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Ademar Vieira de Carvalho Junior
c
°Ademar Vieira de Carvalho Junior, 2008
C331i Carvalho Junior, Ademar Vieira de.
Interação transitória entre transformadores de potencial capacitivos
e linhas de transmissão: uma contribuição para minimizar falhas /
Ademar Vieira de Carvalho Junior. - Recife: O Autor, 2008.
224 folhas, il : grafs., tabs., figs.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco.
CTG. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, 2008.
UFPE
A Deus pelo dom da vida e pela renovação das forças para superar os momentos
difíceis.
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pelo aprendizado.
A Chesf pela oportunidade concedida de aperfeiçoamento.
Ao Departamento de Manutenção de Subestações da Chesf (DMS) pelo apoio ir-
restrito ao desenvolvimento deste trabalho, em especial, a Gilberto Moraes Pessoa e a
Valmir Pinheiro Costa.
Aos colegas da Divisão de Manutenção de Equipamentos de Transformação e Servi-
ços Auxiliares da Chesf (DOMA) pela compreensão e colaboração ao suprir atividades
atribuídas a mim, em especial, a Francisco Alexandre Filho, Jurandir Pontes de Oliveira
e Roberto Finizola Sobral.
Ao Centro de Reparo da Chesf (CORE) pela infraestrutura cedida para o trabalho.
Em especial, a José Valter Rodrigues Lima e a Ubiratan Fernandes Leão pelo apoio, a
Elias Menezes Cavalcanti pela atenção especial e preciosos ensinamentos e a Antônio
Pereira do Amaral Junior pela presteza em auxiliar-me nas atividades de desmontagem,
ensaios e transportes dos equipamentos.
Ao Centro de Ensaios da Chesf (COES) por permitir a utilização dos Laboratórios
de Alta Tensão. Em especial, a Tereza Cristina Leite Galindo pela atenção, organização
e apoio, a João Domingos Nascimento e a Jairo Figueiredo pela paciência e apoio técnico
às execuções dos ensaios e a Esdras Borba pela ajuda no reparo dos instrumentos de
medição.
Ao Centro de Pesquisa do Sistema Eletrobrás (CEPEL) pela cessão de instrumento
para ensaios. Em especial, a Helvio Azevedo Martins, a Walter Cerqueira, a Luiz
Eduardo e a Leonardo Torres pelas inúmeras gentilezas, estímulos e ensinamentos.
A doutoranda da UFPE, Andréa Araújo Sousa, por toda boa vontade, gentileza e
ajuda nas soluções das dificuldades encontradas no compilador e editor deste trabalho
(LATEX / WinEdit).
Aos professores Damásio Fernandes Júnior e Washington Luiz Araújo Neves e
ao mestrando Eubis Pereira Machado da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG) pela especial atenção, troca de experiência, colaboração e disposição em aju-
dar.
Ao colega de Empresa, Flávio Porto Dias, por todos ensinamentos, pela habitual
atenção e amizade.
Ao colega de mestrado e de Empresa, Leonardo Alves Heredia, pela sincera amizade,
pelo companheirismo e ensinamentos.
Ao meu chefe, Miguel Carlos Medina Pena, por todas atitudes nobres demonstradas
por meio de constantes ensinamentos, encorajamento, sugestões e benevolência.
Ao meu orientador, professor Hélio Magalhães de Oliveira, pela orientação, ensina-
mentos e postura humana, dignas de um verdadeiro facilitador.
Ao meu co-orientador e colega de trabalho, Antônio Roseval Ferreira Freire, pelos
sábios conhecimentos repassados sem medir esforços, pela dedicação, paciência, boa
vontade e por inúmeras outras atitudes de amizade que, somadas, viabilizaram a con-
clusão desta dissertação.
Aos meus pais, Ademar e Neusa, pelo amor, carinho e dedicação, essenciais em
minha vida.
A minha esposa, Hereaclécea, por toda ajuda, especialmente nos momentos mais
difíceis, sempre com carinho, compreensão e atenção, fundamentais para o desfecho
deste trabalho.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste
trabalho.
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Para os erros há perdão; para os
fracassos, chance; para os amores
impossíveis, tempo...
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode, que o medo
impeça de tentar. Desconfie do
destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que
sonhando, fazendo que
planejando, vivendo que
esperando. Porque, embora quem
quase morre esteja vivo, quem
quase vive já morreu.
Luís Fernando Veríssimo
Resumo da Dissertação apresentada à UFPE como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica
Agosto/2008
August/2008
Coupling capacitor voltage transformers (CCVT) are widely used in power systems
for monitoring, protection relays and control aplications. Failure of this equipment
may cause unexpected outages of transmission lines (TL), which may result in severe
penalties as imposed by the regulatory agency of the government. This fact requires
speeding maintenance procedures so as to guarantee the reset of the lost operational
ability in the shortest possible time, as well as development of preventive techniques
to reduce the non-programmed outages. In this framework, studies have been con-
ducted to model the CCVT focused on electromagnetic transients analyses. In the
state-of-the-art, this study demonstrates that switching-off compensated TL may lead
to a sustained voltage amplification in secondary of the CCVT, product of a transient
interaction between the TL and CCVT, which causes thermic and dielectric stress to
its components. This interaction is chiefly influenced by the design of the CCVT and
the TL-compensation degree, as assessed in this work by the means of frequency res-
ponse mappings, measurements of important parameters of diferent designs of CCVT,
and computer simulations. Besides, this investigation presents oscillographic records of
the transmission systems of the Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF),
which illustrates the existence of such a phenomenon. It is worthwhile to emphasize
that the interconnection and expansion of the power system network may require more
switching-off TL to voltage control, which in turns mean an increase of the abovemen-
tioned phenomenon.
Lista de Figuras
4.1 Circuito para medições de resposta em frequência dos TPC de 230 kV. 76
4.2 Circuitos equivalentes dos TPC: (a)Haefely CVE230 [44], (b) Haefely
CVE245 [46] e (c) ABB CPB245 [48]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.3 Circuitos equivalentes dos TPC: (a)Trench TEM230H [38],(b) Balteau
CCV245 [47] e (c) Arteche DFK245 [49]. . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.4 Resultados das medições de resposta em frequência dos TPC: (a)Haefely
CVE230, (b) Haefely CVE245 e (c)ABB CPB245. . . . . . . . . . . . . 81
4.5 Resultados das medições de resposta em frequência dos TPC: (a)Trench
TEM230H, (b) Balteau CCV245 e (c)Arteche DFK245. . . . . . . . . . 82
4.6 Medições de resposta em frequência dos seis TPC nas faixas de: (a) 1 a
100 Hz e (b) 100 Hz a 100 kHz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
4.7 Circuito detalhado dos: (a) TPC Haefely CVE230 e (b) TPC Trench
TEM230H. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.8 (a) Circuito e (b) diagrama fasorial da capacitância e da resistência de
perdas da coluna capacitiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.9 Circuito para medições da capacitância e do fator de dissipação das
colunas capacitivas dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H. . . 86
4.10 Circuito para medição das relações de transformação dos TPI. . . . . . 87
4.11 Circuito para medição das resistências dos secundários dos TPI. . . . . 88
4.12 Circuitos para levantamento das curvas de saturação: (a) dos TPI dos
TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H, (b) da BC do TPC Trench
TEM230H e (c) da BC do TPC Haefely CVE230 e dos reatores dos CSF
dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H. . . . . . . . . . . . . . 89
4.13 Curvas de saturação dos componentes do TPC Trench TEM230H: (a)
TPI, (b) BC e (c) reator do CSF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
10
4.14 Curvas de saturação dos componentes do TPC Haefely CVE230: (a)
TPI, (b) BC e (c) reator do CSF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.15 Circuito do ensaio em vazio: (a) dos TPI dos TPC Haefely CVE230 e
Trench TEM230H e (b) da BC do TPC Trench TEM230H. . . . . . . . 92
4.16 Circuito do ensaio de curto-circuito dos TPI dos TPC Haefely CVE230
e Trench TEM230H e da BC do TPC Trench TEM230H: (a) impedância
ZHX do TPI, (b) impedânciaZHY do TPI, (c) impedância ZXY do TPI
e (d) impedância ZBC12 da BC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
5.1 Circuito dos modelos adotados para simulações dos: (a) TPC Haefely
CVE230 e (b) TPC Trench TEM230H. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
5.2 Comparação entre as respostas em frequência medida e simulada do TPC
Haefely CVE230, sendo (a) a relação da tensão secundária pela primária
e (b) a fase desta relação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
5.3 Comparação entre as respostas em frequência medida e simulada do
TPC Trench TEM230H, sendo (a) a relação da tensão secundária pela
primária e (b) a fase desta relação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
5.4 Janela entre 1 e 100 Hz da Figura 5.3, sendo (a) a relação da tensão
secundária pela primária e (b) a fase desta relação. . . . . . . . . . . . 104
5.5 Comparação entre as respostas em frequência simuladas do TPC Trench
TEM230H com e sem a BD, para dois conjuntos de valores das capaci-
tâncias CT P I1 e CBC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
5.6 Circuito para ensaio de ferrorressonância em TPC. . . . . . . . . . . . 108
5.7 Tensões no secundário do TPC Haefely CVE230 obtidas das simulações
de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 pu. . . . . . . . . 109
5.8 Tensões e correntes no pára-raios PRT P I do TPC Haefely CVE230 para
(a) curto-circuito no zero da tensão e (b) no pico da tensão, obtidas das
simulações de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 pu. . . 110
5.9 Tensões no secundário do TPC Haefely CVE230 obtidas das simulações
de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,5 pu. . . . . . . . . 111
5.10 Tensões e correntes no pára-raios PRT P I do TPC Haefely CVE230 para
(a) curto-circuito no zero da tensão e (b) no pico da tensão, obtidas das
simulações de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,5 pu. . . 112
5.11 Circuitos simplificados do TPC Haefely CVE230 estando a chave de
curto-circuito do secundário CHD fechada com (a) pára-raios PRT P I
sem disparar e com o (b) disparo do pára-raios PRT P I . . . . . . . . . . 113
5.12 (a) Tensões no pára-raios PRT P I do TPC Haefely CVE230 e na capa-
citância CT P I1 obtidas das simulações de ferrorressonância com tensão
primária igual a 1,5 pu e disparo do pára-raios a 22 kV, (b) ampliação
do gráfico (a) e (c) ampliação do gráfico (b). . . . . . . . . . . . . . . . 114
11
5.13 (a) Tensões no pára-raios PRT P I e na capacitância CT P I1 do TPC Ha-
efely CVE230 obtidas das simulações de ferrorressonância com tensão
primária igual a 1,5 pu e disparo do pára-raios a 23 kV, (b) ampliação
do gráfico(a) e (c) ampliação do gráfico (b). . . . . . . . . . . . . . . . 114
5.14 (a) Tensão no secundário do TPC Haefely CVE230 e corrente na chave
de curto-circuito obtidas das simulações de ferrorressonância com tensão
primária igual a 1,5 pu e disparo do pára-raios a 22 kV, (b) ampliação
do gráfico (a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
5.15 (a) Tensão no secundário do TPC Haefely CVE230 e corrente na chave
de curto-circuito obtidas das simulações de ferrorressonância com tensão
primária igual a 1,5 pu e disparo do pára-raios a 23 kV, (b) ampliação
do gráfico (a). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
5.16 Tensão na BC do TPC Haefely CVE230 obtida da simulação de ferror-
ressonância com tensão primária igual a 1,2 pu. . . . . . . . . . . . . . 117
5.17 Tensões na BC, na capacitância CB e no secundário do TPC Haefely
CVE230 obtidas da simulação de ferrorressonância com tensão primária
igual a 1,2 pu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
5.18 Tensões na BC, na capacitância CB e no secundário do TPC Haefely
CVE230 obtidas da simulação de ferrorressonância com pára-raios de
ZnO e tensão primária igual a 1,5 pu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
5.19 Tensões no secundário do TPC Trench TEM230H obtidas das simulações
de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 e 1,5 pu. . . . . . 121
5.20 Tensões e correntes no reator do CSF do TPC Trench TEM230H obtidas
das simulações de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 e
1,5 pu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
5.21 Tensões e correntes no pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H ob-
tidas das simulações de ferrorressonância com tensão primária igual a
1,2 pu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
5.22 Tensões e correntes no pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H ob-
tidas das simulações de ferrorressonância com tensão primária igual a
1,5 pu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
5.23 Tensões na derivação entre CA e CB do TPC Trench TEM230H obtidas
das simulações de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 e
1,5 pu. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
5.24 Tensões na BC, na capacitância CB e no secundário do TPC Trench
TEM230H para não atuação do pára-raios PRBC . . . . . . . . . . . . . 126
5.25 Sistema de transmissão adotado nas simulações de manobras de abertura
da LT 04M2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
5.26 Tensões da LT 04M2 no terminal de Milagres com reatores de 5, 10 e 20
Mvar para manobra de abertura sem defeito. . . . . . . . . . . . . . . . 131
5.27 Tensões da LT 04M2 no terminal de Milagres com reatores de 5 Mvar,
10 Mvar e 20 Mvar para manobra de abertura com curto-circuito. . . . 132
12
5.28 Espectro de frequência da tensão da fase B da LT 04M2 no terminal da
subestação Milagres, calculado entre 0,1 e 1,1 s, para as manobras de
abertura da linha sem defeito e com curto-circuito na fase A, conside-
rando as compensações de 5, 10 e 20 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . 133
5.29 Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely CVE230 vistas
do terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para o caso
de abertura sem defeito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
5.30 Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 instalados
no terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar e abertura
da LT 04M2 sem defeito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
5.31 Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely CVE230 vistas
do terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para o caso
de abertura com curto-circuito na fase A. . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
5.32 Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 instalados
nas fases B e C do terminal da subestação Milagres com reator de 10
Mvar e abertura da LT 04M2 com curto-circuito na fase A. . . . . . . . 138
5.33 Tensões da fase B na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely
CVE230 vistas do terminal da subestação Milagres com reatores de 5,
10 e 20 Mvar para o caso de abertura sem defeito. . . . . . . . . . . . . 140
5.34 Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 da fase B
do terminal da subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar e
abertura da LT 04M2 sem defeito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
5.35 Tensões da fase B na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely
CVE230 vistas do terminal da subestação Milagres com reatores de 5,
10 e 20 Mvar para o caso de abertura com curto-circuito na fase A. . . 144
5.36 Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 da fase B
do terminal da subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar
para abertura da LT 04M2 com curto-circuito na fase A. . . . . . . . . 145
5.37 Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Trench TEM230H vistas
do terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para manobra
de abertura sem defeito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
5.38 Tensões na derivação entre CA e CB dos TPC Trench TEM230H ins-
talados no terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar e
abertura da LT 04M2 sem defeito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
5.39 Correntes nos reatores dos CSF dos TPC Trench TEM230H instalados
no terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar e abertura
da LT 04M2 sem defeito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
5.40 Atuação do pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H na abertura da
LT04M2 sem defeito, com compensação de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . 152
5.41 Efeito da atuação do pára-raios PRBC na tensão secundária do TPC
Trench TEM230H para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito,
com compensação de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
13
5.42 Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Trench TEM230H vistas
do terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para o caso
de abertura com curto-circuito na fase A. . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
5.43 Tensões e correntes nos reatores dos CSF dos TPC Trench TEM230H
instalados nas fases B e C do terminal da subestação Milagres para
abertura da LT 04M2 com curto-circuito na fase A e compensação de 10
Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
5.44 Atuação dos pára-raios PRBC dos TPC Trench TEM230H para abertura
da LT04M2 sem defeito, com compensação de 10 Mvar. . . . . . . . . . 156
5.45 Tensões na derivação entre CA e CB dos TPC Trench TEM230H insta-
lados no terminal da subestação Milagres para abertura da linha com
curto-circuito na fase A e compensação de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . 157
5.46 Tensões na LT 04M2 e no secundário do TPC Trench TEM230H da fase
B vistas do terminal da subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20
Mvar para o caso de manobra de abertura sem defeito. . . . . . . . . . 158
5.47 Influência da alteração da curva de saturação do reator do CSF no de-
sempenho do TPC Trench TEM230H para manobra da LT 04M2 sem
defeito, com compensação de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160
5.48 Efeito do grau de compensação da LT na tensão intermediária do TPC
Trench TEM230H da fase B para manobra da LT 04M2 sem defeito e
com reatores de 5, 10 e 20 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
5.49 Tensões e correntes no reator do CSF do TPC Trench TEM230H da fase
B para abertura da LT 04M2 sem defeito com reatores de 5, 10 e 20 Mvar.162
5.50 Atuação do pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H da fase B na
abertura da LT04M2 sem defeito com compensação de 10 Mvar. . . . . 163
5.51 Efeito do grau de compensação da LT na tensão secundária do TPC
Trench TEM230H da fase B para abertura da linha com curto-circuito
na fase A e reatores de 5, 10 e 20 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
5.52 Efeito do grau de compensação da LT na tensão intermediária do TPC
Trench TEM230H da fase B para abertura da linha com curto-circuito
na fase A e reatores de 5, 10 e 20 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
5.53 Tensões e correntes no reator do CSF do TPC Trench TEM230H da fase
B do terminal da subestação Milagres para abertura da LT 04M2 com
curto-circuito na fase A e reatores de 5, 10 e 20 Mvar. . . . . . . . . . . 167
5.54 Atuação do pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H da fase B na
abertura da LT04M2 com curto-circuito na fase A e reatores de 5, 10 e
20 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
5.55 Tensões intermediária e no secundário do TPC Haefely CVE230 da fase
B para a não atuação do pára-raios PRT P I devido a queima do resistor
RP RT P I na abertura da LT04M2 sem defeito e com reator de 10 Mvar. . 170
14
5.56 Efeito da alteração do resistor do CSF do TPC Haefely CVE230 na
tensão secundária para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito,
com reator de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
5.57 Tensões intermediária, no secundário e corrente no reator do CSF do
TPC Trench TEM230H da fase B para a não atuação do pára-raios
PRBC para manobra de abertura da LT04M2 sem defeito e com reator
de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
5.58 Tensões intermediária e no secundário do TPC Trench TEM230H da fase
B considerando a alteração do valor da resistência RCSF2 para manobra
de abertura da LT04M2 sem defeito e com reator de 10 Mvar. . . . . . 176
5.59 Efeito da alteração do pára-raios do TPC Haefely CVE230 na tensão
secundária para manobra de abertura da linha. . . . . . . . . . . . . . . 178
5.60 Efeito da alteração do pára-raios do TPC Haefely CVE230 na tensão
intermediária para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com
reator de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
5.61 Efeito da alteração do pára-raios do TPC Haefely CVE230 na tensão
sobre a BC para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito e com
reator de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
5.62 Efeito da carga no desempenho do TPC Haefely CVE230 para manobra
de abertura da LT 04M2 sem defeito e com reator de 10 Mvar. . . . . . 181
5.63 Efeito da aplicação do pára-raios de ZnO no desempenho do TPC Trench
TEM230H. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
5.64 Efeito da carga no desempenho do TPC Trench TEM230H com PR de
ZnO para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito e compensação
de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
5.65 Registro oscilográfico da manobra de abertura da LT 04M2, sem defeito,
com grau de compensação de 18%, visto pelos secundários dos TPC
Haefely CVE230 (fase A) e TPC Trench TEM230H (Fases B e C) no
terminal da subestação Milagres (CHESF). . . . . . . . . . . . . . . . . 188
5.66 Espectro de frequência da tensão da LT 04M2 vista pelo secundário do
TPC Trench TEM230H da fase B no terminal da subestação Milagres,
obtido do registro oscilográfico da Figura 5.65 entre 0,5 e 1 s. . . . . . . 189
5.67 Registros oscilográficos das manobras de abertura da LT 05C4 sem de-
feito com graus de compensação de 62% e 25% vistos pelos secundários
dos TPC Trench TEHM500 no terminal da SE LGZ (CHESF). . . . . . 191
5.68 Espectro de frequência da tensão da LT 04M2 vista pelo secundário do
TPC Trench TEHM500 da fase C no terminal da subestação Milagres,
obtido do registro oscilográfico da Figura 5.67, entre 1 e 2 s, para com-
pensação de 62%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
15
5.69 Espectro de frequência da tensão da LT 04M2 vista pelo secundário do
TPC Trench TEHM500 da fase C no terminal da subestação Milagres,
obtido do registro oscilográfico da Figura 5.67, entre 1 e 2 s, para com-
pensação de 25%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
D.1 Respostas em frequência de dois TPC de mesmo tipo com e sem defeito
[17]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222
D.2 Curvas de saturação de dois TPC de mesmo tipo com e sem defeito [17]. 222
Lista de Tabelas
5.1 Fluxo e corrente adotados nos modelos dos TPC Haefely CVE230 e
Trench TEM230H. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
5.2 Parâmetros adotados nos modelos dos TPC Haefely CVE230 e Trench
TEM230H. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
5.3 Comparação entre valores calculados e medidos das frequências resso-
nantes fr1 e fr2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
5.4 Tensão residual do pára-raios de 17,5 kV para impulso de corrente de
30/60 µs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
5.5 Resultados das simulações de ferrorressonância do TPC Haefely CVE230.120
5.6 Resultados das simulações de ferrorressonância do TPC Trench TEM230H.127
5.7 Fluxo e corrente do ramo magnetizante do transformador. . . . . . . . 128
5.8 Dados do transformador, reatores e carga. . . . . . . . . . . . . . . . . 129
5.9 Dados das linhas de transmissão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
5.10 Dados dos equivalentes de Thevenin. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
5.11 Frequências de oscilação da LT 04M2 com 5, 10 e 20 Mvar de compensação.130
5.12 Resultados das simulações de abertura da LT 04M2 com TPC Haefely
CVE230. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
5.13 Resultados das simulações de abertura da LT 04M2 com TPC Trench
TEM230H. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
5.14 Efeito da carga e do pára-raios no desempenho do TPC Haefely CVE230
em simulações de manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com
reator de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
5.15 Tensão residual do pára-raios de 20 kV para impulso de corrente de 30/60
µs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
5.16 Efeito da carga e do pára-raios no desempenho do TPC Trench TEM230H
em simulações de manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com re-
ator de 10 Mvar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
Abreviaturas
ATP - Alternative Transients Program;
BB - Bobina de Bloqueio;
BC - Bobina de Compensação;
BD - Bobina de Drenagem;
CAR - saída para o sinal de onda portadora em alta frequência ou carrier ;
CH1 - chave de aterramento da BD;
CH2 - chave de aterramento do TPI;
CHA - chave introduzida para simulação de transitórios;
CHB - chave introduzida para simulação de transitórios;
CHC - chave introduzida para simulação de transitórios;
CHD - chave introduzida para simulação de transitórios;
CHESF - Companhia Hidro Elétrica de São Francisco;
CSF - Circuito Supressor de Ferrorressonância;
DC - Direct Current;
FD - fator de dissipação;
GIS - Gas Insulated Substation;
LT - Linha de Transmissão;
MCOV - Maximum Continuous Operating Voltage;
NBI - Nível Básico de Impulso ou Basic Impulse Level (BIL);
O&M - Operação e Manutenção;
PRBC - dispositivo de proteção da BC;
PRBD - dispositivo de proteção da BD;
PRT P I - dispositivo de proteção do TPI e da capacitância CB ;
PRX - dispositivo de proteção do secundário conectado em série com RX1 ,
SE - subestação;
SEP - Sistema Elétrico de Potência;
SiC - Carboneto de Silício;
SIL - Surge-Impedance Load ;
TC - Transformador de Corrente;
tgδ - tangente de delta;
TI - Transformador para Instrumento;
TP - Transformador de Potencial;
19
TPC - Transformador de Potencial Capacitivo;
TPI - Transformador de Potencial Indutivo;
TPR - Transformador de Potencial Resisitivo;
X1 , X 2 e X 3 - Terminais do secundário X do TPC;
Y1 , Y 2 e Y 3 - Terminais do secundário Y do TPC;
ZnO - Óxido de Zinco;
20
Símbolos
c - capacitância shunt distribuída da LT, em F/km;
C - capacitância, em F;
c0 - capacitância de sequência zero distribuída da LT, em F/km;
C0 - capacitância de sequência zero da LT, em F;
c1 - capacitância de sequência positiva distribuída da LT, em F/km;
C1 - capacitância de sequência positiva da LT, em F;
CA - capacitância superior do divisor de tensão capacitivo do TPC, em F;
CB - capacitância inferior do divisor de tensão capacitivo do TPC, em F;
CBC - capacitância parasita do primário da BC, em F;
cm - capacitância mútua distribuída da LT, em F/km;
Ce - capacitância equivalente (CA +CB ) do TPC , em F;
cs - capacitância própria distribuída da LT, F/km;
cse - capacitância de compensação série distribuída da LT, em F/km;
csh - capacitância de compensaçãoshunt distribuída da LT, em F/km;
Csh - capacitância do CSF, em F;
CCSF - capacitância do CSF, em F;
CT - capacitância total da coluna capacitiva do TPC, em F;
CT P I1 - capacitância parasita do primário do TPI, em F;
CT P I2 - capacitância parasita do secundário do TPI, em F;
CT P I12 - capacitância parasita entre primário e secundário do TPI, em F;
E - energia, em J ;
f - frequência, em Hz;
f0 - frequência de sequência zero em Hz;
f1 - frequência de sequência positiva em Hz;
f2 - frequência de sequência negativa em Hz;
f60 - frequência de 60 Hz;
fA - frequência A de oscilação da LT, em Hz;
fB - frequência B de oscilação da LT, em Hz;
fr1 - frequência ressonante do TPC em baixas frequências, em Hz;
fr2 - frequência ressonante do TPC em altas frequências, em Hz;
g - condutância shunt da LT, em S/km;
G(jw ) - função resposta em frequência;
GdB - amplitude da função resposta em frequência Gjw , em dB;
i - corrente instantânea da LT, em A;
I2 - corrente eficaz no receptor da LT, em A;
Icc - corrente eficaz de curto-circuito, em A;
IF - corrente eficaz, em A;
Iχ - corrente eficaz na distância χ da LT, em A;
Imedido1 - corrente do primeiro ponto da curva de saturação;
Imedidok - corrente do k-ésimo ponto da curva de saturação;
imodal - elemento do vetor de corrente instantânea da LT no domínio modal;
21
ik - pico da corrente no segmento linear k, em A;
Irmsk - corrente eficaz no segmento linear k, em A;
j - operador, j =1∠90o ;
k0sh - grau de compensação shunt de sequência zero da LT;
kse - grau de compensação série da LT;
ksh - grau de compensação shunt da LT;
l - indutância série distribuída da LT, em H/km;
l0 - indutância de sequência zero distribuída da LT, em H/km;
L0 - indutância de sequência zero da LT, em H;
l1 - indutância de sequência positiva distribuída da LT, em H/km;
L1 - indutância de sequência positiva da LT, em H;
LBC - indutância da BC, em H;
LBCl1 - indutância de dispersão do primário da BC, em H;
LBCl2 - indutância de dispersão do secundário da BC, em H;
LBCl12 - indutância de dispersão do primário e do secundário da BC, em H;
LBCm - indutância de magnetização da BC, em H;
LBD - indutância da BD, em H;
LCSF - indutância do reator dos CSF, em F;
Lef etivo - associação paralela das indutâncias lineares LT P Im e LCSF , em H;
Lk - indutância do segmento linear k, em H;
lm - indutância mútua distribuída da LT, em H/km;
ls - indutância própria distribuída da LT, em H/km;
lsh - indutância de compensação shunt distribuída da LT, em H/km;
LT P I1 - indutância de dispersão do primário do TPI, em H;
LT P I12 - indutância de dispersão do primário e do secundário do TPI, em H;
LT P I2X - indutância de dispersão total do enrolamento X, em H;
LT P I2X1 - indutância de dispersão dos terminais X1 e X2 do secundário X, em H;
LT P I2X2 - indutância de dispersão dos terminais X2 e X3 do secundário X, em H;
LT P I2Y - indutância de dispersão total do enrolamento Y, em H;
LT P I2Y 1 - indutância de dispersão dos terminais Y1 e Y2 do secundário X, em H;
LT P I2Y 2 - indutância de dispersão dos terminais Y2 e Y3 do secundário X, em H;
LT P Im - indutância de magnetização do TPI, em H;
nBC - relação de transformação da BC;
nT P I - relação de transformação do TPI;
P - potência ativa, em W;
P’0 - potência natural com a LT compensada, em kV;
P0 - potência natural ou Surge-Impedance Load (SIL) da LT, em MW;
Pvazio - potência ativa medida no ensaio em vazio, em W
Q - potência reativa, em Mvar;
Qc - potência reativa capacitiva, em Mvar;
Ql - potência reativa indutiva, em Mvar;
Qk - fator de qualidade;
22
r - resistência série da LT, em Ω/km;
R - resistência, em Ω;
r0 - resistência de sequência zero distribuída da LT, em Ω /km;
R0 - resistência de sequência zero, em Ω;
r1 - resistência de sequência positiva distribuída da LT, em Ω /km;
R1 - resistência de sequência positiva, em Ω;
RBC - resistência da BC, em Ω;
RBC1 - resistência do primário da BC, em Ω;
RBC2 - resistência do secundário da BC, em Ω;
RBC3 - resistência conectada ao secundário da BC, em Ω;
RBCm - resistência de magnetização da BC, em Ω;
RCA - resistência do capacitor CA , em Ω;
RCB - resistência do capacitor CB , em Ω;
RC - resistência do capacitor C, em Ω;
RCSF - resistência do reator do CSF, em Ω;
RCSF1 - resistência do CSF ligada em paralelo com o reator, em Ω;
RCSF2 - resistência do CSF ligada em série com o reator, em Ω;
R P RT P I - resistência em série com PRT P I , em Ω;
RT P I1 - resistência do primário do TPI, em Ω;
RT P I12 - resistência do primário e do secundário do TPI, em Ω;
RT P Im - resistência de magnetização do TPI, em Ω;
RT P I2X - resistência total do enrolamento X, em Ω;
RT P I2X1 - resistência de dispersão dos terminais X1 e X2 do secundário X, em Ω;
RT P I2X2 - resistência de dispersão dos terminais X2 e X3 do secundário X, em Ω;
RT P I2Y - resistência do enrolamento Y, em Ω;
RT P I2Y 1 - resistência de dispersão dos terminais Y1 e Y2 do secundário Y, em Ω;
RT P I2Y 2 - resistência de dispersão dos terminais Y2 e Y3 do secundário Y, em Ω;
RX1 - resistência conectada ao secundário X em série com PRX , em Ω;
RX2 - resistência conectada ao secundário X em série com a chave CHD , em Ω;
t - tempo, em s;
T - período, em s;
Ti - elemento da matriz de transformação [Ti ] do domínio fasorial para modal;
Tv - elemento da matriz de transformação [Tv ] do domínio fasorial para modal;
u - tensão instantânea da LT, em kV;
U - tensão nominal da LT, em kV;
U1 - tensão eficaz no transmissor da LT, em kV;
U2 - tensão eficaz no receptor da LT, em kV;
U T P C1 - tensão eficaz primária, em kV;
U’T P C1 - tensão eficaz de derivação entre CA e CB , em kV;
U T P C2 - tensão eficaz no secundário, em kV;
Uχ - tensão eficaz na distância χ da LT, em kV;
UC - tensão eficaz sobre o capacitor C, em V;
Ucc - tensão eficaz de curto-circuito, em V;
23
UF - tensão eficaz da fonte, em V;
Ue - tensão senoidal de entrada, em V;
Umedido1 - tensão do primeiro ponto da curva de saturação medida;
Umedidok - tensão do k-ésimo ponto da curva de saturação medida;
umodal - elemento do vetor da tensão instantânea da LT no domínio modal [umodal ];
URC - tensão eficaz sobre a resistência do capacitor RC , em V;
Urmsk - tensão eficaz no segmento linear k, em V;
Us - tensão senoidal de saída, em V;
Uth - tensão equivalente de Thevenin, em pu;
Uvazio - tensão medida no ensaio em vazio, em V
w - velocidade angular, em rad/s;
w0 - velocidade angular de sequência zero, em rad/s;
w1 - velocidade angular de sequência positiva, em rad/s;
χ - distância do ponto χ ao transmissor da LT, em km;
xc - reatância capacitiva shunt distribuída da LT, em Ω/km;
xl - reatância indutiva série distribuída da LT, em Ω/km;
X - reatância indutiva, em Ω;
X0 - reatância de sequência zero, em Ω;
X1 - reatância de sequência positiva, em Ω;
xse - reatância da compensação série distribuída da LT, em Ω/km;
xsh - reatância da compensaçãoshunt distribuída da LT, em Ω/km;
y - admitância shunt distribuída da LT, em Ω/km;
ymodal - elemento da matriz de admitância da LT no domínio modal;
Yk - inverso da indutância do segmento linear k ;
z - impedância série distribuída da LT, em Ω/km;
Z’0 - impedância natural da LT com compensação, em Ω;
Z0 - impedância natural da LT, em Ω;
ZBC12 - impedância total da BC, em Ω;
Zc - impedância característica da LT, em Ω;
Zcarga - impedância da carga no receptor da LT, em Ω;
ZHX - impedância do enrolamento H mais enrolamento X, em Ω;
ZHY - impedância do enrolamento H mais enrolamento Y, em Ω;
ZXY - impedância do enrolamento X mais enrolamento Y, em Ω;
ZH - impedância do enrolamento H, em Ω;
zmodal - elemento da matriz de admitância da LT no domínio modal;
ZX - impedância do enrolamento X, em Ω;
ZY - impedância do enrolamento Y, em Ω;
δ - ângulo de perdas dielétricas, em graus;
λ - comprimento da LT, em km;
ϕk - pico do fluxo no segmento linear k, em V.s;
4x - seção incremental x da LT;
φ - fase entre Us e Ue ;
24
Notações
~ - vetor;
∼
= - aproximadamente igual;
≈ - da ordem de grandeza de;
[] - matriz;
25
Sumário
Lista de Figuras 9
Lista de Tabelas 17
1 Considerações Iniciais 29
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.3 Organização da dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5 Simulações Digitais 97
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
5.2 Modelos dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H . . . . 98
5.3 Simulações do Ensaio de Ferrorressonância . . . . . . . . . . . . 107
5.3.1 Simulações de Ferrorressonância no TPC Haefely CVE230 . . . . 109
5.3.2 Simulações de Ferrorressonância no TPC Trench TEM230H . . . 120
5.4 Simulações de Manobras de Abertura de Linhas de Transmis-
são com Diferentes Graus de Compensação . . . . . . . . . . . . 127
5.4.1 Representação do Sistema de Transmissão e Casos Simulados . . 127
5.4.2 Simulações das Manobras de Abertura da LT com TPC Haefely
CVE230 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
5.4.3 Simulações das Manobras de Abertura da LT com TPC Trench
TEM230H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
5.4.4 Influência de danos aos componentes dos TPC nos seus Desempe-
nhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
5.4.5 Propostas para Melhorar o Desempenho dos TPC e Minimizar
Danos aos seus Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
5.5 Registros Oscilográficos da Interação do TPC com a LT Com-
pensada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187
5.6 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
Bibliografia 197
27
A Dados dos Levantamentos das Curvas de Saturação dos Com-
ponentes dos TPC e dos Ensaios de Resposta em Frequência203
Frei Betto
1.1 Motivação
1.2 Objetivo
• O Capítulo 2 apresenta uma revisão dos conceitos básicos de LT, das equações de
onda e das compensações série e shunt. Indica as frequências naturais de oscilação
e, por fim, descreve e justifica o modelo adotado para simulações no programa
Alternative Transient Program (ATP) [18].
31
William Shakespeare
2.1 Introdução
Para analisar a interação entre o TPC e o SEP é necessária uma revisão dos conceitos
básicos de LT com enfoque em seus parâmetros e desempenhos em regimes permanente,
à frequência industrial, e transitório.
Neste sentido, este capítulo trata das definições dos parâmetros elétricos, das equa-
ções de onda, da operação em regime permanente e das compensações serie e shunt
das LT. Apresenta suas frequências naturais de oscilação durante transitórios, como
manobra de abertura e fechamento, considerando as situações desde a vazio até plena
carga associadas ao grau de compensação.
Por fim, apresenta o modelo adotado para simulação das LT no ATP, justificando
sua representação com foco na análise da sua interação transitória com o TPC.
−7
em que µ0 =4π×10 V.s/A.m é a permeabilidade no vácuo e r’ é o raio médio
geométrico do condutor, equivalente a r’ =e1/4 ×r =0,7788r.
Os termos da diagonal representam as indutâncias próprias ou auto-indutância e
os termos fora da diagonal são as indutâncias mútuas. Observando-se as Equações 2.1
e 2.2, nota-se que a capacitância e a indutância dependem apenas do meio físico e da
geometria.
Numa linha de transmissão trifásica, as impedâncias das três fases devem ser iguais
para que o sistema seja equilibrado, o que é possível apenas quando os coeficientes
próprios e mútuos são iguais entre si. As Figuras 2.2 e 2.3 mostram dois possíveis
arranjos de LT trifásicas.
Figura 2.2: Disposição horizontal de LT trifá- Figura 2.3: Disposição triangular de LT trifá-
sica. sica.
35
Para que os campos próprios sejam iguais é preciso que os raios dos condutores e
as alturas h dos três condutores sejam iguais, caso mostrado na Figura 2.2.
Para que os campos mútuos sejam iguais é preciso que as distâncias d e D sejam
iguais para cada fase. A primeira parte, d, se obtém através do arranjo triangular,
como mostrado na Figura 2.3. Esta disposição, como qualquer outra, não satisfaz a
condição de igualdade dos termos da segunda parte, D. Portanto, considerando-se o
efeito do solo, há sempre um certo grau de desequilíbrio.
Quando os espaçamentos dos condutores de uma linha trifásica não são iguais, como
o caso da Figura 2.2, as indutâncias de cada fase assumem valores diferentes e tornam
o circuito desequilibrado. Estas características indesejáveis são superadas através da
transposição que consiste na troca de posição dos condutores de tal modo que a corrente
de uma fase seja transportada ao longo da terça parte do comprimento da linha em
cada uma das posições, como mostra a Figura 2.4. Esta construção equilibra as linhas
eletromagneticamente, considerando-se ou não a presença do solo ou de cabos pára-
raios.
cs cm cm
[c] =
cm cs cm
F/km, (2.4)
cm cm cs
em que ls e cs são as indutâncias e capacitâncias próprias e lm e cm são as indutâncias
e capacitâncias mútuas.
Em linhas continuamente transpostas são identificados dois modos de propagação,
denominados sequência positiva e zero, com os parâmetros modais unitários calculados
conforme as Equações 2.5 e 2.6:
l1 = ls − lm
H/km, (2.5)
l0 = ls + 2lm
c1 = cs − cm
F/km, (2.6)
c0 = cs + 2cm
em que l1 e c1 são as indutâncias e capacitâncias de sequência positiva e l0 e c0 são
as indutâncias e capacitâncias de sequência zero.
Outro fator que se deve levar em consideração é o comportamento dos componentes
de sequências positiva e zero com a variação da frequência [21]. A Figura 2.5 mostra que
a indutância de sequência positiva é praticamente constante, enquanto que a resistência
de sequência positiva varia quando o efeito pelicular (skin) nos condutores e o efeito
de propagação no solo se tornam consideráveis.
Figura 2.5: Indutâncias e resistências de sequências positiva e zero de uma linha trifásica [21].
37
∂~u ∂~i
− = [l] + [r]~i, (2.7)
∂x ∂t
∂~i ∂~u
− = [c] + [g] ~u, (2.8)
∂x ∂t
em que [r ], [l ], [c] e [g] são as matrizes formadas pelas resistências r em Ω/km,
indutâncias l em H/km, capacitâncias c em F/km e condutâncias g em S/km da linha.
No domínio da frequência, as Equações 2.9 e 2.10 são expressas por:
· ¸ hi
∂~u
− = [~z] ~i , (2.9)
∂x
" #
∂~i
− = [~y ] [~u] , (2.10)
∂x
em que [~z] e [~y ] são as matrizes impedância e admitância da linha em Ω/km.
Como visto na seção 2.2, se a linha é continuamente transposta, então todas as
matrizes possuem apenas dois valores distintos: os da diagonal (próprios) e os fora da
diagonal (mútuos). Para linha não transposta, as impedâncias próprias, assim como as
mútuas, não são iguais entre si. Felizmente, as matrizes continuam simétricas e podem
ser diagonalizadas através de transformações modais, oriundas da teoria de autovalores
e autovetores da álgebra matricial [22, 23]. Esta teoria permite transformar duas
equações acopladas de quantidades fasoriais para modais de tal forma que se tornam
desacopladas (matrizes diagonais). As matrizes diagonais no domínio modal [zmodal ] e
[ymodal ] são obtidas das Equações 2.11 e 2.12:
em que [Ti ]−1 = [Tv ]t e as colunas de [Tv ] são os autovetores da matriz formada
pelo produto [z ]×[y].
39
As Equações 2.7 e 2.8 são denominadas equações de onda, cujas soluções podem
ser no domínio do tempo ou no domínio da frequência (Equações 2.9 e 2.10). Diversas
literaturas abordam os estudos destas equações, considerando as incidências, reflexões
e refrações de ondas sob várias formas de terminação da linha, como em vazio, em
curto ou com carga [24–26].
p √ p √
~ ~ ~ 2 − I~2
~ χ = U2 + I2
U
~z/~y χ
e ~
z~y
+
U ~z/~y
e−χ ~
z~y
, (2.15)
2 2
p p
~ 2 + I~2 ~z/~y √
U ~ 2 − I~2 ~z/~y
U √
I~χ = p eχ ~z~y + p e−χ ~z~y , (2.16)
2 ~z/~y 2 ~z/~y
em que U~ χ e I~χ são as tensões em kV e correntes eficazes em A a uma distância
χ em km do transmissor; U ~ 2 em kV e I~2 em A são as tensões e correntes eficazes no
p
receptor e ~z/~y é a impedância característica Z ~ c da linha em Ω/km.
A impedância característica Z ~ c é expressa pela Equação 2.17:
s s
~c = ~z r + jwl
Z = , (2.17)
~y g + jwc
r s
~c ∼ ~0 = l jwl √
Z =Z = = xl · xc , (2.18)
c jwc
em que xl é a reatância indutiva série e xc é a reatância capacitiva shunt da linha,
ambos em Ω/km.
41
~ carga =Z
1. Z ~0
A linha se comporta como um circuito puramente resistivo e não precisa de energia
reativa externa para manutenção dos seus campos elétricos e magnéticos, ou seja,
a potência reativa gerada pela capacitância shunt é totalmente absorvida pela
indutância série. A única energia absorvida pela linha é a energia ativa destinada
a cobrir as perdas por efeito Joule e dispersão.
Nestas condições, a potência ativa transportada pela linha é denominada de po-
tência natural P0 ou Surge-Impedance Load (SIL) e é expressa pela Equação 2.19:
U22
P0 = , (2.19)
Z0
em que P0 está em MW.
~ carga 6=Z
2. Z ~0
A depender do fator de potência da carga, pode haver excesso de energia no campo
magnético ou excesso de energia no campo elétrico com conseqüente sobretensão.
Este fenômeno é conhecido como efeito Ferranti [27] e pode ser observado na
Figura 2.9, onde a tensão no receptor é 8,8% maior que no transmissor para linha
em vazio.
Constata-se ainda da Figura 2.9 que o fator de potência da carga tem forte influência
na tensão do receptor. Por exemplo, o fator de potência atrasado ou unitário tende a
reduzir a tensão U2 com o aumento da potência P.
Os reatores shunt são utilizados para limitar a tensão com a linha operando em
vazio ou com pequena carga. Examinando as Equações 2.18 e 2.19, observa-se que eles
atuam no sentido de aumentar o valor da impedância natural equivalente e diminuir a
potência natural. De forma análoga, os bancos de capacitores shunt são utilizados para
elevar a tensão quando a linha opera com carga pesada, acima da potência natural.
Eles atuam no sentido de reduzir a impedância natural e aumentar a potência natural.
O banco de capacitores série é normalmente utilizado em linhas longas com a fina-
lidade de reduzir o efeito da sua indutância série, ou seja, traz o efeito de encurtá-las,
influenciando positivamente na estabilidade do sistema. Todas as três formas de com-
pensação citadas podem ser usadas juntas em uma linha de transmissão [27].
44
Admitindo, por simplificação, que uma indutância shunt lsh uniformemente distri-
buída é introduzida na linha de comprimento λ, o novo valor da admitância capacitiva
0
(jwc) da Equação 2.18 é indicado pela Equação 2.20:
1
(jwc)0 = jwc + = jwc · (1 − ksh ), (2.20)
jwlsh
em que lsh está em H/km e ksh é definido como grau de compensação shunt.
O fator ksh é expresso pela Equação 2.21:
1
xc
ksh = . = (2.21)
sh cw2 l
xsh
A potência do reator de compensação Ql e a potência reativa capacitiva da linha
Qc são definidas pelas Equações 2.22 e 2.23:
U2
Ql = , (2.22)
wlsh λ
Qc = U 2 wcλ, (2.23)
Ql
ksh = . (2.24)
Qc
0 0
Substituindo (jwc) na Equação 2.18, o valor da nova impedância característica Z0
é descrito pela Equação 2.25:
0 Z0
Z0 = √ . (2.25)
1 − ksh
Se, ao invés de aplicar lsh , for adicionada uma capacitância shunt csh , então ksh é
negativo e tem o valor expresso pela Equação 2.26:
csh xc
ksh = = . (2.26)
c xsh
0
Portanto, a indutância de compensação shunt aumenta Z0 para Z0 , enquanto que a
capacitância shunt o reduz. Da mesma forma, o efeito da compensação capacitiva série
0
cse na reatância indutiva xl da linha altera o valor da impedância Z0 para Z0 , mostrado
na Equação 2.27:
45
0
p
Z0 = Z0 · 1 − kse , (2.27)
1 xse
kse = . = (2.28)
w2 lc
se xl
Os parâmetros ksh e kse são úteis para indicar a potência reativa nominal requerida
para compensação. Combinando os efeitos das compensações série e paralelo, obtêm-se
0 0
as expressões de Z0 e P0 indicadas nas Equações 2.29 e 2.30:
√
0 1 − kse
Z0 = Z0 √ , (2.29)
1 − ksh
√
0 1 − ksh
P0 = P0 √ . (2.30)
1 − kse
Estas relações estão apresentadas através de gráficos nas Figuras 2.11 e 2.12:
0
Figura 2.11: Impedância Z0 como função de Ksh e Kse [27].
46
0
Figura 2.12: Potência P0 como função de Ksh e Kse [27].
Através das Figuras 2.11 e 2.12, observa-se que a compensação capacitiva série
0 0
(kse >0) traz o efeito de diminuir Z0 e aumentar P0 . De forma análoga, a compensa-
0 0
ção indutiva shunt produz o efeito contrário, ou seja, aumenta Z0 e diminui P0 . Por
exemplo, a Figura 2.12 indica que com a compensação shunt indutiva de aproximada-
mente 37% (Ksh ≈0,37), sem compensação série (Kse =0), se transmite 80% da potência
0
natural da linha (P0 ≈0,8P0 ).
por muito tempo, a menos que seja drenada por um transformador, reator shunt ou
transformadores de potencial.
Quando a linha é compensada por reator shunt, o comportamento da carga residual
retida nas capacitâncias oscila com composição de frequências que dependem do grau
de compensação ksh . Para melhor compreensão destas frequências, está apresentada
a seguir a análise por componentes simétricas de uma linha totalmente transposta e
compensada por reatores shunt.
As frequências naturais de sequência positiva f1 , negativa f2 e zero f0 são expressas
pelas Equações 2.31 e 2.32:
1
f1 = f2 = √ , (2.31)
2π L1 C1
1
f0 = √ , (2.32)
2π L0 C0
em que
L1 = l1 × λ,
C1 = c1 × λ,
(2.33)
L0 = l0 × λ,
C0 = c0 × λ,
l1 , c1 e l0 , c0 são respectivamente as indutâncias e capacitâncias distribuídas de sequên-
cias positiva e zero do circuito formado pela LT mais os reatores shunt e λ é o com-
primento da LT, em km. Assim, L1 , C1 e L0 , C0 são respectivamente as indutâncias
e capacitâncias totais de sequências positiva e zero do circuito formado pela LT mais
os reatores shunt. As unidades das indutâncias totais L1 e L0 estão em H, das indu-
tâncias distribuídas l1 e l0 , em H/km, das capacitâncias totais C1 e C0 , em F, e das
capacitâncias distribuídas c1 e c0 , em F/km.
Para se determinar estas frequências de oscilação, a indutância da LT é ignorada
por ser muito menor que o valor da indutância do reator. Desta forma, através das
Equações 2.22 a 2.24, encontra-se o valor de L1 e C1 :
U2
L1 = , (2.34)
wksh Qc
Qc
C1 = . (2.35)
wU 2
48
Deste modo, aplicando as Equações 2.34 e 2.35 na Equação 2.31, obtém-se a ex-
pressão de f1 e f2 :
1 1 p w p
f1 = f2 = q = q = ksh · = ksh · f60 , (2.36)
2π U2
· Qc 2π 1 2π
wksh Qc wU 2 w ksh
p
f0 = k0sh · f60 , (2.37)
em que
C1
k0sh = ksh · . (2.38)
C0
Para o caso de uma linha transposta totalmente compensada, ksh =1, a descarga
da carga residual ocorre na frequência de oscilação igual a 60 Hz com decaimento
exponencial, não ocorrendo excitação do modo de sequência zero, como mostra a Figura
2.13:
Figura 2.13: Abertura da linha em vazio com 100% de compensação shunt, ksh =1 [29].
Através de relações trigonométricas, a Equação 2.39 pode ser expressa pela Equação
2.40:
µ ¶ µ ¶
w0 + w1 w0 − w1
u(t) = A · cos t · cos t + (B − A) · cos(w0 t). (2.40)
2 2
O termo (B-A) é muito pequeno se comparado a A. Assim, observa-se que a oscilação
final do sistema é composta de duas frequências fA e fB :
f0 +f1
fA = 2
,
f0 −f1
(2.41)
fB = 2
.
A Figura 2.14 ilustra a condição de oscilação composta por duas frequências devido
a abertura de linha a vazio com meia compensação:
Figura 2.14: Abertura da linha em vazio com 50% de compensação shunt, ksh =0,5. [29].
Tabela 2.3: Transitórios eletromagnéticos e respectivas faixas de frequências (valores típicos) [30].
Origem Faixa de frequência
Ferrorressonância na energização de transformador (DC) 0,1 Hz - 1 kHz
Rejeição de carga 0,1 Hz - 3 kHz
Eliminação de falta 50/60 Hz - 3 kHz
Inicialização de falta 50/60 Hz - 20 kHz
Energização de LT 50/60 Hz - 20 kHz
Religamento de LT (DC) 50/60 Hz - 20 kHz
Tensão de restabelecimento transitória
Faltas terminais 50/60 Hz - 20 kHz
Falta em LT curta 50/60 Hz - 100 kHz
Múltiplos reacendimentos do disjuntor 10 kHz - 1 MHz
Descargas atmosféricas, faltas em subestações 10 kHz - 3 MHz
Abertura de chave com uma reignição e faltas em Subestações 100 kHz - 50 MHz
Isoladas a Gás (GIS)
2.8 Conclusão
Cora Coralina
3.1 Introdução
Para analisar a interação entre o TPC e o SEP é necessário conhecer suas finalidades
e o seu princípio de funcionamento.
Neste sentido, este capítulo trata dos conceitos fundamentais, das definições e fi-
nalidades de cada componente do TPC e apresenta noções sobre ferrorressonância e
sobre resposta em frequência.
Por fim, ressalta as características que influenciam no seu desempenho com foco
nas oscilações de baixa frequência, próximas da industrial (60 Hz).
elétricos de medição, controle ou proteção, sendo seu primário ligado em série com o
circuito elétrico de forma que seu secundário reproduz uma corrente proporcional à
do primário. Assim, este equipamento é um "redutor de corrente", pois a corrente no
secundário é normalmente menor que a do primário. O TP alimenta bobinas de po-
tencial de instrumentos elétricos de medição, controle ou proteção, sendo seu primário
ligado em derivação com o circuito elétrico de forma que seu secundário reproduz uma
tensão proporcional à do primário. Desta maneira, o TP é um "redutor de tensão",
pois a tensão no secundário é normalmente menor que a do primário [35]. As Figuras
3.1 e 3.2 ilustram a conexão dos mesmos ao SEP.
Figura 3.1: Conexão série do TC ao SEP. Figura 3.2: Conexão paralela do TP ao SEP.
Figura 3.3: Transformador de Potencial Indu- Figura 3.4: Transformador de Potencial Ca-
tivo. pacitivo.
Observa-se que, sob o aspecto de custo, é comum o uso de TPI até a classe de 145
kV e, acima desta tensão, aplica-se TPC. O segundo fator está associado a necessidade
de se transmitir sinais pela LT, como sinais de teleproteção. Neste caso, os elementos
capacitivos do TPC servem como caminho de entrada e saída dos dados que fluem pela
linha (sinais de onda portadora ou carrier ). Na seção 3.3 está descrito o caminho pelo
qual estes dados percorrem no SEP (LT e TPC).
Descritas a finalidade e a escolha dos TP, a Figura 3.6 apresenta o esquema simpli-
ficado dos componentes internos do TPC.
Em que
• BC = Bobina de Compensação,
• BD = Bobina de Drenagem,
56
CA
UT0 P C1 = × UT P C1 . (3.1)
CA + CB
Para que U’T P C1 independa da corrente de carga conectada aos secundários do TPI
e corrija o erro de fase existente entre UT P C1 e UT P C2 , o fabricante projeta a BC de
forma tal que tenha uma reatância wLBC que satisfaça a igualdade da Equação 3.2
[35]:
1
wLBC = , (3.2)
w(CA + CB )
em que LBC é a indutância da BC.
57
CA
U T P C2 = × UT P C1 . (3.3)
nT P I · (CA + CB )
A BC é normalmente um reator, único enrolamento, ou um transformador com dois
enrolamentos. Para o segundo caso, o secundário possui um dispositivo de proteção
PRBC em série com um resistor RBC . Durante condições de sobretensão, esta proteção
atua inserindo o resistor para dissipar a energia. Este dispositivo é normalmente um
centelhador ou uma chave semicondutora, como o TRIAC [37].
Nos terminais de um ou mais secundários do TPC são conectados os CSF. Eles têm
a finalidade de minimizar as oscilações de tensão que possam vir a ocorrer devido à
ferrorressonância. Ela consiste basicamente na interação entre capacitâncias e indu-
tâncias não-lineares, formadas por materiais ferromagnéticos, que possibilitam diversas
frequências ressonantes, podendo levar a sobretensões elevadas a ponto de danificar o
TPC e os equipamentos a ele conectados. A seção 3.4 descreve este fenômeno em
maiores detalhes.
Os CSF são denominados passivo, quando formados de resistores, capacitores ou
indutores e, ativos, quando possuem dispositivos semicondutores [10]. A Figura 3.7
ilustra exemplos destes circuitos.
Nas saídas da subestações (SE) A e B existem Bobinas de Bloqueio (BB) que tem a
mesma finalidade da BD, isto é, proporcionam uma alta impedância ao sinal da onda
portadora.
59
3.4 Ferrorressonância
Figura 3.10: Ferrorressonâncias: (a)Modo fundamental, (b) Modo subharmônico, (c) Modo quase-
periódico e (d) Modo caótico [39].
Us
G(jw) = ∠φ, (3.4)
Ue
em que G(jw ) é a função resposta em frequência, φ é o deslocamento de fase entre
a tensão senoidal de saída Us e a tensão senoidal de entrada Ue e w é a frequência
angular que é variada por toda faixa de frequência de interesse.
É comum expressar a amplitude da função G(jw ) em decibéis, conforme indica a
Equação 3.5 [10]:
µ ¶
Us
GdB = 20 × log10 , (3.5)
Ue
em que GdB é a amplitude da função resposta em frequência G(jw ), em dB.
A resposta em frequência do TPC geralmente apresenta pontos ressonantes em bai-
xas e altas frequências. Para o primeiro caso, normalmente abaixo de 60 Hz (subharmô-
nica), a indutância efetiva do TPI pode entrar em ferrorressonância com a capacitância
equivalente da coluna capacitiva, cuja frequência ressonante é estimada pela Equação
3.6 [42]:
1 LT P Im × LCSF
fr1 = p , Lef etivo = , Ce = CA + CB , (3.6)
2π Lef etivo × Ce LT P Im + LCSF
1 CA × CB
fr2 = √ , CT = , (3.7)
2π LBD × CT CA + CB
em que f r2 é a frequência ressonante para frequências da ordem de kHz, LBD é a
indutância da BD e CT é a capacitância total da coluna capacitiva do TPC.
No decorrer deste trabalho, a amplitude da resposta em frequência está descrita em
dB e em relação da tensão de entrada pela de saída, normalizada a 60 Hz. A segunda
opção é adotada para todos os casos que não sejam referências a outros estudos. O
Capítulo 4 apresenta resultados de ensaios de resposta em frequência em seis TPC de
230 kV, onde pode-se observar os modos ressonantes.
com a capacitância equivalente, Ce =CA +CB . Assim, a corrente drenada pela carga no
secundário do TPC não causa queda de tensão significante a ponto de afetar a exatidão
do equipamento [11].
A Figura 3.11 apresenta os circuitos dos dois projetos de TPC selecionados.
Figura 3.11: Modelos de TPC com: (a) BC sendo um reator [12, 43] (b) BC sendo um transformador
[13, 14].
Em que:
Para o circuito da Figura 3.11(b), as chaves CHA a CHD e a resistência RX2 não
pertencem ao circuito do TPC e foram introduzidos para simulação de transitórios. Os
elementos PRX e RX2 não são sempre utilizados e existem apenas em casos específicos
deste modelo de TPC. O dispositivo PRX pode ser um centelhador ou uma chave
semicondutora, como o TRIAC.
Os estudos referentes ao modelo da Figura 3.11(a) constataram que a influência das
capacitâncias CT P I12 e CT P I2 , da resistência RT P I2X e das indutâncias LT P I2X e LBD
são pequenas na faixa de frequências até 10 kHz [12, 43]. Assim, eles propuseram o
modelo simplificado indicado na Figura 3.12.
TPI) [13, 14]. Estas condições podem iniciar a ferrorressonância que, por sua vez, pode
causar estresse dielétrico, térmico ou ambos sobre os componentes do TPC e às cargas
a ele conectadas. Somados a estes fatores, os relés digitais, mais sensíveis à variação
da tensão, requerem maior fidelidade das respostas dos TPC.
Diante do exposto, é de fundamental importância conhecer e quantificar a fidelidade
da resposta transitória do TPC e os impactos térmicos e dielétricos desta resposta sobre
seus componentes. Nesse sentido, diversos trabalhos, incluindo medições em campo,
testes em laboratórios e simulações digitais, têm sido realizados [10–17].
Figura 3.13: Sensibilidade das curvas de amplitude e fase da relação de tensão do TPC a alguns dos
parâmetros mais importantes [43].
Figura 3.14: Efeito dos parâmetros da BC, LBC e CBC , na resposta em frequência [14].
O estudo indica que, para este modelo de TPC, acima de 600 Hz a indutância
da BD, LBD , afeta significativamente sua resposta em frequência. Para análise no
domínio do tempo, o circuito da Figura 3.11(b) inicialmente está com as chaves CHA
e CHC fechadas e CHD aberta. Quando se fecha a chave CHB , aparecem tensões
transitórias de alta frequência devido a troca de energia entre CT e LBD (Equação
3.7). A comparação entre as tensões no secundários da Figura 3.16(b) e (c) ilustra a
diferença de desempenho do TPC com e sem a indutância da BD. Observa-se que com
a BD, o efeito da tensão transitória no secundário é expressivamente amplificado e com
amortecimento mais lento.
Figura 3.17: Resposta transitória do TPC sob Figura 3.18: Correntes no PRX e na LCSF
ferrorressonância [13]. durante ferrorressonância [13].
Figura 3.19: Desempenho do TPC sob ferror- Figura 3.20: Desempenho do TPC sob ferror-
ressonância para RX1 =6 Ω [13]. ressonância para RCSF2 =11,35 Ω [13].
Observa-se da Figura 3.19 que o aumento de RCSF2 acima de um certo valor diminui
a eficiência do reator (LCSF ), pois ele pode limitar o valor da tensão no secundário a
um valor abaixo da tensão de disparo do PRX . A Figura 3.20 mostra que o fenômeno
da ferrorressonância é extinto em um ciclo quando RCSF2 = 11,35 Ω e RX1 = 6 Ω.
3.7.4 Influência dos Dispositivos de Proteção dos TPC das Figuras 3.11(a) e (b)
Figura 3.21: Tensão transitória no secundário Figura 3.22: Energia dissipada pelos pára-
do TPC considerando a atuação e a falha do cir- raios de SiC e ZnO quando eles atuam para pro-
cuito de proteção [43]. teger o TPC contra sobretensões [43].
Nos três casos foram impostas as condições a seguir. Inicialmente o TPC opera
sem carga no secundário com tensão nominal. Após 125 ms, fecha-se uma chave que
curto-circuita o secundário do TPC e permanece fechada durante 6 ciclos, quando o
curto-circuito é eliminado. A tensão nominal adotada para os pára-raios é de 39 kV.
Observa-se na Figura 3.21 que, para o caso da falha de atuação, a sobretensão no
secundário chega a atingir mais de 2,5 kV e o amortecimento da tensão ocorre mais
rapidamente com os pára-raios de ZnO. A Figura 3.22 mostra que as energias dissipadas
pelos pára-raios de SiC e ZnO são, respectivamente, pouco superiores a 80 J e 130 J.
Elas são facilmente absorvidas por pára-raios com tensão nominal de 39 kV para o
tempo envolvido. Portanto, o estudo indica que o circuito de proteção é bastante
eficiente na limitação de sobretensões transitórias que podem aparecer nos terminais
secundários do TPC.
O estudo referente ao circuito da Figura 3.11(b), avaliou a alternativa de se substi-
tuir o PRX e RX1 por um pára-raios de Óxido de Zinco (ZnO). Este possui caracterís-
ticas mais estáveis, estrutura mais robusta e maior confiabilidade; entretanto, deve-se
atentar para a quantidade de energia que pode dissipar [13]. A Figura 3.23 mostra o
desempenho do TPC sob ferrorressonância ao se utilizar um pára-raios de ZnO com
tensão nominal de 130 V e energia nominal de 210 J em 2 ms. Na busca de um ajuste
melhor para o TPC operar com o ZnO, a resistência RX1 foi alterada para 3,35 Ω.
72
Figura 3.23: Desempenho do TPC sob ferrorressonância com pára-raios de ZnO [14].
Figura 3.24: Influência da carga na resposta Figura 3.25: Influência da carga nas tensões
em frequência do TPC da Figura 3.11(a) [12]. transitórias do TPC da Figura 3.11(b)[14].
Para o caso da Figura 3.24, o estudo avaliou o desempenho do TPC para três cargas
distintas e indica que a sua influência no comportamento do TPC é significante [12].
No outro estudo, Figura 3.25, foi avaliado o desempenho do TPC para duas situa-
ções, em vazio (CHC aberta) e com carga de 400 VA e fator de potência 0,8 atrasado
(CHC fechada). Em ambas foram impostas as condições a seguir. Inicialmente, a chave
CHA está fechada, CHB e CHD estão abertas. No segundo momento, a chave CHD é fe-
chada no pico da tensão e aberta após dez ciclos. Observa-se na Figura 3.25, tensão no
secundário sem carga, que a ausência da carga resulta em ferrorressonância subharmô-
nica [14]. Portanto, quando o TPC opera com carga reduzida é mais suscetível ao
aparecimento de oscilações de baixa frequência e ferrorressonância.
3.8 Conclusão
Contribuições Pessoais
4 Ensaios em
Transformadores de
Potencial Capacitivos
Nunca se afaste de seus sonhos, pois se eles
se forem, você continuara vivendo, mas terá
deixado de existir
Charles Chaplin
4.1 Introdução
frequência.
Na segunda, varia-se a frequência do sinal de entrada em uma faixa de interesse e
estuda-se a resposta resultante.
As medições de resposta em frequência descritas a seguir são baseadas na segunda
técnica e foram realizadas com o TPC completo, sem carga e com chave de carrier CH1
aberta, conforme mostra a Figura 4.1:
Figura 4.1: Circuito para medições de resposta em frequência dos TPC de 230 kV.
• 01 No-break de 1,4 kVA Data Energy, modelo Digital Net, no de série 0704220,
77
Tabela 4.1: Dados dos TPC de 230 kV submetidos às medições de resposta em frequência (CHESF).
Dados Transformadores de Potencial Capacitivos (TPC)
Fabricante Haefely Haefely Trench Balteau ABB Arteche
[44] [46] [38] [47] [48] [49]
Modelo CVE230 CVE245 TEM230H CCV245 CPB245 DFK245
◦
N de série 680101 850808 87300956 91327129 8731845 011118708
Ano Fabricação 1968 1987 1987 1991 1998 2001
Frequência (Hz) 60 60 60 60 60 60
NBI (kV) 1050 1050 1050 950 950 950
UT P C1 (kV) 230 230 230 230 230 230
UT P C2 (V) 115/66,4 115/66,4 115/66,4 110,66/66,4 110,66/66,4 110,66/66,4
Relações de 1155:1/ 1155:1/ 1155:1/ 1200:1/ 1200:1/ 1200:1/
transformação 2000:1 2000:1 2000:1 2000:1 2000:1 2000:1
CA (pF) 3560 4631 4400 4860 8200 9429
CB (pF) 37400 58079 38400 46200 73300 84865
CT (pF) 3250 4300 3800 4400 7400 8500
±10% +10% -5% +10% -5% +10% -5% +10% -5% +10% -5%
Ce (pF) 40960 62710 42800 51060 81500 94294
U’T P C1 (kV) 11541 9806 13651 12639 13361 13278
LBD (mH) sem BD 12 45 40 12 12
Potência tér- sem infor- 1064 1150 1150 216 216
mica (VA) mação
Carga total si- sem infor- 400 400 400 150 150
multânea (VA) mação
Classe de Exati- X=0,3% X=0,3% X=0,3% X=0,3% X=0,3% X=0,3%
dão Y=1,2% Y=1,2% Y=1,2% Y=1,2% Y=1,2% Y=1,2%
200 VA 400 VA 400 VA 400 VA 75 VA 75 VA
Peso (kg) 1150 400 397 600 540 684
Da mesma forma, nos TPC Trench TEM230H, Balteau CCV245 e Arteche DFK245,
a BC é um transformador (dois enrolamentos), similar ao da Figura 3.11(b) do Capítulo
3. As Figuras 4.2 e 4.3 mostram os circuitos equivalentes dos seis TPC em dois grupos,
classificados pelas diferenças da BC.
Figura 4.2: Circuitos equivalentes dos TPC: (a)Haefely CVE230 [44], (b) Haefely CVE245 [46] e
(c) ABB CPB245 [48].
79
Figura 4.3: Circuitos equivalentes dos TPC: (a)Trench TEM230H [38],(b) Balteau CCV245 [47] e
(c) Arteche DFK245 [49].
80
Observa-se dos dados da Tabela 4.1 e dos circuitos das Figuras 4.2 e 4.3 que os
modelos dos seis TPC não se diferenciam apenas pela BC. Nos três TPC mais anti-
gos, o Nível Básico de Impulso (NBI) é maior em 100 kV, o que implica em projetos
distintos para proporcionar maior suportabilidade dielétrica. As diferenças nos valores
das capacitâncias CA e CB de cada modelo resultam em tensões de derivação U’T P I1
na faixa de 10 a 14 kV (Equação 3.1), impactam no valor da indutância LBC e podem
levar a diferentes pontos ressonantes. Sobre o primeiro aspecto, utilizam-se TPI com
diferentes relações de transformação para se obter a tensão padronizada no secundário
UT P C2 de cada TPC. No segundo aspecto, a indutância LBC é dimensionada de forma
tal que tenha uma reatância wLBC igual a reatância da capacitância equivalente 1/wCe
à 60 Hz (Equação 3.2), logo, assume valores diferentes para cada TPC. No terceiro
aspecto, para os pontos ressonantes de baixa frequência, a capacitância equivalente Ce ,
com valores entre 41000 e 94000 pF, interage com a indutância de magnetização LT P Im
do TPI (Equação 3.6). Nas altas frequências, ocorre a interação entre a capacitância
total CT , com valores entre 3250 e 8500 pF, e a indutância LBD , com valores entre 12 e
45 mH (Equação 3.6). Deste modo, as diferentes capacitâncias e indutâncias envolvidas
podem resultar em pontos ressonantes distintos para cada equipamento.
Os dispositivos de proteção contra sobretensão (PR) dos TPC são conectados em
paralelo a CB ou ao secundário da BC ou a um enrolamento exclusivo do TPI. A exceção
é o TPC ABB CPB245, Figura 4.2(c), que possui apenas o dispositivo de proteção da
BD. O TPC Haefely CVE230, Figura 4.2(a), tem o conjunto pára-raios PRT P I mais
resistor RP RT P I conectado em paralelo ao capacitor CB e é o único que não possui BD.
O TPC Haefely CVE245, Figura 4.2(b), possui um enrolamento exclusivo do TPI com
dispositivo de proteção PRCSF conectado aos seus terminais. Os circuitos dos TPC
Trench TEM230H, Balteau CCV245 e Arteche DFK245, Figuras 4.3(a) a (c), possuem
dispositivos de proteção PRBC no secundário da BC.
Os CSF também são diferentes para cada TPC, sendo utilizados cargas estabili-
zadoras (Figuras 4.2(a) e (b) e Figura 4.3(a)), reatores saturáveis em série com um
resistência (Figura 4.2(c) e Figuras 4.3(a) e (c)) e o conjunto formado por capacitância
e indutância paralelas, sintonizados à frequência de 60 Hz, em série com um resistor
(Figura 4.3(b)). Deve-se considerar que os dispositivos de proteção contra sobretensões
(PR) também auxiliam os CSF a limitar as oscilações ferrorressonantes.
81
Nas medições de resposta em frequência realizadas nos seis TPC, variou-se a frequên-
cia entre 5 Hz e 100 kHz e as relações da tensão de saída UT P C2 pela tensão de entrada
UT P C1 , normalizadas a 60 Hz, foram registradas para toda faixa de frequência. As
defasagens angulares destas tensões foram anotadas até 10 kHz para diminuir o tempo
de ensaio. As Figuras 4.4 e 4.5 apresentam os resultados das medições.
Figura 4.4: Resultados das medições de resposta em frequência dos TPC: (a)Haefely CVE230, (b)
Haefely CVE245 e (c)ABB CPB245.
82
Figura 4.5: Resultados das medições de resposta em frequência dos TPC: (a)Trench TEM230H, (b)
Balteau CCV245 e (c)Arteche DFK245.
As Figuras 4.4 e 4.5 mostram que o desempenho dos seis TPC frente a resposta em
frequência diferem significativamente um do outro em amplitude e fase da relação de
tensão. Assim, pode-se inferir que o modelo para simulação deve ser específico para
cada equipamento e para uma determinada faixa de frequência.
83
Figura 4.6: Medições de resposta em frequência dos seis TPC nas faixas de: (a) 1 a 100 Hz e (b)
100 Hz a 100 kHz.
Tabela 4.2: Medições dos TPC com a chave de aterramento da BD (CH1 ) aberta e fechada.
Dados Transformadores de Potencial Capacitivos (TPC)
Fabricante Haefely Trench Balteau ABB Arteche
Modelo CVE245 TEM230H CCV245 CPB245 DFK245
Frequência fr2 (Hz) 22500 11350 11300 19200 13030
UT P C2 /UT P C1 , normalizada a 60 28,4 72,3 170,1 2,8 24,97
Hz, com CH1 aberta (pu)
UT P C2 /UT P C1 , normalizada a 60 0,47 0,4 0,54 0,86 0,88
Hz, com CH1 fechada (pu)
O TPC Haefely CVE230 não está na Tabela 4.2 por não possuir BD. Neste caso,
observa-se que não ocorre amplificação da tensão secundária entre 10 e 30 kHz.
Nos ensaios foram observados outros pontos de ressonância resultantes da interação
entre capacitâncias e indutâncias presentes no circuito equivalente dos TPC.
O Apêndice A contém a listagem dos dados dos ensaios de resposta em frequência
dos seis TPC.
Para se analisar a interação transitória entre os TPC e a LT com foco nas oscilações
de baixa frequência, próximas da industrial (60 Hz), foram selecionados os TPC Haefely
CVE230 e Trench TEM230H. O circuito do primeiro TPC possui pára-raios paralelo
a CB e sua BC é um reator (apenas um enrolamento), similar ao modelo adotado
nos estudos da Figura 3.11(a). Da mesma forma, o circuito do segundo TPC possui
dispositivo de proteção no secundário da BC e o seu CSF é composto por uma carga
estabilizadora paralela ao conjunto formado por um reator saturável em série com um
resistor, similar ao modelo adotado nos estudos da Figura 3.11(b). Os circuitos dos
TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H estão representados em detalhes na Figura
4.7, cujas descrições das siglas de seus parâmetros podem ser examinadas na Lista de
Abreviaturas e Símbolos.
85
Figura 4.7: Circuito detalhado dos: (a) TPC Haefely CVE230 e (b) TPC Trench TEM230H.
Figura 4.8: (a) Circuito e (b) diagrama fasorial da capacitância e da resistência de perdas da coluna
capacitiva.
Do diagrama fasorial da Figura 4.8(b), obtêm-se a expressão para cálculo dos valores
das resistências RCA e RCB , conforme mostra a Equação 4.1:
URC tgδ
F D = tgδ = = RC × w × C ⇒ RC = , (4.1)
UC w×C
em que UC e URC são, respectivamente, as tensões sobre o capacitor C e o resistor
RC e w é a frequência angular.
A Figura 4.9 mostra o circuito utilizado na medição da capacitância e do fator de
dissipação (FD) das colunas capacitivas:
Figura 4.9: Circuito para medições da capacitância e do fator de dissipação das colunas capacitivas
dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H.
As relações de transformação dos TPI dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H
foram medidas com o instrumento da Multi-amp, modelo TR700, n◦ de série 5791, con-
forme indica a Figura 4.10:
Figura 4.10: Circuito para medição das relações de transformação dos TPI.
88
Figura 4.11: Circuito para medição das resistências dos secundários dos TPI.
Figura 4.12: Circuitos para levantamento das curvas de saturação: (a) dos TPI dos TPC Haefely
CVE230 e Trench TEM230H, (b) da BC do TPC Trench TEM230H e (c) da BC do TPC Haefely
CVE230 e dos reatores dos CSF dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H.
Figura 4.13: Curvas de saturação dos compo- Figura 4.14: Curvas de saturação dos compo-
nentes do TPC Trench TEM230H: (a) TPI, (b) nentes do TPC Haefely CVE230: (a) TPI, (b)
BC e (c) reator do CSF. BC e (c) reator do CSF.
91
Observa-se que os projetos dos TPC são distintos em relação ao ponto de saturação
(joelho da curva de saturação). No TPI do TPC Trench TEM230H, o joelho ocorre
quando a tensão está próxima a 2,1 pu, enquanto que no TPC Haefely CVE230, ocorre
próximo a 1,75 pu (Figuras 4.13(a) e 4.14(a)). O inverso acontece com o reator do CSF
do TPC Haefely CVE230, pois seu joelho ocorre acima de 4,4 pu, enquanto que no
Trench TEM230H, ocorre próximo a 1,35 pu (Figuras 4.13(c) e 4.14(c)). O ponto de
saturação do reator do CSF do TPC Haefely CVE230 indica que ele desempenha mais a
função de carga estabilizadora que de um reator saturável. Nota-se nas Figuras 4.13(b)
e 4.14(b) que as BC não saturaram. Caso tivessem atingido a saturação, tirariam os
TPC de sintonia (Equação 3.2).
Nas simulações em ATP, os dados da curva de saturação são lançados em picos
de fluxo e corrente. Isto é obtido através do estudo desenvolvido para se converter os
valores eficazes de tensão e corrente para picos de fluxo e corrente [50]. Este estudo
divide a curva de saturação em k segmentos lineares. Para cada segmento, o valor de
pico do fluxo ϕk é dado pela Equação 4.2:
√
2 × Urmsk
ϕk = , (4.2)
w
em que Urmsk é o valor eficaz da tensão no segmento linear k e w é a frequência
angular.
Assume-se que o fluxo é uma função senoidal do tipo ϕk (θ)=ϕk ×sen(θ). Assim, o
valor de pico da corrente i1 do primeiro segmento, k =1, é dado pela Equação 4.3:
√
i1 = 2 × Irms1 (4.3)
ak Yk2 + bk Yk + ck = 0, (4.5)
em que ak , bk e ck são conhecidos e Yk =1/Lk é a variável a ser determinada pela
solução positiva da Equação 4.5.
Finalmente, o pico da corrente ik é obtido pela Equação 4.6:
2
Uvazio U2
RT P Im = , RBCm = vazio , (4.7)
Pvazio Pvazio
em que Pvazio é a potência ativa medida em W e Uvazio é a tensão medida em V.
A Figura 4.15 mostra os circuitos utilizados nestas medições.
Figura 4.15: Circuito do ensaio em vazio: (a) dos TPI dos TPC Haefely CVE230 e Trench
TEM230H e (b) da BC do TPC Trench TEM230H.
93
Foram utilizados uma fonte variável de tensão de 0 a 1 kV, 2,5 kVA e um Wattímetro
da Siemens, modelo 7KB 4306, no de série F166836LE. Os resultados estão na Tabela
4.6
Para se determinar as indutâncias de dispersão dos TPI dos TPC Trench TEM230H
e Haefely CVE230, foram realizados ensaios de curto-circuito, conforme mostra a Figura
4.16.
Figura 4.16: Circuito do ensaio de curto-circuito dos TPI dos TPC Haefely CVE230 e Trench
TEM230H e da BC do TPC Trench TEM230H: (a) impedância ZHX do TPI, (b) impedânciaZHY do
TPI, (c) impedância ZXY do TPI e (d) impedância ZBC12 da BC.
Ucc
ZHX = Icc
Ucc , (4.8)
ZHY = Icc
Ucc
ZXY = Icc
em que Ucc e Icc são, respectivamente, as tensões e correntes das três medições
obtidas dos circuitos da Figura 4.16(a) a (c).
Em seguida, calcula-se as impedâncias dos enrolamentos H, X e Y, conforme Equa-
ções 4.9:
Ucc
ZBC12 = , (4.11)
Icc
em que ZBC12 é a indutância dos lados de alta e baixa tensão da BC.
Em seguida, utilizando-se dos valores das medições das resistências do enrolamento
de alta tensão da BC, RBC1 , e do enrolamento de baixa tensão, RBC2 , calcula-se as
indutâncias de dispersão, de acordo com as Equações 4.12:
q
2
ZBC −(RBC1 +n2BC ×RBC2 )2
LBCl12 = 12
w
4.4 Conclusão
Albert Einstein
5.1 Introdução
Figura 5.1: Circuito dos modelos adotados para simulações dos: (a) TPC Haefely CVE230 e (b)
TPC Trench TEM230H.
RT P I2X1
LT P I2X1 = RT P I2X
× LT P I2X ,
RT P I2X2
(5.1)
LT P I2X2 = RT P I2X
× LT P I2X ,
em que LT P I2X e RT P I2X são a indutância de dispersão total e a resistência total do
secundário X, LT P I2X1 e RT P I2X1 são a indutância de dispersão e a resistência equivalen-
tes à fração correspondente aos terminais X1 e X2 do secundário X e LT P I2X2 e RT P I2X2
são a indutância de dispersão e a resistência equivalentes à fração correspondente aos
terminais X2 e X3 do secundário X.
Como visto no Capítulo 4, o joelho curva de magnetização do reator do CSF do
TPC Haefely CVE230 ocorre acima de 4,4 pu. Portanto, optou-se por adotar o valor
da sua indutância LCSF na região linear, calculado através da Equação 5.2:
s· µ ¶¸2
1 Umedido1 P
m Umedidok −Umedidok−1 2
m
× Imedido1
+ Imedidok −Imedidok−1
− RCSF
k=2
LCSF = , (5.2)
w
100
Tabela 5.1: Fluxo e corrente adotados nos modelos dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H.
TPC Haefely CVE230 TPC Trench TEM230H
TPI TPI CSF
Corrente (Apico ) Fluxo (V.s) Corrente (Apico ) Fluxo (V.s) Corrente (Apico ) Fluxo (V.s)
0,00343 73,535 0,0042 96,691 1,337 0,26453
0,004668 77,6537 0,005435 108,0632 1,72886 0,30314
0,005875 81,4258 0,026216 128,9544 2,61222 0,34249
0,007907 84,8511 0,056527 147,6914 8,7442 0,38633
0,790712 1966,0534 5,652736 3513,43 874,42039 7,46552
Diante das considerações expostas nesta seção e dos resultados dos ensaios e cálculos
apresentados no Capítulo 4, a Tabela 5.2 sintetiza os valores dos parâmetros adotados
nos modelos dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H.
101
Tabela 5.2: Parâmetros adotados nos modelos dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H.
TPC Haefely CVE230 TPC Trench TEM230H
Parâmetro Valor Parâmetro Valor
CA (pF) 4050 CA (pF) 4321
CB (pF) 42138 CB (pF) 38820
CT P I1 (pF) 149,7 CT P I1 (pF) 200
CBC (pF) 144,78 CBC (pF) 1500
LT P I1 (H) 4,68 LT P I1 (H) 6,93
LT P I2X (mH) 0,143 LT P I2X1 (mH) 0,0268
LBC (H) 159,57 LT P I2X2 (mH) 0,0368
LCSF (H) 0,354 LBCl1 (H) 1,32
RCA (Ω) 2469 LBCl2 (mH) 3,56
RCB (Ω) 243,6 LBD (mH) 45
RT P I1 (Ω) 446 RCA (Ω) 1565
RT P I2X (mΩ) 48,5 RCB (Ω) 177,6
RBC (Ω) 608 RT P I1 (Ω) 343
RP RT P I (Ω) 68,8 RT P I2X1 (mΩ) 8,6
RT P Im (MΩ) 8,86 RT P I2X2 (mΩ) 11,8
RCSF (Ω) 5,56 RBC1 (Ω) 382
RCSF1 (Ω) 186 RBC2 (Ω) 5,64
nT P I (X1 -X3 ) 100,5 RBC3 (Ω) 24,8
- - RCSF (Ω) 1,33
- - RCSF1 (Ω) 74,6
- - RCSF2 (Ω) 2,1
- - RT P Im (MΩ) 11,2
- - RBCm (MΩ) 1,26
- - nT P I (X1 -X3 ) 116,13
- - nT P I (X2 -X3 ) 201,1
- - nBC 19,23
Figura 5.2: Comparação entre as respostas em frequência medida e simulada do TPC Haefely
CVE230, sendo (a) a relação da tensão secundária pela primária e (b) a fase desta relação.
Figura 5.3: Comparação entre as respostas em frequência medida e simulada do TPC Trench
TEM230H, sendo (a) a relação da tensão secundária pela primária e (b) a fase desta relação.
Como neste trabalho a análise da interação dos TPC com a LT está voltada para
as oscilações de baixa frequência, próximas da industrial (60 Hz) e tendo em vista que
a amplificação da tensão secundária do TPC Trench TEM230H na alta frequência,
104
Figura 5.4: Janela entre 1 e 100 Hz da Figura 5.3, sendo (a) a relação da tensão secundária pela
primária e (b) a fase desta relação.
resultados entre as medições e as simulações das amplitudes das relações de tensão até
1 kHz são respectivamente da ordem de 13% e 19% para os TPC Haefely CVE 230 e
Trench TEM230H.
A Tabela 4.2 do Capítulo 4 mostra que com a chave da BD fechada, a amplificação
da tensão secundária do TPC Trench TEM230H na alta frequência, próxima a 11 kHz,
é eliminada. Neste sentido, foram realizadas simulações com e sem a BD para dois
conjuntos de valores das capacitâncias CT P I1 e CBC cujos resultados estão na Figura
5.5.
Figura 5.5: Comparação entre as respostas em frequência simuladas do TPC Trench TEM230H com
e sem a BD, para dois conjuntos de valores das capacitâncias CT P I1 e CBC .
106
Tabela 5.3: Comparação entre valores calculados e medidos das frequências ressonantes fr1 e fr2 .
Dados TPC Haefely CVE230 TPC Trench TEM230H
fr1 calculado (Hz) 18,2 10,0
fr1 medido (Hz) 19,4 8,4
fr2 calculado (Hz) - 12032
fr2 medido (Hz) - 11350
Observa-se na Tabela 5.3 que os valores estimados pelas Equações 3.6 e 3.7 indicam
razoável concordância com os resultados das medições.
O Apêndice C contém os arquivos das simulações de resposta em frequência.
Definidos os modelos dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H, as próximas
duas seções apresentam, respectivamente, os resultados das simulações dos ensaios de
ferrorressonância e das manobras de abertura de linhas de transmissão compensadas.
O ensaio de ferrorressonância é realizado em Fábrica para verificar se a resposta do
TPC frente a transitórios que incitem este fenômeno atende às especificações técnicas,
normalmente baseadas em normas como a ANSI C93.1/1999 [1] ou a IEC 60044-5/2004
[2]. Em seguida, é realizado ensaio de exatidão para verificar se houve danos aos com-
ponentes do equipamento, ou seja, para avaliar se o TPC foi projetado e fabricado
para responder e suportar adequadamente a ferrorressonância. Desta forma, compa-
rar os resultados da simulação do ensaio de ferrorressonância com os resultados da
simulação de interação transitória do TPC com a LT, permite avaliar se os requisitos
estipulados pelas normas atuais são suficientes para garantir o desempenho e a vida
útil satisfatórios dos TPC.
107
A IEC 60044-5/2004, que substitui a IEC 186/1987 [55], é menos severa quanto a
duração da ferrorressonância, pois na primeira admitia-se apenas 10 ciclos na base de
60 Hz ao se aplicar 120 % da tensão nominal. Outra observação importante é que,
para este ensaio, nenhuma das normas citadas impõem restrições ao valor da tensão
secundária.
A Figura 5.6 mostra o circuito para ensaio de ferrorressonância de TPC. O equipa-
mento é energizado com o secundário em vazio e inicialmente a chave CHD está aberta.
Para impor o curto-circuito, fecha-se CHD e, após 0,1 s, o dispositivo de proteção,
disjuntor ou fusível, abre o circuito para excitar a ferrorressonância.
108
Figura 5.7: Tensões no secundário do TPC Haefely CVE230 obtidas das simulações de ferrorresso-
nância com tensão primária igual a 1,2 pu.
Os resultados indicam que, para este caso, o TPC está aprovado, pois a tensão
secundária não difere do seu valor normal por mais de 10% após os 30 ciclos na base de
60 Hz. Isto ocorre porque a tensão na derivação entre CA e CB , U’T P C1 , é limitada pelos
disparos do pára-raios PRT P I . A Figura 5.8 mostra as respectivas tensões e correntes
no referido pára-raios.
110
Figura 5.8: Tensões e correntes no pára-raios PRT P I do TPC Haefely CVE230 para (a) curto-
circuito no zero da tensão e (b) no pico da tensão, obtidas das simulações de ferrorressonância com
tensão primária igual a 1,2 pu.
Figura 5.9: Tensões no secundário do TPC Haefely CVE230 obtidas das simulações de ferrorresso-
nância com tensão primária igual a 1,5 pu.
Figura 5.10: Tensões e correntes no pára-raios PRT P I do TPC Haefely CVE230 para (a) curto-
circuito no zero da tensão e (b) no pico da tensão, obtidas das simulações de ferrorressonância com
tensão primária igual a 1,5 pu.
A causa deste fenômeno pode ser explicada com o auxílio das figuras a seguir.
A Figura 5.11 mostra de forma simplificada a representação do TPC Haefely CVE230
em dois momentos. O primeiro, refere-se ao momento em que a chave CHD está fechada
e o pára-raios PRT P I não dispara. O segundo, representa o curto espaço de tempo em
que o PRT P I dispara, levando a tensão na derivação entre CA e CB a zero Volts.
113
Figura 5.11: Circuitos simplificados do TPC Haefely CVE230 estando a chave de curto-circuito do
secundário CHD fechada com (a) pára-raios PRT P I sem disparar e com o (b) disparo do pára-raios
PRT P I .
Figura 5.12: (a) Tensões no pára-raios PRT P I Figura 5.13: (a) Tensões no pára-raios PRT P I
do TPC Haefely CVE230 e na capacitância e na capacitância CT P I1 do TPC Haefely
CT P I1 obtidas das simulações de ferrorressonân- CVE230 obtidas das simulações de ferrorresso-
cia com tensão primária igual a 1,5 pu e disparo nância com tensão primária igual a 1,5 pu e
do pára-raios a 22 kV, (b) ampliação do gráfico disparo do pára-raios a 23 kV, (b) ampliação do
(a) e (c) ampliação do gráfico (b). gráfico(a) e (c) ampliação do gráfico (b).
Figura 5.14: (a) Tensão no secundário do Figura 5.15: (a) Tensão no secundário do
TPC Haefely CVE230 e corrente na chave de TPC Haefely CVE230 e corrente na chave de
curto-circuito obtidas das simulações de ferror- curto-circuito obtidas das simulações de ferror-
ressonância com tensão primária igual a 1,5 pu ressonância com tensão primária igual a 1,5 pu
e disparo do pára-raios a 22 kV, (b) ampliação e disparo do pára-raios a 23 kV, (b) ampliação
do gráfico (a). do gráfico (a).
Figura 5.16: Tensão na BC do TPC Haefely CVE230 obtida da simulação de ferrorressonância com
tensão primária igual a 1,2 pu.
Figura 5.17: Tensões na BC, na capacitância CB e no secundário do TPC Haefely CVE230 obtidas
da simulação de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 pu.
Tabela 5.4: Tensão residual do pára-raios de 17,5 kV para impulso de corrente de 30/60 µs.
Corrente Tensão residual
(Apico ) (kVpico )
125 36,3
250 37,5
500 38,8
119
A Figura 5.18 mostra o resultado das simulações com o pára-raios de ZnO para
aplicação do curto-circuito no pico da tensão e alimentado a 1,5 pu do valor nominal,
mesmas condições do caso onde o equipamento foi reprovado.
Figura 5.18: Tensões na BC, na capacitância CB e no secundário do TPC Haefely CVE230 obtidas
da simulação de ferrorressonância com pára-raios de ZnO e tensão primária igual a 1,5 pu.
A dissipação de energia no pára-raios de ZnO foi de 1,64 kJ, muito inferior a sua
suportabilidade e sua aplicação não apenas permitiu a aprovação do TPC, como apre-
sentou o menor tempo de restabelecimento da tensão secundária normal, aproximada-
mente 20 ms após comando de abertura da chave de curto-circuito. Para os outros
casos, o melhor desempenho ocorreu após aproximadamente 100 ms. Além destes be-
nefícios, o equipamento sofre menores solicitações dielétricas de alta frequência pelo
fato de não existir as mudanças abruptas na tensão intermediária ocasionadas pelos
disparo do pára-raios original. A BC ainda é bastante solicitada, com tensão de pico
da ordem de 45 kV.
120
A Tabela 5.5 apresenta uma síntese dos resultados das simulações com as tensões
primárias a 1,2 e 1,5 pu e a tensão de disparo do pára-raios PRT P I a 24 kV eficaz.
As grandezas monitoradas foram as maiores tensões de pico no capacitor CB e nos
terminais secundários X1 e X3, U’T P C1 pico e UT P C2 pico, as maiores correntes de pico
no reator do CSF e no pára-raios PRT P I , ILCSF pico e IP RT P I pico, e a energia dissipada
nos resistores do CSF e do PRT P I , ERCSF1 e ERP RT P I . Os valores eficazes adotados
como base são 132,79 kV para UT P C1 , 11,55 kV para U’T P C1 e 115 V para UT P C2 .
Figura 5.19: Tensões no secundário do TPC Trench TEM230H obtidas das simulações de ferrorres-
sonância com tensão primária igual a 1,2 e 1,5 pu.
Figura 5.20: Tensões e correntes no reator do CSF do TPC Trench TEM230H obtidas das simulações
de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 e 1,5 pu.
Figura 5.21: Tensões e correntes no pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H obtidas das simu-
lações de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 pu.
124
Figura 5.22: Tensões e correntes no pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H obtidas das simu-
lações de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,5 pu.
Nas Figuras 5.21 e 5.22, o pára-raios PRBC atua no sentido de limitar as sobreten-
sões na derivação entre CA e CB , conforme ilustra a Figura 5.23.
125
Figura 5.23: Tensões na derivação entre CA e CB do TPC Trench TEM230H obtidas das simulações
de ferrorressonância com tensão primária igual a 1,2 e 1,5 pu.
Figura 5.24: Tensões na BC, na capacitância CB e no secundário do TPC Trench TEM230H para
não atuação do pára-raios PRBC .
A energia dissipada nas resistências RCSF1 , RCSF2 e RBC3 indicam o quanto o CSF
e o dispositivo de proteção atuaram para suprimir a ferrorressonância.
O Apêndice C contém a listagem dos arquivos de dados utilizados nas simulações
de ferrorressonância.
Verificados os desempenhos dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H e as
solicitações sobre os seus componentes nas simulações do ensaio de ferrorressonância, a
seção seguinte descreve os resultados das simulações de aberturas de linha de transmis-
são com diferentes graus de compensação. Os objetivos são verificar a possibilidade de
interação transitória do TPC com a LT compensada e comparar os resultados com os
obtidos nas simulações de ferrorressonância para verificar se os requisitos estipulados
pelas normas atuais são suficientes para garantir desempenho e vida útil satisfatórios
dos TPC.
Figura 5.25: Sistema de transmissão adotado nas simulações de manobras de abertura da LT 04M2.
Para analisar a interação dos TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H com a LT
04M2, as simulações consideraram as seguintes condições:
• Abertura da linha sem defeito, por exemplo, para manutenção dos reatores ou
devido a uma falha da proteção, considerando as compensações de 5, 10 e 20
Mvar;
• Abertura da linha com defeito pela atuação correta da proteção devido a um curto-
circuito monofásico no meio da LT 04M2 no instante t=50 ms, considerando as
compensações de 5, 10 e 20 Mvar;
130
Os resultados são avaliados tanto para o TPC Haefely CVE230 quanto para o TPC
Trench TEM230H do terminal da subestação Milagres. Em todos os casos, abre-se
primeiro o disjuntor do terminal de Milagres no tempo t=100 ms com transferência de
disparo para o terminal de Banabuiú, que abre após 20 ms, em t=120 ms.
Pela utilização da Equação 2.24, é de se esperar que nas manobras de aberturas da
LT 04M2 com as compensações de 5, 10 e 20 Mvar apareçam diferentes frequências de
oscilação, conforme mostra a Tabela 5.11.
Figura 5.26: Tensões da LT 04M2 no terminal de Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar para
manobra de abertura sem defeito.
132
Figura 5.27: Tensões da LT 04M2 no terminal de Milagres com reatores de 5 Mvar, 10 Mvar e 20
Mvar para manobra de abertura com curto-circuito.
133
Desempenho dos TPC Haefely CVE230 para Manobras de Abertura da LT sem Defeito
A Figura 5.29 mostra as tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely
CVE230 para o caso da manobra de abertura da linha sem defeito e com o reator de
10 Mvar. As tensões secundárias foram multiplicadas pela relação de transformação
para representar os valores na linha de transmissão.
Figura 5.29: Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely CVE230 vistas do terminal
da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para o caso de abertura sem defeito.
correspondente indica valor da ordem de 1,83 pu, uma amplificação de mais de 240%.
As sobretensões nas fases A e C são menores que na fase B e, com o decaimento,
atingem valores inferiores à tensão de disparo do pára-raios do TPI com maior rapidez.
Para ilustrar, a Figura 5.30 mostra as tensões e correntes nos pára-raios dos TPC.
Figura 5.30: Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 instalados no terminal
da subestação Milagres com reator de 10 Mvar e abertura da LT 04M2 sem defeito.
137
Desempenho dos TPC Haefely CVE230 para Manobras de Abertura da LT com curto-
circuito na fase A
A Figura 5.31 mostra as tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely
CVE230 para manobra de abertura da linha com curto-circuito franco na fase A e
compensação de 10 Mvar. As tensões secundárias foram multiplicadas pela relação de
transformação para representar os valores na linha de transmissão.
Figura 5.31: Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely CVE230 vistas do terminal
da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para o caso de abertura com curto-circuito na fase A.
138
Figura 5.32: Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 instalados nas fases B e C
do terminal da subestação Milagres com reator de 10 Mvar e abertura da LT 04M2 com curto-circuito
na fase A.
Observa-se na Figura 5.32 que o pára-raios atua até 1,5 s, enquanto no caso de
abertura da LT sem defeito, chegou a atuar por mais 500 ms (fase B).
139
Figura 5.33: Tensões da fase B na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely CVE230 vistas do
terminal da subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar para o caso de abertura sem defeito.
141
A Figura 5.33 evidencia que quanto menor é o grau de compensação, menores são as
frequências de oscilação da linha e, consequentemente, maiores são as amplificações no
secundário do TPC, pois aproximam-se da frequência onde ocorre o pico de amplificação
da tensão secundária deste equipamento. Estes resultados corroboram com ensaios de
resposta em frequência deste TPC que apresentou amplificação da ordem de 2,5 pu na
frequência próxima a 20 Hz (Figuras 4.4 e 4.6).
O efeito do amortecimento da tensão na linha em relação ao grau de compensação
também implica em diferentes atuações do pára-raios, conforme mostra a Figura 5.34.
142
Figura 5.34: Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 da fase B do terminal da
subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar e abertura da LT 04M2 sem defeito.
143
Figura 5.35: Tensões da fase B na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Haefely CVE230 vistas
do terminal da subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar para o caso de abertura com
curto-circuito na fase A.
145
Figura 5.36: Tensões e correntes nos pára-raios dos TPC Haefely CVE230 da fase B do terminal da
subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar para abertura da LT 04M2 com curto-circuito
na fase A.
146
A Tabela 5.12 apresenta uma síntese dos resultados das simulações de manobras de
abertura da LT 04M2 com o TPC Haefely CVE230, sem e com defeito, com reatores de
5, 10 e 20 Mvar. As grandezas monitoradas foram as maiores tensões de pico da linha
na fase B e nos terminais secundários X1 e X3, UT P C1 pico e UT P C2 pico, as maiores
correntes de pico no reator do CSF e no pára-raios PRT P I , ILCSF pico e IP RT P I pico, e
a energia dissipada nos resistores do CSF e do PRT P I , ERCSF1 e ERP RT P I . A tensão
de pico intermediária, U’T P C1 pico, foi limitada pela tensão de disparo do pára-raios
PRT P I em 2,08 pu na base de 11,55 kV eficaz. Os valores eficazes adotados como base
são 132,79 kV para UT P C1 e 115 V para UT P C2 .
Tabela 5.12: Resultados das simulações de abertura da LT 04M2 com TPC Haefely CVE230.
Reator Abertura UT P C1 UT P C2 ILCSF IP RT P I ERCSF1 ERP RT P I
(Mvar) da LT pico pico pico pico (J) (J)
(pu) (pu) (A) (A)
5 sem defeito 1,81 1,90 16,58 114,55 869,02 1336,35
com defeito 1,57 1,90 15,57 114,56 895,74 921,61
10 sem defeito 1,73 1,89 13,59 114,56 699,91 922,02
com defeito 1,66 1,88 15,03 114,57 656,76 553,11
20 sem defeito 1,58 1,88 12,07 100,85 316,70 161,31
com defeito 1,78 1,81 12,73 86,76 272,35 46,12
Desempenho dos TPC Trench TEM230H para Manobras de Abertura da LT sem Defeito
A Figura 5.37 mostra as tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Trench
TEM230H para manobra de abertura sem defeito com o reator de 10 Mvar. Para repre-
sentar os valores na linha de transmissão, as tensões secundárias foram multiplicadas
pela relação de transformação.
148
Figura 5.37: Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Trench TEM230H vistas do terminal
da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para manobra de abertura sem defeito.
Figura 5.38: Tensões na derivação entre CA e CB dos TPC Trench TEM230H instalados no terminal
da subestação Milagres com reator de 10 Mvar e abertura da LT 04M2 sem defeito.
Figura 5.39: Correntes nos reatores dos CSF dos TPC Trench TEM230H instalados no terminal da
subestação Milagres com reator de 10 Mvar e abertura da LT 04M2 sem defeito.
151
Figura 5.40: Atuação do pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H na abertura da LT04M2 sem
defeito, com compensação de 10 Mvar.
153
Figura 5.41: Efeito da atuação do pára-raios PRBC na tensão secundária do TPC Trench TEM230H
para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito, com compensação de 10 Mvar.
Desempenho dos TPC Trench TEM230H para Manobras de Abertura da LT com curto-
circuito na fase A
A Figura 5.42 mostra as tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Trench
TEM230H para manobra de abertura da linha com curto-circuito na fase A e com-
pensação de 10 Mvar. As tensões secundárias foram multiplicadas pela relação de
transformação para representar os valores na linha de transmissão.
154
Figura 5.42: Tensões na LT 04M2 e nos secundários dos TPC Trench TEM230H vistas do terminal
da subestação Milagres com reator de 10 Mvar para o caso de abertura com curto-circuito na fase A.
Figura 5.43: Tensões e correntes nos reatores dos CSF dos TPC Trench TEM230H instalados nas
fases B e C do terminal da subestação Milagres para abertura da LT 04M2 com curto-circuito na fase
A e compensação de 10 Mvar.
O desempenho dos reatores são similares ao caso da abertura da linha sem defeito,
considerando agora as sobretensões nas fases B e C.
Os disparos dos pára-raios PRBC nas fases B e C ocorrem de forma similar ao
observado na manobra de abertura da linha sem defeito, conforme mostra a Figura
5.44.
156
Figura 5.44: Atuação dos pára-raios PRBC dos TPC Trench TEM230H para abertura da LT04M2
sem defeito, com compensação de 10 Mvar.
157
Figura 5.45: Tensões na derivação entre CA e CB dos TPC Trench TEM230H instalados no terminal
da subestação Milagres para abertura da linha com curto-circuito na fase A e compensação de 10 Mvar.
Figura 5.46: Tensões na LT 04M2 e no secundário do TPC Trench TEM230H da fase B vistas do
terminal da subestação Milagres com reatores de 5, 10 e 20 Mvar para o caso de manobra de abertura
sem defeito.
159
Multiplicando o fluxo por 0,7, que representa uma redução de 30% no valor da
indutância linear e do joelho da curva de saturação do reator do CSF, a resposta do
TPC Trench TEM230H altera no sentido de diminuir a amplificação da tensão no seu
secundário, conforme mostra a Figura 5.47. No caso da abertura da linha com reatores
de 5, 10 e 20 Mvar, indicado na Figura 5.46, as sobretensões atingem valores diferentes,
1,81, 1,73 e 1,58 pu de pico, respectivamente. Deste modo, para compensação de 5
Mvar, o aumento da sobretensão somado à diminuição da frequência de oscilação faz
com que o reator trabalhe num ponto da curva de saturação de tal forma a diminuir a
tensão no secundário. As variações da frequência e das sobretensões na linha tornam as
análises mais complexas para os circuitos não lineares, como o reator do CSF do TPC
Trench TEM230H. No caso do TPC Haefely CVE230, o reator é considerado linear.
161
A Figura 5.48 mostra que o efeito nas tensões intermediárias do TPC Trench
TEM230H da fase B é similar ao encontrado nos secundários para as manobras de
aberturas da linha sem defeito com reatores de 5, 10 e 20 Mvar.
A Figura 5.49 mostra as tensões e correntes nos reatores dos CSF da fase B para
manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com compensações de 5, 10 e 20 Mvar.
Figura 5.49: Tensões e correntes no reator do CSF do TPC Trench TEM230H da fase B para
abertura da LT 04M2 sem defeito com reatores de 5, 10 e 20 Mvar.
mento mais lento, implica em atuação tanto do reator do CSF quanto do pára-raios da
BC por mais tempo. A Figura 5.50 mostra a atuação do pára-raios PRBC na fase B
para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com compensações de 5, 10 e 20
Mvar.
Figura 5.50: Atuação do pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H da fase B na abertura da
LT04M2 sem defeito com compensação de 10 Mvar.
164
Figura 5.51: Efeito do grau de compensação da LT na tensão secundária do TPC Trench TEM230H
da fase B para abertura da linha com curto-circuito na fase A e reatores de 5, 10 e 20 Mvar.
166
A Figura 5.52 mostra as tensões intermediárias do TPC Trench TEM230H (fase B).
A Figura 5.53 mostra as tensões e correntes nos reatores dos CSF do TPC Trench
167
Figura 5.53: Tensões e correntes no reator do CSF do TPC Trench TEM230H da fase B do terminal
da subestação Milagres para abertura da LT 04M2 com curto-circuito na fase A e reatores de 5, 10 e
20 Mvar.
168
Figura 5.54: Atuação do pára-raios PRBC do TPC Trench TEM230H da fase B na abertura da
LT04M2 com curto-circuito na fase A e reatores de 5, 10 e 20 Mvar.
169
A Tabela 5.13 apresenta uma síntese dos resultados das simulações de manobras de
abertura da LT 04M2 com o TPC Trench TEM230H, sem e com defeito, com reatores
de 5, 10 e 20 Mvar. As grandezas monitoradas foram as maiores tensões de pico da
linha na fase B, na derivação entre CA e CB e nos terminais secundários X1 e X3,
UT P C1 pico, U’T P C1 pico e UT P C2 pico, as maiores correntes de pico no reator do CSF e
no pára-raios PRBC , ILCSF pico e IP RBC pico, e a energia dissipada nos resistores do CSF
e da BC, ERCSF1 , ERCSF2 e ERBC3 . Os valores eficazes adotados como base são 132,79
kV para UT P C1 , 13,65 kV para U’T P C1 e 115 V para UT P C2 .
Tabela 5.13: Resultados das simulações de abertura da LT 04M2 com TPC Trench TEM230H.
Reator Abertura UT P C1 U’T P C1 UT P C2 ILCSF IP RBC ERCSF1 ERCSF2 ERBC3
(Mvar) da LT pico pico pico pico) pico (J) (J) (J)
(pu) (pu) (pu) (A) (A)
5 sem defeito 1,81 1,73 1,75 40,06 4,53 221,52 1606,18 128,96
com defeito 1,57 4,11 2,52 39,41 4,06 195,46 1334,33 82,17
10 sem defeito 1,73 2,57 2,41 56,50 7,20 341,50 2082,12 294,64
com defeito 1,66 4,11 2,51 53,53 6,82 270,54 1495,44 197,60
20 sem defeito 1,58 2,29 2,28 42,09 4,65 134,64 273,24 31,98
com defeito 1,77 4,10 2,54 50,68 5,88 116,68 241,63 33,86
De forma similar ao ocorrido com os TPC Haefely CVE230, os TPC Trench TEM230H
apresentam maiores dissipações nos resistores para manobra de abertura da LT com-
pensada em comparação aos resultados das simulações de ferrorressonância. Por exem-
plo, para o resistor em série com o reator do CSF, RCSF2 , a dissipação de energia é
aproximadamente 26 vezes maior na manobra de linha de transmissão que no ensaio
de ferrorressonância. Além disto, durante as manobras de LT compensadas, o equipa-
mento não reproduz com fidelidade o que ocorre na linha de transmissão, podendo, além
de ter sua vida útil reduzida, dificultar o religamento ou provocar atuação indevida da
proteção.
O Apêndice C contém arquivos de dados utilizados nas simulações de interação do
TPC com a linha de transmissão.
Visto através de simulações que as solicitações aos componentes dos TPC Haefely
CVE230 e Trench TEM230H são maiores nas manobras de abertura de LT compensa-
das que nos ensaios de ferrorressonância, a próxima seção mostra que danos aos seus
componentes podem causar considerável influência no desempenho destes TPC.
170
5.4.4 Influência de danos aos componentes dos TPC nos seus Desempenhos
Alteração no desempenho do TPC Haefely CVE230 devido a danos nos seus componentes
A seção 5.4.2 mostrou que a energia dissipada no resistor RP RT P I pode ser quase
10 vezes maior na manobra de abertura da LT compensada comparado ao ensaio de
ferrorressonância. Caso ocorra a queima deste resistor, o pára-raios não atuará, produ-
zindo sobretensões internas e no secundário do TPC. A Figura 5.55 mostra as tensões
no secundário e intermediária do TPC Haefely CVE230 para não atuação do pára-
raios, considerando a simulação da manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito e
com reator de 10 Mvar.
Figura 5.55: Tensões intermediária e no secundário do TPC Haefely CVE230 da fase B para a não
atuação do pára-raios PRT P I devido a queima do resistor RP RT P I na abertura da LT04M2 sem defeito
e com reator de 10 Mvar.
171
Figura 5.56: Efeito da alteração do resistor do CSF do TPC Haefely CVE230 na tensão secundária
para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito, com reator de 10 Mvar.
173
Observa-se na Figura 5.56, janela entre 0,1 e 0,3 s, que com o resistor alterado,
aparece uma componente de alta frequência na tensão secundária após o disparo do
pára-raios.
Alteração no desempenho do TPC Trench TEM230H devido a danos nos seus compo-
nentes
Figura 5.57: Tensões intermediária, no secundário e corrente no reator do CSF do TPC Trench
TEM230H da fase B para a não atuação do pára-raios PRBC para manobra de abertura da LT04M2
sem defeito e com reator de 10 Mvar.
175
Figura 5.58: Tensões intermediária e no secundário do TPC Trench TEM230H da fase B conside-
rando a alteração do valor da resistência RCSF2 para manobra de abertura da LT04M2 sem defeito e
com reator de 10 Mvar.
5.4.5 Propostas para Melhorar o Desempenho dos TPC e Minimizar Danos aos seus
Componentes
Propostas para Melhorar o Desempenho e Minimizar Danos aos Componentes do TPC
Haefely CVE230
Figura 5.59: Efeito da alteração do pára-raios do TPC Haefely CVE230 na tensão secundária para
manobra de abertura da linha.
Figura 5.60: Efeito da alteração do pára-raios do TPC Haefely CVE230 na tensão intermediária
para manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com reator de 10 Mvar.
Figura 5.61: Efeito da alteração do pára-raios do TPC Haefely CVE230 na tensão sobre a BC para
manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito e com reator de 10 Mvar.
Figura 5.62: Efeito da carga no desempenho do TPC Haefely CVE230 para manobra de abertura da
LT 04M2 sem defeito e com reator de 10 Mvar.
Para melhor ilustração, a Tabela 5.14 mostra os valores das amplificações das ten-
sões de pico no secundário do TPC Haefely CVE230 em relação as tensões de pico
na LT 04M2 no instante t=2 s, UT P C2 pico/UT P C1 pico, e as energias dissipadas pela
carga, pelo ZnO e pela resistência RCSF1 , Ecarga , ERP RT P I e ERCSF1 , em simulações de
manobra de abertura da LT 04M2, sem defeito, com reator de 10 Mvar, considerando o
182
TPC Haefely CVE230 operando com pára-raios original sem carga no secundário, com
pára-raios de ZnO sem carga e com cargas de 200 e 400 VA no secundário.
Tabela 5.14: Efeito da carga e do pára-raios no desempenho do TPC Haefely CVE230 em simulações
de manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com reator de 10 Mvar.
Dados PRT P I original PRT P I de ZnO
(sem carga) (sem carga) (com 200 VA) (com 400 VA)
UT P C2 pico/UT P C1 pico (t=2 s) 2,32 1,79 1,7 1,32
Ecarga (J) - - 961,55 1591,1
EP RT P I (J) - 1250,1 750,93 403,56
ERCSF1 (J) 699,91 790,59 683,69 565,67
Observa-se que a carga auxilia o CSF do TPC Haefely CVE230 na supressão da fer-
rorressonância, diminuindo a energia dissipada nos demais componentes e contribuindo
com a diminuição do erro da tensão no secundário em relação a tensão da LT. Entre-
tanto, mesmo com carga plena e pára-raios de ZnO, o TPC Haefely CVE230 ainda
apresenta erro superior a 30% na tensão secundária após 2 s da manobra de abertura
da LT. Nesta situação, se utilizar o critério do ensaio de ferrorressonância, significa que
o equipamento está reprovado. De qualquer forma, observa-se que com a carga de 400
VA, a energia dissipada pelo resistor RCSF1 diminui.
Similar ao realizado com o TPC Haefely CVE230, foi simulado o caso de manobra
de abertura da LT 04M2 sem defeito, com compensação de 10 Mvar, aplicando-se o
pára-raios de ZnO na derivação entre CA e CB do TPC Trench TEM230H no lugar
do centelhador no secundário da BC. O critério de escolha da tensão do pára-raios de
ZnO foi a menor tensão nominal que suporta o requisito de 1,5 pu durante o tempo de
30 s. Assim, foi adotado o pára-raios de ZnO de tensão nominal igual a 20 kV, tensão
máxima de operação contínua igual a 16 kV e com uma capacidade de energia de 57,6
kJ [56]. Os valores de tensão residual do ZnO, para a forma de onda 30/60 µs, estão
na Tabela 5.15
183
Tabela 5.15: Tensão residual do pára-raios de 20 kV para impulso de corrente de 30/60 µs.
Corrente Tensão residual
(Apico ) (kVpico )
125 41,5
250 42,9
500 44,3
A Figura 5.63 mostra a tensão na linha e no secundário do TPC para duas situações,
com pára-raios na BC e com pára-raios de ZnO na derivação entre CA e CB . As tensões
secundárias foram multiplicadas pela relação de transformação para representar os
valores na linha de transmissão.
Figura 5.63: Efeito da aplicação do pára-raios de ZnO no desempenho do TPC Trench TEM230H.
184
Figura 5.64: Efeito da carga no desempenho do TPC Trench TEM230H com PR de ZnO para
manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito e compensação de 10 Mvar.
186
O efeito da carga, similar ao caso com o TPC Haefely CVE230, é auxiliar o CSF a
diminuir o erro da tensão no secundário do TPC Trench TEM230H, além de diminuir
as dissipações nas resistências RCSF1 e RCSF2 e no PR de ZnO.
A Tabela 5.16 mostra os valores das amplificações das tensões de pico no secundário
do TPC Trench TEM230H em relação as tensões de pico na LT 04M2 no instante t=2
s, UT P C2 pico/UT P C1 pico, e as energias dissipadas pela carga, pelo ZnO e pelas resis-
tências RCSF1 e RCSF2 , Ecarga , ERP RT P I , ERCSF1 e ERCSF2 , em simulações de manobra
de abertura da LT 04M2, sem defeito, com reator de 10 Mvar, considerando o TPC
Trench TEM230H operando com pára-raios original PRBC sem carga no secundário,
com pára-raios de ZnO na derivação entre CA e CB sem carga e com cargas de 200 e
400 VA no secundário X.
Tabela 5.16: Efeito da carga e do pára-raios no desempenho do TPC Trench TEM230H em simula-
ções de manobra de abertura da LT 04M2 sem defeito com reator de 10 Mvar.
Dados PRBC original PRT P I de ZnO
(sem carga) (sem carga) (com 200 VA) (com 400 VA)
UT P C2 pico/UT P C1 pico (t=2 s) 1,63 1,52 1,44 1,09
Ecarga (J) - - 770,06 1312,3
EP RT P I (J) - 1014,40 596,51 332,16
ERCSF1 (J) 341,50 263,23 227,18 193,60
ERCSF2 (J) 2082,1 1306,9 1039,3 795,03
Mesmo com carga plena e pára-raios de ZnO, o TPC Trench TEM230H apresenta
erro da ordem de 9% na tensão secundária após 2 s da manobra de abertura da LT,
valor inferior ao erro do TPC Haefely CVE230. Observa-se também que a redução
de dissipação de energia no RCSF2 é significativa quando o equipamento opera com
carga plena (400 VA), apesar de ainda ser muito superior aos resultados obtidos nas
simulações dos ensaios de ferrorressonância (Tabela 5.6).
Diante do exposto, pode-se concluir que mesmo apresentando erros na tensão se-
cundária, os TPC Haefely CVE230 e Trench TEM230H possuem melhor desempenho e
menores solicitações sobre seus componentes quando operam com carga plena em seus
secundários. Além disto, o pára-raios de ZnO traz grande melhoria no desempenho do
TPC Haefely CVE230, se comparado ao original (centelhador).
A próxima seção mostra registros oscilográficos do sistema de transmissão da CHESF
para ilustrar a interação transitória do TPC com a LT.
187
Figura 5.65: Registro oscilográfico da manobra de abertura da LT 04M2, sem defeito, com grau
de compensação de 18%, visto pelos secundários dos TPC Haefely CVE230 (fase A) e TPC Trench
TEM230H (Fases B e C) no terminal da subestação Milagres (CHESF).
189
A tensão da fase A da LT 04M2, vista pelo secundário do TPC Haefely CVE, indica
sobretensão sustentada por aproximadamente 2 s, similar ao resultado da simulação da
Figura 5.29. Além disto, observa-se na forma de onda da fase A entre 0,2 e 0,8 s da
Figura 5.65 que há fortes indícios de danos ao resistor do CSF, RCSF1 , do TPC Haefely
CVE230 devido as oscilações de alta frequência após o disparo no pára-raios, similar
ao resultado da simulação mostrado na Figura 5.56.
Os gráficos das fases B e C da Figura 5.65, relativos aos TPC Trench TEM230H,
mostram deformação da onda de tensão e oscilações de alta frequência devido a atuação
do pára-raios no secundário da BC, similar ao resultado da simulação da Figura 5.41.
É importante destacar a semelhança entre as formas de onda obtidas nas simulações
e os registros da manobra da linha de transmissão.
Para identificar a frequência dominante das tensões apresentadas na Figura 5.65,
após a manobra de abertura da LT, a Figura 5.66 mostra o histograma da fase B,
calculado entre 0,5 e 1 s através da técnica FFT.
Figura 5.66: Espectro de frequência da tensão da LT 04M2 vista pelo secundário do TPC Trench
TEM230H da fase B no terminal da subestação Milagres, obtido do registro oscilográfico da Figura
5.65 entre 0,5 e 1 s.
Figura 5.67: Registros oscilográficos das manobras de abertura da LT 05C4 sem defeito com graus
de compensação de 62% e 25% vistos pelos secundários dos TPC Trench TEHM500 no terminal da
SE LGZ (CHESF).
Figura 5.68: Espectro de frequência da ten- Figura 5.69: Espectro de frequência da ten-
são da LT 04M2 vista pelo secundário do TPC são da LT 04M2 vista pelo secundário do TPC
Trench TEHM500 da fase C no terminal da su- Trench TEHM500 da fase C no terminal da su-
bestação Milagres, obtido do registro oscilográfico bestação Milagres, obtido do registro oscilográfico
da Figura 5.67, entre 1 e 2 s, para compensação da Figura 5.67, entre 1 e 2 s, para compensação
de 62%. de 25%.
5.6 Conclusão
Os resultados das simulações realizadas com os modelos dos TPC Haefely CVE230
e Trench TEM230H e os registros oscilográficos comprovam a existência da interação
transitória do TPC com a linha de transmissão compensada. Esta interação ocorre
devido a aproximação da frequência natural de oscilação da linha de transmissão com-
pensada com a frequência de amplificação da resposta em frequência do TPC. Este
casamento resulta em saturação magnética dos componentes não lineares do TPC, ge-
193
Leonardo da Vince
deve ser específico para cada equipamento e para uma determinada faixa de frequência.
Além disto, os tipos de dispositivos de proteção (PR) e de circuito supressor de ferror-
ressonância (CSF) utilizados no TPC influenciam substancialmente no desempenho do
mesmo e nas solicitações sobre seus componentes.
Outra constatação foi a influência da carga no desempenho dos TPC que, operando
com carga nominal, apresentam melhor desempenho e menores solicitações sobre seus
componentes durante a interação transitória com a linha de transmissão compensada.
Entretanto, continuam apresentando erros na tensão secundária em relação a tensão
da linha, mesmo após 2 s de manobra de abertura.
Na grande maioria dos casos, os TPC do sistema elétrico de potência operam com
carga muito inferior a nominal devido a evolução dos sistemas de proteção que pas-
saram da tecnologia convencional para estática e, posteriormente, para digital. Deste
modo, além de amplificar os erros da tensão secundária em relação a primária, há
um significativo aumento das dissipações dos resistores do CSF. Este fato pode causar
aquecimento no óleo isolante com formação de bolhas que, associado às sobretensões
sustentadas, pode resultar na falha do equipamento. Além disto, caso as solicitações
térmicas ou dielétricas forem suficientes para danificar os componentes do CSF ou o
dispositivo de proteção de TPC com circuitos elétricos correspondentes ao dos TPC
Haefely CVE230 e Trench TEM230H, surgirão sobretensões muito elevadas sobre a
capacitância inferior do divisor de tensão capacitivo (CB ), sobre a bobina de compen-
sação (BC) e sobre o transformador de potencial indutivo (TPI) do TPC, podendo,
mais uma vez, culminar na falha do equipamento.
Nesse contexto, recomenda-se para a aquisição de novos TPC que o Fabricante
forneça o equipamento com fácil ponto de acesso às conexões dos componentes do
CSF. Este medida permite averiguar o estado dos referidos componentes. Além disto,
o Fabricante deve considerar o efeito da interação transitória do TPC com a linha
de transmissão compensada de tal forma a garantir o desempenho e a vida útil deste
equipamento nesta condição de operação.
Da mesma forma, recomenda-se que os ajustes da proteção de linhas de transmissão
compensadas levem em consideração os erros introduzidos pelas alterações de sinal dos
TPC, em especial, as que têm religamento automático.
Para possibilitar avanços na avaliação do desempenho do TPC em linhas de trans-
196
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Tabela A.1: Levantamento das Curvas de saturação dos componentes não-lineares dos TPC Haefely
CVE230 e Trench TEM230H.
205
Tabela A.2: Ensaio de Resposta em frequência dos TPC Haefely CVE230, Trench TEM230H e
Balteau CCV245.
206
Tabela A.3: Ensaio de Resposta em frequência dos TPC Haefely CVE245, ABB CPB245 e Arteche
DFK245.
B Fotos dos TPC, dos
Ensaios e de Componentes
dos Tanques dos TPC
208
Tabela C.5: Dados da simulação de interação do TPC Haefely CVE230 com a LT.
216
217
218
Tabela C.6: Dados da simulação de interação do TPC Trench TEM230H com a LT.
219
220
221
D Diagnóstico do TPC pela
Resposta em Frequência
Figura D.1: Respostas em frequência de dois Figura D.2: Curvas de saturação de dois
TPC de mesmo tipo com e sem defeito [17]. TPC de mesmo tipo com e sem defeito [17].
outro, como mostra a Figura D.2. Salienta-se ainda que a relação de transformação do
TPC com defeito estava inalterada. O problema era localizado no núcleo do TPI que
causava grandes perdas.
Diante do exposto, o ensaio de resposta em frequência pode ser utilizado como mais
uma técnica para auxiliar na detecção de defeitos em TPC. O importante é obter a
medição no comissionamento para referência ("assinatura").
Sobre o Autor
e-mail : ademarj@chesf.gov.br
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