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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA


CAMPUS DE PAULO AFONSO
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

BRUNA GALVÃO LESSA

ESTUDO DE VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM GRUPO GERADOR


ACIONADO POR MOTOR A DIESEL NO IFBA - CAMPUS DE PAULO
AFONSO

Paulo Afonso/BA
2019
2

BRUNA GALVÃO LESSA

ESTUDO DE VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM GRUPO GERADOR


ACIONADO POR MOTOR A DIESEL NO IFBA - CAMPUS DE PAULO
AFONSO

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Bahia, Campus Paulo Afonso,
como requisito parcial necessário para
obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia
Elétrica.
Orientador: Prof.º Me. Maurício Sobral Brandão

Paulo Afonso/BA
2019
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

L638 Lessa, Bruna Galvão

Estudo de viabilidade da implantação de um grupo gerador


acionado por motor a diesel no IFBA – Campus de Paulo Afonso
/ Bruna Galvão Lessa. – Paulo Afonso, 2019.
87 f. : il. Color. ; 30 cm

Orientador: Prof. Me. Maurício Sobral Brandão


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia Elétrica) – Instituto Federal da Bahia, Campus Paulo
Afonso, 2019.

1. Energia elétrica - Consumo. 2. Estudos de viabilidade. 3.


Controle de custo. 4. Motores a diesel. I. Instituto Federal da
Bahia, Campus Paulo Afonso II. Brandão, Maurício Sobral. III.
Título.

CDD – 621.31

Elaborada por Ana Paula Santos Souza Teixeira – CRB-5/1779


1

FOLHA DE APROVAÇÃO

BRUNA GALVÃO LESSA

ESTUDO DE VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM GRUPO GERADOR


ACIONADO POR MOTOR A DIESEL NO IFBA - CAMPUS DE PAULO
AFONSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao colegiado de Engenharia


Elétrica do Instituto Federal da Bahia – Campus Paulo Afonso como requisito
para obtenção do título de Engenheira Eletricista.

Aprovada em _____ de ___________________ de 2019.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________
Prof.º Me. Maurício Sobral Brandão (Orientador)

_________________________________________
Prof.º Me. Felipe Freire Gonçalves

_________________________________________
Prof.º Esp. Fernando Carlos Ferreira de Oliveira
2

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me dado forças e sabedoria para
superar as dificuldades encontradas ao decorrer do curso de engenharia elétrica
e por permitir a conclusão deste trabalho.
Agradeço aos meus pais, Telma e Adauto, pela educação que me deram e por
todo esforço que fizeram para que eu chegasse até aqui, pela confiança que
depositaram em mim e por estarem sempre ao meu lado me apoiando
incondicionalmente.
Agradeço também à minha prima, Tamara Carla, a quem devo todas conquistas
alcançadas até o momento, pois sempre acreditou em mim, me incentivou e me
ajudou durante todas as etapas da minha vida.
Às minhas tias, Tânia e Dina, e ao meu avô, Josué, por todo apoio e incentivo
que me deram ao longo da minha formação acadêmica.
Ao meu companheiro, Filiphe dos Reis, pela ajuda e parceria durante toda a
minha trajetória na graduação.
Aos professores Maurício Brandão, Felipe Gonçalves, Fernando Oliveira e
Lindoval Melo do IFBA-Campus de Paulo Afonso, pelos ensinamentos, pela
disponibilidade para esclarecer dúvidas e pela colaboração para a realização
deste trabalho.
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RESUMO

Diante dos aumentos sucessivos do preço da energia elétrica ocorridos


recentemente devido à crise hídrica vivenciada pelo Brasil e entre outros fatores,
muitos consumidores da estrutura tarifária horossazonal vem buscando
alternativas para reduzir seus custos com a energia elétrica. Dentre essas
alternativas está a geração distribuída de grupos geradores a diesel no horário
de ponta, pois de acordo com a política de preços da ANEEL para esses
consumidores, o custo da energia no horário de ponta chega a ser cerca de 6
vezes maior do que o custo da energia fora de ponta e com isso, o valor do kWh
na ponta, fornecido pelas concessionárias, tornou-se cada vez maior. A unidade
consumidora do IFBA-Campus de Paulo Afonso se encontra neste grupo de
consumidores mais afetados com os reajustes tarifários. Desse modo, o
presente trabalho visa apresentar uma proposta capaz de auxiliar esta instituição
de ensino público na redução de seus custos com a energia elétrica no horário
de ponta. Sendo assim, foram coletados e analisados dados das faturas de
energia elétrica desta instituição referentes aos últimos dois anos (2017-2018),
com o intuito de realizar, posteriormente, um estudo de viabilidade técnica e
econômica a respeito da implantação de um grupo gerador a diesel no Campus.
No estudo de viabilidade técnica é abordado desde o dimensionamento do grupo
gerador até adequação do sistema proposto às normas técnicas da
concessionária, enquanto no estudo de viabilidade econômica são apresentados
os custos associados à instalação dos equipamentos, manutenção e consumo
de óleo diesel, e também os indicadores financeiros que foram calculados com
base nos custos levantados e no histórico das faturas de energia elétrica. Dessa
forma, através dos estudos realizados é possível inferir que o sistema proposto
é tecnicamente viável desde que sejam feitas algumas modificações na
subestação da unidade consumidora, as quais são exigidas pela concessionária
em casos de implantação de grupos geradores. Por fim, através dos resultados
obtidos com os indicadores financeiros verificou-se que o projeto também é
viável economicamente, porém com algumas ressalvas.

Palavras-Chave: Energia elétrica. Horário de ponta. Redução de custos. Grupo


gerador a diesel. Viabilidade técnica e econômica.
4

ABSTRACT

Given the successive increases in the price of electricity recently due to the water
crisis experienced by Brazil and among other factors, many consumers of the
horoseasonal tariff structure have been seeking alternatives to reduce their costs
with electricity. Among these alternatives is the distributed generation of diesel
generator groups at peak hours, because according to pricing policy of the
ANEEL (National Electric Energy Agency) for these consumers, the cost of
energy during peak hours is about 6 times higher than the cost of off-peak energy
and thus the value of kWh (Kilo Watt Hour) at the peak, supplied by the utilities,
it grew larger and larger. The consumer unit of the IFBA-Campus by Paulo Afonso
this group of consumers is most affected by tariff adjustments. Thus, this paper
aims to present a proposal capable of assisting this public education institution in
reducing its electricity costs during peak hour. Thus, data from the electricity bills
of this institution for the last two years (2017-2018) were collected and analyzed,
in order to carry out, subsequently, a technical and economic feasibility study
regarding the implementation of a generator group to diesel on campus. In the
technical feasibility study it is approached from the sizing of the generator set to
the adequacy of the proposed system to the technical standards of the
concessionaire, while in the economic feasibility study the costs associated with
the installation of equipment, maintenance and consumption of diesel oil are
presented. the financial indicators that were calculated based on the costs raised
and the history of the electricity bills. Thus, through the studies performed it is
possible to infer that the proposed system is technically feasible provided that
some modifications are made to the substation of the consumer unit, which are
required by the concessionaire in cases of implementation of generator sets.
Finally, through the results obtained with the financial indicators it was found that
the project is also economically viable, but with some caveats.

Keywords: Electrical energy. Peak hour. Reduction Cost. Diesel generator


group. Technical and economic viablity.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estator e Rotor de Máquinas CA ...................................................... 23

Figura 2 – Gerador Síncrono Monofáfico........................................................... 24

Figura 3 – Polos Magnéticos do Rotor; (a) Polos Lisos (b); Polos Salientes..... 25

Figura 4 – Grupos Geradores; (a) Carenado; (b) Aberto.................................... 27

Figura 5 – Transferência com Rampa de Carga................................................ 29

Figura 6 –. Grupo Gerador MGD170.60.............................................................. 50

Figura 7 – Diagrama Unifilar Simplificado.......................................................... 53

Figura 8 – Vista Frontal da Subestação Abrigada de Alvenaria........................... 56

Figura 9 – Vista Superior da Subestação Abrigada de Alvenaria....................... 58


6

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Valores de demanda e consumo ativo em R$/kW e R$/kWh,


respectivamente................................................................................................... 40

Quadro 2 - Medições de Consumo Ativo e Demanda Ativa............................. 41

Quadro 3 - Custos com Demanda, Consumo Ativo, Iluminação Pública e Custo


Total das Faturas de Energia Elétrica................................................................... 42

Quadro 4 - Descrição dos Itens das Figuras 8 e 9................................................. 57

Quadro 5 - Levantamento de Custos de Materiais, Equipamentos e Mão de


Obra................................................................................................................. 60

Quadro 6 - Levantamento de Preços do Diesel Praticados em Paulo Afonso-


BA....................................................................................................................... 62

Quadro 7 - Simulação do Custo da Energia Elétrica com o Emprego do Grupo


Gerador............................................................................................................. 64

Quadro 8 - Comparativo do Custo da Energia Elétrica com e sem Gerador.......... 65

Quadro 9 - Definição da Taxa Mínima de Atratividade.......................................... 66

Quadro 10 - Determinação do Valor Presente Líquido........................................ 67

Quadro 11 - Determinação do Payback Simples.................................................. 69

Quadro 12 - Determinação do Payback Descontado........................................... 70


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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensões Físicas de Transformadores Trifásicos de Potência. 32

Tabela 2 - Demonstração do Cálculo do Payback Simples...................... 37

Tabela 3 - Demonstração do Cálculo do Payback Descontado................... 38

Tabela 4 - Equipamentos Necessários à Implementação do Grupo


Gerador....................................................................................................... 54

Tabela 5 - Viabilidade Econômica Segundo a Taxa Interna de Retorno....... 68


8

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Evolução das vendas nacionais, pelas distribuidoras,


dos principais derivados de Petróleo – 2009-2018........................... 33

Gráfico 2 - Análise de Custos com a Demanda Ativa Contrada e a


Demanda Ultrapassada do Ano de 2018...................................... 44

Gráfico 3 – Análise Comparativa dos Custos de Consumo Ativo


entre o Horário de Ponta e o Horário Fora de Ponta do Ano de
2018................................................................................................. 45

Gráfico 4 - Demanda Medidas dos Anos de 2017 a 2018 e


Classificação da Energia Prime...................................................... 48
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

CA Corrente Alternada

CDI Certificado de Depósito Interbancário

COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

dB Decibéis

EPE Empresa de Pesquisa Energética

Hz Hertz

Ibovespa Índice da Bolsa de Valores de São Paulo

IFBA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo

kV Quilo Volt

kVA Quilo Volt Ampere

kW Quilo Watt

kWh Quilo Watt Hora

mm Milímetros

m Metros

rpm Rotações por minuto

Selic Sistema Especial de Liquidação e Custódia

TIR Taxa Interna de Retorno

TMA Taxa Mínima de Atratividade

VPL Valor Presente Líquido


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14

1.1 Justificativa ........................................................................................... 16

1.2 Objetivos ................................................................................................ 16

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................... 16

1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................... 16

1.3 Estrutura do Trabalho ........................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 18

2.1 Definições de Demanda, Energia e Postos Tarifários ...................... 18

2.2 Estrutura Tarifária dos Consumidores do Grupo A ......................... 20

2.2.1 Estrutura Tarifária Horossazonal ...................................................... 20

2.2.2 Modalidade Tarifária Horossazonal Verde ........................................ 21

2.3 Bandeiras Tarifárias .............................................................................. 21

2.4 Taxa de Iluminação Pública ................................................................ 22

2.5 Máquinas Elétricas ............................................................................... 22

2.5.1 Geradores Síncronos ........................................................................ 23

2.6 Grupo Gerador a Diesel ....................................................................... 26

2.6.1 Classificação de Potência de Grupos Geradores ............................. 27

2.6.2 Operação em Paralelo de Grupos Geradores .................................. 28

2.7 Subestação de Consumidor ................................................................. 29

2.7.1 Subestação Abrigada de Alvenaria................................................... 31

2.8 Combustível Diesel ............................................................................... 33

2.9 Indicadores Financeiros ....................................................................... 34

2.9.1 Valor Presente Líquido (VPL) ........................................................... 35

2.9.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) .......................................................... 36

2.9.3 Período de Recuperação do Investimento (Payback)....................... 36


3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS DO SISTEMA ELÉTRICO DO IFBA -
CAMPUS DE PAULO AFONSO ...................................................................... 39

3.1 Tensão de Fornecimento e Classificação do Consumidor................ 39

3.2 Classificação da Modalidade Tarifária ................................................ 39

3.3 Análise dos Custos do Consumo Ativo e da Demanda Ativa ........... 40

4 ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA ........................................................ 46


4.1 Dimensionamento do Grupo Gerador ................................................. 46

4.2 Seleção e Especificação do Grupo Gerador ....................................... 49

4.3 Adequação às Normas Técnicas da Concessionária.. ...................... 51

4.3.1 Dimensionamento Físico da Subestação Abrigada .......................... 56

5 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA ................................................. 59


5.1 Custos Considerados para Análise Econômica ................................. 59

5.1.1 Custos Associados à Instalação da Subestação e do Gerador ........ 59

5.1.2 Custos Associados à Operação do Grupo Gerador......................... 61

5.2 Comparação de Custos do Sistema Atual com o Sistema Proposto 64

5.3 Determinação do Valor Presente Líquido ........................................... 66

5.4 Determinação da Taxa Interna de Retorno ......................................... 68

5.5 Payback Simples ................................................................................... 69

5.6 Payback Descontado ............................................................................ 70

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 71


REFERÊNCIAS ............................................................................................... 73
ANEXO A ......................................................................................................... 76
ANEXO B ......................................................................................................... 78
ANEXO C ......................................................................................................... 82
ANEXO D ......................................................................................................... 85
ANEXO E ......................................................................................................... 86
ANEXO F ......................................................................................................... 87
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1 INTRODUÇÃO

O preço da energia elétrica para o consumidor final é uma variável


dependente da fonte primária utilizada durante a sua geração. Além disso, outros
fatores também são influenciáveis ou até mesmo determinantes quanto ao preço
da energia elétrica, como a disponibilidade de recursos energéticos e a oferta de
energia.
Recentemente, entre os anos de 2013 a 2014, o Brasil vivenciou uma de
suas maiores crises energéticas devido aos baixos índices de pluviosidade em
diversas regiões do país, tendo em vista que a matriz elétrica brasileira possui
predominância de fontes hidráulicas.
Em 2016, as usinas hidroelétricas contribuíram com cerca de 68% na
geração de energia elétrica no Brasil e o consumo em janeiro de 2017
apresentou um aumento de 2,8% comparado com o mesmo mês do ano anterior
(EPE, 2017).
Com isso, o governo adotou medidas para restringir o crescente consumo
de energia elétrica, como as bandeiras tarifárias, que, segundo a ANEEL (2019),
indicam se haverá ou não acréscimo no valor da energia elétrica a ser repassado
ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade.
Com a crise energética, empreendimentos de diversos tipos buscaram
alternativas que diminuíssem os seus custos com a energia elétrica, que até
então sofria aumentos sucessivos. Para aqueles no qual a redução do consumo
de energia elétrica em horários de ponta era inviável ou acarretaria prejuízos
financeiros, a utilização de grupos geradores a óleo diesel tornou-se uma
alternativa bastante atrativa.

O elevado custo da energia no horário de ponta tem como intuito


minimizar o consumo em tal horário e resguardar o sistema de geração
e transmissão de picos de potência. Compete às concessionárias de
distribuição determinar o horário em que este intervalo das três horas
é válido. O custo da energia no horário de ponta é tão elevado que
justifica mesmo a autoprodução a Diesel. (PEREIRA et. al, 2005, p. 2)

Segundo a EPE (2017), o óleo diesel é o combustível mais utilizado no


Brasil e além disso, também possui um baixo custo em comparação aos demais
combustíveis (gasolina, etanol, gás natural, etc.). Por esta razão é mais viável a
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sua utilização para geração de energia elétrica em grupos geradores, cuja


operação ocorre nos horários de ponta. Entretanto, deve-se ressaltar que o óleo
diesel é um combustível derivado do petróleo que libera gases poluentes durante
a sua combustão, fator que desestimula a sua utilização considerando o ponto
de vista ambiental.
Independente do recurso energético a ser utilizado, é incontestável que um
determinado grupo de consumidores necessitem de uma fonte de geração
própria para diminuir os seus custos com a energia elétrica durante os horários
de ponta, sendo esta ação conhecida como Geração Distribuída. A expressão
“geração distribuída” tem sido utilizada para caracterizar qualquer forma de
geração elétrica (em geral de pequeno porte e conectada ao sistema em nível
de tensão de distribuição) localizada próximo ao usuário final. (REIS, 2011, p.
25)
Por meio da geração distribuída de grupos de geradores a óleo diesel, o
consumidor adquire uma fonte de geração de energia própria ininterrupta,
confiável e a um custo reduzido em relação ao custo da energia ofertada pela
concessionária nos horários de ponta. A unidade consumidora que foi estudada
neste trabalho pertence ao grupo de consumidores que são beneficiados com a
geração distribuída de geradores a diesel.
Por isso, foram analisados os dados históricos das faturas de energia
elétrica da instituição, as normas aplicáveis à geração em paralelo e os custos
associados à implantação do grupo gerador no estabelecimento, com a
finalidade de, posteriormente, definir as condições de viabilidade técnica e
econômica referentes à implementação de um sistema composto por um grupo
gerador a óleo diesel no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Bahia,Campus de Paulo Afonso, para atender totalmente ou parcialmente a
demanda da unidade consumidora durante o horário de ponta, visando dessa
forma a redução dos custos com energia elétrica para esta instituição.
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1.1 Justificativa

A unidade consumidora do Instituto Federal da Bahia do Campus de Paulo


Afonso é uma unidade de grande porte que possui uma tarifa diferenciada, na
qual o custo da energia elétrica é mais elevado para o horário de ponta. Como a
redução do consumo no horário de ponta prejudicaria o adequado
funcionamento desta instituição, é necessário encontrar uma alternativa que
diminua os seus custos com a energia elétrica, mantendo o mesmo consumo.
Com isso, pretende-se com este trabalho apresentar uma proposta capaz de
reduzir os custos desta instituição com a energia elétrica através de um sistema
próprio de geração, composto por um grupo gerador a diesel.

1.2 Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral:

- Estudar a viabilidade técnica e econômica da implantação de um grupo


gerador movido a óleo diesel em uma unidade consumidora de grande
porte (IFBA-Campus de Paulo Afonso) para operação em horários de
ponta.

1.2.2. Objetivos Específicos:

- Coletar e analisar dados do sistema elétrico da unidade consumidora;

- Selecionar e dimensionar os materiais e equipamentos necessários à


instalação do grupo gerador;

- Adequar o projeto às normas vigentes da concessionária de energia


elétrica;

- Analisar os custos da implantação do grupo gerador;

- Determinar as condições de viabilidade econômica do sistema proposto.


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1.3 Estrutura do Trabalho

O presente trabalho é composto por seis capítulos, no capítulo 1 foi


apresentado uma breve contextualização do problema que será exposto nos
capítulos seguintes, os objetivos deste estudo e sua justificativa.
Em sequência, se encontra o capítulo 2, no qual são abordados os
fundamentos teóricos necessários a compreensão dos capítulos seguintes.
Posteriormente, no capítulo 3, é apresentada a análise dos dados do sistema
elétrico do IFBA, em que se tem a classificação da unidade consumidora,
análise de custos do consumo de energia e demanda e entre outras
informações relevantes ao estudo.
Em seguida, no capítulo 4, é explanado todo estudo técnico realizado
neste trabalho, desde o dimensionamento do grupo gerador até a adequação
do projeto às normas técnicas da concessionária de energia elétrica. Logo
após, se encontra o capítulo 5, no qual são apresentados os cálculos
financeiros realizados para o estudo da viabilidade econômica do sistema
proposto. Finalizando, tem-se as considerações finais no capítulo 6 com as
conclusões dos resultados obtidos nos capítulos 4 e 5 e algumas sugestões
para trabalhos futuros.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo apresenta conceitos fundamentais para compreensão


dos capítulos seguintes. Primeiramente, são expostas as definições de alguns
termos referentes a modalidade tarifária da unidade consumidora, bem como, a
sua forma de tarifação. Em sequência, é descrito o funcionamento das máquinas
elétricas, mais especificamente do gerador síncrono, o qual é responsável pela
conversão da energia mecânica em elétrica em um grupo gerador a óleo diesel.
Em seguida, são definidas as formas de utilização dos grupos geradores a diesel
e a sua operação em paralelo com a rede da concessionária de energia elétrica.
Posteriormente, são apresentados conceitos relacionados à subestação
de consumidor, assim como, os cálculos dimensionais para a estrutura física de
uma subestação abrigada de alvenaria. Logo após, tem-se algumas
considerações sobre o combustível diesel que é consumido durante a geração
de energia elétrica. Finalizando, são definidos os indicadores financeiros que
foram utilizados para a análise de viabilidade econômica.

2.1 Definições de Demanda, Energia e Postos Tarifários

A Resolução nº 414 da ANEEL, vigente desde de 15 de setembro de 2010,


estabelece de forma consolidada e atualizada as condições gerais de energia
elétrica, apresentando as definições de todos os parâmetros relacionados às
faturas de energia elétrica. Portanto, seguem algumas definições que estão
expostas nesta resolução e que são necessárias para compreensão dos
próximos capítulos deste trabalho.

• Demanda: Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao


sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade
consumidora, durante um intervalo de tempo especificado, expressa em
quilowatts (kW) e quilovolt-ampère-reativo (kVAr), respectivamente;
• Demanda Contratada: Demanda de potência ativa a ser obrigatória e
continuamente disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega,
conforme valor e período de vigência fixados em contrato, e que deve ser
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integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de


faturamento, expressa em quilowatts (kW);
• Demanda Medida: Maior demanda de potência ativa, verificada por
medição, integralizada em intervalos de 15 (quinze) minutos durante o
período de faturamento;
• Demanda faturável: Valor da demanda de potência ativa, considerada
para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em
quilowatts (kW);
• Energia Elétrica Ativa: Aquela que pode ser convertida em outra forma de
energia, expressa em quilowatts-hora (kWh);
• Energia Elétrica Reativa: Aquela que circula entre os diversos campos
elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir
trabalho, expressa em quilovolt-ampère-reativo-hora (kVArh);
• Posto tarifário: Período de tempo em horas para aplicação das tarifas de
forma diferenciada ao longo do dia, considerando a seguinte divisão:

a) posto tarifário ponta: período composto por três horas diárias


consecutivas definidas pela distribuidora considerando a curva de carga
de seu sistema elétrico, aprovado pela ANEEL para toda a área de
concessão ou permissão, com exceção feita aos sábados, domingos,
terça-feira de carnaval, sexta-feira da Paixão, Corpus Christi, e entre
outros feriados;

b) posto tarifário intermediário: período de horas conjugado ao posto


tarifário ponta, sendo uma hora imediatamente anterior e outra
imediatamente posterior, aplicado para o Grupo B, admitida sua
flexibilização conforme Módulo 7 dos Procedimentos de Regulação
Tarifária;

c) posto tarifário fora de ponta: período composto pelo conjunto das horas
diárias consecutivas e complementares àquelas definidas nos postos
ponta e, para o Grupo B, intermediário.
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2.2 Estrutura Tarifária dos Consumidores do Grupo A

Conforme a resolução n° 414/2010 da ANEEL, as modalidades tarifárias


são um conjunto de tarifas aplicáveis aos componentes de consumo de energia
elétrica e demanda de potência ativa, considerando as modalidades Azul, Verde,
Convencional Binômia, Convencional Monômia e Branca. Segundo a ANEEL,
as unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3
kV se enquadram no grupo A, cuja tarifa é binômia.
De acordo com Barros (2016), a tarifa binômia que é aplicada aos
consumidores do grupo A é caracterizada pela cobrança do consumo de energia
elétrica mais a demanda de potência que é disponibilizada pela distribuidora,
independente do horário do dia. Para isso, o consumidor deve contratar um valor
de demanda que atenda a sua necessidade, e a disponibilidade dessa demanda
é o que será cobrado pela distribuidora.

2.2.1 Estrutura Tarifária Horossazonal

A Estrutura Tarifária Horossazonal leva em consideração as variações de


carga ao longo do dia e a disponibilidade de energia no sistema durante épocas
distintas do ano. Essa lógica tarifária tem como principal objetivo dar sinais
econômicos ao consumidor para que a curva de carga do sistema possa evoluir
de forma a contribuir para um menor custo sistêmico. (EPE, 2015).
Associados aos meses do ano são estabelecidos dois períodos, sendo
período seco, quando a incidência de chuvas é menor, e período úmido quando
é maior o volume de chuvas. As tarifas no período seco são mais caras, refletindo
o maior custo de produção de energia elétrica devido à menor quantidade de
água nos reservatórios das usinas hidroelétricas. O período seco compreende
os meses de maio a novembro e o período úmido os meses de dezembro de um
ano a abril do ano seguinte (BARROS et. al, 2016, p. 54).
21

2.2.2 Modalidade Tarifária Horossazonal Verde

A modalidade tarifária horária verde é aplicada às unidades consumidoras


do grupo A, e é caracterizada por tarifas diferenciadas de consumo de energia
elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia, assim como de uma única
tarifa de demanda de potência (ANEEL,2010).
A Resolução n° 414/2010 da ANEEL estabelece também as formas de
cobranças da tarifa da modalidade horária verde:

Art. 56.

A modalidade tarifária horária verde é aplicada considerando-se o


seguinte:
I – Tarifa única para a demanda de potência (R$/kW); e
II – Para o consumo de energia (MWh):
a) uma tarifa para o posto tarifário ponta em período úmido
(R$/MWh);
b) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta em período úmido
(R$/MWh);
c) uma tarifa para o posto tarifário de ponta em período seco
(R$/MWh); e
d) uma tarifa para o posto tarifário fora de ponta em período seco
(R$/MWh).
(ANEEL, 2010, p. 49)

2.3 Bandeiras Tarifárias

A crise energética que o Brasil vivenciou recentemente, levou o governo a


adotar medidas com a finalidade de repassar os custos elevados da geração de
energia elétrica para os consumidores, uma dessas medidas refere-se às
bandeiras tarifárias. As cores das bandeiras tarifárias indicam o aumento do
custo da energia em função das condições na geração de eletricidade. A
bandeira verde aponta condições favoráveis de geração de energia e com isso,
a tarifa não sofre acréscimo. Na bandeira amarela, as condições de geração já
são consideradas desfavoráveis e por isso, a tarifa sofre um acréscimo de R$
0,015 para cada quilowatt-hora (kWh) consumido. Se as condições
desfavoráveis persistirem, tornando os custos com geração mais onerosos, a
bandeira vermelha patamar 1 ou 2 é acionada e há um acréscimo de R$ 0,040
(patamar 1) ou R$ 0,060 (patamar 2) para cada kWh consumido. Com isso, os
consumidores do Grupo A tiveram aumentos expressivos nas suas faturas de
22

energia, o que os motivaram a buscar sistemas alternativos de geração própria


de energia durante os horários de ponta.

2.4 Taxa de Iluminação Pública

Segundo o Art. 21 da resolução nº 414/2010 da ANEEL, a elaboração de


projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de
iluminação pública são de responsabilidade do ente municipal ou de quem tenha
recebido deste a delegação para prestar tais serviços.
Em Paulo Afonso, o valor da taxa de iluminação pública para os imóveis
edificados é baseado no valor líquido da fatura mensal de energia, independente
da modalidade tarifária utilizada, sendo cobrada mensalmente dos consumidores
pela concessionária e anualmente através do Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU). Sua atualização anual é definida pela Secretária responsável
fixada no mês de janeiro (PAULO AFONSO, 2013).

2.5 Máquinas Elétricas

Segundo Chapman (2013), uma máquina elétrica é um dispositivo capaz


de realizar a conversão de energia elétrica em energia mecânica ou energia
mecânica em energia elétrica. Quando a máquina é utilizada para converter
energia mecânica em energia elétrica, ela é denominada gerador. Já, quando a
máquina converte a energia elétrica em energia mecânica, é denominada motor.
Além disso, quando o sistema elétrico é energizado com corrente
alternada, os dispositivos são chamados de motores CA e geradores CA. Essas
máquinas utilizam o campo elétrico e magnético para realizar a conversão
eletromecânica, que ocorre devido as variações de fluxo magnético em função
de movimentos mecânicos, resultando em uma ação motora ou geradora (DEL
TORO, 2013).
De forma simplificada, pode-se afirmar que uma máquina CA é composta
por um grande imã estacionário, que produz um campo magnético uniforme
constante, e por espiras de fio de cobre em rotação dentro desse campo. A parte
rotativa da máquina é denominada rotor e a parte estacionária que envolve o
rotor é denominada estator, conforme ilustradas pela figura 1.
23

O estator e o rotor são feitos de aço elétrico e os enrolamentos são


instalados em ranhuras alojadas nessas estruturas. O uso de um material como
esse, de alta permeabilidade, maximiza o acoplamento entre as bobinas e
aumenta a densidade de energia magnética associada com a interação
eletromecânica (UMANS, 2014).

Figura 1 - Estator e Rotor de Máquinas CA.

Fonte: Del Toro (2013, p.109).

As máquinas elétricas são classificadas ainda como máquinas síncronas


ou de indução (assíncronas), em função da velocidade mecânica de rotação e
da frequência da tensão elétrica alternada. As máquinas síncronas operam com
uma velocidade de rotação constante e em sincronismo com a frequência da
tensão elétrica alternada aplicada aos seus terminais, enquanto nas máquinas
de indução a velocidade de rotação não é proporcional a frequência da tensão
elétrica.

2.5.1 Geradores Síncronos

Geradores síncronos ou alternadores são máquinas síncronas utilizadas


para converter potência mecânica em potência elétrica CA. (CHAPMAN, 2013,
p.191). Os principais elementos que constituem um gerador síncrono são: rotor,
estator, conjunto de escovas, anéis coletores, enrolamento de campo e
enrolamento de armadura. Na figura 2 estão ilustrados o rotor, o estator e os
enrolamentos de campo e de armadura de um gerador síncrono monofásico de
dois polos.
24

Figura 2- Gerador Síncrono Monofásico

Fonte: Umans (2014, p.193).

O enrolamento de armadura de uma máquina síncrona localiza-se no


estator e o enrolamento de campo no rotor. O enrolamento de campo é excitado
por uma corrente contínua que é levada até ele através de escovas estacionárias
de carvão que fazem contato com os anéis coletores. O rotor é girado a uma
velocidade constante a partir de uma fonte primária de energia mecânica
conectada ao seu eixo, à medida que o rotor gira, o fluxo concatenado do
enrolamento da armadura varia no tempo. Com isso, pela Lei de Faraday, é
induzida uma tensão senoidal no enrolamento de armadura, cuja frequência (Hz)
é a mesma que a velocidade do rotor em rotações por segundo. Portanto, a
frequência elétrica da tensão gerada estará sincronizada com a velocidade
mecânica.
Segundo Chapman (2013), a velocidade de rotação do rotor (rotações por
minuto, rpm) se relaciona com a frequência elétrica (Hz) e número de polos da
máquina síncrona pela seguinte equação (1):

= (1)

Onde:
: frequência elétrica, em Hz;
25

: velocidade mecânica do rotor da máquina síncrona, em rpm;


P : número de polos;
120: ângulo de disposição das bobinas.

A maioria dos geradores síncronos são máquinas trifásicas, no qual devem


possuir no mínimo três bobinas defasadas de 120 graus elétricos no espaço para
se produzir um conjunto de três tensões defasadas de 120 graus elétricos no
tempo. (UMANS, 2014, p.197).
Os polos magnéticos do rotor de um gerador síncrono podem ser
construídos de duas formas: salientes ou lisos (não salientes), como mostra a
figura 3. Um polo saliente é um polo magnético que se sobressai radialmente do
rotor, o qual possui um pequeno diâmetro e elevado comprimento axial. Um polo
liso é um polo magnético com os enrolamentos encaixados e nivelados com a
superfície do rotor, que por sua vez é caracterizado por possuir grande diâmetro
e comprimento axial inferior em comparação ao do rotor de polos salientes
(CHAPMAN, 2013, p. 192).

Figura 3 - Polos Magnéticos do Rotor; (a) Polos Lisos (b); Polos Salientes.

Fonte: Chapman (2013, p.170).

De acordo com Del Toro (2013), os geradores síncronos com rotores de


polos salientes possuem baixas velocidades de rotações e geralmente são
acionados por motores ou turbinas hidráulicas. Enquanto, os geradores
síncronos com rotores de polos lisos são acionados por turbinas que utilizam o
vapor como força motriz (turbo geradores).
26

2.6 Grupo Gerador a Diesel

A crise energética favoreceu a ampliação do mercado da geração


distribuída, mais especificamente os grupos geradores a diesel. Um grupo
gerador a diesel é um conjunto de motor a diesel acoplado a um gerador síncrono
de corrente alternada, constituído por componentes de supervisão e controle
necessários ao seu funcionamento e destinado ao suprimento de energia elétrica
produzida a partir do consumo de óleo diesel.

A geração de energia elétrica a partir do consumo do óleo diesel pode ser


encontrada principalmente em centrais termelétricas, regiões isoladas da rede
elétrica e indústrias, que utilizam grupos geradores como sistemas de
emergência ou operação na ponta para economizar na fatura de energia elétrica
(LACERDA et. al, 2004, p.2).

Os grupos geradores podem ser utilizados de duas formas: aberto ou


carenado, como mostra a Figura 4. Os geradores abertos são projetados para
instalações em ambientes abrigados, e com isso, em alguns casos, é necessário
o tratamento acústico, que depende da localização do gerador e o nível de ruído
permitido para o segmento o qual o mesmo se aplica (hospital, indústria,
supermercados, etc.).
Já, os grupos geradores carenados são revestidos por uma estrutura
metálica, denominada carenagem, que os protegem contra intempéries e
permite que o equipamento seja utilizado em áreas abertas e
desprotegidas. Dentre os geradores carenados, há, ainda, os que são carenados
e silenciados, que se diferenciam dos demais pela proteção acústica que
recebem no interior de suas carenagens. Os grupos geradores silenciados são
revestidos internamente por uma espuma termoacústica, destinada a atenuar os
ruídos do motor do equipamento, permitindo, a depender do modelo do
equipamento, a emissão de ruídos de até 85 decibéis a 1,5 m de distância, 75
dB a 1,5 m de distância ou 65 dB a 7 m de distância.
27

Figura 4 – Grupos Geradores; (a) Gerador Carenado; (b) Gerador Aberto.

Fonte: (MWM GERADORES,2019).

2.6.1 Classificação de Potência de Grupos Geradores

Em função dos consumidores de energia elétrica a que se destinam, os


grupos geradores são construídos com características especiais que os tornam
apropriados para diversas aplicações, desde à aplicação de emergência, como
em hospitais, até para geração de energia contínua (PEREIRA,2009).
Os sistemas de geração local de energia de grupos geradores são
classificados de acordo com o tipo e classe do equipamento de geração. Um
equipamento pode ser classificado como “Standby” ou de Emergência, “Prime”
ou “Contínuo” (CUMMINS POWER GENERATOR, 2011). Dessa forma, a
potência nominal de um grupo gerador varia de acordo com o seu tempo de
operação e sobrecarga admitida, obedecendo as seguintes classificações:

• Classificação de Potência Standby


A Classificação de Potência Standby, também denominada de potência de
emergência, é definida como a capacidade desenvolvida pelo grupo motor-
gerador de gerar em regime de emergência atendendo a cargas variáveis, para
este regime de potência não é permitido sobrecarga e o limite de operação é de
300 horas por ano (MAMEDE FILHO, 2016).
Um equipamento classificado como Standby é utilizado apenas em casos
de interrupção da fonte principal, funcionando com uma reserva da usual fonte
de energia, em curtos períodos de tempo. Em geral, esses equipamentos
28

alimentam circuitos de iluminação de emergência, elevadores, equipamentos


hospitalares de suporte à vida e sistemas de telecomunicação.
• Classificação de Potência Prime
A Classificação de Potência Prime, também denominada potência contínua
por tempo limitado, é compreendida como a potência desenvolvida pelo grupo
gerador por um tempo recomendado de 1.000 horas de operação por ano,
alimentando cargas variáveis, limitando-se a capacidade de sobrecarga de 10%
por um período de uma hora no intervalo de 12 horas de operação, não podendo
exceder 25 horas por ano (MAMEDE FILHO, 2016).
O grupo gerador que trabalha em um regime de Potência Prime substitui a
fonte de energia da distribuidora durante o período de pico de consumo, cujo
kWh é mais caro, com o propósito de reduzir os custos do consumidor com
energia e demanda.
• Classificação de Potência Contínua
A Classificação de Potência Contínua é definida como a capacidade
desenvolvida pelo grupo gerador de gerar em regime permanente, sem
interrupção, atendendo a cargas constantes por um tempo máximo
recomendado de 8.400 horas de operação por ano, não sendo permitido
sobrecarga (MAMEDE FILHO, 2016).
Os equipamentos que operam em regime contínuo são geralmente
utilizados em locais remotos ou eventos programados, em que não há outra fonte
de energia além da obtida pelo gerador.

2.6.2 Operação em Paralelo de Grupos Geradores

Operação em paralelo refere-se a conexão elétrica de um grupo gerador a


outra fonte de energia elétrica com a mesma tensão, frequência e fase para
compartilhar a demanda do suprimento de energia para a rede conectada.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p.6).
De acordo com Pereira (2009), uma forma de efetuar a transferência de
carga da rede para o grupo gerador e logo após, a transferência inversa sem
provocar perturbações no sistema é através da transferência fechada com rampa
de carga, sendo essa a opção mais adequada para consumidores que utilizam
grupos geradores no horário de ponta.
29

A transferência com rampa de carga é a transferência da carga que é


alimentada pela rede da distribuidora para o grupo gerador da unidade
consumidora (ou vice-versa) de forma gradativa. Para isso, é necessário que
ocorra, anteriormente, a sincronização do grupo gerador com a rede, para
equiparar a tensão, a frequência e a sequência de fases das duas fontes e em
seguida, procede-se com a operação em paralelo por um período de tempo
predeterminado pela distribuidora.
A figura 5 ilustra a curva de potência para transferência com rampa de
carga programada de geradores que operam no horário de ponta. Nota-se que
a transferência de carga para o gerador tem início com o fechamento da chave
52G e é concluída quando a chave 52U é aberta, e de modo contrário ocorre a
transferência inversa. Destaca-se, ainda, que tanto a chave 52G quanto a 52U
devem ser tripolares e monitoradas pelo relé de sincronismo (25).

Figura 5 - Transferência com Rampa de Carga

Fonte: Pereira (2009, p. 121).

2.7 Subestação de Consumidor

Segundo a ANEEL (2018), uma subestação é um “Conjunto de instalações


elétricas em média ou alta tensão que agrupa os equipamentos, condutores e
acessórios, destinados à proteção, medição, manobra e transformação de
grandezas elétricas”.
30

Quanto ao tipo de instalação, as subestações podem ser classificadas em


abrigadas ou ao tempo. As subestações abrigadas são aquelas em que seus
componentes estão ao abrigo das intempéries, enquanto as subestações ao
tempo são aquelas nas quais os seus componentes estão sujeitos à ação das
intempéries (ABNT, 2003).
Subestação de Consumidor é uma unidade de transformação construída
em uma propriedade particular do consumidor, que é suprida por alimentadores
de distribuição primários. Segundo Mamede (2017), as subestações de
consumidor apresentam os seguintes componentes: Ponto de ligação, ramal de
ligação, ponto de entrega e ramal de entrada. A seguir são apresentadas as
definições de cada um desses componentes:
a) Ponto de Ligação ou Derivação: Ponto da rede primária da distribuidora,
onde é conectada a entrada de serviço para a unidade consumidora.
(COELBA,2017)
b) Ponto de Entrega: Ponto de conexão do sistema elétrico da distribuidora
com as instalações elétricas da unidade consumidora, caracterizando-se
como o limite de responsabilidade do fornecimento. (COELBA,2017)
c) Ramal de Ligação: Conjunto de condutores e acessórios instalados entre
o ponto de derivação da rede da distribuidora e o ponto de entrega.
(COELBA,2017)
d) Ramal de Entrada: Conjunto de condutores e seus acessórios,
compreendidos entre o ponto de entrega e o ponto de medição. (COELBA,
2017)
As subestações de consumidor são classificadas em “Simplificada” ou
“Plena” de acordo sua potência nominal. Uma Subestação Simplificada é
destinada ao atendimento de unidades consumidoras com potência de, no
máximo,225 kVA e tensão secundária 220/127 V ou 300 kVA e tensão
secundária de 380/220 V. Já, uma Subestação Plena destina-se ao atendimento
de unidades consumidoras com potência acima de 225 kVA e tensão secundária
220/127 V ou 300 kVA e tensão secundária de 380/220 V. A medição em uma
subestação simplificada deve ser executada no circuito secundário dos
transformadores, enquanto em subestação plena a medição deve ser executada
em média tensão (COELBA, 2017).
31

Os principais equipamentos que compõem uma subestação de consumidor


são: para-raios, muflas, transformador de corrente, transformador de potencial,
chave fusível, chave seccionadora, bucha de passagem, isolador, disjuntor de
potência, transformadores de potência, relés e condutores elétricos de média
tensão.

2.7.1 Subestação Abrigada de Alvenaria

As subestações abrigadas podem ser construídas em alvenaria ou


invólucro metálico, entretanto, as subestações de alvenaria são as mais comuns,
pois apresentam um custo reduzido, além de ser de fácil montagem e
manutenção. As subestações de alvenaria são divididas ainda em três
compartimentos (também denominados de postos) de acordo com a sua função
desempenhada: posto de medição primária, posto de proteção primária e posto
de transformação (MAMEDE FILHO, 2017).
As subestações abrigadas de alvenaria são ainda classificadas quanto ao
tipo de ramal de entrada, podendo ser aéreo ou subterrâneo. Normalmente, é
definido pelas concessionárias uma altura mínima de 6 m para subestações
alimentadas por ramal de entrada aéreo, enquanto para subestações com ramal
de entrada subterrâneo a altura mínima é definida de acordo com a altura dos
equipamentos instalados na subestação e pelos afastamentos mínimos previstos
pela NBR 14039/03. Segundo Mamede Filho (2017), pode-se determinar a altura
mínima de uma subestação abrigada de alvenaria utilizando a equação 2:

HSE = Ht + Hac + Hc + Hi + Hab (2)


Onde:
HSE : altura total da subestação;
Ht : altura total do transformador (Tabela 1);
Hac : afastamento da chave seccionadora;
Hc : altura da chave seccionadora;
Hi : altura do isolador;
Hab : afastamento do barramento.
32

Algumas das dimensões que compõem a equação 2 são valores já


padronizados, como a altura do transformador, que pode ser obtida pela tabela
1, e as alturas da chave seccionadora e do isolador, que para a classe de tensão
de 15 kV correspondem a 600 mm e 250 mm, respectivamente. O valor mínimo
do afastamento do barramento exigido pela norma NOR.DISTRIBU-ENGE-0023
(2017) da COELBA é de 200 mm.

Tabela 1. Dimensões Físicas de Transformadores Trifásicos de Potência.


Potência Altura Largura Profundidade Peso
(kVA) (mm) (mm) (mm) (kg)
75 1.070 1.110 690 627
112,5 1.010 1.350 760 855
150 1.125 1.470 810 950
225 1.340 1.530 930 1.230
300 1.700 1.690 1.240 1.800
Fonte: Adaptado de MAMEDE FILHO, 2017.

Além da altura, também é possível calcular outras dimensões físicas, como


comprimento e largura, de cada posto da subestação através das características
dimensionais dos equipamentos e das dimensões mínimas estabelecidas pela
NBR 14039, conforme é apresentado a seguir.
As dimensões do posto de medição variam de acordo com cada
concessionária, devendo ocupar um espaço mínimo de 1.600 mm x 2.000 mm.
Para determinar as dimensões físicas dos postos de proteção e transformação,
utiliza-se as equações 3 e 4, respectivamente (MAMEDE FILHO, 2017).

DP = Dd + 1.000 mm (3)
Onde:
DP : dimensões (comprimento e largura) do posto de proteção, em mm;
Dd : dimensões (comprimento e largura) do disjuntor de potência, em mm.

DT = Dt + 1.000 mm (4)
33

Onde:
DT : dimensões (comprimento e largura) do posto de transformação em mm;
Dt: dimensões (comprimento e largura) do transformador de potência, em mm.

2.8 Combustível Diesel

O óleo diesel é um combustível líquido derivado do petróleo, composto por


hidrocarbonetos com cadeias de 8 a 16 carbonos e, em menor proporção,
nitrogênio, enxofre e oxigênio. É utilizado principalmente nos motores ciclo
Diesel em veículos rodoviários, ferroviários e marítimos e em geradores de
energia elétrica (ANP, 2019a).
Dentre os principais combustíveis derivados do petróleo que são
comercializados no Brasil, o óleo diesel é o mais vendido como demonstra o
gráfico 1, em que os valores de óleo diesel comercializados são comparados
com os valores dos outros combustíveis comercializados no mercado brasileiro,
como gasolina, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e entre outros. Apesar de ser
considerado um dos combustíveis mais eficientes, o diesel também é
considerado um dos maiores vilões do aquecimento global, pois a sua queima
libera gases poluentes e materiais particulados, como monóxido de carbono,
dióxido de nitrogênio e enxofre, que são prejudiciais tanto ao meio ambiente
quanto a saúde humana.

Gráfico 1 – Evolução das vendas nacionais, pelas distribuidoras, dos principais derivados de
Petróleo – 2009-2018

Fonte: ANP (2019a, p.141).


34

Com isso, o governo federal, visando diminuir os impactos ambientais


causados pelo diesel, introduziu o biodiesel na matriz energética brasileira. O
biodiesel é um combustível renovável obtido a partir de óleos vegetais ou
gorduras animais através de um processo químico denominado
transesterificação. A sua mistura ao diesel fóssil teve início em 2004, e a sua
obrigatoriedade veio no artigo 2º da Lei n° 11.097/2005. Em janeiro de 2008
entrou em vigor uma mistura com 2% de biodiesel, obrigatória em todo o território
nacional, logo após, esse percentual foi sucessivamente ampliado até o atual
percentual de 10% (ANP, 2019a).

Segundo Lacerda (2004), misturas de biodiesel e diesel fóssil com até 20%
de biodiesel e 80% de diesel convencional podem ser usadas em praticamente
qualquer motor a diesel, não necessitando de modificações no equipamento.
Entretanto, misturas mais elevadas ou até o biodiesel puro (100% biodiesel)
podem ser usadas, porém é necessário realizar algumas alterações no
equipamento.

2.9 Indicadores Financeiros

Para apresentar o retorno do investimento, é necessária a realização de


uma análise financeira que possui o objetivo de calcular alguns indicadores que
representam o desempenho financeiro do projeto proposto. (BARROS, 2016, p.
147). Para análise financeira de qualquer tipo de investimento, é necessário
antes ter o conhecimento do montante de dinheiro que está saindo ou entrando
do caixa da empresa, ou seja, o fluxo de caixa. De acordo com Nogueira (2011),
o fluxo de caixa de um investimento deve ser elaborado a partir das estimativas
de recebimentos e desembolsos a serem realizados ao longo da vida do projeto
e sua representação pode ser realizada por meio de um diagrama ou de um
quadro.
Além disso, para análise de viabilidade econômica também é necessário
definir a taxa de juros a ser utilizada como parâmetro nos cálculos dos
indicadores financeiros, que é também denominada Taxa Mínima de Atratividade
(TMA).
35

Segundo Nogueira (2011), uma das formas de se determinar a TMA é por


meio das taxas de juros pagas no mercado por grandes bancos ou por títulos
governamentais.

2.9.1 Valor Presente Líquido (VPL)


Segundo Motta et. al (2015), o Valor Presente Líquido é a soma algébrica
de todos os fluxos de caixa descontados para o instante presente, a uma taxa
dada de juros i, de acordo a equação 5:

VPL = ∑ − Io (5)
( )

Onde:
VPL: Valor Presente Líquido;
FC: Fluxo de caixa, que pode ser positivo (receita) ou negativo (custos);
i: Taxa de juros ou taxa de desconto;
t: período de tempo do projeto;
I0 : Investimento inicial.

De forma simplificada, o VPL é o cálculo de quantas receitas e custos


futuros, somados a um investimento inicial valeriam no presente, pois é preciso
considerar a desvalorização do dinheiro ao longo do período de tempo do
projeto. Portanto, o VPL é um valor absoluto, cuja unidade é a moeda
considerada no cálculo (real, dólar, euro, entre outras.), e quanto maior o seu
valor melhor é a viabilidade do projeto. Sendo assim, tem-se as seguintes
possibilidades para a interpretação do resultado do VPL:

• Se VPL > 0, o projeto é economicamente viável;


• Se VPL < 0, o projeto é economicamente inviável;
• Se VPL = 0, é indiferente investir ou não no projeto, pois não haverá lucros
e nem prejuízos.
36

2.9.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)

Taxa Interna de Retorno (TIR) é o valor da taxa de desconto i que anula o


Valor Presente Líquido conforme indica a equação 6:

VPL = 0 = + + + ... + – I0 → i =TIR (6)


( ) ( ) ( )! ( )"

Se a Taxa Interna de Retorno for maior que a Taxa Mínima de Atratividade


do mercado, a alternativa de investimento deverá ser aceita, caso contrário,
deverá ser rejeitada (MOTTA et. al, 2015). Portanto, deve-se interpretar o
resultado da TIR da seguinte forma:

• Se TIR > TMA, o projeto é economicamente viável;


• Se TIR < TMA, o projeto economicamente inviável;
• Se TIR = TMA, é indiferente investir ou não no projeto, pois não há
rentabilidade.

Assim, a TIR representa a rentabilidade do investimento analisado e a


TMA, como dito anteriormente, a taxa de rentabilidade mínima utilizada como
referência para avaliar a viabilidade do investimento.

2.9.3 Período de Recuperação do Investimento (Payback)

Tempo de Payback ou apenas Payback é definido como o tempo


necessário para que se tenha o retorno do capital investido em um projeto, ou
seja, é o período de tempo entre o início do projeto até o instante em que o fluxo
de caixa da empresa passa a ser positivo. Para determinar o payback simples
de um investimento, recomenda-se a elaboração de uma tabela que contenha o
período máximo esperado para recuperação do capital, os fluxos de caixa anuais
e os fluxos de caixa acumulados para cada ano, conforme exemplificado pela
tabela 2 a seguir.
37

Tabela 2 - Demonstração do Cálculo do Payback Simples.


Ano Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Acumulado
0 R$ -200.000,00 R$ -200.000,00
1 R$ 50.000,00 (R$ -200.000,00 + R$ 50.000,00) =
R$ -150.000,00
2 R$ 75.000,00 (R$ -150.000,00 + R$ 75.000,00) =
R$ -75.000,00
3 R$ 96.000,00 R$ 21.000,00
4 R$ 82.000,00 R$ 103.000,00
Fonte: Autoria própria.

Dessa forma, determina-se o payback observando o último ano em que o


valor do fluxo de caixa é negativo, no caso da tabela 2 é o segundo ano, mais a
divisão do módulo do último valor negativo do fluxo de caixa acumulado pelo
fluxo de caixa do ano seguinte, ou seja, R$ 75.000,00 / R$ 96.000,00. Logo, o
payback calculado para o exemplo da tabela 2 será 2,78 anos ou 2 anos e 9
meses.
Segundo Sanvicente (2014), o payback é o método mais simples de
avaliação econômica de um investimento, porém apresenta falhas, pois
desconsidera a distribuição das taxas de juros sobre os fluxos de caixa ao longo
do período de tempo do projeto e além disso, o método também não considera
os fluxos de caixa que ocorrem após a recuperação do capital investido, não
proporcionando assim uma visão ampla da viabilidade do projeto.
Com isso, recomenda-se que, na prática, esse método não seja utilizado
isoladamente como única referência para a seleção das alternativas de
investimento e/ou tomada de decisões. O payback pode ser útil se utilizado em
conjunto com outro indicador (VPL, TIR, entre outros) (NOGUEIRA, 2011).
Para suprir a deficiência do Payback Simples que não considera a taxa de
juros aplicada sobre os fluxos de caixa, utiliza-se o Payback Descontado, que
permite a variação dos fluxos ao longo do período analisado devido às taxas de
juros que são aplicadas sobre o capital (BARROS et. al, 2016).
O cálculo do payback descontado é realizado de forma análoga ao cálculo
do payback simples, a única diferença é a aplicação da taxa de juros sobre os
valores dos fluxos de caixa. Por exemplo, se for considerado uma taxa de juros
38

i de 10% ao ano para o caso da tabela 2, deve-se dividir todos os valores da


coluna referente ao fluxo de caixa por (1 + i) , conforme demonstrado abaixo
pela tabela 3.

Tabela 3 - Demonstração do Cálculo do Payback Descontado.


Ano Fluxo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa
Caixa Descontado Descontado Acumulado
0 R$ 200.000,00 R$ -200.000,00 R$ -200.000,00
1 R$ 50.000,00 R$ 50.000,00/(1+0,1) = R$ -145.545,45
R$45.454,55
2 R$ 75.000,00 R$ 75.000,00/ (1+0,1)2 = R$ -92.561,98
R$ 61.983,47
3 R$ 96.000,00 R$ 72.126,22 R$ -20.436,76
4 R$ 82.000,00 R$ 56.007,10 R$ 35.571,34
Fonte: Autoria própria.

Depois, de forma semelhante ao cálculo do payback simples, calcula-se o


payback descontado observando-se o último ano em que o fluxo de caixa
descontado acumulado é negativo mais a divisão do módulo do último valor
negativo do fluxo de caixa descontado acumulado pelo fluxo de caixa descontado
do ano seguinte. Portanto, para o exemplo dado anteriormente o payback
($ .+ ,,.,
descontado será 3 + ,ou seja, 3,36 anos ou mais especificamente 3
($ /,. .,

anos e 4 meses e 11 dias.


39

3. COLETA E ANÁLISE DE DADOS DO SISTEMA ELÉTRICO DO


IFBA-CAMPUS DE PAULO AFONSO

Neste capítulo serão abordadas características sobre o ramal de entrada do


estabelecimento e a especificação da unidade consumidora, de acordo com a
análise realizada das faturas de energia elétrica da instituição dos últimos dois
anos (janeiro de 2017 a dezembro de 2018).

3.1 Tensão de Fornecimento e Classificação do Consumidor

Segundo Araújo (2016), a previsão da potência instalada do Campus


ultrapassa os 75 kW. Por esta razão, a tensão de fornecimento do IFBA é em
tensão primária, atendendo ao critério 4.2 da norma da COELBA,
NOR.DISTRIBU-ENGE-0023. A subestação do estabelecimento é do tipo
simplificada com transformador de 150 kVA instalado em poste, com o primário
em delta e o secundário em estrela aterrado. A tensão primária nominal de
operação é 13,8 kV e a secundária 220/127 V.
Conforme a resolução n° 414/2010 da ANEEL, o Campus do IFBA de Paulo
Afonso se enquadra no grupamento A de consumidores, que é composto de
unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3 kV.
Este grupo de consumidores ainda é dividido em subgrupos, sendo o IFBA
pertencente ao subgrupo A4 (tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV).
Quanto à especificação da classe de consumidor, o IFBA pertence a classe
do poder público, no qual segundo o Art. 5º, §5º, da resolução nº 414/2010 da
ANEEL, “caracteriza-se pelo fornecimento à unidade consumidora solicitado por
pessoa jurídica de direito público”.

3.2 Classificação da Modalidade Tarifária

Na estrutura horosassazonal aplicam-se tarifas diferenciadas de consumo


de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de
utilização do dia e dos períodos do ano. (BARROS, 2016, p.54).
40

A estrutura tarifária horossazonal é dividida ainda em duas modalidades:


tarifa azul e tarifa verde. A modalidade tarifária contratada pelo IFBA é do tipo
A4 horossazonal verde. Na estrutura tarifária horossazonal verde o valor cobrado
pela demanda de potência é único, independente do horário do dia ou do período
do ano. Enquanto o valor cobrado pelo consumo de energia elétrica sofre
alterações a depender do horário do dia e do período do ano, formando quatro
combinações possíveis de cobranças: tarifa para horário de ponta em período
úmido; tarifa para horário fora de ponta em período úmido; tarifa para horário de
ponta em período seco e tarifa para horário fora de ponta em período seco.
Para esta modalidade, o valor do consumo de energia elétrica no horário
de ponta durante o período seco é significativamente maior do que no horário
fora de ponta durante o período úmido como pode-se observar pelo quadro 1,
em que o valor do consumo na ponta seca (bandeira vermelha) cobrado pela
COELBA chega a ser cerca de 8 vezes maior do que o valor do consumo fora de
ponta úmida (bandeira verde).

Quadro 1. Valores de demanda e consumo ativo em R$/kW e R$/kWh, respectivamente.

Horossazonal Verde Demanda (R$/kW) Consumo (R$/kWh)


Ponta Seca (Bandeira Vermelha) 31,6621324 2,58285976
Fora de Ponta Seca (Bandeira Vermelha) 31,6621324 0,39581644
Ponta Seca (Bandeira Amarela) 31,6621324 2,53048317
Fora de Ponta Seca (Bandeira Amarela) 31,6621324 0,34406180
Ponta Úmida (Bandeira Verde) 31,6621324 2,49064645
Fora de Ponta Úmida (Bandeira Verde) 31,6621324 0,33000000

Fonte: Faturas de energia elétrica do IFBA,2018.

3.3 Análise dos Custos do Consumo Ativo e da Demanda Ativa

Para a análise dos custos com o consumo de energia e a demanda ativa,


foram estudadas as tarifas referentes aos meses de janeiro de 2017 a dezembro
de 2018. Dessa forma, foram coletados dados e informações acerca do consumo
ativo e da demanda ao longo dos meses especificados. No quadro 2, se
encontram os valores de consumo ativo (ponta e fora de ponta), demanda e
demanda ultrapassada que foram medidos pela concessionária durante o
período analisado.
41

Quadro 2. Medições de Consumo Ativo e Demanda Ativa.

Demanda (kW) Consumo Ativo (kWh)


Mês
Medida Ultrapassada Ponta Fora de Ponta
2017
Janeiro 80,00 0,00 638,65 9.489,04
Fevereiro 111,13 31,13 3.102,00 17.777,60
Março 95,91 15,91 3.918,00 15.591,00
Abril 99,98 19,98 3.824,00 15.798,12
Maio 80,00 0,00 2.370,00 10.225,00
Junho 80,00 0,00 1.981,00 7.464,00
Julho 80,00 0,00 1.297,00 5.302,00
Agosto 80,00 0,00 1.186,00 5.415,00
Setembro 80,00 0,00 1.739,67 6.121,00
Outubro 80,00 0,00 2.026,00 8.901,10
Novembro 99,95 19,55 3.229,00 14.012,00
Dezembro 103,32 23,32 2.532,00 12.721,00
2018
Janeiro 80,00 0,00 465,00 4.935,00
Fevereiro 100,34 20,34 1.921,00 9.411,00
Março 97,88 17,88 3.392,00 14.332,00
Abril 95,18 15,18 3.379,00 12.991,00
Maio 80,00 0,00 2.826,00 11.471,00
Junho 80,00 0,00 2.143,00 8.095,00
Julho 80,00 0,00 1.074,00 5.679,00
Agosto 80,00 0,00 2.503,00 9.414,00
Setembro 84,13 4,13 2.318,00 9.351,00
Outubro 96,57 16,57 2.790,00 12.538,00
Novembro 92,76 12,76 2.923,00 14.007,00
Dezembro 81,67 1,67 2.049,00 11.165,00

Fonte: Faturas de energia elétrica do IFBA.

Já, o Quadro 3 apresenta alguns dos componentes de custos das faturas


de energia elétrica do IFBA, como os custos (R$) com a demanda ativa, o
consumo ativo (ponta e fora de ponta), a taxa de iluminação pública e o valor
total da fatura de cada mês ao longo do período analisado.
42

Quadro 3. Custos com Demanda, Consumo Ativo, Iluminação Pública e Custo Total das
Faturas de Energia Elétrica.

Demanda (R$) Consumo Ativo (R$) Iluminação


Mês Fora de Total (R$)
(R$)
Normal Ultrapassada Ponta Ponta
2017
Janeiro 1.684,38 0,00 2.981,73 1.227,62 901,49 6.795,22
Fevereiro 1.691,35 1.974,09 5.608,37 5.987,17 1.000,00 16.260,67
Março 1.677,32 1.000,73 5.201,89 7.580,4 1.000,00 16.460,34
Abril 1.679,3 1.258,21 4.534,96 7.225,64 1.000,00 15.698,10
Maio 2.009,39 0,00 3.323,41 4.968,9 1.000,00 11.301,70
Junho 1.992,61 0,00 2.404,66 4.113,2 1.000,00 9.510,48
Julho 2.001,33 0,00 1.642,57 2.683,97 967,47 7.322,87
Agosto 1.899,64 0,00 1.784,91 2.372,59 1.000,00 7.024,61
Setembro 2.018,17 0,00 2.100,55 3.685,65 1.000,00 8.804,37
Outubro 2.028,47 0,00 3.156,91 4.331,78 1.000,00 10.517,15
Novembro 2.001,06 1.467,03 5.198,68 6.881,52 1.000,00 16.548,28
Dezembro 1.960,79 1.714,71 4.424,82 5.246,58 1.000,00 14.346,91
2018
Janeiro 1.939,89 0,00 1.520,37 937,00 696,22 4.905,71
Fevereiro 1.973,86 1.505,56 2.875,37 3.921,35 1.000,00 9.721,76
Março 1.952,43 1.309,10 4.331,27 6.849,31 1.000,00 14.659,37
Abril 1.942,14 1.105,56 3.905,4 6.788,21 1.000,00 13.997,99
Maio 2.576,72 0,00 3.944,82 7.195,15 1.000,00 13.784,90
Junho 2.543,85 0,00 3.067,74 5.464,74 1.000,00 11.458,61
Julho 2.585,90 0,00 2.273,8 2.801,27 1.000,00 8.242,18
Agosto 2.606,24 0,00 3.799,07 6.582,18 1.000,00 13.254,12
Setembro 2.577,38 399,17 3.732,13 6.026,51 1.000,00 13.026,86
Outubro 2.556,15 1.588,33 4.962,67 7.193,69 1.000,00 16.418,34
Novembro 2.560,17 1.225,04 5.054,03 7.446,85 1.000,00 16.412,77
Dezembro 2.585,85 0,00 3.699,08 5.111,91 1.000,00 11.795,56

Fonte: Faturas de energia elétrica do IFBA.

Observando os dados obtidos das faturas de energia, percebe-se que


houve uma ultrapassagem da demanda contratada durante os meses mais
quentes do ano (fevereiro, março, abril, novembro e dezembro). Apesar do IFBA
não ser completamente climatizado, durante tal período os aparelhos de ar
condicionados requerem um consumo maior de energia elétrica, devido ao
aumento da temperatura e ao maior tempo de utilização dos mesmos.
43

Como consequência disso, a demanda é ultrapassada, resultando na


aplicação de multas por parte da concessionária. A tolerância admitida para não
haver cobrança da ultrapassagem é de 10% do valor da demanda contratada,
valores que excedam esse limite de tolerância é suscetível à aplicação de
multas. A demanda contratada pelo IFBA é de 80 kW, isso significa que o valor
máximo de ultrapassagem de demanda tolerado pela concessionária é 8 kW.
A ultrapassagem de demanda acima dos valores permitidos implica na
cobrança de multa, tendo como base de cálculo o dobro do valor do kW da
demanda. (BARROS, 2016, p.58). Quando o valor de demanda medido pela
concessionária ultrapassa 10% do valor contratado, a demanda excedente é
cobrada da seguinte forma:
PUltrapassagem = (TUltrapassagem) x (DM - DC) (7)

Onde:

PUltrapassagem = Valor da demanda ativa de ultrapassagem (R$);

TUltrapassagem = Tarifa de ultrapassagem (R$/kW);

DM = Demanda medida pela concessionária (kW);

DC = Demanda Contratada (kW).

Para obter o custo total com a demanda, basta adicionar o custo da


demanda medida calculada com a tarifa normal (R$/kW) ao valor da demanda
ativa de ultrapassagem (PUltrapassagem). Como exemplo, realizou-se o cálculo do
custo total da demanda (PDemanda) utilizando a leitura referente ao mês de
fevereiro de 2018:

PDemanda = (100,34(kW)). (24,67328802) + (20,34(kW)). (49,35)

PDemanda = R$ 3.479,497
Onde:
PDemanda = Custo total da demanda ativa (R$)

TUltrapassagem = 49,35 (R$/kW)

TNormal = 24,67328802 (Tarifa em função da demanda contratada, em R$/kW)

DM = 100,34 kW.
44

O gráfico 2 mostra os custos mensais com demanda contratada, demanda


ultrapassada e o custo total pela demanda ativa referentes ao ano de 2018, nele
é possível observar que a cobrança da multa pela demanda ultrapassada é uma
parcela bastante expressiva no valor total da demanda, chegando a representar
cerca de 40% do custo total da demanda ativa.

Gráfico 2 - Análise de Custos com a Demanda Ativa Contrada e a Demanda


Ultrapassada do Ano de 2018.

R$4.500,00

R$4.000,00

R$3.500,00

R$3.000,00

R$2.500,00

R$2.000,00

R$1.500,00

R$1.000,00

R$500,00

R$-

Demanda Contratada (R$) Demanda Ultrapassada (R$) Total (R$)

Fonte: Autoria própria.

O gráfico 3 foi plotado utilizando os dados do consumo ativo na ponta e fora


de ponta referentes ao ano de 2018 que se encontram no quadro 3, com o intuito
de analisar e comparar os custos do consumo de energia elétrica entre o horário
de ponta e fora de ponta. Com isso, constatou-se que, exceto os meses de
janeiro e julho (meses de recesso acadêmico), em todos meses do ano de 2018,
o IFBA pagou valores significativamente maiores para o horário de ponta,
demonstrando que o consumo ativo no horário de ponta é uma componente
decisiva para valor da fatura, sendo que na maioria dos casos chegou a ser o
custo majoritário, superando custos com a demanda e o consumo fora de ponta.
45

Gráfico 3 – Análise Comparativa dos Custos de Consumo Ativo entre o Horário de Ponta e o
Horário Fora de Ponta do Ano de 2018.

R$ 8.000,00

R$ 7.000,00

R$ 6.000,00

R$ 5.000,00

R$ 4.000,00

R$ 3.000,00

R$ 2.000,00

R$ 1.000,00

R$ -

Consumo Mensal Fora de Ponta (R$) Consumo Mensal na Ponta (R$)

Fonte: Autoria própria.


46

4 ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA

O estudo realizado neste capítulo tem a finalidade de determinar os


parâmetros do grupo gerador de acordo com o perfil de consumo da unidade
consumidora e posteriormente apresentar as especificações técnicas do grupo
gerador selecionado, as quais devem estar em conformidade com os parâmetros
dimensionados. Além disso, esse estudo também se destina a análise de normas
técnicas vigentes que são necessárias para adequação do sistema proposto às
exigências da concessionária.

4.1 Dimensionamento do Grupo Gerador

Para o dimensionamento do grupo gerador foi necessário estabelecer


alguns parâmetros relacionados ao perfil de consumo de energia do IFBA, como
demanda máxima registrada e consumo médio de energia no horário de ponta,
para isso utilizou-se os dados do quadro 2.
A princípio, determinou-se, através dos dados do quadro 2, o maior valor
de demanda registrada durante o período analisado, que foi 111,13 kW,
correspondente ao mês de fevereiro de 2017. Portanto, o grupo gerador
selecionado deverá ser capaz de suprir esse valor de demanda, e, dessa forma,
deverá possuir uma potência nominal superior ao maior valor de demanda
registrado, ou seja, cerca de 112 kW. Logo após, calculou-se o valor da potência
aparente nominal do gerador pela equação 8, para isso foi necessário considerar
um fator de potência de 0,8, pois este é o valor padronizado de fator de potência
para alternadores CA standards. Com isso, o resultado obtido para a potência
aparente nominal do gerador foi 140 kVA.

1
S= (8)
2345

Onde:

S = Potência aparente nominal do gerador, em kVA;

P = Potência ativa, em kW;

cos6= Fator de potência.


47

Em seguida, calculou-se o consumo médio de energia no horário de ponta


por meio da média aritmética de todos valores de consumo mensal de energia
no horário de ponta, conforme mostrado abaixo:

;3<= ó? 3 @3 23 4A<3 <B 4=C @B B B?DEF 3 G3?á? 3 @B I3 =


CMhp = (9)
+ <B4B4

//., ,, JKG
CMhp =
+ <B4B4

CMhp = 2.317,76 kWh

Onde: CMhp = Consumo médio de energia no horário de ponta.

Logo após, determinou-se a potência média a ser solicitada ao gerador por


hora no horário de ponta, na qual foi calculada pela divisão do CMhp pela
quantidade total de horas do horário de ponta em um mês (60 horas,
considerando um mês com 20 dias úteis), obtendo-se o valor de 38,63 kW/h.
A classificação do tipo “Energia Prime” permite que o grupo gerador esteja
disponível por um número “ilimitado” de horas de operação, ao ano, em
aplicações com “carga variável”. Em aplicações com carga variável, o fator de
carga médio não deve exceder 70% da Classificação de “Energia Prime”. Uma
capacidade de sobrecarga de 10%, é admissível, por um período máximo de 1
hora para cada período de 12 horas de operação, porém, não deverá exceder
25 horas ao ano. (CUMMINS POWER GENERATOR, 2011)
As cargas a serem alimentadas na unidade consumidora deste estudo são
caracterizadas como carga variável, logo o fator de carga médio admitido será
superior a 30% e inferior a 70% da potência da energia prime, conforme
recomendado por fabricantes de grupos geradores a diesel. Dessa forma, foi
estabelecido que a energia prime 100% seria o maior valor de demanda medida
durante o período analisado (111,13 kW), e a partir desse valor foi possível
determinar a potência mínima e a sobrecarga máxima admissível, que são,
respectivamente, 30% e 110% da energia prime, ou seja, 33,34 kW e 122,24 kW,
conforme pode-se observar pelo gráfico 4.
48

Gráfico 4 – Demandas Medidas dos Anos de 2017 a 2018 e Classificação da Energia Prime.

Fonte: Autoria própria.

Em seguida, calculou-se o Fator de Operação do grupo gerador pela


equação 10 e obteve-se um valor de 0,4966 ou 49,66%, indicando que o grupo
gerador deverá operar com 49,66% da sua potência nominal, considerando que
a potência média máxima permitida é 70% da energia prime, ou seja, 77,79 kW,
conforme mostrado pelo gráfico 4. Nesse cálculo foi utilizado a potência da
energia prime 100% (111,13 kW) multiplicado pelo fator de carga máximo
admitido (0,7) como potência nominal do grupo gerador, enquanto, para a
potência solicitada ao gerador por hora no horário de ponta utilizou-se o consumo
médio de energia no horário de ponta por hora, calculado anteriormente (38,63
kW/h).

1GI
FO = (10)
1I? <B

Onde:
FO = Fator de Operação;

Pprime = Potência prime máxima permitida;


Php = Potência solicitada ao gerador por hora no horário de ponta.
49

Portanto, o grupo gerador deverá possuir os seguintes parâmetros:


potência prime nominal com cerca de 140 kVA/112 kW, aproximadamente, fator
de potência de 0,8, frequência de 60 Hz e tensões de saída de 220/127 V. Como
os alternadores de grupos geradores a diesel geralmente possuem rotores com
quatro polos (polos salientes), então de acordo com a equação 1 para uma
frequência de 60 Hz, é necessário que a máquina possua uma velocidade
nominal de rotação de 1800 rpm.
Comparando o valor máximo de potência permitido (77,79 kW) com o valor
médio de consumo de energia por hora no horário de ponta (38,63 kW/h),
conclui-se que o gerador dimensionado deverá operar dentro do limite
estabelecido e com uma folga necessária, a qual é recomendada por fabricantes
deste tipo de equipamento.

4.2 Seleção e Especificação do Grupo Gerador

Sabendo-se que comercialmente é improvável encontrar equipamentos


com grandezas exatamente iguais as que foram dimensionadas, então, de posse
dos parâmetros determinados anteriormente para o grupo gerador, realizou-se
uma pesquisa a procura de grupos geradores disponíveis no mercado com
parâmetros próximos aos que foram dimensionados. Com isso, foi selecionado
um grupo gerador a diesel com potência nominal de 170 kVA/136 kW em regime
standby e 150 kVA/120 kW em regime prime, com tensão de saída de 220/127
V, frequência de 60 Hz e fator de potência de 0,8. O grupo gerador é do modelo
MGD170.60, fabricado pela MWM Geradores, o qual é carenado e silencioso a
85 dB a 1,5 metros ou 75 dB a 7,0 metros de distância do grupo gerador.
50

Figura 6 – Grupo Gerador MGD170.60

Fonte: (MWM Geradores, 2019).

As principais características das partes que integram o grupo gerador são:


• Motor Diesel modelo 12-4.12TCAG1 fabricado pela MWM, 4 tempos,
refrigerado por radiador, sistema de injeção direta de combustível, rotação
de 1800 rpm, sistema elétrico com alternador para carga de bateria e
motor de partida. Construído especificamente para equipamentos
estacionários.
• Alternador CA trifásico fabricado pela WEG, com sistema de excitação
Brushless (sem escovas), 4 polos, 60 Hz, classe térmica de isolação H
(180ºC), grau de proteção IP21 conforme a IEC 60529 e regulador
automático de tensão, instalado na caixa de ligação do gerador.
• Painel de Comando montado sobre o grupo gerador, contendo sistemas
para partida, parada e supervisão. Dotado de um controlador exclusivo
para geração de energia, capaz de realizar o gerenciamento, a medição
e a supervisão de todo o sistema.
As demais especificações técnicas do grupo gerador se encontram no
catálogo do equipamento, o qual pode ser consultado no anexo A.
Retomando ao item anterior, onde foram definidos os parâmetros do grupo
gerador, pode-se afirmar que o equipamento selecionado neste item atende
satisfatoriamente a todos os critérios dimensionados no item 4.1.
Portanto, a potência prime 100% passará a ser 120 kW e em decorrência
disso, a potência média máxima permitida (70% da potência prime nominal) será
agora 84 kW e a sobrecarga máxima admissível, 132 kW.
51

4.3 Adequação às Normas Técnicas da Concessionária de Energia Elétrica

Na instalação do grupo gerador é necessário fazer a conexão do mesmo


com o sistema elétrico da COELBA para o estabelecimento do sincronismo, e
posteriormente do paralelismo momentâneo, que deve atender aos critérios
exigidos pela norma SM04.08-00.005 (2010) da distribuidora.
Segundo a COELBA (2010), os geradores devem ser instalados em locais
secos, ventilados, de fácil acesso para manutenção e isolados fisicamente do
posto de medição. Além disso, é da responsabilidade do consumidor a
instalação, operação e manutenção dos equipamentos que permitem o
sincronismo e o paralelismo momentâneo do grupo gerador com o sistema
elétrico da COELBA.
O critério 4.2.2 da norma SM04.08-00.005 (2010) exige que o paralelismo
momentâneo seja realizado em corrente alternada trifásica equilibrada e na
frequência de 60 Hz, cujo tempo máximo de permanência é 15 segundos para a
transferência de carga entre a rede e o gerador ou vice-versa.
Para viabilizar o paralelismo momentâneo do gerador com o sistema
elétrico da concessionária, é imprescindível a instalação, por parte do
consumidor, de alguns equipamentos de manobra e proteção, como disjuntores
e relés, os quais estão especificados no diagrama unifilar da figura 7, que foi
retirado da norma da COELBA anteriormente citada. Tais equipamentos são
essenciais para garantir a segurança tanto das instalações elétricas da unidade
consumidora quanto da rede da concessionária.
São exigidos diversos tipos de relés com diferentes funcionalidades, no
entanto, todos são destinados à proteção e são fundamentais para o
estabelecimento do paralelismo momentâneo de forma adequada e segura.
Dentre esses, destaca-se o relé de sincronismo (25) como o mais importante,
pois ele realiza a função de um sincronoscópio ao comparar a magnitude, a
frequência e a sequência de fases de cada uma das fontes que serão
sincronizadas. Após realizar esse check, o relé de sincronismo permite que o
disjuntor (3) seja fechado e então inicia-se o processo de transferência de carga
com operação em rampa.
52

Os relés de subtensão (27), direcional de sobrecorrente (67) e o


temporizador (62) monitoram o disjuntor de interligação (2) do diagrama unifilar
da figura 7. Os demais relés exigidos são destinados à proteção do disjuntor de
média tensão, mas segundo a COELBA (2010, p.7) “Alternativamente as
proteções (81), (59), (59N) e (47) podem atuar sobre o disjuntor dos geradores
(4) ”.
Disjuntores, chaves seccionadoras ou qualquer outro equipamento de
manobra que permitem o paralelismo sem supervisão do relé de sincronismo
deve possuir intertravamentos que não permitam o fechamento de paralelismo
por esses equipamentos (COELBA, 2010, p. 8).

Define-se Intertravamento como sendo uma conexão mecânica,


elétrica, eletromecânica ou eletrônica que relaciona dois mecanismos,
tornando-os interdependentes, ou seja, a liberação da operação de um
mecanismo depende de condições predeterminadas de outro e vice-
versa. Aplicam-se as operações de chaves de manobras dos sistemas
elétricos, onde a possibilidade do fechamento de uma está
condicionada a condição prévia da abertura de outra chave e vice-
versa. Não atendida esta condição o sistema trava, impedindo a
operação e, evitando-se manobras indesejáveis. (COELBA, 2010, p.3).

A razão da utilização de proteções para supervisão do disjuntor de média


tensão se deve ao intertravamento exigido pela concessionária para
equipamentos de manobra que não são supervisionados pelo relé de
sincronismo, como é o caso do disjuntor de média tensão (1). Na tabela 4
encontra-se a relação de todos equipamentos exigidos pela COELBA
(representados no digrama unifilar da figura 7) para a instalação do grupo
gerador mais as suas respectivas funções dentro do circuito.
53

Figura 7 – Diagrama Unifilar Simplificado

Legenda

Fonte: Adaptado da COELBA (2010, p.10)


54

Tabela 4 - Equipamentos Necessários à Implementação do Grupo Gerador.


(Continua)
Equipamento Função
Chave Seccionadora Associada ao disjuntor de
interligação/paralelismo, permite o
seccionamento do circuito.
Transformador de Potencial Alimenta os relés de proteção
(TP) associados aos disjuntores de
média tensão e interligação.
Transformador de Corrente Alimenta os relés de proteção
(TC) associados aos disjuntores de
média tensão e de interligação.
Disjuntor de Média Tensão Interrompe as correntes de
(1) defeito, através da atuação dos
relés que o supervisionam.
Disjuntor de Possibilita a operação de
Interligação/Paralelismo sincronismo entre o gerador e a
(2) rede elétrica da COELBA, através
. do monitoramento do relé 25.
Relés de Sobrecorrente Deve desligar o disjuntor de média
Instantâneos e Temporizados tensão para falhas na unidade
de Fase e Neutro (50/51- consumidora.
50N/51N)
Relé de Subtensão Deve desligar o disjuntor de
(27) interligação ou de média tensão
quando a tensão permanecer com
valor abaixo do valor aceitável pela
COELBA.
Relé de Sequência de Fase Protege o gerador de operação
de Tensão (47) desequilibrada.
55

Tabela 4 - Equipamentos Necessários à Implementação do Grupo Gerador.


(Conclusão)

Equipamento Função
Relé de Sobretensão (59) Deve desligar o disjuntor de média
tensão se a tensão permanecer
acima do valor aceitável pela
COELBA.
Relé de Sub/sobrefrequência Deve desligar o disjuntor de
(81U/81O) interligação se a frequência
estiver fora dos valores aceitáveis
pela COELBA.
Relé de Sobrecorrente Deve abrir o disjuntor de
Direcional (67) interligação para situações onde
os níveis de curtos circuitos entre
fases são baixos.
Relé de Balanceamento de Protege o gerador de operação
Corrente de Fase (46) desequilibrada.

Relé de Tensão Residual de Deve desligar o disjuntor de


Sequência Zero (59N) interligação para curtos fase-terra
no sistema da COELBA.
Relé de Sincronismo (25) Permite o paralelismo entre a rede
e o gerador.
Relé Temporizador (62) Realiza a medição de tempo dos
eventos associados ao paralelis-
mo momentâneo.
Disjuntor do Grupo Gerador (4) Destinado à proteção do grupo
gerador.
Disjuntor (3) comandado pelo Permite o sincronismo e o
Sistema de Controle de paralelismo momentâneo entre o
Paralelismo Momentâneo gerador e a rede da COELBA.

Fonte: Autoria própria


56

4.3.1 Dimensionamento Físico da Subestação Abrigada

Para instalar os equipamentos da forma apresentada pelo diagrama unifilar


da figura 7 é exigido pela concessionária que a unidade consumidora possua
uma subestação abrigada com pelo menos três cubículos, destinados aos postos
de medição, proteção e transformação. No entanto, a subestação do IFBA é do
tipo ao tempo e para adequar o presente trabalho à norma SM04.08-00.005
(2010) foi necessário calcular as dimensões físicas de uma subestação abrigada
de alvenaria, com a finalidade de, posteriormente, realizar o orçamento da
construção civil da mesma.
Inicialmente, admitiu-se que a nova subestação seria dividida em três
cubículos, com um ramal de entrada subterrâneo e com medição realizada em
média tensão, como ilustra a figura 8.

Figura 8- Vista Frontal da Subestação Abrigada de Alvenaria.

Fonte: Autoria própria.


57

Quadro 4 – Descrição dos Itens das Figuras 8 e 9.


Item Descrição
1 Painel de medição para faturamento.
2 Isolador tipo pedestal.
3 Transformador de corrente para proteção.
4 Mufla para instalação interna, 15 kV.
5 Transformador de corrente para medição.
6 Transformador de potencial para medição.
7 Chave seccionadora tripolar, 15 kV.
8 Tela de proteção.
9 Relés de proteção.
10 Disjuntor de média tensão, 15 kV.
11 Isolador, 15 kV.
12 Entrada para ventilação natural.
13 Tela de proteção.
14 Transformador de potência, 150 kVA.
15 Painel de medição para faturamento.
Fonte: Autoria própria

A medição poderia continuar sendo em baixa tensão, pois a subestação é


simplificada, porém para concordar com o diagrama unifilar da COELBA (figura
7) foi esquematizado uma medição em média tensão. Escolheu-se um ramal de
entrada subterrâneo por conta de ser exigido para construções com ramal de
entrada aéreo um pé-direito igual ou superior a 6 m, o que neste caso
encareceria mais ainda os custos. No entanto, ressalta-se que para a viabilizar
o ramal de entrada subterrâneo é preciso que o ponto de entrega esteja próximo
a subestação devido aos custos elevados com a instalação de cabos isolados.
Em seguida, calculou-se a altura da subestação por meio da equação 2,
utilizando valores padronizados das alturas dos equipamentos de acordo com a
sua classe de tensão e potência nominal, respeitando também os requisitos
mínimos exigidos pela norma NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (2017) da COELBA.
Com isso, encontrou-se um valor aproximado de 3,0 m de altura para a
subestação. Logo após, calculou-se as dimensões do cubículo de proteção por
meio da equação 3, utilizando as dimensões (comprimento e largura) do disjuntor
tripolar de potência escolhido, o qual se encontra especificado no orçamento do
anexo C. E assim, encontrou-se os valores de comprimento e largura de 2,0 m
58

e 1,6 m, respectivamente, para o cubículo de proteção. No entanto, a norma


NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 exige um comprimento mínimo de 2,5 m para o
posto de proteção. Em sequência, calculou-se as dimensões do cubículo de
transformação por meio da equação 4, utilizando os valores padronizados de
comprimento e largura para transformadores trifásicos de potência de 150 kVA,
obtidos pela tabela 1. Logo, as dimensões calculadas para o posto de
transformação foram 2,5 m de largura e 1,8 m de comprimento.
Posteriormente, determinou-se as dimensões do cubículo de medição
considerando o valor mínimo exigido pela COELBA para o comprimento (2,2 m)
e para a largura o maior valor calculado para os postos de proteção e
transformação, que neste caso se refere ao cubículo de transformação, o qual
foi de 2,5 m de largura. Por fim, para a área de circulação foi adotado uma largura
de 1,5 m, respeitando o valor mínimo de 0,7 m, que é estabelecido pela NBR
14039/03. Com isso, a subestação abrigada terá 3,0 m de altura, 7,0 m de
comprimento e 4,3 m de largura, ocupando assim uma área de aproximadamente
30 m2, conforme mostra a vista superior dessa subestação na figura 9.

Figura 9 – Vista Superior da Subestação Abrigada de Alvenaria.

Fonte: Autoria Própria.


59

5 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA

Este capítulo destina-se a verificação da viabilidade econômica do sistema


proposto no capítulo anterior. Para isso, inicialmente, foi realizado o
levantamento de todos os custos relacionados à execução do projeto, como os
custos dos equipamentos necessários para implementação do grupo gerador, de
acordo com as exigências da concessionária, e os custos referentes à mão de
obra. Também foram considerados os custos referentes à operação do grupo
gerador durante o horário de ponta, como os custos com o consumo de óleo
diesel e manutenção preventiva do grupo gerador.
Em seguida, de posse do valor do investimento inicial e dos custos
operacionais, serão calculados alguns indicadores financeiros, como VPL, TIR e
Payback Simples e Descontado, os quais já foram descritos anteriormente no
capítulo 2. Assim, a partir dos resultados obtidos com esses indicadores, serão
definidas as condições da viabilidade econômica do sistema proposto.

5.1 Custos Considerados para Análise Econômica

Nesta seção serão apresentados todos os custos de equipamentos e


serviços referentes à execução do projeto e operação do grupo gerador, que
foram obtidos, em sua maioria, por meio de orçamentos realizados por empresas
fornecedoras de equipamentos e serviços.

5.1.1 Custos Associados à Instalação da Subestação e do Grupo Gerador

A princípio, levantou-se os custos do grupo gerador selecionado e dos


equipamentos complementares à sua instalação, que são exigidos pela norma
SM04.08-00.005 (2010) da COELBA. Depois, obteve-se os custos dos
equipamentos que são imprescindíveis em uma subestação abrigada, tais como
chave seccionadora, bucha de passagem, tela de proteção e entre outros. O
orçamento do grupo gerador se encontra na página 78, no Anexo B, enquanto o
orçamento dos demais equipamentos na página 82, no Anexo C. A seguir, no
quadro 5, são apresentados os custos dos materiais, equipamentos e serviços
pertinentes a implementação do sistema proposto.
60

Quadro 5 – Levantamento de Custos de Materiais, Equipamentos e Mão de Obra.

Custo Unitário Custo Total


Qtd Descrição
(R$) (R$)
Grupo Gerador MWM Geradores,
1 modelo MGD170.60,150 kVA/ 120 kW, 69.722,33 69.722,33
220 V, 60 Hz, carenado e silenciado.

1 Quadro de Transferência Automático 9.338,50 9.338,50


Relé de Proteção Multi-função Pextron
1 9.400,00 9.400,00
URP 6000 250Vca/ 5A NA 50/60Hz.
Disjuntor Tripolar Schneider Electric,

1 isolação em SF6,classe de tensão 15 14.600,00 14.600,00


kV, tensão secundária 220 V, 630 A.
Transformador de Corrente, Classe 15
3
kV, Exatidão 10B100, 600 A/5 A. 989,00 2.967,00
Transformador de Potencial, Classe 15

3 kV, Tensão Primária 13,8 kV, Tensão 1.490,00 4.470,00


Secundária 230/115 V, 500 VA.
Chave Seccionadora Tripolar, 15 kV,
1 1.672,00 1.672,00
600 A, uso abrigado.
Bucha de Passagem Interna/Externa,
3 985,00 2.955,00
15 kV, 600 A.

18 Isolador Pedestal, 15 kV. 68,00 1.224,00


Mufla para Instalação Interna,
615,00
15 kV. 205,00
3
Tela de Proteção para Cubículo em
Alvenaria. 569,25 1.707,75
3
Disjuntor Tripolar em Caixa Moldada,
600 A. 1.348,90 2.697,80
2
Transformador de Corrente de Baixa
3 Tensão Sibratec, Corrente Primária 325,00 975,00
800 A / Corrente Secundária 5 A
Construção Civil (material e
mão de obra) 23.526,90 23.526,90
1
Mão de Obra para Montagem 4.007,10 4.007,10
2
Total R$ 149.878,38

Fonte: Autoria própria.


61

Ressalta-se que o levantamento do custo da construção civil da


subestação abrigada foi calculado por meio de um indicador de custo, o CUB
(Custo Unitário Básico da Construção Civil), que é compreendido como o custo
da construção civil por m2 (R$/m2) e por categoria (comercial, residencial ou
industrial), disponibilizados mensalmente através de valores tabelados, pelo
Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, Sinduscon-BA.
Portanto, para este trabalho foi considerado o CUB referente ao mês de
setembro de 2019 (Anexo D) da categoria Galpão Industrial, cujo valor é R$
784,23/m2, o qual foi multiplicado pela área da subestação (30 m2), resultando
no valor apresentado no quadro 5, R$ 23.526,90.
O custo associado à mão de obra para montagem do novo sistema foi
estimado através da tabela salarial fornecida pelo Sindicato dos Trabalhadores
na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia – SINTRACOM-
BA, disponível no Anexo E. Dessa forma, para este caso, foi considerado o piso
salarial de dois Eletrotécnicos para realizar a montagem do sistema proposto.

5.1.2 Custos Associados à Operação do Grupo Gerador

Os custos apresentados no item anterior se referem, apenas, ao


investimento inicial necessário a execução do projeto, mas para análise
financeira deve-se considerar não só o investimento inicial, mas também os
custos fixos e variáveis associados a geração de energia elétrica. O custo do
consumo de combustível é um custo variável, pois os preços dos combustíveis
dependem das oscilações do mercado financeiro, enquanto o custo relacionado
à manutenção é um custo fixo, que pode ser estipulado de acordo com o seu tipo
e a sua periodicidade.
Dessa forma, com a finalidade de analisar os custos variáveis verificou-se,
primeiramente, os preços do óleo diesel comercializado em alguns postos de
combustíveis do munícipio de Paulo Afonso durante o período de 29/09/2019 a
05/10/2019, conforme apresentado a seguir pelo quadro 6. Portanto, o preço
médio do óleo diesel vendido ao consumidor final durante esse período, em
Paulo Afonso, foi R$ 3,775.
62

Quadro 6 – Levantamento de Preços do Diesel Praticados em Paulo Afonso-BA.


RELAÇÃO DE POSTOS PESQUISADOS
PREÇO DE
DATA DE
RAZÃO SOCIAL ENDEREÇO BAIRRO BANDEIRA VENDA
COLETA
(R$)
Avenida BA
Araújo Rocha 210, 3597 Lote Tancredo
Raízen 3,730 30/09/2019
Combustível LTDA 01/02/03
Neves I
Quadra 204
A. Machado dos
Santos Derivados Rua Padre BTN 3 Branca 3,740 30/09/2019
de Petróleo Cicero, 874 A
Petrobras
J B Alves de Paulo Avenida Centro Distribuidor 3,799 30/09/2019
Afonso Maçonaria, 260 A S.A.
Comercial de
Combustíveis e
Avenida Getúlio Centro Raízen 3,799 30/09/2019
Transportadora
OASIS LTDA Vargas, 421
José Carlos dos Avenida Petrobras
Vila de
Santos de Paulo Landulfo Alves, Distribuidor 3,809 30/09/2019
Fatima
Afonso S/N Sala A S.A.

Fonte: ANP,2019b.

Em seguida, calculou-se o custo do consumo de óleo diesel por kWh


gerado a partir do preço médio do diesel e da taxa de consumo de combustível
do gerador, em l/h, que foi retirada do catálogo do grupo gerador do Anexo A.
Para isso, inicialmente, foi determinado o valor da potência ativa gerada, em
kWh, por litro de combustível consumido através da seguinte equação:

1. %
PG = (11)

Onde:
PG = Potência gerada por litro de combustível consumido, kWh/l;
P70% = Potência prime máxima permitida do grupo gerador (84 kW), em kW;
CC = Consumo do combustível diesel para o regime de operação prime (35,4
l/h), em l/h.

Com isso, encontrou-se um valor aproximado de 2,373 kWh/l para potência


gerada por litro de combustível consumido (PG), o qual foi utilizado na equação
12 para determinar o custo do consumo do diesel por kWh (CD). Portanto, o custo
do consumo de óleo diesel por kWh é R$1,591, aproximadamente.
63

1VW
CD = (12)
1X
Onde:
CD = Custo do consumo do diesel por kWh, em R$/kWh;
POD = Preço médio do óleo diesel, em R$;
PG = Potência gerada por litro de combustível consumido, kWh/l;

Logo após, calculou-se o custo de manutenção por kWh gerado pelo grupo
gerador. Para isso, foi necessário realizar, anteriormente, um orçamento de
manutenção preventiva (que se encontra no Anexo F) com uma empresa
especializada em manutenção de geradores.
Manutenção preventiva é aquela efetuada em intervalos predeterminados,
ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de
falha ou a degradação dos funcionamentos de um item. (ABNT, 2004, p. 60).
O fabricante do grupo gerador escolhido recomenda a realização de
manutenção preventiva a cada 250 h de operação. Portanto, para determinar a
periodicidade da manutenção dividiu-se a quantidade anual de horas na ponta
(762 h) por 250 h. Dessa forma, a partir do resultado dessa divisão, definiu-se
que são necessárias 3 manutenções por ano, ou seja, a cada quadrimestre
precisa-se de uma manutenção preventiva. Ressalta-se, ainda que a quantidade
anual de horas na ponta foi calculada considerando 7 meses com 22 dias úteis
(66 h na ponta) mais 5 meses com 20 dias úteis (60 h na ponta), que resulta em
762 h.
Após a definição da periodicidade da manutenção, calculou-se o custo de
manutenção por kWh através da equação 13. Logo, o custo de manutenção
preventiva por kWh encontrado é R$ 0,134, aproximadamente.

Y
CM = (13)
(ZI .1 )

Onde:
CM = Custo de manutenção por kWh gerado, R$/kWh;
M = Custo da manutenção (R$ 4.084,60, Anexo F), R$;
Hpt = Quantidade total de horas na ponta de acordo com a periodicidade da
manutenção (762 h/3), em horas;
Pn = Potência prime nominal do grupo gerador (120 kW), em kW.
64

5.2 Comparação dos Custos do Sistema Atual com o Sistema Proposto

Com o intuito de realizar uma análise comparativa das despesas anuais


com energia elétrica do sistema atual com as despesas que seriam obtidas pelo
sistema proposto, calculou-se o custo do kWh produzido pelo gerador. Portanto,
o custo do kWh gerado é 1,725 R$/kWh, o qual foi calculado através da adição
do custo do consumo do diesel (CD) ao custo de manutenção (CM), ambos por
kWh. Assim, ao comparar esse valor com o valor do kWh da concessionária para
o horário de ponta (R$ 2,58285976), exposto no quadro 1, conclui-se que o custo
do kWh da concessionária é cerca de 33% maior que o custo do kWh produzido
pelo gerador. Logo após, utilizando os dados das faturas de energia elétrica do
IFBA, referentes ao ano de 2018, foi feito uma simulação do custo que se teria
com a energia elétrica com o uso do grupo gerador durante o horário de ponta,
como apresenta o quadro abaixo.

Quadro 7 – Simulação do Custo da Energia Elétrica com o Emprego do Grupo Gerador.

Custo do
Consumo Consumo
Consumo
Demanda Iluminação Descontos Ativo Fora Ativo na Total
Mês Reativo
(R$) (R$) (R$) de Ponta Ponta com (R$)
(R$)
(R$) Gerador
(R$)
Janeiro 1.939,89 73,79 696,22 261,55 1.520,37 802,13 4.770,85
Fevereiro 1.973,86 72,18 1.000,00 1.626,56 2.875,37 3.313,73 7.608,58
Março 1.952,43 65,98 1.000,00 848,71 4.331,27 5.851,20 12.352,17
Abril 1.942,14 64,29 1.000,00 807,60 3.905,4 5.828,78 11.933,01
Maio 2.576,72 45,94 1.000,00 977,73 3.944,82 4.874,85 11.464,60
Junho 2.543,85 32,11 1.000,00 649,83 3.067,74 3.696,68 9.690,55
Julho 2.585,90 31,17 1.000,00 449,97 2.273,8 1.852,65 7.293,55
Agosto 2.606,24 28,02 1.000,00 761,39 3.799,07 4.317,68 10.989,62
Setembro 2.577,38 38,94 1.000,00 747,27 3.732,13 3.998,55 10.599,73
Outubro 2.556,15 75,50 1.000,00 957,99 4.962,67 4.812,75 12.449,08
Novembro 2.560,17 84,34 1.000,00 957,65 5.054,03 5.042,18 12.783,07
Dezembro 2.585,85 69,49 1.000,00 670,76 3.699,08 3.534,53 10.218,19

Fonte: Faturas de Energia Elétrica do IFBA.


65

Para isso, multiplicou-se o consumo ativo mensal (medido pela


concessionária) pelo valor do kWh do gerador (1,725 R$/kWh), e substituiu-se o
resultado encontrado pelo valor do custo do consumo ativo na ponta da
concessionária, como mostrado pelo quadro 7. Além disso, retirou-se os custos
das multas de ultrapassagem de demanda, pois com a utilização do grupo
gerador haveria uma redução de demanda, já que o consumo ativo no horário
de ponta corresponde a 18%, em média, do consumo ativo total, e a média dos
valores de demanda ultrapassada representa cerca de 8% do valor máximo de
demanda tolerado pela concessionária (88 kW), por isso, as multas deixariam de
compor os custos da fatura.
Em seguida, foi feita a comparação do valor mensal da fatura obtida pela
simulação com o seu verdadeiro valor e, posteriormente, calculou-se a diferença
entre esses dois valores, que representa a economia alcançada com o uso do
gerador no horário de ponta. O quadro 8 apresenta tal economia (mensal e
anual) calculada por meio desta comparação.

Quadro 8 – Comparativo do Custo da Energia Elétrica com e sem Gerador.

2018
Custo Total com Energia
Elétrica (R$) Economia Mensal
Mês
(R$)
Sem Gerador Com Gerador
Janeiro R$ 4.905,71 R$ 4.770,85 R$ 134,87
Fevereiro R$ 9.721,76 R$ 7.608,58 R$ 2.113,19
Março R$ 14.659,37 R$ 12.352,17 R$ 2.307,20
Abril R$ 13.997,99 R$ 11.933,01 R$ 2.064,99
Maio R$ 13.784,90 R$ 11.464,60 R$ 2.320,30
Junho R$ 11.458,61 R$ 9.690,55 R$ 1.768,07
Julho R$ 8.242,18 R$ 7.293,55 R$ 948,63
Agosto R$ 13.254,12 R$ 10.989,62 R$ 2.264,51
Setembro R$ 13.026,86 R$ 10.599,73 R$ 2.427,13
Outubro R$ 16.418,34 R$ 12.449,08 R$ 3.969,26
Novembro R$ 16.412,77 R$ 12.783,07 R$ 3.629,71
Dezembro R$ 11.795,56 R$ 10.218,19 R$ 1.577,38
Economia Anual: R$ 25.525,21
Fonte: Autoria própria.
66

5.3 Determinação do Valor Presente Líquido

Inicialmente, admitiu-se um lucro anual fixo de R$ 25.525,21, com base


nos cálculos realizados no item anterior, para compor os fluxos de caixa ao longo
da vida útil do grupo gerador. Depois, determinou-se a taxa mínima de
atratividade (TMA) do investimento, utilizando como referência a média dos
valores de alguns ativos do mercado financeiro do Brasil, como a taxa Selic,
Ibovespa e CDI, adicionados a inflação (IPCA) estimada para o ano corrente.
Portanto, conforme apresentado pelo quadro 9, a TMA definida para o presente
estudo de viabilidade econômica é de 12% a.a.

Quadro 9 – Definição da Taxa Mínima de Atratividade.

Ativos Financeiros Valor Anual Acumulado


Selic 6,26%
Poupança 4,13%
CDI 6,24%
Ibovespa 16,00%
Média dos Ativos Financeiros 8,16%
IPCA 3,39%
Média dos Ativos Financeiros + 11,54%
IPCA
Taxa Mínima de Atratividade 12%
(TMA)

Fonte: Banco Central do Brasil,2019.

Logo após, calculou-se por meio da equação 5 o Valor Presente Líquido


do investimento do sistema proposto. Para isso, foi necessário, anteriormente,
calcular os fluxos de caixa descontados a uma TMA de 12% a.a. e os fluxos de
caixa descontados acumulados, conforme apresenta o quadro 10.
Segundo Nocera et. al (2015), a vida útil média de um grupo gerador
equivale a 15000 h, ou aproximadamente 20 anos, porém esse tempo pode
variar de acordo com o tempo de utilização, manutenção e cuidados com o
equipamento. Portanto, para o período de duração do projeto considerou-se a
vida útil média do grupo gerador (20 anos), com aplicação do investimento inicial
no ano 0.
67

Quadro 10 – Determinação do Valor Presente Líquido.

Fluxo de Caixa
Fluxo de Caixa
Ano Fluxo de Caixa Descontado
Descontado
Acumulado
0 -R$ 149.878,38 -R$ 149.878,38 -R$ 149.878,38
1 R$ 25.525,21 R$ 22.790,37 -R$ 127.088,01
2 R$ 25.525,21 R$ 20.348,54 -R$ 106.739,47
3 R$ 25.525,21 R$ 18.168,34 -R$ 88.571,13
4 R$ 25.525,21 R$ 16.221,73 -R$ 72.349,40
5 R$ 25.525,21 R$ 14.483,69 -R$ 57.865,71
6 R$ 25.525,21 R$ 12.931,87 -R$ 44.933,84
7 R$ 25.525,21 R$ 11.546,31 -R$ 33.387,54
8 R$ 25.525,21 R$ 10.309,20 -R$ 23.078,33
9 R$ 25.525,21 R$ 9.204,65 -R$ 13.873,69
10 R$ 25.525,21 R$ 8.218,43 -R$ 5.655,25
11 R$ 25.525,21 R$ 7.337,89 R$ 1.682,64
12 R$ 25.525,21 R$ 6.551,69 R$ 8.234,32
13 R$ 25.525,21 R$ 5.849,72 R$ 14.084,04
14 R$ 25.525,21 R$ 5.222,96 R$ 19.307,01
15 R$ 25.525,21 R$ 4.663,36 R$ 23.970,37
16 R$ 25.525,21 R$ 4.163,71 R$ 28.134,08
17 R$ 25.525,21 R$ 3.717,60 R$ 31.851,68
18 R$ 25.525,21 R$ 3.319,29 R$ 35.170,97
19 R$ 25.525,21 R$ 2.963,65 R$ 38.134,62
20 R$ 25.525,21 R$ 2.646,12 R$ 40.780,74
VPL R$ 40.780,74

Fonte: Autoria própria.

Além da equação 5, também é possível obter o VPL por uma fórmula


própria do Excel. Neste caso, basta adicionar à fórmula os fluxos de caixa de
cada período, a taxa de juros anual e o investimento inicial e então o VPL é
calculado automaticamente. Dessa forma, afim de confirmar o valor do VPL
obtido pela equação 5, calculou-se também o VPL por meio do Excel e depois,
comparou-se os dois valores, que tanto pela equação 5 quanto pelo Excel
resultou em R$ 40.780,74. Com isso, encontrou-se um VPL positivo, o que indica
que o projeto é economicamente viável.
68

5.4 Determinação da Taxa Interna de Retorno

Da mesma forma do VPL, a TIR também pode ser obtida pela equação 5
(isolando o i da equação e igualando-a zero) ou por uma fórmula específica da
TIR presente no Excel. Desse modo, com a finalidade de se obter um resultado
mais preciso escolheu-se calcular a TIR pelo Excel e para isso, foram
adicionados todos os fluxos de caixa e o investimento inicial à fórmula da TIR.
Com isso, após o período de 20 anos, encontrou-se uma TIR de 16%, indicando
assim a viabilidade econômica do projeto, pois a TIR obtida é superior a TMA.
Além disso, também foram verificados outros valores da TIR para períodos
inferiores a 20 anos, conforme mostra a tabela abaixo.

Tabela 5 – Viabilidade Econômica Segundo a Taxa Interna de Retorno.


Ano TIR Viabilidade Econômica
5 5% Inviável
10 11% Inviável
11 12% Indiferente
12 13% Viável
15 15% Viável
20 16% Viável
Fonte: Autoria própria.

Portanto, do ponto de vista da TIR, o projeto só se tornará viável


economicamente após o décimo primeiro ano e mesmo assim com uma pequena
rentabilidade, pois a diferença entre a TIR e a TMA no ano 12 é de apenas 1%.
Logo, só é possível afirmar, do ponto de vista da TIR, que o projeto possui
viabilidade econômica com rentabilidade considerável após 11 anos de
durabilidade do projeto.
69

5.5 Payback Simples

Como dito anteriormente no capítulo 2, o payback é o tempo necessário


para recuperação do capital investido e ele pode ser identificado no momento
em que ocorrer o ponto de equilíbrio, ou seja, o momento em que as receitas e
os custos mais as despesas se igualarem. Portanto, no momento do ponto de
equilíbrio o investimento inicial já terá sido recuperado por meio da economia
gerada com a utilização do gerador no horário de ponta e o fluxo de caixa
acumulado passará a ser positivo.
Sendo assim, identificou-se inicialmente o ponto de equilíbrio do sistema
proposto através do quadro 11, utilizando 10 anos como período base. Depois,
calculou-se o payback simples conforme a metodologia apresentada no capítulo
2. Desse modo, o tempo de recuperação do investimento inicial do sistema
proposto é 5,87 anos ou, de forma mais detalhada, 5 anos e 10 meses e 14 dias.

Quadro 11 – Determinação do Payback Simples.

Ano Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Acumulado


0 -R$ 149.878,38 -R$ 149.878,38
1 R$ 25.525,21 -R$ 124.353,18
2 R$ 25.525,21 -R$ 98.827,97
3 R$ 25.525,21 -R$ 73.302,77
4 R$ 25.525,21 -R$ 47.777,56
5 R$ 25.525,21 -R$ 22.252,36
6 R$ 25.525,21 R$ 3.272,85
7 R$ 25.525,21 R$ 28.798,06
8 R$ 25.525,21 R$ 54.323,26
9 R$ 25.525,21 R$ 79.848,47
10 R$ 25.525,21 R$ 105.373,68
5,87 anos ou 5 anos e 10
Payback Simples
meses e 14 dias.

Fonte: Autoria própria.


70

5.6 Payback Descontado

Com intuito de encontrar um valor de payback coerente com a realidade do


mercado financeiro e que considere a desvalorização do dinheiro ao longo do
tempo, calculou-se então o payback descontado de acordo com a metodologia
abordada anteriormente no capítulo 2.
Com isso, considerando 10 anos como o período de tempo máximo para o
retorno do investimento, calculou-se todos fluxos de caixa descontados a uma
TMA de 12% a.a. e os fluxos de caixa descontados acumulados, conforme
mostra o quadro 12.

Quadro 12 – Determinação do Payback Descontado.

Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa


Ano Fluxo de Caixa
Descontado Descontado Acumulado
0 -R$ 149.878,38 -R$ 149.878,38 -R$ 149.878,38
1 R$ 25.525,21 R$ 22.790,37 -R$ 127.088,01
2 R$ 25.525,21 R$ 20.348,54 -R$ 106.739,47
3 R$ 25.525,21 R$ 18.168,34 -R$ 88.571,13
4 R$ 25.525,21 R$ 16.221,73 -R$ 72.349,40
5 R$ 25.525,21 R$ 14.483,69 -R$ 57.865,71
6 R$ 25.525,21 R$ 12.931,87 -R$ 44.933,84
7 R$ 25.525,21 R$ 11.546,31 -R$ 33.387,54
8 R$ 25.525,21 R$ 10.309,20 -R$ 23.078,33
9 R$ 25.525,21 R$ 9.204,65 -R$ 13.873,69
10 R$ 25.525,21 R$ 8.218,43 -R$ 5.655,25
11 R$ 25.525,21 R$ 7.337,89 R$ 1.682,64
9,77 anos ou 9 anos e 9 meses e 8 dias,
Payback Descontado
aproximadamente.

Fonte: Autoria própria.

Assim, constatou-se que ao fim do décimo ano é estabelecido o ponto de


equilíbrio e que são necessários 9,77 anos, ou seja, 9 anos e 9 meses,
aproximadamente, para a recuperar o investimento inicial de R$ 149.878,38.
71

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve o propósito de apresentar uma alternativa viável


tanto tecnicamente quanto economicamente para redução dos custos do IFBA
com a energia elétrica, por meio da utilização de um grupo gerador a diesel.
Conforme visto, foram realizados estudos acerca das instalações elétricas
do IFBA, de sua modalidade tarifária e do seu perfil de consumo, de modo a
garantir que o grupo gerador selecionado fosse o mais apropriado para este
estudo de caso. Portanto, escolheu-se um grupo gerador com potência nominal
próxima ao maior valor da demanda registrada na instituição, pois assim tem-se
uma maior segurança e confiabilidade no sistema, já que as sobrecargas além
de serem prejudiciais ao grupo gerador e às instalações elétricas, só são
admitidas por curtos períodos de tempo. Além disso, o grupo gerador
selecionado é carenado e silencioso, pois assim facilita a sua instalação,
operação e manutenção já que por isso pode-se dispensar a construção de um
local abrigado com proteções acústicas e tanque para estocagem de
combustível, o qual geraria mais custos durante a análise econômica.
Para implantação de um grupo gerador em qualquer unidade consumidora
como a do IFBA, com a finalidade anteriormente citada, é necessário a
aprovação da COELBA, para isso o projeto deve atender às normas da
concessionária. Neste contexto, foram encontradas algumas dificuldades, dentre
elas está a necessidade da construção de uma nova subestação o que implicou
também na necessidade de aquisição de novos equipamentos, sendo alguns
deles custosos demais, como o disjuntor de potência. Como consequência disso,
o valor do investimento inicial da proposta foi demasiadamente elevado. No
entanto, da perspectiva técnica esse obstáculo é facilmente contornado, desde
que a subestação do IFBA deixe de ser ao tempo e passe a ser abrigada, com
medição e proteção em média tensão.
Para análise econômica, foram considerados praticamente todos os custos
envolvidos na instalação e operação do grupo gerador com intuito de maximizar
a confiabilidade do estudo da viabilidade econômica. É importante salientar que
todos os custos levantados condizem com os preços atuais encontrados no
mercado, pois a maioria deles foram obtidos por meio de empresas fornecedoras
de equipamentos e serviços.
72

De posse do preço do kWh obtido pelo gerador foi realizado uma simulação
tarifária considerando a aplicação do grupo gerador durante o horário de ponta,
e em seguida, comparou-se a tarifa simulada com a tarifa da condição atual.
Com isso, verificou-se uma economia anual de R$ 25.525,21, já evidenciando a
atratividade financeira do emprego do grupo gerador no horário de ponta.
Contudo, para confirmar a viabilidade econômica da proposta determinou-
se alguns indicadores financeiros, os quais foram calculados com base na
economia anual estimada. Assim, encontrou-se um VPL positivo a partir do
décimo primeiro ano de durabilidade do projeto, indicando assim a viabilidade
econômica da proposta a partir deste período. Porém, do ponto de vista da TIR,
é indiferente investir ou não no projeto até este período, pois de acordo com a
TIR o investimento só terá rentabilidade após 11 anos. Portanto, o tempo de
recuperação do investimento é 9,77 anos, mas somente depois de 11 anos que
o projeto começará a ser rentável, ou seja, a partir do décimo segundo ano será
economicamente viável a proposta apresentada.
Como tanto o Payback quanto a TIR demandaram longos períodos de
tempo para tornar o projeto viável e ainda assim com uma rentabilidade pouco
atrativa, recomenda-se que outras alternativas de investimento para a redução
dos custos do IFBA com a energia elétrica sejam avaliadas a fim de se encontrar
a melhor solução. Apesar disso, conclui-se que os objetivos definidos e os
resultados esperados para este trabalho foram alcançados, pois tanto da
perspectiva técnica quanto econômica o sistema proposto mostrou-se viável.
Como trabalhos futuros, sugere-se o desenvolvimento de um estudo de
caso semelhante a este, mas que considere o aumento da demanda energética
do Campus em decorrência da futura climatização das salas de aula. Além disso,
sugere-se um estudo de viabilidade técnica e econômica relacionada a utilização
do biodiesel no lugar do diesel convencional para este estudo de caso.
73

REFERÊNCIAS

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http://www.aneel.gov.br/bandeiras-tarifarias. Acesso em: 20 out. 2019.

ANEEL. Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema


Elétrico Nacional: PRODIST. 2018. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/documents/656827/14866914/M%C3%B3dulo1_Revi
s%C3%A3o10/f6c63d9a-62e9-af35-591e-5fb020b84c13>. Acesso em: 9 set.
2019.

ANEEL. Regulação Normativa nº 414 de setembro de 2010. Disponível em:


http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf. Acesso em: 25 jan. 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DO PETROLÉO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS,


ANP. Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis 2019. Disponível em: <Http://www.anp.gov.br/publicacoes
/anuario-estatistico/5237-anuario-estatistic2019#Se%C3%A7%C3%A3o%203>.
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AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS.


Sistema de Levantamento de Preços. Disponível em:< http://preco.anp.gov.
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ARAÚJO, Francisco Jadilson Santos. Análise das Instalações Elétrica do


IFBA – Campus de Paulo Afonso e Adequação às Normas Vigentes. 2016.
59 f. Trabalho de Conclusão de Curso - Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia da Bahia, Paulo Afonso. 2016.

ASANO, Alexandre Massayuki. Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica


da Utilização de Geração Diesel no Horário de Ponta. 2015. 57 f. Trabalho de
Conclusão de Curso - Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISSO 8528-1:


Grupos geradores de corrente alternada, acionados por motores
alternativos de combustão interna. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14039:


instalações elétricas de média tensão 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro, 2004.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Calculadora do Cidadão. Disponível em: <


https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/corrigirPorIndice.do?method=co
rrigirPorIndice#>. Acesso em 15 out. 2019.

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CHAPMAN, Stephen J. Fundamentos de Máquinas Elétricas. 5 ed. Porto


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CUMMINS POWER GENERATOR. Manual de Aplicações para Grupos


Geradores Arrefecidos a Água. 2011. Manual de Aplicação. Disponível em
<http://www.cumminspower.com. > Acesso em 15 de junho de 2019.

COELBA. SM04.08-00.005: Paralelismo Momentâneo de Gerador com o


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NOCERA, A. D.; GOMES, G.; PEREIRA, V. C. Análise da Viabilidade Técnica


e Financeira da Implantação do Gerador a Diesel no Horário de Ponta em
um Hospital de Curitiba. 2015. 96 f. Trabalho de Conclusão de Curso -
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MAMEDE FILHO, João; MAMEDE, Daniel Ribeiro. Proteção de Sistemas


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tomada de decisão em projetos industriais. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2015.
75

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Município, Paulo Afonso, 15 f. 2013.

PEREIRA, R. H.; BRAGA, S. L.; BRAGA, C. V. M. Geração Distribuída de


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In: 3°Congresso de Petróleo e Gás. 3., 2005, Salvador.

PEREIRA, JOSÉ; C. Motores e geradores: princípios de funcionamento,


instalação, operação e manutenção de grupos diesel geradores. 2009.
Disponível em: http://www.mecanica.ufrgs.br/mmotor/apostila.pdf. Acesso em:
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REIS, Lineu Bélico dos. Geração de Energia Elétrica. 2 ed. São Paulo: Manole,
2011.

RIBEIRO, V.R.R.; CRUZ, A.F.S. Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica


para Implantação de Grupo Gerador. In: Seminário Estudantil de Produção
Acadêmica, 7., 2017, Salvador.

SANVICENTE, Antônio Zoratto. Administração Financeira. 3 ed. São Paulo:


Atlas, 2014.

UMANS, Stephen D. Máquinas elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7 ed. Porto


Alegre: Editora Bookman AMGH LTDA, 2014.
76

ANEXO A – Catálogo do Grupo Gerador

Gerador Diesel
Gerador MGD170.60
Rev.01

1. Gerador 170 kVA - 60Hz

POWERED BY

2. Informações Técnicas

Especificações do Gerador Unidade Descrições


Classe de Regulação ISO8528 Parte 1, Classe G2
Frequência Hz 60
Fator de Potência 0,8
Tensão Trifásica Vca 220 / 127 - 380 / 220 - 440 / 254
Regime de Operação Stand-By Prime COP
Potência no Regime de Operação kVA / kW 170 / 136 150 / 120 120 / 96
Tanque de Combustível RemovÍvel na base de 200 litros
Consumo ± 5% l/h 38,9 35,4 31,2
Autonomia do Tanque de Combustível h 5,1 5,6 6,4
Bateria 12V - 100A/h - 760CCA

Especificações do Motor Unidade Descrição


Modelo Série 12-4.12TCAG1
Fabricante MWM
Aplicação Estacionário
Rotação rpm 1800
Configuração 04 Tempos / 04 Cilindros em linha
Diâmetro x Curso mm 105 x 137
Tipo de Aspiração / Sistema de Injeção Turbo Aftercooler / Mecânica Direta
Capacidade Volumétrica l 4,8
Taxa de Compressão 16,9 : 1
Alternador do Carregamento de Bateria A 90
Especificação de Motor de Partida Vcc - kW 12 - 3,3
Sistema de Refrigeração Água + Ar + Sistema de Ventilação Soprante
Cap. Total do Líquido Refrigerante l 18
Especificação do Líquido Refrigerante MWM PN: MM100567 Anticongelante - Diluição 50% (SAE J814 / NBR 13705)
Especificação de óleo Lubrificante SAE 15W40 / API CI-4 / ACEA E7-08
Cap.de lts de óleo Lubrificante com filtro l 10
Interv. para Subst. do filtro de óleo lub. h 250
Especificação do Tipo de Combustível S500
Filtro de Combustível Pré-Filtro Principal
Especificacão do filtro de combustível N/A 85% p/ Partículas > 7µm + 95% p/ Água
Interv.para Subst.do filtro de combustível h 250
Resistência de Pré Aquecimento 1000W - Aplicável apenas para geradores automáticos

Este documento é de propriedade da MWM Geradores, portanto, não podera ser reproduzido total ou parcial, nem retransmitido sem autorização prévia.
Todos os direitos reservados.
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77

Gerador Diesel
Gerador MGD170.60

Especificações do Alternador Descrições


Tipo Brushless
Excitação Com Bobina Auxiliar
Regulador de Tensão Eletrônico incorporado com resposta inferior a 0,5s e regulação de
tensão de 0,5%
Grau de Proteção IP21
Classe de Isolação 180°C (Classe H)
Distorção Harmônica sem Carga < 5%
Corrente de Curto Circuito 3x IN durante o período de 10 s
Numero de Terminais 12
Caixa de Ligação Conectável em 3 Tensões
Mancal Único
Refrigeração Ar
Forma Construtiva BT15
Passo do Enrolamento Encurtado de 2/3
Pintura Industrial Resistente a Salinidade com Concentração de Sal =< 1 g/m3

Especificações do Painel de Unidade Descrições


Comando
Tipo Manual Automático
DEEP SEA
Singelo Sem Rampa DS4520
DEEP SEA
Singelo com Rampa DS8620
DEEP SEA
Paralelo Sem Rampa DS8610 +
DS333
DEEP SEA
Paralelo com Rampa DS8610 +
DS8660
Tensão Trifásica Vca 220 / 127 - 380 / 220 - 440 / 254
Grau de Proteção IP-54
Dimensões (H x L x P) mm 1200 x 600 x
255
Proteção Disjuntor manual termomagnético - tripolar fixo
Conexão para Paralelismo entre Geradores Disjuntor
Motorizado
Carregador de Baterias Não Sim

Especificações de Montagem Unidade Descrições


Tipo Aberto Carenado
Sistema de Escape Industrial de 4" com Segmento Hospitalar de 4" com Segmento
Elástico Elástico
Largura (L) mm 1150 1150
Comprimento (C) mm 2675 3116
Altura (H) mm 1584 1866
Peso vazio kg 1275 1602
Pintura Pintura a pó em epóxi (base na cor preta e carenagem na cor
azul)
Tipo de Pintura Texturizada
Resistência a Salt Spray Mínimo 500h (sobre chapa fosfatizada)
1,5 m 103 85
Níveis de Ruídos 7,0 m dB(A) 98 75
78

ANEXO B – Orçamento do Grupo Gerador


79
80
81
82

ANEXO C – Orçamento dos Equipamentos

Veja mais em: https://bit.ly/2OVWKZb


Empresa IFBA CAMPUS PAULO AFONSO
Contato BRUNA GALVÃO 22/08/2019 Proposta 1285/2019
Telefone (75) 3282-5559 Vendedor Tatiana
E-mail bglessa14@gmail.com tatiana@mediatensao.com.br

PROPOSTA PARA FORNECIMENTO DE DISJUNTORES

ITEM DESCRIÇÕES DOS PRODUTOS Qtd Und Vr. Unit. Vr. Total
1 DISJUNTOR TRIPOLAR ISOLAÇÃO EM SF6, CONFORME ABAIXO 1 pç R$ 14.600,00 R$ 14.600,00

MARCA Modelo do Equipamento

Acionamento

Classe de Tensão Corrente Corrente de Curto

Tensão Secundária Acessórios

2 Transformador de Corrente - Classe 15Kv - Exatidão 10B100 - 600/5A 1 pç R$ 989,00 R$ 989,00


3 Transformador de Potencial em Epóxi - Tensão Primária 13.800v - Tensão Secundária 230/115v - 500Va 1 pç R$ 1.490,00 R$ 1.490,00
4 Disjuntor em Caixa Moldada 600A 1 pç R$ 1.348,90 R$ 1.348,90

ISENTO DE IPI
TOTAL R$ 18.427,90

Condições de Fornecimento:
* Proposta válida por 10 dias.
* Prazo de entrega em até 10 dias úteis, caso este prazo não lhe atenda nos informe.
* Pagamento 28 ddl , para outros prazos de pagamento consultem nossos vendedores.
* Equipamento posto obra ou transportadora (frete FOB)na Capital/Grande São Paulo, será despachado embalado em engradado de madeira.

Substituição Tributária
De acordo com o Decreto 52921/08 – Portaria CAT nº 30 que introduziu a Substituição Tributária nas classificações fiscais de materiais de construção dentro do Estado de São
Paulo, o ICMS foi cobrado antecipadamente por substituição tributária, portanto não haverá destaque de ICMS em itens com classificação fiscal;NCM enquadrados na
Substituição Tributária.
Clientes fora do Estado de São Paulo: ICMS será destacado em nota fiscal conforme enquadramento do cliente no RICMS.

MÉDIA TENSÃO - O MAIOR CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS ELÉTRICOS DE 15 A 36kV


RUA GUILHERME LINO DOS SANTOS, 1384 - CEP: 07190-010 - GUARULHOS - SP
83

https://bit.ly/2lu2k6Z

Empresa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Proposta nº 2765/2019


:
Contato: BRUNA GALVÃO LESSA Data: 24/09/2019
Telefone: 75 - 32825559 Vendedor(a) Adriana
E-mail: bglessa14@gmail.com adriana@mediatensao.com.
br
Conforme vossa solicitação estamos lhe enviando nosso orçamento para o fornecimento dos itens abaixo, conforme
condições a saber:

ITEM DESCRIÇÕES DOS PRODUTOS Qtd Und Vr. Unitário Vr. Total
1 1 R$ 569,25 R$ 569,25
1x - Tela de Proteção 1,50 x 1,50m malha 25mm²
para cubículo em alvenaria
2 1 R$ 68,00 R$ 68,00
1x - Isolador Pedestal em Epoxi Rosca Base Rosca
Topo 15kV
1x - Chave seccionadora tripolar, 15Kv - 600A
3 1 R$ 1.672,00 R$ 1.672,00
Abertura SEM Carga, Uso Abrigado ( chave abertura

em carga, pois coelba não aceita sem carga )


4 1 R$ 985,00 R$ 985,00
1x - Bucha de Passagem Interna / Externa 15 KV
600A Porcelana
5

** CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO TOTAL R$ 3.294,25


1) Preços válidos por 5 dias. 2) Entrega (valores acima de R$ 1.000,00): A combinar (FOB) na Capital ou Grande SP.
3) Formas de Pagamento: ● Acima de R$ 300,00 faturado a 28 DDL para clientes. Para novos clientes o faturamento mínimo é de
R$ 500,00.
● Á vista, depósito bancário ou através de cartões de débito e crédito. Vendas a prazo estão sujeita a aprovação cadastral.
● Caso necessite de outro prazo de pagamento consulte nossos vendedores.
● Pagamento a prazo por depósito bancário (Itaú, Bradesco e Brasil) apenas para valores acima de R$ 2.000,00.

** SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA, DIFERERENCIAL DE ALÍQUOTA E IMPOSTOS


* De acordo com o Decreto 52921/08 – Portaria CAT nº 30 o ICMS foi cobrado antecipadamente por substituição tributária, portanto
não haverá destaque
de ICMS em itens com classificação fiscal;NCM enquadrados na Substituição Tributária.
* Clientes fora do Estado de São Paulo: ICMS será destacado em nota fiscal conforme enquadramento do cliente no RICMS.
* Caso sejam criados novos impostos, taxas ou decretos governamentais publicados após a emissão desta proposta e que
alterem direta ou indiretamente os valores desta proposta os preços deverão ser renegociados com nossa equipe de vendas
para evitar desequilíbrio financeiro.
Desde já agradecemos e estamos a disposição para eventuais informações e/ou
negociações. Depto. De Vendas Média Tensão
MT COMERCIAL ELÉTRICA - MÉDIA TENSÃO
RUA GUILHERME LINO DOS SANTOS, 1384 - CEP: 07190-010 -
GUARULHOS - SP
84

Cotação.: 3.376/19 Data.: 16/08/2019

AT.: Sr(a) BRUNA GALVÃO


E-MAIL: bglessa14@gmail.com

Referente.: Solicitação de Cotação via E-mail


Agradecemos sua consulta e informamos preços e demais condições para fornecimento dos materiais abaixo.:
Item Qtde Descrição Modelo Preço Unit R$ ICMS IPI

001 001 RELÉ DE PROTEÇÃO NUMÉRICO URP 6000 72...250Vca/353Vcc 5A 9.400,00 05%
37/50/51/51V/51C/ RS485 NA 50/60Hz incluso a incluir
50N/51N/51GS/50Q/
51Q/46/67/67N/67GS/ NCM : 85364900
32/59/59N/64G/27/27-0/ Cód. Int.: 950092329
47/48/81/25/74/78/86/62BF(50BF/51BF)/98

PRAZOS DE ENTRE (para pedidos colocados em até 02 dias útéis da data deste orçamento).:
ITEM.: 001 - 028 DIAS

OBSERVAÇÕES.
* .......................: Para revenda incluir Substituição Tributaria / para consumo incluir Difal (se aplicavel para seu
estado, o ramo desejado precisa constar em seu SINTEGRA)
* .......................: Para atender a legislação do ICMS, é imprescindivel destacar em seu pedido de compra o uso
do material (consumo, industrialização ou revenda). Caso não seja destacado ocorrerá atraso na
entrega dos materiais
* Pagamento.: Antecipado / Sujeito a analise de credito
* Transporte.: FOB Pextron ou informar transportadora (exceto Sedex).
* Validade.: Preço.: 30 dias / Demais condições.: 14 dias .
* Prazo de entrega.: O prazo de entrega estipulado neste orçamento não é válido para pedidos com cláusula de multa.
* Garantia do 24 meses contados a partir da data de emissão da NF de venda.
Produto...:
* Banco.................: Deposito no Bco do Brasil - Ag.: 0722-6 - C/C.: 07866-2.
* Caracterist. Consultar os Manuais do Produto.
Técnicas.:
* Não Faturamos no Último dia Útil do Mês
Faturamento...........:

Instaladores/Montadores, Revenda e Prestadores de Serviços, solicitem melhores condições comerciais através do


e-mail.: vendas1@pextron.com.br com Joice Manoela

Atenciosamente

Departamento de Vendas
85

ANEXO D

CUSTO UNITÁRIO BÁSICO - CONSTRUÇÃO CIVIL (NBR 12.721:2006 - CUB 2006)


MÊS: SETEMBRO ANO: 2019

Os valores abaixo referem-se aos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de acordo com a Lei Fed. nº. 4.591,
de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR 12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são correspondentes ao mês de
SETEMBRO/2019.
"Estes custos unitários foram calculados conforme disposto na ABNT NBR 12.721:2006, com base em novos projetos, novos memoriais
descritivos e novos critérios de orçamentação e, portanto, constituem nova série histórica de custos unitários, não comparáveis com a anterior,
com a designação de CUB/2006".
"Na formação destes custos unitários básicos não foram considerados os seguintes itens, que devem ser levados em conta na
determinação dos preços por metro quadrado de construção, de acordo com o estabelecido no projeto e especificações correspondentes a cada
caso particular: fundações, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lençol freático; elevador(es); equipamentos e
instalações, tais como: fogões, aquecedores, bombas de recalque, incineração, ar-condicionado, calefação, ventilação e exaustão, outros;
playground (quando não classificado como área construída); obras e serviços complementares; urbanização, recreação (piscinas, campos de
esporte), ajardinamento, instalação e regulamentação do condomínio; e outros serviços (que devem ser discriminados no Anexo A - quadro III);
impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos: projetos arquitetônicos, projeto estrutural, projeto de instalação, projetos especiais;
remuneração do construtor; remuneração do incorporador."
Valores em R$/m2
PROJETOS - PADRÃO RESIDENCIAIS
R-1 - Residencial / 1 Pavimento PP-4 - Prédio Popular / 4 Pavimentos PIS - Projeto Interesse Social
R-8 - Residencial / 8 Pavimentos
R-16 - Residencial / 16 Pavimentos

PADRÃO BAIXO PADRÃO NORMAL PADRÃO ALTO


Tipo R$ Variação Tipo R$ Variação Tipo R$ Variação
R-1 1.530,49 0,47% R-1 1.816,18 0,44% R-1 2.153,08 0,38%
PP-4 1.303,02 0,06% PP-4 1.717,33 0,47% R-8 1.716,44 0,29%
R-8 1.235,03 -0,07% R-8 1.445,32 0,14% R-16 1.807,90 -0,19%
PIS 968,16 0,45% R-16 1.388,97 0,14%

PROJETOS - PADRÃO COMERCIAIS


CAL-8 - Comercial Andares Livres / 8 Pavimentos CSL-8 - Comercial Salas e Lojas / 8 Pavimentos
CSL-16 - Comercial Salas e Lojas / 16 Pavimentos

PADRÃO NORMAL PADRÃO ALTO


Tipo R$ Variação Tipo R$ Variação
CAL-8 1.650,59 0,06% CAL-8 1.744,55 0,15%
CSL-8 1.434,02 -0,03% CSL-8 1.545,42 0,09%
CSL-16 1.898,62 -0,06% CSL-16 2.045,97 0,05%

PROJETOS - PADRÃO GALPÃO INDUSTRIAL (GI) E RESIDÊNCIA POPULAR (RP1Q)

Tipo R$ Variação Tipo R$ Variação


GI 784,23 -0,32% RP1Q 1.459,37 -0,10%

Variação do CUB/m² - Projeto-padrão R8-N

6
Projeto-Padrão R8- Setembro/2019)
5 Variação em Setembro/2019 =0,14 %
4
Nº Índice = 203,54 (base fev/07=100)
variação%

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
-1

-2

2015 2016 2017 2018 2019

Nota Técnica - Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m2)

Tendo em vista a publicação da NBR 12.721:2006, os Custos Unitários Básicos por metro quadrado de construção passaram, a partir do CUB de fevereiro/07, a
ser calculados tendo como base um lote de insumos mais atualizado, condizentes com os padrões atuais de construção das edificações, além de novos projetos-
padrão. Assim, cumprindo a determinação do artigo 54 da Lei 4.591/64, o Sinduscon-BA está processando o cálculo do CUB/m² utilizando esta nova metodologia
(NBR 12.721:2006). Essa atualização alterou os valores absolutos dos Custos Unitários por metro quadrado de construção, obtidos a partir da antiga NBR
12.721:1999 invalidando, portanto, a comparação direta dos Custos Unitários obtidos a partir da NBR 12.721:2006 com aqueles obtidos com base na NBR
vigente até janeiro/2007 (NBR12.721:1999).
Ressalta-se que, especificamente para as empresas que tenham necessidade de utilizar os valores absolutos do CUB/m² com os parâmetros da antiga NBR
12.721:1999, torna-se importante o contato com o Sinduscon-BA, pelo telefone (71) 3616-6000, para respectiva orientação e esclarecimento. As empresas e
demais usuários dos Custos Unitários Básicos que tenham atualmente contratos reajustados pelo referido indicador, poderão providenciar as devidas
alterações/adaptações em seus contratos resultantes da mudança metodológica na série histórica dos valores, verificando dentre os novos custos unitários
divulgados, o que mais se adapta à realidade de seus contratos.

SINDUSCON-BA - Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia


Endereço : Rua Minas Gerais , Pituba, CEP: 41830-020, Salvador-BA.
Telefone: (71) 3616-6011 • E-mail: dados@sinduscon-ba.com.br
86

ANEXO E
87

ANEXO F

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