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ITAJUBÁ – MG
2024
VLADIMIR RODRIGUES LEMES GONGORA
ITAJUBÁ – MG
2024
FOLHA DE APROVAÇÃO
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por estar ao meu lado em todos momentos, sendo a fonte da minha
força interior, meu refúgio e refrigério. Ele é o centro de tudo.
Aos meus pais, familiares e amigos, incluindo meu grande parceiro canino, o Bepo.
A minha mãe Divina, por seu amor e dedicação irrestritos. Ela sempre me educou
destacando a importância de se ter princípios essenciais em minha vida, como o respeito ao
próximo, honestidade e a ética. Também sempre me conscientizou e orientou sobre a
importância do empenho aos estudos, afinal, os conhecimentos obtidos ao longo da vida, são
fontes inesgotáveis de possibilidades de crescimento. Mamãe, você é um exemplo para mim e
sou muito agradecido por ser seu filho. Espero que este ciclo que se encerra em minha vida,
deixe-a orgulhosa.
Para minha esposa Priscila. Desde que nos conhecemos, ela sempre me incentivou
retornar à minha vida acadêmica. Honestamente, quando você exerce sua profissão de
engenheiro no âmbito industrial por mais de uma década e meia, possuindo uma carreira
consolidada, isso parece intangível. No entanto, com seu amor e carinho (e muita insistência!),
me convenceu a me permitir tentar. Lembro inclusive, que ela me ajudou a formatar meu
“projeto de pesquisa”, de última hora, para que eu pudesse atender os requisitos de participação
do certame. Em suma, ingressar na pós-graduação ampliou meus horizontes e me trouxe muita
alegria. Obrigado por seu amor e parceria, inclusive cuidando da nossa querida filha Manuela
(aqui também agradeço o apoio da minha mãe), nos momentos em que tive que me ausentar em
atenção ao mestrado.
E como não agradecer a minha amada filha? Com apenas um ano e meio, esta pequenina
mudou totalmente os rumos da vida de um homem de quase 40 anos, com um monte de
conceitos e modelos mentais prévios. Sem dúvidas, essa mudança foi uma das melhores coisas
que já me aconteceu. Você é luz, Manu! Nossas brincadeiras, cantorias animadas, gargalhadas
e passeios são presentes inestimáveis para mim. Até nos momentos difíceis, os dias distantes,
ou de suas batidas na porta chamando o “papai” enquanto estudava, foram de fundamental
importância para eu ter forças e poder chegar aqui.
Sem dúvidas, minha família é minha vida. Amo vocês três!
Ao meu orientador, professor Paulo Fernando Ribeiro. Falar de sua história e
conhecimento técnico-profissional é “chover no molhado”; mas sempre importante de ser
destacado. Agradeço pelas orientações assertivas, sabedoria, disponibilidade de tempo e
compartilhamento de conhecimento; foram momentos de grande aprendizagem. Sua postura
como educador é motivadora. Nunca vou me esquecer da primeira disciplina que fiz no
mestrado, com o senhor lecionando. Abordávamos temas filosóficos e éticos dentro da pesquisa
e de desenvolvimento tecnológico para a engenharia. Eu pensava: “Engenharia + ética +
filosofia, isso existe?”. Sim! E ter a possibilidade de discutir temas não cartesianos, sob outras
perspectivas, é uma oportunidade única. Os livros e artigos indicados, além de seus textos
publicados são estimulantes.
Ao meu coorientador, professor Maurício Campos Passaro. Sua atenção e orientações
também foram imprescindíveis nesta produção acadêmica. Obrigado pelos ensinamentos
técnicos, conversas, e pelo tempo disponibilizado. E foi muito tempo, hein? Um verdadeiro
“intensivão” nos programas ANAREDE e ANATEM. Mas, honestamente, não fiquei surpreso,
pois como dizem por aí, os italianos são “tutti buona gente”. Realmente, o Maurício é. Sua
história profissional e pessoal também são exemplares, sendo inspiração para minha caminhada
nestes quase dois anos.
A UNIFEI e aos excelentes professores que tive oportunidade de conhecer neste período.
A todos os colegas e outras pessoas que fazem parte da instituição e que colaboraram direta ou
indiretamente em todos este processo. Em especial, ao coordenador da Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica, professor Gabriel Antonio Fanelli de Souza sempre solicito
e atencioso. E também a Eliane Cristóvão pelo acolhimento e apoio em minha chegada em
Itajubá.
Agradeço também, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(Fapemig) pelo apoio e recursos disponibilizados.
Sou grato e reconheço todas as oportunidades e vivências que tive neste período. Me
dediquei e esforcei, e, espero que tenha retribuído na mesma medida a todas estas pessoas.
Esta dissertação é fruto de todos estes momentos, experiências e apoios.
RESUMO
The electrical power system faces constant changes, adapting gradually to the demands that
shape it. In the last decade, growing concern regarding the energy transition has diversified the
energy generation matrix plural. Despite the benefits of this new reality, which include
contributing to the decarbonization of the planet, the increasing use of renewable sources, such
as wind power and solar, results in a weakening electrical grid. It occurs due to the inherent
characteristics of these energy sources, such as low production of reactive energy and inertia,
high intermittency, and no contribution to the short-circuit capacity. Considering this fact, the
importance of utilizing reactive power compensation technology to attenuate electrical
transients can lead to various disturbances, such as blackouts. In this context, synchronous
condensers are a reemerging technology and are a more efficient solution because they are
capable of increasing grid inertia, to collaborate with the short-circuit capacity of the electrical
power system. This dissertation aims to analyze the consequences of integrating a large number
of renewable energy sources into the electrical system, in addition to evaluating the
effectiveness of three types of reactive compensators: synchronous condenser, static
synchronous compensator (STATCOM), and the static VAR compensator (SVC). In addition to
the theoretical study of each technology, simulations were conducted using suitable software,
adapting an existing electrical power system to this new operational reality. Through the
comparative evaluation of the effectiveness of each reactive compensation technique, efforts
actively sought to identify solutions contributing to mitigating potential electrical instabilities
and, ultimately, to providing support for the development of new knowledge and understanding
regarding the diverse and modern energy matrix. This initiative results in an electrical system
operating with high performance, reliability, and resilience.
FIGURA 101 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 20 – TUCANO). ........... 140
FIGURA 102 – ANÁLISE 07: GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES
REATIVAS PARA A FREQUÊNCIA. ........................................................................... 142
FIGURA 103 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). 142
FIGURA 104 – ANÁLISE 07: GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES
REATIVAS PARA A TENSÃO. ................................................................................... 144
FIGURA 105 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 144
FIGURA 106 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). 146
FIGURA 107 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 148
FIGURA 108 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 20 – TUCANO). ..... 149
FIGURA 109 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 251 – URUBU). ............ 150
FIGURA 110 – GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES REATIVAS PARA A
FREQUÊNCIA. ...................................................................................................... 154
FIGURA 111 – ANÁLISE 09: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). . 155
FIGURA 112 – GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES REATIVAS PARA A
TENSÃO. .............................................................................................................. 156
FIGURA 113 – ANÁLISE 09: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 157
LISTA DE TABELA
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 19
1.1 Contextualização do Tema Abordado ................................................................................. 19
1.2 Estruturação do Sistema Elétrico Brasileiro ....................................................................... 23
1.3 Energias Renováveis e Compensação Síncrona Integrada ao SIN ..................................... 24
1.4 Mudanças das Características do SEP e Ocorrência de Grandes Distúrbios ...................... 26
1.5 Objetivos e Metas a Serem Alcançadas .............................................................................. 30
1.6 Estruturação da Dissertação................................................................................................ 31
2. MAPEAMENTO BIBLIOGRÁFICO E REFERENCIAL TEÓRICO ................................ 34
2.1 Base de Dados: Compensadores Síncronos ........................................................................ 35
2.2 Base de dados: Compensadores Síncronos “E” Energias Renováveis ............................... 39
2.3 Base de dados: Compensadores Síncronos “E” Energia Eólica “OU” Fotovoltaica .......... 42
3. FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS ......................................................................... 45
3.1 Energia Eólica..................................................................................................................... 45
3.1.1 Tipos de aerogeradores .................................................................................................... 48
3.2 Energia Solar ...................................................................................................................... 51
3.2.1 Modelagem matemática de um painel FV ....................................................................... 51
4. ESTABILIDADE DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA ..................................... 54
4.1 Equação de Oscilação e Momento de Inércia ..................................................................... 55
4.2 Estabilidade Angular do Rotor ........................................................................................... 60
4.3 Estabilidade de Tensão ....................................................................................................... 65
4.4 Estabilidade de Frequência ................................................................................................. 69
5 CONCEITOS DE POTÊNCIA E COMPENSAÇÃO REATIVA .......................................... 71
5.1 Potências Em Sistemas de Corrente Alternada ................................................................... 71
5.2 Compensação de Potência Reativa em Sistemas Elétricos de Potência ............................. 76
5.2.1 Flexible Alternating Current Transmission System (FACTS) ......................................... 76
5.2.2 Static VAR Compensation - SVC ..................................................................................... 79
5.2.3 Static Synchronous Compensator – STATCOM.............................................................. 83
5.2.4 Compensador Síncrono Rotativo – CSR ......................................................................... 85
5.3 Comparação Entre Compensadores Reativos ..................................................................... 90
5.3.1 Visão geral ....................................................................................................................... 90
5.2.2 Análise técnica comparativa ............................................................................................ 91
5.2.3 Análise dos custos de implementação de soluções para compensação de reativos ......... 92
5.2.4 Sumarização da comparação ........................................................................................... 94
6. MODELAGEM DE UM SEP COM FONTES RENOVÁVEIS E COMPENSAÇÃO
REATIVA.................................................................................................................................. 96
6.1 Sistema Brazilian Birds ...................................................................................................... 96
6.2 Adequação do SBB para o Estudo de Caso ........................................................................ 98
6.2.1 Aplicação da geração eólica ao SBB ............................................................................. 101
6.2.2 Aplicação da geração fotovoltaica no SBB ................................................................... 104
6.2.3 Aplicação do SVC ao SBB ............................................................................................ 105
6.2.4 Aplicação do STATCOM ao SBB ................................................................................. 107
6.2.5 Aplicação do CSR ao SBB ............................................................................................ 108
7. SIMULAÇÕES E ANÁLISES DOS RESULTADOS ........................................................ 111
7.1 Análise 01: Inserção de Fonte de Energia Eólica no SBB ................................................ 113
7.2 Análise 02: Inserção de Fonte de Energia Fotovoltaica no SEP....................................... 117
7.3 Análise 03: Comparação das Resultantes das Fontes Renováveis Dentro do SBB .......... 121
7.4 Análise 04: Inserção de Compensadores Reativos – SVC ............................................... 125
7.4.1 SBB + EOL + SVC ........................................................................................................ 125
7.4.2 SBB + UFV + SVC ....................................................................................................... 127
7.5 Análise 05: Inserção de Compensadores Reativos – STATCOM ..................................... 128
7.5.1 SBB + EOL + STATCOM ............................................................................................. 129
7.5.2 SBB + FV + STATCOM ................................................................................................ 130
7.6 Análise 06: Inserção de Compensadores Reativos – CSR................................................ 132
7.6.1 SBB + EOL + CSR ........................................................................................................ 132
7.6.2 SBB + FV + CSR .......................................................................................................... 134
7.7 Análise 07: Comparação entre SVC, STATCOM e CSR no SEP com EOL e FV ........... 135
7.7.1 SBB + EOL + Compensação de Reativos ..................................................................... 136
7.7.2 SBB + FV + Compensação de Reativos ........................................................................ 141
7.8 Análise 08: Uso do CSR + VI no SEP com EOL e FV ................................................... 145
7.8.1 SBB + EOL + CSR + VI ............................................................................................... 146
7.8.2 SBB + FV + CSR + VI ................................................................................................. 148
7.9 Análise 09: SBB com EOL + FV e Compensadores Reativos ......................................... 150
7.9.1 SBB + EOL + UFV + aplicação da compensação reativa ............................................. 153
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 158
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 163
APÊNDICE A – TABELA DE DADOS (ANAREDE): CASOS, FLUXO DE POTÊNCIA E
DESPACHO DE GERAÇÃO DE ENERGIA ........................................................................ 171
APÊNDICE B – TABELA DE DADOS (ANATEM): CASOS, FLUXO DE POTÊNCIA E
DESPACHO DE GERAÇÃO DE ENERGIA ........................................................................ 172
ANEXO A – DADOS GERAIS DO SISTEMA BRAZILIAN BIRDS ................................. 174
19
1. INTRODUÇÃO
Segundo a IRENA,
várias tendências estão modelando uma transição energética em
desdobramento e dando uma indicação de sua direção. Primeiro, os custos das
tecnologias renováveis decaíram ao ponto de a nova eletricidade baseada em
fósseis não ser mais uma opção atraente. Segundo, o progresso no setor
energético está se espalhando para os usos finais, permitindo uma
reformulação das possibilidades com a abundância das opções renováveis
disponíveis. Terceiro, um consenso se formou ditando que uma transição
energética baseada em fontes renováveis de energia e tecnologias eficientes é
o único método que nos dá uma chance de combater e limitar o aquecimento
global até 2050 em 1,5°C [1].
O Brasil, que à época do acordo de Paris, possuía protagonismo nas questões referentes
ao clima, assumiu o compromissos de tomar diversas ações com o propósito de contribuir com
o controle do aquecimento global, através da utilização da Contribuição Nacionalmente
Determinada (Nationally Determined Contribution – NDC, acrônimo em inglês), podendo ser
citado como exemplo, a redução da emissão de gases de efeito estufa em 37% até 2025.
Especificamente, para a área da energia, de acordo com a EPE, no documento intitulado “O
Compromisso do Brasil no Combate às Mudanças Climáticas: Produção e Uso de Energia”, o
país comprometeu-se a:
Alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na
composição da matriz energética em 2030;
Obter ao menos 66% de participação da fonte hídrica na geração de
eletricidade, em 2030, não considerando a autoproduzida;
Expandir o uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz
total de energia para uma participação de 28% a 33% até 2030;
Expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando
a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de
energia elétrica para ao menos 23% até 2030, inclusive pelo aumento da
participação de eólica, biomassa e solar;
[...] [3].
Ao se analisar a informação a seção oferta interna de energia elétrica por tipo de fonte,
após o tratado mencionado, ou seja, entre o período dos anos-base 2015 a 2022, dados estes
presentes no relatório do BEN-2016 produzido pela EPE, e, divulgado juntamente ao Ministério
de Minas e Energia (MME), tem-se a Tabela 1 comparativa, a seguir:
21
Para o ano-base 2022, de acordo com BEN, a energia hidráulica é composta por 61,9%
de geração interna somadas a 1,9% da importação de Itaipu do lado paraguaio. Para os
derivados de petróleo, a composição é de 0,9% de óleo diesel e 1,8% de outras fontes não
renováveis como óleo combustível.
Analisando especificamente às fontes de energias renováveis preponderantes no país,
ou seja, hidráulica, eólica e solar, observa-se na Figura 1, a seguinte evolução no período
comparado de 2015 a 2022.
Figura 1 – Comparação da geração de energia elétrica por fontes renováveis (2015 – 2022).
100
90
80 4,4%
70 0,01% 11,8%
3,5 %
60
50
40
30 64% 63,8%
20
10
0
Ano-base 2015 Ano-base 2022
O setor elétrico brasileiro tem uma infraestrutura consolidada e segura. Possui sete
órgãos que regulamentam e operacionalizam todo o funcionamento da rede elétrica, cada qual
com o seu papel devidamente estabelecido, conforme esquematizado na Figura 2.
Fonte: [6].
Uma das fontes de energia renovável mais promissora é a energia eólica. Esta tem por
característica a baixa geração de potência reativa e limitada potência de curto-circuito. De
acordo com [8], “na produção de energia eólica existe a dificuldade de produção de energia
reativa e limitada potência de curto-circuito, e por isso necessitam dos compensadores junto à
instalação do parque eólico”.
Neste contexto, a utilização de um CSR, pode compensar o déficit de potência reativa
gerada por este tipo de geração, equilibrando e mantendo a qualidade da transmissão de energia
[9].
25
Fonte: [13].
i. Redução da Inércia:
As fontes de geração de energia renováveis eólica e solar, ou ainda, fontes de geração
não despacháveis, têm por característica a baixa ou a nula inércia. Com o uso massivo
deste tipo de geração, o momento de inércia total do SEP é reduzido, podendo causar
instabilidade e falta de robustez da rede elétrica que pode não absorver às oscilações
elétricas do sistema. Normalmente, essa inércia é fornecida pelas grandes máquinas
síncronas que, por sua grande massa rotativa, tendem a manter a rede mais estável a
variações.
Os estudos e discussão sobre o tema estão se tornando mais rotineiros, seja pela
necessidade de adaptação à estas transformações, como também, devido a grandes distúrbios
relacionados ao tema que estão acontecendo.
No Brasil, pode-se citar a ocorrência de 15 de agosto de 2023, quando ocorreu uma
perturbação da LT “Quixadá – Fortaleza II” de 500 kV, localizada no Ceará, que resultou em
um apagão que atingiu 30 milhões de pessoas nas 5 regiões do país.
28
Fonte: [15].
A análise sobre falha (ou trip) emitida pelo ONS destaca que não houve a ocorrência de
curto-circuito no sistema elétrico, no entanto, houve a atuação incorreta da proteção de
fechamento sob falta (Switch Onto Fault – SOTF), assim como a tentativa do seu religamento
automático indevido. Constatou-se o afundamento brusco de tensão, desencadeando assim, uma
série de perdas de outras LTs devido a atuação das proteções (algumas destas indevidas), com
consequente atuação da proteção e perda de sincronismo, incorrendo no desligamento em
cascata de equipamentos, e, como consequência causando apagão na região Norte e, também,
com desligamento parcial de cargas no Nordeste.
Posteriormente, houve a atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC),
com o intuito de reequilibrar o fluxo de geração com a carga, reduzindo o corte de carga nas
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, importadoras de energia durante a ocorrência.
29
Importante destacar que o ONS trabalha com o modo de contingência “n-1”, ou seja,
caso haja alguma perda no sistema, este deve ter reservas suficientes para continuar operando
sem problemas.
O ONS emitiu o Relatório de Análise de Perturbação – RAP 00012/23 afirmando que
“há sinais de que parques geradores próximos a LT Quixadá – Fortaleza II não apresentaram o
desempenho esperado no que diz respeito ao controle de tensão” [16].
Ainda, o ONS complementou que:
a principal causa raiz identificada no evento de 15 de agosto foi a performance
em campo dos equipamentos de controle de tensão de diversos parques eólicos
e fotovoltaicos, no perímetro da Linha de Transmissão Quixadá-Fortaleza II,
no Ceará. Esses dispositivos das usinas deveriam compensar automaticamente
a queda de tensão decorrente da abertura da linha de transmissão, porém o
desempenho no momento da ocorrência ficou aquém do previsto nos modelos
matemáticos fornecidos pelos agentes e usados em simulações pelo ONS [16].
Região
Geração [MW] Nordeste Norte Centro-Oeste/Sudeste Sul
Hidráulica 2.539 2.493 20.180 10.073
Térmica 387 1.399 6.445 1.468
Eólica 16.317 210 3 218
Solar 3.211 3 2.565 2
Geração Total 22.454 4.105 29.193 11.761
Carga Total 10.151 6.588 38.882 11.887
∆ Carga e Geração 12.303 -2.483 -9.689 -126
A ocorrência deste evento alcançou destaque em todo o país, inclusive sendo noticiado
constantemente pela mídia em geral, resultando inclusive, em audiência pública conjunta das
Comissões de Minas e Energia e Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, em 29 de
agosto de 2023, com as participações do Ministro de Minas e Energia e diretor-geral do ONS,
Alexandre Silveira e Luiz Carlos Ciocchi, à época.
30
Tal fato, reforça a necessidade do estudo da influência em massa da entrada das usinas
de geração não despacháveis no SEP mediante a desempenhos operacionais aquém do esperado.
A aplicação de compensação reativa seria um recurso de melhoria de desempenho na rede
elétrica, visto que, por exemplo, com a aplicação de CSR, haveria o controle de tensão, além
do aumento do momento de inércia da rede e capacidade de curto-circuito.
O uso de soluções de engenharia, como as debatidas nesta dissertação, poderiam evitar
o afundamento brusco de tensão e propagação de distúrbios transitórios, o que iria aumentar a
segurança e estabilidade da rede, colaborando assim, com a operacionalização confiável do
SEP.
o caso recente de um apagão no sistema elétrico brasileiro que afetou todo o território nacional.
Ainda é observado o ressurgimento da aplicação dos compensadores síncronos rotativos que
podem atuar ativamente no controle da potência reativa e na redução das oscilações das
variáveis elétricas sistêmicas, de modo a contribuir para o equilibro estrutural da rede elétrica,
mantendo à qualidade e confiabilidade do setor elétrico.
Capítulo 2: Mapeamento Bibliográfico e Referencial Teórico. A segunda seção
apresenta o mapeamento bibliográfico e principais referências teóricas para os temas de
transição energética, fontes renováveis de energia e compensadores síncronos. Desta forma,
busca-se validar a importância deste estudo para o setor elétrico brasileiro e engenharia,
especificamente, para área de sistemas elétricos de potência.
Capítulo 3: Fontes Renováveis de Energia: Esta seção traz uma breve explicação dos
conceitos teóricos pertinentes às energias eólica e fotovoltaica. A representação matemática de
ambas, destacando particularidades inerentes as estas fontes de energia renováveis.
Capítulo 4: Estabilidade Sistemas Elétricos de Potência: A quarta seção apresenta
estudo teórico pertinente a estabilidade do SEP. Estes conceitos são preceitos fundamentais para
análise geral da influência das fontes renováveis de energia com alta intermitência e baixa
inércia. É apresentado a teoria a partir da equação de oscilação e momento de inércia para,
posteriormente, fundamentar a estabilidade relacionada ao ângulo do rotor, tensão e frequência.
Capítulo 5: Conceito de Potência Reativa e Aplicação da Compensação Reativa: A
quinta seção demonstra a equação da potência reativa, desenvolvendo o entendimento para a
compensação reativa de forma a colaborar com a estabilidade do SEP. É apresentado às três
principais soluções técnicas de compensação de reativos: SVC, STATCOM e CSR. Compara-
se a aplicação destas soluções de compensação reativa, discorrendo-se sobre a visão geral e
histórica de utilização, diferenças técnicas comparativas, análise de custo de implementação,
além da comparação final
Capítulo 6: Modelagem de um SEP com Energias Renováveis e Compensação de
Reativos: A sexta seção apresenta a implementação do Sistema Brazilian Birds através dos
softwares ANAREDE e ANATEM. Também quanto às adequações realizadas com a
implementação da geração eólica, fotovoltaica, além dos compensadores de reativo SVC,
STATCOM e CSR. Toda a modelagem implementada é explicada de forma a fundamentar as
simulações executadas.
Capítulo 7: Simulações e Análise Resultados: A seção de número 7 registra as
simulações executadas nos programas ANREDE e ANATEM. São apresentados os principais
33
Como não há uma definição específica sobre o termo, de forma a validar à análise
bibliométrica, foi adicionado na lógica Booleana o “não” ao termo Static Synchronous
Compensators, ou ainda STATCOM, resultando as análises a seguir.
Foram encontradas um total de 1002 documentos provenientes de 436 fontes diferentes,
a partir do ano de 1914 até 2022 – Tabela 3.
120
100
80
60
40
20
0
1914
1918
1922
1926
1930
1934
1938
1942
1946
1950
1954
1958
1962
1966
1970
1974
1978
1982
1986
1990
1994
1998
2002
2006
2010
2014
2018
2022
Tomando como referência o ano de 2015, quando ocorreu o encontro de Paris, haviam
sido publicados 18 artigos específicos para a área; já em 2022 o número de publicações foi de
103 documentos, representando um aumento de 6 vezes quanto a novos estudos sobre o tema,
conforme a Figura 5.
37
A partir desta pesquisa foram analisadas as palavras mais frequente relacionadas ao tema
(Figura 6). Destaca-se a relação de conceitos chaves que estão conectados com compensadores
síncronos como a potência reativa, redes de transmissão de energia elétrica, controle de tensão,
potência dos ventos e entre outros que são discutidas nessa dissertação.
40
35
30
25
20
15
10
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
synchronous condensers 80
renewable energy resources 52
electric power transmission networks 44
renewable energies 28
wind power 24
renewable energy source 22
reactive power 21
power 16
electric power transmission 16
electric inverters 11
Utilizou-se o mesmo critério da análise com o marco temporal de 2015 – Figura 11. O
assunto energias renováveis e compensadores síncronos foram expandidos, abrangendo
diferentes áreas de aplicação, principalmente como potência reativa, potência eólica e geradores
síncronos.
Conforme apresentado na Figura 12, o aumento de relevância e desenvolvimento da
relação da compensação síncrona e energia renováveis estão ligadas a estabilidade, otimização
e confiabilidade do sistema elétrica.
41
2.3 Base de dados: Compensadores Síncronos “E” Energia Eólica “OU” Fotovoltaica
25
20
15
10
A Figura 14, relaciona as palavras com mais citações para esta pesquisa. Ratifica-se a
relação com a energia eólica, potência reativa, inércia, e, também com o STATCOM, uma
alternativa a compensação de reativos que pode compor um aerogerador já de fábrica.
synchronous condenser 41
reactive power 10
wind power 8
system strength 8
statcom 7
frequency stability 7
wind farm 6
renewable energy 6
reactive power compensation 5
inertia 5
A evolução temática parte da base das energia eólica, máquinas síncronas, capacitores e
controle de fator de potência, com a migração em 2015 para o estudo de compensadores
síncronos, potência proveniente dos ventos, controle incluindo a resposta a frequência, custos
e o nível de curto-circuito da linha. – Figura 15.
A Figura 16 apresenta o mapa temático desta pesquisa bibliométrica, sendo destacado
que está emergindo a discussão da potência solar e armazenamento de energia. Os temas
motores atuais estão relacionados a otimização, eficiência e confiabilidade do SEP como um
todo, sendo destacado também a pesquisa com a utilização de soluções de compensação de
reativos.
44
Pode-se definir fontes de energia renováveis aquelas que são naturalmente reabastecidas
em um período relativamente curto, e que possuem uma capacidade praticamente infinita, isto
é, de recurso praticamente inesgotável.
Classifica-se como fontes de energias renováveis:
Eólica;
Solar;
Hidráulica;
Bioenergia (biomassa);
Maré Motriz;
Geotérmica.
Como visto no capítulo 1, o crescimento da utilização das fontes de energia eólica e
solar foram justificados em decorrência da necessidade da ampliação e diversificação da matriz
energética. A utilização destes tipos de geração de energia é uma realidade no cenário mundial
e brasileiro. Especificamente para esta dissertação, a análise irá se ater a estas duas fontes
renováveis de energia com maior potencial de crescimento e expansão de instalação no cenário
atual do SEP, ou seja, às gerações eólicas e fotovoltaicas.
principais são a Darrieus e Savoninus. Já as de eixo horizontais são o tipo de turbinas mais
comuns devido à sua alta eficiência, investimento tecnológico e custo benefício.
A prática geral é da utilização de turbinas eólicas horizontais com três pás no rotor, pois
nesta configuração há a redução de pulsações de energia. As pás modernas são aerodinâmicas
e produzem uma força de sustentação do torque ao longo o comprimento da lâmina [21] –
Figura 17.
Fonte: [21].
1
𝑃= 𝜌𝐴𝐶 𝑉 (3.1)
2
𝜔𝑟
λ= (3.2)
𝑣
Fonte: [23].
do vento (rated wind speed) para ativação da turbina. Já a área 2 (vwr e vw2) apresenta a região
de operação da uma turbina eólica, que é determinada entre a sua velocidade nominal de
ativação até seu limite máximo operacional (vw2), que resulta na velocidade de desligamento
(shutdown wind speed).
Figura 19 – Potência da turbina em função: (a) da velocidade angular do rotor; (b) em função
da velocidade do vento.
Fonte: [21].
Os geradores de uma turbina eólica são acionados através do acionamento das pás do
rotor da turbina, estando conectados entre si por uma caixa de transmissão mecânica, conhecida
também por gearbox. De acordo com [21], a maioria das grandes turbinas eólicas utilizam caixa
de engrenagens multiplicadoras de velocidade, de forma a elevar a rotação do eixo de 15 a 30
rpm para 1200 a 1550 rpm em um sistema de 50 Hz, por exemplo.
De forma geral, de acordo com [24], divide-se os geradores em dois grandes grupos: os
que operam em velocidade constante e os de velocidade variável.
Os geradores de velocidade constante têm como característica principal funcionarem
sem variações na rotação da turbina e do gerador, independente da variação de velocidade dos
ventos. Assim, a rotação constante deste aerogerador será definida através dos números de polo
do gerador e frequência da rede, sendo que poderá haver uma variação de 2 a 4%, devido ao
escorregamento inerente do gerador [21].
49
De acordo com [25], estes são geradores de indução conectados à rede e que operam
com soft-starter, limitando assim sua corrente de partida. Também possui banco de capacitores
(BC) no seu arranjo de forma a limitar a potência reativa do aerogerador.
Pode-se classificar estes geradores de indução em gaiola, Squirrel Cage Induction
Generator (SGIG) e, Wound rotor induction generator (WRIG). Os geradores WRIG podem
ofertar uma faixa de velocidade de operação maior que o SGIG, devido a suas características
construtivas de um rotor bobinado.
Quanto aos geradores de velocidade variável, estes possuem a capacidade de alterar a
velocidade operacional do aerogerador, de acordo com as velocidades dos ventos, ou seja,
aumenta-se a faixa de trabalho do aerogerador aproveitando a sua capacidade de potência e
aumentando sua eficiência operacional.
Os geradores de velocidade variáveis podem ser categorizados em: Doubly - fed
induction generator (DFIG), Wound rotor synchronous generator (WRSG) e também o
Permanent Magnet Synchronous Generator (PMSG), conforme [21] e [25].
O primeiro, DFIG, utiliza gerador de indução duplamente alimentado, sendo que o rotor
deste, faz o controle do fluxo de potência. Há o uso de eletrônica de potência com conversores.
Também é utilizada a caixa de transmissão mecânica além da necessidade de anel coletor, o que
gera a desvantagem quanto ao custo de manutenção elevado.
O gerador WRSG é síncrono com o rotor bobinado, enquanto o PMSG é um gerador
síncrono com ímã permanente. Ambos podem ter a gear box como opcional, e o estator é
conectado à rede através de um inversor de frequência pleno, sendo ambos totalmente
desacoplado da rede.
Ambos possuem a vantagem de gasto de custo de manutenção se comparado ao DFIG,
no entanto, seu custo de implementação devido aos seus equipamentos de alta eficiência é mais
alto.
A Tabela 6 apresenta a relação entre os tipos de geradores eólicos e suas características
específicas.
50
A: Squirrel Cage B: Wound Rotor C: Doubly - Fed D: Wound Rotor D: Permanent Magnet
Tipo
Induction Generator Induction Generator Induction Generator Synchronous Generator Synchronous Generator
Configuração
Típica
- Velocidade constante - Velocidade variável - Velocidade variável - Velocidade variável - Velocidade variável
Faixa de conforme n° de polos conforme a resistência com conversor de com conversor de com conversor de
Velocidade e frequência da rede do rotor frequência parcial (25- frequência total frequência total
elétrica 30%)
- Gerador de indução - Gerador de indução - Gerador de indução - Gerador síncrono - Gerador síncrono de
- Rotor de gaiola de - Rotor bobinado - Rotor duplamente - Rotor bobinado ímãs
Característica esquilo - Possui gear box bobinado - Conversor AC-DC-AC - Não é necessário anéis
s principais - Possui gear box - Necessário anéis - Gear box opcional coletores;
coletores - Conversor AC-DC-AC
- Possui gear box - Gear box opcional
- Utiliza BC para - Utiliza BC para - Controle eletrônico do - Controle eletrônico - Controle eletrônico
Potência compensação de compensação de FP total de P e Q total de P e Q
reativa reativos e correção do reativos e correção do
FP FP
A energia solar é obtida através da captação dos raios do sol por placas de células FV,
onde é realizada a conversão para energia elétrica pela coleta de fótons que são convertidos em
corrente contínua.
Conforme [25], a energia solar foi descoberta em 1839 pelo físico francês Edmund
Becquerel e a primeira célula fotovoltaica foi desenvolvida em 1883, por Charles Fritts.
Ao longo do tempo, houve a modernização dos painéis FV sendo que no ano de 1954,
com a criação de Calvin Fuller, Gerald Pearson e Daryl Chapin, que juntos produziram a
primeira célula solar moderna de silício [26].
A partir daí, houve o desenvolvimento continuo da tecnologia com alguns marcos
importante, com base em [26]:
1958: Início das utilizações de painéis solares;
1976: Criação da primeira célula de silício amorfo;
1992: Criação de célula de filme fino;
1994: Primeira célula solar que superou em 30% a eficiência de conversão;
2000: Utilização de sistemas fotovoltaicos conectados à rede;
2006: Novo recorde ao obter uma célula solar com 40% de eficiência.
𝐼= 𝐼 −𝐼 (3.3)
52
Fonte: [28].
𝐼 = 𝐼 𝑒 −1 (3.4)
𝑘 ×𝑇
𝑉 = (3.5)
𝑞
Substituindo (3.4) e (3.5) em (3.3), tem-se (3.6) que descreve a corrente para o modelo
matemático proposto.
𝐼= 𝐼 −𝐼 𝑒 −1 (3.6)
Onde:
I: Corrente que flui pela célula FV;
Iph: Corrente da fonte;
I0S: Corrente inversa de saturação do diodo;
V: Tensão do diodo;
q: Carga elétrica (1,6 x 10-19 (C));
n: fator de idealidade do diodo;
k: Constante de Boltzmann (1,38 x 10-23 (JK-1));
T: Temperatura absoluta (K)
53
A partir da (3.6), é possível traçar curva I-V da célula FV que irá determinar as suas
características de funcionamento, inclusive, determinando o Ponto de Máxima Potência (PMP)
ou, em inglês, Maximum Power Point (MPP). A “curva característica (I-V) para uma única
célula é comumente usada para modelar tecnologias fotovoltaicas” [25].
Também é possível analisar a potência em função da tensão. Segundo [28], a obtenção
da curva caraterística P-V é imediata pois a potência P surge como resultado do produto entre I
e V. Esta relação entre corrente e tensão do painel FV irá variar conforme condições de radiação
solar e temperatura – Figura 21.
Fonte: [28].
54
1
𝐸= 𝐼 𝜔 (4.3)
2
Onde:
E = Energia cinética para um rotor em J;
Iner = Momento de inércia em kgm²;
ω = velocidade rotacional de um rotor.
O torque de aceleração do rotor pode ser descrito pelo produto do momento de inércia
pela à aceleração angular do eixo (4.4):
𝑇 (𝑡) = 𝐼 𝛼 (𝑡) (4.4)
( ) ( )
𝛼 (𝑡) = = (4.6)
²
( )
𝐼 = 𝑇 (𝑡) − 𝑇 (𝑡) (4.7)
²
𝛿 =𝜃−𝜔 𝑡 (4.8)
𝑑𝛿(𝑡) 𝑑𝜃(𝑡)
= −𝜔 𝑡 (4.9)
𝑑𝑡 𝑑𝑥
58
𝑑²𝛿(𝑡) 𝑑²𝜃(𝑡)
= (4.10)
𝑑𝑡² 𝑑𝑡²
² ( )
𝐼 = 𝑇 (𝑡) − 𝑇 (𝑡) (4.11)
²
( ) ² ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
²
=
( ) ² ( ) ( ) ( )
²
=
( ) ² ( )
²
=𝑝 . . (𝑡) −𝑝 . . (𝑡) = 𝑝 . . (𝑡) (4.12)
𝐻= (4.13)
( ) ² ( )
2𝐻 ²
=𝑝 . . (𝑡) −𝑝 . . (𝑡) (4.14)
59
² ( )
²
=𝑝 . . (𝑡) −𝑝 . . (𝑡) (4.15)
𝑑²𝛿(𝑡)
⎧𝑝 . . (𝑡) =𝑝 . . (𝑡) → = 0 → 𝜔 (t) = 𝜔 (i)
⎪
⎪ 𝑑𝑡²
𝑑²𝛿(𝑡)
𝑝 . . (𝑡) <𝑝 . . (𝑡) → < 0 → 𝜔 (t) < 𝜔 (ii)
⎨ 𝑑𝑡²
⎪
⎪ 𝑑²𝛿(𝑡)
⎩𝑝 . . (𝑡) >𝑝 . . (𝑡) → > 0 → 𝜔 (t) > 𝜔 (iii)
𝑑𝑡²
Fonte: [31].
𝐸 𝑉
𝑃 = 𝑠𝑒𝑛𝛿 (4.16)
𝑋
É possível observar que a potência elétrica é altamente não linear em função do ângulo
δg do rotor, ou seja, a transferência de potência irá aumentar conforme acontece o aumento do
ângulo do rotor (valor máximo será em π/2).
Esta potência elétrica também irá depender da reatância equivalente da linha, sendo que
quanto maior este valor, menor será a potência transferida, e, sendo mantida as mesmas
condições de V2, maior será o ângulo δg.
Grandes valores de reatância de rede ocorrem devido a longas distâncias ou
interconexões fracas. Como a rede está envolvida, o valor máximo que pode ser alcançado para
um ângulo do rotor é menor que π/2 [31].
Na Figura 26 é representada a curva característica do ângulo de carga. Para avaliar a
estabilidade do sistema, toma-se como referência à razão entre a derivada da potência e ângulo
do rotor . está se mantendo menor ou igual a 90° estará dentro de seu ponto de estabilidade.
No entanto, se o ângulo suplantar estes 90°, a máquina síncrona irá entrar em uma região
instável, reduzirá a potência e poderá perder o seu sincronismo.
62
Fonte: [31].
⎧ 𝜕𝑃 ≤ 0, 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑒𝑠𝑡á𝑣𝑒𝑙
⎪ 𝜕𝛿
⎨𝜕𝑃
⎪ > 0, 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡á𝑣𝑒𝑙
⎩ 𝜕𝛿
Fonte: [31].
A bola em azul representa o ponto de operação com a ação do torque elétrico (Ce) e
torque mecânico (Cm) – Figura 27(a). Se houver a permanência desta no fundo deste vale, ponto
A, a operação está em seu ponto de equilíbrio. Se, houver alguma variação, e houver a
permanência dentro do vale representado, isto denota que o gerador é capaz de retornar ao
63
regime permanente de operação, ponto B. Caso haja uma perturbação de maior magnitude
havendo um grande desequilíbrio angular, o sistema ficará instável da região operacional, ponto
C – Figura 27(b), resultando, inclusive em oscilações sistêmicas.
Conforme [14], para conveniência da análise e obtenção de informações úteis sobre a
natureza dos problemas de estabilidade, é útil caracterizar a instabilidade angular do rotor em
duas subcategorias: pequenos distúrbios de estabilidade do ângulo do rotor (small-disturbance
rotor angle stability) e grandes distúrbios de estabilidade do ângulo do rotor (large-distrubance
rotor angle stability).
Os pequenos distúrbios de estabilidade do ângulo do rotor estão relacionados a
capacidade de manter o sincronismo sob pequenas perturbações [14]. Estas pequenas
perturbações se caracterizam por variações lentas da geração e carga no SEP. São, inclusive,
características operacionais de regime permanente ao longo de sua operação contínua. Ainda,
conforme [14]:
aumento no ângulo do rotor através de um modo não oscilatório ou aperiódico devido
à falta de torque de sincronização, ou;
oscilações do rotor e aumento da amplitude devido à falta de torque de
amortecimento suficiente.
Com controle de
sistema de excitação
Fonte: [29].
O caso 1 exposto demonstra um sistema que atravessou uma perturbação, mas foi capaz
de amortecer a absorver a oscilação, trazendo-a para regime operacional estável. O caso 2
apresenta um sistema que perde o sincronismo logo na primeira oscilação. Esta ocorrência
também é conhecida como swing instability, ou, instabilidade de balanço, de acordo com [14].
Já no caso 3, a máquina mantém o sincronismo na primeira oscilação, no entanto, a amplitude
do transitório vai aumentando até a perda da conexão com a rede.
65
Fonte: [31].
Onde:
E: Tensão equivalente do sistema;
Z: Impedância de uma LT e Transformador com ângulo β;
Zc: Impedância da carga com ângulo φ;
A corrente elétrica que flui por este sistema é dada por (4.17):
𝐸
𝐼= 𝑍
(4.17)
𝑍 𝑍
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍
𝐼
𝐼=
𝑍 𝑍 (4.18)
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍
𝑍𝐼
𝑉 = |𝑍 𝐼| =
𝑍 𝑍 (4.19)
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍
67
𝑍𝐼
𝑃 = 𝑉 𝐼 cos 𝜑 = cos 𝜑 (4.20)
𝑍 𝑍
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍
Fonte: [29].
Fonte:[29].
A compensação de reativos é uma solução técnica de engenharia que pode atuar com
um dos principais recursos na busca da estabilidade operativa, eficiente e segura do SEP, uma
vez que “a maioria dos problemas de qualidade de energia podem ser atenuados ou resolvidos
com um controle adequado da potência reativa” [36]. O controle da potência reativa
proporciona o aumento da estabilidade da tensão, frequência e ângulo de carga, além do fator
de potência, garantindo assim, a qualidade de toda a rede elétrica.
De forma a validar a aplicação da compensação reativa se faz necessário a explicação
do conceito de potência reativa em um sistema de corrente alternada (CA).
𝑝 =𝑣 ×𝑖 (5.1)
Sendo um circuito CA, com componente de uma fonte senoidal, os valores da tensão e
corrente nos terminais do circuito serão expressos por (5.2) e (5.3). Sendo Vm e Im os valores de
pico e α os ângulos de fase da tensão e corrente.
𝑣 = 𝑉 cos(𝜔𝑡 + 𝛼 ) (5.2)
𝑖 = 𝐼 cos(𝜔𝑡 + 𝛼 ) (5.3)
𝑝 = 𝑉 𝐼 cos(𝜔𝑡 + 𝛼 ) cos(𝜔𝑡 + 𝛼 )
1
cos 𝑎 cos 𝑏 = [ cos(𝑎 − 𝑏) + cos(𝑎 + 𝑏)]
2
Tem-se (5.4):
1 1
𝑝 = 𝑉 𝐼 cos(𝛼 − 𝛼 ) + 𝑉 𝐼 cos(2𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝛼 ) (5.4)
2 2
1
𝑃= 𝑝(𝑡)𝑑𝑡 (5.5)
𝑇
Substituindo (5.4) em (5.5):
1 1 1 1
𝑃= 𝑉 𝐼 cos(𝛼 − 𝛼 ) 𝑑𝑡 + 𝑉 𝐼 cos(2𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝛼 ) 𝑑𝑡
𝑇 2 𝑇 2
1𝑉 𝐼 1𝑉 𝐼
𝑃= cos(𝛼 − 𝛼 ) 𝑑𝑡 + cos(2𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝛼 ) 𝑑𝑡
𝑇 2 𝑇 2
1𝑉 𝐼
𝑃= cos(𝛼 − 𝛼 ) × (𝑇 − 0)
𝑇 2
𝑉 𝐼
𝑃= cos(𝛼 − 𝛼 ) (5.6)
2
73
A dedução de (5.5) resultou a equação (5.6) que também é conhecida como potência
ativa medida em watts, que pode ser escrita em seu valor eficaz de um sinal periódico sendo a
raiz do valor médio quadrático (rms), conforme (5.7).
𝑋
𝑋 = (5.7)
√2
Substituindo (5.7) em (5.6), tem-se a equação (5.8) de potência ativa em rms, também
medida em watts.
𝑃=𝑉 𝐼 cos(𝛼 − 𝛼 ) (5.8)
O produto entre a Vrms e Irms é definido como a potência aparente, dado em (5.9), medido
em volt-amperes (VA). O cosseno da diferença entre os ângulos da tensão e corrente é
conhecido como fator de potência (FP) que resulta em um número adimensional, sendo
expressado também pelo cosseno do ângulo da impedância da carga, conforme (5.10).
𝑆=𝑉 𝐼 (5.9)
𝑃
𝐹𝑃 = = cos(𝛼 − 𝛼 ) (5.10)
𝑆
Esta diferença angular determina a condição da carga, isto é, se a carga for puramente
resistiva, que resulta na diferença angular (𝛼 − 𝛼 ) igual a zero, o FP será igual a 1. Se a carga
for puramente reativa, a diferença angular (𝛼 − 𝛼 ) é igual a ± 90°, resultando no FP igual a
zero, e, consequentemente, a potência média igual a 0, também.
Entre estas duas condições, o FP pode apresentar a defasagem adiantada ou atrasada.
Um FP adiantado indica que a corrente está adiantada em relação à tensão, caracterizando uma
componente capacitiva no circuito. Por outro lado, um FP atrasado implica que a corrente está
atrasada em relação à tensão, indicando uma componente indutiva na carga.
Pode-se trabalhar a potência aparente (equação 5.9) em sua forma polar, isto é, Vrms =
Vrms ∠𝛼 e Irms = Irms ∠𝛼 . Assim, tem-se (5.11).
𝑆= 𝑉 𝐼 ∠𝛼 − 𝛼 (5.11)
74
Sabendo que a impedância (Z) é divisão entre a tensão e a corrente eficaz, conforme
(5.13):
𝑉 𝑉
𝑍= = ∠𝛼 − 𝛼 (5.13)
𝐼 𝐼
𝑉
𝑆=𝐼 𝑍= = 𝑉 𝐼∗ (5.14)
𝑍∗
Sendo que P denota a parte real (5.16) e Q a parte imaginária da potência complexa
(5.17):
𝑃 = 𝑅𝑒{𝑆} = 𝐼 𝑅 (5.16)
𝑄 = 𝐼𝑚{𝑆} = 𝐼 𝑋 (5.17)
A potência reativa “Q” é medida de troca de energia entre a fonte e a parte reativa da
carga em volt-amperes reativo (VAr), diferenciando assim da potência ativa em watts (W) e
aparente volt-amperes (VA). Conforme [37], “a potência complexa contém todas as
informações relevantes em uma determinada carga”.
De forma a facilitar o entendimento e visualização, é comumente usando o triângulo das
potências e impedância para demonstrar os conceitos apresentados, conforme Figura 33.
75
Fonte: [37].
Fonte: [37].
76
Como já demonstrado, a potência reativa não transfere energia ativa, ou seja, trabalho.
Esta componente elétrica tem o papel de gerar e controlar campos eletromagnéticos de
equipamentos e sistemas elétricos.
Nesse contexto, a compensação reativa tem por objetivo controlar as condições de
operação de um circuito elétrico em CA, colaborando com o aumento da capacidade e
estabilidade de transmissão de energia, resultando em alta eficiência e em um sistema confiável.
Conforme [38], “A compensação de potência reativa em sistemas de transmissão também
melhora a estabilidade do sistema CA, aumentando a potência ativa máxima que pode ser
transmitida”.
Tradicionalmente, um sistema de energia elétrico é composto por geração, transmissão
e distribuição, ou seja, altamente interligado. O equilíbrio do fluxo de potência deve ser dado
em toda a cadeia sistêmica. Variações provenientes das cargas, que tendem a serem indutivas,
provocam subtensões no sistema, gerando assim instabilidades que podem comprometer a
qualidade da operação do SEP.
Destaca-se que e por volta das décadas de 1920/1930, já havia a preocupação sistêmica
quanto a instabilidades na rede elétrica [29]. E a partir deste período até a metade do século
passado, o uso do CSR como solução para regular a potência reativa nas linhas de transmissão
era aplicada em larga escala.
Posteriormente, por volta de 1970 [20], com o avanço da eletrônica de potência, houve
a modernização do sistema elétrico como um todo à época, gerando um marco mundial, o
conceito dos Flexible AC Transmission System (FACTS) ou dispositivos flexíveis de
transmissão em corrente alternada, começaram a ser desenvolvidos e se tornaram essenciais na
composição da rede elétrica, pois poderiam prover aumento de capacidade de transmissão de
potência no SEP, com um custo de implementação menor que do CSR.
Figura 35 – Circuito Equivalente em série (a) sem compensação reativa e (b) com
compensação reativa.
Fonte: [38].
Fonte: [38].
79
O SVC é uma das soluções que é baseada na eletrônica de potência, com o uso de
tiristores controlados por chaveamentos em conjunto com indutores e capacitores (elementos
passivos), sendo este recurso acoplado, normalmente, no final da rede, mantendo o controle de
tensão da rede. A saída é ajustada para trocar corrente capacitiva ou indutiva para manter ou
controlar parâmetros específicos do sistema de energia elétrica (normalmente tensão de
barramento), de acordo com [21] e [40].
80
Fonte: [41].
(a) (b)
Fonte: [38].
Fonte: [42].
Fonte: [21].
O SVC também pode ser utilizado em conjunto com o Power System Stabilizer (PSS)
de forma a colaborar no amortecimento de oscilações de potência [21].
A utilização do SVC, em qualquer uma das configurações existentes, de acordo com as
demandas específicas de cada sistema, proverá a capacidade de compensação de potência
reativa na ordem de milissegundos [20], melhorando a estabilidade da tensão e amortecimento
das oscilações que venham a ocorrer no sistema, prevenindo contra colapsos de tensão e
sobretensões temporárias [20] e [21].
83
Fonte: [43].
O STATCOM deve ser equipado com automatic voltage regulator (AVR) de forma a
controlar a tensão nos níveis desejados, e de acordo com [21], a corrente de saída capacitiva ou
indutiva pode ser controlada independentemente da tensão do sistema CA, como mostrado na
Figura 43.
84
Fonte: [21].
Fonte: [21].
Da mesma forma que o SVC, o STATCOM pode operar em redes de transmissão como
um regulador de tensão com o recurso do PSS adicionando para atenuar as variações de
potência.
85
Compensadores síncronos são máquinas rotativas com polos salientes sem carga em seu
eixo, e que também possuem a capacidade de absorver ou inserir reativos na linha,
compensando assim, a potência reativa de um sistema de energia.
Consiste em um modo de operação de um motor síncrono, com alto índice de
rendimento, alto momento de inércia, e, por ser uma máquina síncrona (velocidade constante)
com fator de potência variável. Conforme [29], exceto pelo fato de não haver motor primário
(turbina ou motor), a representação do CSR e seu sistema de excitação é bem similar a um
gerador síncrono.
A imagem disponibilizada na Figura 45 se refere ao Compensador Síncrono Rotativo
Marmeleiro 2, instalado na SE de mesmo nome, localizado na cidade de Santa Vitória do
Palmar/RS. Neste projeto, o autor desta dissertação coordenou e executou o comissionamento
dinâmico do equipamento.
Fonte: [45].
(a) (b)
Fonte: [46].
O tempo de resposta, de acordo com [47], é 200 a 600 ms para degraus positivos de
tensão, e de 600 ms a 1500 ms para degraus negativos. No entanto, além de prover a
compensação de reativos ao sistema, o CSR se destaca por vantagens adicionais, tais como,
prover:
i. Elevada a capacidade de inércia no sistema;
ii. Maior capacidade de curto-circuito;
iii. Suporte dinâmico para sobretensão.
Além de fornecer maior capacidade de estabilidade para o sistema, com suporte a tensão
e frequência, reduzindo as oscilações transitórias, o CSR também evoluiu com advento do
avanço das tecnologias digitais, e também, com dispositivos complementares que aumentam
sua eficiência, como o volante de inércia (VI).
ao CSR um volante de inércia que tem por objetivo aumentar substancialmente a constante de
inércia do equipamento, tornando-o, a depender do caso, uma solução ainda mais atrativa.
O volante de inércia é um rotor acoplado via eixo ao compensador síncrono, suportado
por uma mancal robusto. A metodologia de instalação deste equipamento é relativa simples e
de amplo domínio das empresas fabricantes da área – Figura 49.
Fonte: [49].
89
Segundo [29], “uma efetiva constante de inércia (H) deve ser de 2,0 a 3,0 segundos, pelo
menos, para uma operação satisfatória”. Segundo o fabricante [48], normalmente CSR de polos
salientes tem o valor da constante H podendo variar entre 2,0 a 7,0 segundos. Já com a adição
do volante de inércia, esta constante pode atingir 16 segundos inerciais.
Fonte: [48].
Este recurso representa um avanço técnico de topologia que pode gerar outro benefício
relacionado com o armazenamento de energia. Por exemplo, para um CSR de 4 polos salientes
a adição de inércia equivale a uma energia armazenada de até 470 MWs, conforme [47]. Outro
exemplo é para uma máquina também de polos saliente e porte médio que pode entregar
3.100MWs de constante de inércia para o SEP, de acordo com [48].
Salienta-se também que há estudos de implementação de soluções hibridas a esta
configuração onde será adicionado sistema de armazenamento de energia battery energy
storage system (BESS). Conforme [50], as baterias são uma das tecnologias de armazenamento
de energia mais econômicas disponíveis, o que torna a solução ainda mais atrativa. No caso em
desenvolvimento, conforme [51], será instalado um compensador síncrono com volante de
inércia capaz de injetar 4.000 MWs de inércia na rede, e um BESS de capacidade de 160 MWh.
Esta é uma área de estudo promissora para a compensação de reativos dentro do SEP,
pois mescla duas tecnologias que podem contribuir para o aumento da confiabilidade e
resiliência operacional da rede elétrica.
90
amortecedor contra variações repentinas e estabilizar o sistema. Ter uma grande massa rotativa
na rede reduz as variações causadas por efeitos instáveis.
Com o novo cenário global de produção de energia limpa e renovável, as turbinas que
utilizam combustíveis fósseis, passaram a operar abaixo de sua capacidade à medida que
aumenta a implementação de energias renováveis. Essas turbinas, com o passar do tempo, se
tornarão desvantajosas do ponto de vista operativo, podendo ser desativadas e desligadas à
medida que se tornarem financeiramente inviáveis.
Como resultado, o sistema de potência ficará sem inércia, levando a condições de
operação mais instáveis e mais fracas, tornando-o suscetível a falhas como afundamentos de
tensão e apagões [53].
Além disso, o consumo de energia também está aumentando ao longo do tempo. A
utilização de aparelhos de ar condicionado, aquecedores, equipamentos industriais de alta
potência (fornos elétricos, máquinas de solda, etc.), entre outros, dificulta ainda mais o
equilíbrio da rede. Assim, conforme destacado por [53], “os esforços para desativar esses
equipamentos e substituí-los por recursos renováveis, embora bem intencionados, podem
inadvertidamente dificultar a criação da rede renovável robusta e fiável do futuro”.
Desta forma, o uso do CSR com suas características inerentes, reaparece como uma
solução de engenharia aplicável de forma manter a qualidade, segurança e eficiência do SEP.
O ressurgimento do uso de CSR tem se mostrado com uma opção importante para as
demandas operacionais de um SEP moderno.
De acordo com [54], "esses grandes dispositivos rotativos fornecem a inércia física para
fornecer suporte instantâneo que mantém a estabilidade, independentemente da tensão ou
frequência da rede". Este suporte instantâneo é fornecido pelo fato de o CSR ser uma fonte
dinâmica e responder rapidamente às mudanças na demanda de potência reativa do sistema de
potência, ao contrário do SVC e do STATCOM, que são fontes estáticas. Em outras palavras, o
CSR é capaz de injetar um alto nível de corrente reativa no sistema, evitando o colapso de
tensão.
No entanto, o tempo de resposta do CSR é mais lenta se comparadas ao SVC e
STATCOM. Enquanto o primeiro trabalha na ordem de segundos, os compensadores estáticos
oferecem resposta sistêmica em milissegundos.
92
Ainda o STATCOM se destaca neste quesito, pois é baseado no uso de Voltage Source
Converter (VSC), assim pode converter a energia de CA para Corrente Contínua (CC) de forma
a fornecer ou absorver potência reativa na ordem de décimo de milissegundos [20], além de
filtrar harmônicos da rede. Pela utilização do VSC, o equipamento opera com a tensão síncrona
o que difere do SVC que é comutado, basicamente, por tiristores tendo a admitância reativa
controlada. Ainda é destacado em [20] que “esta diferença operacional básica (fonte de tensão
versus admitância reativa) é responsável pelas características funcionais gerais superiores do
STATCOM, com melhor desempenho e maior flexibilidade de aplicação do que aquelas
atingidas com o SVC”.
Mas o controle dinâmico do CSR tem evoluído devido aos avanços da eletrônica de
potência e aos controles digitais, permitindo que regulador de tensão seja mais responsivo, de
forma atender a demanda com rapidez e precisão, garantindo o ajuste da magnitude da tensão
de saída em níveis apropriados sob diferentes condições de operação.
Outra desvantagem do CSR ante ao SVC e STATCOM, vem sendo atenuada, visto a
melhoria e avanços no controle da dissipação de calor, contribuindo para a redução geral das
perdas de energia e melhorando a eficiência dos equipamentos.
Destaca-se também a evolução da compensação de reativos STATCOM que atualmente,
devido aos avanços eletrônicos e tecnológicos, podem emular e inserir uma inércia virtual (ou
sintética) ao sistema elétrico. Esta solução aplica algoritmos que visam emular as respostas de
um CSR aplicadas a este equipamento, dentro de limitações inerentes as características do
equipamento [55] e [56]. No entanto, vale destacar que além restrição técnica, há o aumento do
custo de implementação desta solução que pode representar uma desvantagem.
Em contrapartida, além do CSR naturalmente ter uma melhor resposta inercial ao
sistema, com a adição do volante de inércia, este equipamento se torna mais eficiente,
ampliando sua gama de utilização para sistemas elétricos complexos e plurais.
Ademais, conforme [57], "Os condensadores (compensadores) síncronos são projetados
para fornecer tal resposta e podem até fornecer uma capacidade de sobrecarga estendida por
tempo limitado, por exemplo, sustentando 200% por 30 segundos." Isto contribui para a
estabilidade dinâmica da tensão e aumenta a capacidade de curto-circuito da rede.
A análise dos custos de implementação das soluções debatidas nesta dissertação também
são essenciais para avaliação da viabilidade construtiva da compensação de potência reativa.
93
Salienta-se que a avaliação destes custos dependerá da subestação onde será implantada,
levando em consideração a necessidade de ampliação de área e aquisição de terreno, adaptações
e modificações na subestação existente, construção de estrutura para equipamentos internos,
bem como, obras civis e ligações à infraestrutura de comunicação existente [58]. A faixa de
custo também irá variar dependendo da tensão da subestação e da potência reativa a ser
compensada. Assim, dependendo das características da região de implementação de um
compensador síncrono, haverá uma demanda específica por uma das soluções discutidas nesta
dissertação.
Obter dados sobre os custos de implementação de CSR, SVC e STATCOM em todo o
mundo é um desafio, principalmente no que se refere aos últimos anos, pois, devido a
concorrência e estratégia das empresas que detêm a solução tecnológica, os dados não são
divulgados abertamente. Existem valores históricos de mais de 20 anos que não refletem
necessariamente os custos atuais, mas indicam, ao menos, a média de valores possibilitando a
comparação de qual solução técnica era mais cara à época.
Todavia, é possível encontrar informações publicadas pela EPE que fornecem dados de
custos de investimentos, possibilitando assim o estudo do cálculo do valor médio de
implementação. É importante destacar que o Brasil planeja implementar 12 CSRs em um
horizonte de 7 anos [59].
Com base em [60], [61], [62], [63], [64] e [65], compilou-se os dados fornecidos de
forma a tabular e calcular as variações mínimas, máximas e médias dos custos, utilizando os
valores em dólares para cada kVar de potência reativa (conversão base de U$ 1,00 equivalente
a R$ 5,00), que geraram o gráfico apresentado na Figura 52.
O custo médio de U$/kVar do CSR ainda é maior por se tratar de uma grande máquina
rotativa que utiliza componentes de diversos sistemas que aumentam o custo de implantação.
O STATCOM possui um preço médio de implementação menor que o CSR; porém, na pesquisa
realizada, este pode atingir custos máximos mais elevados, a depender dos elementos
eletrônicos e dispositivos opcionais que possam a vir fazer parte do equipamento. O SVC ainda
continua sendo a opção mais acessível das três opções.
94
$265
CSR $95
$200
$290
STATCOM $77
$160
$145
SVC $45
$75
Com todas as mudanças apontadas que culminam em um novo SEP, o CSR demonstra
sua competitividade em sistema que demandem uma resposta precisa de potência reativa, com
alta inércia e aumento da capacidade de curto-circuito, inclusive, em alguns casos, podendo
apresentar custos de implementação menores que STATCOM.
O SBB originalmente é constituído por 4 fontes de geração de energia, sendo três delas
hidráulicas e uma térmica. Ao todo são 13 cargas consumidoras, e o sistema é conectado por 42
barras que operam em tensões de 440 kV, 230 kV, 88 kV e ≤ 69 kV, distribuídos nas áreas A e
B, conforme Figura 53.
Há a possibilidade de dois intercâmbios de potência entre as regiões A e B: em regime
baixo e alto. O primeiro varia de 200 a 260 MW e o segundo entre 400 e 450 MW. Conforme
[66], o intercâmbio baixo é a maneira usual de operação; já o intercâmbio alto, se refere à
quando há indisponibilidade energética na área A, seja por manutenção ou limitação operativa
da Usina Hidrelétrica (UHE) Canário.
97
Região A Região B
‘
Fonte: [66] – grifos do autor.
98
As cargas podem operar em regime de carga pesada que totalizam 1200 MW de potência
ativa e 370 MVar de potência reativa. A carga média equivale a 85% da carga pesada, e a carga
leve a 70% da carga pesada.
O apêndice A apresenta as características detalhadas que constituem o SBB, com
informações como: relação de tensões das barras e seus respectivos comprimentos, dados dos
transformadores, compensações fixas, das máquinas geradoras, reguladores de tensão e
velocidade, dentre outros.
Assim, para as simulações pertinentes a este trabalho acadêmico, o modelo original foi
adequado, para a central geradora eólica (EOL) com a inserção da EOL Jandaia na barra n° 40
– Jandaia (13,8 kV), interligada por um transformador elevador à barra n° 240 – Coruja (230
kV). Os compensadores reativos de forma individualizada foram instalados na barra n° 2401 –
João de Barro, que é interligada também à barra n° 240 – Coruja (230 kV). A Figura 54
apresenta um exemplo dos casos simulados com esta adaptação do SBB, apresentando a
instalação da EOL Jandaia e do CSR João de Barro na região B deste SEP.
Para a energia fotovoltaica: foram inseridas duas fazendas solares nas barras de n° 39 –
Bem-te-vi e de n° 41 – Maritaca. Para a avaliação das compensações de reativas, inseriu-se a
barra n° 2511 – Periquito, aplicando as técnicas de compensação de reativos. A UFV Bem-te-
vi foi conectada a barra n° 240 – Coruja (230 kV) e às barras de n° 41 e 2511 foram interligadas
à barra n° 251 – Urubu (138 kV). Esta adequação é apresentada na Figura 55, exemplificada
com o uso da compensação estática de reativos.
100
Fonte: [67].
Os valores de Geq e jBeq para as simulações são admitidos como constantes, sendo o
primeiro igual a zero, e o segundo através de (6.1), conforme preconizado por [68], onde, para
102
a turbina eólica em estudo, a susceptância será o número de máquina multiplicado pela razão
numérica da potência de base (Sbase = 100 MVA) pela constante especificada pelo fabricante.
100
𝐵 = −𝑗 𝑁𝑀𝐴𝑄 × (6.1)
31,242
Para uma simulação onde a EOL gere 500 MW serão necessários 218 aerogeradores,
resultando em um jBeq igual a – 697,779.
A dinâmica de inicialização sistêmica para a simulação no programa ANATEM, a partir
das informações do programa ANAREDE é apresentada na Figura 57.
Para a simulação do uso da energia solar, será inserido um grupo de geração que
representará uma fazenda solar no SBB. O total de geração de cada UFV é de até 250 MW.
As características do painel FV que foi utilizado para compor este grupo de geração são
apresentadas na Tabela 9:
Utiliza-se a função “DEVS” para executar a leitura de FACTS VSI, sendo necessário
especificar o uso de STATCOM, conforme destacado na Figura 66. Este comando também
permite a definição do valor da capacitância do capacitor (CCC) e o valor inicial para a tensão
do capacitor (Vcci).
O comando “DVSI” representa os dados dos conversores VSI, onde é definido o fator
de forma “cnkv”. De acordo com [67], este fator define se o controle VSI não usa modulação
ou se utiliza modulação PWM senoidal e linearização, sendo definido pela equação 7.2.
√6 (7.2)
𝐾 =
𝜋
108
O CSR foi inserido no SBB de forma similar aos compensadores estáticos, no entanto,
com a utilização do bloco de fonte de geração de energia presente no programa ANAREDE.
Especificamente para o CSR, deve haver o ajuste da potência ativa do bloco igual a 0,0 MW,
pois dessa forma o programa já irá alterar sua constituição conforme sua característica.
A Figura 68, exemplifica a conexão do CSR Periquito conectado na região B do SBB.
Para o estudo de caso, será aplicado o seguinte CSR, conforme dados nominais descritos
na Tabela 10.
Para o software ANATEM, o CSR também deve ser ajustado conforme suas
características operacionais específicas, incluindo, suas características de máquina rotativas
com as de reatância síncrona, inércia e sistema de regulação de tensão. Também ao uso de um
“CDU” específico para o equipamento.
Portanto, se fez necessário detalhar à qual máquina síncrona o CSR está associado
utilizando a função “DMDG” para tal. Seguindo as definições do software, foi utilizado o
modelo “MD02”, que é específico para modelos de máquinas síncronas de polos salientes.
Adicionalmente, foram testados dois modelos de CSRs distintos:
CSR#1: Compensador Síncrono Rotativo padrão;
CSR#2: Compensador Síncrono com a utilização de volante de inércia.
Após definida uma nova topologia para o SBB com uso de fontes de energias renováveis
não despacháveis e com a aplicação de compensação de potência reativa, também foram
definidas as configurações operacionais que irão balizar todas as simulações.
O grupo de geração de energia deve atender a carga de todo o sistema operando em um
regime pesado, isto é, com a demanda de 1200 MW. Também se faz necessário que haja
transferência de fluxo de potência da região B para a região A, com valores próximos aos 370
MW.
Nenhuma barra ou equipamento participante do sistema deve estar fora do seu regime
operacional limite. Além disso, os números das máquinas geradoras são ajustadas conforme
demanda do grupo de geração, de forma a não criar inércia sistêmica indevida.
Para todos os casos houve a aplicação de curto monofásico na barra n° 180 – Bicudo,
com abertura da LT. Esta é uma das barras que conectam as regiões A e B, e após a
intercorrência, o fluxo de potência se concentra na interligação entre as barras n° 221 – Arara e
n° 131 – Curió.
Ainda sobre o evento transitório aplicado, sua escolha se deu por ser a falha mais
recorrente em uma rede elétrica. De acordo com [72], 70% das ocorrências são proveniente de
curtos monofásicos.
A sistemática de simulações é definida no fluxograma presente na Figura 71.
A luz do exposto, a primeira simulação consistiu em definir parâmetros iniciais como
uma ferramenta comparativa. Denominou-se esta como caso base (caso #01), onde com o SBB
em seu estado original, isto é, sem o advento das fontes renováveis de energia e sem a aplicação
de nenhuma tecnologia de compensação de potência reativa, foi aplicado o evento transitório.
A partir deste caso base, foram feitas simulações iniciais comparativas com a influência
das fontes EOL e UFV em todo o SBB. O apêndice A apresenta todos estes valores simulados
no programa ANAREDE.
Posteriormente, a partir do entendimento das resultantes no sistema, foram aplicadas as
compensações reativas de forma a mitigar os efeitos transitórios causados no SEP proposto.
Para melhor compreensão dos resultados das simulações, foram selecionadas as mesmas
barras de forma a registrar os valores de frequência e tensão em seus picos máximos e mínimos,
além dos valores da amplitude diferencial. O apêndice B, contém todos valores registrados a
partir do programa ANATEM.
112
A seguir são relacionadas as barras selecionadas para a análise das simulações. Destaca-
se que foi levado em conta a abrangência global e regional destas inseridas ao SBB.
i. Barra n° 130 – Curió (B130C): Barra localizada na região A, sendo a primeira
barra a receber todo o intercâmbio de potência proveniente da região B;
ii. Barra n° 180 – Bicudo (B180B): Barra localizada na região A, onde é gerado o
evento transitório que causa o distúrbio sistêmico;
iii. Barra n° 230 – Pelicano (B230P): Barra que conecta as novas gerações
intermitentes e compensação reativa ao restante do sistema;
113
iv. Barra n° 251 – Urubu (B251U): Barra que interliga a segunda fonte FV e as
compensações reativas. Esta barra tem uma localização mais distante da origem
do evento;
v. Barra n° 20 – Tucano (B20T): Barra que conecta a UHE Tucano ao restante do
sistema, ou seja, é uma das fontes despacháveis que garante inércia ao SBB.
Para o melhor entendimento dos gráficos de simulação, padronizou-se uma tabela para
cada análise de forma a destacar as informações a serem analisadas – Tabela 11. São
apresentados os casos simulados no ANAREDE; estes são responsáveis por prover as
informações iniciais através do fluxo de potência em regime permanente. A tabela informa
também as barras selecionadas para a análise, quais as variáveis em análise, além da legenda
que identifica e relaciona o equipamento com os gráficos gerados no ANATEM.
Casos ANAREDE
Barras em Análise
Variáveis
Legendas
A primeira análise comparou o caso base (caso #01) do SBB com a adição da geração
eólica no grupo de geração de energia (caso #02). A partir do transitório aplicado, verificou-se
os distúrbios provocados relativos à frequência e tensão, atestando assim, a influência sistêmica
causada pela EOL.
Para o caso #02, a potência eólica instalada é igual a 500 MW de um total de 1233,9
MW. Ou seja, a EOL assume 40% de toda a geração de energia do SBB. O restante foi
complementado pela energia hidráulica igual a 533,9 MW, pela térmica com 200 MW.
A Tabela 12 apresenta os destaques para esta análise.
114
Novamente foi avaliada a influência da fonte renovável na barra em que ocorre o curto-
circuito, a B180B. A presença das UFVs não resultou em grande influência para a ampliação
do transitório local, aumentando o 11% a oscilação da frequência. Provavelmente isso se dá,
pela topologia arranjada, onde há a divisão em dois grupos de geração. No entanto, é possível
verificar que no momento da ocorrência houve a ampliação do transitório de frequência do
distúrbio o que resultou em uma maior quantidade de variações sistêmicas no mesmo período
de tempo, como apresentado na Figura 76.
Avaliando o transitório nas barras próximas as fazendas solares, notou-se um
comportamento de ampla instabilidade, além de novamente registrar, o aumento da ocorrência
dos transitórios de frequência. Na B230P a oscilação de frequência atingiu 0,97 Hz ante a 0,22
Hz do caso base, isto é, um aumento de 334% de amplitude do distúrbio, como registrado na
Figura 77.
118
A B20T oscilou 0,28 Hz ante 0,23 Hz do caso base. Novamente, tal fato pode ser
explicado pela divisão das fontes fotovoltaicas, que em caso de barras mais distantes tem seu
efeito transitório atenuado.
Para o diferencial de tensão, verificou-se a ampliação do transitório relacionado, mas,
novamente, nas barras adjacentes a geração FV. Na B180B o aumento da amplitude foi de cerca
de 7% (Figura 79).
Na B230P, o aumento verificado da oscilação de tensão foi de 0,21 pu para 0,38 pu, ou
seja, 81% de crescimento do transitório, conforme Figura 80.
120
Por fim, a oscilação de tensão para a B20T foi de 0,07 pu para 0,12 pu, ou seja, 62% de
aumento da amplitude do diferencial desta variável.
7.3 Análise 03: Comparação das Resultantes das Fontes Renováveis Dentro do SBB
De posse das simulações e análises anteriores, nas duas topologias distintas, foram
plotados gráficos de forma a avaliar, comparativamente, a influência de cada fonte de energia
renovável não despachável no SBB.
A Tabela 14 sumariza os dados destacados para esta análise número 03. Já a Tabela 15
apresenta os valores das variações de frequência para as duas análises anteriores, comparando-
as ao caso base do SBB. Destaca-se que as cores das colunas que apresentam os valores
numéricos, estão associadas as cores das linhas dos gráficos mostrados nesta comparação.
122
Para as barras da região A, houve uma pequena ampliação da variação de tensão, não
sendo significativa esta variação para as duas fontes alternativas testadas. As barras da região
B, foram afetadas de forma mais incisiva.
Análogo ao comportamento da frequência, nota-se que a UFV provoca ampliação das
oscilações de tensão nas barras próximas. No entanto, para a B20T, a EOL incidiu em uma
maior variação sistêmica. A Figura 84 apresenta o comportamento da tensão da B251U entre os
casos em comparação.
Para as próximas avaliações, os casos #02 e #03 também serão considerados como
referências comparativas, ou ainda, casos bases.
Assim, a primeira compensação reativa aplicada foi a do SVC. Para os novos casos base,
foram geradas simulações com a aplicação da compensação reativa, de forma atenuar os
transitórios verificados nas análises anteriores. Assim, rodou-se os casos #04 e #05 nos
softwares ANAREDE e ANATEM.
A Tabela 17, apresenta os casos destacados para esta análise que serão divididas em:
i. Caso #04: SBB + EOL + SVC, e;
ii. Caso #05: SBB + UFV + SVC.
Aplicando o SVC para a geração eólica em 500 MW, há o resultado de redução do efeito
transitório de frequência nas barras em análise. Para B130C e B180B, a melhoria foi de 15% e
12%, respectivamente.
A Figura 85 apresenta o efeito do SVC na B230P. Conforme evidenciado na simulação,
a variação de frequência que anteriormente era de 0,95 Hz foi reduzida para 0,75 Hz, uma
melhoria de cerca de 21%. Para a B251U esta atenuação foi da ordem de 24% e para a B20T
em torno de 14%.
Ao se avaliar a tensão com a compensação reativa via SVC, a redução obtida nas barras
da região A foi de 18% em média. Para a B230P, a diminuição da oscilação de tensão singela,
0,37 pu para 0,35 pu, índice igual a 5%. No entanto, cabe destacar que o comportamento de
amortecimento pós-transitório aconteceu mais rapidamente que o caso #02, conforme Figura
86.
126
Para a B251U a redução de tensão foi na ordem de 3%, enquanto na B20T a redução foi
de 24%, além da melhoria do amortecimento do sinal após o evento.
Para o caso #03 foram inseridas duas compensações estáticas por SVC. Novamente,
constatou-se a atenuação da oscilação diferencial de frequência nas barras analisadas, mas não
de forma global. Na região A, tanto a B130C quanto a B180B tiveram pequenos índices de
redução do distúrbio, 4% e 6%, respectivamente.
Conforme Figura 87, para as barras B230P e B251U, ambas adjacentes a estas UFVs e,
também, às compensações reativas, o resultado de redução do transitório foi de 18% e 17%.
Para a B20T a redução de 3%, valor próximo aos observados na região A.
Cabe destacar que o SVC diminui a amplitude dos transitórios de frequências adicionais
provados pela fonte FV, mas não os extinguiram.
Quanto às amplitudes de tensão, o SVC para este caso mostrou uma melhoria global
mais eficiente que a regional. Para as barras B130C e B180B a redução foi na ordem de 18%,
já para a B20T a melhoria foi de 24%.
No entanto, para as barras B230P e B251U não houve atenuação significativa do
transitório, resultando em melhoria de 3% a 5%, conforme apresentado na Figura 88.
128
Seguindo com a avaliação dos tipos de compensação de reativos, foi aplicado o recurso
do STATCOM no ANATEM. Toda sistemática implementada nas simulação anterior (do SVC)
foi repetida. Tal aplicação se dá na busca da resposta mais próxima ao comportamento real
buscando comprovar através da simulação executada, a eficácia desta compensação reativa.
Como a representação no programa ANAREDE é a mesma tanto para o SVC quanto
para o STATCOM, utilizou-se dos mesmos casos simulados anteriormente, isto é, os casos #04
e #05, de forma a obter uma maior fidelidade comparativa. Portanto, a diferenciação das
simulações se dá na modelagem específica para o STATCOM junto ao software ANATEM. A
Tabela 18 referencia as análises executadas para este caso em específico.
O caso #04 foi reutilizado, agora com o uso do recurso de comando STACOM, e
também, de equipamentos FACTS VSI.
Para as barras da região A, a ação corretiva do STATCOM foi da ordem de 12%, em
média. Para a barra B230P e B251U, a redução do transitório de frequência foi de 31%.
Especificamente para a B230P a variação foi de 0,95 Hz para 0,66 Hz, conforme Figura 89. Já
na B20T a redução foi de 10%
A redução deste diferencial de tensão para B251C foi similar, atingindo 28% de redução,
isto é, de 0,25 pu para 0,18 pu de tensão. Para a B20T a atenuação foi de 0,13 pu para 0,08 pu
de tensão, ou seja, cerca de 37% a menos que o caso base referido a este caso.
Para às barras B230P e B251U (apresentada na Figura 92), as oscilações de tensão foram
reduzidas em 36% e 59%, respectivamente.
Por fim, esta seção avalia o uso do CSR para a atenuação dos transitório de frequência
e tensão no sistema.
Mais uma vez, foram utilizados os casos iniciais #02 e #03 como base de comparação
com a aplicação da solução proposta, avaliando e atestando sua eficácia. Com o uso do CSR,
foram gerados os casos #06 e #07 no programa ANAREDE, adequando a topologia conforme
demandado.
As análises pertinentes ao CSR nas barras estão destacadas na Tabela 19.
Para o caso de alta penetração de fonte eólica no SBB, o CSR apresentou uma alta
efetividade na atenuação dos transitórios de frequência e tensão tanto na análise regional quanto
global ao SEP em análise.
As barras B130C e B180B, tiveram a redução do diferencial de frequência na ordem de
40% e 48%, respectivamente.
Já as barras B230P e B251U, o nível de redução foi de cerca de 49%. Por exemplo, para
B230P o valor máximo de oscilação foi 0,48 Hz ante ao caso base que atingiu 0,95 Hz. Também
é destacado que apesar de uma resposta mais lenta, o amortecimento do transitório é mais
rápido, como destacado na Figura 93.
Para a B20T que conecta a UHE Tucano ao SBB , o CSR demonstrou a maior eficiência
testada até o momento, reduzindo o valor da amplitude máxima do transitório 0,41 Hz para 0,31
Hz (25% menor).
Referente ao comportamento de tensão, o CSR reduziu cerca de 12% o transitório desta
variável para as barras analisadas na região A. Para a B20T a tensão foi atenuada de 0,41 pu
para 0,31 pu, resultando em uma redução de 25%. Para a B230P a redução foi de 32%, partindo
133
de um valor inicial do caso base igual a 0,37 pu para 0,25 pu – Figura 94. Na barra vizinha
B251U, este valor foi reduzido de 0,25 pu para 0,18 pu ou seja, cerca de 31% a menos.
Para o SBB configurado com o uso da geração via UFV, o CSR apresenta excelente
resposta ao transitório com altos índices de mitigação dos distúrbios de frequência e tensão.
Para a região A, as barras B130C e B180B sofreram a redução registrada de 29% e
22%, respectivamente.
Avaliando as barras selecionadas na região B, a B20T atingiu uma redução foi de 28%.
Já nas barras conectadas às fazendas solares e aos compensadores síncronos rotativos o índice
de melhoria foi ainda mais significativo. Para B230P a diferença máxima de frequência foi de
0,34 Hz e para a B251U o delta foi de 0,31 Hz. Os valores do caso base para as mesmas barras
eram de 0,91 Hz e 1,37 Hz. Assim, a atenuação registrada foi de 65% e 77%, respectivamente,
como apresentado nas Figura 95.
Para a tensão, o uso do CSR reduziu todas as oscilações comparando ao caso base da
FV. Os índices de redução para a B130C e B180B foram de 25% e 17%. Para a B230P a
diminuição foi de 41%, reduzindo a variação de tensão inicial igual a 0,38 pu para 0,22 pu –
Figura 96.
Já para a barra n° 251 – Urubu esta redução foi de 0,29 pu para 0,10 pu, uma redução
de 67% do valor original. Quanto a B20T, o uso do CSR diminui a variação de tensão em 40%.
7.7 Análise 07: Comparação entre SVC, STATCOM e CSR no SEP com EOL e FV
De posse de todas as simulações, à luz das 6 análises anteriores, e, aos conceitos teóricos
e técnicos discorridos nesta dissertação, há informações suficientes para subsidiar a comparação
do uso das três tecnologias de compensação de reativos estudadas nesta dissertação.
Para tal foram analisados os valores máximos e mínimos e também diferenciais dos
transitórios de frequência e tensão, de maneira a permitir plotar gráficos e tabelas comparativas
entre as respostas mitigatórios dos distúrbios das variáveis elétricas via SVC, STATCOM e
CSR.
Para esta análise serão utilizados os casos #02 e #03 como casos base para os efeitos das
fontes EOL e UFV, respetivamente, sendo estes comparados aos casos #04, #05, #06, #07 e são
detalhados na Tabela 20.
136
Casos ANAREDE #02 e #04 / #02 e #06 / #03 e #05 / #03 e #07
Barras em Análise 230 – Pelicano e 20 – Tucano - -
Variáveis Frequência Tensão - -
SBB + (EOL SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou
Legendas
ou UFV) UFV) + SVC UFV) + STATCOM UFV) + CSR
A primeira comparação entre as compensações reativas será feita com o uso exclusivo
de fonte de geração renovável eólica junto ao SBB. A tabela 21, apresenta o resumo
comparativo entre as barras selecionadas ao longo de todo o estudo, referente às oscilações de
frequência durante o evento transitório provocado no SBB.
Figura 97 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
frequência.
137
1,000
0,900
0,800
Oscilação de Frequência
0,700
0,600
0,500
0,400
0,300
0,200
0,100
0,000
SBB + EOL EOL + SVC EOL + STATCOM EOL + CSR
Casos em Estudo
Nota-se que para a tensão o STATCOM e o CSR se mostram mais eficientes do que
SVC, comparado as outras duas soluções. O destaque negativo foi a baixa ação de atenuação
de transitório de tensão pelo SVC para as barras B230P e B251U; barras estas que nesta
topologia tem alta preponderância.
Também ficou caracterizado que as respostas obtidas com o STATCOM e CSR foram
próximas, sendo que em ambas a amplitude da oscilação de tensão são menores que o caso base
SBB utilizando apenas máquinas despacháveis. Esta condição leva a concluir que esta é a
máxima atenuação sistêmica possível para esta configuração do SBB.
A figura 100 apresenta o gráfico comparativo de resposta à oscilação de tensão com o
uso de cada compensador de potência reativa.
Para a B230P, os índices de atenuação transitória foram na ordem de 30% tanto para o
STATCOM quanto para o CSR ante ao SVC que obteve uma redução de 5%, como apresentado
na Figura 101. Já para a B20T o CSR apresentou uma melhoria sistêmica interessante,
colaborando para a maior estabilidade desta barra que conecta a UHE Tucano ao sistema.
Mais uma vez, é destacada a vantagem do amortecimento do transitório de forma mais
rápida com o uso do CSR que as outras duas compensações reativas, devido a sua contribuição
inercial sistêmica.
140
Figura 100 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
tensão.
0,400
0,350
0,300
Oscilação de Tensão
0,250
0,200
0,150
0,100
0,050
0,000
SBB + EOL EOL + SVC EOL + STATCOM EOL + CSR
Casos em Estudo
Como visto anteriormente, as simulações do SBB com a instalação das duas UFVs
apresentaram uma alta ampliação das oscilações sistêmicas de frequência e tensão, além do
aumento da ocorrência transitória em um mesmo espaço de tempo e níveis de subfrequências
em maiores amplitudes.
O uso das opções de compensações reativas em derivação, comprovaram ser de
fundamental importância para redução dos distúrbios registrados.
A Tabela 23 apresenta as informações pertinentes a esta análise, de forma sumarizada.
Oscilação de
SBB + FV + FV + FV +
Frequência Região SBB ∆Fb ∆Fb ∆Fb ∆Fb
FV SVC STATCOM CSR
[∆F – Hz]
Curió - 130 A 0,282 0,337 19% 0,323 -4% 0,294 -13% 0,240 -29%
Bicudo - 180 A 0,313 0,346 11% 0,324 -6% 0,329 -5% 0,271 -22%
Pelicano - 230 B 0,224 0,971 334% 0,794 -18% 0,689 -29% 0,341 -65%
Urubu - 251 B 0,229 1,374 500% 1,134 -17% 0,964 -30% 0,317 -77%
Tucano - 20 B 0,230 0,285 24% 0,276 -3% 0,298 5% 0,206 -28%
Figura 102 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
frequência.
1,600
1,400
Oscilação de Frequência
1,200
1,000
0,800
0,600
0,400
0,200
0,000
SBB + FV FV + SVC FV + STATCOM FV + CSR
Casos em Estudo
Oscilações
SBB + FV + FV + FV +
de Tensão Região SBB ∆Vb ∆Vb ∆Vb ∆Vb
FV SVC STATCOM CSR
[∆V – pu]
Curió - 130 A 0,171 0,174 2% 0,146 -16% 0,126 -28% 0,131 -25%
Bicudo - 180 A 0,321 0,343 7% 0,287 -16% 0,271 -21% 0,285 -17%
Pelicano-230 B 0,302 0,377 25% 0,336 -11% 0,240 -36% 0,222 -41%
Urubu - 251 B 0,201 0,293 46% 0,223 -24% 0,120 -59% 0,096 -67%
Tucano - 20 B 0,074 0,119 62% 0,095 -20% 0,080 -33% 0,072 -40%
Mesmo com a boa eficácia do STATCOM, o CSR se mostrou como solução que diminui
em uma maior magnitude o transitório de tensão, se destacando para as barras analisadas na
região B. Isto é atrativo visto que a energia FV provocou maior instabilidade nas barras
próximas a esta geração.
A Figura 104 apresenta o gráfico comparativo da aplicação das compensações reativas.
Para a barra B251U a redução da oscilação de tensão com o uso do CSR foi de 67%,
STATCOM em 59% e o SVC em 24%. Já para a barra B20T, o CSR se destacou mais uma vez,
trazendo o transitório para o mesmo índice do SBB original, isto com variação de 0,07 pu,
representando assim uma mitigação de 40%. O STATCOM reduziu o transitório desta barra em
33% e o SVC em 20%.
A barra B230P registrou melhoria na ordem de 41%, contra 36% do STATCOM e 11%
do SVC – Figura 105.
144
Figura 104 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
tensão.
0,400
0,350
0,300
Oscilação de Tensão
0,250
0,200
0,150
0,100
0,050
0,000
SBB + FV FV + SVC FV + STATCOM FV + CSR
Casos em Estudo
A sétima análise comprovou que o CSR possui a maior efetividade para atenuação dos
transitórios de frequência e tensão para os casos propostos, quando comparado ao uso do
STATCOM e SVC. Também foi possível constatar a melhoria do amortecimento do distúrbio
após a fase inicial crítica com o uso deste motor síncrono com inércia sistêmica e maior
capacidade de curto-circuito.
Assim, de forma a ampliar este estudo e considerar novos arranjos existentes que
possam melhorar e ampliar o uso do CSR, para a análise de número 08, foi adicionado volante
de inércia junto ao CSR, denominado de CSR + VI. Para melhor compreensão dos dados, será
considerado que a primeira simulação do CSR é dada com configuração padrão (standard), ou
seja, com a constante de inércia igual a 2,44 segundos.
Para esta nova configuração, novas simulações foram realizadas com o intuito de avaliar
o nível de melhoria obtido para os casos em estudo com o uso do CSR + VI que possui uma
maior constante de inércia (H) igual a 16 segundos. De forma análoga as análises anteriores,
utilizou-se o mesmo caso criado para o CSR padrão – casos #06 e #07, porém com a aplicação
das características específicas deste arranjo construtivo.
Para efeitos comparativos a configuração CSR + VI foi comparada aos casos bases do
SBB com EOL e UFVs, e, também, ao CSR standard, visto que, esta compensação de potência
reativa foi a que apresentou melhor resposta a comportamentos transitórios neste estudo.
O detalhamento da análise é apresentado na Tabela 25.
Devido ao seu maior momento de inércia (H), o CSR + VI, apresentou melhorias em
relação a sua configuração standard, como esperado. Também foi verificada uma reposta um
pouco mais lenta, justificada pelo aumento de massa geral do conjunto, com a instalação do
rotor adicional.
Avaliando especificamente a barra B230P o transitório foi atenuado de 0,48 Hz para
0,43 Hz nesta configuração, uma pequena redução na ordem de 5%. A despeito desta resposta
com uma redução não muito significativa, pode-se observar uma melhoria no amortecimento
do transitório. O CSR + VI apresenta uma tendência de estabilidade por volta de 3s da
simulação, enquanto o CSR padrão começa a estabilizar por volta de 5s, como apresentado na
Figura 106.
Para a barra B251U a resposta foi melhorada em 11%, reduzindo a oscilação de
frequência de 0,35 Hz para 0,27 Hz. E, na barra B20T, mais distante que as duas anteriores
citadas, a melhoria mais significativa, atingindo índice de 55% de redução ante a 25% da
configuração padrão.
A região A também apresentou este comportamento, sendo que, para a barra mais
distante B130C, o CSR + VI foi 10% mais eficiente que o CSR.
Oscilação de EOL +
EOL +
frequência Região SBB SBB + EOL ∆Fb ∆Fb CSR + ∆Fb
CSR
[∆F – Hz] VI
Curió - 130 A 0,282 0,479 70% 0,286 -40% 0,239 -50%
Bicudo - 180 A 0,313 0,523 67% 0,268 -49% 0,258 -51%
Pelicano - 230 B 0,224 0,948 324% 0,484 -49% 0,432 -54%
Urubu - 251 B 0,229 0,671 193% 0,351 -48% 0,272 -59%
Tucano - 20 B 0,230 0,414 80% 0,312 -25% 0,186 -55%
Oscilação de EOL +
Tensão Região SBB SBB + EOL ∆Vb EOL + CSR ∆Vb CSR + ∆Vb
[∆V – pu] VI
Curió - 130 A 0,171 0,180 5% 0,156 -13% 0,154 -14%
Bicudo - 180 A 0,321 0,348 8% 0,318 -9% 0,309 -11%
Pelicano - 230 B 0,302 0,370 22% 0,263 -29% 0,251 -32%
Urubu - 251 B 0,201 0,253 26% 0,169 -33% 0,175 -31%
Tucano - 20 B 0,074 0,133 81% 0,063 -53% 0,067 -50%
Esta análise se deu nos moldes da anterior, mas considerando o caso #03, onde há a
utilização de duas UFVs.
Para esta configuração do SBB e uso do CSR, verificou-se uma melhoria
comportamental nas barras da região A, B130C e B180B, com o uso do CSR + VI, melhorando
o transitório de frequência na ordem de 16% quando comparado ao CSR padrão.
Para as barras que conectam as UFVs e os CSRs, a melhoria foi mais singela. Para a
barra B230P, o uso do volante de inércia resultou em uma diminuição de apenas 1% comparado
a configuração padrão (66% e 65%).
Mais uma vez, quanto mais distante da origem do evento transitório, o CSR + VI
apresentou um maior índice de mitigação do distúrbio em análise. Para a barra B251U o índice
de melhoria foi de 81% ante aos 77% do CSR padrão. E, para a barra B20T, a melhoria foi de
56%, mostrando maior eficiência em relação ao CSR standard que atingiu o índice de 28%,
como apresentado na Figura 108.
149
Oscilação de FV +
frequência Região SBB SBB + FV ∆F FV + CSR ∆Fb CSR + ∆Fb
[∆F – Hz] VI
Curió - 130 A 0,282 0,337 19% 0,240 -29% 0,184 -45%
Bicudo - 180 A 0,313 0,346 11% 0,271 -22% 0,215 -38%
Pelicano - 230 B 0,224 0,971 334% 0,341 -65% 0,330 -66%
Urubu - 251 B 0,229 1,374 500% 0,317 -77% 0,256 -81%
Tucano - 20 B 0,230 0,285 24% 0,206 -28% 0,126 -56%
Oscilação de FV +
Tensão Região SBB SBB + FV ∆Vb FV + CSR ∆Vb CSR + ∆Vb
[∆V – pu] VI
Curió - 130 A 0,171 0,174 2% 0,131 -25% 0,125 -28%
Bicudo - 180 A 0,321 0,343 7% 0,285 -17% 0,292 -15%
Pelicano - 230 B 0,302 0,377 25% 0,222 -41% 0,204 -46%
Urubu - 251 B 0,201 0,293 46% 0,096 -67% 0,073 -75%
Tucano - 20 B 0,074 0,119 62% 0,072 -40% 0,049 -59%
aumentando mais a presença destas energias altamente intermitentes, com baixa contribuição
de potência reativa e inércia sistêmica.
Os critérios das simulações serão mantidos. Isto é, a simulação foi mantida com
demanda de carga pesada (1200 MW), intercâmbio de potência próximo a 370 MW da região
B para A, e com o mesmo evento de aplicação de curto-circuito monofásico na barra B180B.
As conexões das usinas EOL Jandaia, UFV Bem-te-vi e UFV Maritaca foram mantidas nas
mesmas barras anteriores.
Desta forma, de maneira a totalizar 1236,4 MW, o despacho da geração de energia foi
configurado da seguinte forma:
UHE Canário = 146,4 MW;
UHE Tucano = 70 MW;
UHE Gavião = 70 MW;
UHE Sabiá = 200 MW;
EOL Jandaia = 350 MW;
UFV Bem-te-vi = 200 MW, e;
UFV Maritaca = 200 MW.
De posse dos dados referente aos distúrbios do caso #07, foram implementados os três
tipos de compensação de reativos deste estudo, analisando assim a eficácia de suas respostas,
de forma análoga as seções anteriores.
A tabela 32 detalha o controle dos casos e o detalhamento das análises gráficas.
153
Tabela 33– Análise 09: Transitórios de frequência do SBB + EOL + UFV + Compensação
reativa.
EOL +
Oscilação de SBB + EOL + EOL +
EOL + FV + FV +
Frequência Região EOL + FV + ∆Fb ∆Fb FV + ∆Fb ∆Fb
STATCOM CSR +
[∆F – Hz] FV SVC CSR
VI
Curió - 130 A 0,382 0,409 7% 0,393 3% 0,336 -12% 0,295 -23%
Bicudo - 180 A 0,415 0,491 18% 0,498 20% 0,387 -7% 0,261 -37%
Pelicano-230 B 1,325 0,910 -31% 0,785 -41% 0,353 -73% 0,278 -79%
Urubu - 251 B 1,578 1,211 -23% 0,823 -48% 0,293 -81% 0,236 -85%
Tucano - 20 B 0,437 0,300 -31% 0,291 -33% 0,241 -45% 0,162 -63%
Nota-se que as compensações reativas SVC e STATCOM não foram eficazes quanto a
um efeito de melhoria dos transitórios da região A. Já o CSR standard logrou êxito na redução
do transitório, sendo potencializado pelo uso do volante de inércia.
Para as barras da região B, o comportamento mitigatório dos distúrbios para cada tipo
de compensação reativa foi repetido havendo a melhor eficiência para o CSR, seguido pelo
STATCOM e SVC.
Especificamente para as barras próximas as gerações não despacháveis, o desempenho
do CSR foi destacadamente superior as outras tecnologias. Tomando como exemplo a barra
B230P, o SVC melhorou o transitório em 31%; já o STATCOM teve maior eficácia reduzindo
154
a amplitude deste transitório em 41%. No entanto, a atenuação desta oscilação pelo CSR e CSR
+ VI foi de 73% e 79%, respectivamente.
A barra B251U teve redução ainda mais consistente com o uso do CSR e CSR + VI,
atingindo índices de redução de 81% e 85% do caso base. O STATCOM e SVC reduziram as
amplitudes em 48% e 23%, respectivamente.
Já a barra B20T, o SVC e o STATCOM alcançaram níveis de atenuações próximos a
30%. O CSR atingiu a ordem de 45% de melhoria. Com o uso o aumento do dispositivo
adicional VI, a eficiência atingiu níveis de 63%. Novamente o uso do volante de inércia
colaborou com a melhor estabilidade em ordem global do SBB.
O gráfico presente na Figura 110 mostra a ação das distintas compensações reativas para
a configuração de geração de energia em estudo.
Figura 110 – Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a frequência.
1,800
1,600
1,400
Oscilação de Tensão
1,200
1,000
0,800
0,600
0,400
0,200
0,000
SBB + EOL + FV SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV +
SVC STATCOM CSR CSR + VI
Casos em Estudo
Figura 112 – Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a tensão.
0,500
0,450
0,400
Oscilação de Tensão
0,350
0,300
0,250
0,200
0,150
0,100
0,050
0,000
SBB + EOL + FV SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV +
SVC STATCOM CSR CSR + VI
Casos em Estudo
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
principalmente para os transitórios de tensão e pode indicar uma limitação sistêmica para esta
melhoria, isto é, a compensação reativa talvez não tenha sido utilizada em todo o seu potencial.
Além do CSR (inclusive com o volante de inércia) o STATCOM atingiu níveis similares de
redução sistêmica para a tensão em alguns casos, também.
À luz de todas as informações presentes nesta dissertação, comprova-se que as fontes
renováveis eólica e solar inserem um alto nível de instabilidade a rede elétrica, sendo que, com
a ampliação massiva do uso deste tipo de geração de energia, o SEP se tornará mais frágil devido
a redução da inércia sistêmica e a falta de controle da tensão, além da menor capacidade de
curto-circuito.
Constata-se, também, que a compensação de potência reativa tem papel fundamental na
estruturação do SEP com uma matriz elétrica ampla e plural.
Conclui-se após os estudos, análises e simulações realizadas, que o CSR foi a solução
mais eficiente, seguido pelo STATCOM e pelo SVC. Isto justifica o ressurgimento desta
tecnologia.
De posse de todas essas informações ratifica-se a importância e relevância deste estudo
acadêmico de forma a contribuir para a operação segura, confiável e resiliente do SEP. Destaca-
se que as três tecnologias estudadas têm a sua relevância, não sendo objetivo deste estudo
desqualificar nenhuma destas. É importante observar que cabe aos profissionais de engenharia
o desenvolvimento de estudos específicos, avaliando a aplicabilidade de cada solução para a
área de interesse.
Para estudos futuros, sugere-se a ampliação do sistema elétrico desenvolvido, de forma
a contar um número maior de cargas, barras, fontes de geração de energia, compreendendo a
amplitude da propagação da instabilidade sistêmica para áreas mais distantes e a importância
da compensação reativa, especificamente com o uso do CSR standard e CSR + VI. É importante
o desenvolvimento de outras modelagens destes equipamentos, inclusive utilizando outros
softwares, para a busca da melhoria da resposta dinâmica.
Por fim, sugere-se também a ampliação do estudo do uso dos compensadores síncronos
com outras soluções (como BESS) de forma a compor este novo SEP moderno e robusto.
163
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0992022-r0%20-
%20Parecer%20t%C3%A9cnico%20para%20a%20presta%C3%A7%C3%A3o%20de%
20servi%C3%A7o%20ancilar%20%E2%80%93%20UHE%20S%C3%A3o%20Sim%C
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171
Intercâmbio de Potência
Hidráulica Térmica Eólica Fotovoltaica
(Região B -> A)
Casos Compensação de
P J Canário Tucano Gavião Sabiá Jandaia Bem-te-vi Maritaca Total Geração
ANAREDE Reativos
[n°] [Tipo] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]
1 Sem Compensação 370,6 -111,4 152,4 -32,6 450 65,1 480 53,1 200 45,8 0 0 0 0 0 0 1282,4 131,4
2 Sem Compensação 373,1 -96,7 148,9 -30,2 200 -48,1 185 -52,4 200 39,2 500 51,1 0 0 0 0 1233,9 -40,4
3 Sem Compensação 371,1 -94,3 150,9 -32 200 -25,7 180 -66,7 200 38,1 0 0 250 -39,6 250 126,1 1230,9 0,2
4 SVC e STATOM 372,9 -102,9 149,2 -27 200 -41,2 185 -43,6 200 47,1 500 78,1 0 0 0 0 1234,2 13,4
5 SVC e STATOM 370,7 -114 151,3 -13,3 200 -20,1 180 -29,4 200 71,2 0 0 250 -24,7 250 27,9 1231,3 11,6
6 CSR e CSR + VI 368,9 -77,5 153,2 -36 200 -28,6 180 -27,4 200 25,4 500 100,6 0 0 0 0 1233,2 34
7 CSR e CSR + VI 371,5 -113,1 151,3 -13 230 -21,7 150 -27,4 200 71,4 0 0 250 -24,7 250 27,9 1231,3 12,5
8 Sem Compensação 375,2 -111,1 147,8 -13,9 70 -7,8 70 -11,4 200 71,2 350 64,9 200 14,6 200 32,4 1237,8 150
9 SVC e STATOM 375,7 -108 146,4 -27,8 70 -12,2 70 -19,2 200 48,1 350 -6,7 200 -9,7 200 29,2 1236,4 1,7
10 CSR e CSR + VI 375,7 -108 146,6 -27,5 70 -11,6 70 -19,5 200 49 350 5,1 200 -6,3 200 22 1236,6 11,2
172
Caso ANAREDE Compensação de Reativos Região Barra F Máx F Mín ∆F Máx V Oper V Máx V Mín ∆V Máx
[n°] [Tipo] [-] [identificação] [Hz] [Hz] [Hz] [pu] [pu] [pu] [pu]
A Curió - 130 60,21 59,87 0,28 1,02 1,02 0,83 0,17
A Bicudo - 180 60,21 59,85 0,31 1,02 1,01 0,63 0,32
1 Sem Compensação B Pelicano - 230 60,19 59,91 0,22 1,00 1,11 0,81 0,30
B Urubu - 250 60,18 59,91 0,23 0,98 1,07 0,86 0,20
B Tucano - 20 60,18 59,90 0,23 1,03 1,07 0,99 0,07
A Curió - 130 60,30 59,77 0,48 1,02 1,01 0,83 0,18
A Bicudo - 180 60,38 59,73 0,52 1,00 0,97 0,62 0,35
2 Sem Compensação B Pelicano - 230 60,63 59,68 0,95 1,03 1,22 0,85 0,37
B Urubu - 250 60,48 59,81 0,67 0,97 1,10 0,84 0,25
B Tucano - 20 60,33 59,92 0,41 1,00 1,05 0,92 0,13
A Curió - 130 60,22 59,89 0,34 1,02 1,01 0,83 0,17
A Bicudo - 180 60,22 59,88 0,35 1,00 0,97 0,62 0,34
3 Sem Compensação B Pelicano - 230 60,38 59,41 0,97 1,02 1,18 0,81 0,38
B Urubu - 251 60,52 59,15 1,37 1,00 1,14 0,85 0,29
B Tucano - 20 60,20 59,91 0,28 1,03 1,08 0,96 0,12
A Curió - 130 60,24 59,79 0,41 1,01 1,02 0,84 0,15
A Bicudo - 180 60,32 59,76 0,46 0,99 0,96 0,63 0,29
4 SBB + EOL + SVC B Pelicano - 230 60,53 59,79 0,75 1,02 1,21 0,85 0,35
B Urubu - 251 60,40 59,88 0,51 1,00 1,13 0,88 0,25
B Tucano - 20 60,29 59,94 0,36 1,00 1,04 0,94 0,10
A Curió - 130 60,20 59,82 0,32 0,99 0,98 0,83 0,15
A Bicudo - 180 60,23 59,79 0,32 0,98 0,96 0,63 0,29
5 SBB + UFV + SVC B Pelicano - 230 60,55 59,76 0,79 1,00 1,25 0,83 0,34
B Urubu - 251 60,73 59,59 1,13 0,99 1,18 0,88 0,22
B Tucano - 20 60,21 59,93 0,28 0,99 1,09 0,98 0,10
A Curió - 130 60,25 59,78 0,41 1,01 1,00 0,84 0,15
A Bicudo - 180 60,34 59,75 0,47 0,99 0,96 0,62 0,29
4 SBB + EOL + STATCOM B Pelicano - 230 60,56 59,90 0,66 1,02 1,13 0,88 0,26
B Urubu - 250 60,40 59,91 0,46 1,00 1,08 0,89 0,18
B Tucano - 20 60,29 59,92 0,37 1,00 1,03 0,94 0,08
A Curió - 130 60,21 59,82 0,29 0,99 0,99 0,83 0,13
A Bicudo - 180 60,24 59,79 0,33 0,98 0,96 0,63 0,27
5 SBB + UFV + STATCOM B Pelicano - 230 60,38 59,56 0,69 1,00 1,09 0,86 0,24
B Urubu - 250 60,57 59,30 0,96 0,99 1,05 0,94 0,12
B Tucano - 20 60,21 59,92 0,30 1,03 1,05 0,98 0,08
A Curió - 130 60,24 59,85 0,29 1,02 1,01 0,83 0,16
A Bicudo - 180 60,27 59,84 0,27 1,01 0,94 0,62 0,32
6 SBB + EOL + CSR B Pelicano - 230 60,37 59,89 0,48 1,01 1,11 0,85 0,26
B Urubu - 250 60,28 59,93 0,35 0,97 1,04 0,87 0,17
B Tucano - 20 60,25 59,94 0,31 1,03 1,05 0,99 0,06
A Curió - 130 60,22 59,90 0,24 1,02 1,01 0,82 0,15
A Bicudo - 180 60,21 59,89 0,26 1,01 0,96 0,61 0,31
6 SBB + EOL + CSR + VI B Pelicano - 230 60,28 59,85 0,43 1,01 1,08 0,82 0,25
B Urubu - 250 60,22 59,94 0,27 0,97 1,02 0,84 0,18
B Tucano - 20 60,17 59,94 0,19 1,03 1,05 0,99 0,07
A Curió - 130 60,15 59,87 0,24 1,02 0,99 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,16 59,86 0,27 1,00 0,96 0,63 0,29
7 SBB + UFV + CSR B Pelicano - 230 60,21 59,79 0,34 1,02 1,11 0,88 0,22
B Urubu - 250 60,19 59,82 0,32 1,01 1,05 0,96 0,10
B Tucano - 20 60,16 59,96 0,21 1,02 1,04 0,97 0,07
A Curió - 130 60,14 59,90 0,18 1,02 1,00 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,14 59,89 0,21 0,98 0,96 0,64 0,29
7 SBB + UFV + CSR + VI B Pelicano - 230 60,14 59,77 0,33 1,02 1,08 0,88 0,20
B Urubu - 250 60,09 59,83 0,26 1,01 1,04 0,96 0,07
B Tucano - 20 60,12 59,97 0,13 1,02 1,03 0,99 0,05
173
Caso ANAREDE Compensação de Reativos Região Barra F Máx F Mín ∆F Máx V Oper V Máx V Mín ∆V Máx
[n°] [Tipo] [-] [identificação] [Hz] [Hz] [Hz] [pu] [pu] [pu] [pu]
A Curió - 130 60,24 59,80 0,38 1,01 1,01 0,83 0,18
A Bicudo - 180 60,31 59,79 0,41 0,98 0,97 0,61 0,32
8 SBB + EOL + FV B Pelicano - 230 60,53 59,21 1,33 1,01 1,22 0,81 0,41
B Urubu - 250 60,56 58,98 1,58 0,99 1,15 0,83 0,32
B Tucano - 20 60,25 59,81 0,44 1,03 1,10 0,94 0,16
A Curió - 130 60,21 59,81 0,41 0,99 0,99 0,82 0,15
A Bicudo - 180 60,26 59,77 0,49 0,98 0,96 0,61 0,29
9 SBB + EOL + FV + SVC B Pelicano - 230 60,59 59,68 0,91 1,00 1,23 0,79 0,44
B Urubu - 250 60,84 59,63 1,21 0,99 1,17 0,86 0,31
B Tucano - 20 60,24 59,94 0,30 1,03 1,08 0,96 0,12
A Curió - 130 60,22 59,83 0,39 0,99 0,99 0,82 0,14
A Bicudo - 180 60,29 59,80 0,50 0,98 0,96 0,61 0,30
SBB + EOL + FV +
9 B Pelicano - 230 60,54 59,76 0,78 1,00 1,10 0,83 0,27
STATCOM
B Urubu - 250 60,58 59,76 0,82 0,99 1,03 0,92 0,11
B Tucano - 20 60,23 59,94 0,29 1,03 1,05 0,96 0,09
A Curió - 130 60,18 59,84 0,34 1,01 0,99 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,20 59,81 0,39 0,98 0,96 0,64 0,28
10 SBB + EOL + FV + CSR B Pelicano - 230 60,23 59,88 0,35 1,01 1,11 0,88 0,23
B Urubu - 250 60,23 59,93 0,29 1,04 1,03 0,95 0,07
B Tucano - 20 60,19 59,95 0,24 1,03 1,05 0,98 0,07
A Curió - 130 60,15 59,85 0,30 1,01 1,00 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,20 59,86 0,26 0,98 0,96 0,64 0,28
SBB + EOL + FV + CSR
10 B Pelicano - 230 60,15 59,84 0,28 1,01 1,10 0,89 0,21
+ VI
B Urubu - 250 60,13 59,89 0,24 1,04 0,99 0,95 0,04
B Tucano - 20 60,15 59,94 0,16 1,03 1,05 0,98 0,07
174