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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
RETIFICADORES MULTI-PULSOS
FORTALEZA
2019
LUÍS EDUARDO POMPEU DE SOUSA BRASIL HÁTERAS
RETIFICADORES MULTI-PULSOS
FORTALEZA
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
RETIFICADORES MULTI-PULSOS
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pais, Carmen e Junior, por todo o investimento em minha formação, pelo
apoio e compreensão às minhas decisões e pelo carinho a mim dedicado.
Ao meu irmão, Frederico, pelo companheirismo, amizade e respeito os quais desejo
que se prolonguem por toda nossa vida.
Às minhas avós, Vanda Tahim e Clara Masih, e ao meu avô, José Háteras, pelo amor
e suporte.
Ao Prof. Dr. Demercil de Souza Oliveira Júnior pela orientação, respeito e paciência
ao tirar minhas dúvidas ao longo deste trabalho. Aos professores Dr. Ricardo Silva Thé Pontes e
Dr. Domenico Sgrò pelas importantes sugestões e críticas realizadas.
Aos meus amigos e companheiros do curso de Engenharia Elétrica por todos os
momentos bons e ruins que passamos juntos dentro e fora da universidade.
Ao Dr. Ednardo Moreira Rodrigues e ao engenheiro eletricista Alan Batista de
Oliveira pela adequação do template em Latex utilizado neste trabalho para que o mesmo ficasse
de acordo com as normas da biblioteca da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Aos colegas da ENEL Distribuição Ceará que me deram a oportunidade de lá estagiar,
conferindo-me uma rica oportunidade de aprendizado e desenvolvimento profissional. Ao meu
supervisor direto, Prof. MSc. Eudes Barbosa de Medeiros, o qual sempre se mostrou bastante
solícito ao sanar minhas dúvidas, compreensivo nos momentos que precisei me ausentar mais
cedo para realizar alguma atividade da faculdade e com quem pude também desfrutar de ricas
discussões. À engenheira Ana Lúcia Gondim Colaço, a qual pacientemente me auxiliou na
maioria das atividades ao longo do estágio, ao gestor da área, Marcelo Costa Palácio de Queiroz,
pela confiança e oportunidade conferida, aos demais colegas, Móriton, Naira, Kátia, Delano,
Marcos Oriano e, aos estagiários, Caio, Kleber, David, Pedro, Alex, Rodrigo e Júlio, pela
disponibilidade e apoio concedidos.
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,
mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
aquilo que todo mundo vê.”
(Arthur Schopenhauer)
RESUMO
In order to reduce the impacts on the quality of the energy supply due to harmonics produced by
nonlinear loads, it is proposed a study on multi-pulse rectifiers that are associations of six-pulse
AC-DC converter units which are offset by an appropriate phase angle to eliminate characteristic
harmonics. In this work, a comparative study of the 6, 12 and 18 pulse rectifier topologies was
performed in relation to the harmonic distortion caused in the system input current, the power
factor seen by the network, the percentage of the transformer utilization used for the displacement
angle between the converter units, the influence of line inductances on the rectification process
and the variation of the effective ripple voltage on the load, which was considered to be strongly
inductive. In the end, the results were generalized to a generic p pulse rectifier, where p is a
multiple of six. Thus, as the number of pulses increases, it can be concluded that there are a
reduction in total harmonic distortion of the current, improvement in power factor, reduction in
the ripple voltage, decrease in apparent power seen by the transformer primary and a significant
attenuation of the equivalent power required when using an autotransformer.
Figura 1 – Formas de onda da corrente (I) e da tensão (V) de uma carga linear . . . . . 23
Figura 2 – Formas de onda da corrente (I) e da tensão (V) de uma carga não-linear . . . 24
Figura 3 – Representação de uma forma de onda distorcida . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 4 – Sistema elétrico simplificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 5 – Retificador de seis pulsos conectado ao transformador ∆/Y . . . . . . . . . 35
Figura 6 – Tensão de saída (Vo ) do retificador de seis pulsos com α = 0◦ . . . . . . . . 35
Figura 7 – Tensão de saída do retificador de 6 pulsos variando o ângulo de disparo dos
tiristores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 8 – Relações dos valores da tensão eficaz, média e ondulação na saída do retifica-
dor de seis pulsos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 9 – Formas de onda das correntes no retificador de seis pulsos . . . . . . . . . . 41
Figura 10 – Distorção harmônica total da corrente com o ângulo de disparo dos tiristores
para retificadores de multi-pulsos com filtro LC na saída . . . . . . . . . . . 43
Figura 11 – Transferência de corrente entre dois tiristores durante intervalo de comutação 44
Figura 12 – Retificador de seis pulsos com presença de indutâncias de linha . . . . . . . 45
Figura 13 – Tensão de saída do retificador de 6 pulsos com indutâncias de linha . . . . . 46
Figura 14 – Influência das indutâncias sobre o índice de distorção harmônica total da
corrente no retificador de seis pulsos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 15 – Configuração de um retificador de seis pulsos com carga capacitiva . . . . . 47
Figura 16 – Formas de onda da tensão e corrente de saída do conversor de seis pulsos . . 47
Figura 17 – Variação da distorção harmônica total com a resistência da carga (L = 300µH
e α = 0◦ ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 18 – Variação da distorção harmônica total da corrente de entrada e do fator de
potência com a indutância de linha (α = 0◦ ) . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 19 – Retificador de 12 pulsos com transformador delta-estrela . . . . . . . . . . 52
Figura 20 – Diagrama das tensões nos enrolamentos em delta e estrela no secundário do
transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 21 – Tensão de saída do agrupamento em delta (vo∆ ), estrela (voY ) e da saída do
retificador (vo ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 22 – Formas de onda da tensão CC do retificador de doze pulsos variando o ângulo
de disparo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 23 – Relações dos valores da tensão eficaz, média e ondulação na saída do retifica-
dor de doze pulsos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 24 – Representação das conexões nos enrolamentos ∆ −Y − ∆ do transformador
trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 25 – Formas de onda das correntes no retificador de doze pulsos . . . . . . . . . 56
Figura 26 – Conexão dos enrolamentos na configuração zigzag e o diagrama de fase . . 60
Figura 27 – Esquemático e diagrama conexão delta-polígono genérico . . . . . . . . . . 62
Figura 28 – Posicionamento indicado para os tap’s do autotransformador . . . . . . . . 64
Figura 29 – Autotransformador delta-diferencial com deslocamento de fase de 30◦ . . . 64
Figura 30 – Diagrama do delta-diferencial com deslocamento de fase de 30◦ . . . . . . . 65
Figura 31 – Autotransformador polígono-conectado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Figura 32 – Tensão de saída do retificador de 12 pulsos com indutâncias de linha . . . . 67
Figura 33 – Influência das indutâncias sobre o índice de distorção harmônica total da
corrente no retificador de doze pulsos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Figura 34 – Retificador de 18 pulsos com transformador ∆/Z − Z − Z . . . . . . . . . . 70
Figura 35 – Diagrama de fase dos enrolamentos zig-zag no secundário do transformador 71
Figura 36 – Tensão de saída do retificador de dezoito pulsos com α = 0◦ . . . . . . . . 71
Figura 37 – Relações dos valores da tensão eficaz, média e ondulação na saída do retifica-
dor de dezoito pulsos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 38 – Representação fasorial das correntes de linha em um retificador genérico . . 74
Figura 39 – Formas de onda das correntes no retificador de dezoito pulsos . . . . . . . . 75
Figura 40 – Distorção harmônica total da corrente para retificadores multi-pulsos . . . . 77
Figura 41 – Fator de potência para retificadores multi-pulsos com α = 0◦ . . . . . . . . 78
Figura 42 – Potência aparente vista pelo primário para retificadores multi-pulsos com
α = 0◦ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 43 – Tensão de saída do retificador de 18 pulsos com indutâncias de linha . . . . 81
Figura 44 – Influência das indutâncias sobre o índice de distorção harmônica total da
corrente no retificador de dezoito pulsos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
LISTA DE TABELAS
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
CCAT Corrente Contínua em Alta Tensão
DFP Fator de Potência de Deslocamento
DHI Distorção Harmônica Individual
DHT Distorção Harmônica Total
DHTE Distorção Harmônica Total Efetiva
FC Fator de Crista
FD Fator de Distorção
FF Fator de Forma
FP Fator de Potência
FR Fator de Ondulação
HVDC High-Voltage Direct Current
IPT Interphase Transformer
TDD Taxa de Distorção da Demanda
LISTA DE SÍMBOLOS
a Relação de transformação
C Capacitância
f Frequência
h Ordem harmônica
L Indutância
P Potência ativa
p Número de pulsos
Q Potência reativa
R Resistência elétrica
S Potência aparente
t Tempo
u Ângulo de comutação
Vo Tensão na carga
w Frequência angular
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 Contextualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.4 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.5 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.6 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 HARMÔNICOS EM SISTEMAS ELÉTRICOS . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Tipos de cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1.1 Cargas lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.2 Cargas não-lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.3 Fluxo de correntes harmônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2 Cálculos de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2.1 Valor médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2.2 Valor eficaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.3 Potência aparente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.4 Fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3 Indicadores de distorção harmônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.3.1 Distorção harmônica total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.3.2 Taxa de distorção da demanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.3.3 Distorção harmônica individual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3.4 Fator de forma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.3.5 Fator de crista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.3.6 Fator de ondulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.4 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3 RETIFICADOR DE SEIS PULSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.1 Princípio de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2 Operação com cargas indutivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2.1 Tensão na carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.2.2 Corrente de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.2.3 Distorção harmônica total, fator de potência e parâmetros de performance 42
3.2.4 Utilização do transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2.5 Influência das indutâncias de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.3 Operação com cargas capacitivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.4 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4 RETIFICADOR DE DOZE PULSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.1 Princípio de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2 Operação com cargas indutivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2.1 Tensão na carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.2.2 Corrente de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.2.3 Distorção harmônica total, fator de potência e parâmetros de performance 57
4.2.4 Utilização do transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.2.4.1 Conexão zig-zag . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.2.4.2 Conexão polígono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4.2.4.3 Conexão delta-diferencial plana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2.5 Influência das indutâncias de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.3 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5 RETIFICADOR DE DEZOITO PULSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.1 Princípio de funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.2 Operação com cargas indutivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.2.1 Tensão na carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.2.2 Corrente de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.2.3 Distorção harmônica total, fator de potência e parâmetros de performance 76
5.2.4 Utilização do transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.2.5 Influência das indutâncias de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
5.3 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
6 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . 84
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Em uma sociedade cada vez mais dependente da energia elétrica para realização de
suas atividades, é natural que haja uma maior preocupação com relação à qualidade da energia
elétrica consumida. Com a evolução tecnológica, a globalização e o aumento da competitividade,
os prejuízos causados por distúrbios elétricos se tornaram críticos para diversos segmentos
industriais com processos contínuos, tendo como consequências perdas de produtividade, prazos,
matérias-primas e equipamentos (ALMEIDA et al., 2003). Nesse contexto, esforços tem sido
efetuados por parte das concessionárias e agências reguladoras com o intuito de fornecer energia
elétrica com parâmetros adequados e taxar os clientes que infligirem as normas estabelecidas de
controle de qualidade do sistema.
No entanto, com o crescimento das cargas eletrônicas, as quais são as principais
causadoras e vítimas das distorções elétricas (ALMEIDA et al., 2003), tem-se alterado o perfil
das cargas do sistema, se aproximando cada vez mais de uma característica não-linear, sendo essa
ainda mais significativa no setor residencial, o qual gradualmente vai se inserindo junto ao setor
industrial e comercial como fonte de correntes harmônicas (ROSA, 2006). Estas constituem um
problema comum nas indústrias devido a utilização de dispositivos comutadores, ferromagnéticos
ou à arco elétrico. Além disso, alguns processos industriais exigem que a alimentação seja em
corrente contínua, necessitando de conversores de potência CA-CC, que injetam harmônicos na
rede.
Ao utilizar um retificador trifásico controlado de onda completa de seis pulsos,
injeta-se uma quantidade elevada de harmônicos na corrente, deteriorando sua forma de onda
senoidal e potencialmente afetando a qualidade do fornecimento para os demais consumidores
conectados ao mesmo barramento. Desse modo, diversas técnicas foram desenvolvidas com o
intuito de minimizar esses impactos. Para este trabalho, emprega-se a técnica de retificadores
multi-pulsos que consiste na associação de conversores de potência de seis pulsos conectados por
meio de transformadores defasadores com o objetivo de eliminar as harmônicas características.
17
1.2 Aplicações
• Sistemas de transmissão de corrente contínua em alta tensão (CCAT) (do inglês high-
voltage direct current (HVDC)): com o desenvolvimento da eletrônica de potência, essa
modalidade de transmissão vem ganhando destaque devido à redução dos custos em longas
distâncias e de menores perdas elétricas em comparação com sistemas equivalentes de
transmissão em corrente alternada (KIM et al., 2009). Além disso, não há necessidade
de três fases e nem sofre com o efeito pelicular (do inglês skin effect). Para sua imple-
mentação, utilizam-se normalmente retificadores de 12 pulsos com o objetivo de suprimir
adequadamente as ondulações (ripple) após a conversão e minimizar o espectro harmônico
do sistema. Há ainda outras topologias de ordens elevadas que empregam arranjos de 24
pulsos e 48 pulsos de modo a facilitar a manipulação do conteúdo harmônico remanescente
(ACHA et al., 2002).
• Processos eletroquímicos: na eletroextração, aplicam-se níveis significativos de corrente
contínua nas células eletrolíticas com a finalidade de recuperar os metais em solução
aquosa (FRANCO; BARROS, 2016). Esse procedimento pode ser realizado a partir de
conversores de 12 pulsos formados pela associação em paralelo de retificadores de 6 pulsos
(BROWN, 1989) com a finalidade de maximizar a produção de cobre (FUENTES et al.,
2015). Além da eletroextração, os retificadores multi-pulsos são aplicados em processos
de eletrólise em larga escala, como do alumínio, o qual há estudo comparando topologias
de 12 pulsos e 84 pulsos (ZHIHENG et al., 2014).
• Conceito More Electric Aircraft: com o intuito de diminuir o peso do avião e permitir
um ganho em eficiência (VITOI, 2018), esse conceito está se desenvolvendo na indústria
aeronáutica de modo que alguns subsistemas da aeronave serão alimentados por energia
elétrica invés de energia mecânica, hidráulica e pneumática (TAHA, 2017). Para isso, o
sistema deve ser confiável, de fácil manutenção e de baixo custo (GONG et al., 2003),
sendo o conversor de potência CA/CC como uma parte importante do conjunto. Nesse
contexto, há estudos com diversas topologias para o retificador utilizado, sendo boa parte
constituído por conversores de 12 pulsos, mas também há análises com 24 pulsos e 36
pulsos (SETLAK; KOWALIK, 2019).
• Diversos: há ainda retificadores para a subestação de tração do sistema metroviário sendo
normalmente de 12 pulsos (FILHO, 2018), sistemas eólicos (ANO-VILLALBA et al.,
2016), sistema de radar (ZHANG et al., 2018), dentre outros.
18
1.3 Justificativa
1.4 Objetivos
1.5 Metodologia
fh = h. f1 (2.1)
frequência fundamental (125 Hz). Em paralelo a isso, as formas de onda da tensão dos geradores
do período eram ricas em componentes harmônicas de ordens elevadas. No entanto, proble-
mas de ressonância em linhas de transmissão não eram comuns na Europa onde se utilizavam
frequências menores para o sistema elétrico de potência. Desse modo, uma das soluções propos-
tas por Steinmetz consistia exatamente em reduzir a frequência do sistema pela metade (62,5
Hz) a fim de reduzir os problemas por ressonância harmônica (OWEN, 1998). Com o tempo,
foram detectadas outras adversidades correlacionadas às harmônicas, como interferências nas
comunicações por telefone, sobretensões em bancos de capacitores, aquecimento de condutores,
atuação indevida de dispositivos de proteção, dentre outros (MCGRANAGHAN et al., 1984;
ANTUNES et al., 2014).
Inicialmente, as distorções harmônicas eram causadas principalmente pela saturação
magnética em materiais ferromagnéticos, como transformadores e máquinas rotativas, e a
utilização de dispositivos à arco, como fornos à arco elétrico (ROSA, 2006). Contudo, com
o aumento do emprego de cargas não-lineares, ou seja, aquelas em que a forma de onda da
corrente não é diretamente proporcional à tensão aplicada (ANTUNES et al., 2014), como em
retificadores, elevou-se o espectro de conteúdo harmônico no sistema e, consequentemente,
afetou a qualidade da energia elétrica fornecida.
São aquelas em que sua impedância varia com a tensão aplicada de modo que a
corrente não é diretamente proporcional à tensão, como mostrado na Fig. 2. Podem ser divididas
em convencionais ou chaveadas. As primeiras são aquelas em que a distorção da forma de onda
ocorre normalmente por meio da saturação magnética do material, não havendo o acionamento
de interruptores. Já as chaveadas, são aquelas em que se utilizam dispositivos comutadores
para desempenhar as funções necessárias do sistema. Estas ainda podem ser controladas ou não
controladas dependendo da presença de um circuito de controle para o disparo dos dispositivos
interruptores (ANTUNES et al., 2014). A tabela 1 mostra exemplos de cargas não-lineares.
Quando se analisa a distorção na forma de onda causada por uma carga não-linear,
percebe-se, por séries de Fourier, que essa pertubação é resultado da superposição de componen-
tes senoidais puras de amplitudes distintas e de frequências múltiplas da frequência fundamental
como mostrado na Fig. 3. Em virtude disso, considera-se que as cargas não-lineares são fontes
Fundamentals of Harmonics
de harmônicos na rede.
170 Chapter Five
Figura 3 – Representação de uma forma de onda distorcida
60 Hz
(h = 1)
+ 180 Hz
(h = 3)
+
300 Hz
(h = 5)
+
420 Hz
(h = 7)
+ 540 Hz
(h = 9)
+
660 Hz
(h = 11)
+ 780 Hz
(h = 13)
+
·
·
·
Fonte: Dugan
Figure 5.2 et al.
Fourier (2012).
series representation of a distorted waveform.
pela carga não-linear, a qual se propaga ao longo da impedância do sistema, causando uma queda
de tensão para cada componente harmônica. Desse modo, mesmo que a tensão VS no barramento
da fonte seja puramente senoidal, a tensão VL no barramento das cargas será distorcido.
Não obstante, essa distorção será proporcional ao valor da corrente e da impedância
do sistema de distribuição. Este é projetado tendo em vista uma boa regulação de tensão, o
que implica que essa impedância é normalmente pequena em relação à da carga, o que reduz
significativamente a distorção da forma de onda da tensão VL . Como consequência, as cargas
lineares do mesmo barramento não serão significativamente afetadas, e a carga não-linear poderá
ser modelada como uma fonte ideal de corrente harmônica (DUGAN; MCGRANAGHAN, 1988).
Em circuitos em que haja distúrbios nas formas de onda, a potência média é calculada
pela Eq. 2.4 sendo a tensão e a corrente instantâneas representadas por séries de Fourier como
expressas nas Eqs. 2.2 e 2.3, respectivamente,
∞
v(t) = Vcc + ∑ Vh cos(hwt + αh ) (2.2)
h=1
∞
i(t) = Icc + ∑ Ih cos(hwt + βh ) (2.3)
h=1
Z T +t0
1
Pmedio = v(t)i(t)dt (2.4)
T t0
em que Vcc e Icc são os termos contínuos da tensão e corrente na devida ordem.
Resolvendo a Eq. 2.4, obtém-se o valor da potência média expressa na Eq. 2.5 e, de
forma análoga para a potência reativa média, pela Eq. 2.6 (HART, 2011)
∞ ∞
Vh Ih
Pmedio = Vcc Icc + ∑ cos(αh − βh ) = Pcc + ∑ Ph (2.5)
h=1 2 h=1
∞ ∞
Vh Ih
Qmedio = Vcc Icc + ∑ sin(αh − βh ) = Qcc + ∑ Qh . (2.6)
h=1 2 h=1
Vale ressaltar um caso especial das Eqs. 2.5 e 2.6 quando a tensão da fonte é senoidal
e a carga não-linear, o que é característico de situações em que a forma da tensão não foi
comprometida pelas correntes harmônicas, à vista disso, Vh = 0 para h 6= 1 e Vcc = 0, uma vez
que o valor médio de uma senoide em um ciclo completo é zero. Finalmente, a potência média
ativa e reativa são representadas nas Eq. 2.7 e 2.8 (HART, 2011)
V1 I1
Pmedio = cos(α1 − β1 ) (2.7)
2
V1 I1
Qmedio = sin(α1 − β1 ). (2.8)
2
27
em que Vh−rms e Ih−rms representam o valor eficaz de tensão e corrente da h-ésima harmônica.
Em sistemas trifásicos equilibrados, as tensões de linha não contém as triplas harmô-
nicas, pois, como não há defasagem entre elas, são canceladas. Com isso, para h 6= 3k tal que k é
um número natural, sua tensão eficaz é calculada por (ANTUNES et al., 2014)
s
√ √ ∞
VL−rms = 3VF−rms = 3 Vcc2 + ∑ Vh−rms 2 (2.11)
h=1
Convém observar pelas Eqs. 2.9, 2.10 e 2.11 que as componentes harmônicas elevam
o valor da tensão e da corrente eficaz aumentando a potência dissipada nos equipamentos o que
pode levar a um sobreaquecimento e falhas na isolação (ANTUNES et al., 2014).
Pmedio
fp = . (2.17)
|S|
em que Vh e Ih são a tensão e corrente eficaz da h-ésima harmônica, enquanto que φh é o ângulo
de defasagem entre elas. Embora os termos contínuos tenham sido considerados, eles raramente
possuem valor significativo em sistemas de corrente alternada mesmo que sua ocorrência seja
comum (IEEE. . . , 2010). A esse respeito, considerando que não haja distorção na tensão, o fator
de potência é simplificado para
I1 I1
fp = r cos(φ1 ) = cos(φ1 ) = FD.DFP (2.21)
2
∞
2 Irms
Icc + ∑ Ih
h=1
em que FD é o fator de distorção dado por I1 /Irms , e DFP é o fator de potência de deslocamento
que é o cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e corrente fundamental.
Como Irms ≥ I1 , então, fp ≤ DFP, tendo a igualdade quando a tensão e a corrente
são senoidais. Portanto, constata-se que uma carga não-linear pode ter um elevado fator de
potência de deslocamento (DFP) e, ao mesmo tempo, um baixo fator de potência resultante (fp)
(ANTUNES et al., 2014).
Além disso, ainda que haja componentes de potência ativa harmônica (Ph ), os
motores síncronos e de indução utilizam apenas a potência ativa de sequência positiva para gerar
potência útil (EMANUEL; MILANEZ, 2006). Assim, as componentes harmônicas acarretam em
aquecimento dos enrolamentos do estator e do rotor e também em torques reduzidos ou pulsantes,
elevando as perdas nas cargas e no sistema elétrico (ORTS-GRAU et al., 2011; IEEE. . . , 1993).
Adicionalmente, destaca-se que Ph pode conter componentes interharmônicas e subharmônicas
na forma que foi definida na Eq. 2.19 (IEEE. . . , 2010; ANTUNES et al., 2014).
30
É uma medida que representa o quão distorcido a forma de onda de um sinal está
em relação ao padrão senoidal de frequência fundamental devido às componentes harmônicas
presentes. A distorção harmônica total (DHT) pode ser definida para a tensão e a corrente,
respectivamente, como (IEEE. . . , 2010)
q
2 −V 2
Vrms rms,1
DHTv = (2.22)
Vrms,1
q
2 − I2
Irms rms,1
DHTi = (2.23)
Irms,1
Há ainda uma variante conhecida como distorção harmônica total efetiva (DHTE)
que é definida por (ANTUNES et al., 2014)
q
2 −V 2
Vrms rms,1
DHTEv = (2.24)
Vrms
q
2 − I2
Irms rms,1
DHTEi = (2.25)
Irms
Além do mais, a partir da Eq. 2.22 e Eq. 2.23, pode-se reformular os termos das Eqs.
2.15, 2.18, 2.19 e 2.20 gerando (IEEE. . . , 2010; ANTUNES et al., 2014)
q
S1 = P12 + Q21 (2.26)
Di = S1 .DHTi (2.27)
Dv = S1 .DHTv (2.28)
30 min (TEIXEIRA, 2009; IEEE. . . , 1993). Este indicador é importante quando se precisa
mensurar o impacto dessas distorções no sistema elétrico haja vista que o DHT pode levar a
uma interpretação equivocada, pois apresenta valores elevados para baixas correntes as quais
normalmente não causam grandes pertubações para a rede (ANTUNES et al., 2014). A expressão
da taxa de distorção da demanda (TDD) é
s
N
∑ Ih2
h=2
T DD = (2.31)
IL
a qual se considera harmônicas até a 50o ordem, podendo ser expandida para ordens mais
elevadas quando necessário e excluindo interharmônicas (IEEE. . . , 2014). Em boa parte das
situações, pode-se considerar que IL > I1 o que implica que TDD < DHTi .
Para o valor de IL , é considerado a média das medições mensais de máxima demanda
da corrente de carga nos últimos 12 meses. Para instalações novas ou que não tenham essas
medições, alguns métodos podem ser aplicados para obter uma aproximação de seu valor, tais
como uma estimativa com base em um modelo de previsão de cargas (DUGAN et al., 2012), ou
a partir da corrente de plena carga do transformador ou ainda pela ampacidade do condutor da
instalação (ANTUNES et al., 2014).
É uma grandeza que representa o valor eficaz de uma componente harmônica indi-
vidual de um sinal em relação ao valor eficaz de sua componente fundamental em percentual
(ANEEL, 2018). Assim, para um sinal de tensão e corrente, respectivamente, a distorção
harmônica individual (DHI) é dada por
Vh
DHIv = 100% (2.32)
V
1
Ih
DHIi = 100% . (2.33)
I1
O fator de forma (FF) é a razão entre o valor eficaz de um sinal e seu valor absoluto
médio (em inglês average rectified value). Seu valor é unitário para um sinal contínuo e 1,11
para uma senoide, calculado pela expressão genérica (ANTUNES et al., 2014)
Frms
FF = (2.34)
FARV
32
O fator de crista (FC) é estabelecido como a razão entre o valor de pico e valor eficaz
√
de um sinal, tendo seu valor igual a 2 para um sinal senoidal, calculado pela expressão
|Fpico |
FC = (2.35)
Frms
Assim, quanto mais elevado esse fator, maior a tendência do sinal ter um perfil ponti-
agudo, sugerindo sobrecargas pontuais consideráveis que podem ocasionar aberturas inesperadas
dos dispositivos de proteção (ANTUNES et al., 2014).
Do termo inglês ripple factor, o fator de ondulação (FR) é uma medida de ondulação
de uma forma de onda, expressa por
Fca
FR = (2.36)
Fcc
Como observado pela série de Fourier, um sinal pode ser decomposto em sua
componente contínua e alternada. Quando se calcula seu valor médio, as componentes alternadas
são canceladas, restando apenas a componente contínua. De outro modo, ao se calcular o valor
eficaz sobra o valor médio da componente contínua e o valor eficaz da componente alternada,
evidenciados pelas Eq. 2.37, 2.38 e 2.39, logo, o fator de ondulação pode ser relacionado ao
fator de forma como mostrado na Eq. 2.42
Ainda sobre a temática, a tabela 2 resume os valores de tensão média, tensão eficaz,
fator de forma (FF), fator de ondulação (FR) e fator de crista (FC) para diferentes formas de
onda.
33
2
q
π2
√
Senoidal √1 π
√ −1 2
π 2 2 2 q8
1 1 π π2
Senoidal retificada de meia onda π 2 2 4 −1 2
2
q
π2
√
√1 π
8 −1
Senoidal retificada de onda completa √ 2
π 2 2 2
1
√
3
√
Triangular √1 √2 3
2 3 3 3
Quadrada 1 1 1 0 1
Fonte: adaptado Antunes et al. (2014)
ângulo de disparo α do controle de gatilho dos tiristores com a intenção de variar a medida da
tensão CC.
A esse respeito, há dois casos em que o tiristor T1 conduz em um ciclo: (T1, T2) e
(T6,T1). O primeiro sucede quando a maior tensão de linha é igual a Vac e o segundo quando é
Vab . Então, aplicando a mesma ideia para os demais tiristores, cada tensão representará um pulso
de 120◦ /2 = 60◦ na saída do retificador. Como o período da fonte é de 360◦ , há 360◦ /60◦ = 6
pulsos por ciclo da tensão da fonte de alimentação.
c
A T1 T3 T5
R
n a
C T4 T6 T2
de modo similar para as tensões da fonte, levando em conta o deslocamento de fase na ligação
delta-estrela, obtém-se
√ π
VA = 2VPFrms sin wt − (3.7)
6
√
5π
VB = 2VPFrms sin wt − (3.8)
6
√ π
VC = 2VPFrms sin wt + (3.9)
2
√
VAB = VA −VB = 2VPLrms sin (wt) (3.10)
√
2π
VBC = VB −VC = 2VPLrms sin wt − (3.11)
3
√
2π
VCA = VC −VA = 2VPLrms sin wt + (3.12)
3
sendo VPFrms e VSFrms as tensões eficazes de fase no primário e secundário, VPLrms e VSLrms as
tensões eficazes de linha no primário e secundário, e w = 2π f a frequência angular do sistema
em que f = 60 Hz, a frequência fundamental da rede.
Com o intuito de observar o comportamento do dispositivo em diferentes tipos
de cargas, separa-se a análise em cargas de característica indutiva e capacitiva, permitindo a
realização de cálculos e simulações computacionais para cada situação.
ab
0 0
a= 0 a = 2t i /3
"TV,
a =1112) a= SnJ6
0 0
a =n
Fonte: Li (2005).
Fig. 2-2 Load voltage waveform s o f the six-pulse SCR rectifier with inductive loads at Z^=0.
em relação ao eixo central do pulso, em seguida, somando ou subtraindo o resultado por 90◦ ,
representando seu ponto máximo e, finalmente, soma-se ambos os limites ao ângulo α (YOUNG,
2013). Nessa circunstância, as tensões média e eficaz CC são
Z α+ π + π
1 2 6 3Vm
Vomedio = π
Vm sin(wt)d(wt) =
cos(α) (3.14)
3 α+ π2 − π6 π
s
Z α+ π + π
s √
1 2 6
2 V
2 sin (wt)d(wt) = √m 3 3 cos(2α)
Vorms = π
Vm 1 + (3.15)
3 α+ π2 − π6 2 2π
√
sendo Vm = 2VSLrms que representa a tensão máxima de linha no secundário do transformador.
Conforme o modo de conexão dos enrolamentos delta-estrela e sendo a a razão entre
as tensões de fase do primário (VPF ) e secundário (VSF ), a razão entre as tensões de linha é, em
valores absolutos, (CHAPMAN, 2013)
VPF
=a (3.16)
VSF
VPL VPF a
=√ =√ (3.17)
VSL 3VSF 3
na qual a tensão de linha do secundário está adiantada 30◦ em relação à tensão de linha do
primário do transformador. Posto isso, substituindo os valores das tensões de linha das Eqs. 3.4,
3.5 e 3.6 em VPL tem-se
√
3V ∠θ
PL p
|Vm ∠θs | = |VSL | = (3.18)
a
θs − θ p = +30◦ (3.19)
em que θ p e θs são, na devida ordem, os ângulos de fase das tensões de linha do primário e
secundário. Adicionalmente, considera-se uma relação de transformação unitária das tensões
de linha de modo que a diferença entre elas se resume ao deslocamento de fase. Para que essa
√
condição seja satisfeita, a = 3, representando a relação do número de espiras do primário sobre
o secundário.
Além da tensão média e eficaz, calcula-se também o valor eficaz da tensão de
ondulação (Vondrms ) definido na Eq. 3.20. Dessarte, a variação de Vomedio , Vorms e Vondrms com o
ângulo α (em radianos) está representado na Fig. 8. Observa-se que, com o aumento do ângulo
de disparo na região de retificação (α < 90◦ ), a ondulação na tensão de saída é incrementada
apontando uma supressão ineficiente da forma de onda senoidal após a conversão (HELD, 2016).
Para α = 90◦ , seu valor é máximo correspondente a 0, 2941Vm enquanto que, para α = 0◦ , seu
p := 6
39
Vm := 1
p⋅ Vm⋅ cos ( α)
vmedio( α) :=
2π
valor é 0, 04Vm .
q √ p⋅ cos (2α)⋅ sin 2π
q
Vm 3 ⋅ 13π
vrms ( α) :=
Vm
+ − 6 cos(2α) p + 2 (π 2 − 9)
Vondrms = Vo2rms −Vo2medio = 2 sin π 2 4π . (3.20)
p 2π
2 2
vond ( α) := vrms ( α) − vmedio( α)
Figura 8 – Relações dos valores da tensão eficaz, média e
ondulação na saída do retificador de seis pulsos
1
0.5
vmedio ( α)
vrms ( α) 0
vond ( α)
− 0.5
−1
0 1 2 3
α
Como a tensão CC tem um sexto do período da tensão CA, então, suas harmônicas
têm frequências angulares da forma wk = 6kw com k natural (HART, 2011). Ademais, descreve-
se a forma de onda da tensão de saída como uma série de Fourier tal que n = 6k,
∞ h πi
Vo (t) = Vomedio + ∑ Vn sin n wt + α + + φn (3.21)
n=6,12,... 6
q
Vn = a2n + b2n (3.22)
an
φn = arctan (3.23)
bn
adicionalmente,
Z α+ π + π
2 2 6
an = 2π
Vm sin(wt) cos(nwt)d(wt) (3.24)
6 α+ π2 − π6
Z α+ π + π
2 2 6
bn = 2π
Vm sin(wt) sin(nwt)d(wt) (3.25)
6 α+ π2 − π6
De forma similar, as formas de onda das correntes para α = 0◦ estão plotadas na Fig.
9. Por meio dela, observa-se a pertubação harmônica causada pelo retificador na corrente de
entrada ia (t) (Eq. 3.28) medida no secundário do transformador. Sua condução inicia em valores
positivos relacionados ao disparo do tiristor T1 nas tensões Vab e Vac começando na sequência
(T6-T1) e conduzindo por 120◦ (Eq. 3.29) e depois por valores negativos relacionados ao disparo
de T4 cujas tensões são Vca e Vba (Eq. 3.30).
Iamedio = 0 (3.32)
"Z 5π Z 11π +α
#
1 6 +α 6
an = Io cos(nwt)d(wt) − 7π Io cos(nwt)d(wt) (3.33)
π π6 +α 6 +α
"Z 5π 11π
#
1 6 +α 6 +α
Z
bn = Io sin(nwt)d(wt) − 7π Io sin(nwt)d(wt) (3.34)
π π6 +α 6 +α
an
φn = arctan = −nα (3.35)
bn
Resolvendo essas equações, percebe-se que as componentes triplas e de ordem par
são eliminadas restando apenas às de ordem h = 6k ± 1 tal que h é a ordem da harmônica e k
um número inteiro. Portanto, os retificadores trifásicos balanceados têm a vantagem sobre os
monofásicos por não injetarem correntes triplas na rede, as quais normalmente são as de maior
amplitude (ANTUNES et al., 2014). Finalmente,
4Io sin nπ
∞
3
ia (t) = ∑ sin(nwt − nα) (3.36)
n=1,5,7... nπ
√ √
4Io 3 6
ia1rms = √ = Io (3.37)
2π 2 π
s
Z 5π +α r
2 6
2 d(wt) =
2
iarms = Io Io (3.38)
2π π6 +α 3
ia
FD = 100% 1rms = 95, 49% (3.39)
iarms
41
sendo ia1rms a corrente eficaz da componente fundamental, iarms a corrente eficaz resultante de
ia (t) e FD o fator percentual de distorção.
Pela Eq. 3.36, tem-se que (IEEE. . . , 1993)
Ia1
Iah = (3.40)
h
em que Iah é a amplitude da componente harmônica de ordem h da corrente ia .
Para o primário, a forma de onda da corrente de linha da fase A com α = 0◦ também
está representada na Fig. 9. Segundo a relação de transformação, seu valor eficaz é igual a
√
3iarms
ia primario = = iarms (3.41)
a
o mesmo decorre com as amplitudes das componentes fundamentais. Seu perfil de onda é
Io
√
composto por dois níveis ou degraus, para valores positivos, sendo o primeiro de valor 3
eo
segundo 2 √Io3 .
Como os tiristores conduzem por um terço do ciclo da tensão (LI, 2005), o valor
médio e eficaz da corrente em cada um é
Io
ITmedio = (3.42)
3
Io
ITrms =√ (3.43)
3
42
Para esta situação, não há fluxo de corrente contínua nos enrolamentos do transfor-
mador e desprezam-se as perdas. Então, a partir das Eqs. 3.37, 3.38 e 3.35 e supondo uma tensão
senoidal na entrada do retificador, tem-se
q
i2arms − i2a1rms p
1
DHTi = 100% = 100% 2
π − 9 ≈ 31, 08% (3.44)
ia1rms 3
ia 3
fp = 1rms cos(−α) = cos(α) ≈ 0, 9549 cos(α) (3.45)
iarms π
o que mostra que o controle do ângulo α afeta negativamente o fator de potência do sistema.
Logo, em aplicações de retificação em que haja forte preocupação com os distúrbios provocados
pelas harmônicas, é recomendado que se trabalhe com α = 0◦ no caso de tiristores ou opte pela
utilização de diodos na construção do dispositivo de conversão.
Apesar do valor do DHTi não estar em função de α, pois considerou-se uma carga
fortemente indutiva, não se pode concluir que seu valor é invariante com o ângulo de disparo
dos tiristores. Na realidade, esse indicador harmônico aumenta com o ângulo sinalizando uma
elevação na não-linearidade do retificador o que contribui para que as componentes harmônicas
da corrente sejam mais significativas. A Fig. 10 mostra essa variação para retificadores de 6,
12, 18 e 24 pulsos com filtro LC, podendo seus resultados diferenciar bastante de acordo com as
especificações de projeto (YOUNG, 2013).
Para a tensão CC, considerou-se alguns padrões de performance discutidos na seções
2.3.4, 2.3.5 e 2.3.6. A tabela 3 sintetiza os resultados de fator de forma, fator de ondulação e
fator de crista para o conversor de seis pulsos.
1√
q √
Fator de forma π 3 3 cos(2α) + 2π sec(α)
q6 √
1
Fator de ondulação 6 π 3 3 cos(2α) + 2π sec2 (α) − 36
√
√ 2 π
Fator de crista √
3 3 cos(2α)+2π
35
6 pulsos
30
25
%THDi (%)
DHTi (%)
20
12 pulsos
15
18 pulsos
10
24 pulsos
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Ângulo de
α disparo (graus)
(degrees)
Fonte: adaptado Young (2013).
6‐pulse 12‐pulse 18‐pulse 24‐pulse
dia LA
vLA = LA = vab (3.49)
dt LA + LB
45
LC T1 T3 T5
vc
LA
va Vo Io
LB
vb
T4 T6 T2
28
24
20
DHTi (%) 16
12
0
5 50 100 200 500 750 1000 1500 2000 2500 3000 4000 5000
L (µH)
Fonte: autor próprio.
LC T1 T3 T5
vc
LA
va C R = Vcap
LB
vb
T4 T6 T2
44%
42%
40%
DHTi 38%
36%
34%
32%
30%
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Resistência da carga (Ω)
Além disso, plota-se a variação do DHTi e o fator de potência (fp) com relação ao
valor da indutância de linha. Como mostrado na seção 3.2.5, o aumento de L implica numa
redução da distorção harmônica da corrente de entrada no retificador influenciando na elevação
do fator de potência do sistema. Contudo essa variação vai decrescendo até se estabilizar uma
vez que um valor elevado de L diminui o fator de distorção, mas aumenta o fator de potência de
deslocamento, evidenciado na Fig. 18.
c
T1 T3 T5
n a
A T4 T6 T2
C Io
Rectificadores
b' de onda com pleta
c' y trifásicos: Conversión CA-CC
T4' T6' T2'
161
Vbn
Vb'c'
(Y) (∆)
Vbc
Fonte: autor próprio.
Figura 4.21. (a) Rectificador trifásico de doce pulsos, (b) Tensión de salida para a = 0.
La siguiente serie de Fourier representa la corriente de las líneas de alterna que alim enta al
transformador Y-A
53
não-autônomo (α > 90◦ ). Para α = 90◦ , ambos os agrupamentos terão tensão média igual a
zero, resultando em uma tensão média nula na saída do conversor de doze pulsos. Além disso, as
formas de onda da tensão resultante (Fig. 22) variam com o ângulo α de disparo dos tiristores
de forma semelhante ao mostrado na seção 3.2. Para o estudo, admite-se que a relação de
transformação das tensões de linha é unitário.
Vm
então, a amplitude é π
2 sin( 12 )
com fase inicial de 75◦ .
A partir dessas informações, calculam-se os valores da tensão média, eficaz e de
ondulação representados nas Eqs. 4.3, 4.4, 4.5 em que suas relações com o ângulo de disparo
α (em radianos) estão reproduzidos na Fig. 23. Nota-se que, para α = 90◦ , a tensão eficaz
de ondulação é máxima, cujo valor é 0, 29Vm sendo inferior ao do retificador de seis pulsos,
indicando uma melhor conversão CA-CC acompanhada de uma menor distorção harmônica
produzida. Para α = 0◦ , seu valor é 0, 0196Vm .
6Vm
Vomedio−12p = 2Vomedio = cos(α) (4.3)
sπ r
Z α+ π + π
1 1 2 12
2 Vm 1 3 cos(2α)
Vorms−12p = π Vm 1π
Vm2 sin (wt)d(wt) = π
+ (4.4)
2 sin 12 6
π
α+ 2 − 12 π 2 sin 12 2 2π
Vm cos ( α)
√vmedio
q ( α) 6 √
72 Vm3π− 21 cos
Vm 1 + 3 2 (α) + 3π cos(2α) + π 2
3 cos ( 2 α)
Vondrms−12p = vrms( α) (4.5)
2 sin
π 22π 2 π
12
em que Vm que representa a tensão máxima de linha no secundário do transformador.
2 2
vond ( α) ( vrms( α) ) ( vmedio( α) )
1.6
1.2
0.8
vmedio( α ) 0.4
vrms( α ) 0
vond( α )
0.4
0.8
1.2
1.6
2
0 0.785 1.571 2.356 3.142
α
Fonte: autor próprio.
0.15
Vm 1 3
π 2
0.015
0 α 3.1415
55
a'
b'
c'
Pela relação de transformação (Eq. 3.16), a corrente de fase iaFP do primário é dado
pela soma das correntes de fase dos enrolamentos do secundário tal que
ia
iaFP = iaF + √Y (4.6)
3
56
o que resulta em
iaY icY iaY − icY
iaR = iaFP − icFP = iaF + √ − icF + √ = (iaF − icF ) + √ (4.7)
3 3 3
iaY − icY
iaR = ia∆ + √ = ia∆ + iacY (4.8)
3
de modo que há uma defasagem de 120◦ entre icY e iaY com as relações representadas graficamente
na Fig. 25. Então, substituindo as variáveis da Eq. 4.8 por ia (t), tem-se uma expressão genérica
para iaR dado por
π ia (wt) − ia wt + 2π
√ 3
iaR = ia wt − + (4.9)
6 3
∞ √ √ 2π
4Io sin( πn
3 )( 3 sin(n(wt−α))+3 sin(n(−α+wt− 6 ))− 3 sin(n(−α+wt+ 3 )))
π
iaR = ∑ 3πn (4.10)
n=1,5,7,..
No entanto, os termos do somatório (Eq. 4.10) cujas ordens são diferentes de 12k ± 1
com k inteiro terão suas medidas zeradas. Com isso, para um retificador de doze pulsos ideal,
ou seja, em que todas as correntes harmônicas na entrada do sistema tenham ordens na forma
n = 12k ± 1, a equação de iaR é simplificada para
Dessa maneira, a distorção harmônica total teve uma redução de quase 51% em
relação ao conversor de seis pulsos, apresentando um surpreendente aperfeiçoamento da qua-
lidade da energia elétrica ao utilizar a técnica de deslocamento de fase entre os enrolamentos
do secundário do transformador garantindo uma elevação do fator de potência. No entanto, o
ângulo de disparo α ao ser incrementado reduz consideravelmente esse fator o que justifica a
utilização de diodos invés de tiristores na ponte retificadora quando a maior preocupação reside
na qualidade da energia em comparação à controlabilidade do processo. Nesse contexto, os
parâmetros de performance para a tensão CC estão representados na tabela 4.
1 ∑ Vrms Irms
kVAequivalente = (4.17)
2 1000
em que Vrms é a tensão eficaz equivalente senoidal e Irms é a corrente eficaz nos enrolamentos.
Nesse sentido, a potência total vista pelo primário do transformador é
√
|S| = 3VLinha−rms ILinha−rms
√
Vm 1
|S| = 3 √ Io 1 + √
2 3
√ (4.18)
πVomedio−12p 1
|S| = 3 √ Io 1 + √
6 2 cos(α) 3
√
π 3+1 1, 0115
|S| = √ Pmedio ≈ Pmedio
6 2 cos(α) cos(α)
59
estando o resultado de acordo com o encontrado por Schaeffer (1965). Comparando exclusi-
vamente a potência total, em um retificador não-controlado de doze pulsos, o transformador
é melhor aproveitado (101, 15% Pmedio ) em relação ao de seis pulsos (104, 72% Pmedio ). Nesse
contexto, pela Eq. 4.17, a potência equivalente nesta situação é
Pmedio √ √ 1, 03
kVAequivalente = 4 + 2 + 6 π sec(α) ≈ Pmedio (4.19)
24 cos(α)
VF V1 V2
= = (4.20)
sin(120 ) sin(θ ) sin(60◦ − θ )
◦
V1 sin(θ )
n= = (4.21)
V 2 sin(60◦ − θ )
VF sin(θ )
V1 = (4.22)
sin(120◦ )
VF sin(60◦ − θ )
V2 = (4.23)
sin(120◦ )
em que n é a relação das tensões eficazes das bobinas e VF é a tensão eficaz de fase (HØIDALEN;
SPORILD, 2005). Como as tensões de fase estão deslocadas de 120◦ entre si, a tensão de linha é
√
dado por VL = VF 3.
Para obtenção de um deslocamento de fase de 30◦ , as tensões V 1 e V 2 devem ser
√
3
iguais a V1 = V2 = VF 3 , então, a potência do transformador de conexão zig-zag comparado a
60
a
V1
V1
b' 120°
VF
V2
θ
c
N
V2 c'
a'
comparativamente a uma conexão em estrela esse valor é 1,115 vezes maior (SCHAEFFER,
1965). Analogamente, a potência equivalente para essa configuração é
√
9 + 5 3 π sec(α) 1, 09
kVAequivalente = √ ≈ Pmedio (4.35)
36 2 cos(α)
em que VLS é a tensão eficaz de linha, VNS a tensão eficaz do enrolamento menor e VNL a tensão
eficaz do enrolamento maior. Analogamente, para as correntes nos enrolamentos i1m , i2m e i3m
indicados na mesma figura, tem-se
i1 − i2
i1m = (4.39)
3
i2 − i3
i2m = (4.40)
3
i3 − i1
i3m = (4.41)
3
em que i1 , i2 e i3 são as correntes de linha na entrada de um agrupamento de seis pulsos cujos
valores eficazes são expressos pela Eq. 3.38. Desse modo, a corrente eficaz em cada enrolamento
é igual a
√
2
Im = Io (4.42)
3
configurações foram propostas (SEIXAS et al., 2001) alterando o arranjo dos enrolamentos
e possibilitando uma redução da potência nominal do transformador. Uma dessas propostas
consiste na utilização de um autotransformador de conexão delta-diferencial plana, patenteado
em 1981 por John Rosa da Westinghouse Electric Corporation (ROSA, 1981) e esquematizado
na Fig. 29, onde existem seis enrolamentos secundários em paralelo com as bases do primário
em ∆. Como não há isolamento galvânico, uma fração da corrente circula entre essas bobinas
sem que haja transformação, reduzindo o fluxo magnético processado e consequentemente o
tamanho do sistema (SEIXAS et al., 2001).
Apesar disso, algumas desvantagens devem ser levadas em consideração em um
projeto com autotransformador. O principal problema consiste na falta de isolação entre o
primário e o secundário, o que pode trazer riscos à segurança da instalação e sua operação
principalmente quando utilizado para abaixar um alto nível de tensão para outro bem inferior,
visto que uma falha nas bobinas pode acarretar que toda a tensão do primário seja aplicada
diretamente no secundário caso não haja um aterramento adequado do condutor neutro ou de um
condutor comum do autotransformador (FARRY, 1954). Além disso, por ter uma impedância
normalmente inferior à uma configuração isolada (FINK et al., 1987), possui uma corrente de
curto-circuito mais elevada, exigindo um sistema de proteção adequado a fim de evitar danos
no equipamento. Adicionalmente, por serem mais sensíveis às descargas atmosféricas, há uma
maior dificuldade em prover dispositivos de proteção contra sobretensões apropriados (FARRY,
1954). Um outro ponto de destaque consiste no posicionamento dos tap’s sendo indicado mais
próximo do centro dos enrolamentos (Fig. 28) de modo a mitigar estresses por surtos de tensão
(WESTINGHOUSE, 1964), o que torna seu arranjo mais complicado. Por fim, as vantagens
em eficiência e custo se tornam menos expressivas à medida que a relação de transformação
aumenta, a qual raramente excede as relações 2:1 ou 3:1 (WESTINGHOUSE, 1964; FINK et al.,
1987).
Lab1 Lab2
V1
L
V2
V3
c
T1 T3 T5
Lc
Lb
N
Lc
T4 T6 T2
c1
a2
Lb
Lab
Lc
c2
a1
Lb
Para a fonte, as tensões de fase são (V1 , V2 , V3 ) e as de linha são dadas por
(Vab ,Vbc ,Vca ), já as tensões entre os terminais de cada enrolamento do secundário são (Vab1 ,Vbc1 ,Vca1 )
e (Vab2 ,Vbc2 ,Vca2 ). Para as tensões de saída do autotransformador, há dois sistemas os quais são
(VR1 ,VS1 ,VT 1 ) e (VR2 ,VS2 ,VT 2 ). Desse modo, a partir do triângulo retângulo formado na Fig. 30, a
relação das espiras é calculado por
√ √
Vab V1 3 3
K= = = ≈ 6, 464 (4.44)
Vab2 V1 tan(15 ) tan(15◦ )
◦
65
V R1 VR2
V1 V1
VR 2
V T2 N VS1
V2
V3
Vca2 Vbc1
L ab
Vca1 V T1 VS 2 Vbc2
(3.15). Algumas publicações (CHOI et al., 1996; SEIXAS et al., 2001; PATEL, 2014)
calcularam a potência equivalente para o autotransformador delta-diferencial plano mostrando
Vab 3.Va 3
K0 = = = , correspondendo
= 6,464 (3.15) a 80%
que seu valor é aproximadamente
V 18, 4% tg (15º )
V Pmedio
bc 2 bc 2
a uma redução superior
em relação ao esquema convencional.
Além da delta-diferencial plana, Seixas et al. (2001) analisou diversas outras configu-
rações não-isoladas, algumas delas sendo inéditas até então, os quais estão sintetizados na tabela
5 junto aos valores encontrados para taxa kVA e a relação de espiras entre os enrolamentos do
required. One form of conventional autotransformer
connections is differential delta connection, such as shown in
Fig. 4. In this connection the kVA rating of autotransformer
is 0.18 Po [11. By using extension of the proposed transformer
66
connection, such as shown in Fig. 5, the kVA rating of Substituting (9
autotransformer is 0.101 Po [4]. It means that by using the the kVA ratin
primário e secundário. Além dele, Martinius et al. (2002) propôs uma generalização da conexão
proposed autotransformer, the required kVA rating can be kVA rating
delta-diferencial much
formando um autotransformador
smaller compared to thepolígono-conectado,
rated load. conhecido em inglêsconnection
por is
polygon-connected autotransformer, a partir da remoção do isolamento galvânico na conexãodifferential del
Interphase
polígono (seção 4.2.4.2) obtendo assim uma potência equivalente de 10, 1% Pmedio , sendo sua
Reactor
10
DHTi (%) 6
0
30 60 90 120 150 180 210 240 300
L (µH)
Fonte: autor próprio.
2π
θ= (5.1)
p
em que, para p = 18 tem-se θ = 20◦ , o qual corresponde também à defasagem que deve existir
entre dois agrupamentos para que o conversor seja capaz de eliminar as harmônicas pretendidas.
Para o retificador em questão, as harmônicas características na corrente do primário são da ordem
70
h = 18n ± 1, com n inteiro, sendo generalizável para qualquer retificador de multi-pulsos, tal que
h = pn ± 1 (5.2)
f p = 60 ∗ p (5.3)
Z1
A
- 20° T4' T6' T2'
C Io
T1 T3 T5
Z0
0° T4 T6 T2
Z2
+ 20°
T4'' T6'' T2''
em estrela com sua tensão de linha adiantada de 30◦ da tensão de linha do primário. O diagrama
de fase dos enrolamentos do secundário é descrito pela Fig. 34, enquanto que para o primário,
seu diagrama é idêntico ao retratado pela conexão ∆ na Fig. 20. A partir disso, as tensões de fase
e linha da fonte continuarão sendo representadas pelas Eqs. 3.7 até 3.12.
a VF
VF
20° 20°
VF b'
N c''
N
c b
c'
b''
Vm
correspondendo a uma amplitude igual a 2 sin( πp )
com fase inicial de π
2 − πp para α = 0◦ .
A partir da Eq. 5.4, os limites superior (θU ) e inferior (θL ) da integração da tensão
de saída são
π π
θL = α + − (5.5)
2 p
π π
θU = α + + (5.6)
2 p
assim, calculam-se os valores gerais para tensões média, eficaz e de ondulação que são
1 1 pVm cos(α)
Z θU
Vomedio = Vm sin(wt)d(wt) = (5.7)
2π
2 sin πp θL 2π
p
v
u
v 2π
1 u 1
u Z θU
Vm t 1
u p cos(2α) sin p
2 2
Vorms = t Vm sin (wt)d(wt) = + (5.8)
2 sin πp 2π θL 2 sin π 2 4π
p p
r
Vm2 p cos2 (α) π cot πp − 2p + π π csc2 πp − p sin2 (α) cot πp
Vond = √ (5.9)
2 2π
9Vm cos(α)
Vomedio−18p = (5.10)
πq
π
csc 18 Vm2 9 sin π9 cos(2α) + π
Vorms−18p = √ (5.11)
2 2π
q
Vm2 (18(π cot( 18
π
)−36) cos2 (α)+π (π csc2 ( 18π )−18 cot( 18π ) sin2 (α)))
Vondrms−18p = √ (5.12)
2 2π
a partir dessas medidas e variando o ângulo α, plota-se a Fig. 37 que, assim como nos outros
capítulos, mostra a elevação da tensão eficaz de ondulação na região de retificação atingindo o
73
ademais, o valor teórico para a tensão eficaz de ondulação para um retificador com um número
muito elevado de pulsos é dado por
9 cos( α)
vmedio( α)
π
Vm sin(α)
lim Vond = √ ≈ 0, 288675Vm sin(α). (5.14)
p→∞ 2 3
vmedio( α )
vrms( α ) 0
vond( α )
2
4
0 0.785 1.571 2.356 3.142
α
Fonte: autor próprio.
Para medir a corrente eficaz de entrada do sistema, pode-se aplicar a mesma meto-
dologia empregada na seção 4.2.2. No entanto, com o aumento do número de enrolamentos do
secundário, os cálculos se tornam bem mais complexos e de difícil simplificação. Para contornar
74
esse problema, utiliza-se a mesma percepção fasorial usada na tensão da carga (Eq. 5.4) e
aproveita-se a relação de transformação unitária das componentes de linha.
Em um retificador de doze pulsos, há dois vetores, representando as correntes de
linha do secundário, separadas entre si por um ângulo de 30◦ . A resultante entre elas equivale a
√ √
q r q
2 1
IaRrms = Ia6prms 2 + 3 = Io 2 + 3 = Io 1 + √ (5.15)
3 3
o que é idêntico ao encontrado na Eq. 4.14 de um modo menos trabalhoso. Nesse contexto,
q
p
supondo um retificador genérico, deve-se ter 6 vetores com módulo I6p = Io 23 indicando a
corrente eficaz de linha na entrada de um retificador de seis pulsos defasados entre si por ângulo
2π
de p como mostrado na Fig. 38. Logo, a corrente eficaz de linha resultante no primário do
transformador é
√
p
6 −1
j k2π
p
1 Io 6
IaR = ∑ I6p e = I6p = (5.16)
2 sin πp 6 sin πp
k=0
então, para o retificador de 18 pulsos, IaR ≈ 2, 35101Io , detendo assim uma corrente eficaz 1,49
vezes superior ao do retificador de doze pulsos.
Para a corrente fundamental eficaz, foi observado, como na Eq. 4.12, que seu valor
p
é 6 vezes a corrente fundamental eficaz de um retificador de seis pulsos. Na próxima seção,
será demonstrado que essa suposição é válida. Então, a corrente fundamental eficaz para um
retificador genérico é
√
p 6
iaR1rms = Io (5.17)
6π
√
3 6
então, para p = 18, iaR1rms = π Io .
75
As formas de onda das correntes no retificador de dezoito pulsos foram geradas por
simulação computacional como exposto na Fig. 39. Nota-se que há nove níveis ou degraus tanto
para valores positivos quanto negativos de corrente resultante do primário. Para um retificador
multi-pulsos, o número de níveis ou degraus corresponde a
p
d= (5.18)
2
Por fim, para o retificador de dezoito pulsos, o fator de distorção equivale a 99, 49%,
assim, indicando que a contribuição da componente fundamental é bastante significativo em
relação à corrente eficaz total, o que somado a forma de onda mais próxima da característica
senoidal da Fig. 39 comprovam que houve uma melhoria nos índices de distorção harmônica
total a partir da associação de três agrupamentos de seis pulsos.
76
Como tratado ao longo deste trabalho, a grande vantagem dos retificadores multi-
pulsos consiste na eliminação de parte das componentes harmônicas injetadas na rede, tornando
seu espectro desprovido de harmônicas de ordens mais baixas as quais geralmente possuem
os maiores impactos na qualidade da energia elétrica fornecida. No caso do conversor de
dezoito pulsos ideal, as maiores correntes de frequências distintas à fundamental consistem nas
harmônicas de 17o e 19o ordens o que, pela Eq. 3.40, representam, respectivamente, correntes de
Ia1 Ia1
módulo 17 e 19 , sendo Ia1 a corrente eficaz fundamental de entrada no sistema, exibindo assim
uma relevância pouco expressiva.
A partir das Eq. 2.23 e 3.40, calcula-se a distorção harmônica total da corrente do
primário de um retificador multi-pulsos, tal que
q
2 + I2 + I2 2
I p+1 p−1 2p+1 + I2p−1 + ...
DHTi = 100% (5.19)
I1
r∞ ∞
2 2
+ ∑ I pn−1
∑ I pn+1
n=1 n=1
DHTi = 100% (5.20)
I
s 1
∞ 2 ∞ 2
1 1
DHTi = 100% ∑ +∑ (5.21)
n=1 pn + 1 n=1 pn − 1
v
π2
u
DHTi = 100%t −1 (5.22)
u
2 2 π
p sin p
assim, para p = 18, tem-se DHTi ≈ 10, 107%, equivalendo a uma redução de 33, 6% da distorção
harmônica total da corrente em relação ao retificador de doze pulsos. Ao plotar a Eq. 5.22 como
mostrado na Fig. 40, observa-se que, à medida que se aumenta o número de pulsos, menor é a
redução percentual do DHTi o que torna importante uma avaliação do custo associado com a
performance pretendida.
Como já mencionado, algumas normas estabelecem limites para o conteúdo harmô-
nico na rede, dentre as mais conhecidas está a norma IEEE-519 (2014) que estabelece para a
distorção de corrente harmônica de ordens ímpares em sistemas de distribuição com nível de
tensão entre 120 V e 69 kV os valores expressos na tabela 6, em que Icc é a corrente máxima
de curto-circuito no ponto comum de conexão (PCC) e IL é a corrente de demanda máxima de
carga na frequência fundamental no PCC sob condição normal de operação (IEEE. . . , 2014). Na
seção 2.3.2, considerou-se que, na maioria dos casos, é válido assumir que o TDD < DHTi , visto
que IL > I1 , em que I1 é o valor da corrente de entrada do sistema na frequência fundamental. A
77
partir da tabela tratada, o menor valor para que a taxa de distorção da demanda esteja dentro dos
limites categorizados corresponde a TDD ≤ 5%. Como a distorção harmônica total da corrente
é normalmente maior que a taxa de distorção da demanda, então, ao se definir o DHTi ≤ 5%
consegue-se uma margem de segurança maior contra eventuais ultrapassagens desses limites.
< 20 4, 0 2, 0 1, 5 0, 6 0, 3 5, 0
20 < 50 7, 0 3, 5 2, 5 1, 0 0, 5 8, 0
50 < 100 10, 0 4, 5 4, 0 1, 5 0, 7 12, 0
100 < 1000 12, 0 5, 5 5, 0 2, 0 1, 0 15, 0
> 1000 15, 0 7, 0 6, 0 2, 5 1, 4 20, 0
Fonte: adaptado IEEE. . . (2014).
Nesse sentido, para requisitos de DHTi inferiores a 5%, deve-se ter, no mínimo, um
retificador de 42 pulsos (DHTi = 4, 32%) embora seja possível obter valores próximos com 36
pulsos (DHTi = 5, 04%). Além disso, fica claro pela Fig. 40 que o melhor ganho em DHTi
ocorre na variação de 6 para 12 pulsos em que há uma redução de quase 51% do indicador.
Nesse contexto, a utilização de indutâncias de linha pode ser bastante eficaz para redução dessa
distorção e permitir aplicações com menor quantidade de pulsos.
Na seção anterior, supôs-se que a corrente fundamental eficaz tinha o valor dado
78
pela Eq. 5.17. Então, associando as Eqs. 5.22 e 5.16 demonstra-se essa suposição, tal que
q
i2aRrms − i2aR
v
π2
u
1rms
DHTi = 100% = 100%t −1 (5.23)
u
iaR1rms p2 sin2 πp
iaRrms π
= (5.24)
iaR1rms p sin πp
√
p 6
iaR1rms = Io (5.25)
6π
o que torna válido o pressuposto. Adicionalmente, pela Eq. 5.24, encontra-se o fator de distorção
(FD) para um retificador multi-pulsos em que
p sin πp
FD = (5.26)
π
com essa informação, calcula-se o fator de potência conforme definido na Eq. 2.21 em que
p sin πp
fp = cos(α) (5.27)
π
para o conversor de dezoito pulsos, tem-se fp ≈ 0, 995 cos(α). Para α = 0◦ , o gráfico que
representa o fator de potência de acordo com o número de pulsos é mostrado na Fig. 41.
0,99
0,98
0,97
fp
0,96
0,95
0,94
0,93
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60
Número de pulsos (p)
Fonte: autor próprio.
Como observado, há uma elevação do fator de potência, mas com uma variação
menor que a encontrada na transição de seis para doze pulsos. Nesse sentido, para um conversor
genérico de p pulsos os fatores de forma, ondulação e crista são apresentados na tabela 7.
79
Ao longo dos capítulos, avaliou-se a potência aparente vista pelo primário do trans-
formador em função da potência média da carga. Como a corrente Io é livre de ondulações, essa
potência média pode ser generalizada como
pVm Io cos(α)
Pmedio = Vomedio Io = (5.28)
2π
assim, isolando a tensão máxima de linha obtém-se
2πPmedio
Vm = (5.29)
pIo cos(α)
que, a partir dessa expressão, é possível relacionar a potência aparente vista pelo primário do
transformador com a potência da carga para um retificador genérico de p pulsos de maneira que
√
|S| = 3VLinha−rms ILinha−rms (5.30)
√
√
Vm 6
|S| = 3 √ Io (5.31)
2 6 sin πp
π
|S| = Pmedio (5.32)
π
p sin p cos(α)
1,0051
assim, para o conversor de dezoito pulsos, |S| = cos(α) Pmedio , o que indica que este transformador
(100, 51% Pmedio ) é melhor aproveitado em comparação com o do retificador de doze pulsos
(101, 15% Pmedio ) para α = 0◦ uma vez que há uma redução da potência de distorção da corrente
e uma maior parte da energia fornecida pela rede é convertida em potência útil para a carga. Essa
tendência é mantida para demais agrupamentos associados como mostrado na Fig. 42.
Para a configuração da Fig. 34, calcula-se a potência equivalente (Eq. 4.17) para
cada enrolamento do secundário do transformador expresso nas equações a seguir, em que V1 e
80
V2 são, respectivamente, a tensão eficaz na bobina superior e inferior da conexão zig-zag como
esquematizado na Fig. 26 e VF a tensão eficaz de fase, então
sin(20◦ ) sin(20◦ )
Vm
V1 = VF = √ √ (5.33)
sin(120◦ ) 2 3 sin(120◦ )
sin(40◦ ) sin(40◦ )
Vm
V2 = VF = √ √ (5.34)
sin(120◦ ) 2 3 sin(120◦ )
|Sz1 | = |Sz2 | = 3(V 1 +V 2)Irms (5.35)
r !
sin(20◦ ) + sin(40◦ )
Vm 2
|Sz1 | = |Sz2 | = 3 √ √ ◦
Io (5.36)
2 3 sin(120 ) 3
Pmedio
|Sz1 | = |Sz2 | ≈ 0, 39694 (5.37)
cos(α)
|Sz0 | = 3VFIrms (5.38)
r !
Vm 2 πPmedio Pmedio
|Sz0 | = 3 √ √ Io = ≈ 0, 34907 (5.39)
2 3 3 9 cos(α) cos(α)
De forma análoga ao retificador de doze pulsos, Seixas et al. (2001) analisou também
a potência equivalente para autotransformadores com conexão diferencial em conversores de
dezoito pulsos. Como esperado, esses arranjos garantiram uma redução elevada da potência
nominal, contribuindo assim para a redução do tamanho, peso e custo do equipamento de
transformação, como mostrado pela taxa kVA na tabela 8. Dessa forma, nota-se que, em
relação à configuração ∆/Z − Z − Z, o autotransformador com conexão delta-diferencial plana
possui potência nominal equivalente 6, 355 vezes menor para α = 0◦ , desempenhando um ganho
considerável nas características citadas.
há notáveis variações na distorção harmônica total da corrente, o que torna menos oneroso a
utilização de filtros passivos caso se tenha limitações para aumento do número de pulsos uma
vez que após 24 pulsos os custos associados podem se tornar excessivos em relação aos ganhos
na redução da distorção harmônica total.
DHTi .
Nesse contexto, para o transformador ∆/Z − Z − Z com α = 0◦ , a potência equiva-
lente resulta em 107, 4% Pmedio sendo menor que o de conexão análoga no conversor de doze
pulsos (109% Pmedio ) devido ao melhor aproveitamento das bobinas adicionais. Apesar disso,
a potência nominal equivalente do transformador se torna elevada ao alimentar cargas de alta
potência. Em contraste, ao utilizar uma conexão não-isolada obtém-se um ganho considerável de
custo, tamanho e peso uma vez que, para uma mesma aplicação, a potência equivalente pode
chegar a 16, 9% Pmedio que é o caso da conexão delta-diferencial plana.
84
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