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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA


CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA/ELETROTÉCNICA

FÁVARO CARLOS VIEIRA


SUZANE VIVIAN FRITZEN PUCHTA
THIAGO RODRIGUES PUCHTA

INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE COMPONENTES HARMÔNICAS


NOS MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA
2009
FÁVARO CARLOS VIEIRA
SUZANE VIVIAN FRITZEN PUCHTA
THIAGO RODRIGUES PUCHTA

INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE COMPONENTES HARMÔNICAS


NOS MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

Trabalho de Conclusão de Curso de


Graduação, apresentado à disciplina de
Projeto Final II, do curso de Engenharia
Industrial Elétrica – ênfase em Eletrotécnica
do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica
(DAELT) da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR), como requisito
parcial para obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.

Orientador: Professor Celso Fabrício de Melo


Junior, Msc.

CURITIBA
2009
Aos nossos pais que nos ensinaram os segredos para
construirmos nossos ideais.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por dar-nos vida.

Aos pais pelo exemplo de vida.

Às esposas e esposo, por nos amar.

Aos filhos, pois quanto mais os ensinamos, mais aprendemos.

Aos nossos irmãos pelo apoio e incentivo.

Aos mestres, professores da UTFPR, pela dedicação.

Aos amigos e colegas de trabalho pelo incentivo e otimismo.

Aos amigos da UTFPR, pois juntos vivemos a mesma Tensão, buscamos


o mesmo Limite e criamos a Corrente que nos Integra Engenheiros.

Aos amigos desta equipe, pela confiança mútua, determinação e


responsabilidade.

À COPEL por ceder o uso do Laboratório de Ensaios Metrológicos, seus


instrumentos de medição e equipamentos de testes.

Aos empregados do Departamento de Medição e Perdas da COPEL, pela


presteza e por compartilharem suas habilidades técnicas, nos auxiliando com as
teorias e com os ensaios práticos, bem como permitindo a realização dos mesmos:
Aldemir Alves da Silva, Cláudia Mara Martim, Gilberto Ruschka Júnyor, João Acyr
Bonat Júnior, João Carlos Bonizol Lavado, Luiz Emílio Miecznikowski, Márcio Biehl
Hamerschmidt e Paulo Vinícius Santos Valois.

A cada membro da banca examinadora por nos honrar com sua


participação, suas críticas, elogios e sugestões.

Finalmente ao nosso orientador, professor Celso Fabrício de Melo Junior,


que compartilhou seu conhecimento de forma ilimitada e conduziu com
responsabilidade a equipe em cada etapa deste trabalho.
RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a influência da distorção harmônica nos
medidores de energia elétrica através de ensaios que simulam a presença de tais
componentes. Apresenta-se uma revisão bibliográfica a respeito da distorção
harmônica, medidores de energia elétrica, sistema tarifário vigente, bem como a
legislação brasileira vigente sobre instrumentos de medição. Para a verificação
experimental foi utilizado o laboratório de Ensaios Metrológicos da COPEL, o qual
dispõe de um avançado sistema de teste de medição capaz de gerar harmônicas até
a 40ª ordem. Foram selecionados dez medidores de tecnologia eletrônica e um
medidor de tecnologia eletromecânica para os ensaios, os quais apresentaram bom
desempenho quando da aplicação de uma taxa de distorção harmônica baixa, no
entanto quando submetidos a altas taxas de distorção alguns deles apresentaram
não conformidade com a sua classe de exatidão, tanto para energia ativa quanto
para energia reativa.

Palavras-chave: Distorção Harmônica. Correntes Harmônicas. Medidor. Energia


Ativa. Energia Reativa.
ABSTRACT

This work aims to analyze the influence of harmonic distortion in power meters
through tests that simulate the presence of such components. It presents a literature
review on the harmonic distortion, electrical energy meters, current tariff system and
the current Brazilian legislation on measuring instruments. For the experimental
verification the laboratory of metrological testing at COPEL was used, which has an
advanced test measurement system capable of generating harmonics up to the 40th
order. We selected ten electronic technology meters and one electromechanical
technology meter for testing, which showed good performance when a low harmonic
distortion was applied, however when subjected to high rates of distortion, some
showed some non-compliance with its class of accuracy, both for active energy as
well as reactive energy.

Key-words: Harmonic Distortion, Harmonic Currents, Meter, Active Energy, Reactive


Energy.
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS e ACRÔNIMOS

ABRADEE Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica

ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AFE Analog Front End

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ANSI American National Standards Institute – Intituto Nacional Americano de


Padronização
Bp Bobina de Potencial

BC Bobina de Corrente

CA Corrente Alternada

CC Corrente Contínua

COPEL Companhia Paranaense de Energia

DHT Distorção Harmônica Total

DSP Digital Signal Processor

DREX Potência Reativa Excedente

EA Energia Ativa

ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

ER Energia Reativa

EREX Energia Reativa Excedente

FER Consumo de Energia Reativa Excedente

FDR Demanda de Potência Reativa Excedente

FC Fator de Crista

Fd Fator de Distorção
FP Fator de Potência

Icc Corrente de Curto-circuito

IEC International Electrotechnical Comission – Comissão internacional de


eletrotécnica
IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers – Instituto de engenheiros
eletricistas e eletrônicos
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

ISO International Organization for Standardization – Organização Internacional


para Padronização
LACTEC Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento

NBR Norma Brasileira Registrada

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

PAC Ponto de Acoplamento Comum

PEA Posto de Ensaio Autorizado INMETRO

PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico


Nacional
ppm Partes por milhão

QEE Qualidade de Energia Elétrica

RMS Root mean square – Eficaz

Rsce Potência de Curto-circuito

RTM Regulamento Técnico Metrológico

TECPAR Instituto de Tecnologia do Paraná

TDD Total Demand Distortion

TDH Taxa de Distorção Harmônica

Tap Sistema ou dispositivo de ajuste dentro do circuito do transformador de força


que permite elevar ou reduzir a tensão transformada
VIM Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – CIRCUITO TRIFÁSICO A QUATRO CONDUTORES ..................................................28


a
FIGURA 2 – CORRENTES FUNDAMENTAL E DE 2 HARMÔNICA................................................29
FIGURA 3 – CORRENTES FUNDAMENTAL E DE 3a HARMÔNICA................................................29
FIGURA 4 – FORMA DE ONDA DE TENSÃO v(t) DISTORCIDA PELA PRESENÇA DE
HARMÔNICAS E FORMAS DE ONDAS v1(t), v3(t) e v5(t), REPRESENTANDO AS
COMPONENTES HARMÔNICAS DE 1ª, 3ª E 5ª ORDENS........................................................30
FIGURA 5– PIRÂMIDE DE POTÊNCIAS ...................................................................................44
FIGURA 6 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA LINEAR E TENSÃO SENOIDAL .........44
FIGURA 7 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA LINEAR E TENSÃO DISTORCIDA......45
FIGURA 8 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA NÃO LINEAR E TENSÃO
SENOIDAL ................................................................................................................................46
FIGURA 9 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA NÃO LINEAR E TENSÃO
DISTORCIDA.............................................................................................................................46
FIGURA 10 – ESQUEMA MEDIDOR DE INDUÇÃO .........................................................................48
FIGURA 11 – FOTO DE MEDIDOR ELETRÔNICO – FABRICADO EM 1995 ...................................49
FIGURA 12 – DIAGRAMA DE BLOCOS DE MEDIDOR ELETRÔNICO ...........................................51
FIGURA 13 – LABORATÓRIO DE ENSAIOS – PEA – COPEL .......................................................61
FIGURA 14 – REGISTRADOR GRÁFICO TEMPERATURA E UMIDADE –......................................63
FIGURA 15 - PÁGINA INICIAL DO SISTEMA IMPLANTADO NO LABORATÓRIO DE ENSAIOS
METROLÓGICOS DA COPEL, BASEADO NA NORMA NBR ISO/IEC 17025...........................64
FIGURA 16 – ACREDITAÇÃO DO LABORATÓRIO NA RBLE – REDE BRASILEIRA DE
LABORATÓRIOS DE ENSAIO ..................................................................................................64
FIGURA 17 - ACREDITAÇÃO DO LABORATÓRIO NA RBC – REDE BRASILEIRA DE
CALIBRAÇÃO...........................................................................................................................65
FIGURA 18 – VISTA PARCIAL DO SISTEMA DE TESTE DE MEDIÇÃO ZERA – UMA
POSIÇÃO ..................................................................................................................................66
FIGURA 19 – VISTA PARCIAL DO SISTEMA DE TESTE DE MEDIÇÃO ZERA – 20 POSIÇÕES....67
FIGURA 20 - ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO SISTEMA DE TESTE ZERA MTS 320-20............69
FIGURA 21 – PADRÃO ZERA COM 3003 ........................................................................................70
FIGURA 22 – PADRÃO ZERA EPZ 303-5-2 .....................................................................................71
FIGURA 23 – AMPLIFICADOR ZERA VUI 301.................................................................................72
FIGURA 24 – GERADOR DE FUNÇÃO FG 301 ...............................................................................73
FIGURA 25 – ADAPTADOR P/ MONITORAMENTO DE TENSÃO, CORRENTE E CURTO-
CIRCUITO CCM 1000................................................................................................................74
FIGURA 26 – TRANSFORMADOR DE CORRENTE ICT 200 ...........................................................75
FIGURA 27 – DISTORÇÕES HARMÔNICAS DOS CONSUMIDORES .............................................80
FIGURA 28 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .........90
FIGURA 29 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADA AOS MEDIDORES.......90
FIGURA 30 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .........91
FIGURA 31 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES ....92
FIGURA 32 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .........93
FIGURA 33 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .........95
FIGURA 34 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES ....95
FIGURA 35 - TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL ..........96
FIGURA 36 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES ....97
FIGURA 37 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .........98
FIGURA 38 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES ....98
FIGURA 39 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......100
FIGURA 40 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES ..100
FIGURA 41 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......102
FIGURA 42 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES ..102
FIGURA 43 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......103
FIGURA 44 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES.............................104
FIGURA 45 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......105
FIGURA 46 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES.............................105
FIGURA 47 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......107
FIGURA 48 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES.............................107
FIGURA 49 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......108
FIGURA 50 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES.............................109
FIGURA 51 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......110
FIGURA 52 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......111
FIGURA 53 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......113
FIGURA 54 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......114
FIGURA 55 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......115
FIGURA 56 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......116
FIGURA 57 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......118
FIGURA 58 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......120
FIGURA 59 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......121
FIGURA 60 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......122
FIGURA 61 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......123
FIGURA 62 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL .......125
FIGURA 63 – FOTO DO MEDIDOR DE QUALIDADE Q1000 .........................................................129
FIGURA 64 – FOTO ENSAIO DO MEDIDOR DE QUALIDADE Q1000 E PARCIAL DO SISTEMA
DE MEDIÇÃO ZERA MTS 320-1 .............................................................................................130
FIGURA 65 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A1, A2, A3, R1, R2 E R3 ..131
FIGURA 66 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A4 E R4 ............................131
FIGURA 67 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A5, A6, A7, R5, R6, E R7 .131
FIGURA 68 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A8, E R8 ...........................131
FIGURA 69– MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A9 E R9 .............................132
FIGURA 70 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A10 E R10 ........................132
FIGURA 71 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A11 E R11 ........................132
FIGURA 72 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A12 E R12 ........................132
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Influência das harmônicas no acréscimo da corrente e na redução do fator de


potência....................................................................................................................................34
Tabela 2 – Limites individuais de harmônicas de corrente em % da fundamental ......................34
Tabela 3 – Limites individuais de harmônicas de corrente em % da fundamental ......................35
Tabela 4 – Limites de distorção da corrente para sistemas de distribuição (120V a 69kV) ........36
Tabela 5 – Limites de Distorção para Tensão................................................................................36
Tabela 6 – Limites de Distorção para Tensão................................................................................36
Tabela 7 – Limite de variação de erro percentual admissível .......................................................59
Tabela 8 – Principais Características dos Medidores Eletrônicos MP1 a MP5 ............................76
Tabela 9 – Principais Características dos Medidores Eletrônicos MP6 a MP10 ..........................77
Tabela 10 – Principais Características do Medidor Eletromecânico ............................................77
Tabela 11 – Campanha de Medidas – Cinco maiores TDH por atividade – Brasília-DF ...............79
Tabela 12 – Dados do ensaio A1 ....................................................................................................89
Tabela 13 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A1.........................................................91
Tabela 14 – Dados do ensaio A2 ....................................................................................................91
Tabela 15 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A2.........................................................92
Tabela 16 – Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio A3...............................93
Tabela 17 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A3.........................................................94
Tabela 18 – Dados do ensaio A4 ....................................................................................................94
Tabela 19 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A4.........................................................95
Tabela 20 – Dados do ensaio A5 ....................................................................................................96
Tabela 21 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A5.........................................................97
Tabela 22 – Dados do ensaio A6 ....................................................................................................98
Tabela 23 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A6.........................................................99
Tabela 24 – Dados do ensaio A7 ....................................................................................................99
Tabela 25 – Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio A7.............................100
Tabela 26 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A7.......................................................101
Tabela 27 – Dados do ensaio A8 ..................................................................................................101
Tabela 28 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A8.......................................................102
Tabela 29 – Dados do ensaio A9 ..................................................................................................103
Tabela 30 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A9.......................................................104
Tabela 31 – Dados do ensaio A10 ................................................................................................105
Tabela 32 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A10.....................................................106
Tabela 33 – Dados do ensaio A11 ................................................................................................106
Tabela 34 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A11.....................................................107
Tabela 35 – Dados do ensaio A12 ................................................................................................108
Tabela 36 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A12.....................................................109
Tabela 37 – Dados do ensaio R1 ..................................................................................................110
Tabela 38 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R1.......................................................110
Tabela 39 – Dados do ensaio R2 ..................................................................................................111
Tabela 40 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R2.......................................................111
Tabela 41 – Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio R3.............................112
Tabela 42– Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R3........................................................113
Tabela 43 – Dados do ensaio R4 ..................................................................................................114
Tabela 44 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R4.......................................................114
Tabela 45 – Dados do ensaio R5 ..................................................................................................115
Tabela 46 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R5.......................................................115
Tabela 47 – Dados do ensaio R6 ..................................................................................................116
Tabela 48 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R6.......................................................117
Tabela 49 – Dados do ensaio R7 ..................................................................................................117
Tabela 50– Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio R7.............................118
Tabela 51– Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R7........................................................119
Tabela 52 – Dados do ensaio R8 ..................................................................................................119
Tabela 53 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R8.......................................................120
Tabela 54 – Dados do ensaio R9 ..................................................................................................121
Tabela 55 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R9.......................................................121
Tabela 56 – Dados do ensaio R10 ................................................................................................122
Tabela 57 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R10.....................................................122
Tabela 58 – Dados do ensaio R11 ................................................................................................123
Tabela 59 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R11.....................................................124
Tabela 60 – Dados do ensaio R12 ................................................................................................124
Tabela 61 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R12.....................................................125
Tabela 62 – Ensaios no Medidor Eletromecânico........................................................................126
Tabela 63 – Resultado dos ensaios nos medidores eletrônicos e medidor eletromecânico ....127
Tabela 64 – Valores Calculados das Potências para os Ensaios A1 a A12 ................................133
Tabela 65 – Valores Calculados de FP – com Base na Tabela 64 ...............................................133
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – COMPARATIVO FATOR DE POTÊNCIA – 60 Hz e Res. 456..................................135


GRÁFICO 2 – DIFERENÇA FATOR DE POTÊNCIA – 60 Hz e Res. 456........................................135
GRÁFICO 3 – COMPARATIVO TAXA ENERGIA RETIVA EXCEDENTE – 60 Hz e Res. 456 ........136
GRÁFICO 4 – DIFERENÇA TAXA ENERGIA REATIVA EXCEDENTE – 60 Hz e Res. 456............136
GRÁFICO 5 – COMPARATIVO FATOR DE POTÊNCIA – NBR 5456 e Res. 456...........................137
GRÁFICO 6 – DIFERENÇA FATOR DE POTÊNCIA – NBR 5456 e Res. 456 ................................137
GRÁFICO 7 – COMPARATIVO TAXA ENERGIA RETIVA EXCEDENTE – NBR 5456 e Res.
456 ..........................................................................................................................................138
GRÁFICO 8 – DIFERENÇA TAXA ENERGIA REATIVA EXCEDENTE – NBR 5456 e Res. 456 ....138
GRÁFICO 9 – COMPARATIVO FATOR DE POTÊNCIA – 456* e Res. 456....................................139
GRÁFICO 10 – DIFERENÇA FATOR DE POTÊNCIA – 456* e Res. 456........................................140
GRÁFICO 11 – COMPARATIVO TAXA ENERGIA RETIVA EXCEDENTE – 456* e Res. 456 ........140
GRÁFICO 12 – DIFERENÇA TAXA ENERGIA REATIVA EXCEDENTE – 456* e Res. 456............141
LISTA DE SÍMBOLOS

Coeficiente da Série Simples de Fourier que representa a componente CC da


a0
onda

ak Coeficiente da Série Simples de Fourier

bk Coeficiente da Série Simples de Fourier

DHTI Distorção Harmônica Total para corrente

DHT V Distorção Harmônica Total para tensão

EA Energia Ativa

ER Energia Reativa

Fc Fator de Crista

Fd Fator de distorção

FP Fator de Potência

I1 Módulo da corrente na freqüência fundamental

Ief Corrente Eficaz

Ih Corrente harmônica

In Módulo da corrente na freqüência harmônica

k Último harmônico considerado

n Ordem harmônica

P Potência ativa

P1 Potência ativa fundamental

PH Potência harmônica ativa

Q Potência reativa

Q1 Potência reativa fundamental

QB Potência Reativa de Budeanu


QBH Potência Reativa de Budeanu harmônica

S1 Potência aparente fundamental

Se Potência Aparente Eficaz

SH Potência Aparente Harmônica

TDHI Taxa de Distorção Harmônica para a corrente

TDHV Taxa de Distorção Harmônica para a tensão

V1 Tensão no valor da componente fundamental

Vef Valor eficaz da tensão

Vh Tensão harmônica

Vn Módulo da tensão na freqüência harmônica

Ângulo formado entre a potência aparente eficaz e a potência aparente


α fundamental

ϕ Ângulo formado entre a potência ativa e a potência aparente

Ângulo formado entre a potência ativa fundamental e a potência aparente


ϕ1
fundamental

δ Ângulo formado entre a potência ativa e a potência aparente

θ1 Ângulo entre tensão e corrente fundamentais

θh Ângulo entre tensão e corrente harmônicas

x(t ) Função x variável no tempo


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................21
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA..............................................................................22
1.2 PROBLEMA ...................................................................................................22
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................22
1.4 OBJETIVOS ...................................................................................................23
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................23
1.4.2 Objetivos Específicos .....................................................................................24
1.5 MÉTODO DE PESQUISA ..............................................................................24
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................................................25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................27
2.1 DISTORÇÕES HARMÔNICAS ......................................................................27
2.1.1 Distorção Harmônica Total e Taxa de Distorção Harmônica..........................33
2.1.2 Limites para Distorções Harmônicas de Corrente ..........................................34
2.1.3 Limites para Taxa de Distorções Harmônicas de Tensão ..............................36
2.1.4 Definições de Parâmetros de Distorção .........................................................37
2.1.4.1 Fator de Distorção ....................................................................................37
2.1.4.2 Fator de Crista..........................................................................................37
2.1.4.3 Potência Aparente Fundamental ..............................................................38
2.1.4.4 Potência Harmônica Ativa ........................................................................38
2.1.4.5 Potência Reativa de Budeanu ..................................................................39
2.1.4.6 Potência Aparente Harmônica..................................................................40
2.1.4.7 Potência Aparente Eficaz .........................................................................40
2.1.4.8 Potência de Distorção Harmônica ............................................................41
2.1.4.9 Fator de Potência .....................................................................................41
2.1.4.10 Relação entre as Potências.....................................................................43
2.1.4.11 Relação entre as Potências para Diferentes Condições de Distorção
Harmônica ......................................................................................................44
2.2 MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA ........................................................47
2.3 SISTEMA TARIFÁRIO VIGENTE...................................................................51
2.3.1 Conceituação Básica......................................................................................51
2.3.2 Classes e Subclasses de Consumo ...............................................................52
2.3.3 Grupos de Consumidores...............................................................................52
2.3.4 Estrutura Tarifária para Consumidores do Grupo A .......................................53
2.3.4.1 Tarifa Convencional ..................................................................................54
2.3.4.2 Tarifa Horossazonal Verde........................................................................54
2.3.4.3 Tarifa Horossazonal Azul ..........................................................................55
2.3.4.4 Medição e Faturamento de Consumo / Demanda Excedente Reativos ....56
2.4 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA.....................................................................................57
3 ENSAIOS .......................................................................................................61
3.1 ESTRUTURA LABORATORIAL .....................................................................61
3.2 SISTEMA DE TESTE DE MEDIÇÃO..............................................................65
3.3 MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA – AMOSTRAS ................................75
3.4 METODOLOGIA DE ENSAIOS......................................................................78
3.4.1 Definição dos Ensaios ....................................................................................79
4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS ENSAIOS.................................................89
4.1 ENSAIOS NOS MEDIDORES ELETRÔNICOS .............................................89
4.1.1 Ensaio A1 – Carga Nominal na Freqüência Fundamental e Fator de
Potência Unitário ............................................................................................89
4.1.2 Ensaio A2 – Carga Nominal Resistiva e Indutiva na Freqüência
Fundamental ..................................................................................................91
4.1.3 Ensaio A3 – Registrador – Carga resistiva sem distorção harmônica............92
4.1.4 Ensaio A4 – RTM – Influência de Componente Harmônico nos Circuitos
de Tensão e Corrente.....................................................................................94
4.1.5 Ensaio A5 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
na Tensão e Corrente.....................................................................................96
4.1.6 Ensaio A6 – Carga Nominal Resistiva e Capacitiva com Distorção
Harmônica na Tensão e Corrente ..................................................................98
4.1.7 Ensaio A7 – Registrador – Carga Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica na Tensão e na Corrente .............................................................99
4.1.8 Ensaio A8 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica na Corrente Defasadas da Fundamental ...................................101
4.1.9 Ensaio A9 – Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
na Corrente em Fase com a Fundamental ...................................................103
4.1.10 Ensaio A10 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica de Tensão em Fase com a Fundamental e de Corrente
Defasada da Fundamental ...........................................................................104
4.1.11 Ensaio A11 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica de Tensão e Corrente em Fase com a Fundamental.................106
4.1.12 Ensaio A12 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica de Tensão e Corrente Iguais e em Fase com a Fundamental ...108
4.1.13 Ensaio R1 - Carga Nominal na Freqüência Fundamental e Fator de
Potência Unitário ..........................................................................................109
4.1.14 Ensaio R2 – Carga Nominal Resistiva e Indutiva na Freqüência
Fundamental ................................................................................................111
4.1.15 Ensaio R3 – Registrador – Carga Indutiva sem Distorção Harmônica .........112
4.1.16 Ensaio R4 – Carga Nominal Indutiva com Distorção Harmônica de 5ª
Ordem na Tensão e na Corrente..................................................................113
4.1.17 Ensaio R5 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica na Tensão e Corrente ................................................................115
4.1.18 Ensaio R6 - Carga Nominal Resistiva e Capacitiva com Distorção
Harmônica na Tensão e Corrente ................................................................116
4.1.19 Ensaio R7 – Registrador - Carga Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica na Tensão e na Corrente ...........................................................117
4.1.20 Ensaio R8 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
na Corrente Defasadas da Fundamental......................................................119
4.1.21 Ensaio R9 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
na Corrente em Fase com a Fundamental ...................................................120
4.1.22 Ensaio R10 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica de Tensão em Fase com a Fundamental e de Corrente
Defasadas da Fundamental .........................................................................122
4.1.23 Ensaio R11 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica de Tensão e Corrente em Fase com a Fundamental.................123
4.1.24 Ensaio R12 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção
Harmônica de Tensão e Corrente Iguais e em Fase com a Fundamental ...124
4.2 ENSAIOS NO MEDIDOR ELETROMECÂNICO...........................................125
4.3 RESUMO DOS RESULTADOS NOS MEDIDORES ELETRÔNICOS E
ELETROMECÂNICOS .................................................................................126
4.4 MEDIDOR DE QUALIDADE DE ENERGIA QUANTUM Q1000 ...................128
4.5 COMPARAÇÕES E SIMULAÇÕES – CÁLCULO DA ENERGIA REATIVA
EXCEDENTE ...............................................................................................133
4.5.1 Cálculos do FP e Taxa de Excedente Reativo – 60 Hz e Res. 456..............135
4.5.2 Cálculos do FP e Taxa de Excedente Reativo – NBR 5456 e Res. 456 ......137
4.5.3 Cálculos do FP e Taxa de Excedente Reativo – 456* e Res. 456................139
5 CONCLUSÃO ..............................................................................................143
5.1 ASPECTOS NORMATIVOS E REGULATÓRIOS ........................................143
5.2 ASPECTOS METROLÓGICOS....................................................................143
REFERÊNCIAS.......................................................................................................145
ANEXO A ................................................................................................................148
ANEXO B ................................................................................................................152
ANEXO C ................................................................................................................154
ANEXO D ................................................................................................................156
ANEXO E ................................................................................................................160
ANEXO F.................................................................................................................169
ANEXO G ................................................................................................................172
21

1 INTRODUÇÃO

Instrumentos para medição da energia têm sido utilizados e aprimorados


desde o final do século XIX, quando do início do uso comercial da energia elétrica,
para balizar a transação comercial entre fornecedor e consumidor. Neste contexto, a
imagem das distribuidoras perante seus consumidores depende, em grande parte,
do sistema de medição da energia consumida, que deve ser de qualidade
metrológica atestada e amplamente reconhecida (HENRIQUES, 2002, p. 14).
O conceito de qualidade de energia do serviço prestado por uma
distribuidora de energia elétrica engloba, hoje, não só o suprimento de tensão
adequada e a continuidade do serviço como também, e principalmente, o
fornecimento de uma forma de onda de tensão desprovida de deformações, tais
como transientes e harmônicas. A má Qualidade de Energia Elétrica (QEE) contribui
para a redução da vida útil do sistema e dos equipamentos a ele ligados (HAFNER,
2006, p. 3).
A questão da QEE tem sido muito estudada, estando as distribuidoras e
consumidores cada vez mais preocupados em fornecer e receber, respectivamente,
uma energia isenta de perturbações, ou pelo menos que tais perturbações não
sejam em níveis tão prejudiciais. Nos últimos anos, com a rápida expansão
tecnológica e a proliferação de cargas não lineares, as harmônicas têm se tornado
alvo de constantes preocupações e pesquisas (HENRIQUES, 2002, p. 15).
A presença de harmônicas pode ocasionar um comportamento
inadequado de alguns componentes e de alguns tipos de cargas e um aumento
significativo nas perdas elétricas do sistema. Dentre os componentes que podem ser
influenciados, destacam-se os medidores de energia elétrica (HENRIQUES, 2002).
Tendo em vista essas condições na qualidade de energia elétrica, podem
surgir erros nas medições de energia, que se justificam em função de tais
dispositivos serem projetados para operarem na freqüência da rede (60Hz).
Conseqüentemente, quando eles estão operando sob condições de alimentação
não-senoidal, podem passar a registrar incorretamente (SILVA; SAMESINA;
OLIVEIRA, 1999).
22

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O trabalho será desenvolvido em medidores de energia elétrica do tipo


eletrônico e eletromecânicos para avaliar seu comportamento na presença de
componentes harmônicas. Para os medidores eletrônicos foram selecionados dez
amostras para medição indireta, corrente nominal de 2,5 A, trifásicos, sendo sua
maior utilização em consumidores do grupo A. Para o medidor eletromecânico foi
selecionada uma amostra para medição direta, trifásico, corrente nominal de 15A,
utilizados em consumidores do grupo B.

1.2 PROBLEMA

Dentro do contexto da modernidade e das novas tecnologias, surgem as


cargas não lineares, que por solicitarem uma corrente não senoidal, alteram o índice
da qualidade de energia elétrica, ou seja, a energia que foi gerada de forma
alternada, senoidal e com baixo índice de distorções passa a ter sua forma de onda
distorcida, eventualmente afetando o funcionamento normal de diversos
equipamentos, dentre eles o medidor de energia elétrica.
Desta forma, surge a questão principal deste trabalho:
- Quais os impactos no faturamento e as conseqüências no desempenho que
as distorções harmônicas causam nos medidores de energia elétrica?

1.3 JUSTIFICATIVA

Tecnicamente pode-se definir que má Qualidade de Energia Elétrica é


qualquer problema ou evento que afeta a tensão, corrente ou freqüência que resulte
em falha ou que prejudique a operação normal de equipamentos elétricos. Tais
problemas são normalmente conhecidos como distúrbios e estes podem ser
causados pela distribuidora de energia ou pelo consumidor.
Exemplos de distúrbios causados pela distribuidora: transitórios devido à
operação de disjuntores, transformadores e chaves; transitórios provenientes de
inserção de capacitores e/ou manobras na rede de energia elétrica.
23

Exemplos de distúrbios causados pelos consumidores: conversores


eletrônicos, fornos a arco, desequilíbrio de cargas, partida de grandes motores,
inserção de cargas não lineares, etc.
Outras designações de distúrbios surgem provenientes da iteração entre a
fonte de energia e a carga: variações de curta e longa duração, afundamento de
tensão, interrupções, sobretensão, subtensão, variações na freqüência e as
distorções da forma de onda fundamental também chamadas de harmônicas.
Sabe-se que os diversos distúrbios na energia elétrica podem trazer
problemas para os equipamentos e componentes elétricos, por isso trata-se de um
assunto de grande importância estudar o impacto que as distorções harmônicas
provocam nos mesmos.
Estudo realizado por Henriques (2002), concluiu que os medidores
eletrônicos podem não ter desempenho ideal quando operando sob condições não
senoidais, especialmente na medição de energia reativa. Alguns outros trabalhos
não são conclusivos, necessitando assim de maior aprofundamento sobre o assunto.
Através da análise de ensaios realizados em medidores, simulando a
interposição de distorções harmônicas em laboratório é possível reunir dados para
concluir sobre seus efeitos na medição de energia elétrica.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Realizar ensaios metrológicos de exatidão com aplicação de distorções


harmônicas em medidores de energia elétrica. Selecionar amostras das principais
marcas fabricantes nacionais utilizados pelas distribuidoras de energia elétrica para
medição e faturamento de consumidores acessantes. Finalmente avaliar os
resultados e concluir se tais componentes harmônicas podem realmente afetar a
contabilização das distribuidoras nos aspectos de medição e faturamento de energia
ativa (kWh) e energia reativa (kvarh) das unidades consumidoras.
24

1.4.2 Objetivos Específicos

- Analisar e estudar a teoria das componentes harmônicas no contexto


da qualidade de energia, suas causas e conseqüências;
- Pesquisar a legislação brasileira vigente quanto aos aspectos de
fornecimento e faturamento de energia elétrica, especificamente no
que se refere a presença de distorções harmônicas no sistema de
distribuição de energia elétrica;
- Pesquisar sobre o princípio de funcionamento dos medidores
eletromecânicos e eletrônicos utilizados para faturamento de energia
elétrica e os aspectos de medição, registro de consumo ativo e reativo;
- Realizar ensaios em medidores eletrônicos de energia elétrica
destinados a faturamento de consumidores do grupo “A”, em
laboratório metrológico, simulando a presença de distorções
harmônicas;
- Realizar ensaios em medidores eletromecânicos de energia elétrica
destinados a faturamento de consumidores do grupo “B”, em
laboratório metrológico, simulando a presença de distorções
harmônicas;
- Avaliar e comparar resultados, estabelecer conclusões e definir
conseqüências e reflexos nos aspectos da energia elétrica medida;
- Escrever relatório referente aos ensaios.

1.5 MÉTODO DE PESQUISA

Através de pesquisa científica e bibliográfica focada no estudo das


componentes harmônicas e sua influência na medição de energia elétrica, concluir
se de fato os medidores de energia elétrica são ou não sensibilizados pelas cargas
não lineares e quais são os reflexos nas grandezas medidas e no faturamento das
Unidades Consumidoras.
Continuando a fundamentação teórica, será feito um estudo sobre os
medidores de energia elétrica. Serão pesquisados também os aspectos metrológicos
normativos e a legislação brasileira vigente.
25

Utilizando o laboratório de medições de uma distribuidora de energia


elétrica, o qual possui todos os equipamentos e instrumentos necessários, serão
realizados os ensaios nos medidores, aplicando distorção harmônica na tensão e na
corrente.
De posse destes estudos, pretende-se elaborar relatórios e gráficos e
assim emitir as devidas conclusões sobre os problemas abordados neste contexto.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Capítulo 1 – Proposta: trata-se da proposta inicial do trabalho, onde


apresenta uma introdução ao trabalho e onde estão descritos os objetivos e
metodologia de pesquisa.
Capítulo 2 – Fundamentação teórica: faz-se uma revisão bibliográfica de
todos os temas importantes relacionados aos objetivos deste trabalho. Iniciando por
um estudo sobre distorção harmônica no sistema elétrico, em seguida por medidores
de energia elétrica, aspectos metrológicos e normativos, relacionados à medição de
energia elétrica para faturamento de unidades consumidoras.
Capítulo 3 – Ensaios: qual a metodologia de ensaio necessária ao estudo
e quais os equipamentos e instrumentos de medição utilizados.
Capítulo 4 – Resultados: explicita os resultados obtidos e analisa os
conteúdos adquiridos após realização dos ensaios em medidores eletrônicos com
aplicação simulada de formas de ondas de tensão e corrente, com e sem distorções
harmônicas.
Capítulo 5 – Conclusão: confronta o estudo teórico com o prático,
concatenando os resultados coletados com a fundamentação teórica e o que pode
interferir na legislação vigente.
Referências.
26
27

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DISTORÇÕES HARMÔNICAS

Na atualidade, muitas instalações têm sido vítimas de eventos


aparentemente inexplicáveis, como o aquecimento excessivo de transformadores
que alimentam cargas inferiores à sua potência nominal, o disparo de disjuntores
com correntes bem menores que a corrente nominal, assim como o excessivo
aquecimento de condutores neutros de circuitos razoavelmente equilibrados. O
problema se deve à distorção harmônica, cuja existência, até alguns anos atrás,
praticamente não afetava o funcionamento normal das instalações. Ela constitui um
subproduto da eletrônica moderna e manifesta-se especialmente onde existe uma
quantidade considerável de computadores, acionamentos de velocidade regulável e
outras cargas não lineares, cuja utilização vem se expandindo rapidamente nos
últimos anos (GUIA EM da NBR 5410, 2001).
Segundo Arrilaga (2004, p. 5), harmônicas são definidas como
componentes senoidais de tensão ou correntes com freqüências múltiplas inteiras da
freqüência nominal do sistema. Eles constituem as principais distorções das formas
de onda de tensão e corrente. No caso do sistema elétrico brasileiro, a fundamental
é a freqüência padrão de 60 Hz tendo como 2ª harmônica uma onda senoidal de
120 Hz, 3ª harmônica uma onda senoidal de 180 Hz e assim por diante. As
harmônicas são uma forma matemática de analisar a distorção de uma forma de
onda, seja ela de tensão ou de corrente. Esta análise é feita através da
decomposição de uma onda utilizando a série de Fourier (BOLEN, 2003). A
expressão de uma função periódica x(t) em séries de Fourier é mostrada na equação
(1):


  2πkt   2πkt  (1)
x(t ) = a0 + ∑ ak cos  + bk sen 
k =1   T   T 

Os coeficientes da série são representados pelas equações (2) (3) e (4):


28

1 T /2 (2)
a0 =
T ∫
−T / 2
x(t )dt

2 T /2  2πkt  (3)
ak = ∫
T −T / 2
x(t ) cos
 T 
dt

2 T /2  2πkt  (4)
bk = ∫
T −T / 2
x(t ) sen 
 T 
dt

As cargas lineares são encontradas, por exemplo, em iluminação


incandescente, equipamentos de aquecimento resistivo e motores em geral. A
corrente nessas cargas é sempre um reflexo da tensão, ou seja, para tensão
senoidal, teremos corrente senoidal e quando houver distorção na tensão de
alimentação a corrente será distorcida proporcionalmente na amplitude e nas
mesmas freqüências distorcidas da tensão. Já as cargas não-lineares podem ser
encontradas em ambientes residenciais, comerciais e industriais, podendo citar
como exemplo televisores, computadores, impressoras, lâmpadas de descarga,
sistemas de acionamento de velocidade variável, entre outros, sendo que nesse tipo
de carga as correntes não são senoidais e, mesmo que a tensão da fonte tenha a
forma de uma senóide pura, esta será distorcida e perderá a forma senoidal. Essas
cargas podem introduzir um nível bastante significativo de harmônicas nos circuitos
que as alimentam.
Toma-se como exemplo um circuito trifásico a quatro condutores que
alimenta diversas cargas monofásicas ligadas entre cada fase e o neutro. As
correntes circulam em cada condutor fase e retornam pelo neutro comum. As três
correntes de linha de 60 Hz estão defasadas de 120° e, para cargas lineares
equilibradas nas três fases, são iguais. Quando retornam pelo neutro se cancelam e
temos, então, uma corrente nula no condutor neutro (GUIA..., 2001).

FIGURA 1 – CIRCUITO TRIFÁSICO A QUATRO CONDUTORES


Fonte: Guia EM da NBR 5410
29

Toma-se agora um circuito trifásico a quatro condutores alimentando


cargas não-lineares, ligadas entre cada fase e neutro, equilibradas nas três fases. As
correntes fundamentais (60 Hz) se anulam no neutro. As correntes de 2ª harmônica
(120 Hz), iguais e defasadas de 120°, também se cancelam no neutro. O mesmo
ocorre com todos as harmônicas de ordem par. As correntes de 3a harmônica (180
Hz), no entanto, são iguais e estão em fase.

a
FIGURA 2 – CORRENTES FUNDAMENTAL E DE 2 HARMÔNICA
Fonte: Guia EM da NBR 5410

A corrente de 3ª harmônica no neutro é, portanto, a soma das correntes


de 3ª harmônica nas linhas, ou seja, é o triplo da corrente em cada linha. O mesmo
ocorre com todas as harmônicas de ordem ímpar múltiplas de três (9ª, 15ª, 21ª, etc.).
As demais harmônicas de ordem ímpar (5ª, 7ª, 11ª, etc.) têm seus respectivos
valores iguais nas linhas, porém não estão em fase, o que faz com que as
respectivas correntes no neutro sejam maiores do que a corrente numa linha e
inferiores ao triplo da corrente em cada linha (GUIA..., 2001).

a
FIGURA 3 – CORRENTES FUNDAMENTAL E DE 3 HARMÔNICA
Fonte: Guia EM da NBR 5410
30

De acordo com o Teorema de Fourier, toda função periódica pode ser


representada pela soma de uma componente contínua, da sua componente
harmônica fundamental e das harmônicas, que são formas de onda com freqüências
múltiplas da freqüência da componente fundamental. Sendo assim, um sinal de
tensão periódico, não senoidal, pode ser expresso pela equação (5) e similarmente
para a corrente em (6):

v(t ) = V0 + V máx1 sen(1ωt + θ1 ) + Vmáx 2 sen( 2ωt + θ 2 ) + ... + Vmáxh sen (hωt + θ h ) (5)

i(t ) = I 0 + I máx1 sen(1ωt + θ '1 ) + I máx 2 sen(2ωt + θ ' 2 ) + ... + I máxh sen(hωt + θ ' h ) (6)

Onde, h (1, 2, 3, ..., n) é a ordem do harmônico.


Na Figura 4 tem-se a forma de onda de uma tensão distorcida e sua
decomposição na freqüência fundamental e em suas harmônicas.

FIGURA 4 – FORMA DE ONDA DE TENSÃO v(t) DISTORCIDA PELA PRESENÇA DE


HARMÔNICAS E FORMAS DE ONDAS v1(t), v3(t) e v5(t), REPRESENTANDO AS
COMPONENTES HARMÔNICAS DE 1ª, 3ª E 5ª ORDENS
Fonte: Camargo (2002).

Dugan et al. (1996) observou três aspectos que podem ser considerados
gerais em relação à intensidade das harmônicas gerados por cargas não lineares:
- É um fenômeno contínuo, ou seja, de longa duração.
31

- Devido ao comportamento similar no semiciclo positivo e no semiciclo


negativo da quase totalidade das cargas, as harmônicas de ordem
ímpar são mais freqüentes e com maior intensidade e, por isso,
geralmente são os causadores de problemas.
- Quanto maior a ordem ou freqüência da harmônica menor sua
intensidade.

Conforme a norma IEEE Std 519-1992, o grau das harmônicas tolerado


pode ser determinado pela suscetibilidade da carga (ou a potência de fonte) deles. O
menos sensível tipo de equipamento é aquele em que a principal função consiste no
aquecimento, como em um forno. Neste caso, a energia harmônica é utilizada e,
portanto, é perfeitamente tolerada. Os mais sensíveis equipamentos são aqueles
cuja construção assume somente uma entrada fundamentalmente senoidal. Estes
equipamentos são geralmente de comunicação ou processamento de dados. Um
equipamento intermediário é o motor. A maioria dos motores suporta as harmônicas
da rede. Até nos casos dos fornos as harmônicas podem ser nocivas, pois podem
causar o envelhecimento prematuro da isolação térmica.
As harmônicas combinadas com a freqüência fundamental produzem uma
forma de onda distorcida. As distorções harmônicas são devido às características
não-lineares dos dispositivos e cargas no sistema. Estes dispositivos podem
usualmente serem modelados como fontes de corrente que injetam correntes
harmônicas no sistema. As distorções de tensão resultam da queda de tensão
devido à passagem de uma corrente não linear sobre as impedâncias do sistema
(HAFNER, 2006).
Correntes harmônicas circulando no sistema de distribuição aumentam as
perdas elétricas no sistema e limitam a capacidade de transporte de demanda, além
da possibilidade de ocorrência de ressonâncias harmônicas em determinados pontos
do sistema, que podem provocar danos às instalações (HAFNER, 2006). A corrente
distorcida das cargas não-lineares é a fonte de todo o problema. Torna-se imperioso
estabelecer limites de injeção de harmônicas de corrente no Ponto de Acoplamento
Comum (PAC), de forma a não transgredir os limites de harmônicas de tensão. A
propósito, o PAC também é definido como ponto de entrega de energia, ou seja,
local onde é feita a conexão elétrica entre a distribuidora e a instalação elétrica do
consumidor, geralmente muito próximo do local onde é feita a medição de energia.
32

Entretanto, cada ponto do sistema tem características próprias


demandando um estudo específico de penetração harmônica. Apenas a norma IEEE
519 estabelece valores limites de correntes harmônicas individuais e Distorção
Harmônica Total (DHT) de corrente, em função da tensão nominal e da potência de
curto-circuito do PAC em estudo (HENRIQUES, 2002).
As cargas não-lineares trouxeram diversas vantagens e facilidades para
os usuários, mas trouxe também alguns problemas para os responsáveis pelo
projeto, instalação e manutenção das instalações elétricas, tanto as de uso final
quanto de geração, de transmissão e de distribuição da energia elétrica
(HENRIQUES, 2002). Surge, naturalmente, a necessidade de estabelecer limites de
distorção, de forma a propiciar a compatibilidade do sistema elétrico e a qualidade
da energia fornecida.
Não basta, contudo, uma norma ou regulamento estabelecendo limites.
As distribuidoras devem assumir a avaliação e restrição de geração de correntes
harmônicas por consumidores individuais, bem como monitorar e manter a qualidade
da tensão em todos os níveis do sistema elétrico.
De acordo com Dugan et al. (1996) as alternativas para redução dos
níveis de distorção harmônica mais conhecidas atualmente são:
- Aumento da potência de curto-circuito do sistema, ou seja, redução da
impedância série vista pela fonte.
- Aumento do número de pulsos da instalação conversora, quando for o
caso.
- Utilização de equipamentos ou cargas menos poluidoras.
- Instalação de filtros, ativos ou passivos, próximos às fontes de
harmônicas.
- Alteração da freqüência de ressonância, onde existir ressonância numa
dada freqüência.
- Bloqueio do fluxo das correntes harmônicas de seqüência zero, em
circuitos trifásicos, pela conexão de pelo menos um dos lados do
transformador (primário ou secundário) em triângulo.

Ressalta-se que cada caso relacionado à harmônica exige um estudo


criterioso e uma solução bastante específica sendo, muitas vezes, onerosa e de
difícil implementação. Entretanto, quando o problema é identificado, uma ou mais
33

medidas precisam ser adotadas, de forma a viabilizar a coexistência de cargas


perturbadoras e cargas sensíveis (HENRIQUES, 2002).

2.1.1 Distorção Harmônica Total e Taxa de Distorção Harmônica

Distorção Harmônica Total (DHT) é definida na NBR 5456 como a relação


entre o valor eficaz do resíduo harmônico sem a fundamental e o valor eficaz de uma
grandeza periódica não senoidal. Quando o valor da DHT é expresso em
porcentagem, passa-se a chamar de Taxa de Distorção Harmônica (TDH). Para uma
onda puramente senoidal livre de distorções, a TDH é de 0%. Já para algumas
ondas muito distorcidas, como exemplo, correntes de alguns aparelhos eletrônicos, a
TDH pode chegar a 100%. Algumas referências definem a TDH em relação à
componente fundamental, mas dependendo da composição do sinal, pode resultar
num valor de TDH maior que 100%, transmitindo um resultado mais difícil de ser
compreendido e interpretado. A equação que representa a TDH é apresentada em
(7) (8).

k (7)
∑I
n =2
2
n

TDH I = x100%
k

∑I
n =1
2
n

k (8)
∑V
n =2
n
2

TDH V = x100%
k

∑V
n =1
n
2

Onde:
TDHI = Taxa de Distorção Harmônica para a corrente
TDHV = Taxa de Distorção Harmônica para a tensão
n = ordem harmônica
k = último harmônico considerado
In = módulo da corrente na freqüência harmônica
Vn = módulo da tensão na freqüência harmônica
34

Gama e Oliveira (1999) apresentam informações sobre a relação entre a


distorção de corrente e o acréscimo na corrente e decréscimo no fator de potência,
tendo como base uma corrente fundamental de 1 A. Ou seja, com uma corrente
fundamental fixada em 1 A, foi-se acrescentando harmônicas que chegavam a uma
certa distorção de corrente, tendo por conseqüência um acréscimo de corrente no
valor eficaz e uma diminuição no fator de potência. A Tabela 1 transcreve estas
informações mencionadas.

Tabela 1 – Influência das harmônicas no acréscimo da corrente e na redução do fator de


potência
Distorção de Acréscimo de Fator de
Corrente – THD Corrente (%) Potência
(%) Total
0 0,00 1
10 0,50 0,995
30 4,40 0,958
50 11,80 0,894
70 22,07 0,819
90 34,54 0,743
100 41,42 0,707
120 56,20 0,640
150 80,28 0,555
Fonte: GAMA e OLIVEIRA (1999).

2.1.2 Limites para Distorções Harmônicas de Corrente

A norma IEC 61000-3-4 (1998) apresenta os limites para distorção


harmônica em equipamentos cuja potência aparente seja menor ou igual a 33 vezes
a potência de curto-circuito da instalação. A Tabela 2 apresenta os limites individuais
de corrente para cada nível harmônico que está normalizado em relação à
fundamental.

Tabela 2 – Limites individuais de harmônicas de corrente em % da fundamental


Harmônico Harmônico
Componente Componente
Admissível Admissível
Harmônico n Harmônico n
In/I1 % In/I1 %
3 21,6 21 ≤0,6
5 10,7 23 0,9
7 7,2 25 0,8
9 3,8 27 ≤0,6
11 3,1 29 0,7
35

13 2 31 0,7
15 0,7 ≤33 ≤0,6
17 1,2
19 1,1 Sempre ≤8/n ou ≤0,6
Fonte: IEC 61000-3-4 (1998)

Define-se potência de curto-circuito (Rsce) como a relação entre a tensão


nominal ao quadrado e a impedância de curto-circuito. Se o equipamento a ser
analisado exceder os limites dessa primeira tabela e a potência de curto-circuito
permitir, outros limites podem ser aplicados. Se este for monofásico ou trifásico
desbalanceado, podem-se utilizar os limites da Tabela 3. Pode-se observar na
referida tabela que, quanto maiores forem os valores de potência de curto-circuito,
maiores serão os limites de distorção tolerados.

Tabela 3 – Limites individuais de harmônicas de corrente em % da fundamental


Mínimo DHTi Limites individuais de harmônico
Rsce admissível admissível In/I1 %
%
I3 I5 I7 I9 I11 I13
66 25 23 11 8 6 5 4
120 29 25 12 10 7 6 5
175 33 29 14 11 8 7 6
250 39 34 18 12 10 8 7
350 46 40 24 25 12 9 8
450 51 40 30 20 14 12 10
600 57 40 30 20 14 12 10
Fonte: IEC 61000-3-4 (1998)

O enfoque da norma IEEE Std 519-1992 é diverso daquele da norma


anterior, uma vez que os limites estabelecidos referem-se aos valores medidos no
ponto de acoplamento comum (PAC), e não em cada equipamento individual. A
filosofia é que não interessa ao sistema o que ocorre dentro de uma instalação, mas
sim o que ela reflete para o exterior, ou seja, para os outros consumidores
conectados à mesma alimentação (POMILIO, 2006).
Os limites diferem de acordo com o nível de tensão e com o nível de
curto-circuito do PAC. Obviamente, quanto maior for a corrente de curto-circuito (Icc)
em relação à corrente de carga, maiores serão as distorções de corrente
admissíveis, uma vez que elas distorcerão em menor intensidade a tensão no PAC.
À medida que se eleva o nível de tensão, menores são os limites aceitáveis
(POMILIO, 2006).
36

A grandeza TDD – Total Demand Distortion – é definida como a distorção


harmônica da corrente, em porcentagem, da máxima demanda da corrente de carga
(demanda de 15 ou 30 min). Isso significa que a medição da TDD deve ser feita no
pico de consumo. Harmônicas pares são limitadas a 25% dos valores acima.
Distorções de corrente que resultem em nível CC não são admissíveis.

Tabela 4 – Limites de distorção da corrente para sistemas de distribuição (120V a 69kV)


Máxima corrente harmônica em % da corrente de carga
(I0 – valor da componente fundamental)
Harmônicas ímpares
Icc/I0 n < 11 11 ≤ n < 17 17 ≤ n < 23 23 ≤ n < 35 35 < n TDD(%)
<20 4 2 1,5 0,6 0,3 5
20<50 7 3,5 2,5 1 0,5 8
50<100 10 4,5 4 1,5 0,7 12
100<1000 12 5,5 5 2 1 15
>1000 15 7 6 2,5 1,4 20
Fonte: IEEE Std 519-1992

2.1.3 Limites para Taxa de Distorções Harmônicas de Tensão

A Tabela 5 mostra os limites de distorção individuais e DHT para tensão


estabelecidos pela norma IEEE Std 519-1992.

Tabela 5 – Limites de Distorção para Tensão


Faixa de Tensão Distorção de Tensão TDHV (%)
Individual (%)
V ≤ 69kV 3,0 5,0
69,001kV < V < 161kV 1,5 2,5
V ≥ 161,001kV 1,0 1,5
Fonte: IEEE Std 519-1992

Segundo padrões do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os


limites de harmônicas para faixas acima e abaixo de 69 kV são descritos na Tabela 6.

Tabela 6 – Limites de Distorção para Tensão


V < 69kV V ≥ 69kV
Ímpares Pares Ímpares Pares
Ordem Valor por Ordem Valor por Ordem Valor por Ordem Valor por
harm. (%) harm. (%) harm. (%) harm. (%)
3, 5, 7 5 2, 4, 6 2 3, 5, 7 2 2, 4, 6 1
9, 11, 13 3 9, 11, 13 1,5
15 a 25 2 ≥8 1 15 a 25 1 ≥8 0,5
≥ 27 1 ≥ 27 0,5
DHTV = 6% DHTV = 3%
Fonte: ONS - Submódulo 2.2.2 – Padrões para Desempenho da Rede Básica, 2002
37

2.1.4 Definições de Parâmetros de Distorção

2.1.4.1 Fator de Distorção

O fator de distorção (Fd) representa a contribuição da componente de


freqüência fundamental ao valor eficaz do sinal. Quando a grandeza analisada é
uma senóide pura, o fator de distorção será de 100%. Conforme as harmônicas vão
aparecendo, o fator de distorção decresce.

I1 (9)
Fd =
I ef

Onde:
Fd = Fator de distorção
I1 = Corrente no valor da componente fundamental
Ief = Corrente Eficaz inclui todos as harmônicas e é dada por:

I ef = I 12 + I 22 + ... + I n2 (10)

2.1.4.2 Fator de Crista

Outro índice que também indica a distorção de uma onda em relação a


uma senóide é o fator de crista (Fc). Este é definido matematicamente como a
divisão entre o valor de pico e o valor eficaz de uma onda (NBR 5456). Para uma
onda puramente senoidal, livre de distorções, o fator de crista é igual a 1,41, valores
diferentes de 1,41 são indicativos de distorção harmônica. A definição do fator de
crista é apresentada em (11).

Ip (11)
Fc =
I ef

Onde:
Fc = Fator de crista
38

Ip = Corrente de crista ou de pico


Ief = Corrente eficaz

2.1.4.3 Potência Aparente Fundamental

Potência aparente fundamental (S1) pode ser definida como o fasor que
tem como parte real a potência ativa fundamental e como parte imaginária a
potência reativa fundamental, representada por uma magnitude e um ângulo.

P1 = V1 I 1 cos θ 1 (12)

Q1 = V1 I 1 senθ1 (13)

*
S1 = V1 I1 = P1 + jQ1 (14)

V1 = V1∠0 0 (15)

*
I1 = I1∠θ1 (16)

S1 = P1 + Q1
2 2 (17)

Onde:
S1 = Potência aparente fundamental
P1 = Potência ativa fundamental
Q1 = Potência reativa fundamental
θ1 = ângulo entre tensão e corrente fundamentais
I1 = Corrente no valor da componente fundamental
V1 = Tensão no valor da componente fundamental

2.1.4.4 Potência Harmônica Ativa

PH = ∑Vh I h cos θ h = P − P1 (18)


h ≠1
39

2
I H = I ef − I1
2 (19)

VH = Vef − V1
2 2 (20)

Onde:
PH = Potência harmônica ativa
P = Potência ativa
θh = ângulo entre tensão e corrente harmônicas
Ih = Corrente harmônica
Vh = Tensão harmônica

2.1.4.5 Potência Reativa de Budeanu

A norma IEEE 1459-2000 chama de potência reativa de Budeanu a


potência reativa que contém as componentes harmônicas somado com a potência
reativa da componente fundamental.

QB = ∑ Vh I h senθ h = Q1 + Q BH (21)
h

QBH = ∑ Vh I h senθ h (22)


h ≠1

Onde:
QB = Potência Reativa de Budeanu
Q1 = Potência Reativa na componente fundamental
QBH = Potência Reativa de Budeanu harmônica
θh = ângulo entre tensão e corrente harmônicas
Ih = Corrente harmônica
Vh = Tensão harmônica
40

2.1.4.6 Potência Aparente Harmônica

S H = VH I H = S1 * DHTI * DHTV (23)

Onde:
SH = Potência Aparente Harmônica
Ih = Corrente harmônica excluindo-se a fundamental
Vh = Tensão harmônica excluindo-se a fundamental
S1 = Potência Aparente Fundamental
DHTI = Distorção Harmônica Total para corrente
DHTV = Distorção Harmônica Total para tensão

2.1.4.7 Potência Aparente Eficaz

A potência aparente eficaz (Se) pode ser definida como o produto dos
valores eficazes de tensão e corrente (IEEE 1459, 2000).

∞ ∞ (24)
S e = Vef I ef = ∑V h =1
h
2
∗ ∑I
h =1
2
h

Onde:
Se = Potência Aparente Eficaz
Ief = Valor eficaz da corrente (ver equação 10)
Vef = Valor eficaz da tensão, Onde:

Vef = V12 + V22 + ... + Vh2 (25)

Para sistemas trifásicos equilibrados temos:

∞ ∞ (26)
S e = 3Vef I ef = 3 * ∑Vh2 ∗
h =1
∑ I h2
h =1
41

2.1.4.8 Potência de Distorção Harmônica

Comparando-se um sinal senoidal com um sinal distorcido, nestes casos


aparece uma diferença entre as magnitudes da potência aparente eficaz (Se) e a
potência aparente fundamental (S1), estabelecendo Se > S1. A esta diferença se
conhece como potência de distorção harmônica (D), e se pode obter utilizando a
expressão:

2
D = S e − S1
2 (27)

2
D = S e − P 2 − QB
2 (28)

Onde:
D = Potência de distorção
Se = Potência Aparente Eficaz
S1 = Potência aparente fundamental
P = Potência ativa
QB = Potência Reativa de Budeanu

A potência de distorção tenderá a um valor nulo quando uma tensão


distorcida alimenta uma carga linear, ou quando os sinais de tensão e corrente são
senóides puras. Caso contrário existirá uma potência de distorção e a potência
aparente eficaz será:

2
Se = P 2 + Q 2 + D2 (29)

2.1.4.9 Fator de Potência

O Fator de Potência (FP) é definido, na NBR 5456, como a razão da


potência ativa para a potência aparente.
P (30)
FP =
Se
42

Onde:
FP = Fator de potência
P = Potência ativa
Se = Potência aparente eficaz

O cosseno do ângulo formado pelos fasores que representam os


componentes fundamentais da tensão e da corrente pode ser definido como o fator
de potência de fundamental (FP1) e é expresso pela relação entre os componentes
fundamentais da potência ativa e da potência aparente.

P1 (31)
cosθ1 =
S1

Onde:
cos θ 1 = ângulo entre tensão e corrente na freqüência fundamental
P1 = Potência Ativa fundamental
S1 = Potência Aparente fundamental

A divergência entre o FP e o cosϕ1 (FP1) de um circuito é um indicativo da


presença de harmônicas no mesmo.
A atual regulamentação brasileira do fator de potência estabelece que o
mínimo fator de potência (FP) das unidades consumidoras alimentadas em baixa
tensão é de 0,92, que equivale a um ângulo de 23,9°. A Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), divulgou em sua norma PRODIST Módulo 8 – Qualidade
da Energia Elétrica, de 24 de agosto de 2005, o seguinte texto:
A presença de energia e/ou potência reativas faz com que o transporte de
potência ativa demande maior capacidade do sistema de transporte pelo
qual ela flui. Por este motivo, a responsabilidade de um cliente marginal nos
investimentos destinados à expansão da rede será tanto maior quanto mais
elevada for sua potência reativa ou, de modo equivalente, quanto menor for
seu fator de potência.
Muitas cargas tradicionais, como é o caso dos motores elétricos, têm um
princípio de operação que exige um consumo de potência reativa. Assim,
parece adequado que o regulador admita certa tolerância para o fator de
potência das unidades consumidoras. O valor desta tolerância é expresso
através do chamado fator de potência de referência que está hoje fixado no
valor de 0,92, o que equivale a permitir ao cliente um consumo de 0,426
kvarh por kWh de energia que absorve.
Nos sistemas senoidais, tanto os monofásicos quanto os trifásicos
equilibrados e simétricos, a noção do fator de potência é aceita
consensualmente. Hoje em dia a proliferação de cargas não lineares e/ou
não balanceadas, assim como de cargas com dispositivos chaveados de
eletrônica de potência, determina um aprimoramento das disposições
contidas nas regulamentações vigentes. Tal melhoria encontra sustentação
43

na tecnologia de amostragem digital hoje disponível no mercado brasileiro, o


qual dispõe de instrumentos de medição que permitem incorporar conceitos
de potência e fator de potência mais atuais. (ANEEL, PRODIST Módulo 8,
2005, pág. 16)

Contudo a ANEEL, através do PRODIST Módulo 8, versão atualizada de


19/02/2008, ainda mantém o mesmo procedimento para o cálculo do FP, o qual foi
concebido quando se considerava apenas as formas de onda senoidais (freqüência
fundamental):
P (32)
FP =
P2 + Q2
ou
EA (33)
FP =
EA2 + ER 2
Onde:
FP = Fator de Potência
P = Potência ativa
Q = Potência reativa
EA = Energia Ativa
ER = Energia Reativa

Permite-se, no entanto, que cada distribuidora adote outros


procedimentos que contemplem a realidade local, ou seja, abre a possibilidade do
uso do conceito mais geral de FP. O cálculo do FP deve ser feito por média horária.
O consumo de reativos, além do permitido (0,426 kvarh por kWh), é cobrado do
consumidor. No intervalo entre 6 e 24 horas, se a energia reativa absorvida for
indutiva e, das 0 às 6 horas, se for capacitiva (POMILIO, 2006).

2.1.4.10 Relação entre as Potências

Na Figura 5 tem-se a pirâmide formada com quatro triângulos retângulos,


onde o plano fundamental (P1, Q1) é o correspondente a 60 Hz e a potência de
distorção (D) é a perpendicular a este plano.
44

FIGURA 5– PIRÂMIDE DE POTÊNCIAS


Fonte: del SOL et al. (2006)

2.1.4.11 Relação entre as Potências para Diferentes Condições de Distorção


Harmônica

Podem existir componentes harmônicas dentro de um sistema elétrico em


várias situações, por exemplo, quando a carga não é linear ou quando a tensão que
alimenta a carga está distorcida, entre outros (SOL et al., 2006). Abaixo são citados
quatro possíveis casos de distorção:

• Caso 1: Quando a tensão não tem distorção e a carga a qual alimenta é


linear, não existe distorção nem na corrente. Neste caso as diferentes
potências podem ser representadas pelo conhecido triângulo de potências
mostrado na Figura 6. Neste caso, não há potência de distorção harmônica e
o fator de potência será:

FP = cos δ = cos ϕ 1 (34)

FIGURA 6 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA LINEAR E


TENSÃO SENOIDAL
Fonte: SOL et al. (2006)
45

• Caso 2: Quando a carga é linear, porém a tensão está distorcida, o sinal de


corrente terá a mesma forma de onda que o sinal de tensão; a interação das
diferentes componentes de freqüência afeta a potência ativa e a potência
reativa, provocando o crescimento do triângulo de potências como mostra a
Figura 7. Neste caso, o fator de potência também será:

FP = cos δ = cos ϕ (35)

FIGURA 7 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA LINEAR E


TENSÃO DISTORCIDA
Fonte: SOL et al. (2006)

• Caso 3: Quando a tensão não apresenta distorção e alimenta uma carga não
linear, as formas de onda de ambos os sinais serão diferentes, originando
uma potência de distorção, perpendicular ao plano P-Q. Como a forma de
onda da tensão contém somente a componente de freqüência fundamental,
somente existirá potência ativa fundamental. A pirâmide gerada nestas
circunstâncias se apresenta na Figura 8. Para este caso o fator de potência
será:

FP = cos δ = cos α ∗ cos ϕ 1 (36)


46

FIGURA 8 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA NÃO


LINEAR E TENSÃO SENOIDAL
Fonte: SOL et al. (2006)

• Caso 4: Quando a tensão que alimenta uma carga não linear está distorcida,
existirão diferenças entre as formas de onda e os sinais, porém com
componentes de freqüência de mesma ordem, ocasionando que exista
contribuição de harmônicas para produzir potência ativa e potência reativa.
Também existirá potência de distorção, provocando o crescimento da
pirâmide de potências, como se mostra na Figura 9. Neste caso, tem-se que o
fator de potência é dado por:

FP = cos δ = cos α ∗ cos ϕ (37)

FIGURA 9 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS PARA CARGA NÃO


LINEAR E TENSÃO DISTORCIDA
Fonte: SOL et al. (2006)
47

2.2 MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

Segundo a norma IEEE Std 519-1992, medidores e equipamentos de


medição de energia elétrica são afetados pelas componentes harmônicas, mais
especificamente quando o sistema é alimentado por tensões e correntes com altas
taxas de distorção harmônica (TDH), ou seja, estes medidores e equipamentos
estão inseridos em uma rede elétrica onde a tensão já está distorcida ou será
distorcida devido a expressivas cargas não-lineares, as quais produzem correntes
harmônicas. Já os medidores eletromecânicos de indução são menos sensibilizados
com a presença das harmônicas.

Os princípios básicos do medidor de indução, utilizando dois campos


magnéticos deslocados no tempo e no espaço, foram formulados por Shallemberger
em 1888, em um medidor de ampére-hora, bastante independente das pesquisas de
Tesla, na invenção do motor de indução em 1888. Shallemberger foi também o
primeiro a realizar, em 1895, um meio de tornar o fluxo do circuito de tensão do
medidor de Watt-hora em quadratura com a tensão, tornando possível a medição de
energia em CA, com precisão, em qualquer condição de fator de potência da carga.
Desenvolvimentos posteriores, elaborados por diversos pesquisadores, resultaram
simplificações de projeto, melhoria das características de operação e melhor
desempenho, nas diversas condições de carga e sobre ampla faixa de temperatura.
Possibilitaram também, a adaptação do medidor tipo indução para medir demanda
de potência ativa (kW) e energia reativa (kvarh). Apesar dos grandes avanços seu
desempenho é limitado pelas partes móveis, sendo normatizados e fabricados
atualmente no Brasil medidores de classe de exatidão de 1,0% e 2,0% para kW e/ou
kWh e 3,0% para kvarh.

Conforme Silva (2007) a medição da energia elétrica é empregada, na


prática, para possibilitar a entidade fornecedora o faturamento adequado da
quantidade de energia elétrica consumida por cada usuário, dentro de uma tarifa
estabelecida. A distribuidora, entidade fornecedora de energia elétrica, tem grande
interesse no perfeito e correto desempenho deste medidor, pois nele é que
repousam as bases econômicas da empresa. Os litígios entre consumidores e
fornecedor podem ser bastante reduzidos se os cuidados necessários forem
dispensados a correta medição da energia elétrica consumida (FILHO, 1997).
48

FIGURA 10 – ESQUEMA MEDIDOR DE INDUÇÃO


Fonte: Silva (2001, p. 39)

Onde:
Bp = Bobina de tensão ou de potencial, altamente indutiva, com grande
número de espiras de fio fino de cobre, para ser ligada em paralelo com a
carga.
Bc = Bobina de corrente, com poucas espiras de fio grosso de cobre, para
ser ligada em serie com a carga; é dividida em duas meias bobinas
enroladas em sentidos contrários.

Atualmente a medição de energia elétrica ainda é amplamente efetuada


através do medidor tipo indução que é um equipamento consolidado no mercado,
principalmente pelas características de baixo custo e robustez.
Henriques (2002, p. 25-27) cita que na década de 90, surgiu o medidor de
energia elétrica do tipo eletrônico. Esse é um instrumento estático no qual a corrente
e a tensão agem sobre componentes eletrônicos para produzir uma informação de
saída proporcional à quantidade de energia elétrica medida. Diferentemente dos
medidores eletromecânicos, os medidores eletrônicos possibilitam uma enorme
gama de funcionalidades. Os mais elaborados, utilizados para medições de
faturamento de unidades consumidoras de médio e grande porte, são providos de
49

um dispositivo eletrônico denominado “memória de massa”, onde são armazenados


dados relativos às grandezas medidas para posterior integralização e visualização. A
porta ótica, por sua vez, é um dispositivo de entrada e saída, constituído de uma
interface de comunicação ótica, dotada de um elemento foto-receptor e de um
elemento foto-emissor, que têm a função de trocar informações entre o medidor e
outro equipamento (PC, Palm-top ou leitora dedicada), mantendo-os desacoplados
eletricamente e viabilizando funções como calibração, ajuste, programação e leitura
do medidor.

FIGURA 11 – FOTO DE MEDIDOR ELETRÔNICO – FABRICADO EM 1995


Fonte: COPEL

De forma geral, os medidores eletrônicos de energia atualmente em uso


no Brasil são constituídos pelos seguintes módulos, não necessariamente
independentes:
- Módulo de conexão: composto pelo bloco de conexões dos
transformadores de corrente, dos divisores de tensão resistivos e dos
sinais auxiliares; Os transformadores de corrente e os divisores
resistivos funcionam como sensores das grandezas de interesse e
como proteção aos circuitos eletrônicos do medidor contra distúrbios
elétricos externos.
- Módulo de medição: composto pelos circuitos de medição e pela fonte
de alimentação; A função primordial deste módulo é transformar os
50

sinais de entrada da forma analógica ou contínua para a forma digital


ou discreta, através de conversores A/D (Analógico/Digital), bem como
fazer o processamento destes sinais. Para isto é utilizado um
microprocessador eletrônico, também conhecido como DSP (do inglês,
Digital Signal Processor).
- Módulo de registro: composto pelo circuito eletrônico de registro das
grandezas processadas no módulo de medição, memória de massa,
interfaces de comunicação, interfaces com o usuário (mostrador e
teclas de operação e comando) e relógio de tempo real; O protocolo
de comunicação utilizado é o denominado “protocolo ABNT” prescrito
na NBR 14522.
- Carcaça: é um módulo destinado a prover sustentação mecânica e
proteção, tanto proteção mecânica como contra intempéries, aos
demais componentes do medidor.
De forma equivalente, Silva (2007), cita que o conceito de medição
eletrônica de energia elétrica é relativamente simples e pode ser explicado como a
integração no tempo da multiplicação entre os valores de tensão e corrente medidos.
A energia elétrica é medida por um circuito de interface analógica (AFE – Analog
Front End), composto por uma entrada de tensão que pode ser feita por um
transformador de potencial ou divisor resistivo e uma entrada de corrente efetuada
por um resistor shunt, transformador de corrente, sensor Hall, etc. A aplicação
destes sinais de tensão e corrente a entrada dos conversores A/D é convertida em
pulsos, onde cada pulso representa a quantidade de energia consumida, de forma
análoga ao medidor eletromecânico, onde estes pulsos são apresentados na forma
de rotação do disco e cada rotação representa uma quantidade de energia
consumida.
51

Tensões Fonte de
Fases A, B, C Alimentação

Sensor de
Tensão Tensão Microcontrolador
Fase A Registrador
- Cálculo de energia;
Tensão Sensor de (LCD ou Ciclométrico)
Fase B Tensão - Compensações de
corrente, temperatura
Tensão Sensor de e fase;
Fase C Tensão Sinalização
Energia - Acionamento do
a ser registrador; (Leds que indicam
Sensor de
medida Corrente
Corrente funcionamento, falta de fase,
Fase A
- Armazenamento erro e energia reversa)
das configurações,
Corrente Sensor de registros de energia e
Fase B Corrente eventos;
Porta de
Sensor de - Comunicação; Comunicação
Corrente Saída para usuário
Fase C Corrente

FIGURA 12 – DIAGRAMA DE BLOCOS DE MEDIDOR ELETRÔNICO


Fonte: COPEL

2.3 SISTEMA TARIFÁRIO VIGENTE

Através da medição de energia as distribuidoras conseguem faturar o


consumo de seus clientes. No entanto, como diferenciar consumidores industriais
que gastam muito mais energia que um consumidor residencial? A ANEEL
determina qual é a estrutura tarifária e qual a composição desta. Com isso, os
consumidores são divididos e faturados conforme suas semelhanças, ou seja, os
aspectos conceituais e a metodologia de aplicação destas tarifas são estipulados de
acordo com as características do consumidor final de energia (ANEEL Cadernos
Temáticos 4, 2005).

2.3.1 Conceituação Básica

Com a concessão de uma determinada região, a empresa de energia


elétrica tem a autorização temporária da União para prestar o serviço público de
distribuição de energia e a ANEEL regulariza como devem ser cobrados os serviços
prestados assegurando ao consumidor uma cobrança justa e à empresa de energia
uma renda compatível para preservar o equilíbrio econômico-financeiro adequado
com o intuito de manter um fornecimento de qualidade e confiável. O faturamento
dos consumidores é realizado mensalmente pela somatória de energia elétrica
consumida (kWh ou MWh) e pela demanda de potência (kW) correspondente à
média solicitada à empresa de distribuição em um intervalo de 15 min onde o maior
52

valor medido no mês é o faturado. Estes valores são multiplicados por um valor
financeiro pré-determinado e reajustado anualmente (tarifa), assim o consumo e a
demanda de potência são faturados conforme a moeda vigente em R$/kWh e R$/kW
respectivamente (ANEEL..., 2005).

2.3.2 Classes e Subclasses de Consumo

Segundo a ANEEL, Cadernos Temáticos 4 – Tarifas de Fornecimento de


Energia Elétrica (2005), as unidades consumidoras de energia são divididas da
seguinte maneira:
Residencial – na qual se enquadram, também, os consumidores
residenciais de baixa renda cuja tarifa é estabelecida de acordo com
critérios específicos;
Industrial – na qual se enquadram as unidades consumidoras que
desenvolvem atividade industrial, inclusive o transporte de matéria prima,
insumo ou produto resultante do seu processamento;
Comercial, Serviços e Outras Atividades – na qual se enquadram os
serviços de transporte, comunicação e telecomunicação e outros afins;
Rural – na qual se enquadram as atividades de agropecuária, cooperativa
de eletrificação rural, indústria rural, coletividade rural e serviço público de
irrigação rural;
Poder Público – na qual se enquadram as atividades dos Poderes
Públicos: Federal, Estadual ou Distrital e Municipal;
Iluminação Pública – na qual se enquadra a iluminação de ruas, praças,
jardins, estradas e outros logradouros de domínio público de uso comum e
livre acesso, de responsabilidade de pessoa jurídica de direito público;
Serviço Público – na qual se enquadram os serviços de água, esgoto e
saneamento;
Consumo Próprio – que se refere ao fornecimento destinado ao consumo
de energia elétrica da própria empresa de distribuição. (Cadernos Temáticos
ANEEL, Tarifas de Fornecimento de Energia Elétrica, 2005, pág. 9)

2.3.3 Grupos de Consumidores

As unidades consumidoras são divididas em consumidores do Grupo A e


consumidores do Grupo B.
O grupo A é destinado a unidades consumidoras atendidas em tensão
maior ou igual a 2,3 kV e a unidades consumidoras atendidas pela rede de
distribuição subterrânea mesmo que com tensão inferior a 2,3 kV (ANEEL..., 2005).
Os subgrupos do grupo A são:

• A1 – tensão de fornecimento maior ou igual a 230 kV;


• A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV;
• A3 – tensão de fornecimento igual a 69 kV;
53

• A3a – tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV;


• A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV;
• As – tensão de fornecimento em rede subterrânea.

O grupo B é formado por consumidores atendidos com tensão inferior a


2,3 kV divididos nos seguintes subgrupos para as classes definidas no item 2.2.2
acima:

 B1 – classe residencial e baixa renda;


 B2 – classe rural;
 B3 – Classe industrial, comercial, serviços e outras atividades, poder público,
serviço público e consumo próprio;
 B4 – Classe iluminação pública.

2.3.4 Estrutura Tarifária para Consumidores do Grupo A

Como o sistema brasileiro de energia é suprido em sua maioria por usinas


hidroelétricas, a quantidade de água acumulada em seus reservatórios implica na
diferenciação na forma de cobrança da fatura de energia. Isso se deve ao fato de
que em determinados períodos do ano há uma maior disponibilidade de água que
pode ser armazenada, este período compreendido entre os meses de dezembro a
abril é chamado de período úmido e como nos meses de maio a novembro a
quantidade de água é mais escassa, temos definido o período seco. Porém a
quantidade de energia acumulada nas hidroelétricas não é o único fator que
diferencia a forma de faturar determinado cliente, o horário do dia em que este
cliente solicita à distribuidora uma determinada demanda de potência disponível e o
consumo de energia dele também alteram o valor final da fatura. Isso se deve à
necessidade de deslocar carga consumida em um horário que o sistema tenha maior
disponibilidade de energia, ou seja, esteja menos carregado. Para isso a ONS define
um período de ponta constituído de 3 horas durante o dia em que a disponibilidade
de energia é mais exigida, assim o consumo de energia e a demanda são mais
caros no período de ponta. Para o restante das horas do dia, período fora de ponta,
a tarifa é reduzida (ANEEL..., 2005).
54

Baseado nas necessidades do sistema energético brasileiro, a estrutura


tarifária nacional é dividida em dois tipos, Tarifa Convencional e Tarifa Horossazonal,
sendo que a última é subdividida em Verde e Azul.

2.3.4.1 Tarifa Convencional

O enquadramento na tarifa Convencional exige um contrato específico


com a distribuidora no qual se pactua um único valor da demanda pretendida pelo
consumidor (Demanda Contratada), independentemente da hora do dia (ponta ou
fora de ponta) ou período do ano (seco ou úmido) (PROCEL, 2001).
Os consumidores do Grupo A, subgrupos A3a, A4 ou AS, podem ser
enquadrados na tarifa Convencional quando a demanda contratada for inferior a 300
kW, desde que não tenham ocorrido, nos 11 meses anteriores, 3 (três) registros
consecutivos ou 6 (seis) registros alternados de demanda superior a 300 kW
(ANEEL..., 2005).
Os importes são calculados aplicando um valor de tarifa para o consumo
de energia e outro para a demanda de potência, não importando a hora de utilização
da energia e nem o período do ano (ANEEL..., 2005).
O importe de consumo é calculado multiplicando-se o consumo medido
pela Tarifa de Consumo. O importe de demanda é calculado multiplicando-se a
Tarifa de Demanda pela Demanda Contratada ou pela demanda medida (a maior
delas), caso esta não ultrapasse em 10% a Demanda Contratada. Na tarifação
Convencional, a Tarifa de Ultrapassagem corresponde a três vezes a Tarifa de
Demanda. (ANEEL..., 2005; PROCEL, 2001).

2.3.4.2 Tarifa Horossazonal Verde

O enquadramento na tarifa Verde dos consumidores do Grupo A,


subgrupos A3a, A4 e AS, é opcional. Essa modalidade tarifária exige um contrato
específico com a distribuidora no qual se pactua a demanda pretendida pelo
consumidor (Demanda Contratada), independentemente da hora do dia (ponta ou
fora de ponta). Embora não seja explícita, a Resolução ANEEL 456 permite que
sejam contratados dois valores diferentes de demanda, um para o período seco e
outro para o período úmido. A conta de energia elétrica desses consumidores é
55

composta da soma de parcelas referentes ao consumo (na ponta e fora dela),


demanda e ultrapassagem. No período seco (maio a novembro) as tarifas de
consumo na ponta e fora de ponta são mais caras que no período úmido.
O importe de demanda é calculado multiplicando-se a Tarifa de Demanda
pela Demanda Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não
ultrapasse em mais de 10% a Demanda Contratada. A tarifa de demanda é única,
independente da hora do dia ou período do ano. O importe de ultrapassagem é
cobrado apenas quando a demanda medida ultrapassa em mais de 10% a Demanda
Contratada. É calculada multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da
demanda medida que supera a Demanda Contratada. (ANEEL..., 2005; PROCEL,
2001).
Os clientes que podem optar pela tarifa Horossazonal Verde são aqueles
atendidos em tensão de até 34,5 kV (do grupo A) com demanda contratada a partir
de 30 kW.

2.3.4.3 Tarifa Horossazonal Azul

O enquadramento dos consumidores do Grupo A na tarifação horosazonal


azul é obrigatório para os consumidores dos subgrupos A1, A2 ou A3. Essa
modalidade tarifária exige um contrato específico com a distribuidora no qual se
pactua tanto o valor da demanda pretendida pelo consumidor no horário de ponta
(Demanda Contratada na Ponta) quanto o valor pretendido nas horas fora de ponta
(Demanda Contratada fora de Ponta). Embora não seja explícita, a Resolução 456
permite que sejam contratados valores diferentes para o período seco e para o
período úmido. A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da
soma de parcelas referentes ao consumo, demanda e ultrapassagem. Em todas as
parcelas observa-se a diferenciação entre horas de ponta e horas fora de ponta. As
tarifas de consumo na ponta e fora de ponta são diferenciadas por período do ano,
sendo mais caras no período seco (maio a novembro) (ANEEL..., 2005; PROCEL,
2001).
O importe de demanda é calculado somando-se o produto da Tarifa de
Demanda na ponta pela Demanda Contratada na ponta (ou pela demanda medida
na ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem) ao produto da Tarifa de
Demanda fora da ponta pela Demanda Contratada fora de ponta (ou pela demanda
56

medida fora de ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem). As tarifas de


demanda nãoo são diferenciadas por período do ano (ANEEL..., 2005).
O importe de ultrapassagem é cobrado apenas quando a demanda
medida ultrapassa a Demanda Contratada acima dos limites de tolerância. Esses
limites são de 5% para os subgrupos A1, A2 e A3 e de 10% para os demais
subgrupos. É calculada multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da
demanda medida que supera a Demanda Contratada (ANEEL..., 2005; PROCEL,
2001).
De uma forma geral as tarifas de ultrapassagem são diferenciadas por
horário, sendo mais caras nas horas de ponta (ANEEL..., 2005).
A tarifação azul é obrigatória para clientes atendidos em tensão superior
ou igual a 69kV, porém também pode ser aplicada a clientes dos subgrupos A3a, A4
e As.

2.3.4.4 Medição e Faturamento de Consumo / Demanda Excedente Reativos

Além da energia ativa, existe um outro tipo de energia elétrica,


denominada energia reativa. Essa é uma energia diferente: embora não se possa
classificá-la de inútil, não realiza trabalho útil e produz perdas por provocar
aquecimento nos condutores. A energia reativa tem como unidades de medida
usuais o varh ou kvarh e a potência reativa a unidade de var ou kvar (MANUAL DE
TARIFAÇÃO, PROCEL, 2001).
Até certo limite, as distribuidoras não são autorizadas a cobrar essa
energia e até recentemente não a cobravam dos consumidores do Grupo B mesmo
quando o limite era excedido. Esse panorama pode mudar em breve, mas o fato é
que a cobrança, em geral, é encontrada apenas nos consumidores do Grupo A.
O limite é indicado de forma indireta, através de um parâmetro
denominado fator de potência, que reflete a relação entre as energias ativa e reativa
consumidas. De acordo com a Resolução ANEEL 456, as instalações elétricas dos
consumidores devem ter um fator de potência não inferior a 0,92 (capacitivo ou
indutivo). Pela energia reativa, os consumidores do Grupo A são cobrados da
mesma forma que pela energia ativa, apenas mudam as medições e os nomes. Os
consumidores do Grupo A, tarifa Convencional, pagam tanto o consumo de energia
57

reativa (FER) quanto a demanda reativa (FDR) (MANUAL DE TARIFAÇÃO,


PROCEL, 2001).
Ao invés de FER e FDR, algumas contas de luz mostram nomes como
EREX e DREX ou Energia Reativa Excedente e Potência Reativa Excedente. Os
consumidores do Grupo A, tarifa Verde, pagam o consumo de energia reativa na
ponta e fora de ponta (FER) e a demanda reativa (FDR). Os consumidores do Grupo
A, tarifa Azul, pagam tanto o consumo de energia reativa (FER) quanto da demanda
reativa (FDR), para as horas de ponta e horas fora de ponta. Não existe cobrança de
ultrapassagem para a demanda reativa (MANUAL DE TARIFAÇÃO, PROCEL,
2001).
De acordo com a legislação vigente, a distribuidora pode efetuar o
faturamento de consumo de energia reativa excedente e/ou demanda de potência
reativa excedente, mediante verificação por meio de medição apropriada e aplicação
de cálculos, após realização da leitura de um período aproximado de 30 dias. A
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica estabelece através da Resolução nº
456 de 29 de novembro de 2000 todos os parâmetros necessários à aplicação
destes cálculos (ANEXO F).

2.4 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE


ENERGIA ELÉTRICA

Em conformidade com a legislação de criação da ANEEL, três são as


macro-funções de sua competência: regular, fiscalizar e dirimir conflitos. Por
delegação da União, compete também à Agência a concessão do serviço público de
energia elétrica.
No que diz respeito a medidores de energia elétrica a ANEEL divulga,
através PRODIST, o Módulo 5 – Sistemas de Medição, as normas e exigências
mínimas sobre o assunto (ANEXO G).
Segundo Henriques (2002), um instrumento de medição possui
características metrológicas que possibilitam julgar a conveniência do instrumento
para realizar medições em uma faixa conhecida, com exatidão conhecida, para obter
um valor do mensurando e estimar sua incerteza. Regra geral, os instrumentos só
podem ser usados como pretendidos quando suas propriedades metrológicas são
bem conhecidas, as quais podem, em princípio, ser estabelecidas por dois métodos.
58

No primeiro, determinam-se as características reais de um determinado instrumento


por calibração. No outro, as características metrológicas nominais e os desvios
permissíveis das características reais em relação às características nominais são
dados na forma de classe de exatidão, sendo esta definida como a classe de
instrumentos de medição que satisfazem exigências metrológicas destinadas a
conservar os erros dentro de limites especificados.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através das NBR’s
já consolidadas, prescreve vários ensaios a serem realizados para aprovação de
modelo e/ou para aceitação de lotes de medidores novos. Tais ensaios,
apresentados de forma detalhada nas referidas normas, são prescritos para serem
realizados em laboratório, sendo que a aprovação de novos modelos de medidores
deve ser feita pelo INMETRO.
O Regulamento Técnico Metrológico (RTM) citado no Módulo 5 da
ANEEL, consiste em definir parâmetros para ensaios exigidos para fabricação de
novos medidores ou medidores que forem recuperados.

REGULAMENTO TÉCNICO METROLÓGICO A QUE SE REFERE À


PORTARIA INMETRO Nº 285 de 11 de agosto de 2008.
Este Regulamento Técnico Metrológico estabelece as condições técnicas e
metrológicas, bem como o controle metrológico, a que se sujeitam os
medidores de energia elétrica ativa de indução, monofásicos e polifásicos,
classes 1 e 2. (RTM, Portaria INMETRO Nº 285, 2008, pág. 3)
REGULAMENTO TÉCNICO METROLÓGICO A QUE SE REFERE A
PORTARIA INMETRO Nº 431 DE 04 DE dezembro DE 2007.
Este Regulamento Técnico Metrológico estabelece as condições mínimas a
serem observadas na apreciação técnica de modelos, no exame da
conformidade ao modelo aprovado, na verificação inicial, na verificação
após reparos e na verificação por solicitação do usuário / proprietário, a que
se sujeitam os medidores eletrônicos de energia elétrica ativa e/ou reativa,
monofásicos e polifásicos, índices de classe D (0,2 %), C (0,5 %), B (1,0 %),
A (2,0 %).
ENSAIOS DE APROVAÇÃO DE MODELO:
Ensaios de dielétrico
Ensaio de tensão de impulso
Ensaio de tensão aplicada
Ensaio de início de funcionamento do medidor
Ensaio da corrente de partida
Ensaio de marcha em vazio
Ensaio de influência da temperatura ambiente
Ensaio de variação da corrente
Ensaio de verificação das perdas internas
Ensaio do circuito de potencial e fonte de alimentação
Ensaio do circuito de corrente
Ensaio de influência da variação de tensão
Ensaio de influência da variação da freqüência
Ensaio de influência de componente harmônico nos circuitos de
tensão e corrente
Condições específicas
59

O ensaio deve ser realizado nas seguintes condições:


a) corrente na freqüência fundamental: I1= 0,5 Imáx;
b) tensão na freqüência fundamental: V1 = Vn;
c) fator de potência na freqüência fundamental: 1;
o
d) conteúdo do 5 harmônico na tensão: V5 = 10 %Vn;
o
e) conteúdo do 5 harmônico na corrente: I5 = 40 % de I1;
f) fator de potência do harmônico = 1; e
g) as tensões fundamental e harmônica devem estar em fase, cruzando em
zero na subida.
Procedimento: aplicar V1 e I1 com cos φ = 1 aos elementos de tensão e
corrente do medidor respectivamente. Determinar o erro nessa condição
(e1). Em seguida, acrescentar aos elementos de tensão do medidor a
componente V5 e aos elementos de corrente do medidor a componente I5,
com cos φ = 1. Determinar o erro nessa condição. Repetir o ensaio para
cada tensão nominal especificada pelo fabricante, nos medidores
multitensão. Executar o ensaio para cada sentido de fluxo de energia (direto
e reverso), no caso de medidores bidirecionais.
Resultado: O medidor é considerado aprovado se a variação do erro
percentual estiver dentro dos limites estabelecidos na Tabela 7, de acordo
com o seu índice de classe.

Tabela 7 – Limite de variação de erro percentual admissível


Limites de variação de erro percentual
Condições de ensaio Cos ϕ Para medidores de índice de classe
D C B A
Sem aplicação de harmônicas 1 e1 e1 e1 e1
Com aplicação de harmônicas 1 e1 ± 0,4 e1 ± 0,5 e1 ± 0,8 e1 ± 1,0
Fonte: INMETRO – Portaria 285 de 11 de agosto de 2008.

Ensaio de influência da inversão da seqüência de fase


Ensaio de influência da interrupção de uma ou duas fases
Ensaio de influência da componente CC (1/2 onda) no circuito de corrente
CA
Ensaio de influência da indução magnética CC de origem externa
Ensaio de influência da indução magnética CA de origem externa
Ensaio de influência da operação de acessórios
Ensaio de sobrecarga de curta duração
Ensaio de auto-aquecimento
Ensaio de aquecimento
Ensaio de variação brusca da tensão
Ensaio do mostrador
Ensaio de verificação do tempo de autonomia
Ensaios de compatibilidade eletromagnética
Ensaio de imunidade à descarga eletrostática
Ensaio de transientes elétricos
Ensaio de impulso combinado
Ensaio de imunidade a campos eletromagnéticos de alta freqüência
(RTM, Portaria INMETRO Nº 431, Anexo B, 2007, págs. 32-33)
60
61

3 ENSAIOS

3.1 ESTRUTURA LABORATORIAL

A definição do laboratório para realização dos ensaios pretendidos foi


uma das primeiras ações realizadas. Havia necessidade de que o laboratório
dispusesse sinais independentes e estáveis, passíveis de controle e sincronismo, de
forma a ser possível obter diversos níveis de distorção de tensão e/ou corrente e
diversos valores de fator de potência.
O Laboratório de Ensaios Metrológicos da COPEL - Companhia
Paranaense de Energia, localizado no bairro Atuba em Curitiba-PR, dispõe dos
recursos julgados necessários e inicialmente adequados. O laboratório foi
parcialmente cedido para realização dos ensaios conforme autorização do
Departamento de Medição e Perdas da Superintendência Comercial de Distribuição
da COPEL. Este departamento tem a função de gerenciar e controlar a Função
Medição de Energia no âmbito da Distribuição, definindo, padronizando e
implantando todos os procedimentos e tecnologias relativas à função, com fins de
faturamento e de fronteira e atuando no combate às perdas não técnicas.

FIGURA 13 – LABORATÓRIO DE ENSAIOS – PEA – COPEL


62

Relacionamos a seguir algumas atividades realizadas pelo Departamento


de Medição e Perdas:

- Desenvolvimentos de sistemas e equipamentos para a Área de


Medição;

- Controle de qualidade aplicado aos equipamentos destinados à Área


de Medição;
- Elaboração e revisão de normas, manuais, especificações técnicas e
procedimentos operacionais da Área de Medição;
- Combate às perdas não-técnicas;
- Ensaios metrológicos para verificação após reparos no Posto de
Ensaio Autorizado - PEA COPEL - pelo INMETRO;
- Medição de Fronteira;

- Realização de estudos e pareceres técnicos diversos sobre temas


relacionados à medição de energia na COPEL;
- Representatividade externa com a participação em grupos de trabalho
da ABNT, INMETRO, ABRADEE, etc. para elaboração ou revisão de
normas relacionadas à Área de Medição de energia;

- Participação em Grupos de Trabalho e Programas instituídos pela


COPEL;
- Treinamento/Suporte às Áreas de Medição quanto às tecnologias e
procedimentos utilizados na COPEL para fins de faturamento e de
combate às perdas não-técnicas.

- Envolvimento com programas sociais com gerenciamento das


atividades de manutenção de 260 sistemas fotovoltaicos individuais
instalados em residências e escolas do litoral Paranaense;

Um sistema de gestão da qualidade implantado no Laboratório de


Ensaios Metrológicos da COPEL, de acordo com a norma NBR ISO/IEC 17025
garante a confiabilidade e rastreabilidade dos seus padrões e, conseqüentemente,
dos equipamentos e instrumentos calibrados. Mediante auditorias oficiais realizadas
pelo INMETRO, a COPEL conquistou acreditações para funcionar como PEA –
Posto de Ensaio Autorizado pelo INMETRO na RBLE – Rede Brasileira de
Laboratórios de Ensaio e na RBC - Rede Brasileira de Calibração, fatos relevantes
63

deste conceituado laboratório, considerado um dos melhores do Brasil neste


segmento.

FIGURA 14 – REGISTRADOR GRÁFICO TEMPERATURA E UMIDADE –


PEA COPEL
A temperatura e a umidade relativa do ar ambiente são controladas
automaticamente por um sistema de climatização e mantidas, respectivamente,
entre 20ºC e 30ºC e entre 20% e 80%. Estes limites foram estabelecidos em
conformidade com as normas do RTM – Regulamento Técnico Metrológico.
Equipamentos padrões de referência em serviço no laboratório e instrumentos,
devidamente calibrados, são utilizados para as medições de monitoramento e
controle destas grandezas. Tais instrumentos fazem, também, o registro das
grandezas medidas em papel gráfico.
64

FIGURA 15 - PÁGINA INICIAL DO SISTEMA IMPLANTADO NO LABORATÓRIO DE


ENSAIOS METROLÓGICOS DA COPEL, BASEADO NA NORMA NBR ISO/IEC 17025
Fonte: Intranet COPEL

FIGURA 16 – ACREDITAÇÃO DO LABORATÓRIO NA RBLE – REDE


BRASILEIRA DE LABORATÓRIOS DE ENSAIO
Fonte: INMETRO
65

FIGURA 17 - ACREDITAÇÃO DO LABORATÓRIO NA RBC – REDE BRASILEIRA DE


CALIBRAÇÃO
Fonte: INMETRO

3.2 SISTEMA DE TESTE DE MEDIÇÃO

O Laboratório de Ensaios Metrológicos PEA COPEL dispõe de


equipamentos de alta tecnologia e qualidade para realização de calibração e/ou
supervisão metrológica. O sistema de teste de medição, marca ZERA é bastante
flexível e eficaz, possibilitando automatização dos ensaios, os quais são controlados
por um microcomputador e um software denominado WinSAM. A carga poderá ser
aplicada monofasicamente ou trifasicamente aos instrumentos de medição, com
fonte de sinais, senoidais ou não, em diversas freqüências harmônicas, além da
fundamental. Permite a geração de até a 40ª ordem harmônica para tensão e/ou
corrente, inclusive é possível estabelecer a defasagem entre tensão e corrente de
66

cada nível harmônico, além da freqüência fundamental. A aplicabilidade do sistema


é ampla no foco metrológico possibilitando ensaios em padrões de campo e
naturalmente em medidores de energia eletrônicos e eletromecânicos para
faturamento.

FIGURA 18 – VISTA PARCIAL DO SISTEMA DE TESTE DE MEDIÇÃO


ZERA – UMA POSIÇÃO
Fonte: Laboratório PEA COPEL

O laboratório possui cinco estações equipadas com o sistema de teste de


medição ZERA; quatro delas são utilizadas para calibrações simultâneas de diversos
medidores, sendo uma estação com capacidade para 10 posições e três para 20
posições e outra estação para calibração exclusiva de apenas um medidor. Para o
desenvolvimento deste trabalho, todos os ensaios, inclusive o ensaio piloto, foram
utilizados o sistema de uma posição e um dos sistemas de 20 posições, ajustado
para funcionar em apenas 10 posições.
67

FIGURA 19 – VISTA PARCIAL DO SISTEMA DE TESTE DE MEDIÇÃO ZERA – 20


POSIÇÕES
Fonte: Laboratório PEA COPEL

DADOS TÉCNICOS E COMPONENTES DO SISTEMA DE TESTES:

Sistema de teste de medidores marca Zera, modelos MTS 320-1 MTS


320-20, com fonte de tensão, corrente e freqüência, fabricante Zera, composto pelos
seguintes equipamentos:

a) Padrão de potência e energia, fabricação Zera, modelo EPZ 303-5,


com as seguintes características:
 Faixas de tensão: 480/ 240/ 120/ 60 V;

 Faixas de corrente: 200/ 100/ 50/ 20/ 10/ 5/ 2/ 1/ 0,5/ 0,25/ 0,1/ 0,05/
0,02/ 0,01/ 0,005 A;

 Faixa de freqüência: 45 a 70 Hz;


 Limite de erro: 0,01% (100 ppm) para tensão e corrente, 0,01º para
ângulo;
 Limite de erro típico do sistema: para ensaios de energia ativa e
reativa, 0,02% (200 ppm) sem o uso dos transformadores de
corrente de isolamento; e 0,05% (500 ppm) com o uso dos
transformadores de corrente de isolamento.
68

b) Gerador de função, fabricação Zera, modelo FG 301, com capacidade


de gerar sinais sintetizados para até oito amplificadores de tensão e
corrente por fibras ópticas, supervisão do padrão de energia, funções
especiais de dosagem de energia, medida de freqüência e controle da
luz de advertência por fibra ótica;
c) Amplificador trifásico de tensão, fabricação Zera, modelo VU 220,
limite de erro 0,01% (100 ppm);

d) Amplificador monofásico de corrente, fabricação Zera, modelo VI 220,


limite de erro 0,01% (100 ppm);
e) Amplificador trifásico de tensão e corrente, fabricação Zera, modelo
VUI 301, limite de erro 0,05% (500 ppm);

f) Adaptador para monitorar a tensão, corrente e curto-circuito,


fabricação Zera, modelo CCM 1000;
g) Processador de erros para até vinte medidores, fabricação Zera,
modelo DS 420 ou SES 330;

h) Displays DSA 400 ou DS 301 para exibição de erro por estação


durante o procedimento de ensaio;

i) Transformador de corrente isolador, para ensaios em medidores com


elos fechados, fabricação Zera, modelo ICT 200;
j) Sensores para captação de pulsos provenientes de leds vermelhos,
leds infravermelhos e mancha de discos de medidores de indução,
fabricação Zera, modelo TK 301 ou TK 325;
k) Bancada de testes com conjuntos de engates rápidos para colocação
de medidores, cabos com sistemas de conexão Mult-Contact e
sistemas de comunicação e realimentação por fibras ópticas,
fabricação Zera;

l) Botões de parada de emergência, tipo "soco";


m) Bastidor para colocação dos amplificadores, padrão de trabalho e
gerador de função, com chave geral de acionamento do sistema de
ensaios;
n) Microcomputador com software Winsam para ensaios, desenvolvido
pela ZERA;
69

FIGURA 20 - ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO SISTEMA DE TESTE ZERA MTS 320-20


FONTE: PEA COPEL

Padrão de Potência/Energia – COM3003


Este padrão é utilizado para realizar calibrações de energia ativa, reativa
e demanda de potência. Devido à sua exatidão, 0,01%, é utilizado para calibração
dos demais sistemas de medição do Laboratório PEA COPEL. Também é utilizado
para calibrações específicas, com emissão de certificados, conforme Figura 21,
utilizado no sistema de teste MTS 320-1. Em anexo, Certificados de Calibração CCR
494/08 (ANEXO A), emitido pelo LACTEC, Laboratório acreditado pelo INMETRO-
RBC e Nº 08007593 (ANEXO B), emitido pelo TECPAR, Laboratório acreditado pela
Cgcre/INMETRO-RBC..
Características Técnicas
Fabricante: ZERA GmbH
Modelo: ZERA – Hauptstrasse 392 D-53639 Königswinter
Tipo: COM3003 DC Comparator
Tensão de alimentação: 115/230 V ±15%
Freqüência de alimentação: 50 Hz a 60 Hz
70

Ano de fabricação: 2007


Potência de consumo: 120 VA
Exatidão: <0,01% (100 ppm)
Corrente de teste: 1 mA a 160 A
Tensão de teste: 30 V a 500 V
Freqüência fundamental de teste: 15 Hz a 70 Hz
Freqüência harmônica de teste: 0 Hz a 3500 Hz
Temperatura de operação: +5 ºC a + 40 ºC

FIGURA 21 – PADRÃO ZERA COM 3003


Fonte: Catálogo ZERA

Padrão de Potência/Energia – EPZ 303-5-2


Padrão utilizado para calibrações de energia ativa, reativa e demanda de
potência. Aplicado no sistema de teste de medição de 20 posições MTS 320-20. Em
anexo, Certificado de Calibração Nº 06/2009 (ANEXO C), emitido pelo PEA COPEL,
Laboratório acreditado pelo INMETRO-RBC.
Características Técnicas
Fabricante: Zera GmbH
Tipo: EPZ 303-5-2
Tensão de alimentação: 100-240 V +10% -15%
Freqüência: 47 a 63Hz
Ano de fabricação: 2007
Potência de consumo: 90 W
Exatidão: <0,02% (200 ppm)
Corrente de teste: 1 mA a 160 A
Tensão de teste: 0,5 V a 500 V
Freqüência fundamental de teste: 15 Hz a 70 Hz
71

Freqüência harmônica de teste: 0 Hz a 3500 Hz


Temperatura de operação: +5ºC a + 40ºC

FIGURA 22 – PADRÃO ZERA EPZ 303-5-2


Fonte: Catálogo ZERA

Amplificador Monofásico de Tensão e Corrente – VUI 301


Equipamento destinado a amplificar corrente e/ou tensão proveniente da
fonte. A configuração utilizada no sistema de teste de medição MTS 320-1 prevê a
utilização de três equipamentos, um por fase. Neste sistema utiliza-se uma fonte
geradora de funções, a qual está especificada nesta seção.
Características Técnicas
Fabricante: Zera GmbH
Tipo: VUI 301
Tensão de alimentação: 100 V –10 % a 240 V +10 %
Freqüência de alimentação: 47 Hz a 63 Hz
Ano de fabricação: 2007
Potência de consumo: 370 VA
Altitude de operação: até 2000 m acima nível do mar
Temperatura de operação: +5 ºC a + 45 ºC
Umidade relativa do ar: 50% (40 ºC) a 80% (31 ºC)
Tensão de teste: 0 a 320 V
Tap’s de tensão de teste: 80 V – 160 V – 320 V
Fator de distorção: <0,5%
Freqüência fundamental de teste: 40 Hz a 70 Hz
Freqüência harmônica de teste: 40 Hz a 2000 Hz
Exatidão de amplitude: 0,05%
Exatidão de ângulo de fase: 0,03º
72

Corrente AC de teste: (0) 12 mA a 120A


Corrente DC de teste: (0) 12 mA a 12A
Tap’s de corrente de teste: 0,12 A – 1,2 A – 12 A – 120 A

FIGURA 23 – AMPLIFICADOR ZERA VUI 301


Fonte: Catálogo ZERA

Amplificador Trifásico de Tensão – VU 220


Equipamento destinado a amplificar tensão proveniente da fonte. Utilizado
no sistema de teste de medição MTS 320-20
Características Técnicas
Fabricante: Zera GmbH
Tipo: VU 220
Ano de fabricação: 2007
Tensão de alimentação: 190 V a 265 V
Potência de saída: 3 x 400 VA
Tensão de teste: 0 a 320 V
Tap’s de tensão de teste: 160 V – 320 V
Fator de distorção: <0,5%
Exatidão de amplitude: 0,01%
Exatidão de ângulo de fase: 0,01º

Amplificador de Corrente – VI 220


Equipamento destinado a amplificar corrente proveniente da fonte. Por ser
monofásico, são utilizadas três unidades aplicados no sistema de teste de medição
MTS 320-20.
Características Técnicas
Fabricante: Zera GmbH
73

Tipo: VI 220
Ano de fabricação: 2007
Potência de saída: 400 VA
Corrente de teste: 0 a 120 V
Tap’s de corrente de teste: 120 A – 60 A – 30 A – 12 A – 6 A – 3 A
1,2 A – 0,6 A – 0,3 A – 0,12 A – 60 mA – 30 mA
Fator de distorção: <0,5%
Exatidão de amplitude: 0,01%
Exatidão de ângulo de fase: 0,01º

Gerador de Funções – FG 301


Equipamento destinado a gerar formas de onda, senoidais e/ou não
senoidais. As formas de onda são geradas em grandezas de pequenas dimensões,
as quais serão amplificadas. Este gerador de funções está equipando ambos
sistemas de testes, MTS 320-1 e MTS 320-20.
Características Técnicas
Fabricante: Zera GmbH
Tipo: FG 301
Tensão de alimentação: 85 V a 265 V
Freqüência de alimentação: 50 Hz a 60 Hz
Ano de fabricação: 2007
Altitude de operação: até 2000 m acima nível do mar
Temperatura de operação: +5º C a + 45º C
Umidade relativa do ar: 50% (40ºC) a 80% (31ºC)
Curvas: 8 canais / 2 curvas de memória (A e B) por canal
Freqüência de medição: máximo 1 MHz

FIGURA 24 – GERADOR DE FUNÇÃO FG 301


Fonte: Catálogo ZERA
74

Monitor de Tensão, Corrente e Curto Circuito – CCM 1000


Este equipamento tem a função de monitorar e proteger todo sistema de
teste contra eventual falha de contato ou defeitos dos instrumentos em calibração.
Alguns medidores podem apresentar falhas como bobina de potencial em curto ou
bobina de corrente aberta (ou mau contato). Nesta situação o sistema é
automaticamente desligado e uma mensagem de erro é exibida. Assim como o
gerador de funções, este equipamento está presente em ambos sistemas de testes,
MTS 320-1 e MTS 320-20.
Características Técnicas
Fabricante: Zera GmbH
Tipo: CCM 1000
Tensão de alimentação: 230 V ±15%
Freqüência: 50 Hz a 60Hz
Ano de fabricação: 2007
Potência de consumo: 40 W
Altitude de operação: até 2000 m acima nível do mar
Temperatura de operação: +5 ºC a + 45 ºC
Umidade relativa do ar: 50% (40 ºC) a 80% (31 ºC)

FIGURA 25 – ADAPTADOR P/ MONITORAMENTO DE TENSÃO, CORRENTE E


CURTO-CIRCUITO CCM 1000
Fonte: Catálogo ZERA

Transformador de Corrente – ICT 200


Os transformadores de corrente equipam o sistema de teste de medição
MTS 320-20. Têm a função de isolamento, pois se aplica tensão e corrente
simultaneamente aos terminais dos instrumentos em teste, que neste caso são do
tipo conexão direta, ou seja, o terminal de entrada do instrumento em teste alimenta
o circuito de tensão e de corrente do medidor. Opcionalmente é possível
curtocircuitá-los para realizar ensaios exclusivamente em instrumentos de medição
75

tipo conexão indireta, os quais possuem terminais individuais para aplicação de


tensão e corrente provindos de circuitos separados eletricamente.
Características Técnicas
Fabricante: Zera GmbH
Tipo: FG 301
Corrente primária: 0,01 A a 200 A
Corrente secundária: 0,01 A a 200 A
Erro: ± 0.01 % (0,1A a 200 A) e ± 0.05 % (0,01 A a 0,1A)
Erro de ângulo de fase: ± 0,1’ (0,1 A a 200 A) e ± 0,6’ (0,01 A
a 0,1 A)

FIGURA 26 – TRANSFORMADOR DE CORRENTE ICT 200


Fonte: Catálogo ZERA

3.3 MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA SELECIONADOS - AMOSTRAS

Os critérios utilizados na seleção dos medidores de energia basearam-se


nos seguintes aspectos: os instrumentos devem ser das principais marcas
fabricantes nacionais; devem estar em perfeitas condições de funcionamento; a
quantidade de medidores a serem submetidos aos ensaios limitar-se-á à cessão,
permissão da COPEL, para utilização dos sistemas de testes de acordo com a
demanda dos serviços da distribuidora e ensaios da linha de produção do PEA.
Desta forma, o Laboratório disponibilizou, por tempo determinado, o uso do sistema
de testes de 10 posições, para os testes dos medidores eletrônicos e o sistema de
testes de uma posição, para realização dos ensaios piloto (ensaios que definiram
todos os testes com aplicação de componentes harmônicas) e para os testes no
medidor eletromecânico.
76

Com relação aos medidores eletrônicos utilizados nos ensaios, foram


escolhidos dez medidores de quatro fabricantes distintos, denominados aqui de
fabricante F1, F2, F3 e F4. Todos os medidores são trifásicos do tipo medição
indireta, aplicado com uso de transformadores para instrumentos, com corrente
nominal de 2,5 A, sendo maior sua utilização nos consumidores do grupo A.
A NBR 14519 define classe exatidão num medidor de energia como
sendo o número que estabelece os limites admissíveis de erro (desvio) relativo
percentual para todos os valores de corrente entre 0,1*In (10% da corrente nominal)
e Imáx (corrente máxima), para o fator de potência unitário e cargas equilibradas,
quando o medidor é ensaiado sob condições de referência. As classes
comercializadas são as de índices A, B, C e D, que correspondem a 2,0%, 1,0%,
0,5% e 0,2% respectivamente. Para os ensaios, foram utilizados medidores das
classes B, C e D, conforme Tabelas 8 e 9.
Os medidores eletrônicos escolhidos são implementados para medição e
registro de múltiplas grandezas, tais como: kW, kWh, kvarhi (indutivo), kvarhc
(capacitivo), etc. As principais características de cada medidor eletrônico escolhido
para os ensaios são detalhadas nas Tabelas 8 e 9.

Tabela 8 – Principais Características dos Medidores Eletrônicos MP1 a MP5

MP1 MP2 MP3 MP4 MP5

Fabricante F1 F1 F2 F2 F2
Wh, varhi, Wh, varhi, Wh, varhi, Wh, varhi, Wh, varhi,
Grandezas
varhc varhc varhc varhc varhc
3 Elementos, 3 Elementos, 3 Elementos, 3 Elementos, 3 Elementos,
Topologia de
1º e 4º 1º e 4º 1º e 4º 1º e 4º 1º e 4º
medição
Quadrantes Quadrantes Quadrantes Quadrantes Quadrantes

Tensão nominal 120 V 120 V 120 V 120 V 120 V

Tensão de operação 54 a 280V 45 a 280 V 120 a 240 V 60 a 300 V 120 V

Corrente nominal 2,5 A 2,5 A 2,5 A 2,5 A 2,5 A

Corrente máxima 10 A 10 A 10 A 10 A 10 A

Índice de Classe C (0,5%) B (1,0%) C (0,5%) C (0,5%) C (0,5%)


ke (constante
0,2 Wh/pulso 1,0 Wh/pulso 0,3 Wh/pulso 0,3 Wh/pulso 0,3 Wh/pulso
eletrônica)
Memória de Massa não não não sim sim
Fonte: Autoria Própria
77

Tabela 9 – Principais Características dos Medidores Eletrônicos MP6 a MP10

MP6 MP7 MP8 MP9 MP10

Fabricante F3 F3 F3 F4 F1
Wh, varhi, Wh, varhi, Wh, varhi, Wh, varhi, Wh, varhi,
Grandezas
varhc varhc varhc varhc varhc
3 Elementos, 3 Elementos, 3 Elementos, 3 Elementos, 3 Elementos,
Topologia de
1º e 4º 1º e 4º 1º e 4º 1º e 4º 1º a 4º
medição
Quadrantes Quadrantes Quadrantes Quadrantes Quadrantes

Tensão nominal 120 V 120 V 120 V 120 V 120 V

Tensão de operação 90 a 280V 90 a 280 V 120 V 120 / 240 V 120 / 240 V

Corrente nominal 2,5 A 2,5 A 2,5 A 2,5 A 2,5 A

Corrente máxima 10 A 10 A 10 A 10 A 10 A

Índice de Classe B (1,0%) B (1,0%) B (1,0%) C (0,5%) D (0,2%)


ke (Constante
1 Wh/pulso 0,2 Wh/pulso 0,2 Wh/pulso 0,3 Wh/pulso 0,3 Wh/pulso
eletrônica)
Memória de Massa não sim sim sim não
Fonte: Autoria Própria

Com relação ao medidor de tecnologia eletromecânica, foi escolhido um


instrumento para ensaio, sendo este trifásico e com corrente nominal de 15 A, do
tipo para medição direta. Suas principais características são apresentadas na Tabela
10.

Tabela 10 – Principais Características do Medidor Eletromecânico


Meletrom
Grandeza Wh
Topologia de medição 3 elementos
Tensão nominal 120 V
Corrente nominal 15 A
Corrente máxima 120 A
Índice de Classe A (2,0%)
Kd (Constante do disco) 1 Wh/revolução
Fonte: Autoria Própria
78

3.4 METODOLOGIA DE ENSAIOS

Visando aplicar os termos técnicos e definições de acordo com as


normas, consultou-se o Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e
Gerais de Metrologia - VIM, publicado pela Portaria INMETRO nº 29 de 10 de março
de 1995, 5ª edição, atualizada em 2007, conforme ANEXO D.
A definição e a sistemática dos ensaios metrológicos consiste inicialmente
em calcular o erro relativo de medição obtido pela razão entre o erro absoluto
(diferença entre o valor medido e valor verdadeiro convencional) e seu valor
verdadeiro convencional. O erro relativo resultante de uma medição na calibração de
um instrumento de medição normalmente é expresso em valor percentual, conforme
segue:

( wi − wvc ) (38)
E% = * 100
wvc

Onde:
E% = Erro relativo percentual
wi = Valor medido do mensurando
wvc = Valor verdadeiro convencional do mensurando

Para que sejam obtidos valores do mensurando com melhor


confiabilidade e precisão nos resultados definiu-se o seguinte procedimento de
medição a ser implementado no sistema de calibração automático ZERA:
Medidores Eletrônicos: Conjunto de cinco operações de medição
realizadas a cada dez pulsos emitidos, seguida de cálculo da média aritmética e do
desvio padrão;
Medidores Eletromecânicos: Conjunto de cinco operações de medição
realizadas a cada três revoluções do disco, seguida de cálculo da média aritmética e
do desvio padrão;

E% =
∑ E% (39)
n
79

n (40)
∑ (E %
i =1
i − E %) 2
s=
n −1

Onde:
E % = Média aritmética do erro relativo percentual
s = Desvio padrão
E% = Erro relativo percentual
n = Quantidade de medidas realizadas

3.4.1 Definição dos Ensaios

A definição dos ensaios a serem realizados nos medidores foi


parcialmente baseada no RTM – Regulamento Técnico Metrológico, Portaria nº 431,
de 4 de Dezembro de 2007 e Portaria nº 285, de 11 de agosto de 2008. Conforme
citado no capítulo 3, item 3.2, através deste regulamento, o INMETRO prescreve as
condições mínimas a serem observadas quando da apreciação técnica de modelos,
na verificação inicial realizada após fabricação, quando da verificação após reparos
e na verificação por solicitação do consumidor.
Os ensaios com aplicação de distorções harmônicas são respaldados
pelo artigo “Efeito das Distorções Harmônicas nas Medições de Energia Elétrica”
(SIQUEIRA et al.,1999), do qual destacam-se a Tabela 11 e a Figura 27, as quais
mostram os resultados de uma campanha de medidas realizadas em de Brasília-DF.
Foram coletados dados de unidades consumidoras de diversas atividades. Cinco
unidades consumidoras, de diferentes atividades, que apresentaram os maiores
índice de TDH de tensão e de corrente estão destacadas na Tabela 11 a seguir.

Tabela 11 – Campanha de Medidas – Cinco maiores TDH por atividade – Brasília-DF


Atividade TDH Tensão TDH Corrente Demanda (MW) Consumo (MWh)
Industrial 1,77% 15,90% 14,22 5.628,02
Comercial 8,10% 72,40% 0,87 149,27
Militar 2,70% 15,40% 0,64 49,70
Informática 12,50% 14,00% 1,13 645,99
Faculdade 3,00% 5,60% 2,78 1.031,92
Fonte: SIQUEIRA el al., 1999
80

Salienta-se que, anteriormente à montagem da tabela definitiva dos


ensaios, diversos experimentos foram realizados com o objetivo de verificar se o
ensaio correspondia a situações típicas de tensões distorcidas e cargas não
lineares. O objetivo é simular situações reais, possíveis de serem observadas em
redes de distribuição de energia, verificando principalmente o índice da TDHV e TDHI
aplicado. Os ensaios realizados visaram à obtenção de resultados significativos
possibilitando comparações com resultados de outros autores.

FIGURA 27 – DISTORÇÕES HARMÔNICAS DOS CONSUMIDORES


Fonte: SIQUEIRA el al., 1999

As tabelas a seguir definem ensaios de exatidão visando avaliar o


comportamento metrológico dos medidores, ou seja, verificação do erro de medição.
Inicialmente os medidores foram submetidos a alguns ensaios básicos, previstos
pelo RTM:
81

- Calibração da função energia ativa (kWh): Ensaios A1, A2 A3 e A4;


- Calibração da função energia reativa (kvarh): Ensaios R8, R9 e R10;
(exceto medidores eletromecânicos)

Exclusivamente para este grupo de ensaios, foi estabelecido que todos os


medidores deverão estar em conformidade com o RTM. Caso contrário o ensaio
seria interrompido e o medidor substituído. Os demais ensaios também objetivam
verificar a exatidão dos medidores e apuração dos erros de medição, tanto na
função energia ativa (kWh) quanto na função energia reativa (kvarh), exceto para os
medidores eletromecânicos, porém com a aplicação de taxas de distorção
harmônica de tensão e corrente superiores às previstas pelo RTM.

Observações:

- As tensões e as correntes aplicadas nos medidores são sempre


trifásicas equilibradas;

- O ângulo α (alfa) indica a defasagem entre a tensão e a corrente na


componente harmônica referenciada. O ângulo β (beta) indica a
defasagem entre a tensão na freqüência fundamental e a corrente de
ordem “n” harmônica, tomando como referência a freqüência
fundamental.

Desta forma, temos os seguintes ensaios:

Cód. Ensaio Atributos

A1 Carga Nominal kWh V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=0º;

Objetivo: Calibração de energia ativa, conforme previsto no RTM, para avaliar se o medidor
apresenta erro relativo dentro do limite de classe, mediante aplicação de carga puramente
resistiva;

Obs: Se reprovado, o medidor deverá ser substituído e reiniciado os ensaios;

Cód. Ensaio Atributos

A2 Carga Indutiva kWh V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;

Objetivo: Calibração de energia ativa, conforme previsto no RTM, para avaliar se o medidor
apresenta erro relativo dentro do limite de classe, mediante aplicação de carga resistiva e
indutiva;

Obs: Se reprovado, o medidor deverá ser substituído e reiniciado os ensaios;


82

Cód. Ensaio Atributos


Exame do Registrador de V1=100%*Vn; I1=75%*Imáx; α1=0º;
A3
kWh Energia = 1 kWh;
Objetivo: Exame do registrador, conforme previsto no RTM, para avaliar se o registrador de
kWh do medidor apresenta erro relativo dentro do limite de classe, mediante aplicação de
carga puramente resistiva;
Obs: Se reprovado, o medidor deverá ser substituído e reiniciado os ensaios;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=50%*Imáx; α1=0º;
Influência da Componente V5= 10%*Vn; I5= 40%*I1; α5=0º;
A4
Harmônica - Vh+Ih
TDHV=9,95%; TDHI=37,14%;
Objetivo: Calibração de energia ativa, conforme previsto no RTM, para avaliar se o medidor
apresenta erro relativo dentro do limite de classe, mediante aplicação de tensão distorcida e
carga puramente resistiva, simulando presença de distorções harmônicas de tensão e de
corrente, ambas em fase com a fundamental;
Obs: Se reprovado, o medidor deverá ser substituído e reiniciado os ensaios;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; α3=-60º;
V5= 10%*Vn; I5=40%*In; α5=-60º;
Carga multi-harmônica V7= 5%*Vn; I7=35%*In; α7=-60º;
A5
Vh+Ih - Caso 4 V9= 5%*Vn; I9=30%*In; α9=-60º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; α11=-60º;
V13= 5%*Vn; I13=20%*In; α13=-60º;
TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;

Objetivo: Calibração de energia ativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de distorções harmônicas de tensão
e de corrente, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=60º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; α3=60º;
V5= 10%*Vn; I5=40%*In; α5=60º;
Carga multi-harmônica V7= 5%*Vn; I7=35%*In; α7=60º;
A6
Vh+Ih - Caso 5 V9= 5%*Vn; I9=30%*In; α9=60º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; α11=60º;
V13= 5%*Vn; I13=20%*In; α13=60º;
TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;
83

Objetivo: Calibração de energia ativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e capacitiva simulando presença de distorções harmônicas de
tensão e de corrente, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-45º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; α3=-45º;
V5= 10%*Vn; I5=40%*In; α5=-45º;
Exame do Registrador de V7= 5%*Vn; I7=35%*In; α7=-45º;
A7
kWh V9= 5%*Vn; I9=30%*In; α9=-45º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; α11=-45º;
V13= 5%*Vn; I13=20%*In; α13=-45º;
Energia: 1 kWh; TDHV=14,83%; TDHI=58,30%;
Objetivo: Exame para avaliar o erro relativo do registrador de kWh do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva, simulando presença de distorções harmônicas de
tensão e de corrente, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
I3=20%*In; β 3=-75º; I5= 40%*In; β5=-45º;
Carga multi-harmônica Ih - I7=35%*In; β 7=-90º; I9= 30%*In; β9=-30º;
A8
Caso 2
I11=25%*In; β 11=-105º; I13=20%*In; β13=-15º;
TDHV= 0%; TDHI=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia ativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de apenas distorções harmônicas
de corrente defasadas da fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
I3= 20%*In; α3=-60º; I5= 40%*In; α5=-60º;
Carga multi-harmônica Ih - I7= 35%*In; α7=-60º; I9= 30%*In; α9=-60º;
A9
Caso 1
I11= 25%*In; α11=-60º; I13= 25%*In; α13=-60º;
TDHV=0%; TDHI=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia ativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de apenas distorções harmônicas
de corrente em fase com a fundamental;
84

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; β3=-75º;
V5= 10%*Vn; I5=40%*In; β5=-45º;

Carga multi-harmônica V7= 5%*Vn; I7=35%*In; β 7=-90º;


A10
Vh+Ih - Caso 1 V9= 5%*Vn; I9=30%*In; β 9=-30º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; β 11=-105º;
V13= 5%*Vn; I13=20%*In; β 13=-15º;
TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia ativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de distorções harmônicas de tensão
em fase com a fundamental e de corrente defasadas da fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3=5%*Vn; I3=20%*In; α3=-60º;
Carga multi-harmônica V5=10%*Vn; I5=40%*In; α5=-60º;
A11
Vh+Ih - Caso 2 I7=35%*In; α7=-60º; I9=30%*In; α9=-60º;
I11=25%*In; α11=-60º; I13=20%*In; α13=-60º;
TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia ativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de distorções harmônicas de tensão
e de corrente, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3= 20%*Vn; I3=20%*In; α3=-60º;
V5= 20%*Vn; I5=20%*In; α5=-60º;

Carga multi-harmônica V7= 20%*Vn; I7=20%*In; α7=-60º;


A12
Vh+Ih - Caso 3 V9= 20%*Vn; I9=20%*In; α9=-60º;
V11=20%*Vn; I11=20%*In; α11=-60º;
V13=20%*Vn; I13=20%*In; α13=-60º;
TDHV=43,99%; TDH I=43,99%;
Objetivo: Calibração de energia ativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de distorções harmônicas de tensão
e de corrente, de mesmas amplitudes, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


R1 Carga Nominal kvarh V1=100% Vn; I1=100% In; α1=-90º;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar se o medidor apresenta erro relativo
dentro do limite de classe, mediante aplicação de carga puramente indutiva;
Obs: Se reprovado, o medidor deverá ser substituído e refeito todos os ensaios;
85

Cód. Ensaio Atributos


R2 Carga Indutiva kvarh V1=100% Vn; I1=100% In; α1=-60º;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar se o medidor apresenta erro relativo dentro
do limite de classe, mediante aplicação de carga resistiva e indutiva;
Obs: Se reprovado, o medidor deverá ser substituído e refeito todos os ensaios;

Cód. Ensaio Atributos


Exame do Registrador de V1=100% Vn; I1=100% In; α1=-90º;
R3
kvarhi Energia: 1 kvar;
Objetivo: Exame do registrador, conforme previsto no RTM, para avaliar se o registrador de
kvari do medidor apresenta erro relativo dentro do limite de classe, mediante aplicação de
carga puramente indutiva;
Obs: Se reprovado, o medidor deverá ser substituído e reiniciado os ensaios;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=50%*Imáx; α1=-90º;
Influência da
R4 Componente Harmônica - V5= 10%*Vn; I5= 40%*I1; α5=-90º;
Vh+Ih
TDHV=9,95%; TDHI=37,14%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar se o medidor apresenta erro relativo
dentro do limite de sua classe, mediante aplicação de carga puramente indutiva simulando
presença de distorções harmônicas de tensão e de corrente, ambas em fase com a
fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; α3=-60º;
V5= 10%*Vn; I5=40%*In; α5=-60º;
Carga multi-harmônica V7= 5%*Vn; I7=35%*In; α7=-60º;
R5
Vh+Ih Caso 4 V9= 5%*Vn; I9=30%*In; α9=-60º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; α11=-60º;
V13= 5%*Vn; I13=20%*In; α13=-60º;
TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar se o medidor apresenta erro relativo
dentro do limite de classe, mediante aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença
de distorções harmônicas de tensão e de corrente, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=60º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; α3=60º;
Carga multi-harmônica V5= 10%*Vn; I5=40%*In; α5=60º;
R6
Vh+Ih Caso 5 V7= 5%*Vn; I7=35%*In; α7=60º;
V9= 5%*Vn; I9=30%*In; α9=60º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; α11=60º;
86

V13= 5%*Vn; I13=20%*In; α13=60º;


TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar se o medidor apresenta erro relativo
dentro do limite de classe, mediante aplicação de carga resistiva e capacitiva simulando
presença de distorções harmônicas de tensão e de corrente, ambas em fase com a
fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-45º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; α3=-45º;
V5= 10%*Vn; I5=40%*In; α5=-45º;
Exame do Registrador V7= 5%*Vn; I7=35%*In; α7=-45º;
R7
de kvarhi V9= 5%*Vn; I9=30%*In; α9=-45º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; α11=-45º;
V13= 5%*Vn; I13=20%*In; α13=-45º;
Energia: 1 kvarh; TDHV=14,83%; TDHI=58,30%;
Objetivo: Exame para avaliar o erro relativo do registrador de kvari do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva, simulando presença de distorções harmônicas de
tensão e de corrente, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
I3=20%*In; β 3=-75º; I5= 40%*In; β5=-45º;
Carga multi-harmônica Ih I7=35%*In; β 7=-90º; I9= 30%*In; β9=-30º;
R8
Caso 2
I11=25%*In; β 11=-105º; I13=20%*In; β 13=-15º;
TDHV= 0%; TDHI=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de apenas distorções harmônicas
de corrente defasadas da fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
I3= 20%*In; α3=-60º; I5= 40%*In; α5=-60º;
Carga multi-harmônica Ih I7= 35%*In; α7=-60º; I9= 30%*In; α9=-60º;
R9
Caso 1
I11= 25%*In; α11=-60º; I13= 25%*In; α13=-60º;
TDHV=0%; TDHI=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de apenas distorções harmônicas
de corrente em fase com a fundamental;
87

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; β3=-75º;
V5= 10%*Vn; I5=40%*In; β5=-45º;

Carga multi-harmônica V7= 5%*Vn; I7=35%*In; β7=-90º;


R10
Vh+Ih Caso 1 V9= 5%*Vn; I9=30%*In; β9=-30º;
V11= 5%*Vn; I11=25%*In; β 11=-105º;
V13= 5%*Vn; I13=20%*In; β 13=-15º;
TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de distorções harmônicas de tensão
em fase com a fundamental e de corrente defasadas da fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3= 5%*Vn; I3=20%*In; α3=-60º;
Carga multi-harmônica V5= 10%*Vn; I5=40%*In; α5=-60º;
R11
Vh+Ih Caso 2 I7=35%*In; α7=-60º; I9=30%*In; α9=-60º;
I11=25%*In; α11=-60º; I13=20%*In; α13=-60º;
TDHV=14,83%; TDH I=58,30%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar o erro relativo do medidor, mediante
aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença de distorções harmônicas de tensão
e de corrente, ambas em fase com a fundamental;

Cód. Ensaio Atributos


V1=100%*Vn; I1=100%*In; α1=-60º;
V3= 20%*Vn; I3=20%*In; α3=-60º;
V5= 20%*Vn; I5=20%*In; α5=-60º;

Carga multi-harmônica V7= 20%*Vn; I7=20%*In; α7=-60º;


R12
Vh+Ih Caso 3 V9= 20%*Vn; I9=20%*In; α9=-60º;
V11=20%*Vn; I11=20%*In; α11=-60º;
V13=20%*Vn; I13=20%*In; α13=-60º;
TDHV=43,99%; TDH I=43,99%;
Objetivo: Calibração de energia reativa para avaliar se o medidor apresenta erro relativo
dentro do limite de classe, mediante aplicação de carga resistiva e indutiva simulando presença
de distorções harmônicas de tensão e de corrente, de mesmas amplitudes, ambas em fase
com a fundamental;
88
89

4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS ENSAIOS

A seguir serão apresentados tabelas contendo os valores teóricos


(calculados) das potências ativa, reativa e aparente definidas para cada ensaio.
Subseqüentemente são mostradas as figuras do software WinSAM que demonstram
a medição instantânea das grandezas geradas e aplicadas aos medidores pelo
sistema de teste de medição ZERA. O fator de potência foi calculado conforme
equação (30) da NBR 5456. Os ensaios são feitos através de um microcomputador
que utiliza como interface o software WinSAM para controle do sistema de teste de
medição ZERA. Após a execução de um comando pelo operador todos os ensaios
de exatidão são automaticamente realizados.
Através do relatório gerado pelo sofware WinSAM, que demonstra os
valores dos erros, valores do erro médio e o desvio padrão de cada amostra, foram
feitas as análises da influência da distorção harmônica nos medidores de energia.

4.1 ENSAIOS NOS MEDIDORES ELETRÔNICOS

4.1.1 Ensaio A1 – Carga Nominal na Freqüência Fundamental e Fator de Potência


Unitário

Na Tabela 12 estão relacionados os valores de tensão e corrente aplicados


neste ensaio e suas conseqüentes potências ativa, reativa e aparente. A potência de
distorção harmônica (D) foi calculada com base nesses dados. O ângulo α
determina a defasagem entre a tensão e a corrente.

Tabela 12 – Dados do ensaio A1


A1
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 0º - -
3 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
5 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
7 0% 0% 0,00 0,00 0º 900,00 0,00 900,00 0,00 0,00 0,00 900,00 0,00 900,00
9 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
11 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
13 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
TDH% 0,00% 0,00% FP 1,00
Fonte: Autoria Própria
90

A Figura 28 abaixo, lado esquerdo, mostra os valores de tensão e


corrente medidos pelo sistema de calibração automático ZERA e as potências ativa,
reativa e aparente decorrente da tensão e corrente medidas. O lado direito mostra o
diagrama fasorial da tensão e corrente aplicadas. A Figura 29 mostra a forma de
onda da tensão e corrente aplicados aos medidores.

FIGURA 28 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

FIGURA 29 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADA AOS MEDIDORES

Os resultados dos erros de cada medidor no ensaio A1 estão


apresentados na Tabela 13.
91

Tabela 13 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A1


Erro
Desvio Conformidade
A1 médio Classe (%)
Padrão com RTM
(%)
MP1 0,053 0,002 0,5 Sim
MP2 -0,142 0,003 1,0 Sim
MP3 -0,096 0,014 0,5 Sim
MP4 0,059 0,005 0,5 Sim
MP5 -0,048 0,005 0,5 Sim
MP6 0,040 0,452 1,0 Sim
MP7 0,000 0,004 1,0 Sim
MP8 0,002 0,004 1,0 Sim
MP9 -0,101 0,001 0,5 Sim
MP10 -0,001 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Percebe-se que o erro apresentado está de acordo com a classe dos


medidores, portanto todos apresentam conformidade com os critérios estabelecidos
pelo RTM.

4.1.2 Ensaio A2 – Carga Nominal Resistiva e Indutiva na Freqüência Fundamental

Tabela 14 – Dados do ensaio A2


A2
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
5 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
7 0% 0% 0,00 0,00 0º 450,00 0,00 450,00 -779,42 0,00 -779,42 900,00 0,00 900,00
9 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
11 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
13 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
TDH% 0,00% 0,00% FP 0,50
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 30 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL


92

FIGURA 31 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES

Tabela 15 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A2


Erro
Desvio Conformidade
A2 médio Classe (%)
Padrão com RTM
(%)
MP1 0,150 0,002 0,5 Sim
MP2 0,080 0,001 1,0 Sim
MP3 -0,121 0,012 0,5 Sim
MP4 0,229 0,017 0,5 Sim
MP5 0,028 0,006 0,5 Sim
MP6 -0,009 0,315 1,0 Sim
MP7 -0,126 0,037 1,0 Sim
MP8 0,000 0,005 1,0 Sim
MP9 -0,067 0,001 0,5 Sim
MP10 0,069 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Percebe-se que o erro apresentado está de acordo com a classe dos


medidores, portanto todos apresentam conformidade com os critérios estabelecidos
pelo RTM.

4.1.3 Ensaio A3 – Registrador – Carga resistiva sem distorção harmônica

Este ensaio consiste na aplicação de energia definida de 1 kWh, com


aplicação de tensão e corrente fundamentais para uma carga resistiva e indutiva,
obtendo assim as leituras de pulsos ou grandezas, inicial e final, conforme Tabela
16.
93

Tabela 16 – Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio A3

Pulsos ke Q
A3 Carga P [Wh] S [VAh]
[Wh/pulso] [varh]
Iniciais Finais Emitidos
Resistiva 6793791 6798954 5163
M1 Indutiva 3448067 3448071 4 0,2 1032,60 0,80 1032,60
Capacitiva 31755 31755 0
Resistiva 1048000 1049000 1000
M2 Indutiva 695000 695000 0 1,0 1000,00 0,00 1000,00
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 557663 561079 3416
M3 Indutiva 162651 162654 3 0,3 1024,80 0,90 1024,80
Capacitiva 1310 1310 0
Resistiva 860 4295 3435
M4 Indutiva 457 459 2 0,3 1030,50 0,60 1030,50
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 1710 5136 3426
M5 Indutiva 457 459 2 0,3 1027,80 0,60 1027,80
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 12677 12678 1000
M6 Indutiva 2514 2514 1000 1,0 1000,00 1000,00 1414,21
Capacitiva 1758 1758 0
Resistiva 2697 7870 5173
M7 Indutiva 685 690 5 0,2 1034,60 1,00 1034,60
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 1131 6304 5173
M8 Indutiva 684 684 0 0,2 1034,60 0,00 1034,60
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 33888 37310 3422
M9 Indutiva 28023 28025 2 0,3 1026,60 1,50 1026,60
Capacitiva 1682 1685 3
Resistiva 3484 6902 3418
M10 Indutiva 809 809 0 0,3 1025,40 1,20 1025,40
Capacitiva 586 590 4
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

FIGURA 32 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL


94

Tabela 17 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A3


Erro
Conformidade
A3 Médio Classe (%)
com RTM
(%)
MP1 0,032 0,5 Sim
MP2 0,000 1,0 Sim
MP3 0,024 0,5 Sim
MP4 0,030 0,5 Sim
MP5 0,027 0,5 Sim
MP6 0,000 1,0 Sim
MP7 0,033 1,0 Sim
MP8 0,033 1,0 Sim
MP9 0,026 0,5 Sim
MP10 0,025 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
Observa-se que os todos os medidores apresentaram conformidade com a
classe, isto indica que os seus registradores de energia ativa estão funcionando
adequadamente, de acordo com os critérios estabelecidos pelo RTM.

4.1.4 Ensaio A4 – RTM – Influência de Componente Harmônico nos Circuitos de


Tensão e Corrente

Tabela 18 – Dados do ensaio A4


A4
Ph Q1 Qh Q D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] S1 [VA] S [VA]
[W] [var] [var] [var] [VA]
1 100% 100% 120 5,0 0º - -
3 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
5 10% 40% 12,00 2,00 0º 72,00 0,00
7 0% 0% 0,00 0,00 0º 1800,00 0,00 1872,00 0,00 0,00 0,00 1800,00 72,00 1948,33
9 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
11 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
13 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
TDH% 9,95% 37,14% FP 0,96
Fonte: Autoria Própria
95

FIGURA 33 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

FIGURA 34 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES

Observação: os limites de erros indicados foram obtidos somando aos


erros determinados na condição livre de distorções (ensaio A1 Tabela 12 do item
4.1.1) com os limites estabelecidos pelo RTM (Tabela 7 do item 2.4).

Tabela 19 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A4


Limite de erro
Erro Limite Limite
Desvio Conformidade
A4 Médio inferior superior
Padrão com RTM
(%) (%) (%)
MP1 -0,002 0,007 -0,447 0,553 Sim
MP2 -0,657 0,007 -0,942 0,658 Sim
MP3 -0,230 0,030 -0,596 0,404 Sim
MP4 -0,219 0,341 -0,441 0,559 Sim
MP5 -0,272 0,364 -0,548 0,452 Sim
MP6 0,248 0,090 -0,460 0,840 Sim
MP7 -0,179 0,127 -0,500 0,800 Sim
MP8 -0,050 0,164 -0,498 0,802 Sim
MP9 -0,346 0,001 -0,601 0,399 Sim
MP10 -0,207 0,002 -0,501 0,399 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
96

Pode-se concluir que, conforme estabelecido em norma, os medidores


devem considerar a potência harmônica PH, mostrada na Tabela 18, e medir energia
ativa normalmente; desta forma todas as amostras ensaiadas assim o fizeram
estando em conformidade com os critérios estabelecidos pelo RTM.

4.1.5 Ensaio A5 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica na


Tensão e Corrente

Tabela 20 – Dados do ensaio A5


A5
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,50 -60º - -
3 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
5 10% 40% 12,00 1,00 -60º 18,00 -31,18
7 5% 35% 6,00 0,88 -60º 450,00 7,88 497,25 -779,42 -13,64 861,26 900,00 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 -60º 6,75 -11,69
11 5% 25% 6,00 0,63 -60º 5,63 -9,74
13 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 35 - TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL


97

FIGURA 36 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES

Tabela 21 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A5


Erro
Desvio Conformidade
A5 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,182 0,059 0,5 Sim
MP2 0,065 0,014 1,0 Sim
MP3 4,088 0,109 0,5 Não
MP4 4,977 0,054 0,5 Não
MP5 4,968 0,132 0,5 Não
MP6 -0,127 0,518 1,0 Sim
MP7 -0,623 0,963 1,0 Sim
MP8 -0,903 3,098 1,0 Sim
MP9 -0,405 0,001 0,5 Sim
MP10 -0,228 0,001 0,2 Não
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
Os medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5 apresentaram erro superior à
+4%. Como se saíram bem no ensaio A4, conclui-se que o problema foi causado
pelas harmônicas de ordens superiores a 5. Portanto, estes medidores não
apresentaram bom desempenho quando da aplicação de taxas de distorção
harmônica acima dos valores estabelecidos nos ensaios previstos pelo RTM.
O medidor eletrônico MP8 apresentou elevada dispersão nos seus
resultados, com desvio padrão superior a três, mas o erro médio ficou abaixo de 1%.
O medidor eletrônico MP9 apresentou erro inferior ao seu limite de erro,
portanto demonstra que podem não estar sendo registradas as potências
harmônicas injetadas.
98

A energia medida nas outras amostras levou em consideração todas as


harmônicas aplicadas, da mesma maneira que no ensaio anterior, ou seja, não
fazendo a filtragem de harmônicas.

4.1.6 Ensaio A6 – Carga Nominal Resistiva e Capacitiva com Distorção Harmônica


na Tensão e Corrente

Tabela 22 – Dados do ensaio A6


A6
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,50 60º - -
3 5% 20% 6,00 0,50 60º 4,50 7,79
5 10% 40% 12,00 1,00 60º 18,00 31,18
7 5% 35% 6,00 0,88 60º 450,00 7,88 497,25 779,42 13,64 861,26 900 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 60º 6,75 11,69
11 5% 25% 6,00 0,63 60º 5,63 9,74
13 5% 20% 6,00 0,50 60º 4,50 7,79
TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 37 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

FIGURA 38 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES


99

Tabela 23 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A6


Erro
Desvio Conformidade
A6 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 -0,010 0,043 0,5 Sim
MP2 -0,309 0,012 1,0 Sim
MP3 -4,253 0,496 0,5 Não
MP4 -4,865 0,473 0,5 Não
MP5 -5,364 0,080 0,5 Não
MP6 0,075 0,239 1,0 Sim
MP7 0,438 1,580 1,0 Sim
MP8 2,245 2,732 1,0 Não
MP9 -0,318 0,001 0,5 Sim
MP10 -0,247 0,002 0,2 Não
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio os medidores eletrônicos MP3, MP4, MP5, MP8 e MP10


apresentam que a distorção harmônica tanto na tensão quanto na corrente afetam o
seu desempenho metrológico.
A energia medida nas outras amostras levou em consideração todas as
harmônicas aplicadas, da mesma maneira que no ensaio anterior, ou seja, não
fazendo a filtragem de harmônicas.

4.1.7 Ensaio A7 – Registrador – Carga Resistiva e Indutiva com Distorção


Harmônica na Tensão e na Corrente

Este ensaio consiste na aplicação de energia definida de 1 kWh contendo


distorções harmônicas de tensão e corrente, conforme a Tabela 24 para uma carga
resistiva e indutiva, obtendo assim as leituras de pulsos ou grandezas, inicial e final,
conforme Tabela 25.

Tabela 24 – Dados do ensaio A7


A7
Ph Q1 Qh
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S1 [VA] D [VA] S [VA]
[W] [var] [var]
1 100% 100% 120 7,5 -45º - -
3 5% 20% 6,00 1,50 -45º 19,09 -19,09
5 10% 40% 12,00 3,00 -45º 76,37 -76,37
7 5% 35% 6,00 2,63 -45º 1909,19 33,41 2109,65 -1909,19 -33,41 -2109,65 2700,00 283,50 3360,48
9 5% 30% 6,00 2,25 -45º 28,64 -28,64
11 5% 25% 6,00 1,88 -45º 23,86 -23,86
13 5% 20% 6,00 1,50 -45º 19,09 -19,09

TDH% 14,83% 58,30% FP 0,63


Fonte: Autoria Própria
100

FIGURA 39 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

FIGURA 40 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES

Tabela 25 – Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio A7


Pulsos ke Q
A7 Carga P [Wh] S [VAh]
[Wh/pulso] [varh]
Iniciais Finais Emitidos
Resistiva 6800899 6805908 5009
M1 Indutiva 3449455 3454404 4949 0,2 1001,80 989,80 1408,30
Capacitiva 32221 32221 0
Resistiva 1050000 1051000 1000
M2 Indutiva 695000 696000 1000 1,0 1000,00 1000,00 1414,21
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 562378 565797 3419
M3 Indutiva 163568 166778 3210 0,3 1025,70 963,00 1406,92
Capacitiva 1625 1625 0
Resistiva 5601 9033 3432
M4 Indutiva 1372 4590 3218 0,3 1029,60 965,40 1411,41
Capacitiva 317 317 0
Resistiva 6440 9865 3425
M5 Indutiva 1385 4593 3208 0,3 1027,50 962,40 1407,82
Capacitiva 316 316 0
Resistiva 12679 12680 1000
M6 Indutiva 2514 2515 1000 1,0 1000,00 1000,00 1414,21
Capacitiva 1758 1758 0
101

Resistiva 9818 14809 4991


M7 Indutiva 2073 7033 4960 0,2 998,20 992,00 1407,29
Capacitiva 465 465 0
Resistiva 8251 13249 4998
M8 Indutiva 2068 7026 4958 0,2 999,60 991,60 1408,00
Capacitiva 465 465 0
Resistiva 38595 41925 3330
M9 Indutiva 28953 32257 3304 0,3 999,00 991,20 1407,29
Capacitiva 1999 1999 0
Resistiva 8186 11522 3336
M10 Indutiva 1731 5034 3303 0,3 1000,80 990,90 1408,36
Capacitiva 901 901 0
Fonte: Relatórios de Ensaios Zera

Tabela 26 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A7


Erro
Conformidade
A7 Médio Classe (%)
com a Classe
(%)
MP1 0,002 0,5 Sim
MP2 0,000 1,0 Sim
MP3 0,025 0,5 Sim
MP4 0,029 0,5 Sim
MP5 0,027 0,5 Sim
MP6 0,000 1,0 Sim
MP7 -0,002 1,0 Sim
MP8 0,000 1,0 Sim
MP9 -0,001 0,5 Sim
MP10 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Observa-se que os todos os medidores apresentaram conformidade com a


classe, isto indica que os registradores de energia ativa estão funcionando
adequadamente e que registraram energia ativa provinda das componentes
harmônicas.

4.1.8 Ensaio A8 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica na


Corrente Defasadas da Fundamental

Tabela 27 – Dados do ensaio A8


A8
P1 Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P [W] Q [var] S [VA]
[W] [W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º 450,00 - 450,00 -779,42 - -779,42 900,00 0,00 1107,77
3 0% 20% 0,00 0,50 -75º 0,00 0,00
5 0% 40% 0,00 1,00 -45º 0,00 0,00
7 0% 35% 0,00 0,88 -90º 0,00 0,00
9 0% 30% 0,00 0,75 -30º 0,00 0,00
11 0% 25% 0,00 0,63 -105º 0,00 0,00
102

13 0% 20% 0,00 0,50 -15º 0,00 0,00


TDH% 0,00% 58,30% FP 0,41
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 41 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

FIGURA 42 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO E CORRENTE APLICADAS AOS MEDIDORES

Tabela 28 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A8


Erro
Desvio Conformidade
A8 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,150 0,060 0,5 Sim
MP2 0,011 0,005 1,0 Sim
MP3 -1,257 0,130 0,5 Não
MP4 -1,049 0,020 0,5 Não
MP5 -1,380 0,034 0,5 Não
MP6 0,176 0,291 1,0 Sim
MP7 -0,155 0,861 1,0 Sim
MP8 0,011 1,835 1,0 Sim
MP9 0,105 0,008 0,5 Sim
MP10 0,253 0,007 0,2 Não
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
103

Neste ensaio, apesar de não haver potência ativa harmônica, os


medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5 apresentaram erro inferior à -1%. Pode-se
concluir que apenas a presença de componentes harmônicas de corrente já tem
influência no seu desempenho metrológico.
O medidor eletrônico MP10 apresentou erro um pouco superior à sua
classe de exatidão, o que representa que distorção harmônica da corrente afeta o
seu desempenho metrológico.
Com relação aos demais medidores, todos apresentaram um
desempenho compatível com a sua classe.

4.1.9 Ensaio A9 – Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica


na Corrente em Fase com a Fundamental

Tabela 29 – Dados do ensaio A9


A9
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 0% 20% 0,00 0,50 -60º 0,00 0,00
5 0% 40% 0,00 1,00 -60º 0,00 0,00
7 0% 35% 0,00 0,88 -60º 450,00 0,00 450,00 -779,42 0,00 -779,42 900,00 0,00 1107,77
9 0% 30% 0,00 0,75 -60º 0,00 0,00
11 0% 25% 0,00 0,63 -60º 0,00 0,00
13 0% 20% 0,00 0,50 -60º 0,00 0,00
TDH% 0,00% 58,30% FP 0,41
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 43 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL


104

FIGURA 44 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES

Tabela 30 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A9


Erro
Desvio Conformidade
A9 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,230 0,199 0,5 Sim
MP2 0,087 0,019 1,0 Sim
MP3 4,773 0,157 0,5 Não
MP4 3,964 0,225 0,5 Não
MP5 0,784 0,328 0,5 Não
MP6 0,234 0,331 1,0 Sim
MP7 -0,261 0,395 1,0 Sim
MP8 0,234 3,093 1,0 Sim
MP9 -0,114 0,002 0,5 Sim
MP10 0,071 0,000 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio, mesmo não havendo potência ativa harmônica, os


medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5 apresentaram erro superior à sua classe de
exatidão. Pode-se concluir que apenas a presença de componentes harmônicas de
corrente já tem influência no seu desempenho metrológico.
Com relação aos demais medidores, todos apresentaram um
desempenho compatível com a sua classe.

4.1.10 Ensaio A10 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
de Tensão em Fase com a Fundamental e de Corrente Defasadas da
Fundamental
105

Tabela 31 – Dados do ensaio A10


A10
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -

3 5% 20% 6,00 0,50 -75º 2,33 -8,69


5 10% 40% 12,00 1,00 -45º 25,46 -25,46
7 5% 35% 6,00 0,88 -90º 450,00 0,00 495,26 -779,42 -15,75 -849,27 900,00 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 -30º 11,69 -6,75

11 5% 25% 6,00 0,63 -105º -2,91 -10,87


13 5% 20% 6,00 0,50 -15º 8,69 -2,33

TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44


Fonte: Autoria Própria

FIGURA 45 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

FIGURA 46 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES


106

Tabela 32 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A10


Erro
Desvio Conformidade
A10 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,139 0,074 0,5 Sim
MP2 0,147 0,007 1,0 Sim
MP3 2,449 0,068 0,5 Não
MP4 1,696 0,103 0,5 Não
MP5 1,855 0,183 0,5 Não
MP6 0,237 0,386 1,0 Sim
MP7 -0,177 0,086 1,0 Sim
MP8 2,158 1,039 1,0 Não
MP9 0,197 0,001 0,5 Sim
MP10 0,351 0,001 0,2 Não
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio novamente os medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5


apresentam que a distorção harmônica tanto na tensão quanto na corrente afetam o
seu desempenho metrológico.
Os medidores eletrônicos MP8 e MP10 apresentaram erro superior à sua
classe de exatidão e seus desempenhos metrológicos também foram afetados pelas
distorções harmônicas neste ensaio.
Com relação aos demais medidores, todos apresentaram um
desempenho compatível com a sua classe.

4.1.11 Ensaio A11 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
de Tensão e Corrente em Fase com a Fundamental

Tabela 33 – Dados do ensaio A11


A11
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
5 10% 40% 12,00 1,00 -60º 18,00 -31,18
7 5% 35% 6,00 0,88 -60º 450,00 7,88 497,25 -779,42 -13,64 -861,26 900,00 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 -60º 6,75 -11,69

11 5% 25% 6,00 0,63 -60º 5,63 -9,74


13 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44
Fonte: Autoria Própria
107

FIGURA 47 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

FIGURA 48 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES

Tabela 34 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A11


Erro
Desvio Conformidade
A11 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,151 0,034 0,5 Sim
MP2 0,062 0,013 1,0 Sim
MP3 5,680 0,166 0,5 Não
MP4 6,170 0,092 0,5 Não
MP5 5,479 0,174 0,5 Não
MP6 -0,082 0,209 1,0 Sim
MP7 0,065 0,969 1,0 Sim
MP8 -0,521 2,810 1,0 Sim
MP9 -0,266 0,001 0,5 Sim
MP10 -0,122 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
108

Neste ensaio novamente os medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5


apresentaram resultados que comprovam que as distorções harmônicas, quanto de
tensão ou de corrente, afetam os seus desempenhos metrológicos.

Com relação aos demais medidores, todos apresentaram um


desempenho compatível com a sua classe.

4.1.12 Ensaio A12 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
de Tensão e Corrente Iguais e em Fase com a Fundamental

Tabela 35 – Dados do ensaio A12


A12
Ph Q1 Qh S1
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] D [VA] S [VA]
[W] [var] [var] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18
5 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18
7 20% 20% 24,00 0,50 -60º 450,00 18,00 558,00 -779,42 -31,18 -966,48 900,00 216,00 1116,00
9 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18
11 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18

13 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18

TDH% 43,99% 43,99% FP 0,50


Fonte: Autoria Própria

FIGURA 49 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL


109

FIGURA 50 – FORMA DE ONDA DA TENSÃO APLICADA AOS MEDIDORES

Tabela 36 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio A12


Erro
Desvio Conformidade
A12 Médio Classe (%)
Padrão com a Classe
(%)
MP1 0,116 0,014 0,5 Sim
MP2 -0,082 0,002 1,0 Sim
MP3 -2,653 0,007 0,5 Não
MP4 -2,243 0,021 0,5 Não
MP5 -2,372 0,111 0,5 Não
MP6 -0,075 0,280 1,0 Sim
MP7 -0,059 0,035 1,0 Sim
MP8 0,022 0,154 1,0 Sim
MP9 -1,595 0,001 0,5 Não
MP10 -1,459 0,001 0,2 Não
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio, a distorção harmônica tanto para tensão como para corrente
foi bastante elevada e, nesta situação, além dos medidores MP3, MP4 e MP5 que já
vinham apresentando resultados incompatíveis com a classe, os medidores MP9 e
MP10 apresentaram comportamento similar.

4.1.13 Ensaio R1 - Carga Nominal na Freqüência Fundamental e Fator de Potência


Unitário

Os ensaios para a energia reativa equivalem aos mesmos ensaios da


energia ativa, diferenciando somente o tipo de calibração que passa de ativa para
reativa.
110

Tabela 37 – Dados do ensaio R1


R1
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -90º - -
3 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
5 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
7 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00 0,00 -900,00 0,00 -900,00 900,00 0,00 900,00
9 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
11 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
13 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
TDH% 0,00% 0,00% FP 0,00
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 51 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

As figuras das formas de onda da tensão e corrente correspondem às


mesmas daquelas dos ensaios de energia ativa.

Tabela 38 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R1


Erro
Desvio Conformidade
R1 Médio Classe (%)
Padrão com RTM
(%)
MP1 0,100 0,002 0,5 Sim
MP2 -0,145 0,002 1,0 Sim
MP3 -0,127 0,025 0,5 Sim
MP4 0,083 0,008 0,5 Sim
MP5 -0,014 0,005 0,5 Sim
MP6 0,046 0,360 1,0 Sim
MP7 -0,156 0,005 1,0 Sim
MP8 -0,029 0,066 1,0 Sim
MP9 -0,211 0,000 0,5 Sim
MP10 -0,081 0,000 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
111

Percebe-se que o erro apresentado está de acordo com a classe dos


medidores, portanto todos apresentam conformidade com os critérios estabelecidos
pelo RTM.

4.1.14 Ensaio R2 – Carga Nominal Resistiva e Indutiva na Freqüência Fundamental

Tabela 39 – Dados do ensaio R2


R2
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
5 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
7 0% 0% 0,00 0,00 0º 450,00 0,00 450,00 -779,42 0,00 -779,42 900,00 0,00 900,00
9 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
11 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
13 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
TDH% 0,00% 0,00% FP 0,50
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 52 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 40 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R2


Erro
Desvio Conformidade
R2 Médio Classe (%)
Padrão com RTM
(%)
MP1 0,022 0,006 0,5 Sim
MP2 -0,164 0,004 1,0 Sim
MP3 -0,188 0,021 0,5 Sim
MP4 0,065 0,006 0,5 Sim
MP5 -0,045 0,082 0,5 Sim
MP6 0,207 0,304 1,0 Sim
MP7 -0,076 0,065 1,0 Sim
MP8 -0,048 0,070 1,0 Sim
112

MP9 -0,208 0,001 0,5 Sim


MP10 -0,113 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Percebe-se que o erro apresentado está de acordo com a classe dos


medidores, portanto todos apresentam conformidade com os critérios estabelecidos
pelo RTM.

4.1.15 Ensaio R3 – Registrador – Carga Indutiva sem Distorção Harmônica

Este ensaio consiste na aplicação de energia definida de 1 kvarh, com


aplicação de tensão e corrente fundamentais para uma carga resistiva e indutiva,
obtendo assim as leituras de pulsos ou grandezas, inicial e final, conforme Tabela
41.
Tabela 41 – Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio R3
Pulsos ke Q
R3 Carga P [Wh] S [VAh]
Iniciais Finais Emitidos [Wh/pulso] [varh]
Resistiva 6806085 6806094 9
M1 Indutiva 3455042 3460046 5004 0,2 1,80 1000,80 1000,80
Capacitiva 32221 32221 0
Resistiva 1051000 1051000 0
M2 Indutiva 696000 697000 1000 1,0 0,00 1000,00 1000,00
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 565910 565918 8
M3 Indutiva 167196 170521 3325 0,3 2,40 997,50 997,50
Capacitiva 1625 1625 0
Resistiva 9148 9159 11
M4 Indutiva 5010 8346 3336 0,3 3,30 1000,80 1000,81
Capacitiva 317 317 0
Resistiva 9979 9980 1
M5 Indutiva 5013 8276 3263 0,3 0,30 978,90 978,90
Capacitiva 316 316 0
Resistiva 12680 12680 0
M6 Indutiva 2515 2516 1000 1,0 0,00 1000,00 1000,00
Capacitiva 1758 1758 0
Resistiva 14985 14985 0
M7 Indutiva 7671 12668 4997 0,2 0,00 999,40 999,40
Capacitiva 465 465 0
Resistiva 13424 13425 1
M8 Indutiva 7664 12664 5000 0,2 0,20 1000,00 1000,00
Capacitiva 465 465 0
Resistiva 42037 42040 3
M9 Indutiva 32676 35998 3322 0,3 0,90 996,60 996,60
Capacitiva 1999 1999 0
Resistiva 11634 11640 6
M10 Indutiva 5446 8770 3324 0,3 1,80 997,20 997,20
Capacitiva 901 901 0
113

FIGURA 53 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 42– Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R3


Erro
Conformidade
R3 Médio Classe (%)
com RTM
(%)
MP1 0,001 0,5 Sim
MP2 0,000 1,0 Sim
MP3 -0,003 0,5 Sim
MP4 0,001 0,5 Sim
MP5 -0,022 0,5 Sim
MP6 0,000 1,0 Sim
MP7 -0,001 1,0 Sim
MP8 0,000 1,0 Sim
MP9 -0,003 0,5 Sim
MP10 -0,003 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Observa-se que os todos os medidores apresentaram conformidade com a


classe, isto indica que os seus registradores de energia reativa estão funcionando
adequadamente, de acordo com os critérios estabelecidos pelo RTM.

4.1.16 Ensaio R4 – Carga Nominal Indutiva com Distorção Harmônica de 5ª Ordem


na Tensão e na Corrente
114

Tabela 43 – Dados do ensaio R4


R4
Ph P Qh D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] Q1 [var] Q [var] S1 [VA] S [VA]
[W] [W] [var] [VA]
1 100% 100% 120 5,0 -90º - -
3 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
5 10% 40% 12,00 2,00 -90º 0,00 -72,00
7 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00 0,00 -1800,00 0,00 -1872,00 1800,00 72,00 1948,33
9 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
11 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
13 0% 0% 0,00 0,00 0º 0,00 0,00
TDH% 9,95% 37,14% FP 0,00
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 54 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 44 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R4


Erro
Desvio Conformidade
R4 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,046 0,008 0,5 Sim
MP2 -0,733 0,005 1,0 Sim
MP3 -0,340 0,037 0,5 Sim
MP4 -0,106 0,002 0,5 Sim
MP5 -0,137 0,003 0,5 Sim
MP6 0,117 0,273 1,0 Sim
MP7 -0,081 0,158 1,0 Sim
MP8 -0,014 0,124 1,0 Sim
MP9 0,066 1,167 0,5 Sim
MP10 0,182 1,156 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Pode-se concluir que os medidores consideraram a potência harmônica


PH, mostrada na Tabela 43 e mediram energia reativa normalmente; desta forma
todas as amostras ensaiadas estão em conformidade com sua classe.
115

4.1.17 Ensaio R5 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica


na Tensão e Corrente

Tabela 45 – Dados do ensaio R5


R5
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
5 10% 40% 12,00 1,00 -60º 18,00 -31,18
7 5% 35% 6,00 0,88 -60º 450,00 7,88 497,25 -779,42 -13,64 -861,26 900,00 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 -60º 6,75 -11,69
11 5% 25% 6,00 0,63 -60º 5,63 -9,74
13 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 55 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 46 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R5


Erro
Desvio Conformidade
R5 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,046 0,062 0,5 Sim
MP2 -0,172 0,014 1,0 Sim
MP3 -1,895 0,162 0,5 Não
MP4 -1,994 0,022 0,5 Não
MP5 -2,062 0,068 0,5 Não
MP6 0,120 0,172 1,0 Sim
MP7 2,701 0,822 1,0 Não
MP8 -0,048 1,427 1,0 Sim
MP9 -0,230 0,000 0,5 Sim
MP10 -0,122 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
116

Os medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5 apresentaram erro abaixo do


limite de sua classe, portanto estes medidores apresentaram desempenho
inadequado quando da aplicação de taxas de distorção harmônica superiores aos
critérios estabelecidos nos ensaios pelo RTM.
O medidor eletrônico MP7 apresentou erro superior ao seu limite de erro,
mas esta amostra apresentou não conformidade com a classe somente neste
ensaio.
A energia medida pelas outras amostras levou em consideração toda
potência harmônica aplicada.

4.1.18 Ensaio R6 - Carga Nominal Resistiva e Capacitiva com Distorção Harmônica


na Tensão e Corrente

Tabela 47 – Dados do ensaio R6


R6
Ph Q1 Qh Q S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] S [VA]
[W] [var] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
5 10% 40% 12,00 1,00 -60º 18,00 -31,18
7 5% 35% 6,00 0,88 -60º 450,00 7,88 497,25 -779,42 -13,64 -861,2 900,00 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 -60º 6,75 -11,69
11 5% 25% 6,00 0,63 -60º 5,63 -9,74
13 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 56 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL


117

Tabela 48 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R6


Erro
Desvio Conformidade
R6 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,207 0,038 0,5 Sim
MP2 -0,112 0,010 1,0 Sim
MP3 1,673 0,106 0,5 Não
MP4 1,903 0,048 0,5 Não
MP5 2,026 0,017 0,5 Não
MP6 -0,013 0,178 1,0 Sim
MP7 0,270 0,759 1,0 Sim
MP8 0,175 1,273 1,0 Sim
MP9 -0,151 0,001 0,5 Sim
MP10 -0,034 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio os medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5 apresentam


erros superiores à sua classe, portanto conclui-se que a distorção harmônica tanto
na tensão quanto na corrente afetam o seu desempenho metrológico.
A energia medida pelas outras amostras levou em consideração toda
potência harmônica aplicada, da mesma maneira que no ensaio anterior.

4.1.19 Ensaio R7 – Registrador - Carga Resistiva e Indutiva com Distorção


Harmônica na Tensão e na Corrente

Este ensaio consiste na aplicação de energia definida de 1 kvarh


contendo componentes harmônicas, conforme a Tabela 49, para uma carga resistiva
e indutiva, obtendo assim as leituras de pulsos ou grandezas, inicial e final, conforme
Tabela 50.

Tabela 49 – Dados do ensaio R7


R7
Ph Q1 Qh
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S1 [VA] D [VA] S [VA]
[W] [var] [var]
1 100% 100% 120 7,5 -45º - -
3 5% 20% 6,00 1,50 -45º 19,09 -19,09
5 10% 40% 12,00 3,00 -45º 76,37 -76,37

7 5% 35% 6,00 2,63 -45º 1909,19 33,41 2109,65 -1909,19 -33,41 -2109,65 2700,00 283,50 3360,48
9 5% 30% 6,00 2,25 -45º 28,64 -28,64
11 5% 25% 6,00 1,88 -45º 23,86 -23,86
13 5% 20% 6,00 1,50 -45º 19,09 -19,09

TDH% 14,83% 58,30% FP 0,63


Fonte: Autoria Própria
118

FIGURA 57 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 50– Pulsos registrados e suas respectivas potências do ensaio R7


Pulsos ke Q
R7 Carga P [Wh] S [VAh]
Iniciais Finais Emitidos [Wh/pulso] [varh]
Resistiva 6808011 6813061 5050
M1 Indutiva 3466261 3471248 4987 0,2 1010,00 997,40 1419,47
Capacitiva 2169 2169 0
Resistiva 1051000 1052000 1000
M2 Indutiva 698000 699000 1000 1,0 1000,00 1000,00 1414,21
Capacitiva 0 0 0
Resistiva 567205 570653 3448
M3 Indutiva 173686 176923 3237 0,3 1034,40 971,10 1418,81
Capacitiva 2169 2169 0
Resistiva 10453 13916 3463
M4 Indutiva 11510 14752 3242 0,3 1038,90 972,60 1423,12
Capacitiva 863 863 0
Resistiva 11246 14717 3471
M5 Indutiva 10742 13977 3235 0,3 1041,30 970,50 1423,44
Capacitiva 862 862 0
Resistiva 12680 12681 1000
M6 Indutiva 2518 2519 1000 1,0 1000,00 1000,00 1414,21
Capacitiva 1758 1758 0
Resistiva 16892 21923 5031
M7 Indutiva 18881 23882 5001 0,2 1006,20 1000,20 1418,75
Capacitiva 1271 1271 0
Resistiva 15335 20374 5039
M8 Indutiva 18873 23871 4998 0,2 1007,80 999,60 1419,46
Capacitiva 1270 1270 0
Resistiva 43307 46665 3358
M9 Indutiva 40116 43448 3332 0,3 1007,40 999,60 1419,17
Capacitiva 2530 2530 0
Resistiva 12907 16269 3362
M10 Indutiva 12814 16145 3331 0,3 1008,60 999,30 1419,81
Capacitiva 1430 1430 0
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
119

Tabela 51– Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R7


Erro
Conformidade
R7 Médio Classe (%)
com RTM
(%)
MP1 -0,003 0,5 Sim
MP2 0,000 1,0 Sim
MP3 -0,030 0,5 Sim
MP4 -0,028 0,5 Sim
MP5 -0,030 0,5 Sim
MP6 0,000 1,0 Sim
MP7 0,000 1,0 Sim
MP8 0,000 1,0 Sim
MP9 0,000 0,5 Sim
MP10 -0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA
Observa-se que os todos os medidores apresentaram conformidade com a
classe, isto indica que os registradores de energia reativa estão funcionando
adequadamente e que registraram energia reativa provinda das componentes
harmônicas.

4.1.20 Ensaio R8 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica


na Corrente Defasadas da Fundamental

Tabela 52 – Dados do ensaio R8


R8
P1 Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P [W] Q [var] S [VA]
[W] [W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 0% 20% 0,00 0,50 -75º 0,00 0,00
5 0% 40% 0,00 1,00 -45º 0,00 0,00
7 0% 35% 0,00 0,88 -90º 450,00 0,00 450,00 -779,42 0,00 -779,42 900,00 0,00 1107,77
9 0% 30% 0,00 0,75 -30º 0,00 0,00
11 0% 25% 0,00 0,63 -105º 0,00 0,00
13 0% 20% 0,00 0,50 -15º 0,00 0,00
TDH% 0,00% 58,30% FP 0,41
Fonte: Autoria Própria
120

FIGURA 58 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 53 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R8


Erro
Desvio Conformidade
R8 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 -0,030 0,081 0,5 Sim
MP2 -0,148 0,009 1,0 Sim
MP3 1,772 0,067 0,5 Não
MP4 2,203 0,212 0,5 Não
MP5 2,249 0,066 0,5 Não
MP6 0,699 0,168 1,0 Sim
MP7 -0,125 1,218 1,0 Sim
MP8 4,287 0,203 1,0 Não
MP9 - - 0,5 Sem Leitura
MP10 - - 0,2 Sem Leitura
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio, apesar de não haver potências ativa e reativa harmônicas,


conforme mostrado na Tabela 52, os medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5
apresentaram erros superiores ao limite de suas referidas classes. Pode-se concluir
que a presença de apenas componentes harmônicas de corrente influenciam o
desempenho metrológico destas amostras.
As amostras MP9 e MP10 não foram sensibilizadas neste ensaio, pois
não apresentaram registro de medição de energia, neste caso, considera-se que os
medidores estão em desconformidade com suas classes.

4.1.21 Ensaio R9 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica


na Corrente em Fase com a Fundamental
121

Tabela 54 – Dados do ensaio R9


R9
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 0% 20% 0,00 0,50 -60º 0,00 0,00
5 0% 40% 0,00 1,00 -60º 0,00 0,00
7 0% 35% 0,00 0,88 -60º 450,00 0,00 450,00 -779,42 0,00 -779,42 900,00 0,00 1107,77
9 0% 30% 0,00 0,75 -60º 0,00 0,00
11 0% 25% 0,00 0,63 -60º 0,00 0,00
13 0% 20% 0,00 0,50 -60º 0,00 0,00
TDH% 0,00% 58,30% FP 0,41
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 59 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 55 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R9


Erro
Desvio Conformidade
R9 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,064 0,092 0,5 Sim
MP2 -0,173 0,010 1,0 Sim
MP3 -1,834 0,124 0,5 Não
MP4 -1,076 0,085 0,5 Não
MP5 0,273 0,053 0,5 Sim
MP6 0,054 0,238 1,0 Sim
MP7 0,517 1,418 1,0 Sim
MP8 0,588 1,780 1,0 Sim
MP9 -0,238 0,001 0,5 Sim
MP10 -0,125 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio, mesmo não havendo potências ativa e reativa harmônicas,


os medidores eletrônicos MP3 e MP4 apresentaram erros acima do limite de suas
122

classes de exatidão. Pode-se concluir que apenas a presença de componentes


harmônicas de corrente já tem influência no seu desempenho metrológico.
Com relação aos demais medidores, todos apresentaram um
desempenho compatível com a sua classe.

4.1.22 Ensaio R10 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
de Tensão em Fase com a Fundamental e de Corrente Defasadas da
Fundamental

Tabela 56 – Dados do ensaio R10


R10
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -

3 5% 20% 6,00 0,50 -75º 2,33 -8,69


5 10% 40% 12,00 1,00 -45º 25,46 -25,46
7 5% 35% 6,00 0,88 -90º 450,00 0,00 495,26 -779,42 -15,75 -849,27 900,00 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 -30º 11,69 -6,75
11 5% 25% 6,00 0,63 -105º -2,91 -10,87
13 5% 20% 6,00 0,50 -15º 8,69 -2,33

TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44


Fonte: Autoria Própria

FIGURA 60 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 57 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R10


Erro
Desvio Conformidade
R10 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 0,022 0,011 0,5 Sim
MP2 -0,178 0,011 1,0 Sim
MP3 -0,683 0,070 0,5 Não
MP4 -0,169 0,016 0,5 Sim
123

MP5 -0,214 0,018 0,5 Sim


MP6 0,112 0,267 1,0 Sim
MP7 -0,599 1,058 1,0 Sim
MP8 0,396 1,615 1,0 Sim
MP9 0,012 0,001 0,5 Sim
MP10 0,125 0,001 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio, mesmo havendo alta taxa de distorção harmônica, somente


a amostra MP3 sofreu influência e teve seu desempenho metrológico afetado.

4.1.23 Ensaio R11 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
de Tensão e Corrente em Fase com a Fundamental

Tabela 58 – Dados do ensaio R11


R11
Ph Q1 Qh S1 D
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] S [VA]
[W] [var] [var] [VA] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
5 10% 40% 12,00 1,00 -60º 18,00 -31,18
7 5% 35% 6,00 0,88 -60º 450,00 7,88 497,25 -779,42 -13,64 -861,26 900,00 94,50 1120,16
9 5% 30% 6,00 0,75 -60º 6,75 -11,69

11 5% 25% 6,00 0,63 -60º 5,63 -9,74


13 5% 20% 6,00 0,50 -60º 4,50 -7,79
TDH% 14,83% 58,30% FP 0,44
Fonte: Autoria Própria

FIGURA 61 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL


124

Tabela 59 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R11


Erro
Desvio Conformidade
R11 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 -0,016 0,047 0,5 Sim
MP2 -0,147 0,011 1,0 Sim
MP3 -1,599 0,051 0,5 Não
MP4 -1,363 0,061 0,5 Não
MP5 -1,135 0,067 0,5 Não
MP6 -0,061 0,358 1,0 Sim
MP7 0,212 1,111 1,0 Sim
MP8 -0,308 0,273 1,0 Sim
MP9 -0,069 0,001 0,5 Sim
MP10 0,045 0,002 0,2 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio novamente os medidores eletrônicos MP3, MP4 e MP5


apresentam resultados que comprovam que as distorções harmônicas, tanto na
tensão quanto na corrente, afetam seus desempenhos metrológicos.

Com relação aos demais medidores, todos apresentaram um


desempenho compatível com a sua classe.

4.1.24 Ensaio R12 - Carga Nominal Resistiva e Indutiva com Distorção Harmônica
de Tensão e Corrente Iguais e em Fase com a Fundamental

Tabela 60 – Dados do ensaio R12


R12
Ph Q1 Qh S1
h % Vn % In V [V] I [A] α P1 [W] P [W] Q [var] D [VA] S [VA]
[W] [var] [var] [VA]
1 100% 100% 120 2,5 -60º - -
3 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18
5 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18
7 20% 20% 24,00 0,50 -60º 450,00 18,00 558,00 -779,42 -31,18 -966,48 900,00 216,00 1116,00
9 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18
11 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18
13 20% 20% 24,00 0,50 -60º 18,00 -31,18

TDH% 43,99% 43,99% FP 0,50


Fonte: Autoria Própria
125

FIGURA 62 – TENSÃO, CORRENTES E POTÊNCIAS MEDIDAS E DIAGRAMA FASORIAL

Tabela 61 – Erros nos medidores eletrônicos no ensaio R12


Erro
Desvio Conformidade
R12 Médio Classe (%)
Padrão com a classe
(%)
MP1 -0,032 0,006 0,5 Sim
MP2 0,169 0,003 1,0 Sim
MP3 -2,979 0,072 0,5 Não
MP4 -2,863 0,018 0,5 Não
MP5 -2,462 0,013 0,5 Não
MP6 0,045 0,218 1,0 Sim
MP7 -0,099 0,108 1,0 Sim
MP8 0,011 0,062 1,0 Sim
MP9 -2,514 0,000 0,5 Não
MP10 -2,416 0,001 0,2 Não
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

Neste ensaio, a distorção harmônica tanto para tensão como para


corrente foi bastante elevada, e nesta situação, além dos medidores MP3, MP4 e
MP5 que já vinham apresentando resultados incompatíveis com a classe, os
medidores MP9 e MP10 apresentaram comportamento similar.

4.2 ENSAIOS NO MEDIDOR ELETROMECÂNICO

Para o medidor eletromecânico foram realizados os mesmos ensaios e


atributos previstos para os medidores eletrônicos, exceto valores de corrente, pois
se trata de um medidor do tipo conexão direta, corrente nominal 15 A. A Tabela 62
demonstra os resultados dos ensaios.
126

Tabela 62 – Ensaios no Medidor Eletromecânico


Erro
Desvio Classe Conformidade
Ensaio Médio
Padrão (%) com a classe
(%)
A1 -0,156 0,010 2,0 Sim
A2 -0,015 0,037 2,0 Sim
A3 0,000 0,000 2,0 Sim
A4 -0,079 0,015 2,0 Sim
A5 1,601 0,028 2,0 Sim
A6 -0,449 0,026 2,0 Sim
A7 0,000 0,000 2,0 Sim
A8 2,735 0,025 2,0 Não
A9 2,910 0,019 2,0 Não
A10 4,178 0,029 2,0 Não
A11 1,794 0,039 2,0 Sim
A12 -0,172 0,036 2,0 Sim
Fonte: Relatório de ensaios ZERA

O medidor de energia eletromecânico é um equipamento projetado para


operar sobre condições livres de distorção. Ainda assim podemos observar que a
amostra ensaiada teve um comportamento compatível com sua classe de exatidão
em algumas condições onde as distorções estavam presentes (A5, A6, A11, A12).
Observa-se que algumas condições de distorção afetam o desempenho do medidor.
No caso da amostra ensaiada nas condições dos ensaios A8, A9 e A10 observam-se
erros positivos que, se de fato fossem condições encontradas em uma instalação em
campo resultariam num prejuízo para o consumidor.

4.3 RESUMO DOS RESULTADOS NOS MEDIDORES ELETRÔNICOS E


ELETROMECÂNICOS

Os relatórios emitidos pelo software WinSAM indicam que para cada


ensaio foram realizadas cinco medições de erros para cada medidor, sendo que
através da média aritmética simples destas medições, comparadas às suas
respectivas classes de exatidão, pode-se concluir se a amostra esta conforme ou
não conforme. Para o medidor eletromecânico foi realizada a mesma seqüência de
ensaios de energia ativa aplicados nos medidores eletrônicos com as mesmas
distorções harmônicas. A Tabela 63 apresenta o resultado geral dos ensaios
realizados nos medidores eletrônicos e na última coluna apresenta o resultado para
o medidor eletromecânico.
127

Tabela 63 – Resultado dos ensaios nos medidores eletrônicos e medidor eletromecânico

MP1 MP2 MP3 MP4 MP5 MP6 MP7 MP8 MP9 MP10 Meletrom

A1* C C C C C C C C C C C
A2* C C C C C C C C C C C
A3* C C C C C C C C C C C
A4* C C C C C C C C C C C
A5 C C NC NC NC C C C C C C
A6 C C NC NC NC C C NC C C C
A7 C C C C C C C C C C C
A8 C C NC NC NC C C C C C NC
A9 C C NC NC C C C C C C NC
A10 C C NC NC NC C C NC C C NC
A11 C C NC NC NC C C C C C C
A12 C C NC NC NC C C C NC NC C
R1* C C C C C C C C C C NA
R2* C C C C C C C C C C NA
R3* C C C C C C C C C C NA
R4 C C C C C C C C C C NA
R5 C C NC NC NC C NC C C C NA
R6 C C NC NC NC C C C C C NA
R7 C C C C C C C C C C NA
R8 C C NC NC NC C C C SM SM NA
R9 C C NC NC C C C C C C NA
R10 C C NC C C C C C C C NA
R11 C C NC NC NC C C C C C NA
R12 C C NC NC NC C C C NC NC NA
Fonte: Autoria Própria
Legenda:
C = indica que o medidor apresentou conformidade com sua classe de exatidão.
NC = indica que o medidor não apresentou conformidade, ficando fora de sua
classe de exatidão.
SM = indica que o medidor não realizou medição da energia.
NA = não se aplica.
* Ensaios metrológicos previstos pelo RTM.
Percebe-se que para os ensaios previstos pelo RTM, todos os medidores
eletrônicos apresentam conformidade com os limites estabelecidos.
128

As amostras MP1, MP2 e MP6 além de apresentarem conformidade com


os ensaios previstos pelo RTM, também apresentaram conformidade com os limites
de classe em todos os demais ensaios.
Já as amostras MP3, MP4 e MP5 obtiveram resultados incompatíveis com
a classe quando da aplicação de carga com a presença de componentes
harmônicas, sendo que foram aprovados somente nos ensaios previstos pelo RTM e
nos ensaios de registrador.
No ensaio R8 as amostras MP9 e MP10 não apresentaram registro de
energia.
Nos ensaios A12 e R12 a distorção harmônica tanto para tensão como
para corrente foi bastante elevada e, nesta situação, além dos medidores MP3, MP4
e MP5, que já vinham apresentando resultados incompatíveis com a classe, os
medidores MP9 e MP10 apresentaram comportamento similar, ficando incompatível
com a classe de exatidão.
A amostra MP8 apresentou incompatibilidade com sua classe de exatidão
somente nos ensaios A6 e A10. Já para todos os ensaios de energia reativa os
limites de sua classe não foram ultrapassados.
A amostra MP7 apresentou somente para o ensaio R5 incompatibilidade
com a classe.
Para o medidor de energia eletromecânico, observa-se que algumas
condições de distorção afetam o desempenho do medidor. No caso da amostra
ensaiada nas condições A8, A9 e A10 observam-se erros positivos que nestas
circunstâncias fictícias resultariam num prejuízo para o consumidor.

4.4 MEDIDOR DE QUALIDADE DE ENERGIA QUANTUM Q1000

Após a realização dos ensaios foram constatadas diferenças significativas


entre os valores calculados e medidos das potências harmônicas utilizadas nos
ensaios. Foi analisada a hipótese de que o sistema de teste de medição ZERA,
durante os ensaios, poderia estar gerando grandezas de proporções e/ou ordens
harmônicas levemente diferentes das previstas ou teóricas.
Através de um medidor de qualidade seria possível constatar o módulo e
a ordem das grandezas harmônicas aplicadas às amostras de medidores.
129

O Laboratório de Ensaios Metrológicos da COPEL colocou a disposição


dois equipamentos que atendem a esta necessidade: o ION8500 e o Q1000. Devido
à versatilidade e aplicabilidade de seu software optou-se pela utilização do medidor
Quantum Q1000, fabricado pela Schlumberger.

FIGURA 63 – FOTO DO MEDIDOR DE QUALIDADE Q1000


Fonte: COPEL

Características Técnicas
Fabricante: Schlumberger
Tipo: Quantum Q1000
Classe de exatidão: 0,1%
Energia:
 Wh: total, fornecida, recebida, por fase e agregada
 varh: fornecida, recebida, 4 quadrantes, por fase e agregada
 Ih: por fase, % DHT, versões ANSI e IEC
 Vh: por fase, % DHT, versões ANSI e IEC
Tensão nominal de alimentação: 100 V a120 V / 220 V a 240 V
Faixa de tensão: -20% a +25% da tensão nominal
Faixa de freqüência: 57 Hz a 63 Hz
Corrente nominal: 5 A
Corrente máxima: 10A
Faixa de temperatura: -40°C a +85°C
Faixa de umidade: 0% a 95%, sem condensação
130

O medidor Q1000 é um medidor eletrônico polifásico de estado sólido, de


alta precisão, desenvolvido para ser utilizado em pontos principais de fluxo de
energia, tais como: usinas, subestações, pontos de interligação e grandes
consumidores comerciais e industriais. O medidor Q1000 mede e exibe a energia
ativa e reativa por fase nos quatro quadrantes. Também é utilizado como medidor de
qualidade de energia elétrica para medições instantâneas de níveis harmônicos.

FIGURA 64 – FOTO ENSAIO DO MEDIDOR DE QUALIDADE Q1000 E


PARCIAL DO SISTEMA DE MEDIÇÃO ZERA MTS 320-1
Fonte: COPEL

As Figuras 65 a 72, mostradas a seguir, demonstram que os resultados


das medições de harmônicas estão compatíveis com os valores gerados pelo
sistema de teste de medição Zera. A fonte destas figuras é o software SLB 2000 e
suas telas foram copiadas no momento da medição e posteriormente transferidas a
este trabalho. Tais gráficos mostram valores absolutos da tensão e corrente em cada
ordem harmônica. Em vermelho, o gráfico de colunas expressa as tensões
harmônicas e sua escala fica do lado esquerdo. Na cor verde, o gráfico de colunas
expressa as correntes harmônicas e sua escala fica ao lado direito.
Entretanto constatou-se que há certa imprecisão na geração das funções
provindas do sistema de teste de medição. Verificou-se o surgimento de harmônicas
de freqüências superiores às que foram geradas, porém com taxas de distorção não
significativas, justificando as pequenas diferenças entre a potência harmônica
injetada em relação à calculada:
131

FIGURA 65 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A1, A2, A3, R1, R2 E R3
Fonte: SOFTWARE SLB2000

FIGURA 66 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A4 E R4


Fonte: SOFTWARE SLB2000

FIGURA 67 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A5, A6, A7, R5, R6, E R7
Fonte: SOFTWARE SLB2000

FIGURA 68 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A8, E R8


Fonte: SOFTWARE SLB2000
132

FIGURA 69– MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A9 E R9


Fonte: SOFTWARE SLB2000

FIGURA 70 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A10 E R10


Fonte: SOFTWARE SLB2000

FIGURA 71 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A11 E R11


Fonte: SOFTWARE SLB2000

FIGURA 72 – MEDIÇÃO DE HARMÔNICAS COM Q1000 – ENSAIOS A12 E R12


Fonte: SOFTWARE SLB2000
133

4.5 COMPARAÇÕES E SIMULAÇÕES – CÁLCULO DA ENERGIA REATIVA


EXCEDENTE

A seguir demonstram-se estudos que simulam o cálculo do FP com


aplicação da equação (33), neste caso considerada a que está sendo utilizada pelas
distribuidoras atualmente, conforme determinação da ANEEL, e conforme equação
(30). Entretanto, baseado na hipótese de uma outra forma possível de cálculo do FP,
a qual foi fomentada pela ABRADEE e ABINEE, é importante conhecer as possíveis
mudanças e conseqüências, visualizadas pelo lado das distribuidoras de energia
elétrica, bem como pelos consumidores acessantes.
Tais diagnósticos avaliam situações com os mesmos conteúdos
harmônicos das condições aplicadas aos ensaios descritos no Capítulo 3. Não se
aplicam aqui os aspectos de exatidão da medição. De posse dos dados dos ensaios
A1 ao A12 foram obtidas as potências ativa, reativa e aparente instantâneas através
de cálculos, considerando-se somente a freqüência fundamental (P1, Q1 e S1) e a
soma das potências da freqüência fundamental às potências das harmônicas (P, Q,
S), conforme Tabela 64.

Tabela 64 – Valores Calculados das Potências para os Ensaios A1 a A12

VALORES DAS GRANDEZAS CALCULADAS


Freqüência Fundamental Fundamental mais Harmônicas
Ensaio
P1(W) Q1(var) S1(VA) φ1 P(W) Q(var) S(VA) TDHV TDHI
A1 900,00 0,00 900,00 0º 900,00 0,00 900,00 0,00% 0,00%
A2 450,00 779,42 900,00 -60º 450,00 779,42 900,00 0,00% 0,00%
A3 2700,00 0,00 2700,00 0º 2700,00 0,00 2700,00 0,00% 0,00%
A4 1800,00 0,00 1800,00 0º 1872,00 0,00 1948,33 9,95% 37,14%
A5 450,00 779,42 900,00 -60º 497,25 861,26 1120,16 14,83% 58,30%
A6 450,00 -779,42 900,00 60º 497,25 -861,26 1120,16 14,83% 58,30%
A7 1909,19 1909,19 2700,00 -45º 2109,65 2109,65 3360,48 14,83% 58,30%
A8 450,00 779,42 900,00 -60º 450,00 779,42 1107,77 0,00% 58,30%
A9 450,00 779,42 900,00 -60º 450,00 779,42 1107,77 0,00% 58,30%
A10 450,00 779,42 900,00 -60º 495,26 849,27 1120,16 14,83% 58,30%
A11 450,00 779,42 900,00 -60º 497,25 861,26 1120,16 14,83% 58,30%
A12 450,00 779,42 900,00 -60º 558,00 966,48 1116,00 43,99% 43,99%
Fonte: Autoria Própria
134

Tabela 65 – Valores Calculados de FP – com Base na Tabela 64

VALORES CALCULADOS
Ensaio P60Hz FP456 FP5456 FP456*
A1 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
A2 50,00% 50,00% 50,00% 50,00%
A3 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
A4 100,00% 100,00% 96,08% 100,00%
A5 50,00% 50,00% 44,39% 53,78%
A6 50,00% 50,00% 44,39% 53,78%
A7 70,71% 70,71% 62,78% 74,15%
A8 50,00% 50,00% 40,62% 50,00%
A9 50,00% 50,00% 40,62% 50,00%
A10 50,00% 50,38% 44,21% 53,63%
A11 50,00% 50,00% 44,39% 53,78%
A12 50,00% 50,00% 50,00% 58,21%
Fonte: Autoria Própria

A seguir são demonstradas comparações gráficas, originadas de quatro


formas de calcular o FP, onde:
- 60 Hz = Cálculo do FP não considerando harmônicas de energia ativa
e reativa;
- Res. 456 = Cálculo do FP considerando harmônicas de energia ativa e
reativa utilizando a equação (33) (ANEEL, em vigência);
- NBR 5456 = Cálculo do FP considerando harmônicas de energia ativa
e reativa utilizando a equação (30) (IEEE, 1459,2000);
- 456* = Cálculo do FP não considerando harmônicas de energia reativa
utilizando a equação (33);
135

4.5.1 Cálculos do FP e Taxa de Excedente Reativo – 60 Hz e Res. 456

Comparativo Fator de Potência


Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
60 Hz Res. 456

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 1 – COMPARATIVO FATOR DE POTÊNCIA – 60 Hz e Res. 456

Nota-se que em quase todos os ensaios não há diferença do valor do FP


tomando-se como base as potências na freqüência fundamental (60 Hz) e o FP
calculado com base na Resolução ANEEL Nº 456, em vigência, que permite
considerar as harmônicas de energia ativa e reativa, conforme se demonstra no
Gráfico 1.

Diferença Fator de Potência


entre "60 Hz" e Resolução ANEEL 456
Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
-4%

-3%

-2%

-1%

0%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 2 – DIFERENÇA FATOR DE POTÊNCIA – 60 Hz e Res. 456

O Gráfico 2 mostra que apenas um dos ensaios apresentou uma sensível


diferença entre as formas de cálculo do FP. Porém sabe-se que, na prática, os
136

instrumentos de medição destinados a faturamento de consumidores não estão


filtrando as harmônicas e não medem energia apenas da freqüência fundamental.

Comparativo Taxa Energia Reativa Excedente


Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
Res. 456 60 Hz

100,00%

75,00%

50,00%

25,00%

0,00%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 3 – COMPARATIVO TAXA ENERGIA RETIVA EXCEDENTE – 60 Hz e Res.


456

Também se nota, observando o Gráfico 3, que praticamente não há


diferença no cálculo da taxa de energia reativa excedente através dos métodos de
cálculo que considera o FP na fundamental e o FP de acordo com a Resolução
ANEEL Nº 456.

Diferença Taxa Energia Reativa Excedente


entre "60 Hz" e Resolução ANEEL 456
Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
4%

3%

2%

1%

0%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 4 – DIFERENÇA TAXA ENERGIA REATIVA EXCEDENTE – 60 Hz e Res.


456

Ressalta-se que o ensaio A10 é uma simulação de presença harmônica


apenas na corrente, porém com ângulos de defasagem das harmônicas
diferenciados entre si e da fundamental. O ângulo entre a tensão e corrente do 13º
137

harmônico é de 105º; neste caso devido a esta ordem harmônica há presença de


uma parcela de energia reversa, fato que altera o resultado do cálculo do FP
apresentando diferenças entre os métodos perante esta situação.

4.5.2 Cálculos do FP e Taxa de Excedente Reativo – NBR 5456 e Res. 456

Comparativo Fator de Potência


Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
Res. 456 NBR 5456

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 5 – COMPARATIVO FATOR DE POTÊNCIA – NBR 5456 e Res. 456

Nota-se que há diferença entre calcular o FP tomando-se como base o


cálculo pela NBR 5456 e o FP baseado na Resolução ANEEL Nº 456, em vigência,
conforme demonstrado no Gráfico 5.

Diferença Fator de Potência


entre NBR 5456 e Resolução ANEEL 456
Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
-20%

-15%

-10%

-5%

0%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 6 – DIFERENÇA FATOR DE POTÊNCIA – NBR 5456 e Res. 456


138

O Gráfico 6 mostra diferenças à menor na comparação dos métodos de


cálculo do FP, chegando próximo de -20% ; O FP calculado através da NBR 5456,
em princípio é o mais justo, no entanto representaria um acréscimo no custo da
energia para o consumidor, pois o FP real é mais baixo do que o vigente.

Comparativo Taxa Energia Reativa Excedente


Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
Res. 456 NBR 5456

140,00%

105,00%

70,00%

35,00%

0,00%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 7 – COMPARATIVO TAXA ENERGIA RETIVA EXCEDENTE – NBR 5456 e


Res. 456

O Gráfico 7 mostra uma leve diferença entre os valores das taxas de


energia reativa excedente, sendo que o método da NBR 5456 acarreta em taxas
superiores ao método da Resolução ANEEL Nº 456 em vigência.

Diferença Taxa Energia Reativa Excedente


entre NBR 5456 e Resolução ANEEL 456
Considerando Harmônicas de Energias Ativa e Reativa
60%

40%

20%

0%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 8 – DIFERENÇA TAXA ENERGIA REATIVA EXCEDENTE – NBR 5456 e


Res. 456
139

O Gráfico 8 mostra claramente o objetivo destes comparativos. Agora é


possível apresentar um diagnóstico final. De posse do primeiro gráfico comparativo
deste item, visto no Gráfico 6, as dimensões do verdadeiro impacto no faturamento
são mascaradas, pois as diferenças à menor do FP então atingiam cerca de -20%;
No entanto, as diferenças das taxas de energia reativa excedente ultrapassam 40%.
Este percentual representa a diferença entre a taxa suposta pelo método da NBR
5456 e taxa efetiva, em vigência, da energia reativa excedente calculada de acordo
com a Resolução ANEEL Nº 456.
Exemplo: Após ser realizada a medição de energia de um consumidor, a
área de faturamento da distribuidora, para obter o importe da FER, calculou a taxa
de energia reativa excedente de 30%. Na hipótese de ser aplicada a equação (30),
conforme NBR 5456, a taxa seria 40% maior, ou seja, passaria de 30% para 42%.
Representando um acréscimo real de 12% no faturamento da distribuidora e
analogamente, um prejuízo “relativo” ao consumidor, pois na verdade a taxa em
vigência é 30%, porém nesta simulação, a energia reativa harmônica foi consumida
incorrendo em uma taxa maior. Complementando, a taxa de 42% é um fator de
conversão (0,42), o qual é multiplicado pela energia ativa, medida em cada
segmento horário ou medida mensal, conforme a opção tarifária e este montante é
novamente multiplicado pelo valor da tarifa e finalmente obtido o importe da FER.

4.5.3 Cálculos do FP e Taxa de Excedente Reativo – 456* e Res. 456

Comparativo Fator de Potência


* Não Considerando Harmônicas de Energia Reativa
Res. 456 456*

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 9 – COMPARATIVO FATOR DE POTÊNCIA – 456* e Res. 456


140

Nota-se que há leve diferença entre calcular o FP tomando-se como base


o cálculo pela 456* (considerando apenas harmônicas de energia ativa) e o FP
baseado na Resolução ANEEL Nº 456, em vigência, conforme demonstrado no
Gráfico 9.

Diferença Fator de Potência


entre 456* e Resolução ANEEL 456
* Não Considerando Harmônicas de Energia Reativa
20%

15%

10%

5%

0%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 10 – DIFERENÇA FATOR DE POTÊNCIA – 456* e Res. 456

O Gráfico 10 mostra que as diferenças do FP chegam a quase 20% à


maior; O FP calculado através da 456*, em princípio não é o mais justo, no entanto
representaria uma perda por parte da distribuidora, pois este método não considera
a energia reativa ocasionada pelas harmônicas, a qual foi absorvida pela carga do
consumidor e fornecida pela distribuidora.

Comparativo Taxa Energia Reativa Excedente


* Não Considerando Harmônicas de Energia Reativa
Res. 456 456*

100,00%

75,00%

50,00%

25,00%

0,00%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 11 – COMPARATIVO TAXA ENERGIA RETIVA EXCEDENTE – 456* e Res.


456
141

O Gráfico 11 mostra uma leve diferença entre as taxas de energia reativa


excedente, sendo que o método da 456* demonstra taxas menores que o método da
Resolução ANEEL Nº 456 em vigência. Esta comparação exemplifica tipicamente a
tendência evidenciada no item 5.2, supostamente em vias de ser implementada pela
ABRADEE e ABINEE.

Diferença Taxa Energia Reativa Excedente


entre 456* e Resolução ANEEL 456
* Não Considerando Harmônicas de Energia Reativa
-40%

-30%

-20%

-10%

0%
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12

GRÁFICO 12 – DIFERENÇA TAXA ENERGIA REATIVA EXCEDENTE – 456* e Res.


456

O Gráfico 12 mostra um diagnóstico final deste item; em princípio denota-


se um benefício ao consumidor, sendo que as taxas reais passariam a ser de até
quase 30% menores em algumas situações de cargas não lineares e com tensão
distorcida.
142
143

5 CONCLUSÃO

5.1 ASPECTOS NORMATIVOS E REGULATÓRIOS

Dentre todos os ensaios elaborados e implementados em laboratório,


destacam-se aqueles onde simulou-se a conexão de carga não linear na saída do
medidor e tensão sem distorções, aplicada aos seus bornes, apenas na freqüência
fundamental: os ensaios A8, A9, R8 e R9.
As componentes harmônicas de corrente quando isoladas e
independentes (supondo a tensão puramente senoidal) também contribuem para o
aumento da corrente eficaz, de modo que elevam a potência aparente eficaz sem
produzir potência ativa. Nesta situação, o correto cálculo do fator de potência deve
levar em conta esta distorção da corrente. Atualmente as distribuidoras calculam o
fator de potência através da equação (33) e tal método é incompatível quando nas
condições citadas acima. Para o correto cálculo seria necessário que os medidores
eletrônicos de energia elétrica registrassem energia aparente eficaz (grandeza
atualmente não exigida pela ANEEL, conforme PRODIST, Módulo 5) visando
possibilitar a aplicação da equação (30), conforme previsto pela NBR 5456.
Caso futuramente ocorra a implementação da medição desta grandeza
(energia aparente eficaz - kVAh) nos medidores eletrônicos, o algoritmo a ser
implementado deve considerar as harmônicas de tensão e corrente, independentes
e de diferentes ordens, conforme demonstrado pela IEEE 1459 de 2000, equação
(24) verificada no capítulo 2.
Atualmente há um consenso informal em fóruns de distribuidoras de
energia e fabricantes de medidores, tais como ABRADEE e ABINEE, que os
medidores eletrônicos de energia não deveriam considerar a energia reativa
resultante de harmônicos, ou seja, a energia reativa medida deveria ser filtrada e o
valor mensurado considerará apenas as componentes fundamentais da tensão e da
corrente.

5.2 ASPECTOS METROLÓGICOS

Constatou-se que os principais fabricantes nacionais de medidores


eletrônicos, destinados à aplicação em acessantes do grupo A, estão produzindo
144

seus instrumentos em conformidade com os ensaios onde são previstos aplicação


de componentes de 5ª ordem harmônica e demais critérios previstos no atual RTM -
Regulamento Técnico Metrológico de medidores de energia elétrica controlado pelo
INMETRO. Entretanto é importante destacar também que, perante as situações não
previstas no RTM, como as que foram elaboradas neste trabalho e implementadas
em laboratório mediante aplicação de tensões e/ou correntes harmônicas de 3ª à 13ª
ordem com elevadas taxas de distorção harmônica, conclui-se que o comportamento
geral das amostras dos medidores eletrônicos não foi padronizado e uniforme, pois
apresentaram divergências e resultados não conformes.
Verificou-se a necessidade de que os fabricantes destes medidores
padronizem seus produtos para que em tais situações, ao realizarem a medição de
um mesmo mensurando, independente de marca/fabricante, sejam sensibilizados de
igual forma e registrem a mesma quantidade de energia, respeitando rigorosamente
os limites do seu índice de classe de exatidão. Desta forma, as distribuidoras estarão
assegurando o tratamento não discriminatório de seus acessantes, conforme
preceitua o Art. 7º do Decreto ANEEL Nº 2665/1998, pois o tratamento da
responsabilidade financeira pelos sistemas de medição deve ser isonômico entre os
consumidores cativos e livres (ANEEL, Audiência Pública 014/2008).
Os resultados dos ensaios com o medidor eletromecânico foram
surpreendentes. Ao contrário do previsto na pesquisa bibliográfica, o medidor
eletromecânico, que teoricamente apenas seria sensibilizado pela freqüência
fundamental de 60 Hz, perante as simulações de cargas não lineares e tensões
distorcidas foi sensibilizado pelas harmônicas, mediu energia e manteve sua
exatidão na maioria dos ensaios. O medidor foi submetido a elevadas taxas de
distorção harmônica de tensão e de corrente (TDHV=14,83% e TDHI=58,30%) e em
apenas três ensaios foram registrados erros fora do limite de seu índice de classe.
No entanto, o foco principal deste trabalho propunha buscar resultados e
conhecer melhor o comportamento dos medidores eletrônicos. Foi possível
selecionar e realizar ensaios em apenas uma amostra de medidor eletromecânico,
deixando abertura para estudos posteriores com aplicação de distorções harmônicas
em outros modelos e marcas fabricantes de medidores eletromecânicos.
145

REFERÊNCIAS

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<www.aneel.gov.br> Acesso em: 28 de março de 2009, 23:34.

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Brasília-DF, 2005, 30p. Disponível em:
<www.aneel.gov.br> Acesso em: 28 de março de 2009, 23:34.

ANEEL, Audiência Pública 014/2008, Brasília 23 de Abril de 2008 – Procedimentos de


Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional. Disponível em:
<www.aneel.gov.br> Acesso em: 31 de maio de 2009, 22:07.

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Sons, 2004.

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Eletricidade geral, terminologia. Rio de Janeiro, 1987. 151p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Rio de Janeiro. NBR 14519;


Medidores eletrônicos de energia elétrica (estáticos), especificação. Rio de Janeiro, 2000.
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potência. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Maria, 2002.

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Systems Quality. USA: McGraw-Hill, 1996. 265p.

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1986. 483p.

GUIA EM da NBR 5410. Eletricidade Moderna. São Paulo, 2001. 291 p.


146

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de Energia Elétrica. 2006. 140 f. Dissertação (Mestrado Engenharia Elétrica), Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2006.

HENRIQUES, A. L., Medição de Energia Elétrica para Faturamento: estudo comparativo


de medidores eletrônicos e eletromecânicos, com foco no desempenho sob
condições não senoidais. 2002. 137 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) –
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002.

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qualidade de Energia Elétrica, XV SNPTEE – Seminário Nacional de Produção e
Transmissão de Energia Elétrica (1999), Brasil.

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Regulamento Técnico Metrológico para medidores eletrônicos de energia elétrica ativa
e/ou reativa, monofásicos e polifásicos, índices de classe D (0,2 %), C (0,5 %), B (1,0 %), A
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Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, INMETRO, RTM –


Regulamento Técnico Metrológico para medidores de energia elétrica ativa de indução,
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Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, Portaria INMETRO nº


29 de 10 de março de 1995, 5ª edição, atualizada em 2007.

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IEEE Trial – Use Standart Definitions for the Measurement of Electric Power Quantities
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PIRES, I. A., Caracterização de harmônicos causados por equipamentos eletro-


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147

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compatível com a NBR 14522. 2007. 112 f. Dissertação (Trabalho de Conclusão de Curso)
– Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.

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QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA, 3, 1999, Brasília. Anais... Brasília: 1999. p.34-39.

SOL, A. M., PEDRO, C. F., VERDUZCO, I. D., Influência da Distorção Harmônica na


Medição do Fator de Potência. SENDI – XVII Seminário Nacional de Distribuição de
Energia Elétrica, Belo Horizonte – MG, 21 a 25 de agosto de 2006.
148

ANEXO A
Certificado de Calibração CCR 494/08
149
150
151
152

ANEXO B
Certificado de Calibração 08007593
153
154

ANEXO C
Certificado de Calibração PEA COPEL 06/2009
155
156

ANEXO D
Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (apenas
termos utilizados neste trabalho)

VALOR DE UMA GRANDEZA: Expressão quantitativa de uma grandeza específica,


geralmente sob a forma de uma unidade de medida multiplicada por um número.
Exemplos:
a) Comprimento de uma barra: 5,34 m ou 534 cm;
b) Massa de um corpo: 0,152 kg ou 152 g;
c) Quantidade de matéria de uma amostra de água (H2O): 0,012 mol ou 12 mmol.
Observações:
1) O valor de uma grandeza pode ser positivo, negativo ou nulo.
2) O valor de uma grandeza pode ser expresso por mais de uma maneira.
3) Os valores de grandezas adimensionais são geralmente expressos apenas por
números.
4) Uma grandeza que não puder ser expressa por uma unidade de medida multiplicada
por um número, pode ser expressa por meio de uma escala de referência convencional, ou por um
procedimento de medição, ou por ambos.

VALOR VERDADEIRO DE UMA GRANDEZA: Valor consistente com a definição de


uma dada grandeza específica.
Observações:
1) É um valor que seria obtido por uma medição perfeita.
2) Valores verdadeiros são, por natureza, indeterminados.
3) O artigo indefinido “um” é usado, preferivelmente ao artigo definido “o” em conjunto
com “valor verdadeiro”, porque pode haver muitos valores consistentes com a definição de uma dada
grandeza específica.

VALOR VERDADEIRO CONVENCIONAL DE UMA GRANDEZA: Valor atribuído a uma


grandeza específica e aceito, às vezes por convenção, como tendo uma incerteza apropriada para
uma dada finalidade.
Exemplos:
a) Em um determinado local, o valor atribuído a uma grandeza, por meio de um padrão
de referência, pode ser tomado como um valor verdadeiro convencional;
b) O CODATA (1986) recomendou o valor para a
constante de Avogadro como sendo A= 6,022 136 7 x 1023 mol-1.
Observações:
1) “Valor verdadeiro convencional” é, às vezes, denominado valor designado, melhor
estimativa do valor, valor convencional ou valor de referência.
2) Freqüentemente, um grande número de resultados de medições de uma grandeza é
utilizado para estabelecer um valor verdadeiro convencional.

MEDIÇÃO: Conjunto de operações que tem por objetivo determinar um valor de uma
grandeza.
Observação:
As operações podem ser feitas automaticamente.

PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO: Conjunto de operações, descritas especificamente,


usadas na execução de medições particulares, de acordo com um dado método.
Observação:
Um procedimento de medição é usualmente registrado em um documento, que algumas
vezes é denominado procedimento de medição (ou método de medição) e normalmente tem detalhes
suficientes para permitir que um operador execute a medição sem informações adicionais.

METROLOGIA: Ciência da medição.


Observação:
157

A metrologia abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições,


qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou da tecnologia.

MENSURANDO: Objeto da medição. Grandeza específica submetida à medição.


Exemplo:
Pressão de vapor de uma dada amostra de água a 20 ºC.
Observação:
A especificação de um mensurando pode requerer informações de outras grandezas
como tempo, temperatura e/ou pressão.

RESULTADO DE UMA MEDIÇÃO: Valor atribuído a um mensurando obtido por


medição.
Observações:
1) Quando um resultado é dado, deve-se indicar, claramente, se ele se refere:
- à indicação;
- ao resultado não corrigido;
- ao resultado corrigido;
- e se corresponde ao valor médio de várias medições.
2) Uma expressão completa do resultado de uma medição inclui informações sobre a
incerteza de medição.

RESULTADO NÃO CORRIGIDO: Resultado de uma medição, antes da correção, devida


aos erros sistemáticos.

RESULTADO CORRIGIDO: Resultado de uma medição, após a correção, devida aos


erros sistemáticos.

EXATIDÃO DE MEDIÇÃO: Grau de concordância entre o resultado de uma medição e


um valor verdadeiro do mensurando.
Observações:
1) Exatidão é um conceito qualitativo.
2) O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão.

DESVIO PADRÃO EXPERIMENTAL: Para uma série de “n” medições de um mesmo


mensurando, a grandeza “s”, que caracteriza a dispersão dos resultados, é dada pela fórmula:

Onde xi representa o resultado da “iésima” medição e representa a média aritmética


dos “n” resultados considerados.

INCERTEZA DE MEDIÇÃO: Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que


caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentadamente atribuídos a um
mensurando.
Observações:
1) O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um múltiplo dele), ou a
metade de um intervalo correspondente a um nível de confiança estabelecido.
2) A incerteza de medição compreende, em geral, muitos componentes. Alguns destes
componentes podem ser estimados com base na distribuição estatística dos resultados das séries de
medições e podem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os outros componentes,
que também podem ser caracterizados por desvios padrão, são avaliados por meio de distribuição de
probabilidades assumidas, baseadas na experiência ou em outras informações.
3) Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do
mensurando, e que todos os componentes da incerteza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos
sistemáticos, como os componentes associados com correções e padrões de referência, contribuem
para a dispersão.
158

ERRO DE MEDIÇÃO: Resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do


mensurando.
Observações:
1) Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, utiliza-se, na prática, um
valor verdadeiro convencional.
2) Quando for necessário distinguir “erro” de “erro relativo”, o primeiro é, algumas vezes,
denominado erro absoluto da medição. Este termo não deve ser confundido com valor absoluto do
erro, que é o módulo do erro.

ERRO RELATIVO: Erro da medição dividido por um valor verdadeiro do objeto da


medição.
Observação:
Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, utiliza-se, na prática, um
valor verdadeiro convencional.

ERRO SISTEMÁTICO: Média que resultaria de um infinito número de medições do


mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade, menos o valor verdadeiro do
mensurando.
Observações:
1) Erro sistemático é igual ao erro menos o erro aleatório.
2) Analogamente ao valor verdadeiro, o erro sistemático e suas causas não podem ser
completamente conhecidos.

CORREÇÃO: Valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido de uma


medição para compensar um erro sistemático.
Observações:
1) A correção é igual ao erro sistemático estimado com sinal trocado.
2) Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente conhecido, a
compensação não pode ser completa.

EXATIDÃO DE UM INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO: Aptidão de um instrumento de


medição para dar respostas próximas a um calor verdadeiro.
Observação:
Exatidão é um conceito qualitativo.

CLASSE DE EXATIDÃO: Classe de instrumentos de medição que satisfazem a certas


exigências metrológicas destinadas a conservar os erros dentro de limites especificados.
Observação:
Uma classe de exatidão é usualmente indicada por um número ou símbolo adotado por
convenção e denominado índice de classe.

PADRÃO: Medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou


sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais
valores de uma grandeza para servir como referência.
Exemplos:
a) Massa padrão de 1 kg;
b) Resistor padrão de 100 Ω;
c) Amperímetro padrão;
d) Padrão de freqüência de césio;
e) Eletrodo padrão de hidrogênio;
f) Solução de referência de cortisol no soro humano, tendo uma concentração certificada.
Observações:
1) Um conjunto de medidas materializadas similares ou instrumentos de medição que,
utilizados em conjunto constituem um padrão coletivo.
2) Um conjunto de padrões de valores escolhidos que, individualmente ou combinados,
formam uma série de valores de grandezas de uma mesma natureza é denominado coleção padrão.
159

PADRÃO INTERNACIONAL: Padrão reconhecido por um acordo internacional para


servir, internacionalmente, como base para estabelecer valores de outros padrões da grandeza a que
se refere.

PADRÃO NACIONAL: Padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir, em um
país, como base para atribuir valores a outros padrões da grandeza a que se refere.

RASTREABILIDADE: Propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um


padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou
internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas
estabelecidas.
Observações:
1) O conceito é geralmente expresso pelo adjetivo rastreável;
2) Uma cadeia contínua de comparações é denominada de cadeia de rastreabilidade.

CALIBRAÇÃO / AFERIÇÃO: Conjunto de operações que estabelece, sob condições


especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de
medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência, e os
valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.
Observações:
1) O resultado de uma calibração permite tanto o estabelecimento dos valores do
mensurando para as indicações como a determinação das correções a serem aplicadas.
2) Uma calibração pode, também, determinar outras propriedades metrológicas como o
efeito das grandezas de influência.
3) O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento, algumas vezes
denominado certificado de calibração ou relatório de calibração.
160

ANEXO E
Certificado de Calibração DIMCI 0947/2008
161
162
163
164
165
166
167
168
169

ANEXO F
ANEEL Resolução nº 456 de 29 de novembro de 2000.

DA MEDIÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA


Art. 34. O fator de potência das instalações da unidade consumidora, para efeito de
faturamento, deverá ser verificado pela distribuidora por meio de medição apropriada, observados os
seguintes critérios:
I - unidade consumidora do Grupo “A”: de forma obrigatória e permanente; e
II - unidade consumidora do Grupo “B”: de forma facultativa, sendo admitida a medição
transitória, desde que por um período mínimo de 7 (sete) dias consecutivos. (ANEEL, Resolução nº
456, 2000, pág. 20)

DO FATURAMENTO DE ENERGIA E DEMANDA REATIVAS


Art. 64. O fator de potência de referência “fr”, indutivo ou capacitivo, terá como limite
mínimo permitido, para as instalações elétricas das unidades consumidoras, o valor de fr = 0,92.
Art. 65. Para unidade consumidora faturada na estrutura tarifária horo-sazonal ou na
estrutura tarifária convencional com medição apropriada, o faturamento correspondente ao consumo
de energia elétrica e à demanda de potência reativas excedentes, será calculado de acordo com as
seguintes fórmulas:

onde:

FER(p) = valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente ao consumo de


energia reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr”, no período
de faturamento;
CAt = consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”, durante o
período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
ft = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “t” de 1 (uma)
hora, durante o período de faturamento, observadas as definições dispostas nas alíneas “a” e “b”, §
1º, deste artigo;

TCA(p) = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento em cada posto horário “p”;
FDR(p) = valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente à demanda de
potência reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr” no período
de faturamento;
DAt = demanda medida no intervalo de integralização de 1 (uma) hora “t”, durante o
período de faturamento;
DF(p) = demanda faturável em cada posto horário “p” no período de faturamento;
TDA(p) = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento em cada posto
horário “p”;
MAX = função que identifica o valor máximo da fórmula, dentro dos parênteses
correspondentes, em cada posto horário “p”;
t = indica intervalo de 1 (uma) hora, no período de faturamento;
p = indica posto horário, ponta ou fora de ponta, para as tarifas horo-sazonais ou período
de faturamento para a tarifa convencional; e
n = número de intervalos de integralização “t”, por posto horário “p”, no período de
faturamento.
§ 1º Nas fórmulas FER(p) e FDR(p) serão considerados:
170

a) durante o período de 6 horas consecutivas, compreendido, a critério da distribuidora,


entre 23 h e 30 min e 06h e 30 min, apenas os fatores de potência “ft” inferiores a 0,92 capacitivo,
verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”; e
b) durante o período diário complementar ao definido na alínea anterior, apenas os
fatores de potência “ft” inferiores a 0,92 indutivo, verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”.
§ 2º O período de 6 (seis) horas definido na alínea “a” do parágrafo anterior deverá ser
informado pela distribuidora aos respectivos consumidores com antecedência mínima de 1 (um) ciclo
completo de faturamento.
§ 3º Havendo montantes de energia elétrica estabelecidos em contrato, o faturamento
correspondente ao consumo de energia reativa, verificada por medição apropriada, que exceder às
quantidades permitidas pelo fator de potência de referência “fr”, será calculado de acordo com a
seguinte fórmula:

FER(p) = valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente ao consumo de


energia reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr”, no período
de faturamento;
CAt = consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”, durante o
período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
ft = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “t” de 1 (uma)
hora, durante o período de faturamento, observadas as definições dispostas nas alíneas “a” e “b”, §
1º, deste artigo;
CF(p) = consumo de energia elétrica ativa faturável em cada posto horário “p” no período
de faturamento; e
TCA(p) = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento em cada posto horário “p”.
Art. 66. Para unidade consumidora faturada na estrutura tarifária convencional, enquanto
não forem instalados equipamentos de medição que permitam a aplicação das fórmulas fixadas no
art. 65, a distribuidora poderá realizar o faturamento de energia e demanda de potência reativas
excedentes utilizando as seguintes fórmulas:

onde:
FER = valor do faturamento total correspondente ao consumo de energia reativa
excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência, no período de faturamento;
CA = consumo de energia ativa medida durante o período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
fm = fator de potência indutivo médio das instalações elétricas da unidade consumidora,
calculado para o período de faturamento;
TCA = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento;
FDR = valor do faturamento total correspondente à demanda de potência reativa
excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência, no período de faturamento;
DM = demanda medida durante o período de faturamento;
DF = demanda faturável no período de faturamento; e
TDA = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento.
Parágrafo único. Havendo montantes de energia, elétrica estabelecidos em contrato, o
faturamento correspondente ao consumo de energia reativa, verificada por medição apropriada, que
exceder às quantidades permitidas pelo fator de potência de referência “fr”, será calculado de acordo
com a seguinte fórmula:
171

onde,
FER = valor do faturamento total correspondente ao consumo de energia reativa
excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência, no período de faturamento;
CA = consumo de energia ativa medida durante o período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
fm = fator de potência indutivo médio das instalações elétricas da unidade consumidora,
calculado para o período de faturamento;
CF = consumo de energia elétrica ativa faturável no período de faturamento; e
TCA = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento.
Art. 67. Para fins de faturamento de energia e demanda de potência reativas excedentes
serão considerados somente os valores ou parcelas positivas das mesmas.
Parágrafo único. Nos faturamentos relativos a demanda de potência reativa excedente
não serão aplicadas as tarifas de ultrapassagem.
Art. 68. Para unidade consumidora do Grupo “B”, cujo fator de potência tenha sido
verificado por meio de medição transitória nos termos do inciso II, art. 34, o faturamento
correspondente ao consumo de energia elétrica reativa indutiva excedente só poderá ser realizado de
acordo com os seguintes procedimentos:
I - a distribuidora deverá informar ao consumidor, via correspondência específica, o valor
do fator de potência encontrado, o prazo para a respectiva correção, a possibilidade de faturamento
relativo ao consumo excedente, bem como outras orientações julgadas convenientes;
II - a partir do recebimento da correspondência, o consumidor disporá do prazo mínimo
de 90 (noventa) dias para providenciar a correção do fator de potência e comunicar à distribuidora;

III - findo o prazo e não adotadas as providências, o fator de potência verificado poderá
ser utilizado nos faturamentos posteriores até que o consumidor comunique a correção do mesmo; e
IV - a partir do recebimento da comunicação do consumidor, a distribuidora terá o prazo
de 15 (quinze) dias para constatar a correção e suspender o faturamento relativo ao consumo
excedente.
Art. 69. A distribuidora deverá conceder um período de ajustes, com duração mínima de 3
(três) ciclos consecutivos e completos de faturamento, objetivando permitir a adequação das
instalações elétricas da unidade consumidora, durante o qual o faturamento será realizado com base
no valor médio do fator de potência, conforme disposto no art. 66, quando ocorrer:
I - pedido de fornecimento novo passível de inclusão na estrutura tarifária horo-sazonal;
II - inclusão compulsória na estrutura tarifária horo-sazonal, conforme disposto no inciso
III, art. 53; ou
III - solicitação de inclusão na estrutura tarifária horo-sazonal decorrente de opção de
faturamento ou mudança de Grupo tarifário.
§ 1º A distribuidora poderá dilatar o período de ajustes mediante solicitação
fundamentada do consumidor.
§ 2º Durante o período de ajustes referido neste artigo, a distribuidora informará ao
consumidor os valores dos faturamentos que seriam efetivados e correspondentes ao consumo de
energia elétrica e a demanda de potência reativas excedentes calculados nos termos do art. 65.
(ANEEL, Resolução nº 456, 2000, pág. 33)
172

ANEXO G
PRODIST, o Módulo 5 – Sistemas de Medição

OBJETIVO
1. Estabelecer os requisitos mínimos para medição das grandezas elétricas do
sistema de distribuição aplicáveis ao faturamento, à qualidade da energia elétrica, ao planejamento
da expansão e à operação do sistema de distribuição.
2. Apresentar os requisitos básicos mínimos para a especificação dos materiais,
equipamentos, projeto, montagem, comissionamento, inspeção e manutenção dos sistemas de
medição.
3. Estabelecer procedimentos fundamentais para que os sistemas de medição sejam
instalados e mantidos dentro dos padrões necessários aos processos de contabilização de energia
elétrica, de uso no âmbito das distribuidoras e de contabilização da Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica - CCEE.
4. Verificar que as disposições estejam de acordo com a legislação vigente, as
exigências do INMETRO, as normas técnicas da ABNT, tendo sido considerados os Procedimentos
de Rede e as Regras e os Procedimentos de Comercialização para os sistemas de medição para
faturamento de energia elétrica. (ANEEL, PRODIST Módulo 5, 2007, pág. 3)

REQUISITOS TÉCNICOS MÍNIMOS PARA OS EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO


4.1 Medição de Faturamento
4.1.1 Medidores eletromecânicos de energia elétrica para conexão de unidades
consumidoras do Grupo B.
4.1.1.1 O número de elementos motores e de fios, o tipo, a corrente, a tensão, a
freqüência, as demais características elétricas e a compatibilidade eletromagnética devem obedecer
ao Regulamento Técnico Metrológico – RTM do INMETRO.
4.1.1.2 Classe de exatidão.
a) os medidores de energia ativa devem atender todos os requisitos metrológicos
pertinentes às classes de exatidão do RTM;
b) os medidores de energia reativa devem atender todos os requisitos metrológicos
pertinentes à classe de exatidão do RTM ou, na sua inexistência, das normas ABNT;
4.1.1.3 Modelos aprovados.
a) os medidores de energia ativa devem ter seus modelos aprovados por portaria
específica emitida pelo INMETRO;
b) os modelos de medidores de energia reativa devem ser aprovados pelas distribuidoras
com base nas normas pertinentes;
4.1.1.4 Requisitos de verificação.
a) os medidores eletromecânicos sujeitos ao controle metrológico legal deverão ser
submetidos à verificação inicial no caso de medidores novos, à verificação após reparo no caso de
medidores reparados ou recondicionados e à verificação periódica, conforme definido pelo INMETRO;
b) os medidores aprovados devem ser selados e devem receber a marca de verificação
do INMETRO;
c) a natureza, o local e as condições de realização dos ensaios e o plano de amostragem
devem obedecer aos termos do RTM;
4.1.2 Medidores eletrônicos de energia elétrica para conexão de acessantes do Grupo A.
4.1.2.1 O número de elementos e de fios, a corrente, a tensão, a freqüência, as demais
características e a compatibilidade eletromagnética devem estar em conformidade com RTM ou, na
sua inexistência, com as normas ABNT.
4.1.2.2 Os medidores devem possuir dispositivos ou atributos para leituras, respeitando:
a) mostrador digital com pelo menos 6 dígitos, para leitura local, indicando de forma
cíclica as grandezas programadas a serem medidas, associadas às suas respectivas unidades
primárias;
b) interface serial ou porta óptica de comunicação ou dispositivo de função equivalente,
para aquisição da leitura local dos valores medidos e/ou da memória de massa;
c) a interface serial ou a porta ótica ou o dispositivo de função equivalente deve permitir
acesso automático, para a aquisição de leituras remotamente;
d) registro com data e hora das últimas 15 interrupções de energia e 15 ocorrências de
alterações realizadas na programação do medidor;
e) senha de segurança para permitir o acesso apenas aos usuários autorizados.
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4.1.2.3 Grandezas a serem medidas:


a) os medidores eletrônicos devem registrar pelo menos as seguintes grandezas
elétricas: energia ativa, energia reativa, demanda;
b) Para a medição em quatro quadrantes, os medidores devem disponibilizar registros
independentes para o fluxo direto e inverso;
c) opcionalmente os medidores podem ser providos de saída específica para as
medições instantâneas de potência ativa e reativa, fator de potência, corrente, tensão e freqüência;
d) para uso em tarifa horosazonal, os sistemas de medição devem disponibilizar o
cálculo do consumo de energia elétrica e demanda de potência reativas excedente, de acordo com o
método de medição especificado no Módulo 8 – Qualidade de Energia Elétrica.
4.1.3 Medidores com memória de massa.
4.1.3.1 Os medidores devem ter memória de massa com capacidade de armazenar os
dados de energia ativa, reativa, demanda e tensão, considerado o fluxo direto de energia e o fluxo
inverso de energia, conforme o uso, em intervalos de 5 minutos;
4.1.3.2 O armazenamento da memória de massa deve ser de 37 (trinta e sete) dias;
entretanto, para os medidores com aquisição remota diária de leituras, tipicamente dos pontos de
medição contabilizados na CCEE, o armazenamento pode ser de, no mínimo, 32 (trinta e dois) dias.
4.1.3.3 Os medidores, quando aplicável, devem permitir sincronismo de tempo via
comando por central de aquisição de dados ou, opcionalmente, podem ser providos de dispositivos
para sincronização por GPS (Global Positioning System).
4.1.3.4 Os medidores devem ser providos de rotinas de autodiagnose com alcance a
todos os seus módulos funcionais internos, com capacidade de localizar e registrar localmente
(mostrador ou alarme) ou remotamente qualquer anormalidade funcional.
4.1.3.5 Os medidores devem permitir a programação de um código de identificação
alfanumérico com pelo menos 14 (quatorze) dígitos.
4.1.3.6 Os medidores que operam com software específico de programação, leitura,
totalização dos dados e emissão de relatórios devem possibilitar no mínimo:
a) a programação de posto tarifário, horário de verão, fator de potência, constantes,
relação de transformação, parâmetros de compensação de perdas, quando for o caso, e demais
parâmetros necessários;
b) a programação da demanda em intervalos de 5 (cinco), 15 (quinze), 30 (trinta) e 60
(sessenta) minutos;
c) a aquisição, de forma automática, dos valores da memória de massa, quando
solicitado;
d) a criação de arquivos de leituras em formato público padronizado e a programação do
medidor de acordo com normas ABNT;
e) a aquisição parcial dos valores da memória de massa para viabilizar a leitura de cinco
minutos, horária, diária ou semanal dos medidores, buscando apenas os dados referentes àquele
período requisitado;
f) a aquisição dos dados de qualidade de energia elétrica, nos medidores que forem
providos desta função.
4.1.4 Medidores eletrônicos de energia elétrica para conexão de consumidores do Grupo
B.
4.1.4.1 O número de elementos e de fios, a corrente, a tensão, a freqüência, as demais
características e a compatibilidade eletromagnética devem respeitar as normas técnicas pertinentes.
4.1.4.2 Os medidores podem ser providos de registrador ciclométrico ou mostrador digital
que indique, em leitura local, as grandezas a serem medidas.
4.1.4.3 Os medidores eletrônicos de conjuntos de medição devem ser providos de
dispositivos que disponibilizem as leituras individualmente para os consumidores.
4.1.4.4 Quanto às grandezas a medir:
a) os medidores devem registrar a energia ativa em fluxo direto e quando aplicável
devem registrar a energia reativa;
b) quando aplicáveis, podem registrar corrente de neutro, demanda, energia ativa em
fluxo inverso, indicadores de QEE e status da condição da tampa do medidor;
c) quando aplicável, podem ser providos de memória de massa para registro de dados
para curvas de Carga. (ANEEL, PRODIST Módulo 5, 2007, págs. 13-16)

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