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Palmas – TO
2018
Anderson Luiz Soares Santos
Palmas – TO
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Tocantins
________________________________________
Prof. Dr. Jadiel Caparrós da Silva
Universidade Federal do Tocantins
________________________________________
Profa. Dra. Stefani Carolline Leal de Freitas
Universidade Federal do Tocantins
________________________________________
Profa. Dra. Priscila da Silva Oliveira
Universidade Federal do Tocantins
Palmas – TO
2018
Dedico este trabalho aos meus pais João Araújo
e Ana Maria, meu irmão Alisson, e a todos
aqueles que contribuíram para o meu sucesso e
aprendizado, fazendo parte também de grandes
momentos felizes em minha vida.
AGRADECIMENTOS
Harmônicos são um desafio para a Engenharia Elétrica, ainda não existe uma técnica que
elimine totalmente o conteúdo harmônico injetado na rede pelas cargas não lineares. Existem
sim técnicas para mitigação que reduzem consideravelmente o conteúdo harmônico na rede
elétrica. Elevada taxa de distorção harmônica de corrente (DHTi) na rede elétrica pode
ocasionar, perdas na mesma, mal funcionamento e até danificar equipamentos. Hoje muitos
equipamentos que necessitam de uma conversão CA-CC de energia utilizam retificadores
trifásicos de seis pulsos (ponte de Graetz) para esta conversão, este retificador apresenta um
elevado conteúdo harmônico e consequentemente baixo fator de potência (FP), porém, não
apresentam todo o espectro de harmônicos apenas os K. P±1 (K=1, 2, 3...) e P o número de
pulsos. Os retificadores multipulsos aproveitam esta característica das pontes trifásicas de seis
pulsos e são formados por duas ou mais pontes e um transformador defasador para adequar as
tensões que alimentaram as pontes. Assim, um retificador de 12 pulsos apresenta apenas as
harmônicas K. 12±1 (K=1, 2, 3...), 11°, 13°, 23°, 25° assim por diante, já um de 18 pulsos
apresenta K. 18±1 (K=1, 2, 3...), 17°, 19°, 35°,37° etc. Logo, quanto maior o número de pulsos
menor o conteúdo harmônico e maior o FP. Um aplicativo foi desenvolvido para simular e
realizar cálculos relacionados aos projetos de retificadores de 12 e 18 pulsos com conexões
diferenciais de transformador (Estrela e Delta), neste caso temos retificadores não isolados que
utilizam em sua estrutura autotransformadores. Uma das vantagens é a redução de peso e
volume da estrutura. O objetivo deste trabalho de conclusão de curso é validar este aplicativo
desenvolvendo um projeto completo desde simulação até a implementação e obtenção de
resultados experimentais de um retificador de 18 pulsos.
Harmonics are a challenge for Electrical Engineering, there is still no technique that totally
eliminates the harmonic content injected into the network by non-linear loads. There are rather
techniques for mitigation that considerably reduce the harmonic content in the electrical
network. High harmonic distortion of current (DHTi) in the mains can cause, losses in the same,
malfunction and even damage equipment. Nowadays in many equipments that need a
conversion CA-DC of energy use three-phase rectifiers of six pulses, the rectifier presents /
displays a high harmonic index and consequently low power factor (PF), however, not the
whole harmonic spectrum only the K. P ± 1 (K = 1, 2, 3 ...) and P is the number of pulses. The
multipulse rectifiers take advantage of this property of the six-phase three-phase bridges and
are formed by two or more bridges and a phase-shifting transformer to fit as tensions that fed
as bridges. Thus, a 12-pulse rectifier displays only K. 12 ± 1 (K = 1, 2, 3 ...), 11 °, 13 °, 23 °,
25 °, and 18-pulse K. 18 ± 1 (K = 1, 2, 3 ...), 17 °, 19 °, 35 °, 37 °, etc. Therefore, the higher the
number of pulses the smaller the harmonic content and the higher the FP. An application was
developed to simulate and perform calculations related to 12- and 18-pulse rectifier designs
with differential transformer connections (Star and Delta), in this case, non-isolated rectifiers
that use autotransformers in their structure. One of the advantages is a reduction of the weight
and volume of the structure.The objective of this course completion work is to validate this
project developed a complete project from the simulation to an implementation and obtaining
experimental results of an 18 pulse rectifier.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................. 14
1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 16
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 16
1.2.2 Objetivo Específico ........................................................................................ 16
1.3 METODOLOGIA, MATERIAIS E MÉTODOS UTILIZADOS ............................ 17
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...................................................................... 17
7 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 66
7.1 CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................... 66
7.2 TRABALHOS FUTUROS..................................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
O objetivo geral está embasado no estudo dos retificadores de multipulsos como forma
aliada ao sistema elétrico para a redução harmônica na rede, o foco do trabalho foi a conexão
Estrela diferencial de 18 pulsos, utilizando o aplicativo para projeto de retificadores de 12 e 18
pulsos com conexões diferencias de transformador desenvolvido pelo engenheiro Tércio
Magalhães Silva e a ferramenta de simulação Orcad versão estudantil.
A ferramenta possibilita obter as principais formas de onda de tensão e corrente para
estes retificadores, assim como, as possíveis conexões dos enrolamentos do autotransformador
para os diferentes valores de tensão média na carga. O aplicativo também gera todos os valores
das tensões e correntes nos enrolamentos do autotransformador e os valores de projeto como
tamanho do núcleo, número de espiras para o mesmo. Além disso, o aplicativo apresenta alguns
parâmetros relacionados a qualidade de energia destes equipamentos como FP e DHTi. Assim,
esta ferramenta não só aproximará os estudantes e engenheiros deste tipo de topologia, mas
também possibilitará os mesmos a implementação destes retificadores através dos dados de
projeto que o aplicativo disponibiliza.
A análise da topologia escolhida foi realizada através do aplicativo, simulação digital e
por fim foi implementada através de um protótipo com tensão de saída de 380 V e potência
total de 1 kW.
2.2.1 Configuração A
A partir das tensões Vc1 e Vb3, dos respectivos enrolamentos auxiliares Nc1 e Nb3 é
possível obter a tensão resultante VR1, de forma análoga o mesmo ocorre para obter as outras
tensões secundárias.
Na Figura 2 (a), representa o diagrama fasorial do sistema trifásico de tensões primárias
(Va, Vb e Vc) e os sistemas trifásicos das tensões secundárias defasadas, sendo (VR1, VS1 e VT1)
sistema em avanço e (VR2, VS2 e VT2) em atraso. Já na Figura 2 (b) apresenta como é feito a
ligação dos enrolamentos secundários para a conexão Estrela - Diferencial generalizada de 18
20
pulsos, lembrando que para o conversor de 12 pulsos não são necessários os enrolamentos de
índices “n”.
De acordo com Oliveira (2011) esta configuração é chamada de genérica, pois a partir
dela podem-se gerar conexões elevadoras ou abaixadoras de tensão para conversores de 12 e
18 pulsos com topologia Estrela – diferencial.
Para a configuração A, tem-se três possibilidades de conexões dos enrolamentos
secundários, na Figura 4 é representado o diagrama fasorial para cada um dos casos, quando a
tensão nos enrolamentos auxiliares é positiva, quando uma é positiva e a outra negativa e
quando as duas são negativas.
Aplicando a lei dos senos a partir dos diagramas da Figura 4 é obtido as expressões de (1)
a (6), para determinar as tensões Vb3 e Vc1, para cada caso.
Sendo Vx uma tensão auxiliar entre o ponto neutro, o ângulo auxiliar entre Vx e Va e
o ângulo que determina a operação do conversor em 12 pulsos ( = 15º) ou 18 pulsos ( =
20º).
22
Para este caso a tensão resultante VR1 é menor que a tensão de entrada e o ângulo auxiliar
é maior que o ângulo , tem-se, então, uma conexão abaixadora (step-down).
Lei dos Senos
= = (1)
sen(120° + ) sen(60° − ) sen( − )
= = (2)
sen(60°) sen(120° − ) sen( )
A tensão negativa em Vb3, indica que a polaridade do enrolamento Nb3 deve ser
invertida. Nesta configuração a tensão secundária resultante pode ser maior, menor ou igual a
tensão de entrada e o ângulo fica entre e 0º.
Lei dos Senos
= = (3)
sen(60°) sen(120° − ) sen( )
−
= = (4)
sen(60° − ) sen(120° + ) sen( − )
Neste caso, a tensão resultante VR1 é maior que a tensão de entrada e varia entre 0º a
-60º, tem-se, então, uma conexão elevadora (step-up).
Lei dos Senos
−
= = (5)
sen(120°) sen(60° + ) sen(− )
−
= = (6)
sen(60° − ) sen(120° + ) sen( − )
23
3∙
= tan − 60° (8)
2∙ ∙ √3 ∙ cos( ) − sen( ) − √3 ∙
= − (9)
= = = = (10)
A relação de espira entre Va e Vc1 ou Vc’, definem Kb e Kb’, como se pode ver na
expressão (11).
= = = = (11)
Enfim a equação (12), apresenta a relação entre Va e Vb3, que define Kc e a relação entre
Va e Va3’, define Kc’.
= = = = (12)
Conexão Aberta
De acordo com Oliveira (2008), os conversores de 12 pulsos podem ser obtidos a partir
de dois sistemas trifásicos, defasados de 30º entre si. Nesta conexão cada ponta da estrela gera
outras três novas conexões em estrelas, que são responsáveis por alimentar as pontes.
Conexão fechada
Dessa forma, esta conexão apresenta valores de tensão reduzidos tanto em relação a
conexão aberta como em relação a tensão de referência.
Conexão Aberta
De acordo com SILVA (2016), os enrolamentos com índice ‘a’ pertencem a uma única
perna do núcleo. Todavia as tensões que estão nesses enrolamentos estão na mesma fase, e os
27
sentidos dos enrolamentos são determinados pelas marcas de polaridades. O mesmo se repete
para os conjuntos de enrolamentos ‘b’ e ‘c’. Sendo que os enrolamentos secundários são todos
idênticos e com número de espira menor que o primário.
Conexão fechada
2.4.1 Configuração C
A Figura 12 mostra como os enrolamentos auxiliares são ligados entre se para obter as
tensões resultantes secundárias a partir da configuração C em Delta.
Para a topologia em Delta – diferencial a análise feita para as tensões é análoga a
topologia Estrela – diferencial de autotransformador, embora, as tensões aplicadas sobre os
enrolamentos primários sejam tensões de linha.
Na Figura 13, representa o diagrama fasorial do sistema trifásico de tensões primárias
(Vab, Vbc e Vca), as tensões de fase e de linha dos sistemas trifásicos das tensões secundárias
defasadas, sendo (VR1, VS1 e VT1) e (VRS1, VST1 e VTR1) sistema em avanço em relação a º, (VR2,
VS2, e VT2) e (VRS2, VST2 e VTR2) em atraso de º e o sistema em fase com as tensões primárias
29
(VRn, VSn, VTn). O sistema de tensão em fase não é necessário para o conversor de 12 pulsos,
válido apenas para o conversor de 18 pulsos.
Para gerar o terceiro sistema trifásico de tensões em fase, o conversor Delta-diferencial
de 18 pulsos necessita de dois enrolamentos auxiliares a mais por fase em relação a topologia
Estrela – Diferencial, que necessita apenas de um enrolamento auxiliar.
A Figura 14 apresenta como é feito a ligação em Delta entre os enrolamentos primários
sobre o núcleo magnético e como os enrolamentos secundários são dispostos sobre o mesmo.
Para a conexão Delta de 18 pulsos ( =20º), 18 enrolamentos secundários e na conexão
de 12 pulsos ( =15º), apenas 12 enrolamentos secundários, a diminuição na quantidade de
enrolamentos do conversor de 12 pulsos em relação ao de 18 pulsos é devido aos enrolamentos
de índices “n” e “n1” não serem necessários.
Aplicando a lei dos senos a partir dos diagramas da Figura 15 é obtido as expressões
de (13) a (18), para determinar as tensões Vca1 e Vbc3, para cada caso.
31
Para este caso a tensão resultante VR1 é menor que a tensão de entrada, em consequência
disto é chamada de conexão abaixadora (step-down).
Lei dos Senos
= = (13)
sen(30°) sen(150° − ) sen( )
= = (14)
sen(90° + ) sen(90° − ) sen( − )
A tensão negativa em Vb3, indica que a polaridade do enrolamento Nb3 deve ser invertida.
Nesta configuração a tensão secundária resultante pode ser maior, menor ou igual a tensão de
entrada e o ângulo fica entre e 0º.
Lei dos Senos
= = (15)
sen(30°) sen(150° − ) sen( )
−
= = (16)
sen(90° − ) sen(90° + ) sen( − )
O terceiro e último caso a tensão resultante VR1 é maior que a tensão de entrada e varia
entre 0º a -30º, tem-se, então, uma conexão elevadora (step-up).
Lei dos Senos
−
= = (17)
sen(150°) sen(30° + ) sen(− )
−
= = (18)
sen(90° − ) sen(90° + ) sen( − )
32
Usando as expressões de (13) a (18) e isolando Vx, uma única expressão é obtida
possibilitando apresentar as tensões dos enrolamentos secundários em função de apenas três
variáveis, tensão de referência (Va), ângulo (ângulo auxiliar) e . A expressão unificada é
apresentada na equação (19) e possibilita encontrar os valores das tensões, VR1, Vca1 e Vbc3.
√3 ( ∙ cos( ) − )
∆ = − tan ∙ (20)
3 ∙ cos( )
Para obter um terceiro sistema trifásico secundário em fase com a rede, a conexão Delta-
diferencial, apresenta dois enrolamentos a mais por fase, Nabn e Nabn1, que geram as tensões Vabn
e Vabn1 em fase com Vab, pois são montados na mesma perna do núcleo junto com o enrolamento
primário Nab, isso vale também para os enrolamentos Nbcn, Nbcn1, Ncan e Ncan1. Somando as
tensões Va, Vabn e Vcan1 se obtém VRn, que deve está em fase com a referência e possuir a mesma
amplitude que VR1 e VR2, isso é apresentado na Figura 15(d). A amplitude da tensão dos
enrolamentos Nabn e Nabn1 são iguais e são calculados da mesma forma através da equação (21).
−
= = (21)
2 ∙ cos(30°)
−
= (22)
sen(60°)
sen(30°) ∙ ( − )
= (23)
sen(60°)
33
Figura 16 - Diagrama fasorial para tensão secundária gerada em fase com a referência (Vabn' e Vbcn').
O sistema em fase gerado pela soma das tensões Va, Vabn e Vabn1, define a relação de
espiras Ka entre a tensão primária de linha Vab e as tensões Vabn ou Vabn1. Para o sistema em fase
obtido pela soma Va, Vabn’ e Vbcn1’, define a relação Ka’ entre a tensão Vab e Vabn’, para a relação
entre a tensão Vab e Vbcn1’ é definida a relação Ka”.
Para a relação da tensão Vab e as tensões secundárias Vca1, Vab1’ e Vab1” é definido a
relação de espiras Kb, Kb’ e Kb” respectivamente. A relação da tensão Vab e as tensões
secundárias Vbc3, Vbc3’ e Vca3” é definido a relação de espiras Kc, Kc’ e Kc” respectivamente.
Além disso, vale ressaltar que os enrolamentos de índices “1” e “2” têm a mesma relação
de espiras (Kb, Kb’ e Kb”) e para os enrolamentos de índices “3” e “4” têm a mesma relação de
espiras (Kc, Kc’ e Kc”).
Conexão plana
Conexão aberta
Segundo Seixas (2001), o nome de conexão delta diferencial aberta de 12 pulsos vem
do fato de que os seus enrolamentos secundários são colocados no vértice do triângulo em
35
Nessa conexão as tensões de saída são maiores que a conexão plana e em relação as
tensões de referência de fase também e a defasagem é mantida de 30º.
Conexão fechada
Está conexão é obtida devido seus enrolamentos secundários estarem paralelo aos lados
adjacentes, na Figura 19 é possível observa de forma mais clara a disposição dos enrolamentos,
por isso o nome de conexão fechada.
Uma terceira ponte de seis pulsos é ligada ao sistema diretamente pela fonte de
alimentação, sendo este a própria referência de tensões, passando de 15º da conexão de 12
pulsos para 20º na conexão de 18 pulsos.
37
2.6 CONCLUSÕES
Nesse capítulo foi apresentado o estudo dos retificadores com conexão diferencial
generalizada para autotransformador que são de grande importância para execução de projeto.
A complexidade está nas ligações especiais do transformador que são responsáveis por
gerar as tensões e defasagens necessárias para a composição dos pulsos, eles agregam muito
peso e volume ao sistema a que são coligados. Nas estruturas multipulsos não isoladas, estes
parâmetros podem ser drasticamente reduzidos quando comparados a transformadores isolados.
Em aplicações onde a isolação não é necessária a melhor opção é a utilização de
conversores multipulsos não - isolados. Pois apresentam grande robustez, confiabilidade e
baixo custo na sua implementação, além de serem formados por elementos passivos (diodos),
não requerem técnicas de controle e podem ser utilizados como retrofit em inversores de
frequência substituindo a ponte retificadora convencional de seis pulsos presente nestes
inversores.
A vantagem do peso e volume reduzidos faz das conexões diferenciais uma ótima
escolha, também nesta topologia é possível escolher um valor de tensão secundária para
qualquer valor de tensão de entrada, facilitando assim a utilização do retificador multipulso para
qualquer sistema que deseja ser implementado de acordo com a escolha do projetista.
Todo o equacionamento apresentado permite que qualquer configuração seja
implementada de forma adequada. O desenvolvimento matemático foi apresentado
detalhadamente para as configurações A e C das topologias Estrela e Delta respectivamente.
38
Após a escolha da conexão o usuário é direcionamento através de uma nova aba para o
ambiente de simulação e projeto da Figura 23, onde o app irá fornecer os dados iniciais como,
tensão de alimentação (Va), tensão média na saída (Vo) e a potência (Po).
Logo abaixo o programa oferece ao usuário a opção para exibição das formas de ondas
de correntes e tensões: tensão de saída (Vo), tensão de entrada (Va, Vb e Vc), tensões no
secundário do transformador (Vr1, Vr2, Vrn, Vs1, Vs2, Vsn, Vt1, Vt2 e Vtn), correntes primárias
(Ia, Ib e Ic), correntes nas fases da rede (Iai, Ibi e Ici) e as correntes secundárias (Irn, Ir1, Ir2,
Isn, Is1, Is2, Itn, It1 e It2). De forma pré definida ele já vem com algumas opções selecionadas,
mas deixando sempre a cargo do usuário escolher quais formas de onda deseja.
40
Fornecidos os dados iniciais basta clicar no botão start e ao lado direito é apresentado
um esquema da conexão, com os enrolamentos dispostos de acordo com sua polaridade e o
programa apresentará as formas de onda logo abaixo do menu de seleção, de acordo com a
Figura 24.
E por fim, os dados de projeto, conforme a Figura 26. Inicialmente devem ser fornecidos
alguns parâmetros como: indução magnética (Bm), tamanho da lâmina (D), espessura da
lâmina, densidade de corrente e empilhamento novo, onde deve ser maior que o empilhamento
calculado. Todos esses dados são encontrados a partir dos valores obtidos em resultados.
Pressionando o botão calcular, após todos os dados serem inseridos, é especificado os
componentes, bitola do fio, quantidade de espiras, empilhamento calculado, perdas no ferro e
no cobre, possibilidade de execução, etc.
De acordo com Silva (2016) para alterar os dados do circuito, ou para fazer uma nova
simulação, basta alterar os valores da tensão de entrada (Va), tensão de saída (Vo) e da potência
do circuito (Po), selecionar as formas de onda desejadas e clicar novamente no botão “START”.
As formas de onda e os resultados irão atualizar automaticamente. Caso o usuário deseje
simular os outros tipos de conexões, basta retornar a página inicial e selecionar um dos circuitos.
O processo é o mesmo para todos.
A conexão escolhida para implementação é a estrela diferencial de 18 pulsos e os
resultados apresentados pelo aplicativo serão comparados com outro software de simulação
para comprovação dos dados no capitulo 4.
3.5 CONCLUSÕES
200V
0V
-200V
-400V
0s 50ms
V(Lc4:1) V(Lan:2) V(Lb3:1)
Time
390V
380V
370V
360V
350V
340V
0s 2ms 4ms 6ms 8ms 10ms 12ms 14ms 16ms 18ms 20ms
V(I3:+,I3:-) V(I2:+,I2:-) V(I1:+,I1:-)
Time
0.5A
0A
-0.5A
-1.0A
0s 40ms
-I(La) -I(Lb) -I(Lc)
Time
2.0A
0A
-2.0A
-4.0A
0s 50ms
I(Vc) I(Vb) I(Va)
Time
4.3 CONCLUSÕES
Figura 36 - Taxa KVA versus Relação de tensão primaria e secundária para retificadores Estrela –
diferencias de 18 pulsos configuração A e B.
A potência aparente total é calculada de acordo com as equações (24) a (27) Oliveira
(2011).
= (24)
=3∙ ∙ (25)
+
= (27)
2
Temos:
,
∙ 10
= (28)
4,44 ∙ ∙ ∙ ∙
50
Os valores escolhidos para (Ku) e (Kj) são tabelados, (Ku) fator de utilização das janelas
e (Kj) constante de temperatura para uma elevação máxima de 25ºC e temos também na equação
a frequência de operação (f).
A lâmina utilizada para o projeto será o modelo 6HS-300-TF, perna curta da empresa
TESSIN e têm as dimensões de acordo com a Figura 37, para D = 3 cm (dimensão da Perna
central).
Dimensões:
A: (5 ∙ D) = 15 cm F: F= D = 3 cm
B: (3,5 ∙ D) = 10,5 cm G: G = D = 3 cm
C: C = D = 3 cm H: D / 2 = 1,5 cm
D: 3 cm I: (4 ∙ D) = 12 cm
E: E = D = 3 cm J: 9 mm
= 2,5 ∙ ∙ (29)
2
= ∙ (30)
3
Sendo:
Ac: Seção Transversal do Núcleo Magnético
Aj: Área da janela
= (31)
= ∙ (32)
Com o novo valor de Ac calculado, isso afetará os cálculos feitos anteriormente para
equação (28) e (30), alterando os valores de Ap e da indução magnética que serão calculados
novamente a partir da equação (33) e (34).
52
3
= ∙ ∙ (33)
2
∙ 10
= (34)
( )
, ∙ 4,44 ∙ ∙ ∙
10
= ∙ = (35)
4,44 ∙ ∙ ∙
Após o cálculo da quantidade de espiras é preciso saber a área da seção do fio a ser
utilizado, com os valores das relações de espiras apresentadas nas equações de (10) a (12) é
possível obter o valor eficaz da corrente primária para a configuração A de 18 pulsos em estrela.
A corrente primaria é escrita em função da corrente de carga I0 e das relações de espiras,
já a corrente secundária é dada somente em função da corrente de carga I0 sendo a mesma para
os enrolamentos auxiliares, como mostra as formulas (36) a (38) (OLIVEIRA, 2011).
= (36)
√2 ∙ 7 1 3 8 2 2
= ∙ + + − − + (37)
9 ∙ ∙ ∙
2∙
= (38)
3 ∙ √6
Com os valores das correntes em cada enrolamento a seção do fio utilizado pode ser
calculado em relação a densidade de corrente pela equação (39).
= =( ) (39)
53
Sabendo o número de espiras para cada enrolamento e a seção dos fios é possível
calcular a seção do cobre enrolado através da equação (40).
∙ 10
= ≥3 (41)
_
_ ∙ ∙
= = ( ) (43)
100
Sendo:
: densidade do cobre igual a 8,9 g/cm3
= ∙ ∙ (44)
Sendo:
: resistência aproximada do cobre (Ω/m).
54
Feito o cálculo das resistências é obtido as perdas no cobre para cada enrolamento pelas
equações (45) a (48) e depois são todas somadas para se obter a perda total pelo cobre na
equação (49).
=3∙ ∙ (45)
=6∙ ∙( ) (46)
=6∙ ∙( ) (47)
= 3∙ ∙( ) (48)
= + + + (49)
Para o cálculo do peso e volume do ferro é preciso avaliar a superfície frontal do núcleo
em centímetros quadrados, que é dada pela equação (50):
= (5 ∙ ∙ 4,5 ∙ ) − (2 ∙ ) (50)
ú = ∙ (51)
ú ∙
ú = (52)
1000
Sendo:
: peso específico do ferro = 7,65 g/cm3
Af: Área frontal
A perda no ferro é obtida pela equação (53) e ocorrem devido a histerese magnética e
correntes parasitas no ferro.
55
= ∙ ú (53)
Sendo:
: perda magnética 2,13 (W/kg).
= + (54)
= (5 ∙ + )∙5∙ ∙( + ) (55)
5.3 CONCLUSÕES
Figura 39 - Tensões secundárias VR1, VR2 e VRn: (a) Protótipo, escalas 4ms/div e 200 V/div.
(b) Pspice.
(a)
400V
200V
0V
-200V
-400V
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
V(Lc4:1) V(Lan:2) V(Lb3:1)
Time
(b)
Fonte: Dados do autor.
Figura 40 - Tensão de entrada: (a) Protótipo, escalas 4ms/div, 200V/div e (b) Pspice.
(a)
400V
200V
0V
-200V
-400V
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
V(Vc:+) V(Vb:+) V(Va:+)
Time
(b)
Fonte: Dados do autor.
59
Figura 41 - Tensão média na saída: (a) Protótipo, escalas 2ms/div, 100V/div. e (b) Pspice.
(a)
420V
400V
380V
360V
340V
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
V(D13:2,D14:1) V(D11:2,D12:1) V(D5:2,D6:1)
Time
(b)
Fonte: Dados do autor.
saturação e a corrente suportada pelas pontes retificadoras que constituem o conversor é de até
25 A.
Figura 45 - Tensões Secundárias VR1, VR2 e VRn: (a) Protótipo, escalas 4ms/div e 100 V/div e (b)
Pspice
(a)
200V
100V
0V
-100V
-200V
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
V(Lc4:1) V(Lan:2) V(Lb3:1)
Time
(b)
Fonte: Dados do autor.
Na Figura 46 é apresentado a forma de onda da tensão de entrada e exibem mesma
amplitude.
62
Figura 46 - Tensões de entrada R, S e T: (a) Protótipo, escalas 4ms/div, 100V/div e (b) Pspice.
(a)
200V
100V
0V
-100V
-200V
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
V(Vc:+) V(Vb:+) V(R1:1)
Time
(b)
Fonte: Dados do autor.
Figura 47 - Tensão média na saída: (a) Protótipo, escalas 2ms/div, 50V/div e (b) Pspice.
(a)
190V
180V
160V
150V
0s 2ms 4ms 6ms 8ms 10ms 12ms 14ms 16ms 18ms 20ms 22ms 24ms 26ms
V(L30:1,D14:1) V(L29:1,D12:1) V(L28:1,D6:1)
Time
(b)
Fonte: Dados do autor.
63
A Figura 48 apresenta as correntes de rede de cada fase, elas são simétricas entre si e de
mesma amplitude. Pelo fato de a corrente apresentar um valor baixo, o transformador não estar
sendo alimentado com a tensão para que foi projetado, houve uma grande influência do fator
de acoplamento das indutâncias que na simulação é ideal igual a 1 e na realidade isso não
acontece, devido as dispersões que são ocasionadas na prática, pelo processo construtivo.
A Figura 48 (c) apresenta a forma de onda da corrente na rede através do software com
o fator de acoplamento diferente da unidade, percebe-se que esta forma de onda se aproxima
mais da realidade encontrada nos ensaios.
Figura 48 - Correntes de rede IA, IB e IC: (a) Protótipo, escalas 2ms/div, 2A/div, (b) Pspice e (c) Pspice
com fator de acoplamento de 0,999.
(a)
5.0A
0A
-5.0A
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
-I(Va) -I(Vb) -I(Vc)
Time
(b)
5.0A
0A
-5.0A
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
-I(Va) -I(Vb) -I(Vc)
Time
(c)
Fonte: Dados do autor.
64
Figura 49 - Correntes primárias Ia, Ib e Ic: (a) Protótipo, escalas 4ms/div, 1A/div e (b) Pspice.
(a)
2.0A
1.0A
0A
-1.0A
-2.0A
0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms 45ms 50ms
I(Lc) I(Lb) I(La)
Time
(b)
Fonte: Dados do autor.
(a)
65
6.0A
5.0A
4.0A
3.0A
2.0A
1.0A
0A
0Hz 0.4KHz 0.8KHz 1.2KHz 1.6KHz 2.0KHz 2.4KHz 2.8KHz 3.2KHz 3.6KHz 4.0KHz
I(R1)
Frequency
(b)
Fonte: Dados do autor.
6.4 CONCLUSÕES
7 CONCLUSÕES
O aplicativo fornece 4 tipos de topologia e para esse trabalho foi validado apenas uma,
a conexão estrela diferencial de 18 pulsos, como forma de validar todas as conexões para o
aplicativo Web Multitrafo, se faz necessário a implementação para as outras topologias
presentes, como forma de garantia total para qualquer conexão diferencial, projetando com
outros tipos de tensões de entrada, tensão média na saída e potência.
68
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS