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DA BAHIA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Paulo Afonso
2023
MATHEUS VINÍCIUS DA SILVA LIMA
Paulo Afonso
2023
(Ficha catalográfica)
Solicitar elaboração da bibliotecária (o), conforme documento orientador
disponível no site.
MATHEUS VINÍCIUS DA SILVA LIMA
Nome do Orientador(a) -
Profª. Dra. Tharsia Cristiany de Carvalho Costa
(Instituto Federal da Bahia -IFBA)
Nome do Coorientador(a) -
Profª. Me. Marley Fagundes Tavares
(Instituto Federal da Bahia -IFBA)
Primeiramente, agradeço a Deus por me trazer até aqui e nunca ter me desamparado.
À minha mãe, Silvania da Silva Lima, por ser o meu maior pilar, sempre ter acreditado em mim
e estar ao meu lado durante toda a minha vida e graduação.
Ao meu pai, Jacildo da Silva Lima, o qual Deus me permitiu tê-lo por 13 anos, e pude receber
seus ensinamentos sobre ter bom caráter, ser focado e disciplinado no meu dia a dia e nas
minhas escolhas.
À minha namorada Emanuela Cristhyne por me proporcionar companheirismo e motivação.
Às professoras Tharsia Cristiany e Marley Tavares por aceitarem ser minhas orientadora e
coorientadora, respectivamente, e me ajudarem a montar meu trabalho do início, desde a
elaboração do pré-projeto até a finalização do TCC, suas contribuições de conhecimento e
instruções foram essenciais para o término desse projeto, portanto, expresso a minha profunda
gratidão.
Aos professores Fernando Oliveira e Renato Gibson, pela aceitação do convite para compor a
banca examinadora e pelas valiosas contribuições para aprimorar o trabalho, agradeço
sinceramente.
Aos meus amigos e companheiros de graduação Ary, Flávio, Ingrid, Leonardo, Rodrigo, Vitor
Gabriel, Vitor Matheus e Werleson Cruz. A ajuda de vocês ao longo da jornada foi fundamental.
Aos meus amigos de longa data Andersen, Lucas, Ramon e Vitor, e também aos amigos que fiz
durante a caminhada Léo, Jotinha, Bunno, Lilo, Dudu, Andrew, Léo Marley, Rafinha, Vinicote
e Maria Clara, por me proporcionarem momentos de alívio e descontração que fizeram dessa
jornada mais suportável.
Concluindo, quero agradecer a todos que me ajudaram até aqui, mesmo que por pequenos atos,
fizeram toda a diferença para que eu me mantivesse firme e concluísse esse projeto.
RESUMO
The independence and self-sufficiency of a company are extremely important aspects, and the
installation of its own energy generating plant plays a fundamental role in achieving these
objectives quickly and effectively. In the Brazilian context, large industries have adopted the
free electricity market, where they have the flexibility to negotiate prices and payment
conditions. However, even with this relative freedom, companies still remain bound by
contracts that oblige them to pay not only for electricity consumption, but also for tariffs,
charges and fees necessary to maintain their operations and market share. Faced with this
problem, this study aims to investigate the technical and economic feasibility of implementing
a 500kW photovoltaic energy generation system for companies that are minimum demand
contractors and that purchase electricity in the open energy market in Brazil. To achieve this
objective, the research was divided into two stages. In the first stage, a review of the literature
that supported the study was developed. Subsequently, in the second stage, a financial analysis
was conducted using economic parameters, and with the help of the Pvsyst program, the
generation of the system was found with the purpose of evaluating the technical and economic
feasibility of implementing a photovoltaic system connected to the grid, without storage,
compared to remaining in the open energy market.
CC - Corrente Contínua
FC - Fator de Correção
FP - Fora de Ponta
FP - Fator de Potência
FS - Fator de Simultaneidade
GD - Geração Distribuída
GW - Gigawatt
kV - Quilovolt
kW - Quilowatt
kWh - Quilowatt-hora
MWh - Megawatt-hora
MME - Ministério de Minas e Energia
P - Ponta
TA – Tarifa Azul
TC - Tarifa de Consumo
TD - Tarifa de Demanda
TE - Tarifa de Energia
TV – Tarifa Verde
W - Watt
Sumário
1 INTRODUÇÃO 15
2 OBJETIVOS 17
5 ANÁLISE FINANCEIRA 31
5.2 Payback 31
6 SOFTWARE PVSYST 33
7 METODOLOGIA 35
8 RESULTADOS E DISCUSSÃO 41
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 50
REFERÊNCIAS 50
15
1 INTRODUÇÃO
A busca contínua pela diversificação da matriz energética torna-se cada vez mais
necessária por dois pontos principais. O primeiro problema é o aumento dos preços da energia
devido à necessidade de utilização de termelétricas para gerar eletricidade, o que por sua vez
aumenta os custos e polui o meio ambiente. O segundo fator é a necessidade de encontrar fontes
de energia renováveis que possam contribuir para a sustentabilidade do planeta, como é o caso
da energia fotovoltaica (SILVEIRA et al., 2020).
Portanto, ao escolher a energia fotovoltaica, os consumidores demonstram
preocupações econômicas e ambientais, uma vez que o processo de geração de energia costuma
ser vantajoso financeiramente e não produz nenhum efluente líquido, sólido ou gasoso que seja
prejudicial ao meio ambiente, nem produz ruído (SOUZA; PENHA , 2020).
Dessa forma, almejando reduzir a conta de energia elétrica, é possível mencionar
também o mercado livre de energia elétrica no Brasil foi criado em 1995 como uma alternativa
ao mercado regulado, onde as tarifas são definidas pelo governo. Nesse modelo, consumidores
que têm demanda contratada igual ou superior a 500 kW podem escolher seu fornecedor de
energia elétrica e negociar livremente preços e condições contratuais (ANEEL,2020).
A adesão ao mercado livre é uma opção interessante para grandes consumidores de
energia, como indústrias, comércios, shopping centers e grandes empresas, que podem negociar
contratos de longo prazo com fornecedores de energia, possibilitando uma maior
previsibilidade e controle de custos. Atualmente, o mercado livre de energia elétrica representa
cerca de 30% do consumo total de energia elétrica no Brasil, e tem se expandido nos últimos
anos (EPE,2022).
Segundo Andreazza (2023), a migração para o mercado livre de energia demonstra
vários benefícios, incluindo maior previsibilidade orçamentária, preço mais competitivo em
comparação com o mercado cativo, os mesmos preços durante as horas de ponta e fora de ponta,
etc. Devido a estas vantagens e ao período de instabilidade política e econômica que o país
atravessa, as candidaturas a tais contratos aumentaram significativamente nos últimos anos.
Porém, é importante destacar que a migração para o mercado livre também traz desafios,
como a necessidade de gerenciamento e otimização do consumo de energia, a contratação de
serviços de gestão de risco, o pagamento de taxas para se manter dentro do mercado, entre
outros. Dessa forma, montar uma usina de geração de energia elétrica pode ser uma alternativa
16
2 OBJETIVOS
O mercado de energia elétrica é hoje um dos mais importantes no mundo, uma vez que
ele gera um dos recursos mais indispensáveis no dia a dia do ser humano. No Brasil, o mercado
de energia elétrica atual utiliza o modelo implementado em 2004, tendo como base, as
conclusões do projeto de reestruturação do setor elétrico, denominado RESEB, estabelecido na
década de 1990 pelo Ministério de Minas e Energia (EPE, 2022).
Esse modelo foi baseado no consenso político-econômico de “Estado regulador”, o qual
direcionava as políticas de desenvolvimento, ao passo que regulava o setor, sem atuar como
executor em última instância. Dessa forma, ocorreu a privatização de muitas empresas e houve
a criação de empresas autárquicas de direito público e independentes, a exemplo da própria
agência reguladora, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) (SILVA, 2017).
Contudo, foi após a Medida Provisória 579/2012, posteriormente convertida na Lei
12.783/2013, que foi iniciada uma outra fase na história do setor elétrico brasileiro. Na referida
Lei, as empresas geradoras e transmissoras puderam renovar antecipadamente seus contratos
de concessão desde que seus preços fossem regulados pela ANEEL (BRAGA, 2018).
O atual setor de energia elétrica brasileiro é caracterizado pela desverticalização, ou
seja, redução dos níveis hierárquicos, com uma separação das atividades de geração,
transmissão e distribuição de energia; atuação simultânea de empresas públicas e privadas;
centralização do planejamento e operação; coexistência de consumidores cativos e livres; livres
negociações entre geradores, comercializadores e consumidores livres; regulação dos leilões
para contratação de energia para as distribuidoras responsáveis por fornecer energia aos
consumidores cativos (ABRADEE, 2018).
Para implementar todas estas mudanças pretendidas, foi necessária a criação de órgãos
reguladores do sistema, descritos a seguir: Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
responsável por regulamentação tarifaria, de contratação e do acesso aos sistemas de
transmissão; Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável por operar o Sistema
Interligado Nacional (SIN); Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que cria
o ambiente de comercialização e define a forma de participação dos agentes no mesmo (SILVA,
2017; BRAGA, 2018).
19
No que concerne os consumidores de energia elétrica, estes podem ser divididos pelas
classes de consumo, conforme a Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010, em consumidores
20
residenciais, industriais, comerciais e poder público (ANEEL, 2015). Mas também podem ser
divididos conforme a sua tensão e o mercado de contratação de energia elétrica.
No caso dos consumidores pela tensão, sua classificação ocorre segundo o uso de
energia previsto pela unidade consumidora conforme projeto de levantamento de carga elétrica
a ser utilizada. Os consumidores de alta tensão são locais que possuem consumo superior a 69
quilovolts (kV) e inferior a 230kV. Os consumidores de média tensão possuem consumo
superior a 1 kV e inferior a 69kV; os consumidores de baixa tensão são as unidades de consumo
igual ou inferior a 1kV (ANEEL, 2015). Assim, as unidades de alta e média tensão são
classificadas em grupo A e as unidades consumidores de baixa tensão se enquadram no grupo
B (ANEEL, 2020).
Pode-se classificar os consumidores também pelo método de contratação de energia
elétrica em que eles utilizam como consumidor cativo ou consumidor de livre energia
(ENERGISA, 2022). Assim, os modelos de contratação de energia elétrica garantem uma
melhor segurança para o suprimento de energia, tarifas módicas e inserção social da população
que até então era excluída pelos programas de universalização de atendimento (BUBICZ et al.,
2014). O consumidor cativo de energia se refere àqueles consumidores, pessoa física ou
jurídica, de energia que adquirem energia da maneira convencional no Ambiente de
Contratação Regulada (ACR) da concessionária que realiza o atendimento da determinada
localidade. Os preços são definidos pelo governo e as empresas de distribuição de energia são
responsáveis pela compra da energia das geradoras. Desta maneira, é pago uma fatura única
que contabiliza o consumo, segundo medição realizada mensalmente pela concessionária que
realiza os serviços de distribuição (BUBICZ et al., 2014).
A cobrança da tarifa de energia no Brasil prevê valores diferenciados conforme o horário
utilizado. No mercado cativo, os consumidores pagam até 100% de acréscimo no valor da tarifa
em horários de ponta (BUBICZ et al., 2014). Desta maneira, em indústrias que utilizam
equipamentos com alta carga de energia o custo de operação tende a subir comprometendo
assim a lucratividade. Por esse motivo muitas das indústrias realizam a parada de produção no
horário de pico para evitar elevação no custo de energia elétrica. Quando ocorre a migração
para o mercado livre, essa parada não tem mais necessidade pois a diferença de tarifa deixa de
ser aplicada.
Para o caso do consumidor livre de energia, o consumidor, seja pessoa física ou jurídica,
salvo regras, opta por qual fornecedor ele deseja realizar a compra de energia elétrica. O
Ambiente de Contratação Livre (ACL) refere-se aos vendedores e compradores que realizam a
negociação entre si mediante cláusulas de contrato já preestabelecidas que determinam questões
21
como preço, prazo e condições de entrega de energia (GENERGIA, 2014). Neste ambiente, o
consumidor tem a liberdade de escolher seus fornecedores de energia, exercendo seu direito à
portabilidade da fatura de energia (ABRACEEL, 2019). Neste segmento, tanto preço quanto as
particularidades do contrato são articuladas livremente entre as partes envolvidas, tendo como
obrigação o registro de todas as transações junto a CCEE.
A tarifa de distribuição de energia elétrica considera três custos distintos entre eles está
a energia gerada, transporte de energia até as unidades consumidoras (distribuição e
transmissão), e encargos setoriais. Além disso o Governo Federal, Estadual e Municipal cobra,
respectivamente, na conta de luz encargos com PIS/COFINS, ICMS e contribuição para a
iluminação pública (ANEEL, 2022). Assim, para o valor final da energia elétrica tem-se que:
53,5% equivale a encargos setoriais e compra e transmissão de energia, 29,5% diz respeitos aos
tributos como PIS/COFINS e 17% restante equivale a distribuição de energia (ECOM
ENERGIA, 2021). A composição tarifária de energia elétrica é apresentada pela Figura 1.
A Tarifa de Energia (TE) reflete o custo com compra de energia, incluindo perdas da
rede básica sobre a parcela cativa. Somente os consumidores cativos pagam essa parcela. Com
relação à tarifa pelo uso do sistema de distribuição (TUSD) Encargo + Perdas, ela reflete o
custo com os encargos TFSEE, Contribuição ONS, P&D, Eficiência Energética, CDE Uso,
PROINFA e custos com perdas técnicas e não técnicas na distribuidora. Pagam essa parcela os
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consumidores cativos e livres. O terceiro custo está relacionado com a distribuição e transporte,
TUSD Transporte, e ela reflete os custos com a contratação de transmissão e conexão, custos
com administração, operação, manutenção e remuneração dos ativos de distribuição.
Consumidores cativos e livres pagam essa parcela (SOUSA FILHO, 2020).
O Mercado Livre de Energia Elétrica (MLE), segue baseado nos moldes do Ambiente
de Contratação Livre (ACL) destinado a comercialização de energia onde os consumidores são
livres para escolher seus fornecedores de energia, ou seja, o cliente tem a liberdade de negociar
diretamente com os agentes de geração ou comercialização. Este cenário permite que o mercado
tenha mais competitividade, flexibilidade e escolha, além da previsibilidade de consumo e de
gastos (MLE, 2021).
Criado no Brasil em 1995, o MLE surgiu como uma alternativa ao mercado regulado,
onde as tarifas são definidas pelo governo. Nesse modelo, consumidores que têm demanda
contratada igual ou superior a 500kW podem escolher seu fornecedor de energia elétrica e
negociar livremente preços e condições contratuais (FLESCH et al., 2022).
No Mercado Livre, as empresas podem escolher seus fornecedores de energia e negociar
diretamente os preços, permitindo maior flexibilidade e competitividade. Em relação à matriz
energética brasileira, a hidrelétrica é a principal fonte de energia elétrica, respondendo por mais
de 60% da geração de energia no país. Outras fontes importantes incluem termelétricas a gás,
carvão e óleo, além de fontes renováveis, como energia eólica e solar (COPEL,2021).
Uma vez que um agente de mercado seja inserido no Sistema Interligado Nacional (SIN),
ele consegue negociar energia com qualquer outro agente do sistema, independentemente das
restrições que envolvem geração e transmissão (ABRACEEL, 2019). Para facilitar no
entendimento, caso um consumidor no Sul do Brasil, que esteja conectado ao SIN, contrate
energia elétrica de uma usina no Norte do país, a energia entregue pode ter origem em outra
usina, localizada em outra região. Caso a usina do Norte não atenda a energia contratada, o
consumidor não fica sem eletricidade. Sua eletricidade está garantida devido aos contratos de
energia, sendo assim, o consumidor é abastecido por outra geradora ou comercializador. A
CCEE realiza o acerto entre quem forneceu a energia e quem não pode fornecer (CARDOSO;
ROCHA, 2017).
Segundo a ABRACEEL (2023), em setembro de 2023, o consumo médio de energia no
mercado livre foi de 25.852 Megawatt médio (MWmed), correspondendo a 39% do consumo
nacional, conforme é apresentado na Figura 2, sendo que um volume 90% da energia elétrica
consumida pelas indústrias do país é nele adquirido.
24
Essa alta procura se dá devido ao mercado livre ser vantajoso em vários aspectos, dentre
essas vantagens, tem-se: preços mais competitivos, comparados ao mercado cativo; maior
previsibilidade orçamentária; mesmo valor cobrado nos horários de ponta e fora ponta;
gerenciamento de energia como matéria prima; permissão para alocar energia para empresas
com o mesmo CNPJ; permissividade de adequação da compra de energia junto ao processo
produtivo (FLESCH, 2022).
Segundo Bubicz et al., (2014), como no mercado livre não existe a tarifa em horário de
ponta, é possível observar vários benefícios como a possibilidade no aumento da produção,
devido ao aumento das horas disponíveis a serem trabalhadas, que anteriormente eram
bloqueadas pelo horário de ponta; possibilidade de turnos interruptos; redução de horas extras;
fim da jornada diária antecipada e possibilidade de desativar geradores para casos específicos.
Sobre os custos no ambiente de contratação livre, segundo Soares Júnior (2023), a fatura
de um consumidor atrelado ao mercado livre de energia é descrita conforme Equação (1), com
todas as variáveis impostas em R$:
Quando um consumidor opta por migrar para o mercado livre de energia, recomenda-se
que sejam realizadas inúmeras análises de viabilidade para essa transição, atendendo os pré-
requisitos e seguindo um certo fluxo para que a migração esteja dentro das normas regentes do
mercado (ESFERA ENERGIA, 2023).
O primeiro passo para que o consumidor considere a possibilidade de migrar para o
Mercado Livre é verificar o atendimento aos critérios de tensão e demanda, para enquadramento
como consumidor livre ou especial. É preciso ter demanda contratada de, no mínimo, 500 kW
para se tornar um consumidor livre. Em seguida, é necessário avaliar os contratos vigentes com
a distribuidora na qual o consumidor tem sua demanda e tarifa horária definida. Para que o
contrato com a distribuidora não seja renovado automaticamente após o próximo vencimento,
o consumidor deve informar à distribuidora sobre a rescisão para a migração com seis meses
de antecedência (BRAGA, 2018; OLIVEIRA, 2019).
Após analisar os contratos vigentes, recomenda-se que o consumidor realize um estudo
de viabilidade econômica, com o intuito de comparar os custos com energia elétrica no mercado
livre com os custos no mercado cativo. O passo seguinte, é o consumidor enviar carta de
denúncia de contrato à distribuidora do mercado livre, porém arcando com a multa que será
gerada pelo encerramento antecipado do contrato do mercado regulado. Então, o consumidor
deve planejar e escolher de onde comprará a energia a ser consumida. Os contratos podem ser
realizados com comercializadores ou geradores, estabelecendo os chamados Contratos de
Comercialização de Energia no Ambiente Livre (CCEAL), contratação negociada livremente
entre as partes, ou contrato de Comercialização de Energia Incentivada (CCEI), originados de
fontes incentivadas (ESFERA ENERGIA, 2023; OLIVEIRA, 2019).
O sexto passo é a adequação do Sistema de Medição para Faturamento (SMF). Nesta
etapa são calculados os valores dos serviços que precisam ser adequados pelo consumidor,
sendo este de alta tensão, são eles, o diagrama unifilar, transformadores de potencial,
transformadores de corrente, caixa de medição, adequações das instalações (obras civis), mão
de obra, cabeamento e sistemas de comunicação. O valor total da adequação varia entre
R$50.000,00 e R$80.000,00(ALTOÉ, 2023).
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5 ANÁLISE FINANCEIRA
O fluxo de caixa convencional é uma ferramenta que permite analisar a entrada e saída
de recursos de um projeto, empresa, etc. No caso do sistema fotovoltaico, o fluxo de caixa
representa os valores de entrada e os valores de saída durante a vida útil do sistema fotovoltaico.
(GONÇALVES, 2018).
5.2 Payback
O payback consiste em verificar em quanto tempo o projeto gerará riquezas, e para isso,
é analisado no cálculo em quanto tempo o somatório das entradas será igualado ao investimento
inicial. Para o payback simples é considerado o lançamento das entradas futuras, porém, não é
considerado a variação do dinheiro com o tempo.
Segundo Rego (2014), no payback descontado é levado em consideração o tempo de
retorno do capital. Além disso, é levado em conta uma taxa de atratividade ou de desconto.
Para isso, o investidor ou projetista estabelece um prazo máximo para recuperar o investimento,
que será utilizado para a análise de viabilidade do projeto e uma taxa de juros com
disponibilidade para aplicações financeiras, em especial a SELIC.
O valor do payback é calculado através da Equação 2:
12.V7PN
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = 𝑃VPN — FFd
(2)
Onde:
PVPLN = Tempo em que encerra a VPL negativa;
32
FCn
𝑉𝑃𝐿 = ∑n=N − 𝑃𝑉 (3)
n=1 (1+i)n 0
Onde:
VPL = Valor presente líquido;
𝐹𝐶𝑛 = Fluxo de caixa para n período;
𝑛 = Período analisado
𝑃𝑉𝑜 = Valor do investimento inicial;
A taxa interna de retorno (TIR) tenta sintetizar todos os ganhos do projeto em um único
valor que torna o VPL nulo. O ponto em que o VPL é nulo corresponde à TIR. O cálculo é
realizado com base no fluxo de caixa da empresa em função do investimento (GONÇALVES,
2018). A TIR é obtida pela Equação 4.
𝑉𝑃𝐿 = ∑n (R–C)t
(4)
t=1 (1+TIR) = 0
Onde:
R = Receitas;
C = Custos e os investimentos gerados pelo projeto;
t = Período de tempo;
n = Horizonte do investimento
TIR = Taxa máxima de desconto que o investimento suporta.
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6 SOFTWARE PVSYST
PA
𝑌𝑓 = PNom (7)
Temos que Yf é igual a potência ativa do sistema, derivada da potência gerada subtraída
pela potência consumida, dividida pela potência nominal.
PRef
𝑌𝑟 =
PNom
(8)
Ff
𝑃𝑅 = (9)
Fr
7 METODOLOGIA
O presente estudo foi dividido em duas etapas, a primeira foi buscar o conhecimento
sobre o mercado livre de energia e também o seu funcionamento, seu modo de negociação de
entrada e planejamento de permanência. Após isso, realizou-se o levantamento econômico
necessário para a implementação do projeto fotovoltaico, para no fim ser feita a comparação
direta entre os custos atrelados aos dois métodos.
Com base nessas informações, foi dimensionando o projeto em questão buscando os
equipamentos necessários como: Inversores, painéis, dispositivos de proteção e materiais
estruturais, junto com suas especificações técnicas diante da necessidade da aplicação. Com
base nesses resultados, será possível analisar o retorno financeiro que tal aplicação poderia dar
para o empreendimento. Para auxiliar no processo de simulação foi utilizada a ferramenta
PVSyst 7.4 para estudante.
As seções a seguir apresentarão os métodos, parâmetros e materiais utilizados
para servir como base para o projeto do estudo de caso, bem como, o dimensionamento
e análise do projeto.
A mudança do mercado cativo de energia para o mercado livre de energia elétrica leva
diversos fatores em consideração para se torne viável e vantajosa para o cliente, lembrando que
para migrar deve possuir um consumo mínimo de 500 kW. Com base no histórico de consumo
de energia é possível realizar projeções estimadas de economia de energia elétrica.
Em relação ao mercado livre de energia, para facilitar a comparação, calculamos quanto
a migração trará de economia para a empresa em comparação com a situação atual no mercado
cativo. Para isso, realizamos uma simulação que compara o mercado cativo com o mercado
livre de energia elétrica.
Dessa maneira, a simulação de valores a serem pagos no mercado livre de energia
elétrica será levado em consideração as adequações necessárias para a migração, utilizando o
valor médio de R$65.000,00 para o SMF e a taxa de adesão da CCEE. Para a análise, foi usado
o site da Energês, pois ele oferece uma ferramenta eficiente e prática de estimar os custos, e
nele foi simulada uma fatura de energia automatizada para uma unidade consumidora que exige
demanda de 500 kW/mês. As tarifas de encargo seguem as regras atuais estabelecidas pela
36
Essa variável define o tamanho do sistema que será dimensionado para o projeto.
É uma estimativa pedida por todas as concessionárias de energia equivalente as cargas
necessárias para suprir a demanda do local. Com base na hipótese de demanda de
500kW.
fabricado pela Growatt, sendo necessário 4 (quatro) unidades para atingir o valor de 500kW do
sistema. A escolha da quantidade de inversores se deu ao melhor cenário de custo-benefício do
sistema, visto que se aumentada a quantidade de inversores não refletiria em uma grande taxa
de sustentabilidade do sistema e por outro lado aumentaria significativamente o custo do
mesmo.
Figura 8 – Inversor utilizado no estudo
8 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Assim, foi observado que no mercado cativo, modalidade azul, o custo total é de R$
292.304,04, pagos pela Indústria, média de R$825,25 por MWh. No mercado cativo na
modalidade verde, o custo total mensal simulado é de R$258.650,04, o que resulta em um valor
médio de R$730,24 por MWh.
43
Nota-se, portanto, através da Figura 12, que ao comparar o mercado cativo e o mercado
livre, na modalidade azul, há uma economia média de 33,4% na conta de energia; enquanto que
na modalidade verde há uma economia de 44,34%. Nas tabelas 2 e 3, a seguir, estão os valores
de economia anuais para as duas modalidades tarifárias, levando em consideração o reajuste
tarifário anual de 9% para o ACR e 10% para o ACL. Os números obtidos de ambas
modalidades foram multiplicados por 12 [meses no ano], e do valor do custo no ACL foi
subtraído do valor do custo no ACR para que a quantia anual fosse encontrada.
Tabela 2 – Valor economizado na modalidade Tarifa Azul
Custo no mercado Custo no mercado
Anos Cativo Livre Valor Economizado
1 R$ 3.507.660,48 R$ 2.334.532.92 R$ 1.173.127,56
2 R$ 3.823.330,43 R$2.567.986,21 R$1.255.344,22
3 R$ 4.167.430,17 R$2.824.784,33 R$1.342.645,84
4 R$ 4.542.498,88 R$3.107.262,76 R$1.435.236,12
5 R$ 4.951.323,78 R$3.417.989.03 R$1.533.334,75
Após levantar todos os dados da comparação do ACR x ACL, temos os valores iniciais
de investimento para a migração ao MLE e suas economias nas modalidades tarifárias azul e
verde. O investimento inicial encontra-se na soma do valor médio de adequação para o SMF, a
taxa da distribuidora e a taxa de adesão da CCEE, respectivamente
= [R$65.000,00 + R$1500,00 + R$1824,13] que é igual a R$68.324,13.
45
0 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13
1 R$ 1.173.127,56 -R$ 2.334.532,21 -R$ 2.334.532,21 -R$ 1.161.404,65 -R$ 1.034.658,93 -R$ 1.102.983,06
2 R$ 1.255.344,22 -R$ 2.567.986,21 -R$ 2.567.986,21 -R$ 1.312.641,99 -R$ 1.041.774,19 -R$ 2.144.757,25
3 R$ 1.342.645,84 -R$ 2.824.784,33 -R$ 2.824.784,33 -R$ 1.482.138,49 -R$ 1.047.923,88 -R$ 3.192.681,13
4 R$ 1.435.236,12 -R$ 3.107.262,76 -R$ 3.107.262,76 -R$ 1.672.026,64 -R$ 1.053.168,34 -R$ 4.245.849,47
5 R$ 1.533.334,75 -R$ 3.417.989,03 -R$ 3.417.989,03 -R$ 1.884.654,28 -R$ 1.057.547,66 -R$ 5.303.397,12
0 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13 -R$ 68.324,13
1 R$ 1.376.101,20 -R$ 1.727.699,28 -R$ 1.727.699,28 -R$ 351.598,08 -R$ 313.227,69 -R$ 381.551,82
2 R$1.482.673,32 -R$ 1.900.469,20 -R$ 1.900.469,20 -R$ 417.795,88 -R$ 331.582,39 -R$ 713.134,21
3 R$1.597.109,22 -R$ 2.090.516,13 -R$ 2.090.516,13 -R$ 493.406,91 -R$ 348.855,99 -R$ 1.061.990,19
4 R$1.719.943,89 -R$ 2.299.567,74 -R$ 2.299.567,74 -R$ 579.623,85 -R$ 365.090,77 -R$ 1.427.080,96
5 R$1.851.743,17 -R$ 2.529.524,51 -R$ 2.529.524,51 -R$ 677.781,34 -R$ 380.327,61 -R$ 1.807.408,57
Pelo fato do valor presente líquido ser fortemente negativo, não é possível calcular uma TIR
realista.
Degradação do 1º ano 2%
0 0,95736 -R$ 1.208.506,56 -R$ 1.208.506,56 -R$ 1.208.506,56 -R$ 1.208.506,56 -R$ 1.208.506,56
1 884.964 1,0435224 R$ 923.479,76 -R$ 8.459,55 -R$ 8.459,55 R$ 915.020,21 R$ 815.162,77 -R$ 393.343,79
2 867.264,72 1,137439416 R$ 986.461,08 -R$ 9.305,50 -R$ 9.305,50 R$ 977.155,58 R$ 775.516,45 R$ 382.172,66
3 860.326,6022 1,239808963 R$ 1.066.640,63 -R$ 10.236,05 -R$ 10.236,05 R$ 1.056.404,58 R$ 746.915,08 R$ 1.129.087,74
4 853.443,9894 1,35139177 R$ 1.153.337,18 -R$ 11.259,66 -R$ 11.259,66 R$ 1.142.077,53 R$ 719.366,46 R$ 1.848.454,21
5 846.616,4375 1,473017029 R$ 1.247.080,43 -R$ 12.385,62 -R$ 12.385,62 R$ 1.234.694,81 R$ 692.831,90 R$ 2.541.286,10
6 839.843,506 1,605588562 R$ 1.348.443,13 -R$ 13.624,18 -R$ 13.624,18 R$ 1.334.818,94 R$ 667.274,09 R$ 3.208.560,20
7 833.124,758 1,750091533 R$ 1.458.044,58 -R$ 14.986,60 -R$ 14.986,60 R$ 1.443.057,98 R$ 642.657,14 R$ 3.851.217,33
8 826.459,7599 1,907599771 R$ 1.576.554,45 -R$ 16.485,26 -R$ 16.485,26 R$ 1.560.069,19 R$ 618.946,43 R$ 4.470.163,76
9 819.848,0818 2,07928375 R$ 1.704.696,79 -R$ 18.133,79 -R$ 18.133,79 R$ 1.686.563,01 R$ 596.108,65 R$ 5.066.272,41
10 813.289,2972 2,266419288 R$ 1.843.254,55 -R$ 19.947,17 -R$ 19.947,17 R$ 1.823.307,38 R$ 574.111,69 R$ 5.640.384,10
11 806.782,9828 2,470397023 R$ 1.993.074,28 -R$ 21.941,88 -R$ 21.941,88 R$ 1.971.132,40 R$ 552.924,65 R$ 6.193.308,75
12 800.328,7189 2,692732755 R$ 2.155.071,36 -R$ 24.136,07 -R$ 24.136,07 R$ 2.130.935,28 R$ 532.517,72 R$ 6.725.826,47
13 793.926,0892 2,935078703 R$ 2.330.235,56 -R$ 26.549,68 -R$ 26.549,68 R$ 2.303.685,88 R$ 512.862,23 R$ 7.238.688,70
14 787.574,6805 3,199235787 R$ 2.519.637,10 -R$ 29.204,65 -R$ 29.204,65 R$ 2.490.432,46 R$ 493.930,53 R$ 7.732.619,23
15 781.274,083 3,487167008 R$ 2.724.433,21 -R$ 32.125,11 -R$ 32.125,11 R$ 2.692.308,09 R$ 475.696,01 R$ 8.208.315,24
16 775.023,8903 3,801012038 R$ 2.945.875,14 -R$ 35.337,62 -R$ 35.337,62 R$ 2.910.537,51 R$ 458.133,03 R$ 8.666.448,28
17 768.823,6992 4,143103122 R$ 3.185.315,87 -R$ 38.871,38 -R$ 38.871,38 R$ 3.146.444,48 R$ 441.216,89 R$ 9.107.665,17
18 762.673,1096 4,515982403 R$ 3.444.218,34 -R$ 42.758,52 -R$ 42.758,52 R$ 3.401.459,82 R$ 424.923,79 R$ 9.532.588,96
19 756.571,7248 4,922420819 R$ 3.724.164,41 -R$ 47.034,38 -R$ 47.034,38 R$ 3.677.130,03 R$ 409.230,83 R$ 9.941.819,79
20 750.519,151 5,365438693 R$ 4.026.864,49 -R$ 51.737,81 -R$ 51.737,81 R$ 3.975.126,68 R$ 394.115,92 R$ 10.335.935,71
21 744.514,9977 5,848328175 R$ 4.354.168,04 -R$ 56.911,59 -R$ 56.911,59 R$ 4.297.256,44 R$ 379.557,81 R$ 10.715.493,52
22 738.558,8778 6,374677711 R$ 4.708.074,82 -R$ 62.602,75 -R$ 62.602,75 R$ 4.645.472,06 R$ 365.536,00 R$ 11.081.029,52
23 732.650,4067 6,948398705 R$ 5.090.747,14 -R$ 68.863,03 -R$ 68.863,03 R$ 5.021.884,11 R$ 352.030,78 R$ 11.433.060,31
24 726.789,2035 7,573754588 R$ 5.504.523,06 -R$ 75.749,33 -R$ 75.749,33 R$ 5.428.773,73 R$ 339.023,15 R$ 11.772.083,45
25 720.974,8899 8,255392501 R$ 5.951.930,70 -R$ 83.324,27 -R$ 83.324,27 R$ 5.868.606,43 R$ 326.494,78 R$ 12.098.578,23
Os valores de VPL e TIR indicam que o projeto é viável a curto prazo, pois é um
investimento que se paga em 1 ano e 6 meses, sendo considerado atrativo quando se trata
de geração de energia solar. O Payback pode ser melhor analisado através do gráfico
detalhado na Figura 13.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Carlos Henrique dos Santos de; MARIÃO, Jorge Antonio. Análise do
impacto das mudanças regulatórias no mercado livre de energia. Universidade Federal do
Paraná. Curitiba, 2019. Acesso em: 15 de Out. de 2023.
ECOM ENERGIA. Entenda como é calculada a tarifa de energia elétrica no Brasil. 2021.
Disponível em: https://ecomenergia.com.br/blog/tarifas-de-energia-eletrica/ Acesso em: 13 de
Out. de 2023.
LANA, T. R; JÚNIOR, J.A.S; SILVA, M.S; TALARICO, M.G. Energia solar fotovoltaica:
Revisão bibliográfica. Disponível em: https://periodicos.unis.edu.br. Acesso em 02 de Fev de
2023.
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em: https://www.alemdaenergia.engie.com.br/7-grandes-empresas-no-brasil-que-estao-
investindo-em-energia-solar/. Acesso em: 19 de Mar. de 2023.
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Disponível em: https://blog.esferaenergia.com.br/mercado-livre-de-energia/como-migrar-
mercado-livre-de-energia Acesso em: 12 de Out. de 2023.