que enxergue diferentes possibilidades e aplicações em seu cotidiano.
Para que cada aluno possa compreender o que está sendo proposto nas atividades experimentais,
é necessário haver manuais didáticos, que exemplifique e mostre de maneira clara e objetiva a
proposta da medição a ser realizada.
Segundo Borges (2002) antes de realizar uma prática em laboratório, é interessante o professor
discutir com os alunos ideias e explicações acerca do tema estudado, permitindo fazer um
levantamento de hipóteses e sugestões para o aprendizado durante o processo em laboratório.
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C. A Vaca Sagrada da Educação Brasileira. Adaptado. In: Jornal Virtual Gestão
Educacional. Ano 2, Nº 105, 24/03/09.
BARBI, Ivo; MARTINS, D.C. Conversores CC-CC Básicos Não Isolados. 2. Ed.
Florianópolis: Edição dos autores, 2006.
HART, Daniel. Eletrônica de Potência: Análise e projetos de circuitos. 1ª Ed. São Paulo:
AMGH, 2012.
MELLO, Luiz F. P de. Análise e projeto de fontes chaveadas. 9ª Ed. São Paulo, Érica, 2000.
MELLO, Luiz F. P. de; Projetos de Fontes Chaveadas: teoria e prática. 1ª Ed. São Paulo,
Érica, 2013.
POMILIO, J.A. Fontes Chaveadas. Publicação FEE 13/95. Campinas: Ed. Do Autor, 2014.
POZZATTI, Evandro. Projeto e análise de uma fonte chaveada em alta frequência para
laboratório de ensino com saídas: ± 12V, ± 5V, ± 3,3V e variável até 25V. 77 páginas.
Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharelado em Engenharia Eletrônica, Universidade
Tecnológica do Paraná, 2015.
SILVA, João Lucas de Souza. LABBOT: Robô movido a energia fotovoltaica para
aplicação educacional multidisciplinar. Trabalho de conclusão de Curso, Paulo Afonso,
2016.
APÊNDICES
Nos apêndices a seguir mostra-se os manuais para execução de práticas didáticas, bem
como o plano de ensino e orçamento para a construção do protótipo.
Embasamento
O conversor CC-CC fornece uma tensão de saída a partir de uma tensão de entrada. De
acordo com o tipo de conversor utilizado a tensão de saída poderá ser maior ou menor em
relação a tensão de entrada. O objeto de estudo será o conversor CC-CC do tipo Buck, ele é um
abaixador de tensão que regula o valor da tensão de saída de forma que ela seja menor em
relação a tensão de entrada. Esse princípio de operação é possível através do armazenamento
de energia no indutor e pela tensão de saída na carga, o seu período de comutação é controlado
por uma chave que pode ser um MOSFET, IGBT, TBJ ou outro dispositivo semicondutor, a
sua escolha dependerá da aplicação do conversor e demais parâmetros presentes no circuito.
A razão entre a tensão de saída e a tensão de entrada recebe o nome de Ciclo de trabalho (do
inglês Duty Cycle), essa razão estabelece a porcentagem da tensão da entrada que será
disponibilizada na saída do conversor, os conversores CC-CC apresentam ampla aplicabilidade
para aparelhos portáteis, justamente por serem capazes de realizar abaixamento de tensão,
mantendo um rendimento adequado na transferência de potência.
Objetivos
62
Guia do professor
Deverá ser contextualizada uma introdução sobre os conceitos e aplicações práticas dos
conversores CC-CC, fontes chaveadas, análise PWM e Ciclo de trabalho, recomenda-se utilizar
dados da literatura e imagens provenientes à prática. É importante ressaltar que as práticas
seguem uma sequência de estudos e deverá ser seguida na ordem proposta para compreensão
do estudo.
Procedimentos
Inicialmente o discente deverá ligar a fonte de bancada, ajustando o valor da tensão inicial
a ser utilizado no protótipo, em seguida deverá ligar o gerador de sinal para acionamento da
chave e visualização do sinal de pulso, ajustando a frequência, amplitude, tensão offset e ciclo
de trabalho, o osciloscópio também deverá ser ligar ajustando-se o osciloscópio em
acoplamento DC e demais variações do mesmo para melhor visualização das formas de onda.
Sugestão de valores para ser utilizado no gerador de sinal:
A exceção do Duty Cycle, os demais valores deverão ser mantidos fixos, para uma visualização
didática adequada dos valores de tensão de saída e entrada, na Prática 03 o duty cicle deverá
ser ajustado para 60% e 75%, conforme orientação que consta nos procedimentos da prática
supracitada.
63
O professor ou docente responsável pelas práticas com os alunos deve ressaltar que poderá ser
utilizado os dois canais do osciloscópio ao mesmo tempo, desde que não se utilize as duas
garras da terra no circuito, somente uma garra do terra da ponteira deverá ser conectada no
circuito.
MANUAL DE PRÁTICAS
PRÁTICA 01:
1. INTRODUÇÃO
Essa atividade tem por objetivo analisar o conversor CC-CC do tipo buck, aprimorando os
conceitos estudados em sala de aula, dessa forma se realizará:
O circuito do conversor buck deverá ser analisado com a tensão inicial em 30V. O diodo
utilizado foi o modelo 15ETH06 e como chave o MOSFET IRF540N. A conexão deverá ser
realizada utilizando os capacitores de 100µF e 1000µF com uma frequência de chaveamento
em 60kHz. A Figura 20 mostra o circuito a ser analisado:
Figura 20 - Circuito conversor buck
Após ligar a fonte de bancada e ajustar em 30V, serão realizadas as conexões do gerador de
sinais no circuito, como demonstrado na Figura 21, é importante ressaltar que o sinal no
osciloscópio deve estar em modo “square” (onda quadrada) para realizar as medições:
Para realizar a medição em paralelo utilizando conexões nos resistores de 27Ω, os pinos deverão
ser ajustados como mostra a Figura 22. A conexão no pino inferior deverá ser feita com a ponta
de prova e a garra no Canal 1 do osciloscópio:
A Figura 23 mostra as conexões que deverão ser realizadas para conectar cada capacitor no
circuito:
3. ANÁLISES E RESULTADOS
Após realizar as conexões, deverá verificar o valor da tensão de saída do circuito nas conexões
com um resistor, dois resistores e três resistores em paralelo e verificar as formas de ondas no
circuito. Preencha a Tabela 7 com os dados obtidos:
Tabela 7 - Análise da tensão de saída com variação da carga e tensão de entrada em 30V
Resistor de 27Ω Capacitor de 100µF Capacitor de 1000µF
1 Resistor
2 Resistores
3 Resistores
1) Com o auxílio do osciloscópio adquira as seguintes formas de onda: sinal de pulso e tensão
de saída. Lembre-se, não conectar os dois canais terra ao mesmo tempo.
MANUAL DE PRÁTICAS
PRÁTICA 02:
1. INTRODUÇÃO
Essa atividade tem por objetivo analisar os valores da tensão de saída com diferentes tensões
na entrada do circuito, dessa forma se realizará:
2. DESENVOLVIMENTO
As ligações do circuito deverão ser realizadas como na prática 01, atendendo as identificações
das conexões propostas.
3. ANÁLISES E RESULTADOS
Após realizar as medições, deverá verificar o valor da tensão de saída do circuito nas diferentes
tensões de entrada, em cada conexão com os resistores e calcular o valor da potência
preenchendo todos os dados obtidos nas tabelas abaixo.
68
1 Resistor
2 Resistores
3 Resistores
1 Resistor
2 Resistores
3 Resistores
1 Resistor
2 Resistores
3 Resistores
MANUAL DE PRÁTICAS
PRÁTICA 03:
1. INTRODUÇÃO
Essa atividade tem por objetivo analisar os valores da tensão de saída para diferentes valores
de ciclo de trabalho, dessa forma se realizará:
2. DESENVOLVIMENTO
As ligações do circuito deverão ser realizadas como na prática 02, atendendo as identificações
das conexões propostas.
3. ANÁLISES E RESULTADOS
Após realizar as medições, deverá verificar o valor da tensão de saída do circuito nas diferentes
tensões de entrada.
70
20V
25V
30V
Embasamento
Objetivos
Guia do professor
Procedimentos
Inicialmente o discente deverá ligar a fonte de bancada, ajustando o valor da tensão inicial
a ser utilizado no protótipo, em seguida deverá ligar o gerador de sinal para acionamento da
chave e visualização do sinal de pulso, ajustando a frequência, amplitude e tensão offset, o
osciloscópio também deverá ser ligar ajustando-se em tensão contínua e demais variações do
mesmo para melhor visualização das formas de onda. Sugestão de valores para ser utilizado no
gerador de sinal:
O professor ou docente responsável pelas práticas com os alunos deve ressaltar que só
poderá ser medido um Canal por vez, tanto do osciloscópio, quanto do gerador de sinal,
evitando curto circuito ou possíveis danos nos equipamentos.
MANUAL DE PRÁTICAS
PRÁTICA 04:
1. INTRODUÇÃO
Essa atividade tem por objetivo verificar o comportamento da tensão de saída com o
amortecedor (snubber) e analisar os dados obtidos, dessa forma se realizará:
• Aplicar a tensão de entrada inicial em 20V, 25V e 30V com o circuito amortecedor;
• Observar o comportamento do sinal de pulso em diferentes ajustes dos parâmetros
(tensão offset e tensão do sinal de pulso) do gerador de sinais;
• Realizar as medições no circuito e o cálculo da potência para cada conexão de resistor
e cada valor de entrada sugerido;
• Medir o valor de corrente na saída do circuito com diferentes tensões na entrada;
• Todas as medições deverão ser realizadas utilizando cada um dos capacitores;
• Observar as formas de onda na tensão de saída e no sinal de pulso em cada valor de
tensão aplicada.
2. CIRCUITO SNUBBER
É importante ressaltar que as ligações do circuito deverão ser realizadas como na prática 01,
conectando o amortecedor e atendendo as identificações das conexões propostas. O circuito
snubber RC possui um resistor de 1500Ω em série com um capacitor de 100nF. Para conectar
o amortecedor é necessário seguir o esquema da Figura 24. Vale ressaltar que o sinal no
osciloscópio deve estar em modo “square” (onda quadrada) para realizar as medições.
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Para medir o valor da corrente na saída do circuito, deverá retirar o pino conector, como mostra a Figura
25.
3. ANÁLISES E RESULTADOS
Após realizar a conexão do circuito amortecedor, deverá comparar a análise gráfica das
oscilações nas tensões de saída do conversor. O passo seguinte será preencher as tabelas abaixo
com os valores encontrados na tensão de saída, potência e corrente do circuito.
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1 Resistor
2 Resistores
3 Resistores
1 Resistor
2 Resistores
3 Resistores
1 Resistor
2 Resistores
3 Resistores
1) Com o auxílio do osciloscópio adquira as seguintes formas de onda: sinal de pulso e tensão
de saída. Lembre-se, não conectar os dois canais ao mesmo tempo.
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5) Descreva brevemente o que você aprendeu sobre as práticas realizadas com o conversor CC-
CC Buck e comente sobre o sinal PWM e conexão com o circuito snubber.
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TOTAL 59,52
Fonte: Autoria própria (2023)