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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

VLADIMIR RODRIGUES LEMES GONGORA

ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE COMPENSADORES SÍNCRONOS ROTATIVOS


NA PRESENÇA DE GRANDE QUANTIDADE DE FONTES RENOVÁVEIS

ITAJUBÁ – MG
2024
VLADIMIR RODRIGUES LEMES GONGORA

ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DE COMPENSADORES SÍNCRONOS ROTATIVOS


NA PRESENÇA DE GRANDE QUANTIDADE DE FONTES RENOVÁVEIS

Dissertação submetida ao Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Elétrica como parte
dos requisitos para obtenção do Título de
Mestre em Ciências em Engenharia Elétrica.

Área de Concentração: Sistemas Elétricos de


Potência

Orientador: Prof. Dr. Paulo Fernando Ribeiro

Coorientador: Prof. Dr. Mauricio Campos


Passaro

ITAJUBÁ – MG
2024
FOLHA DE APROVAÇÃO
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por estar ao meu lado em todos momentos, sendo a fonte da minha
força interior, meu refúgio e refrigério. Ele é o centro de tudo.
Aos meus pais, familiares e amigos, incluindo meu grande parceiro canino, o Bepo.
A minha mãe Divina, por seu amor e dedicação irrestritos. Ela sempre me educou
destacando a importância de se ter princípios essenciais em minha vida, como o respeito ao
próximo, honestidade e a ética. Também sempre me conscientizou e orientou sobre a
importância do empenho aos estudos, afinal, os conhecimentos obtidos ao longo da vida, são
fontes inesgotáveis de possibilidades de crescimento. Mamãe, você é um exemplo para mim e
sou muito agradecido por ser seu filho. Espero que este ciclo que se encerra em minha vida,
deixe-a orgulhosa.
Para minha esposa Priscila. Desde que nos conhecemos, ela sempre me incentivou
retornar à minha vida acadêmica. Honestamente, quando você exerce sua profissão de
engenheiro no âmbito industrial por mais de uma década e meia, possuindo uma carreira
consolidada, isso parece intangível. No entanto, com seu amor e carinho (e muita insistência!),
me convenceu a me permitir tentar. Lembro inclusive, que ela me ajudou a formatar meu
“projeto de pesquisa”, de última hora, para que eu pudesse atender os requisitos de participação
do certame. Em suma, ingressar na pós-graduação ampliou meus horizontes e me trouxe muita
alegria. Obrigado por seu amor e parceria, inclusive cuidando da nossa querida filha Manuela
(aqui também agradeço o apoio da minha mãe), nos momentos em que tive que me ausentar em
atenção ao mestrado.
E como não agradecer a minha amada filha? Com apenas um ano e meio, esta pequenina
mudou totalmente os rumos da vida de um homem de quase 40 anos, com um monte de
conceitos e modelos mentais prévios. Sem dúvidas, essa mudança foi uma das melhores coisas
que já me aconteceu. Você é luz, Manu! Nossas brincadeiras, cantorias animadas, gargalhadas
e passeios são presentes inestimáveis para mim. Até nos momentos difíceis, os dias distantes,
ou de suas batidas na porta chamando o “papai” enquanto estudava, foram de fundamental
importância para eu ter forças e poder chegar aqui.
Sem dúvidas, minha família é minha vida. Amo vocês três!
Ao meu orientador, professor Paulo Fernando Ribeiro. Falar de sua história e
conhecimento técnico-profissional é “chover no molhado”; mas sempre importante de ser
destacado. Agradeço pelas orientações assertivas, sabedoria, disponibilidade de tempo e
compartilhamento de conhecimento; foram momentos de grande aprendizagem. Sua postura
como educador é motivadora. Nunca vou me esquecer da primeira disciplina que fiz no
mestrado, com o senhor lecionando. Abordávamos temas filosóficos e éticos dentro da pesquisa
e de desenvolvimento tecnológico para a engenharia. Eu pensava: “Engenharia + ética +
filosofia, isso existe?”. Sim! E ter a possibilidade de discutir temas não cartesianos, sob outras
perspectivas, é uma oportunidade única. Os livros e artigos indicados, além de seus textos
publicados são estimulantes.
Ao meu coorientador, professor Maurício Campos Passaro. Sua atenção e orientações
também foram imprescindíveis nesta produção acadêmica. Obrigado pelos ensinamentos
técnicos, conversas, e pelo tempo disponibilizado. E foi muito tempo, hein? Um verdadeiro
“intensivão” nos programas ANAREDE e ANATEM. Mas, honestamente, não fiquei surpreso,
pois como dizem por aí, os italianos são “tutti buona gente”. Realmente, o Maurício é. Sua
história profissional e pessoal também são exemplares, sendo inspiração para minha caminhada
nestes quase dois anos.
A UNIFEI e aos excelentes professores que tive oportunidade de conhecer neste período.
A todos os colegas e outras pessoas que fazem parte da instituição e que colaboraram direta ou
indiretamente em todos este processo. Em especial, ao coordenador da Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica, professor Gabriel Antonio Fanelli de Souza sempre solicito
e atencioso. E também a Eliane Cristóvão pelo acolhimento e apoio em minha chegada em
Itajubá.
Agradeço também, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(Fapemig) pelo apoio e recursos disponibilizados.
Sou grato e reconheço todas as oportunidades e vivências que tive neste período. Me
dediquei e esforcei, e, espero que tenha retribuído na mesma medida a todas estas pessoas.
Esta dissertação é fruto de todos estes momentos, experiências e apoios.
RESUMO

O sistema elétrico de potência passa por constantes mudanças, se adaptando gradativamente às


solicitações que o moldam. Na última década, a crescente preocupação com a transição
energética tornou a matriz de geração de energia plural. Apesar das benesses desta nova
realidade que incluem contribuir com a descarbonização do planeta, a crescente utilização de
fontes de geração renováveis, como a eólica e a solar, resultam em uma fragilização da rede
elétrica. Isso se dá, pelas características inerentes destas fontes de energia, como a baixa
produção de energia reativa e de momento de inércia, a alta intermitência, e a não contribuição
para o aumento da capacidade de curto-circuito. Mediante a tal fato, este estudo destacada a
importância do uso da compensação de potência reativa para atenuar transitórios elétricos que
possam culminar em diversos tipos de distúrbios, como blackouts. Nesse contexto, os
compensadores síncronos rotativos são uma tecnologia reemergente devido a sua alta eficácia
para este cenário, isto é, são capazes de contribuir diretamente para o aumento da inércia da
rede, colaborando também, com a ampliação da capacidade de curto-circuito do sistema elétrico
de potência. Desta forma, esta dissertação tem como objetivo analisar as consequências
provocadas pela integração de múltiplas fontes de energia renováveis no sistema elétrico, além
de avaliar a eficácia de três tipos de compensadores reativos: o síncrono rotativo, o síncrono
estático (STATCOM), e, o compensador VAR estático (SVC). Além do estudo teórico de cada
tecnologia, foram realizadas simulações em softwares adequados, adaptando um sistema
elétrico de potência existente a esta nova realidade operacional. Através da avaliação
comparativa da eficácia de cada técnica de compensação reativa, buscou-se identificar soluções
que colaborem para mitigar possíveis instabilidades elétricas, e, por fim, em conceder suporte
para a construção de novos conhecimentos e compreensão do uso de uma matriz energética
plural e moderna, resultando assim, em um sistema elétrico que opere com alta performance,
confiabilidades e resiliência.

Palavras-chaves: compensadores síncronos rotativos; potência reativa; compensadores


estáticos; fontes renováveis de energia; estabilidade sistêmica.
ABSTRACT

The electrical power system faces constant changes, adapting gradually to the demands that
shape it. In the last decade, growing concern regarding the energy transition has diversified the
energy generation matrix plural. Despite the benefits of this new reality, which include
contributing to the decarbonization of the planet, the increasing use of renewable sources, such
as wind power and solar, results in a weakening electrical grid. It occurs due to the inherent
characteristics of these energy sources, such as low production of reactive energy and inertia,
high intermittency, and no contribution to the short-circuit capacity. Considering this fact, the
importance of utilizing reactive power compensation technology to attenuate electrical
transients can lead to various disturbances, such as blackouts. In this context, synchronous
condensers are a reemerging technology and are a more efficient solution because they are
capable of increasing grid inertia, to collaborate with the short-circuit capacity of the electrical
power system. This dissertation aims to analyze the consequences of integrating a large number
of renewable energy sources into the electrical system, in addition to evaluating the
effectiveness of three types of reactive compensators: synchronous condenser, static
synchronous compensator (STATCOM), and the static VAR compensator (SVC). In addition to
the theoretical study of each technology, simulations were conducted using suitable software,
adapting an existing electrical power system to this new operational reality. Through the
comparative evaluation of the effectiveness of each reactive compensation technique, efforts
actively sought to identify solutions contributing to mitigating potential electrical instabilities
and, ultimately, to providing support for the development of new knowledge and understanding
regarding the diverse and modern energy matrix. This initiative results in an electrical system
operating with high performance, reliability, and resilience.

Keywords: synchronous condenser; reactive power; static compensators; renewable sources;


power system stability.
LISTA DE ILUSTRAÇÃO

FIGURA 1 – COMPARAÇÃO DA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA POR FONTES RENOVÁVEIS (2015


– 2022). ................................................................................................................ 21
FIGURA 2 – ESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO. ................................................. 23
FIGURA 3 – CURVA DE GERAÇÃO SOLAR EM 14/11/2023. .......................................................... 26
FIGURA 4 – PERTURBAÇÕES E OCORRÊNCIAS NO SIN. ............................................................... 28
FIGURA 5 – PUBLICAÇÕES ANUAIS RELACIONADAS AOS COMPENSADORES SINCRONOS ............ 36
FIGURA 6 – PALAVRAS MAIS CITADAS RELACIONADAS A PESQUISA DE CSR. .............................. 37
FIGURA 7 – EVOLUÇÃO TEMÁTICA DA ÁREA EM PESQUISA. ........................................................ 38
FIGURA 8 – QUADRANTE TEMÁTICO DA ÁREA EM PESQUISA ...................................................... 38
FIGURA 9 – PUBLICAÇÕES ANUAIS COM O TEMA ENERGIAS RENOVÁVEIS. ................................. 39
FIGURA 10 – PALAVRAS MAIS CITADAS RELACIONADAS A PESQUISA DE CS “E” ER. .................. 40
FIGURA 11 – EVOLUÇÃO TEMÁTICA DA ÁREA EM PESQUISA. ...................................................... 41
FIGURA 12 – QUADRANTE TEMÁTICO DA ÁREA EM PESQUISA. ................................................... 41
FIGURA 13 – PUBLICAÇÕES AO LONGO DO TEMPO COM O TEMA DE CS “E” FE “E” FS. ............. 42
FIGURA 14 – PALAVRAS MAIS CITADAS RELACIONADAS A PESQUISA DE CS “E” FE “E” FS. ..... 43
FIGURA 15 – EVOLUÇÃO TEMÁTICA DA ÁREA EM PESQUISA. ...................................................... 44
FIGURA 16 – QUADRANTE TEMÁTICO DA ÁREA EM PESQUISA. ................................................... 44
FIGURA 17 – ARRANJO TÍPICO DE UM AEROGERADOR. ............................................................... 46
FIGURA 18 – CURVA TÍPICA DA RELAÇÃO CP/Λ PARA UMA TURBINA EÓLICA. .............................. 47
FIGURA 19 – POTÊNCIA DA TURBINA EM FUNÇÃO: (A) DA VELOCIDADE ANGULAR DO ROTOR; (B)
EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO. ............................................................... 48

FIGURA 20 – CIRCUITO EQUIVALENTE PARA MODELAGEM MATEMÁTICA DA FV. ........................ 52


FIGURA 21 – CURVAS CARATERÍSTICAS I-V E P-V DE UMA CÉLULA OU MÓDULO. ...................... 53
FIGURA 22 – CLASSIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE EM SEP. ......................................................... 55
FIGURA 23 – ACELERAÇÃO ANGULAR DO ROTOR COM TORQUE ELÉTRICO E MECÂNICO. ............ 55
FIGURA 24 – RELAÇÃO ANGULAR NO ROTOR. ............................................................................ 57
FIGURA 25 – SISTEMA EQUIVALENTE DE TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA. ................................... 61
FIGURA 26 – CURVA CARACTERÍSTICA DO ÂNGULO DE CARGA. .................................................. 62
FIGURA 27 – ESTABILIDADE DE UM GERADOR EM RELAÇÃO AO SEU ÂNGULO DE CARGA. .......... 62
FIGURA 28 – NATUREZA DA RESPOSTA DE PEQUENOS DISTÚRBIOS. ............................................ 63
FIGURA 29 – RESPOSTA DO ÂNGULO DO ROTOR PARA GRANDES PERTURBAÇÕES. ....................... 64
FIGURA 30 – CIRCUITO EQUIVALENTE DE POTÊNCIA RADIAL SIMPLIFICADO. ............................. 66
FIGURA 31 – CURVA P-V CARACTERÍSTICA OPERACIONAIS. ....................................................... 67
FIGURA 32 – CURVA Q-V CARACTERÍSTICA OPERACIONAIS. ...................................................... 68
FIGURA 33 – TRIÂNGULOS DE (A) POTÊNCIAS E (B) IMPEDÂNCIA. .............................................. 75
FIGURA 34 – TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS COM INDICAÇÃO DO STATUS DO FP. ............................. 75
FIGURA 35 – CIRCUITO EQUIVALENTE EM SÉRIE (A) SEM COMPENSAÇÃO REATIVA E (B) COM
COMPENSAÇÃO REATIVA. ...................................................................................... 78
FIGURA 36 – CIRCUITO EQUIVALENTE DE UMA LT COM COMPENSAÇÃO SHUNT. ........................ 78
FIGURA 37 – CONTROLADORES FACTS, DÉCADA DE DESENVOLVIMENTO E TIPO DE
COMPENSAÇÃO ..................................................................................................... 79
FIGURA 38 – INSTALAÇÃO TÍPICA DE UM SVC EM UMA SE. ....................................................... 80
FIGURA 39 – (A) TCR + FC, (B) TSC. ........................................................................................ 81
FIGURA 40 – TOPOLOGIA TÍPICA DE UM SVC. ............................................................................ 81
FIGURA 41 – CURVA CARACTERÍSTICA DO SVC. ........................................................................ 82
FIGURA 42 – INSTALAÇÃO TÍPICA DE UM STATCOM EM UMA SE. ............................................. 83
FIGURA 43 – CONFIGURAÇÃO BASE DE UM STATCOM. ............................................................ 84
FIGURA 44 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO STATCOM: (A) V X I; (B) V X Q. ......................... 84
FIGURA 45 – CSR INSTALADO NA SE MARMELEIRO. ............................................................... 85
FIGURA 46 – DIAGRAMA ELÉTRICO BÁSICO DE UM CSR. ........................................................... 86
FIGURA 47 – CURVA “V” DO CSR. ............................................................................................. 86
FIGURA 48 – CURVAS CARACTERÍSTICAS DO CSR: (A) V X I; (B) V X Q. .................................... 87
FIGURA 49 – CSR ACOPLADO AO VOLANTE DE INÉRCIA.. ........................................................... 88
FIGURA 50 – DIAGRAMA SIMPLIFICADO DE UM CSR + VI.......................................................... 88
FIGURA 51 – RELAÇÃO DO TEMPO DA CONSTANTE DE INÉRCIA (H) EM DISTINTAS
CONFIGURAÇÕES. .................................................................................................. 89

FIGURA 52 – COMPARAÇÃO DE CUSTO DE IMPLEMENTAÇÃO DE COMPENSADORES REATIVOS. ... 94


FIGURA 53 – DIAGRAMA UNIFILAR DO SBB............................................................................... 97
FIGURA 54 – SBB ADEQUADO COM EOL E CSR. ....................................................................... 99
FIGURA 55 – SBB COM ENERGIA FOTOVOLTAICA E CSR. ......................................................... 100
FIGURA 56 – FONTE DE CORRENTE SHUNT CONTROLADA. ....................................................... 101
FIGURA 57 – SISTEMÁTICA DE INICIALIZAÇÃO DA SIMULAÇÃO COM DADOS DO ANAREDE E
ANATEM. .......................................................................................................... 102
FIGURA 58 – INICIALIZAÇÃO DO SISTEMA DO AEROGERADOR E REDE DE IMPLEMENTAÇÃO. .... 103
FIGURA 59 – FUNÇÃO DFNT ASSOCIADA AO MODELO DE GERAÇÃO CDU DA EOL. ................ 103
FIGURA 60 – FUNÇÃO “DLOC” PARA A MEDIÇÃO DA TENSÃO REMOTA DA BARRA. .................. 103
FIGURA 61 – FUNÇÃO DFNT ASSOCIADA AO MODELO DE GERAÇÃO CDU DA UFV. ................ 104
FIGURA 62 – FUNÇÃO “DLOC” PARA A MEDIÇÃO DA TENSÃO REMOTA DA BARRA. .................. 105
FIGURA 63 – SVC VIA REPRESENTAÇÃO DE BLOCO DCER. ..................................................... 105
FIGURA 64 – SVC – DADOS DO COMPENSADOR ESTÁTICO REATIVO. ...................................... 106
FIGURA 65 – FUNÇÃO “DCER” PARA ASSOCIAÇÃO DE MODELO PADRÃO DE COMPENSADOR
ESTÁTICOS. ......................................................................................................... 106

FIGURA 66 – DADOS DE ASSOCIAÇÃO DO STATCOM. ............................................................. 107


FIGURA 67 – DADOS DO CONVERSOR VSI. ............................................................................... 108
FIGURA 68 – SBB COM USO DO BLOCO PARA CSR. .................................................................. 108
FIGURA 69 – MODELAGEM DAS MÁQUINAS CSR. .................................................................... 110
FIGURA 70 – CSR: DADOS DE ASSOCIAÇÃO DE MODELO. ........................................................ 110
FIGURA 71 – FLUXOGRAMA DAS SIMULAÇÕES. ........................................................................ 112
FIGURA 72 – ANÁLISE 01: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 180 – BICUDO). ...... 114
FIGURA 73 – ANÁLISE 01: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). .. 115
FIGURA 74 – ANÁLISE 01: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 180 – BICUDO). ............. 116
FIGURA 75 – ANÁLISE 01: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). .......... 116
FIGURA 76 – ANÁLISE 02: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 180 – BICUDO). ...... 118
FIGURA 77 – ANÁLISE 02: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). .. 118
FIGURA 78 – ANÁLISE 02: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 251 – URUBU). ....... 119
FIGURA 79 – ANÁLISE 02: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 180 – BICUDO). ............. 120
FIGURA 80 – ANÁLISE 02: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). .......... 120
FIGURA 81 – ANÁLISE 02: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – URUBU). .............. 121
FIGURA 82 – ANÁLISE 03: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). .. 123
FIGURA 83 – ANÁLISE 03: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 251 – URUBU). ....... 123
FIGURA 84 – ANÁLISE 03: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – URUBU). .............. 124
FIGURA 85 – ANÁLISE 04: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). .. 126
FIGURA 86 – ANÁLISE 04: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 126
FIGURA 87 – ANÁLISE 04: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). .. 127
FIGURA 88 – ANÁLISE 04: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). .......... 128
FIGURA 89 – ANÁLISE 05: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). .. 129
FIGURA 90 – ANÁLISE 05: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 130
FIGURA 91 – ANÁLISE 05: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 251 – URUBU). ....... 131
FIGURA 92 – ANÁLISE 05: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 251 – URUBU). .............. 131
FIGURA 93 – ANÁLISE 06: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). .. 133
FIGURA 94 – ANÁLISE 06: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). .......... 133
FIGURA 95 – ANÁLISE 06: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). . 134
FIGURA 96 – ANÁLISE 06: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ....... 135
FIGURA 97 – ANÁLISE 07: GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES
REATIVAS PARA A FREQUÊNCIA. ........................................................................... 136

FIGURA 98 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). 138


FIGURA 99 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 20 – TUCANO). ....... 138
FIGURA 100 – ANÁLISE 07: GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES
REATIVAS PARA A TENSÃO. ................................................................................... 140

FIGURA 101 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 20 – TUCANO). ........... 140
FIGURA 102 – ANÁLISE 07: GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES
REATIVAS PARA A FREQUÊNCIA. ........................................................................... 142

FIGURA 103 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). 142
FIGURA 104 – ANÁLISE 07: GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES
REATIVAS PARA A TENSÃO. ................................................................................... 144

FIGURA 105 – ANÁLISE 07: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 144
FIGURA 106 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). 146
FIGURA 107 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 148
FIGURA 108 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 20 – TUCANO). ..... 149
FIGURA 109 – ANÁLISE 08: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 251 – URUBU). ............ 150
FIGURA 110 – GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES REATIVAS PARA A
FREQUÊNCIA. ...................................................................................................... 154

FIGURA 111 – ANÁLISE 09: COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA (BARRA N° 230 – PELICANO). . 155
FIGURA 112 – GRÁFICO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS DAS COMPENSAÇÕES REATIVAS PARA A
TENSÃO. .............................................................................................................. 156

FIGURA 113 – ANÁLISE 09: COMPORTAMENTO DA TENSÃO (BARRA N° 230 – PELICANO). ........ 157
LISTA DE TABELA

TABELA 1 – OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA POR TIPO DE FONTE. ............................... 21


TABELA 2 – GERAÇÃO E CARGAS DEVIDO A PERTURBAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE. .................. 29
TABELA 3 – COMPENSADORES SÍNCRONOS: INFORMAÇÕES PRINCIPAIS DA BASE DE DADOS. ..... 36
TABELA 4 – CSR “E” ER: INFORMAÇÕES PRINCIPAIS DA BASE DE DADOS.................................. 39
TABELA 5 – CS “E” FE “OU” FV: INFORMAÇÕES PRINCIPAIS DA BASE DE DADOS. .................... 42
TABELA 6 – CARACTERÍSTICAS DOS DIFERENTES TIPOS DE GERADORES EÓLICOS. ..................... 50
TABELA 7 – COMPARAÇÃO ENTRE O SVC, STATCOM E CSR. ................................................. 95
TABELA 8 – DADOS CARACTERÍSTICOS DO AEROGERADOR. ..................................................... 101
TABELA 9 – DADOS CARACTERÍSTICOS DE UM PAINEL FV. ....................................................... 104
TABELA 10 – DADOS CARACTERÍSTICOS DO CSR. ................................................................... 109
TABELA 11 – TABELA MODELO PARA AS ANÁLISES DAS SIMULAÇÕES. ..................................... 113
TABELA 12 – ANÁLISE 01: CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ................................. 114
TABELA 13 – ANÁLISE 02: CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS .................................. 117
TABELA 14 – ANÁLISE 03: CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ................................. 122
TABELA 15 – ANÁLISE 03: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB COM EOL E FV. .............. 122
TABELA 16 – ANÁLISE 03: TRANSITÓRIOS DE TENSÃO DO SBB COM EOL E FV. .................... 124
TABELA 17 – ANÁLISE 04: CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ................................. 125
TABELA 18 – ANÁLISE 05: CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ................................. 128
TABELA 19 – ANÁLISE 06 – CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ............................... 132
TABELA 20 – ANÁLISE 07: CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ................................. 136
TABELA 21 – ANÁLISE 07: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB + EOL OU FV +
COMPENSAÇÃO REATIVA. .................................................................................... 136
TABELA 22 – ANÁLISE 07: TRANSITÓRIOS DE TENSÃO DO SBB + EOL OU FV + COMPENSAÇÃO
REATIVA. ............................................................................................................. 139

TABELA 23 – ANÁLISE 07: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB + FV + COMPENSAÇÃO


REATIVA. ............................................................................................................. 141

TABELA 24 – ANÁLISE 07: TRANSITÓRIOS DE TENSÃO DO SBB + FV + COMPENSAÇÃO REATIVA.


........................................................................................................................... 143
TABELA 25 – ANÁLISE 08: CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ................................. 145
TABELA 26 – ANÁLISE 08: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB + EOL + CSR + VI. ....... 147
TABELA 27 – ANÁLISE 08: TRANSITÓRIOS DE TENSÃO DO SBB + EOL + CSR + VI. .............. 147
TABELA 28 – ANÁLISE 08: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB + FV + CSR + VI. .......... 149
TABELA 29 – ANÁLISE 08: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB + FV + CSR + VI. ......... 150
TABELA 30 – ANÁLISE 09: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB + EOL + UFV. ............... 152
TABELA 31 – ANÁLISE 09: TRANSITÓRIOS DE TENSÃO DO SBB + EOL + UFV. ....................... 152
TABELA 32 – ANÁLISE 09 – CONTROLE DE CASOS, BARRAS E VARIÁVEIS. ............................... 153
TABELA 33– ANÁLISE 09: TRANSITÓRIOS DE FREQUÊNCIA DO SBB + EOL + UFV +
COMPENSAÇÃO REATIVA. .................................................................................... 153
TABELA 34 – ANÁLISE 09: TRANSITÓRIOS DE TENSÃO DO SBB + EOL + UFV + COMPENSAÇÃO
REATIVA. ............................................................................................................. 155
LISTA DE ABREVIATURA

B130C Barra n° 130 – Curió


B180B Barra n° 180 – Bicudo
B20T Barra n° 20 – Tucano
B230P Barra n° 230 – Pelicano
B251U Barra n° 251 – Urubu
BC Banco de Capacitores
FP Fator de Potência
FV Fotovoltaica
LT Linha de Transmissão
SE Subestação
VI Volante de Inércia
LISTA DE SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica


AVR Automatic Voltage Regulator
BEN Balanço Energético Nacional
BESS Battery Energy Storage System
CA Corrente Alternada
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CC Corrente Contínua
CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
CDU Controladores Definidos pelo Usuário
CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
CMSE Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
CNPE Conselho Regional da Política Energética
COP Conference of the Parties
CSR Compensadores Síncronos Rotativos
DFIG Doubly - fed induction generator
EOL Centrais Geradoras Eólicas
EPE Empresa de Pesquisa Energética
ERAC Esquema Regional de Alívio de Carga
FACTS Flexible AC Transmission System
FC Fixed capacitor
GIDA Geradores de Indução Duplamente Alimentada
HAWT Horizontal Axis Wind Turbines
HVDC High Voltage Direct Current
IGBT Insulated Gate Bipolar Transistors
IRENA International Renewable Energy Agency
MME Ministério de Minas e Energia
NDC Nationally Determined Contribution
ONS Operador Nacional do Sistema
PMSG Permanent Magnet Synchronous Generator
PSS Power System Stabilizer
RAP Relatório de Análise de Perturbações
SBB Sistema Brazilian Birds
SEP Sistema Elétrico de Potência
SFC Static Frequency Converter
SGIG Squirrel Cage Induction Generator
SIN Sistema Interligado Nacional
SOTF Switch Onto Fault
STATCOM Static Synchronous Compensator
SVC Static VAR Compensators
TCR Thyristor-controlled reactor
TEEH Turbina Eólica de Eixo Horizontal
TEEV Turbina eólica de Eixo Vertical
TSC Thyristor-switched capacitor
UHE Usina Hidrelétrica
UFV Usinas Fotovoltaicas
VAWT Vertical Axis Wind Turbines
VSC Voltage Source Converter
WRIG Wound rotor induction generator
WRSG Wound rotor synchronous generator
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 19
1.1 Contextualização do Tema Abordado ................................................................................. 19
1.2 Estruturação do Sistema Elétrico Brasileiro ....................................................................... 23
1.3 Energias Renováveis e Compensação Síncrona Integrada ao SIN ..................................... 24
1.4 Mudanças das Características do SEP e Ocorrência de Grandes Distúrbios ...................... 26
1.5 Objetivos e Metas a Serem Alcançadas .............................................................................. 30
1.6 Estruturação da Dissertação................................................................................................ 31
2. MAPEAMENTO BIBLIOGRÁFICO E REFERENCIAL TEÓRICO ................................ 34
2.1 Base de Dados: Compensadores Síncronos ........................................................................ 35
2.2 Base de dados: Compensadores Síncronos “E” Energias Renováveis ............................... 39
2.3 Base de dados: Compensadores Síncronos “E” Energia Eólica “OU” Fotovoltaica .......... 42
3. FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS ......................................................................... 45
3.1 Energia Eólica..................................................................................................................... 45
3.1.1 Tipos de aerogeradores .................................................................................................... 48
3.2 Energia Solar ...................................................................................................................... 51
3.2.1 Modelagem matemática de um painel FV ....................................................................... 51
4. ESTABILIDADE DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA ..................................... 54
4.1 Equação de Oscilação e Momento de Inércia ..................................................................... 55
4.2 Estabilidade Angular do Rotor ........................................................................................... 60
4.3 Estabilidade de Tensão ....................................................................................................... 65
4.4 Estabilidade de Frequência ................................................................................................. 69
5 CONCEITOS DE POTÊNCIA E COMPENSAÇÃO REATIVA .......................................... 71
5.1 Potências Em Sistemas de Corrente Alternada ................................................................... 71
5.2 Compensação de Potência Reativa em Sistemas Elétricos de Potência ............................. 76
5.2.1 Flexible Alternating Current Transmission System (FACTS) ......................................... 76
5.2.2 Static VAR Compensation - SVC ..................................................................................... 79
5.2.3 Static Synchronous Compensator – STATCOM.............................................................. 83
5.2.4 Compensador Síncrono Rotativo – CSR ......................................................................... 85
5.3 Comparação Entre Compensadores Reativos ..................................................................... 90
5.3.1 Visão geral ....................................................................................................................... 90
5.2.2 Análise técnica comparativa ............................................................................................ 91
5.2.3 Análise dos custos de implementação de soluções para compensação de reativos ......... 92
5.2.4 Sumarização da comparação ........................................................................................... 94
6. MODELAGEM DE UM SEP COM FONTES RENOVÁVEIS E COMPENSAÇÃO
REATIVA.................................................................................................................................. 96
6.1 Sistema Brazilian Birds ...................................................................................................... 96
6.2 Adequação do SBB para o Estudo de Caso ........................................................................ 98
6.2.1 Aplicação da geração eólica ao SBB ............................................................................. 101
6.2.2 Aplicação da geração fotovoltaica no SBB ................................................................... 104
6.2.3 Aplicação do SVC ao SBB ............................................................................................ 105
6.2.4 Aplicação do STATCOM ao SBB ................................................................................. 107
6.2.5 Aplicação do CSR ao SBB ............................................................................................ 108
7. SIMULAÇÕES E ANÁLISES DOS RESULTADOS ........................................................ 111
7.1 Análise 01: Inserção de Fonte de Energia Eólica no SBB ................................................ 113
7.2 Análise 02: Inserção de Fonte de Energia Fotovoltaica no SEP....................................... 117
7.3 Análise 03: Comparação das Resultantes das Fontes Renováveis Dentro do SBB .......... 121
7.4 Análise 04: Inserção de Compensadores Reativos – SVC ............................................... 125
7.4.1 SBB + EOL + SVC ........................................................................................................ 125
7.4.2 SBB + UFV + SVC ....................................................................................................... 127
7.5 Análise 05: Inserção de Compensadores Reativos – STATCOM ..................................... 128
7.5.1 SBB + EOL + STATCOM ............................................................................................. 129
7.5.2 SBB + FV + STATCOM ................................................................................................ 130
7.6 Análise 06: Inserção de Compensadores Reativos – CSR................................................ 132
7.6.1 SBB + EOL + CSR ........................................................................................................ 132
7.6.2 SBB + FV + CSR .......................................................................................................... 134
7.7 Análise 07: Comparação entre SVC, STATCOM e CSR no SEP com EOL e FV ........... 135
7.7.1 SBB + EOL + Compensação de Reativos ..................................................................... 136
7.7.2 SBB + FV + Compensação de Reativos ........................................................................ 141
7.8 Análise 08: Uso do CSR + VI no SEP com EOL e FV ................................................... 145
7.8.1 SBB + EOL + CSR + VI ............................................................................................... 146
7.8.2 SBB + FV + CSR + VI ................................................................................................. 148
7.9 Análise 09: SBB com EOL + FV e Compensadores Reativos ......................................... 150
7.9.1 SBB + EOL + UFV + aplicação da compensação reativa ............................................. 153
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 158
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 163
APÊNDICE A – TABELA DE DADOS (ANAREDE): CASOS, FLUXO DE POTÊNCIA E
DESPACHO DE GERAÇÃO DE ENERGIA ........................................................................ 171
APÊNDICE B – TABELA DE DADOS (ANATEM): CASOS, FLUXO DE POTÊNCIA E
DESPACHO DE GERAÇÃO DE ENERGIA ........................................................................ 172
ANEXO A – DADOS GERAIS DO SISTEMA BRAZILIAN BIRDS ................................. 174
19

1. INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios contemporâneos é a busca ativa pela transição energética,


visando colaborar com o crescimento sustentável do planeta e controle do aquecimento global.
Segundo a International Renewable Energy Agency (IRENA), os pilares da transição
energética consistem em: energias renováveis; eletrificação; e, eficiência energética [1].
A matriz energética brasileira é uma referência mundial em termos de fontes de energias
renováveis. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no relatório do Balanço
Energético Nacional (BEN) 2023, ano-base 2022, 88% das fontes de energia do país são
renováveis, ante ao índice mundial de 27% [2]. No entanto, destes 88% a maior parte é
proveniente da geração hídrica, 61,9%. É de conhecimento comum, que o Brasil tem buscado
diversificar ainda mais o uso destas fontes renováveis de geração de energia, principalmente
com o uso de eólicas e solares, de forma a atenuar a grande dependência de usinas hidrelétricas
e os impactos de sua sazonalidade, além de colaborar com a preservação do planeta.
No entanto, com a inserção destas novas fontes de energia renováveis, se faz necessária
uma análise mais profunda de quais são os tipos de impactos causados junto ao sistema elétrico
de potência (SEP) como um todo, em decorrência das características inerentes destes tipos
geração.
Assim, coloca-se a seguinte questão de pesquisa: Como será possível manter a qualidade
da energia transmitida preservando suas características, confiabilidade e eficiência em um
sistema diversificado e com características distintas do que se operava nas últimas décadas?

1.1 Contextualização do Tema Abordado

De modo a incentivar a transição energética e o crescimento em âmbito global, ações


são tomadas com o intuito de sensibilizar e canalizar esforços para obter o compromisso das
nações neste sentido. Como exemplo, destaca-se o acordo de Paris (2015 – 21ª Conferência das
Partes Sobre o Clima, COP-21), assinado por 195 países, que rege diversas medidas a fim de
conter o aquecimento global em até 2,0°C. Dentre outros temas abordados neste tratado, é
destacado, inclusive, a ampliação do acesso e a utilização da energia através de fontes
renováveis e renováveis.
20

Segundo a IRENA,
várias tendências estão modelando uma transição energética em
desdobramento e dando uma indicação de sua direção. Primeiro, os custos das
tecnologias renováveis decaíram ao ponto de a nova eletricidade baseada em
fósseis não ser mais uma opção atraente. Segundo, o progresso no setor
energético está se espalhando para os usos finais, permitindo uma
reformulação das possibilidades com a abundância das opções renováveis
disponíveis. Terceiro, um consenso se formou ditando que uma transição
energética baseada em fontes renováveis de energia e tecnologias eficientes é
o único método que nos dá uma chance de combater e limitar o aquecimento
global até 2050 em 1,5°C [1].

O Brasil, que à época do acordo de Paris, possuía protagonismo nas questões referentes
ao clima, assumiu o compromissos de tomar diversas ações com o propósito de contribuir com
o controle do aquecimento global, através da utilização da Contribuição Nacionalmente
Determinada (Nationally Determined Contribution – NDC, acrônimo em inglês), podendo ser
citado como exemplo, a redução da emissão de gases de efeito estufa em 37% até 2025.
Especificamente, para a área da energia, de acordo com a EPE, no documento intitulado “O
Compromisso do Brasil no Combate às Mudanças Climáticas: Produção e Uso de Energia”, o
país comprometeu-se a:
 Alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na
composição da matriz energética em 2030;
 Obter ao menos 66% de participação da fonte hídrica na geração de
eletricidade, em 2030, não considerando a autoproduzida;
 Expandir o uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz
total de energia para uma participação de 28% a 33% até 2030;
 Expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando
a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de
energia elétrica para ao menos 23% até 2030, inclusive pelo aumento da
participação de eólica, biomassa e solar;
[...] [3].

Ao se analisar a informação a seção oferta interna de energia elétrica por tipo de fonte,
após o tratado mencionado, ou seja, entre o período dos anos-base 2015 a 2022, dados estes
presentes no relatório do BEN-2016 produzido pela EPE, e, divulgado juntamente ao Ministério
de Minas e Energia (MME), tem-se a Tabela 1 comparativa, a seguir:
21

Tabela 1 – Oferta Interna de Energia Elétrica por Tipo de fonte.

Tipo de Fonte de Energia Ano-base 2015 Ano-base 2022

Hidráulica 64,0 % 63,8 %


Gás Natural 12,9 % 6,1 %
Biomassa 8,0 % 8,0 %
Derivados de Petróleo 4,8 % 2,7 %
Carvão e derivados 4,4 % 1,2 %
Eólica 3,5 % 11,8 %
Nuclear 2,3 % 2,1 %
Solar 0,01 % 4,4 %

Fonte: Elaboração própria, a partir de [2] e [4] – grifos do autor.

Para o ano-base 2022, de acordo com BEN, a energia hidráulica é composta por 61,9%
de geração interna somadas a 1,9% da importação de Itaipu do lado paraguaio. Para os
derivados de petróleo, a composição é de 0,9% de óleo diesel e 1,8% de outras fontes não
renováveis como óleo combustível.
Analisando especificamente às fontes de energias renováveis preponderantes no país,
ou seja, hidráulica, eólica e solar, observa-se na Figura 1, a seguinte evolução no período
comparado de 2015 a 2022.

Figura 1 – Comparação da geração de energia elétrica por fontes renováveis (2015 – 2022).

100
90
80 4,4%
70 0,01% 11,8%
3,5 %
60
50
40
30 64% 63,8%
20
10
0
Ano-base 2015 Ano-base 2022

Hidráulica Eólica Solar

Fonte: Elaboração própria, a partir de [2] e [4].


22

A energia hidráulica ainda é principal fonte interna (preponderância histórica nesta


área), no entanto, notadamente houve o crescimento de fontes renováveis de energia, como a
eólica e solar, que neste período, tiverem um crescimento de 8,8% e 4,4%, respectivamente. Ou
seja, o período após a COP-21 (2015), ratificou os esforços adicionais na tentativa de
diversificar a matriz energética brasileira.
Assim, o Brasil manteve seu alto índice global de geração de energia elétrica por fontes
renováveis neste período, e o total alcançado pelas gerações hidráulica, eólica e solar foi de
80% do total. Segundo [5], o Brasil é um dos líderes mundial no uso de energias renováveis,
sendo guiado por políticas e ações de diversificação energética.
À luz do exposto, faz-se necessário a expansão de estudos e pesquisas sobre os impactos
destas fontes renováveis nas redes elétricas. Quais são as alterações nos níveis de frequência,
níveis de tensão, e, consequentemente, das características do SEP ao longo das linhas de
transmissão (LTs)? As exigências da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estarão
sendo atendidas plenamente? Qual a participação da compensação de reativos neste novo
cenário? A utilização de Compensadores Síncronos Rotativos (CSR) contribuirá de que forma
para o mantenimento da estabilidade do sistema elétrico?
Com todos estes desafios demandados, uma base sólida se faz necessária, e o caminho
que estas energias percorrem demandam sinergia para lograr êxito. Através deste contexto, o
estudo e análise quanto a estabilidade do sistema de transmissão de energia elétrica se traduz
como peça fundamental para a construção sólida do sistema energético plural, contribuindo
assim, para o desenvolvimento interno do país, além de alcançar as metas globais de
crescimento sustentável do planeta.
Ademais, a escolha do tema da dissertação também se dá pela formação técnica do autor
deste trabalho em Engenharia Eletrotécnica (Sistemas de Potência) e atuação profissional na
área de geração de energia por mais de 15 anos. Experiência majoritária com geração de energia:
usinas hidrelétricas e parques eólicos, além de subestações e compensadores síncronos
rotativos, trabalhando nas áreas de gestão, projeto, montagem e comissionamento.
Este tema é de interesse contemporâneo quanto à estruturação e planejamento do
sistema elétrico, por haver a preocupação em garantir excelência no nível de produção,
transmissão e distribuição de energia elétrica.
23

1.2 Estruturação do Sistema Elétrico Brasileiro

O setor elétrico brasileiro tem uma infraestrutura consolidada e segura. Possui sete
órgãos que regulamentam e operacionalizam todo o funcionamento da rede elétrica, cada qual
com o seu papel devidamente estabelecido, conforme esquematizado na Figura 2.

Figura 2 – Estruturação do setor elétrico brasileiro.

Fonte: [6].

Explica-se a seguir, de forma sucinta, o papel de cada instituição do setor elétrico


brasileiro, de acordo com o MME [7]:
 O CNPE é um órgão interministerial que assessora a Presidência da República, tendo
como atribuições principais a formulação de políticas e diretrizes relacionadas a
energia, assegurando o suprimento a todo o país;
 O MME é o órgão do Governo Federal responsável por toda condução das políticas
energéticas do Brasil;
 O CMSE é um órgão que está sobre coordenação direta do MME, e acompanha e
avalia a continuidade e a segurança do suprimento elétrico em todo território
nacional;
24

 A EPE é a empresa brasileira vinculada ao MME e faz os estudos e pesquisas


pertinentes a área, que, inclusive, norteiam as futuras aplicações do sistema elétrico
do Brasil;
 A ANEEL é o órgão brasileiro responsável por regular, fiscalizar, implementar as
políticas e diretrizes internas de acordo com as orientações do governo federal,
estabelecer tarifas, dirimir divergências e promover outorgas de concessões,
permissões e autorizações da implementação de empreendimento elétricos e serviços
correlatos;
 O ONS é responsável por operar, controlar, supervisionar a geração de energia que
está conectada no Sistema Interligado Nacional (SIN), além de administrar a rede
básica de transmissão de energia elétrica do Brasil;
 O CCEE é constituído por empresas que viabilizam a compra e venda de energia em
todo o país.

Mediante à estrutura explicada, mudanças aplicadas ao sistema elétrico devem ser


analisadas com detalhamento. Ao se inserir no SEP geração elétrica proveniente de diversos
tipos de fontes, cada qual com suas características específicas, implicar-se-á em distintas
resultantes em um sistema já consolidado, o que pode afetar a qualidade da energia transmitida
em todo o SIN, devendo assim, ser avaliada de forma global e em todas as esferas pertinentes.
Isto posto, justifica-se a necessidade do estudo e o entendimento das implicações de
uma matriz energética plural junto ao setor elétrico brasileiro.

1.3 Energias Renováveis e Compensação Síncrona Integrada ao SIN

Uma das fontes de energia renovável mais promissora é a energia eólica. Esta tem por
característica a baixa geração de potência reativa e limitada potência de curto-circuito. De
acordo com [8], “na produção de energia eólica existe a dificuldade de produção de energia
reativa e limitada potência de curto-circuito, e por isso necessitam dos compensadores junto à
instalação do parque eólico”.
Neste contexto, a utilização de um CSR, pode compensar o déficit de potência reativa
gerada por este tipo de geração, equilibrando e mantendo a qualidade da transmissão de energia
[9].
25

Ademais, conforme [10], a maioria dos aerogeradores no Brasil são de Geradores de


Indução Duplamente Alimentados (GIDA), conectados à rede através de conversores
eletrônicos (Full-Scale Converters), e como este tipo de máquina não agrega resposta inercial,
resultam no aumento de taxa de variação de frequência elétrica. O CSR também pode atuar
atenuando os efeitos desta instabilidade, recuperando a frequência e a tensão aos níveis
operacionais nominais.
Outrossim, compensadores síncronos também atenuam os efeitos de ilhamento de redes,
falhas gerais devido à instabilidade de sistemas de geração e compensam reativos gerados sem
inserção de harmônicos prejudiciais à qualidade de transmissão de energia. Ainda, de acordo
com [10], CSR regulam o nível de tensão existentes nas LTs que possam operar em vazio ou
com pouca carga causando efeito capacitivo na rede, ou ainda, quando a linha está com alto
nível de carga e um comportamento indutivo.
Para que seja possível atingir a meta do uso do Compensador Síncrono de forma a
preservar a qualidade da energia transmitida, deve-se seguir os critérios e normativas gerais
necessários solicitados pelo Procedimento de Rede do ONS junto ao SIN, para atender as
proposições para as diferentes fontes de geração e para a rede de transmissão de energia.
Outro ponto em que CSR possam a vir colaborar na estabilidade da transmissão de
energia, é junto a inserção da energia Fotovoltaica (FV) que já é uma realidade consolidada.
Segundo [11], a entrada de energia FV no sistema pode acarretar efeitos adversos em
redes, como: oscilações de tensões excessivas que ultrapassem o limite de tensão em pontos de
acoplamento comum, distúrbios de frequência, e problemas de estabilidade na rede.
Mesmo que a utilização desta fonte de energia esteja concentrada majoritariamente em
redes de distribuição, o Brasil já possui grandes fazendas solares, corroborando assim, da
necessidade de análise dos impactos gerados por este tipo de geração de energia.
Como exemplo de usinas solares de grande porte, pode ser destacada à Usina Solar de
São Gonçalo, localizada no Piauí, com atuais 256 MW instalados, possuindo um projeto de
extensão que resultarão em uma capacidade de geração total de 864 MW [12].
O avanço da geração FV atingiu níveis tão destacado, que o Brasil já é capaz de produzir
picos de cerca 25 GW de geração ao longo de um dia, valor este que considera as usinas
fotovoltaicas (UFV), e, também, os tetos solares (industrias e residências), conforme
apresentado na Figura 3 [13].
26

Figura 3 – Curva de Geração Solar em 14/11/2023.

Fonte: [13].

As mudanças das características do SEP é uma realidade que impacta o cotidiano da


rede elétrica. A transição da matriz energética está culminando no uso de novas fontes de
energias de características de elevada intermitência, sendo classificadas como fontes de geração
de energia não despacháveis, ou seja, que não se pode controlar o uso de seu combustível
acionador.
Este cenário já é uma condição comum que impacta a população geral, o que destaca a
importância do entendimento dos efeitos da alta penetração destes tipos de geração renováveis,
demandando esforços de estudos e análises entre os diversos setores interessados no tema.

1.4 Mudanças das Características do SEP e Ocorrência de Grandes Distúrbios

O estudo para o cenário nacional é de extrema importância, considerando a aplicação


real e base empírica operacional da estabilidade de um sistema de energia com precisão, de
forma a analisar a confiabilidade e a segurança do sistema de energia, como propõe [14].
Tecnicamente, o sistema elétrico está passando por transformações de sua natureza
elétrica de sua estrutural, destacando-se a seguir três principais.
27

i. Redução da Inércia:
As fontes de geração de energia renováveis eólica e solar, ou ainda, fontes de geração
não despacháveis, têm por característica a baixa ou a nula inércia. Com o uso massivo
deste tipo de geração, o momento de inércia total do SEP é reduzido, podendo causar
instabilidade e falta de robustez da rede elétrica que pode não absorver às oscilações
elétricas do sistema. Normalmente, essa inércia é fornecida pelas grandes máquinas
síncronas que, por sua grande massa rotativa, tendem a manter a rede mais estável a
variações.

ii. Variações de geração devido às características próprias:


Os combustíveis que acionam a geração de energia eólica e solar, respectivamente, o
vento e o sol, não são controláveis. Portanto, ao longo de um dia, a mesma fonte de
geração de energia pode sofrer com diversas variações que impactem sua geração,
causando oscilações sistêmicas. Com tal característica, pode-se classificar estas
fontes de energia como não despacháveis, que, por consequência deste aspecto, reduz
a confiabilidade quanto a geração de energia firme (garantida), podendo impactar o
fluxo de potência e o atendimento às cargas do SEP.

iii. Mudança da relação X/R:


A relação X/R refere-se à representação da reatância (X), e a resistência (R) de um
circuito elétrico, sendo um parâmetro elétrico de extrema importância para o estudo
de curto-circuito no SEP. Assim, devido à intermitência das fontes de geração de
energia renováveis não despacháveis, além dos ajustes específicos a proteção para
tais fontes, o sistema pode também ser impactado reduzindo sua robustez e
estabilidade operacional.

Os estudos e discussão sobre o tema estão se tornando mais rotineiros, seja pela
necessidade de adaptação à estas transformações, como também, devido a grandes distúrbios
relacionados ao tema que estão acontecendo.
No Brasil, pode-se citar a ocorrência de 15 de agosto de 2023, quando ocorreu uma
perturbação da LT “Quixadá – Fortaleza II” de 500 kV, localizada no Ceará, que resultou em
um apagão que atingiu 30 milhões de pessoas nas 5 regiões do país.
28

Foi diagnosticando a origem da perturbação neste ponto, com a consequente propagação


da instabilidade que resultou no desligamento de diversas outras LTs no subsistemas do Norte,
Nordeste e Acre/Rondônia.
De acordo com o ONS, 23.368 MW de cargas interligadas ao SIN sofreram interrupção
de fornecimento, sendo 12.689 MW na macrorregião Norte/Nordeste e 10.680 MW nas regiões
do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, conforme mostra a Figura 4. O apagão começou às 8h30min,
e o restabelecimento total de suprimento de energia para esta carga se deu às 14h49min.
Figura 4 – Perturbações e ocorrências no SIN.

Fonte: [15].

A análise sobre falha (ou trip) emitida pelo ONS destaca que não houve a ocorrência de
curto-circuito no sistema elétrico, no entanto, houve a atuação incorreta da proteção de
fechamento sob falta (Switch Onto Fault – SOTF), assim como a tentativa do seu religamento
automático indevido. Constatou-se o afundamento brusco de tensão, desencadeando assim, uma
série de perdas de outras LTs devido a atuação das proteções (algumas destas indevidas), com
consequente atuação da proteção e perda de sincronismo, incorrendo no desligamento em
cascata de equipamentos, e, como consequência causando apagão na região Norte e, também,
com desligamento parcial de cargas no Nordeste.
Posteriormente, houve a atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC),
com o intuito de reequilibrar o fluxo de geração com a carga, reduzindo o corte de carga nas
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, importadoras de energia durante a ocorrência.
29

Importante destacar que o ONS trabalha com o modo de contingência “n-1”, ou seja,
caso haja alguma perda no sistema, este deve ter reservas suficientes para continuar operando
sem problemas.
O ONS emitiu o Relatório de Análise de Perturbação – RAP 00012/23 afirmando que
“há sinais de que parques geradores próximos a LT Quixadá – Fortaleza II não apresentaram o
desempenho esperado no que diz respeito ao controle de tensão” [16].
Ainda, o ONS complementou que:
a principal causa raiz identificada no evento de 15 de agosto foi a performance
em campo dos equipamentos de controle de tensão de diversos parques eólicos
e fotovoltaicos, no perímetro da Linha de Transmissão Quixadá-Fortaleza II,
no Ceará. Esses dispositivos das usinas deveriam compensar automaticamente
a queda de tensão decorrente da abertura da linha de transmissão, porém o
desempenho no momento da ocorrência ficou aquém do previsto nos modelos
matemáticos fornecidos pelos agentes e usados em simulações pelo ONS [16].

No momento da ocorrência, segundo [17], a condição operacional do sistema


apresentava a exportação de energia da região Nordeste para as regiões Norte, Centro-Oeste e
Sudeste, sendo a matriz de geração composta 87% por fontes de geração eólica e fotovoltaica,
conforme a tabela 2.

Tabela 2 – Geração e cargas devido a perturbação na região Nordeste.

Região
Geração [MW] Nordeste Norte Centro-Oeste/Sudeste Sul
Hidráulica 2.539 2.493 20.180 10.073
Térmica 387 1.399 6.445 1.468
Eólica 16.317 210 3 218
Solar 3.211 3 2.565 2
Geração Total 22.454 4.105 29.193 11.761
Carga Total 10.151 6.588 38.882 11.887
∆ Carga e Geração 12.303 -2.483 -9.689 -126

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados de [17].

A ocorrência deste evento alcançou destaque em todo o país, inclusive sendo noticiado
constantemente pela mídia em geral, resultando inclusive, em audiência pública conjunta das
Comissões de Minas e Energia e Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, em 29 de
agosto de 2023, com as participações do Ministro de Minas e Energia e diretor-geral do ONS,
Alexandre Silveira e Luiz Carlos Ciocchi, à época.
30

Tal fato, reforça a necessidade do estudo da influência em massa da entrada das usinas
de geração não despacháveis no SEP mediante a desempenhos operacionais aquém do esperado.
A aplicação de compensação reativa seria um recurso de melhoria de desempenho na rede
elétrica, visto que, por exemplo, com a aplicação de CSR, haveria o controle de tensão, além
do aumento do momento de inércia da rede e capacidade de curto-circuito.
O uso de soluções de engenharia, como as debatidas nesta dissertação, poderiam evitar
o afundamento brusco de tensão e propagação de distúrbios transitórios, o que iria aumentar a
segurança e estabilidade da rede, colaborando assim, com a operacionalização confiável do
SEP.

1.5 Objetivos e Metas a Serem Alcançadas

O objetivo geral da presente dissertação é estudar e pesquisar quanto às resultantes


causadas pelo grande uso de fontes de energia renováveis que possuem como características a
alta intermitência, baixa geração de potência reativa, além da reduzida inércia. Também, quanto
à implementação da compensação de reativos como recurso para atenuar os problemas causados
por estas fontes renováveis de energia, comparando inclusive, as três principais soluções de
engenharia existentes: compensador síncrono rotativo (CSR), compensador síncrono estático
(acrônimo em inglês: Static Synchronous Compensator - STATCOM) e compensador VAR
estático (acrônimo em inglês: Static Var Compensator – SVC).
Também será destacado o ressurgimento da aplicação dos CSRs que estavam em desuso
nas últimas décadas. Adicionalmente, será avaliada a solução do CSR com a inserção de
volantes de inércia (flywheel) que podem ampliar a eficácia e uso do equipamento em sua versão
padrão (standard), para armazenagem de energia, sendo uma potencial colaboração para o
desenvolvimento e consolidação técnica da implementação destes recursos em redes de
transmissão de energia, com foco em gerações provenientes de fontes não despacháveis.
A partir de simulações em softwares de fluxo de potência e de transitórios energéticos,
serão evidenciadas e comprovadas suas respostas frente a distúrbios oscilatórios, de forma a
garantir a segurança, a confiabilidade e a eficiência do SIN e SEP, contribuindo para o
desenvolvimento industrial, cientifico e social brasileiro.

As metas e objetivos específicos da pesquisa serão:


31

 Desenvolver o estudo e a investigação da influência das fontes de energias renováveis


no SEP e os benefícios do uso da compensação reativa, a partir do embasamento
teórico e de simulações em um SEP com uma matriz energética plural;
 Compreender plenamente o funcionamento dos compensadores de potência reativa;
 Investigar processos que envolvam a implementação da compensação de reativos,
analisando quesitos técnicos e financeiros, comparando ainda, as principais soluções
existentes;
 Analisar o retorno da utilização do CSR, abordando também, novos aspectos para a
tecnologia, como por exemplo, com a utilização do volante de inércia;
 Modelar um sistema em que haja a comparação da entrada de diversas fontes de
energia e a atuação da compensação de reativos, fazendo a comparação entre as
principais soluções de engenharia, de forma a colaborar para a busca da estabilidade
e segurança do sistema elétrico;
 Utilizar os softwares ANAREDE E ANATEM de forma a avaliar o impacto de novas
fontes de energias renováveis e atuação da compensação de reativos no sistema de
transmissão de energia;
 Comparar tecnicamente os compensadores de reativos: SVC, STATCOM e CSR;
 Analisar o estudo de caso e resultados obtidos, discutindo o problema e as possíveis
soluções existentes, e;
 Avaliar os impactos, desafios e possibilidades destes recursos energéticos para o SEP.
Os resultados obtidos com a conclusão desta dissertação, poderão contribuir para a
construção de novos conhecimentos científicos para a área da Engenharia Elétrica – Sistemas
Elétricos de Potência, colaborando com futuros pesquisadores e profissionais da área, grupos
regulatórios e empresas que atuam no mercado de sua aplicação.

1.6 Estruturação da Dissertação

Para estruturação e organização, esta dissertação é dividida em 8 capítulos. A saber:


Capítulo 1: Introdução. Esta seção apresenta a contextualização e justificativa da
dissertação em um cenário de transição energética, ou seja, com o amplo uso de fontes energia
renováveis que podem gerar distúrbios operacionais impactando na confiabilidade do sistema
elétrico brasileiro. Também é debatido a importância da compensação de reativos atuando de
forma fundamental para o mantenimento da segurança do SEP, sendo inclusive exemplificado,
32

o caso recente de um apagão no sistema elétrico brasileiro que afetou todo o território nacional.
Ainda é observado o ressurgimento da aplicação dos compensadores síncronos rotativos que
podem atuar ativamente no controle da potência reativa e na redução das oscilações das
variáveis elétricas sistêmicas, de modo a contribuir para o equilibro estrutural da rede elétrica,
mantendo à qualidade e confiabilidade do setor elétrico.
Capítulo 2: Mapeamento Bibliográfico e Referencial Teórico. A segunda seção
apresenta o mapeamento bibliográfico e principais referências teóricas para os temas de
transição energética, fontes renováveis de energia e compensadores síncronos. Desta forma,
busca-se validar a importância deste estudo para o setor elétrico brasileiro e engenharia,
especificamente, para área de sistemas elétricos de potência.
Capítulo 3: Fontes Renováveis de Energia: Esta seção traz uma breve explicação dos
conceitos teóricos pertinentes às energias eólica e fotovoltaica. A representação matemática de
ambas, destacando particularidades inerentes as estas fontes de energia renováveis.
Capítulo 4: Estabilidade Sistemas Elétricos de Potência: A quarta seção apresenta
estudo teórico pertinente a estabilidade do SEP. Estes conceitos são preceitos fundamentais para
análise geral da influência das fontes renováveis de energia com alta intermitência e baixa
inércia. É apresentado a teoria a partir da equação de oscilação e momento de inércia para,
posteriormente, fundamentar a estabilidade relacionada ao ângulo do rotor, tensão e frequência.
Capítulo 5: Conceito de Potência Reativa e Aplicação da Compensação Reativa: A
quinta seção demonstra a equação da potência reativa, desenvolvendo o entendimento para a
compensação reativa de forma a colaborar com a estabilidade do SEP. É apresentado às três
principais soluções técnicas de compensação de reativos: SVC, STATCOM e CSR. Compara-
se a aplicação destas soluções de compensação reativa, discorrendo-se sobre a visão geral e
histórica de utilização, diferenças técnicas comparativas, análise de custo de implementação,
além da comparação final
Capítulo 6: Modelagem de um SEP com Energias Renováveis e Compensação de
Reativos: A sexta seção apresenta a implementação do Sistema Brazilian Birds através dos
softwares ANAREDE e ANATEM. Também quanto às adequações realizadas com a
implementação da geração eólica, fotovoltaica, além dos compensadores de reativo SVC,
STATCOM e CSR. Toda a modelagem implementada é explicada de forma a fundamentar as
simulações executadas.
Capítulo 7: Simulações e Análise Resultados: A seção de número 7 registra as
simulações executadas nos programas ANREDE e ANATEM. São apresentados os principais
33

gráficos analisando o uso massivo das gerações não despacháveis e a implementação da


compensação reativa. Ademais é feita a análise dos principais casos simulados de forma a
atestar a funcionalidade e eficiência de cada recurso técnico de engenharia aplicado de forma a
compará-los.
Capítulo 8: Considerações Finais: A última seção desta dissertação discorre sobre os
conceitos técnicos apresentados, simulações realizadas, além dos resultados obtidos, trazendo
assim, a conclusão do presente trabalho. Busca-se prover contribuições para o debate sobre a
relação de fontes renováveis intermitentes e uso de compensação de reativos, destacando, o uso
do CSR, inclusive com o dispositivo de volante de inércia, como uma solução de alta eficácia
para um SEP plural, provendo assim, segurança, eficiência e confiabilidade a matriz energética.
34

2. MAPEAMENTO BIBLIOGRÁFICO E REFERENCIAL TEÓRICO

De forma a mapear o conteúdo relacionado a esta dissertação, utilizou-se o recurso da


análise bibliométrica, compilando assim, um grande volume de dados de forma a analisar e
justificar a aplicabilidade e importância do presente tema.
Foi utilizado o software R na versão 4.2.1, com a aplicação do pacote “bibliometrix”
que de acordo com [18], busca facilitar o manejo e uso de uma grande quantidade de dados,
oferecendo um mapeamento cientifico, dando suporte a um fluxo de trabalho automatizado de
forma a integrar e organizar dados em uma ferramenta única e de código aberto.
Utilizando esta ferramenta em conjunto com a base de dados do portal de periódicos da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), especificamente do
periódico SCOPUS - Elsevier, gerou-se arquivos de metadados que avaliaram e atestaram a
significância, além de prover as principais referências relacionadas ao tema desta dissertação.
Salienta-se que a escolha do periódico SCOPUS – Elsevier se deu pela sua alta
relevância internacional, tendo sua frequência de atualização diária, possuindo mais de 87
milhões de documentos, 335 mil livros e 7 mil editores. Ademais possui também, mais de 1,8
bilhões de referências citadas em cerca de 240 disciplinas diferentes, conforme informação do
conteúdo Scopus [19].
A Pesquisa nos documentos do periódico foram executadas a partir dos seguintes termos
utilizando a lógica Booleana:
 Synchronous condenser OR Synchronous compensator (compensadores síncronos
OU compensadores síncronos);
 Synchronous condenser AND Renewable energy (compensadores síncronos E
Energias renováveis), e;
 Synchronous Condenser AND Wind Farm OR Photovoltaic (compensadores
síncronos E Fazendas eólica OU Fotovoltaicas).
De posse das informações, executou-se o programa de maneira a analisar, ao menos, as
seguintes informações:
 Informações principais da base de dados;
 Média anual de produção científica;
 Palavras mais citadas;
 Evolução temática, e;
 Mapa temático;
35

Os seus conceitos são detalhados a seguir


i. Informações Principais da base de dados: apresenta os dados gerais fornecidos da
pesquisa da base de dados, como o período de anos pesquisado, quantidade de
autores, referências, entre outros;
ii. Produção Científica Anual: apresenta o gráfico de crescimento de documentos
científicos na área, produzidos e registrado ao longo dos anos;
iii. Palavras Mais Citadas: tabula e apresenta em gráfico as palavras mais citadas
(palavras-chave, do título ou do resumo);
iv. Evolução temática: mostra a evolução das temáticas relacionadas a pesquisa, a partir
de um período determinado, demonstrando a trajetória do que era pesquisado
anteriormente e o direcionamento do que está sendo estudado e que possui
preponderância em tempos contemporâneos;
v. Mapa de Temas Relacionados: exibe gráfico de agrupamentos com temas
relacionados à pesquisa. Este possui quatro quadrantes que analisa os temas que estão
emergindo ou em declínio. Quais assuntos são básicos, nichados e os motores,
baseados em seu grau de relevância e desenvolvimento. Assim, é possível verificar a
tendência da pesquisa no tema estudado, validando assim a importância dos temas
correlacionados.

2.1 Base de Dados: Compensadores Síncronos

Os primeiros termos pesquisados na base de dados supracitada foram Synchronous


Condenser “OU” Synchronous Compensator, aplicando a lógica Booleana, visto a abrangência
da utilização de ambos os termos nas publicações gerais. Os resultados obtidos foram de 6.736
documentos. No entanto, ao se analisar a compilação de dados resultantes, notou-se uma grande
quantidade de referências a compensadores síncronos estáticos, ou ainda os Static Synchronous
Compensators, ou ainda STATCOM.
Tal fato se dá, pois os compensadores que não utilizam motores são comumente
chamados de compensadores (compensators), sendo que os que utilizam motores, podem ser
denominados condensadores (condensers), como referenciado em [20].
36

Como não há uma definição específica sobre o termo, de forma a validar à análise
bibliométrica, foi adicionado na lógica Booleana o “não” ao termo Static Synchronous
Compensators, ou ainda STATCOM, resultando as análises a seguir.
Foram encontradas um total de 1002 documentos provenientes de 436 fontes diferentes,
a partir do ano de 1914 até 2022 – Tabela 3.

Tabela 3 – Compensadores Síncronos: informações principais da base de dados.

Informações Principais Sobre os Dados Resultados


Intervalo de Tempo 1914:2022
Fontes (jornais, livros, etc.) 436
Documentos 1.002
Taxa de crescimento anual % 3,72
Idade Média do Documento 18,4
Média de citações por documento 8,402
Referências 11.708

Fonte: Elaboração própria, a patir do programa R – Bibliometrix.

Figura 5 – Publicações anuais relacionadas ao tema de Compensadores Sincronos.

120

100

80

60

40

20

0
1914
1918
1922
1926
1930
1934
1938
1942
1946
1950
1954
1958
1962
1966
1970
1974
1978
1982
1986
1990
1994
1998
2002
2006
2010
2014
2018
2022

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

Tomando como referência o ano de 2015, quando ocorreu o encontro de Paris, haviam
sido publicados 18 artigos específicos para a área; já em 2022 o número de publicações foi de
103 documentos, representando um aumento de 6 vezes quanto a novos estudos sobre o tema,
conforme a Figura 5.
37

A partir desta pesquisa foram analisadas as palavras mais frequente relacionadas ao tema
(Figura 6). Destaca-se a relação de conceitos chaves que estão conectados com compensadores
síncronos como a potência reativa, redes de transmissão de energia elétrica, controle de tensão,
potência dos ventos e entre outros que são discutidas nessa dissertação.

Figura 6 – Palavras mais citadas relacionadas a pesquisa de CSR.

synchronous condensers 438


reactive power 213
electric power transmission networks 178
hvdc power transmission 120
electric power transmission 106
voltage control 89
electric power systems 88
wind power 75
capacitors 70
system stability 68

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

Com a evolução do tema da transição energética e, consequentemente, da forte


penetração de energia renováveis não despacháveis, é possível verificar o crescimento do
estudo de compensadores síncronos e temas correlatos.
Evidencia-se a partir da Figura 7 que a partir de 2015, houve alterações do foco da
pesquisa relacionada ao assunto, aumentando, principalmente, o estudo sobre compensadores
síncronos e a energia gerada pelos ventos.
A partir do ano de 2016, é possível observar a capilarização do tema capacitores (base
para os SVC e STATCOM), máquinas elétricas e qualidade da potência para os compensadores
síncronos e fazendas eólicas, demonstrando o enfoque do estudo acadêmico para estas áreas em
específico.
Valida-se assim, que os compensadores síncronos são um dos assuntos motores (grande
relevância) no que tange a pesquisa sobre a relação de estabilidade e qualidade de transmissão
de energia, principalmente, com a adição de fontes renováveis e suas particularidades, conforme
Figura 8, sendo abordado, inclusive, uma nova geração de compensadores síncronos.
38

Figura 7 – Evolução temática da área em pesquisa.

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

Figura 8 – Quadrante temático da área em pesquisa.

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.


39

2.2 Base de dados: Compensadores Síncronos “E” Energias Renováveis

A expansão das energias renováveis e, consequentemente, o alcanço da transição


energética é um dos principais temas que envolvem a estrutura atual do SEPs. Este assunto
move os estudos quando relacionados aos CSRs. Porém, cabe destacar as pesquisas são mais
recentes, sendo que, com base no acervo da Scopus, esta relação entre ambos os temas começou
a gerar publicações a partir de 2012, sendo emitidos 103 documentos até 2022, conforme Tabela
4.

Tabela 4 – CSR “E” ER: informações principais da base de dados.

Informações Principais Sobre os Dados Resultados


Intervalo de Tempo 2012:2022
Fontes (jornais, livros, etc.) 83
Documentos 103
Taxa de crescimento anual % 32,75
Idade Média do Documento 3,21
Média de citações por documento 9,767
Referências 1.971

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

A taxa de crescimento anual de publicações relacionadas cresceu 32,75%, alcançando


em 2022, 34 publicações de artigos específicos ao tema, conforme apresentado na Figura 9.

Figura 9 – Publicações anuais com o tema Energias Renováveis.

40

35

30

25

20

15

10

0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.


40

As palavras mais frequentes relacionadas ao tema em pesquisa são apresentadas na


Figura 10. Basicamente, a relação se mantém entre as redes de transmissão elétrica e a potência
reativa, além da relação com a energia eólica, e também, inversores elétricos que compõe a
geração fotovoltaica.

Figura 10 – Palavras mais citadas relacionadas a pesquisa de CS “E” ER.

synchronous condensers 80
renewable energy resources 52
electric power transmission networks 44
renewable energies 28
wind power 24
renewable energy source 22
reactive power 21
power 16
electric power transmission 16
electric inverters 11

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

Utilizou-se o mesmo critério da análise com o marco temporal de 2015 – Figura 11. O
assunto energias renováveis e compensadores síncronos foram expandidos, abrangendo
diferentes áreas de aplicação, principalmente como potência reativa, potência eólica e geradores
síncronos.
Conforme apresentado na Figura 12, o aumento de relevância e desenvolvimento da
relação da compensação síncrona e energia renováveis estão ligadas a estabilidade, otimização
e confiabilidade do sistema elétrica.
41

Figura 11 – Evolução temática da área em pesquisa.

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

Figura 12 – Quadrante temático da área em pesquisa.

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.


42

2.3 Base de dados: Compensadores Síncronos “E” Energia Eólica “OU” Fotovoltaica

Aplicando a análise específica da relação de compensadores síncronos rotativos e


energia eólica ou fotovoltaica, apresenta-se na Tabela 5, as informações principais da pesquisa
nesta base de dados.

Tabela 5 – CS “E” FE “OU” FV: informações principais da base de dados.

Informações Principais Sobre os Dados Resultados


Intervalo de Tempo 2003:2022
Fontes (jornais, livros, etc.) 83
Documentos 106
Taxa de crescimento anual % 17,67
Idade Média do Documento 5,03
Média de citações por documento 11,64
Referências 1.997

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

A taxa de crescimento anual de publicações relacionadas cresceu 17,67%, havendo entre


2003 e 2022 a publicação e 103 artigos relacionados ao assunto, conforme Figura 13.

Figura 13 – Publicações ao longo do tempo com o tema de CS “E” FE “E” FS.

25

20

15

10

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.


43

A Figura 14, relaciona as palavras com mais citações para esta pesquisa. Ratifica-se a
relação com a energia eólica, potência reativa, inércia, e, também com o STATCOM, uma
alternativa a compensação de reativos que pode compor um aerogerador já de fábrica.

Figura 14 – Palavras mais citadas relacionadas a pesquisa de CS “E” FE “E” FS.

synchronous condenser 41
reactive power 10
wind power 8
system strength 8
statcom 7
frequency stability 7
wind farm 6
renewable energy 6
reactive power compensation 5
inertia 5

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

A evolução temática parte da base das energia eólica, máquinas síncronas, capacitores e
controle de fator de potência, com a migração em 2015 para o estudo de compensadores
síncronos, potência proveniente dos ventos, controle incluindo a resposta a frequência, custos
e o nível de curto-circuito da linha. – Figura 15.
A Figura 16 apresenta o mapa temático desta pesquisa bibliométrica, sendo destacado
que está emergindo a discussão da potência solar e armazenamento de energia. Os temas
motores atuais estão relacionados a otimização, eficiência e confiabilidade do SEP como um
todo, sendo destacado também a pesquisa com a utilização de soluções de compensação de
reativos.
44

Figura 15 – Evolução temática da área em pesquisa.

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.

Figura 16 – Quadrante temático da área em pesquisa.

Fonte: Elaboração própria, a partir do programa R – Bibliometrix.


45

3. FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Pode-se definir fontes de energia renováveis aquelas que são naturalmente reabastecidas
em um período relativamente curto, e que possuem uma capacidade praticamente infinita, isto
é, de recurso praticamente inesgotável.
Classifica-se como fontes de energias renováveis:
 Eólica;
 Solar;
 Hidráulica;
 Bioenergia (biomassa);
 Maré Motriz;
 Geotérmica.
Como visto no capítulo 1, o crescimento da utilização das fontes de energia eólica e
solar foram justificados em decorrência da necessidade da ampliação e diversificação da matriz
energética. A utilização destes tipos de geração de energia é uma realidade no cenário mundial
e brasileiro. Especificamente para esta dissertação, a análise irá se ater a estas duas fontes
renováveis de energia com maior potencial de crescimento e expansão de instalação no cenário
atual do SEP, ou seja, às gerações eólicas e fotovoltaicas.

3.1 Energia Eólica

A energia eólica provém da utilização dos ventos como combustíveis. Os aerogeradores


são os equipamentos responsáveis por transformarem a energia a partir da rotação das pás de
uma turbina eólica pelas correntes de ar, assim, a energia cinética deste movimento é
transformada em energia mecânica, que através de um eixo conectado a um gerador elétrico
resulta na geração de energia elétrica.
Conforme [21], as turbinas eólicas podem ser classificadas quanto à sua forma
construtiva, que pode ser Turbina Eólica de Eixo Horizontal (TEEH) ou horizontal axis wind
turbines (HAWT) e Turbina eólica de Eixo Vertical (TEEV) ou vertical axis wind turbines
(VAWT).
As turbina de eixo vertical normalmente são utilizadas para baixa altura e pequena
potências, e também, quando há ventos turbulentos. Para esta configuração, os dois tipos
46

principais são a Darrieus e Savoninus. Já as de eixo horizontais são o tipo de turbinas mais
comuns devido à sua alta eficiência, investimento tecnológico e custo benefício.
A prática geral é da utilização de turbinas eólicas horizontais com três pás no rotor, pois
nesta configuração há a redução de pulsações de energia. As pás modernas são aerodinâmicas
e produzem uma força de sustentação do torque ao longo o comprimento da lâmina [21] –
Figura 17.

Figura 17 – Arranjo típico de um aerogerador.

Fonte: [21].

A potência do aerogerador irá variar conforme o cubo da velocidade do vento (Vw),


densidade do ar (ρ) e a área (A) que a turbina abrange, além do coeficiente de performance (Cp)
da turbina, conforme (3.1):

1
𝑃= 𝜌𝐴𝐶 𝑉 (3.1)
2

O coeficiente de performance (Cp) da turbina é a medida da eficiência da transformação


de energia proveniente do vento. Estas turbinas extraem esta energia através do contato do vento
e as pás e a diminuição da velocidade do vento.
47

Associado ao Cp está o número de Betz. Este número é nomeado em decorrência do


desenvolvimento e pesquisa de Albert Betz, engenheiro alemão que estabeleceu que, em
condições ideais, uma turbina eólica pode converter no máximo 59,3% da energia cinética do
vento em energia mecânica, ou seja, em rotação do rotor [21] e [22].
De acordo [21], na prática este valor do Cp é menor que isso e também varia com a
relação de velocidade da ponteira λ. Esta relação de velocidade (tip speed ratio) resulta em um
valor adimensional, sendo definida pela razão velocidade angular do rotor (ω), o raio do
aerogerador (r) e a velocidade do vento (vw), resultando em (3.2).

𝜔𝑟
λ= (3.2)
𝑣

As características da relação entre o coeficiente de performance e a relação da


velocidade de ponteira (Cp/λ) irão demonstrar a potência máxima de operação, conforme Figura
18 exemplifica:
Figura 18 – Curva típica da relação Cp/λ para uma turbina eólica.

Fonte: [23].

Para qualquer velocidade de vento, as equações (3.1) e (3.2), além da relação


característica Cp/λ, podem ser usadas para calcular a potência da turbina em função da
velocidade angular do rotor, conforme mostrado na Figura 19(a).
Para um dado Cp a potência da turbina em função da velocidade do vento é mostrada
esquematicamente na Figura 19(b). Não haverá operação da turbina na área 1, ou seja, entre vw1
que é a velocidade de ativação da turbina (cut-in wind speed) e a vwr que é a velocidade nominal
48

do vento (rated wind speed) para ativação da turbina. Já a área 2 (vwr e vw2) apresenta a região
de operação da uma turbina eólica, que é determinada entre a sua velocidade nominal de
ativação até seu limite máximo operacional (vw2), que resulta na velocidade de desligamento
(shutdown wind speed).

Figura 19 – Potência da turbina em função: (a) da velocidade angular do rotor; (b) em função
da velocidade do vento.

Fonte: [21].

3.1.1 Tipos de aerogeradores

Os geradores de uma turbina eólica são acionados através do acionamento das pás do
rotor da turbina, estando conectados entre si por uma caixa de transmissão mecânica, conhecida
também por gearbox. De acordo com [21], a maioria das grandes turbinas eólicas utilizam caixa
de engrenagens multiplicadoras de velocidade, de forma a elevar a rotação do eixo de 15 a 30
rpm para 1200 a 1550 rpm em um sistema de 50 Hz, por exemplo.
De forma geral, de acordo com [24], divide-se os geradores em dois grandes grupos: os
que operam em velocidade constante e os de velocidade variável.
Os geradores de velocidade constante têm como característica principal funcionarem
sem variações na rotação da turbina e do gerador, independente da variação de velocidade dos
ventos. Assim, a rotação constante deste aerogerador será definida através dos números de polo
do gerador e frequência da rede, sendo que poderá haver uma variação de 2 a 4%, devido ao
escorregamento inerente do gerador [21].
49

De acordo com [25], estes são geradores de indução conectados à rede e que operam
com soft-starter, limitando assim sua corrente de partida. Também possui banco de capacitores
(BC) no seu arranjo de forma a limitar a potência reativa do aerogerador.
Pode-se classificar estes geradores de indução em gaiola, Squirrel Cage Induction
Generator (SGIG) e, Wound rotor induction generator (WRIG). Os geradores WRIG podem
ofertar uma faixa de velocidade de operação maior que o SGIG, devido a suas características
construtivas de um rotor bobinado.
Quanto aos geradores de velocidade variável, estes possuem a capacidade de alterar a
velocidade operacional do aerogerador, de acordo com as velocidades dos ventos, ou seja,
aumenta-se a faixa de trabalho do aerogerador aproveitando a sua capacidade de potência e
aumentando sua eficiência operacional.
Os geradores de velocidade variáveis podem ser categorizados em: Doubly - fed
induction generator (DFIG), Wound rotor synchronous generator (WRSG) e também o
Permanent Magnet Synchronous Generator (PMSG), conforme [21] e [25].
O primeiro, DFIG, utiliza gerador de indução duplamente alimentado, sendo que o rotor
deste, faz o controle do fluxo de potência. Há o uso de eletrônica de potência com conversores.
Também é utilizada a caixa de transmissão mecânica além da necessidade de anel coletor, o que
gera a desvantagem quanto ao custo de manutenção elevado.
O gerador WRSG é síncrono com o rotor bobinado, enquanto o PMSG é um gerador
síncrono com ímã permanente. Ambos podem ter a gear box como opcional, e o estator é
conectado à rede através de um inversor de frequência pleno, sendo ambos totalmente
desacoplado da rede.
Ambos possuem a vantagem de gasto de custo de manutenção se comparado ao DFIG,
no entanto, seu custo de implementação devido aos seus equipamentos de alta eficiência é mais
alto.
A Tabela 6 apresenta a relação entre os tipos de geradores eólicos e suas características
específicas.
50

Tabela 6 – Características dos diferentes tipos de geradores eólicos.

A: Squirrel Cage B: Wound Rotor C: Doubly - Fed D: Wound Rotor D: Permanent Magnet
Tipo
Induction Generator Induction Generator Induction Generator Synchronous Generator Synchronous Generator

Configuração
Típica

- Velocidade constante - Velocidade variável - Velocidade variável - Velocidade variável - Velocidade variável
Faixa de conforme n° de polos conforme a resistência com conversor de com conversor de com conversor de
Velocidade e frequência da rede do rotor frequência parcial (25- frequência total frequência total
elétrica 30%)
- Gerador de indução - Gerador de indução - Gerador de indução - Gerador síncrono - Gerador síncrono de
- Rotor de gaiola de - Rotor bobinado - Rotor duplamente - Rotor bobinado ímãs
Característica esquilo - Possui gear box bobinado - Conversor AC-DC-AC - Não é necessário anéis
s principais - Possui gear box - Necessário anéis - Gear box opcional coletores;
coletores - Conversor AC-DC-AC
- Possui gear box - Gear box opcional
- Utiliza BC para - Utiliza BC para - Controle eletrônico do - Controle eletrônico - Controle eletrônico
Potência compensação de compensação de FP total de P e Q total de P e Q
reativa reativos e correção do reativos e correção do
FP FP

Fonte: Elaboração própria, baseado em [21] e [25].


51

3.2 Energia Solar

A energia solar é obtida através da captação dos raios do sol por placas de células FV,
onde é realizada a conversão para energia elétrica pela coleta de fótons que são convertidos em
corrente contínua.
Conforme [25], a energia solar foi descoberta em 1839 pelo físico francês Edmund
Becquerel e a primeira célula fotovoltaica foi desenvolvida em 1883, por Charles Fritts.
Ao longo do tempo, houve a modernização dos painéis FV sendo que no ano de 1954,
com a criação de Calvin Fuller, Gerald Pearson e Daryl Chapin, que juntos produziram a
primeira célula solar moderna de silício [26].
A partir daí, houve o desenvolvimento continuo da tecnologia com alguns marcos
importante, com base em [26]:
 1958: Início das utilizações de painéis solares;
 1976: Criação da primeira célula de silício amorfo;
 1992: Criação de célula de filme fino;
 1994: Primeira célula solar que superou em 30% a eficiência de conversão;
 2000: Utilização de sistemas fotovoltaicos conectados à rede;
 2006: Novo recorde ao obter uma célula solar com 40% de eficiência.

Para melhorar a eficiência, os materiais utilizados para a fabricação de células


fotovoltaicas incluem silício amorfo, silício policristalino, telureto de cádmio, silício
microcristalino e seleneto de cobre e índio. Sendo que a célula de silício cristalina tem a
aplicação mais difundida [25].

3.2.1 Modelagem matemática de um painel FV

Painéis FV podem ser representados por modelos matemáticos de maior ou menor


complexidade, mas um modelo matemático ideal é caracterizado por uma fonte de corrente e
por um díodo ligado em paralelo com a mesma [27] – Figura 20.
Através da Figura 20, a corrente do circuito é expressada por (3.3):

𝐼= 𝐼 −𝐼 (3.3)
52

Figura 20 – Circuito equivalente para modelagem matemática da FV.

Fonte: [28].

A corrente do diodo (Id) é expressada pela equação de Shockley em (3.4).

𝐼 = 𝐼 𝑒 −1 (3.4)

A tensão térmica é dada por (3.5).

𝑘 ×𝑇
𝑉 = (3.5)
𝑞

Substituindo (3.4) e (3.5) em (3.3), tem-se (3.6) que descreve a corrente para o modelo
matemático proposto.

𝐼= 𝐼 −𝐼 𝑒 −1 (3.6)

Onde:
I: Corrente que flui pela célula FV;
Iph: Corrente da fonte;
I0S: Corrente inversa de saturação do diodo;
V: Tensão do diodo;
q: Carga elétrica (1,6 x 10-19 (C));
n: fator de idealidade do diodo;
k: Constante de Boltzmann (1,38 x 10-23 (JK-1));
T: Temperatura absoluta (K)
53

A partir da (3.6), é possível traçar curva I-V da célula FV que irá determinar as suas
características de funcionamento, inclusive, determinando o Ponto de Máxima Potência (PMP)
ou, em inglês, Maximum Power Point (MPP). A “curva característica (I-V) para uma única
célula é comumente usada para modelar tecnologias fotovoltaicas” [25].
Também é possível analisar a potência em função da tensão. Segundo [28], a obtenção
da curva caraterística P-V é imediata pois a potência P surge como resultado do produto entre I
e V. Esta relação entre corrente e tensão do painel FV irá variar conforme condições de radiação
solar e temperatura – Figura 21.

Figura 21 – Curvas caraterísticas I-V e P-V de uma célula ou módulo.


.

Fonte: [28].
54

4. ESTABILIDADE DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

O conceito de estabilidade do SEP denota a capacidade deste se manter em equilíbrio


quando está operando em regime permanente, mesmo quando submetido a perturbações
transitórias; ou seja, ele é capaz de amortecer essas oscilações transitórias e retomar a sua
estabilidade operacional.
Conforme [29],
a integridade do sistema elétrico é preservada quando, praticamente todo o
sistema de energia permanece intacto sem desligamento dos geradores ou
cargas, exceto aquelas desconectadas por isolação dos elementos em falta ou
disparadas intencionalmente para preservar a continuidade de operação do
restante do sistema.

Em grandes sistemas elétricos interconectados, esta busca de estabilidade é


extremamente complexa, pois o SEP é composto por distintos tipos de equipamentos e sistemas.
Esta pluralidade resulta em condições variáveis que operam em constante mudanças, conforme
demandados. De acordo [14], “O sistema de potência é um sistema altamente não linear que
opera em um ambiente em constante mudança; cargas, saídas do gerador e os principais
parâmetros operacionais mudam continuamente”.
Com esta amplitude de variáveis, de forma a permitir a análise do tema, é necessária a
classificação das categorias de estabilidade. Como considerado [29] e [30]:
 A natureza física da instabilidade resultante relacionada ao principal parâmetro do
sistema no qual instabilidade pode ser observada.
 O tamanho da perturbação considerada indica o método de cálculo mais apropriado
e previsão de estabilidade.
 Os dispositivos, processos e o intervalo de tempo que devem ser levados em
consideração para determinar estabilidade.
Assim, há a divisão dos parâmetros de estabilidade do SEP em três grupos [29] e [14]:
 Estabilidade angular do rotor;
 Estabilidade de frequência;
 Estabilidade de tensão.
Adicionalmente, a identificação da estabilidade do SEP pode ser tempo de duração do
fenômeno dinâmico [14] e [29]:
 Período: transitório curto (short term);
 Período longo de transitório (long term).
55

Para o melhor entendimento dos conceitos, a Figura 22 organiza as classificações das


categorias de estabilidade do SEP.

Figura 22 – Classificação da Estabilidade em SEP.

Fonte: Elaboração própria.

4.1 Equação de Oscilação e Momento de Inércia

Através do uso das equações do movimento rotacional de um rotor é possível identificar


a relação entre aceleração angular com as diferenças entre o torque elétrico e mecânico – Figura
23.

Figura 23 – Aceleração angular do rotor com torque elétrico e mecânico.

Fonte: Elaboração própria.


56

Havendo variações da potência elétrica consumida pela carga ou potência mecânica


entregue do rotor de uma máquina síncrona ao eixo do gerador, é possível analisar o
comportamento oscilatório do rotor e ângulo de carga de uma máquina síncrona frente a
estabilidades transitórias da máquina. Esta equação irá estudar o comportamento oscilatório do
rotor, além de verificar a possibilidade de ocorrência de perda de sincronismo ao SEP.
Em regime permanente, desconsiderando perdas inerentes ao sistema, tem-se que o
torque mecânico é igual ao elétrico, e desvio angular é constante (ωn) pela máquina ser síncrona,
como expresso em (4.1) e (4.2):
𝑇 (𝑡) = 𝑇 (𝑡) (4.1)
Ainda:
𝑇 (𝑡) = 𝑇 (𝑡) − 𝑇 (𝑡) = 0 (4.2)

Para o equacionamento da equação de oscilação tem-se (4.3):

1
𝐸= 𝐼 𝜔 (4.3)
2
Onde:
E = Energia cinética para um rotor em J;
Iner = Momento de inércia em kgm²;
ω = velocidade rotacional de um rotor.

O torque de aceleração do rotor pode ser descrito pelo produto do momento de inércia
pela à aceleração angular do eixo (4.4):
𝑇 (𝑡) = 𝐼 𝛼 (𝑡) (4.4)

Assim, substituindo a equação (4.2) em (4.4), tem-se (4.5):

𝐼 𝛼 (𝑡) =𝑇 (𝑡) − 𝑇 (𝑡) (4.5)

A aceleração angular é a taxa de variação angular no tempo ou ainda a derivada segunda


da posição angular do rotor em referência de uma posição fixa, conforme (4.6).
57

( ) ( )
𝛼 (𝑡) = = (4.6)
²

Substituindo a equação (4.6) em (4.5), tem-se (4.7):

( )
𝐼 = 𝑇 (𝑡) − 𝑇 (𝑡) (4.7)
²

Para continuidade da análise do equacionamento, será considerado que o ângulo θm não


será em função de uma referência fixa, e sim, em função do ângulo do rotor e o ângulo
magnético (da carga), conforme Figura 24:

Figura 24 – Relação angular no rotor.

Fonte: Elaboração própria.

Por seguinte, a equação (4.8):

𝛿 =𝜃−𝜔 𝑡 (4.8)

Assim, a partir da (4.8), na primeira e segunda derivadas (4.9) e (4.10):

𝑑𝛿(𝑡) 𝑑𝜃(𝑡)
= −𝜔 𝑡 (4.9)
𝑑𝑡 𝑑𝑥
58

𝑑²𝛿(𝑡) 𝑑²𝜃(𝑡)
= (4.10)
𝑑𝑡² 𝑑𝑡²

Substituindo a equação (4.10) em (4.7), tem-se (4.11):

² ( )
𝐼 = 𝑇 (𝑡) − 𝑇 (𝑡) (4.11)
²

Multiplicando os dois termos por ωm (velocidade mecânica) de forma a se obter potência


elétrica e mecânica, e, dividindo pela potência nominal da máquina para obter a potência
nominal (Sn) em p.u., expresso em (4.12).

( ) ² ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
²
=

( ) ² ( ) ( ) ( )
²
=

( ) ² ( )
²
=𝑝 . . (𝑡) −𝑝 . . (𝑡) = 𝑝 . . (𝑡) (4.12)

Continuando a desenvolver o equacionamento, pode-se adicionar o termo da constante


de inércia à equação. A constante de inércia (H) é a razão entre energia cinética em um rotor
síncrono (E) e a potência nominal do gerador (Sn), conforme (4.13).

𝐻= (4.13)

Utilizando a energia cinética expressada em (4.3) em (4.13), e, posteriormente, em


(4.12), a expressão (4.14) será definida com a unidade de medição de J por VA que, através da
análise dimensional, é igual unidade de segundos.

( ) ² ( )
2𝐻 ²
=𝑝 . . (𝑡) −𝑝 . . (𝑡) (4.14)
59

Considerando ainda, que a velocidade mecânica ωm em sincronismo é igual a ωsync,


pode-se simplificar (4.14), chegando assim, na equação de oscilação, ou ainda, balanço de
potência ativa, conforme (4.15):

² ( )
²
=𝑝 . . (𝑡) −𝑝 . . (𝑡) (4.15)

A aceleração angular é inversamente proporcional a inércia do sistema, sendo que é


possível concluir que, quanto maior a inércia, menor será a oscilação angular de um rotor,
colaborando com a estabilidade do SEP.
Também, através da equação de oscilação é possível constatar que se:

𝑑²𝛿(𝑡)
⎧𝑝 . . (𝑡) =𝑝 . . (𝑡) → = 0 → 𝜔 (t) = 𝜔 (i)

⎪ 𝑑𝑡²
𝑑²𝛿(𝑡)
𝑝 . . (𝑡) <𝑝 . . (𝑡) → < 0 → 𝜔 (t) < 𝜔 (ii)
⎨ 𝑑𝑡²

⎪ 𝑑²𝛿(𝑡)
⎩𝑝 . . (𝑡) >𝑝 . . (𝑡) → > 0 → 𝜔 (t) > 𝜔 (iii)
𝑑𝑡²

Ou seja, para os casos:

i. Máquina estável (regime permanente);


ii. Máquina freia;
iii. Máquina acelera.
60

4.2 Estabilidade Angular do Rotor

A estabilidade angular do rotor está relacionada a capacidade das máquinas síncronas


manterem-se conectadas ao sistema ao qual estão interligadas, mesmo sendo expostas a
perturbações externas, ou seja, mantendo o seu ângulo de carga δ praticamente constante.
Para um grupo de geração, caso haja pequenas variações angulares, a estabilidade estará
atrelada também, a capacidade do mantenimento das diferenças de ângulos entre os geradores
medidos em relação a uma velocidade síncrona.
De acordo com [31], a quantidade de torque mecânico necessário para ser produzido
pela turbina está diretamente relacionada à quantidade de corrente que flui no estator. Qualquer
alteração na corrente do estator requer uma alteração no torque mecânico.
Outrossim, de acordo com [14]. ,
se um gerador síncrono operar temporariamente em velocidade maior que o
outro, a posição angular do seu rotor em relação à da máquina mais lenta
avançará. A diferença angular resultante irá transferir parte da carga da
máquina lenta para a máquina rápida, dependendo da relação potência-ângulo.
Isso tende a reduzir a diferença de velocidade e, portanto, a separação angular.

A mudança na velocidade do rotor carreta na mudança no ângulo de carga e as máquinas


mais lentas irão transferir parte da carga para as máquinas que operam em condições mais
rápidas [14].
Partindo deste princípio, haverá a instabilidade do SEP quando o sistema não for mais
capaz de absorver essas diferenças de ângulos de rotores podendo resultar na perda de
sincronismo da máquina. “Para qualquer situação, a estabilidade do sistema depende se os
desvios nas posições angulares dos rotores resultam ou não em torques de restauração
suficientes” [29].
No entanto, como citado em [14], deve ser feita a diferenciação entre as magnitudes das
perturbações, pois o gerador síncrono tem a capacidade de suportar apenas algumas delas.
De modo a analisar a estabilidade do SEP em relação ao ângulo do rotor, pode-se tomar
como base o circuito apresentado na Figura 25. Onde Eg é a tensão da fonte de geração com um
ângulo específico do rotor δg que somada à tensão terminal V1∠𝜃 irá fornecer potência para a
rede submetida a uma reatância Xech. A reatância da rede somada a reatância do gerador será
representada pela reatância total do sistema XT. Seguindo, a tensão para o SEP é representada
por V2∠𝜃 .
61

Figura 25 – Sistema equivalente de transferência de potência.

Fonte: [31].

Quanto maior é a geração que incorre no aumento de corrente no enrolamento da


armadura, maior será o ângulo de carga δg do rotor. O sistema equivalente da Figura 25 pode
ser representado por (4.16):

𝐸 𝑉
𝑃 = 𝑠𝑒𝑛𝛿 (4.16)
𝑋

É possível observar que a potência elétrica é altamente não linear em função do ângulo
δg do rotor, ou seja, a transferência de potência irá aumentar conforme acontece o aumento do
ângulo do rotor (valor máximo será em π/2).
Esta potência elétrica também irá depender da reatância equivalente da linha, sendo que
quanto maior este valor, menor será a potência transferida, e, sendo mantida as mesmas
condições de V2, maior será o ângulo δg.
Grandes valores de reatância de rede ocorrem devido a longas distâncias ou
interconexões fracas. Como a rede está envolvida, o valor máximo que pode ser alcançado para
um ângulo do rotor é menor que π/2 [31].
Na Figura 26 é representada a curva característica do ângulo de carga. Para avaliar a
estabilidade do sistema, toma-se como referência à razão entre a derivada da potência e ângulo

do rotor . está se mantendo menor ou igual a 90° estará dentro de seu ponto de estabilidade.

No entanto, se o ângulo suplantar estes 90°, a máquina síncrona irá entrar em uma região
instável, reduzirá a potência e poderá perder o seu sincronismo.
62

Figura 26 – Curva característica do ângulo de carga.

Fonte: [31].

⎧ 𝜕𝑃 ≤ 0, 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑒𝑠𝑡á𝑣𝑒𝑙
⎪ 𝜕𝛿
⎨𝜕𝑃
⎪ > 0, 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡á𝑣𝑒𝑙
⎩ 𝜕𝛿

Para melhor visualização das condições de estabilidade e instabilidade em um sistema,


a depender do ângulo do rotor, pode-se tomar a Figura 27 para análise.

Figura 27 – Estabilidade de um gerador em relação ao seu ângulo de carga.

Fonte: [31].

A bola em azul representa o ponto de operação com a ação do torque elétrico (Ce) e
torque mecânico (Cm) – Figura 27(a). Se houver a permanência desta no fundo deste vale, ponto
A, a operação está em seu ponto de equilíbrio. Se, houver alguma variação, e houver a
permanência dentro do vale representado, isto denota que o gerador é capaz de retornar ao
63

regime permanente de operação, ponto B. Caso haja uma perturbação de maior magnitude
havendo um grande desequilíbrio angular, o sistema ficará instável da região operacional, ponto
C – Figura 27(b), resultando, inclusive em oscilações sistêmicas.
Conforme [14], para conveniência da análise e obtenção de informações úteis sobre a
natureza dos problemas de estabilidade, é útil caracterizar a instabilidade angular do rotor em
duas subcategorias: pequenos distúrbios de estabilidade do ângulo do rotor (small-disturbance
rotor angle stability) e grandes distúrbios de estabilidade do ângulo do rotor (large-distrubance
rotor angle stability).
Os pequenos distúrbios de estabilidade do ângulo do rotor estão relacionados a
capacidade de manter o sincronismo sob pequenas perturbações [14]. Estas pequenas
perturbações se caracterizam por variações lentas da geração e carga no SEP. São, inclusive,
características operacionais de regime permanente ao longo de sua operação contínua. Ainda,
conforme [14]:
 aumento no ângulo do rotor através de um modo não oscilatório ou aperiódico devido
à falta de torque de sincronização, ou;
 oscilações do rotor e aumento da amplitude devido à falta de torque de
amortecimento suficiente.

A característica da resposta de um pequeno distúrbio com um sistema de tensão de campo


constante e controle de excitação (regulador de tensão) é apresentada na Figura 28:

Figura 28 – Natureza da resposta de pequenos distúrbios.


Estável Instável

Com tensão de campo


constante

Com controle de
sistema de excitação

Torque sincronismo (+) Torque sincronismo (-)


Torque amortecimento (+) Torque amortecimento (+)

Fonte: Elaboração própria, adaptado de [29].


64

Os grandes distúrbios de estabilidade do ângulo do rotor estão relacionados a capacidade


de manter o sincronismo sob perturbações transitórias de maiores magnitudes, como um curto-
circuito em uma LT [14]. Outros exemplos de transitórios de grande instabilidade são as
variações bruscas de cargas, perdas de geradores e grandes LTs.
Normalmente, “este período transitório irá gerar um distanciamento angular não
periódico, devido a diferença entre os torques de sincronização insuficiente manifestando-se
como instabilidade de primeiro balanço” [29]. No entanto, cabe lembrar que a instabilidade
transitória pode ocorrer em instantes diferentes, principalmente quando se trata de um SEP mais
complexo e dimensões maiores. Isso pode gerar resultantes diferentes de oscilações e
instabilidades no sistema, como representado na Figura 29.

Figura 29 – Resposta do ângulo do rotor para grandes perturbações.

Fonte: [29].

O caso 1 exposto demonstra um sistema que atravessou uma perturbação, mas foi capaz
de amortecer a absorver a oscilação, trazendo-a para regime operacional estável. O caso 2
apresenta um sistema que perde o sincronismo logo na primeira oscilação. Esta ocorrência
também é conhecida como swing instability, ou, instabilidade de balanço, de acordo com [14].
Já no caso 3, a máquina mantém o sincronismo na primeira oscilação, no entanto, a amplitude
do transitório vai aumentando até a perda da conexão com a rede.
65

4.3 Estabilidade de Tensão

A estabilidade da tensão está relacionada a capacidade do sistema manter seus níveis


de tensão dentro de limites operacionais aceitáveis, após ser submetida à uma perturbação
distinta à condição de operação de regime permanente. A análise de estabilidade de tensão tem
relação direta entre as variações de demanda da carga sem que haja o devido suporte da potência
reativa no SEP que limita a capacidade de transmissão, ou seja, a não correta relação de
equilíbrio entre o suporte da geração e a necessidade da carga.
Como afirmado em [14], “um possível resultado da instabilidade de tensão é a perda
de carga numa área, ou o disparo de linhas de transmissão e outros elementos pelos seus
sistemas de proteção, levando a interrupções em cascata”.
Assim, a perda de estabilidade de tensão é um fenômeno local que pode ser expandido
progressivamente aumentando o impacto desta instabilidade. Caso não haja ações corretivas,
como o ajuste forçado de um sistema de regulação de tensão ou ainda a uma mudança de um
TAP de transformador, poderá haver um afundamento de tensão crítico resultando em um
colapso de tensão e um apagão.
Adicionalmente, existe o risco de uma sobretensão gerar instabilidade no SEP. Em casos
de LT de Extra Alta Tensão que trabalham com tensões iguais ou superiores a 230 kV, se houver
a operação abaixo da carga de impedância de surto gera um comportamento capacitivo que
somados a limitadores de subexcitação, impedem que haja compensação de reativos por
geradores ou compensadores síncronos. Assim, a instabilidade ocorre pois o SEP não está apto
a operar em condições abaixo de seu nível de carga, e, na tentativa de restaurar a potência da
carga, os comutadores de derivação do transformador causam instabilidade de tensão a longo
prazo [14].
Ainda, conforme [32], a maneira mais eficaz de controlar a tensão é através do suporte
de potência reativa. Um sistema é estável se a relação V–Q é positiva para todos os barramentos;
e, é instável se a relação V–Q for negativa para pelo menos um barramento.
Para representar problemas relacionados a estabilidade de tensão pode-se tomar com
referência a Figura 30, com o circuito equivalente de um SEP.
66

Figura 30 – Circuito equivalente de potência radial simplificado.

Fonte: [31].
Onde:
E: Tensão equivalente do sistema;
Z: Impedância de uma LT e Transformador com ângulo β;
Zc: Impedância da carga com ângulo φ;

A corrente elétrica que flui por este sistema é dada por (4.17):

𝐸
𝐼= 𝑍
(4.17)
𝑍 𝑍
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍

Sabendo que E/Z é igual a corrente de curto-circuito, conforme (4.18):

𝐼
𝐼=
𝑍 𝑍 (4.18)
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍

Para a tensão do barramento da carga, de acordo com (4.19):

𝑍𝐼
𝑉 = |𝑍 𝐼| =
𝑍 𝑍 (4.19)
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍
67

A potência transferida para carga será dada por (4.20):

𝑍𝐼
𝑃 = 𝑉 𝐼 cos 𝜑 = cos 𝜑 (4.20)
𝑍 𝑍
1 + 2 𝑍 cos(𝛽 − 𝛼) + 𝑍

Analisando as equações acima, é possível atestar a influência do fator de potência da


carga nas características operacionais do SEP. Ou seja, o ângulo da carga (φ) afeta diretamente
as relações de tensão e potência da rede elétrica, gerando assim, uma correlação de
interdependência. As Figuras 31 e 32, apresentam a curvas P-V e Q-V, respectivamente, que
traduzem graficamente a correlação entre as grandezas elétricas.
Especificamente para a curva P-V diversos fatores de potência são apresentados de
forma a analisar a correlação entre estas duas variáveis (potência e tensão). Os pontos
determinados acima do ponto críticos, são os que comumente operam sem restrições ou
problemas operacionais.

Figura 31 – Curva P-V característica operacionais.

Fonte: [29].

Já a curva Q-V, identifica a relação e interdependência da potência reativa junto à tensão.


O sistema se manterá estável na região a direita da linha de pontos críticos operacionais, pela

relação de derivação . O limite de estabilidade será alcançado quando o resultado desta

derivada for igual a zero.


68

Figura 32 – Curva Q-V característica operacionais.

Fonte:[29].

A partir de resultados negativos, à esquerda da linha critica operacional, há o risco de


instabilidade operacional, principalmente, não havendo a correção de tensão por um sistema de
regulação desta grandeza, por exemplo.
Prosseguindo, a análise de instabilidade relacionadas à tensão também é classificada
quanto ao tempo em que o sistema é submetido a perturbação: pequenos distúrbios de
estabilidade de tensão (small-disturbance voltage stability) e grandes distúrbios de estabilidade
de tensão (large-disturbance voltage stability).
Um sistema estável deve ser capaz de responder à estas perturbações transitórias.
Pequenos distúrbios, normalmente, são causados pelo aumento da demanda na carga dentro do
SEP. “Esta forma de estabilidade é influenciada pelas características das cargas, controles
contínuos e controles discretos em um determinado instante de tempo” [14]. Esta é uma
perturbação linear, e o SEP deve ser capaz de amortecer estes períodos de instabilidade.
Conforme [31], os processos que ocorrem neste caso são lentos e podem estar associados a
condições de estado estacionário.
Já os grandes distúrbios de tensão estão relacionados a perdas de LTs, ou ainda, a falhas
de geradores (como a ocorrência relatada por [17]), transformadores com comutação de TAPs,
entre outros.
Conforme [14],
A determinação da estabilidade de tensão de grandes perturbações requer o
exame da resposta não linear do sistema de potência durante um período de
tempo suficiente para capturar o desempenho e as interações de dispositivos
69

como motores, comutadores de derivação de transformadores de subcarga e


limitadores de corrente de campo do gerador. O período de estudo de interesse
pode se estender de alguns segundos a dezenas de minutos.

4.4 Estabilidade de Frequência

De maneira análoga ao ângulo do rotor e tensão, a estabilidade de frequência deve ser


capaz de manter seus limites operacionais constantes, mesmo que sob uma perturbação que gere
um desiquilibro dentro do SEP. Assim, o sistema deve ser capaz de manter o grau de equilíbrio
entre a geração momentânea e carga.
Sendo a carga do sistema dinâmica, a frequência irá variar conforme demandado.
Quando isso ocorrer, o equilíbrio entre o torque mecânico e elétrico para a geração de energia
pode sofrer alterações, sendo que o torque de aceleração resultante pode ser positivo ou
negativo, e, consequentemente irá alterar a frequência momentaneamente, visto que a
velocidade de rotação do eixo está relacionada com a mesma, conforme exposto na equação
4.21.
𝑁 𝜔
𝐹= (4.21)
120

A depender do nível de instabilidade, pode haver uma grande variação de frequência e


tensão, por exemplo, que poderão resultar na perda de sincronismo de unidades geradoras,
podendo incidir, inclusive, no desligamento de cargas.
Em grandes SEP interligados, esta grande instabilidade pode estar associada à condição
de ilhamento sistêmico, ou seja, esta área contém geração e carga e é isolada do sistema ao qual
está conectada devido a um trip. Como destacado por [14], a estabilidade estará relacionada
neste caso, com a capacidade do sistema se manter em equilíbrio operacional.
Diante de tal fato, as proteções pertinentes terão papeis fundamentais no controle da
estabilidade sistêmica e terá a função de controlar as variações da frequência em um
determinado período de tempo que não afete a operacionalidade da rede elétrica.
A transitório de frequência é classificada como curto prazo (short-term) ou longo prazo
(longe-term).
Como exemplo para instabilidades de curto prazo “é a formação de uma ilha subgerada
com subfrequência insuficiente rejeição de carga, de forma que a frequência diminui
rapidamente causando apagão da ilha em poucos segundos” [33].
70

Já como exemplo de perturbações de longo prazo, cita-se a sobrevelocidade em uma


turbina a vapor onde o intervalo de variação de frequência pode demandar de dezenas de
segundos até minutos [34] e [35].
71

5 CONCEITOS DE POTÊNCIA E COMPENSAÇÃO REATIVA

A compensação de reativos é uma solução técnica de engenharia que pode atuar com
um dos principais recursos na busca da estabilidade operativa, eficiente e segura do SEP, uma
vez que “a maioria dos problemas de qualidade de energia podem ser atenuados ou resolvidos
com um controle adequado da potência reativa” [36]. O controle da potência reativa
proporciona o aumento da estabilidade da tensão, frequência e ângulo de carga, além do fator
de potência, garantindo assim, a qualidade de toda a rede elétrica.
De forma a validar a aplicação da compensação reativa se faz necessário a explicação
do conceito de potência reativa em um sistema de corrente alternada (CA).

5.1 Potências Em Sistemas de Corrente Alternada

Circuitos de corrente alternada são baseados na análise do comportamento de tensões e


corrente. Através do produto destas componentes instantâneas, ou seja, vt multiplicado por it,
resultará na potência instantânea pt, conforme (5.1), que é expressa em watts.

𝑝 =𝑣 ×𝑖 (5.1)

Sendo um circuito CA, com componente de uma fonte senoidal, os valores da tensão e
corrente nos terminais do circuito serão expressos por (5.2) e (5.3). Sendo Vm e Im os valores de
pico e α os ângulos de fase da tensão e corrente.

𝑣 = 𝑉 cos(𝜔𝑡 + 𝛼 ) (5.2)

𝑖 = 𝐼 cos(𝜔𝑡 + 𝛼 ) (5.3)

Substituindo (5.2) e (5.3) em (5.1), tem-se a potência instantânea absorvida em um


circuito linear passivo que pode ser deduzida da seguinte forma:

𝑝 = 𝑉 𝐼 cos(𝜔𝑡 + 𝛼 ) cos(𝜔𝑡 + 𝛼 )

Através da identidade trigonométrica:


72

1
cos 𝑎 cos 𝑏 = [ cos(𝑎 − 𝑏) + cos(𝑎 + 𝑏)]
2
Tem-se (5.4):

1 1
𝑝 = 𝑉 𝐼 cos(𝛼 − 𝛼 ) + 𝑉 𝐼 cos(2𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝛼 ) (5.4)
2 2

A potência instantânea é constituída por duas partes fundamentais: a primeira é


constante, ou seja, não há variação com o tempo e dependente da diferença entre ângulos da
tensão e da corrente. A segunda, dependente da frequência senoidal (2ω), isto é, o dobro da
frequência angular da tensão e da corrente.
Demonstrado que a potência instantânea depende do tempo, é possível avançar a análise
a partir da definição da equação de potência média, conforme (5.5).

1
𝑃= 𝑝(𝑡)𝑑𝑡 (5.5)
𝑇
Substituindo (5.4) em (5.5):

1 1 1 1
𝑃= 𝑉 𝐼 cos(𝛼 − 𝛼 ) 𝑑𝑡 + 𝑉 𝐼 cos(2𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝛼 ) 𝑑𝑡
𝑇 2 𝑇 2

1𝑉 𝐼 1𝑉 𝐼
𝑃= cos(𝛼 − 𝛼 ) 𝑑𝑡 + cos(2𝜔𝑡 + 𝛼 + 𝛼 ) 𝑑𝑡
𝑇 2 𝑇 2

O segundo termo da integral é uma senoide que em um período de tempo somado ao


semiciclo positivo e negativo resulta em zero. Portanto, ao se realizar a integração do termo
restante, tem-se (5.6):
1𝑉 𝐼
𝑃= cos(𝛼 − 𝛼 ) 𝑑𝑡
𝑇 2

1𝑉 𝐼
𝑃= cos(𝛼 − 𝛼 ) × (𝑇 − 0)
𝑇 2

𝑉 𝐼
𝑃= cos(𝛼 − 𝛼 ) (5.6)
2
73

A dedução de (5.5) resultou a equação (5.6) que também é conhecida como potência
ativa medida em watts, que pode ser escrita em seu valor eficaz de um sinal periódico sendo a
raiz do valor médio quadrático (rms), conforme (5.7).

𝑋
𝑋 = (5.7)
√2

Substituindo (5.7) em (5.6), tem-se a equação (5.8) de potência ativa em rms, também
medida em watts.
𝑃=𝑉 𝐼 cos(𝛼 − 𝛼 ) (5.8)

O produto entre a Vrms e Irms é definido como a potência aparente, dado em (5.9), medido
em volt-amperes (VA). O cosseno da diferença entre os ângulos da tensão e corrente é
conhecido como fator de potência (FP) que resulta em um número adimensional, sendo
expressado também pelo cosseno do ângulo da impedância da carga, conforme (5.10).

𝑆=𝑉 𝐼 (5.9)

𝑃
𝐹𝑃 = = cos(𝛼 − 𝛼 ) (5.10)
𝑆

Esta diferença angular determina a condição da carga, isto é, se a carga for puramente
resistiva, que resulta na diferença angular (𝛼 − 𝛼 ) igual a zero, o FP será igual a 1. Se a carga
for puramente reativa, a diferença angular (𝛼 − 𝛼 ) é igual a ± 90°, resultando no FP igual a
zero, e, consequentemente, a potência média igual a 0, também.
Entre estas duas condições, o FP pode apresentar a defasagem adiantada ou atrasada.
Um FP adiantado indica que a corrente está adiantada em relação à tensão, caracterizando uma
componente capacitiva no circuito. Por outro lado, um FP atrasado implica que a corrente está
atrasada em relação à tensão, indicando uma componente indutiva na carga.
Pode-se trabalhar a potência aparente (equação 5.9) em sua forma polar, isto é, Vrms =
Vrms ∠𝛼 e Irms = Irms ∠𝛼 . Assim, tem-se (5.11).

𝑆= 𝑉 𝐼 ∠𝛼 − 𝛼 (5.11)
74

Reescrevendo a equação (5.11) da forma retangular, tem-se a (5.12):

𝑆= 𝑉 𝐼 cos(𝛼 − 𝛼 ) + 𝑗𝑉 𝐼 sin 𝛼 − 𝛼 (5.12)

Sabendo que a impedância (Z) é divisão entre a tensão e a corrente eficaz, conforme
(5.13):

𝑉 𝑉
𝑍= = ∠𝛼 − 𝛼 (5.13)
𝐼 𝐼

Substituindo (5.13) em (5.11), pode-se reescrever a equação conforme (5.14):

𝑉
𝑆=𝐼 𝑍= = 𝑉 𝐼∗ (5.14)
𝑍∗

Sabendo que na forma vetorial Z = R + jX, a equação (5.13) resultará em (5.15):

𝑆=𝐼 (𝑅 + 𝑗𝑋) = 𝑃 + 𝑗𝑄 (5.15)

Sendo que P denota a parte real (5.16) e Q a parte imaginária da potência complexa
(5.17):

𝑃 = 𝑅𝑒{𝑆} = 𝐼 𝑅 (5.16)
𝑄 = 𝐼𝑚{𝑆} = 𝐼 𝑋 (5.17)

A potência reativa “Q” é medida de troca de energia entre a fonte e a parte reativa da
carga em volt-amperes reativo (VAr), diferenciando assim da potência ativa em watts (W) e
aparente volt-amperes (VA). Conforme [37], “a potência complexa contém todas as
informações relevantes em uma determinada carga”.
De forma a facilitar o entendimento e visualização, é comumente usando o triângulo das
potências e impedância para demonstrar os conceitos apresentados, conforme Figura 33.
75

Figura 33 – Triângulos de (a) potências e (b) impedância.

Fonte: [37].

O triângulo de potências representa as potências ativa, aparente e reativa, além do


ângulo do fator de potência. Conhecendo dois destes fatores, através de relações
trigonométricas, é possível calcular as variáveis restantes.
A potência reativa pode ser transferida nos dois sentidos em um circuito, ou seja, entre
fonte e carga ou carga e fonte. Como já destacado, a depender da diferença angular do FP, tem-
se:
 Para cargas resistivas: FP = 1, Q = 0;
 Para cargas indutivas: FP = atrasada, Q > 0;
 Para cargas capacitivas: FP = adiantado, Q < 0.

Estes conceitos podem ser expressos e analisados conforme Figura 34.

Figura 34 – Triângulo de potências com indicação do status do FP.

Fonte: [37].
76

5.2 Compensação de Potência Reativa em Sistemas Elétricos de Potência

Como já demonstrado, a potência reativa não transfere energia ativa, ou seja, trabalho.
Esta componente elétrica tem o papel de gerar e controlar campos eletromagnéticos de
equipamentos e sistemas elétricos.
Nesse contexto, a compensação reativa tem por objetivo controlar as condições de
operação de um circuito elétrico em CA, colaborando com o aumento da capacidade e
estabilidade de transmissão de energia, resultando em alta eficiência e em um sistema confiável.
Conforme [38], “A compensação de potência reativa em sistemas de transmissão também
melhora a estabilidade do sistema CA, aumentando a potência ativa máxima que pode ser
transmitida”.
Tradicionalmente, um sistema de energia elétrico é composto por geração, transmissão
e distribuição, ou seja, altamente interligado. O equilíbrio do fluxo de potência deve ser dado
em toda a cadeia sistêmica. Variações provenientes das cargas, que tendem a serem indutivas,
provocam subtensões no sistema, gerando assim instabilidades que podem comprometer a
qualidade da operação do SEP.
Destaca-se que e por volta das décadas de 1920/1930, já havia a preocupação sistêmica
quanto a instabilidades na rede elétrica [29]. E a partir deste período até a metade do século
passado, o uso do CSR como solução para regular a potência reativa nas linhas de transmissão
era aplicada em larga escala.
Posteriormente, por volta de 1970 [20], com o avanço da eletrônica de potência, houve
a modernização do sistema elétrico como um todo à época, gerando um marco mundial, o
conceito dos Flexible AC Transmission System (FACTS) ou dispositivos flexíveis de
transmissão em corrente alternada, começaram a ser desenvolvidos e se tornaram essenciais na
composição da rede elétrica, pois poderiam prover aumento de capacidade de transmissão de
potência no SEP, com um custo de implementação menor que do CSR.

5.2.1 Flexible Alternating Current Transmission System (FACTS)

Os dispositivos FACTS constituem uma classe de componentes eletrônicos de potência,


integrados à malha de transmissão de corrente alternada convencional. Esses dispositivos são
instrumentalizados em sistemas de energia para aprimorar a capacidade de transmissão de
energia ao longo das linhas de transmissão, contribuindo para a elevação da estabilidade de
77

tensão, aprimoramento da estabilidade transitória, regulação de tensão, incremento da


confiabilidade e otimização dos limites térmicos da rede de transmissão.
Conforme [20], “FACTS é um aspecto da revolução da eletrônica de potência em toda
as áreas da engenharia elétrica. Os FACTS podem ser aplicados em áreas de distribuição e
transmissão, inclusive em HVDC”.
Basicamente, FACTS fornece:
 Rápida resposta dinâmica;
 Capacidade para variações frequentes;
 Saída suavemente ajustável.
Os controladores FACTS são divididos em quatro categorias:
 Controladores série;
 Controladores paralelos;
 Controladores combinados série-série;
 Controladores combinados série-paralelo.
Com base no sistema de controladores FACTS, o sistema de compensação de potência
reativa pode ser classificado em dois modelos básicos: compensação série e compensação shunt
(de derivação). Conforme [36], ambas as compensações são utilizadas para modificar as
características elétricas naturais de um SEP, sendo que a compensação em série altera os
parâmetros do sistema de transmissão ou distribuição, enquanto a compensação shunt altera a
impedância equivalente da carga.
A Figura 35 (a) e (b) apresentam o circuito equivalente em série sem e com compensação
de potência reativa. Na configuração apresentada na Figura 35(b) o uso do capacitor diminui a
reatância equivalente da linha. Não há incidência de transitórios, proporcionando assim,
flexibilidade de controle e operação. Traz maior estabilidade angular e de tensão e
compartilhamento otimizado de energia entre circuitos paralelos [38]. No entanto, possui a
desvantagem da baixa distorção, pois não compensa eficazmente os harmônicos. Além disso,
em caso de falha, o dispositivo é desconectado e não fornece o suporte necessário de
compensação reativa nessas condições.
78

Figura 35 – Circuito Equivalente em série (a) sem compensação reativa e (b) com
compensação reativa.

Fonte: [38].

A Figura 36 (a) e (b) representa um sistema equivalente sem e com a compensação em


derivação. O compensador shunt é, funcionalmente, uma fonte de corrente reativa controlada
que é conectada em paralelo com a linha de transmissão para controlar sua tensão [36]. Tem a
vantagem de regular a tensão, e, consequentemente, em auxiliar na correção do fator de potência
reduzindo ou anulando a componente reativa. Além disso, contribuiu para a estabilidade da
tensão com resposta de forma mais rápida e eficiente. Isso aumenta a capacidade e eficiência
de transmissão.
Também se destaca sua flexibilidade operativa, devido a conexão ser paralela a rede ao
qual está instalado.

Figura 36 – Circuito Equivalente de uma LT com compensação shunt.

Fonte: [38].
79

Baseado nestas duas configurações básicas de conexão de compensadores de reativos,


a Figura 37 apresenta os principais controladores FACTS e suas décadas de desenvolvimento
para aplicação, com base nas informações de [20], [36] e [39].

Figura 37 – Controladores FACTS, década de desenvolvimento e tipo de compensação.

Fonte: Elaboração própria.

Para a análise do presente trabalho, serão analisadas as compensação reativa em


derivação, com as tecnologias SVC e STATCOM, além do CSR. Estas serão detalhadas nas
seções subsequentes.

5.2.2 Static VAR Compensation - SVC

O SVC é uma das soluções que é baseada na eletrônica de potência, com o uso de
tiristores controlados por chaveamentos em conjunto com indutores e capacitores (elementos
passivos), sendo este recurso acoplado, normalmente, no final da rede, mantendo o controle de
tensão da rede. A saída é ajustada para trocar corrente capacitiva ou indutiva para manter ou
controlar parâmetros específicos do sistema de energia elétrica (normalmente tensão de
barramento), de acordo com [21] e [40].
80

Figura 38 – Instalação típica de um SVC em uma SE.

Fonte: [41].

O controle da tensão é feito pela susceptância, com rápida resposta ao sistema,


aumentando a capacidade de transmissão e estabilidade.
Conforme [20] e [40] os seguintes elementos base podem constituir o SVC:
i. TCR - Thyristor-controlled reactor (reator controlado por tiristores):
controla a corrente à frequência fundamental através da indutância atrasando
o comando de acionamento dos tiristores, realizados através do ângulo de
disparo. Este gatilho possui dispositivo zero-crossing, ou seja, não é
acionado quando a corrente passa por zero;
ii. TSC: Thyristor-switched capacitor (capacitor comutado por tiristores): ao
contrário dos reatores controlados não podem ser comutados via controle de
ângulo de disparo variável. Neste caso o tiristor executa o acionamento do
capacitor de forma a limitar a corrente durante a energização amortecendo
possíveis transitórios eletromagnéticos.
iii. FC: Fixed capacitor (capacitor fixo): a utilização de um capacitor fixo
permite a flexibilização do uso do TCR quando ligado em paralelo,
fornecendo uma compensação reativa fixa aumentando as variações
operacionais.
81

As Figuras 39 (a) e (b) representam o diagrama unifilar simplificado destes três


elementos.
Figura 39 – (a) TCR + FC, (b) TSC.

(a) (b)
Fonte: [38].

A Figura 40 apresenta uma topologia típica de um SVC.

Figura 40 – Topologia típica de um SVC.

Fonte: [42].

Este arranjo expressa a configuração com utilização de reatores controlados por


tiristores e de capacitores comutados por tiristores e filtros. Estes filtros se fazem necessários
pelos harmônicos de baixa frequência causados pelo TCR. Em um SVC, “a potência reativa de
saída pode mudar continuamente entre o modo capacitivo e indutivo com o controle da
comutação do capacitor e do reator” [42].
82

A forma de funcionamento básico do SVC é representada pela curva característica V-Q


– Figura 41. Para um SVC equipado com um sistema de regulação de tensão, a potência reativa
irá variar conforme tensão de entrada.

Figura 41 – Curva característica do SVC.

Fonte: [21].

i. Zona de controle I: é a capacidade do regulador de tensão do SVC, a partir


de uma tensão de referência (Vref – intersecção da curva com a ordenada),
manter a tensão constante.
ii. Zona de controle II: Representa quando toda a capacitância está ativa e os
reatores estão desligados, obtendo assim o máximo valor da susceptância
capacitiva. Conforme aumenta este valor, a potência reativa também irá
aumentar.
iii. Zona de Controle III: representando o valor mínimo da susceptância quando
todos os reatores estão ligados e todos os capacitores estão desligados. Neste
caso, a potência reativa irá diminuir.

O SVC também pode ser utilizado em conjunto com o Power System Stabilizer (PSS)
de forma a colaborar no amortecimento de oscilações de potência [21].
A utilização do SVC, em qualquer uma das configurações existentes, de acordo com as
demandas específicas de cada sistema, proverá a capacidade de compensação de potência
reativa na ordem de milissegundos [20], melhorando a estabilidade da tensão e amortecimento
das oscilações que venham a ocorrer no sistema, prevenindo contra colapsos de tensão e
sobretensões temporárias [20] e [21].
83

5.2.3 Static Synchronous Compensator – STATCOM

Assim como no SVC, o STATCOM também utiliza a eletrônica de potência como


solução principal, no entanto, com uma solução mais avançada com a utilização de Insulated
Gate Bipolar Transistors (IGBTs), sendo estes componentes chaves em sua configuração.
Os IGBTs possuem características de chaveamento rápido e alta capacidade de corrente.
Essas características permitem que o STATCOM controle a potência reativa de maneira
eficiente, fornecendo ou absorvendo correntes reativas com alto grau de precisão.
A Figura 42 apresenta demonstra uma Subestação (SE), com a instalação de um
STATCOM nas proximidades de um parque eólico.

Figura 42 – Instalação típica de um STATCOM em uma SE.

Fonte: [43].

O STATCOM deve ser equipado com automatic voltage regulator (AVR) de forma a
controlar a tensão nos níveis desejados, e de acordo com [21], a corrente de saída capacitiva ou
indutiva pode ser controlada independentemente da tensão do sistema CA, como mostrado na
Figura 43.
84

Figura 43 – Configuração base de um STATCOM.

Fonte: [21].

A curva de operação típica de um STATCOM é semelhante ao do SVC, no entanto, com


resposta mais rápida, ajustando de forma instantânea a potência reativa. A Figura 44 (a)
apresenta a variação de corrente indutiva ou capacitiva ante a resposta da tensão apresentando
os limitadores nas linhas verticais Imin e Imax. Os limitadores de tensão desligam o dispositivo
quando excedidos os valores limitantes. A Figura 44 (b) apresenta a relação de variação de
potência reativa com a resposta da tensão, com os limitadores representados pelas linhas
diagonais.

Figura 44 – Curvas características do STATCOM: (a) V x I; (b) V x Q.

Fonte: [21].

Da mesma forma que o SVC, o STATCOM pode operar em redes de transmissão como
um regulador de tensão com o recurso do PSS adicionando para atenuar as variações de
potência.
85

A compensação de reativos via STATCOM traz diversos benefícios ao sistema


contribuindo no amortecimento de perturbações indesejadas. Ademais, o STATCOM possui
recursos adicionais que potencializam a utilização desta solução, no entanto, elevando os
valores de implementação do equipamento.

5.2.4 Compensador Síncrono Rotativo – CSR

Compensadores síncronos são máquinas rotativas com polos salientes sem carga em seu
eixo, e que também possuem a capacidade de absorver ou inserir reativos na linha,
compensando assim, a potência reativa de um sistema de energia.
Consiste em um modo de operação de um motor síncrono, com alto índice de
rendimento, alto momento de inércia, e, por ser uma máquina síncrona (velocidade constante)
com fator de potência variável. Conforme [29], exceto pelo fato de não haver motor primário
(turbina ou motor), a representação do CSR e seu sistema de excitação é bem similar a um
gerador síncrono.
A imagem disponibilizada na Figura 45 se refere ao Compensador Síncrono Rotativo
Marmeleiro 2, instalado na SE de mesmo nome, localizado na cidade de Santa Vitória do
Palmar/RS. Neste projeto, o autor desta dissertação coordenou e executou o comissionamento
dinâmico do equipamento.

Figura 45 – CSR instalado na SE Marmeleiro.

Fonte: Elaboração própria.


86

Para o funcionamento do CSR é necessário um sistema de partida inicial como um motor


auxiliar (pony motor) ou um sistema de Static Frequency Converter (SFC). Também é
necessário a regulação de tensão própria de forma que, quando sobrexcitado, o CSR injeta
potência reativa na rede, e, quando subexcitado, ele absorve potência reativa do sistema. “A
quantidade de potência reativa de um compensador síncrono pode ser regulada de forma
constante” [44].
Figura 46 apresenta um diagrama elétrico simplificado de um CSR conectado à rede.

Figura 46 – Diagrama elétrico básico de um CSR.

Fonte: [45].

A curva “V” presente na Figura 47, apresenta o funcionamento característico do CSR,


relacionando a corrente de campo (IF) e a corrente de armadura (IA). Se houver a condição de
potência reativa negativa, haverá a subexcitação da corrente de campo. Se ocorrer o contrário,
a corrente de campo estará adiantada, e, consequentemente, sobrexcitada.

Figura 47 – Curva “V” do CSR.

Fonte: Elaboração própria.


87

A curva característica de funcionamento relacionando a tensão e corrente, e, tensão e


potência reativa, são apresentadas na Figura 48 (a) e (b).

Figura 48 – Curvas características do CSR: (a) V x I; (b) V x Q.

(a) (b)

Fonte: [46].

O tempo de resposta, de acordo com [47], é 200 a 600 ms para degraus positivos de
tensão, e de 600 ms a 1500 ms para degraus negativos. No entanto, além de prover a
compensação de reativos ao sistema, o CSR se destaca por vantagens adicionais, tais como,
prover:
i. Elevada a capacidade de inércia no sistema;
ii. Maior capacidade de curto-circuito;
iii. Suporte dinâmico para sobretensão.

Além de fornecer maior capacidade de estabilidade para o sistema, com suporte a tensão
e frequência, reduzindo as oscilações transitórias, o CSR também evoluiu com advento do
avanço das tecnologias digitais, e também, com dispositivos complementares que aumentam
sua eficiência, como o volante de inércia (VI).

5.2.4.1 Volante de inércia

Devido a massa do conjunto girante de um CSR, há uma grande contribuição para o


incremento de inércia sistêmica que se faz tão necessária no SEP devido ao fato da inserção de
fontes renováveis de energia que não contribuem para tal. Adicionalmente, é possível integrar
88

ao CSR um volante de inércia que tem por objetivo aumentar substancialmente a constante de
inércia do equipamento, tornando-o, a depender do caso, uma solução ainda mais atrativa.
O volante de inércia é um rotor acoplado via eixo ao compensador síncrono, suportado
por uma mancal robusto. A metodologia de instalação deste equipamento é relativa simples e
de amplo domínio das empresas fabricantes da área – Figura 49.

Figura 49 – CSR acoplado ao volante de inércia.

Fonte: [48] adaptado – grifos do autor.

A Figura 50, representa o esquema simplificado de interligação de um CSR que


utilização volante de inércia a rede elétrica.

Figura 50 – Diagrama simplificado de um CSR + VI.

Fonte: [49].
89

Segundo [29], “uma efetiva constante de inércia (H) deve ser de 2,0 a 3,0 segundos, pelo
menos, para uma operação satisfatória”. Segundo o fabricante [48], normalmente CSR de polos
salientes tem o valor da constante H podendo variar entre 2,0 a 7,0 segundos. Já com a adição
do volante de inércia, esta constante pode atingir 16 segundos inerciais.

Figura 51 – Relação do tempo da constante de inércia (H) em distintas configurações.

Fonte: [48].

Este recurso representa um avanço técnico de topologia que pode gerar outro benefício
relacionado com o armazenamento de energia. Por exemplo, para um CSR de 4 polos salientes
a adição de inércia equivale a uma energia armazenada de até 470 MWs, conforme [47]. Outro
exemplo é para uma máquina também de polos saliente e porte médio que pode entregar
3.100MWs de constante de inércia para o SEP, de acordo com [48].
Salienta-se também que há estudos de implementação de soluções hibridas a esta
configuração onde será adicionado sistema de armazenamento de energia battery energy
storage system (BESS). Conforme [50], as baterias são uma das tecnologias de armazenamento
de energia mais econômicas disponíveis, o que torna a solução ainda mais atrativa. No caso em
desenvolvimento, conforme [51], será instalado um compensador síncrono com volante de
inércia capaz de injetar 4.000 MWs de inércia na rede, e um BESS de capacidade de 160 MWh.
Esta é uma área de estudo promissora para a compensação de reativos dentro do SEP,
pois mescla duas tecnologias que podem contribuir para o aumento da confiabilidade e
resiliência operacional da rede elétrica.
90

5.3 Comparação Entre Compensadores Reativos

Após detalhamento referente ao funcionamento das três principais soluções de


compensação de reativos com configuração shunt, a seguir será apresentada uma comparação
entre estas, abordando uma visão geral e técnica aliada a um estudo financeiro de custo de
implementação de forma a subsidiar com informações pertinentes à uma eventual tomada de
decisão, considerando o cenário e estudo de alta implementação das fontes de energias
renováveis baseada em inversores, com alta intermitência de geração e baixa inércia.

5.3.1 Visão geral

Como analisado, há diversas soluções para a compensação de reativos no SEP de forma


a buscar a maior qualidade operativa resultando em altos índices de eficiência e confiabilidade
do uso da energia elétrica.
O uso de compensadores síncronos rotativos é aplicado desde o início do século
passado, por volta de 1930 [29], sendo que, a partir da década de 1970 [20], os compensadores
estáticos ganharam espaço significativo no sistema de potência. Isso, inclusive, colocou os CSR
à parte, ou seja, esta se transformou em uma solução datada, pois, quando comparado a novas
soluções técnicas de compensação estática com o uso do recurso da eletrônica de potência,
apresentava custos mais elevados e sem vantagens predominantes naquele momento.
Contudo, na última década, a partir da transição energética global proposta para reduzir
as emissões de carbono e priorizar o uso de energias renováveis que além de não inserirem
potência reativa significativa na rede elétrica, tem características de não serem despacháveis e
não reduzem inércia global do SEP, começou a mudar este cenário. De acordo com [52],
o principal impulsionador destas mudanças é a rápida absorção de energias
renováveis, geralmente energia eólica e solar. Ao mesmo tempo, grandes
centrais elétricas alimentadas a combustíveis fósseis foram desativadas,
reduzindo a quantidade de massa giratória ou reserva cinética na rede,
reduzindo a estabilidade de frequência na rede.

A inércia no sistema é fornecida por grandes turbinas rotativas de geradores síncronos


(por exemplo, turbinas hidrelétricas, a gás e a vapor) que operam de forma sincronizada com a
frequência da rede. Esta característica desempenha um papel crucial ao atuar como um
91

amortecedor contra variações repentinas e estabilizar o sistema. Ter uma grande massa rotativa
na rede reduz as variações causadas por efeitos instáveis.
Com o novo cenário global de produção de energia limpa e renovável, as turbinas que
utilizam combustíveis fósseis, passaram a operar abaixo de sua capacidade à medida que
aumenta a implementação de energias renováveis. Essas turbinas, com o passar do tempo, se
tornarão desvantajosas do ponto de vista operativo, podendo ser desativadas e desligadas à
medida que se tornarem financeiramente inviáveis.
Como resultado, o sistema de potência ficará sem inércia, levando a condições de
operação mais instáveis e mais fracas, tornando-o suscetível a falhas como afundamentos de
tensão e apagões [53].
Além disso, o consumo de energia também está aumentando ao longo do tempo. A
utilização de aparelhos de ar condicionado, aquecedores, equipamentos industriais de alta
potência (fornos elétricos, máquinas de solda, etc.), entre outros, dificulta ainda mais o
equilíbrio da rede. Assim, conforme destacado por [53], “os esforços para desativar esses
equipamentos e substituí-los por recursos renováveis, embora bem intencionados, podem
inadvertidamente dificultar a criação da rede renovável robusta e fiável do futuro”.
Desta forma, o uso do CSR com suas características inerentes, reaparece como uma
solução de engenharia aplicável de forma manter a qualidade, segurança e eficiência do SEP.

5.2.2 Análise técnica comparativa

O ressurgimento do uso de CSR tem se mostrado com uma opção importante para as
demandas operacionais de um SEP moderno.
De acordo com [54], "esses grandes dispositivos rotativos fornecem a inércia física para
fornecer suporte instantâneo que mantém a estabilidade, independentemente da tensão ou
frequência da rede". Este suporte instantâneo é fornecido pelo fato de o CSR ser uma fonte
dinâmica e responder rapidamente às mudanças na demanda de potência reativa do sistema de
potência, ao contrário do SVC e do STATCOM, que são fontes estáticas. Em outras palavras, o
CSR é capaz de injetar um alto nível de corrente reativa no sistema, evitando o colapso de
tensão.
No entanto, o tempo de resposta do CSR é mais lenta se comparadas ao SVC e
STATCOM. Enquanto o primeiro trabalha na ordem de segundos, os compensadores estáticos
oferecem resposta sistêmica em milissegundos.
92

Ainda o STATCOM se destaca neste quesito, pois é baseado no uso de Voltage Source
Converter (VSC), assim pode converter a energia de CA para Corrente Contínua (CC) de forma
a fornecer ou absorver potência reativa na ordem de décimo de milissegundos [20], além de
filtrar harmônicos da rede. Pela utilização do VSC, o equipamento opera com a tensão síncrona
o que difere do SVC que é comutado, basicamente, por tiristores tendo a admitância reativa
controlada. Ainda é destacado em [20] que “esta diferença operacional básica (fonte de tensão
versus admitância reativa) é responsável pelas características funcionais gerais superiores do
STATCOM, com melhor desempenho e maior flexibilidade de aplicação do que aquelas
atingidas com o SVC”.
Mas o controle dinâmico do CSR tem evoluído devido aos avanços da eletrônica de
potência e aos controles digitais, permitindo que regulador de tensão seja mais responsivo, de
forma atender a demanda com rapidez e precisão, garantindo o ajuste da magnitude da tensão
de saída em níveis apropriados sob diferentes condições de operação.
Outra desvantagem do CSR ante ao SVC e STATCOM, vem sendo atenuada, visto a
melhoria e avanços no controle da dissipação de calor, contribuindo para a redução geral das
perdas de energia e melhorando a eficiência dos equipamentos.
Destaca-se também a evolução da compensação de reativos STATCOM que atualmente,
devido aos avanços eletrônicos e tecnológicos, podem emular e inserir uma inércia virtual (ou
sintética) ao sistema elétrico. Esta solução aplica algoritmos que visam emular as respostas de
um CSR aplicadas a este equipamento, dentro de limitações inerentes as características do
equipamento [55] e [56]. No entanto, vale destacar que além restrição técnica, há o aumento do
custo de implementação desta solução que pode representar uma desvantagem.
Em contrapartida, além do CSR naturalmente ter uma melhor resposta inercial ao
sistema, com a adição do volante de inércia, este equipamento se torna mais eficiente,
ampliando sua gama de utilização para sistemas elétricos complexos e plurais.
Ademais, conforme [57], "Os condensadores (compensadores) síncronos são projetados
para fornecer tal resposta e podem até fornecer uma capacidade de sobrecarga estendida por
tempo limitado, por exemplo, sustentando 200% por 30 segundos." Isto contribui para a
estabilidade dinâmica da tensão e aumenta a capacidade de curto-circuito da rede.

5.2.3 Análise dos custos de implementação de soluções para compensação de reativos

A análise dos custos de implementação das soluções debatidas nesta dissertação também
são essenciais para avaliação da viabilidade construtiva da compensação de potência reativa.
93

Salienta-se que a avaliação destes custos dependerá da subestação onde será implantada,
levando em consideração a necessidade de ampliação de área e aquisição de terreno, adaptações
e modificações na subestação existente, construção de estrutura para equipamentos internos,
bem como, obras civis e ligações à infraestrutura de comunicação existente [58]. A faixa de
custo também irá variar dependendo da tensão da subestação e da potência reativa a ser
compensada. Assim, dependendo das características da região de implementação de um
compensador síncrono, haverá uma demanda específica por uma das soluções discutidas nesta
dissertação.
Obter dados sobre os custos de implementação de CSR, SVC e STATCOM em todo o
mundo é um desafio, principalmente no que se refere aos últimos anos, pois, devido a
concorrência e estratégia das empresas que detêm a solução tecnológica, os dados não são
divulgados abertamente. Existem valores históricos de mais de 20 anos que não refletem
necessariamente os custos atuais, mas indicam, ao menos, a média de valores possibilitando a
comparação de qual solução técnica era mais cara à época.
Todavia, é possível encontrar informações publicadas pela EPE que fornecem dados de
custos de investimentos, possibilitando assim o estudo do cálculo do valor médio de
implementação. É importante destacar que o Brasil planeja implementar 12 CSRs em um
horizonte de 7 anos [59].
Com base em [60], [61], [62], [63], [64] e [65], compilou-se os dados fornecidos de
forma a tabular e calcular as variações mínimas, máximas e médias dos custos, utilizando os
valores em dólares para cada kVar de potência reativa (conversão base de U$ 1,00 equivalente
a R$ 5,00), que geraram o gráfico apresentado na Figura 52.
O custo médio de U$/kVar do CSR ainda é maior por se tratar de uma grande máquina
rotativa que utiliza componentes de diversos sistemas que aumentam o custo de implantação.
O STATCOM possui um preço médio de implementação menor que o CSR; porém, na pesquisa
realizada, este pode atingir custos máximos mais elevados, a depender dos elementos
eletrônicos e dispositivos opcionais que possam a vir fazer parte do equipamento. O SVC ainda
continua sendo a opção mais acessível das três opções.
94

Figura 52 – Comparação de custo de implementação de compensadores reativos.

$265
CSR $95
$200

$290
STATCOM $77
$160

$145
SVC $45
$75

$0 $50 $100 $150 $200 $250 $300 $350

Máximo (U$/kVar) Mínimo (U$/kVar) Média (U$/kVar)

Fonte: Elaboração própria.

Com todas as mudanças apontadas que culminam em um novo SEP, o CSR demonstra
sua competitividade em sistema que demandem uma resposta precisa de potência reativa, com
alta inércia e aumento da capacidade de curto-circuito, inclusive, em alguns casos, podendo
apresentar custos de implementação menores que STATCOM.

5.2.4 Sumarização da comparação

De forma a sumarizar as comparações realizadas nesta seção, é apresentada a Tabela 07


comparando as três tecnologias de compensação presentes nesta análise, considerando os
seguintes critérios:
 Controle de potência reativa;
 Velocidade de resposta;
 Vantagens principais;
 Desvantagens principais;
 Custo médio de implementação.
95

Tabela 7 – Comparação entre o SVC, STATCOM e CSR.


Custo médio
Tipo de Princípio Velocidade de
Vantagens Principais Desvantagens Principais de
Compensador Operacional Resposta
Implantação
Compensação shunt Compensação limitada de
Capacidade ajustável de compensação
baseada em eletrônica potência reativa em um ponto
de potência reativa.
de potência, utilizando específico.
Rápida – Ordem de
SVC comutação controlada Resposta rápida para atenuação de Menor custo.
milissegundos. Dependente de reatores
por tiristores em oscilações sistêmicas.
externos para controle de
conjunto com reatores Baseie-se em equipamentos eletrônicos
corrente reativa.
e capacitores. de potência mais baratos.
Compensação shunt Capacidade ajustável de compensação
baseada em eletrônica de potência reativa.
Complexidade do sistema de
de potência, utilizando Melhora a estabilidade da tensão controle.
comutação IGBT cuja Muito rápida – fornecendo muito rápida resposta
dinâmica. Custo
STATCOM corrente de saída Ordem de décimo
intermediário.
capacitiva ou indutiva de milissegundos Pode ser projetado para fornecer
pode ser controlada inércia sintética (limitada). Requer equipamentos
independentemente da eletrônicos mais complexos e
Filtros para compensação de caros
tensão do sistema CA. harmônicos.
Fornecimento sincronizado de potência
reativa com a rede elétrica. Por ser uma máquina síncrona
Fornecimento de Melhora a estabilidade da frequência e rotativa apresenta maiores
potência reativa tensão, reduzindo afundamento de perdas agregadas.
sincronizada à rede Média – Ordem de tensão. Custo
CSR
elétrica através do segundos Fornece inércia ao sistema elétrico, elevado.
acoplamento mecânico auxiliando na estabilidade e resposta Velocidade de resposta mais
entre o SC e a rede. transitória. lenta em comparação com SVC
Aumenta a capacidade de curto- e STATCOM.
circuito do sistema elétrico.

Fonte: Elaboração própria.


96

6. MODELAGEM DE UM SEP COM FONTES RENOVÁVEIS E COMPENSAÇÃO


REATIVA

De forma a apresentar as aplicações teóricas e ampliar o estudo e análise técnica


comparativa dos tipos de compensação reativa em um SEP, serão utilizados os softwares
desenvolvidos pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), ANAREDE e ANATEM.
O primeiro é específico para a análise da situação operacional em fluxos de potência em regime
permanente; já o segundo, processa o sistema proposto em regimes transitórios.
Softwares complementares como o EditCepel que cria e edita textos na linguagem nativa
para ambos os programas utilizados e o PlotCepel que apresenta os gráficos das simulações
operacionalizadas no ANATEM, também foram utilizados.
O sistema teste operacionalizado é o Sistema Brazilian Birds (SBB) [66]. Esta
modelagem apresenta um sistema elétrico caracterizado por ser multimáquinas e multibarras,
dividida em duas grandes áreas A e B, com gerações e cargas distintas, interligadas por duas
LTs de 440 kV.
Especificamente para esta dissertação, o SBB será adaptado de forma a simular e avaliar
os tipos de compensações de reativos em diversos cenários, com a inclusão das fontes
renováveis de energia eólica e solar. Também serão incluídas as compensações de potência
reativa via SVC, STATCOM e CSR, possibilitando que seja atestada e comparada as respostas
dos equipamentos a um SEP.

6.1 Sistema Brazilian Birds

O SBB originalmente é constituído por 4 fontes de geração de energia, sendo três delas
hidráulicas e uma térmica. Ao todo são 13 cargas consumidoras, e o sistema é conectado por 42
barras que operam em tensões de 440 kV, 230 kV, 88 kV e ≤ 69 kV, distribuídos nas áreas A e
B, conforme Figura 53.
Há a possibilidade de dois intercâmbios de potência entre as regiões A e B: em regime
baixo e alto. O primeiro varia de 200 a 260 MW e o segundo entre 400 e 450 MW. Conforme
[66], o intercâmbio baixo é a maneira usual de operação; já o intercâmbio alto, se refere à
quando há indisponibilidade energética na área A, seja por manutenção ou limitação operativa
da Usina Hidrelétrica (UHE) Canário.
97

Figura 53 – Diagrama unifilar do SBB.

Região A Região B

Fonte: [66] – grifos do autor.
98

As cargas podem operar em regime de carga pesada que totalizam 1200 MW de potência
ativa e 370 MVar de potência reativa. A carga média equivale a 85% da carga pesada, e a carga
leve a 70% da carga pesada.
O apêndice A apresenta as características detalhadas que constituem o SBB, com
informações como: relação de tensões das barras e seus respectivos comprimentos, dados dos
transformadores, compensações fixas, das máquinas geradoras, reguladores de tensão e
velocidade, dentre outros.

6.2 Adequação do SBB para o Estudo de Caso

O SBB é um modelo matemático de simulação concebido em 2016, quando ainda as


características do SEP eram majoritariamente de geração hidráulica com o complemento das
termoelétricas.
Para adequar à nova realidade operativa da rede, o estudo foi ampliado para os modelos
contemporâneo de multigerações, isto é, foi incluída a geração eólica e solar no SBB de forma
a executar as simulações nos programas ANAREDE e ANATEM. Para estas fontes de geração
de energia, considerou-se um grupo de máquinas e painéis FV representados por uma fonte
agrupada, ou seja, um conjunto de máquinas conectadas a uma subestação coletora. Desta
maneira, é possível simplificar a representação de unidade geradora conectada em série à um
transformador e barramento com impedância ou reatância característica única.
Como se trata de um modelo teste aplicativo, para as simulação de fluxo de potência em
regime permanente via programa ANAREDE, pode-se descartar algumas pequenas
inconsistências provenientes desta simplificação, como por exemplo, não ser levado em
consideração a instalação de equipamentos e sistemas específicos que possam a vir influenciar
nas definições de grandezas elétricas e perdas sistêmicas em um SE coletora. No entanto, a
despeito deste menor rigor técnico para a elaboração do SBB no ANAREDE, a modelagem
ainda se mostra exequível e factível, pois apresenta um comportamento de fluxo de potência
sem alterações e em constante funcionamento, o que se aproxima da realidade operacional de
uma rede elétrica.
Ainda, especificamente durante o uso do programa ANAREDE, a representação de
geração de energia, seja eólica ou solar, é feita através do bloco que representa a geração de
energia adicionada a uma barra PV; para esta configuração de barra é conhecido o valor da
tensão e potência de injeção local.
99

Assim, para as simulações pertinentes a este trabalho acadêmico, o modelo original foi
adequado, para a central geradora eólica (EOL) com a inserção da EOL Jandaia na barra n° 40
– Jandaia (13,8 kV), interligada por um transformador elevador à barra n° 240 – Coruja (230
kV). Os compensadores reativos de forma individualizada foram instalados na barra n° 2401 –
João de Barro, que é interligada também à barra n° 240 – Coruja (230 kV). A Figura 54
apresenta um exemplo dos casos simulados com esta adaptação do SBB, apresentando a
instalação da EOL Jandaia e do CSR João de Barro na região B deste SEP.

Figura 54 – SBB adequado com EOL e CSR.

Fonte: Elaboração própria.

Para a energia fotovoltaica: foram inseridas duas fazendas solares nas barras de n° 39 –
Bem-te-vi e de n° 41 – Maritaca. Para a avaliação das compensações de reativas, inseriu-se a
barra n° 2511 – Periquito, aplicando as técnicas de compensação de reativos. A UFV Bem-te-
vi foi conectada a barra n° 240 – Coruja (230 kV) e às barras de n° 41 e 2511 foram interligadas
à barra n° 251 – Urubu (138 kV). Esta adequação é apresentada na Figura 55, exemplificada
com o uso da compensação estática de reativos.
100

Figura 55 – SBB com energia fotovoltaica e CSR.

Fonte: Elaboração própria.

Já a representação para análise de regime transitório utilizando o ANATEM, demanda


refinamento técnico na inserção das características especificas dos modelos de cada máquina
em estudo. Desta forma, se faz necessária a utilização da função “CDU” (Controladores
Definidos pelo Usuário), como definido pelo manual do programa [67]. Neste modo de
simulação é permitido avaliar as respostas dinâmicas mediante a sinais de entrada, como degrau
ou rampa, ou quaisquer outras funções de excitação mais complexas que podem ser construídas
utilizando os blocos elementares.
Assim, além das máquinas modeladas originalmente no SBB (hidráulicas e térmicas)
com suas respectivas malhas de regulação e controle, também foram inseridas as máquinas de
geração pelas fontes provenientes dos ventos e sol, além dos compensadores de potência reativa
alvo do estudo.
Para todas as simulações executadas foram respeitadas as condições de paridade e
equilíbrio do sistema. Por exemplo, ao inserir geração de energia no SBB pelas fontes de energia
renováveis não despacháveis, reduziu-se a geração das UHEs. Também foram desligadas (ou
diminuídas) a quantidade destas máquinas, de acordo com a potência gerada, de forma a não
gerar inércia sistêmica indevida, mantendo a rede elétrica.
De forma a aclarar as especificidades de cada equipamentos, os próximos itens
demonstram a visão geral da modelagem aplicada no ANATEM, de acordo com as
características técnicas de cada equipamento.
101

6.2.1 Aplicação da geração eólica ao SBB

Para a inserção da usina eólica, as características nominais do grupo gerador são


apresentadas na Tabela 8, conforme [68].

Tabela 8 – Dados característicos do aerogerador.

Potência Nominal do Gerador 2,5 MVA


Potência Nominal da Turbina 2,3 MW
Potência Reativa +1,2 / -1,2 MVAr
Tensão Terminal - 60 Hz 0,69 kV
Potência Nominal do Transformador 2,8 MVA
Reatância do Transformador 6%
Relação X/R do Transformador 7,5

Fonte: Elaboração própria, com base em [68].

A Figura 56 apresenta o modelo de aerogerador implementado como uma fonte de


corrente equivalente em um sistema de admitância (Geq) e susceptância (jBeq); sistema esse com
um controlador de correntes ativas (Ili) e reativas sistêmicas (Ilr). Este também será aplicado
para a geração fotovoltaica.

Figura 56 – Fonte de Corrente Shunt Controlada.

Fonte: [67].

Os valores de Geq e jBeq para as simulações são admitidos como constantes, sendo o
primeiro igual a zero, e o segundo através de (6.1), conforme preconizado por [68], onde, para
102

a turbina eólica em estudo, a susceptância será o número de máquina multiplicado pela razão
numérica da potência de base (Sbase = 100 MVA) pela constante especificada pelo fabricante.

100
𝐵 = −𝑗 𝑁𝑀𝐴𝑄 × (6.1)
31,242

Para uma simulação onde a EOL gere 500 MW serão necessários 218 aerogeradores,
resultando em um jBeq igual a – 697,779.
A dinâmica de inicialização sistêmica para a simulação no programa ANATEM, a partir
das informações do programa ANAREDE é apresentada na Figura 57.

Figura 57 – Sistemática de inicialização da simulação com dados do ANAREDE e ANATEM.

Fonte: Elaboração própria, com base em [68].

As simulações executadas no programa ANAREDE resultaram diversos fluxos de


potência em regime permanente específicos. Estes casos definiram as variáveis de potência
ativa Pg(0), potência reativa Qg(0), tensão da barra de geração Vg(0), ângulo θ(0) e tensão da
rede Vr(0). Estas informações são processadas na modelagem desenvolvida dentro do programa
ANATEM que processa as informações iniciais e retornam conforme resposta sistêmica em um
determinado tempo “t”.
Conforme [68], para inicialização operacional da turbina eólica, define-se a velocidade
do vento para fornecer a potência total em 14,0 m/s, com o ângulo de inclinação da pá do rotor
igual a 9,71°.
A Figura 58 apresenta os parâmetros previamente definidos no software ANATEM de
forma a executar as simulações.
Destaca-se que as variáveis das linhas de comando e expressões de programação, estão
contidas nos manuais do software ANATEM [67].
103

Figura 58 – Inicialização do sistema do aerogerador e rede de implementação.

Fonte: Elaboração própria.


Também foi definido no software ANATEM a função “DFNT” que associa esta geração
ao modelo de fonte shunt controlada – Figura 59. Para cada variação de potência gerada, este
comando foi ajustado.

Figura 59 – Função DFNT associada ao modelo de geração CDU da EOL.

Fonte: Elaboração própria.

Para o funcionamento desta modelagem, se faz necessária a medição da tensão da barra


remota ao qual a geração EOL está conectada (n° 240 – Coruja). Para tal, o comando “DLOC”
é definido, conforme Figura 60.

Figura 60 – Função “DLOC” para a medição da tensão remota da barra.

Fonte: Elaboração própria.


104

6.2.2 Aplicação da geração fotovoltaica no SBB

Para a simulação do uso da energia solar, será inserido um grupo de geração que
representará uma fazenda solar no SBB. O total de geração de cada UFV é de até 250 MW.
As características do painel FV que foi utilizado para compor este grupo de geração são
apresentadas na Tabela 9:

Tabela 9 – Dados característicos de um painel FV.

Potência Aparente Nominal 2,0 MVA


Potência de pico do painel FV 1,9 MW
Potência Reativa +0,600 / -0,600 MVAr
Tensão Terminal - 60 Hz 0,420 kV
Potência Nominal do Transformador 2,5 MVA
Reatância do Transformador 6%

Fonte: Elaboração própria, com base em [69].

A representação do modelo de geração fotovoltaica é de uma fonte de corrente shunt


controlada representada na Figura 56.
A dinâmica de inicialização seguiu a mesma sistemática apresentada para geração
eólica, alterando apenas o modelo “CDU”, que foi utilizado o especifico da geração
fotovoltaica (Figura 57).
Foi definida a função “DFNT” associando o inversor ao modelo de fonte shunt
controlada. Neste caso, a quantidade de máquinas, para esta modelagem, é definida diretamente
nesta função – Figura 61.

Figura 61 – Função DFNT associada ao modelo de geração CDU da UFV.

Fonte: Elaboração própria.


A medição da tensão da barra utilizando o comando “DLOC”, foi endereçada para a
barra n° 251 – Urubu, conforme Figura 62.
105

Figura 62 – Função “DLOC” para a medição da tensão remota da barra.

Fonte: Elaboração própria.

6.2.3 Aplicação do SVC ao SBB

Para a implementação do compensador estático de reativos (SVC) dentro do SBB foi


inserido o bloco disponível no software ANAREDE. A topologia básica consiste na inserção de
um elemento com um reator controlado por tiristores associado a um banco de capacitores que
pode ser chaveado ou não.
A Figura 63 apresenta o desenho do compensador estático reativo que foi implementado
no ANAREDE para operacionalização do SVC.
Os dados do SVC foram inseridos no bloco específico de compensador estático reativo
(DCER) representando no ANAREDE, conforme Figura 64.

Figura 63 – SVC via representação de bloco DCER.

Fonte: Elaboração própria.


106

Figura 64 – SVC – Dados do Compensador Estático Reativo.

Fonte: Elaboração própria.

No que tange a simulação para regime transitório, ou seja, aplicada ao ANATEM,


também é aplicado a função “CDU” para definir as características especificas do SVC.
Adicionalmente, o programa ANATEM possui a função “DCER” que executa a leitura
de dados de associação de um compensador estático padrão do programa ao seu modelo
dinâmico – Figura 65.

Figura 65 – Função “DCER” para associação de modelo padrão de compensador estáticos.

Fonte: Elaboração própria.


107

6.2.4 Aplicação do STATCOM ao SBB

Para a simulação de fluxo de potência no programa ANAREDE a representação do


STATCOM não difere do SVC. Ambos são representados por um bloco de compensador
estático reativo [70]. Sendo que, os dados do compensador estático reativo foi o mesmo
utilizado para o SVC e apresentado anteriormente na Figura 65.
No entanto, para a simulação de regime transitórios, o comportamento diferenciado do
STATCOM se faz necessário ser destacado. O software ANATEM dispõe de um comando
específico para o uso deste tipo de compensação reativa, buscando manter a fidelidade de sua
resposta nas simulações propostas.
São utilizados modelos matemáticos de FACTS VSI (Voltage Source Inverters).
A modelagem de equipamentos FACTS VSI considera a possibilidade de
representar equipamentos genéricos, formados por vários terminais
conversores locais em conexão série ou “shunt”, sendo estes equipamentos
que utilizam chaves eletrônicas com controle de disparo e corte de corrente,
como GTO (Gate Turn-Off Thyristor), o IGBT (Insulated Gate Bipolar
Transistor) e o IGCT (Integrated Gate Commutated Thyristor) [67].

Utiliza-se a função “DEVS” para executar a leitura de FACTS VSI, sendo necessário
especificar o uso de STATCOM, conforme destacado na Figura 66. Este comando também
permite a definição do valor da capacitância do capacitor (CCC) e o valor inicial para a tensão
do capacitor (Vcci).

Figura 66 – Dados de associação do STATCOM.

Fonte: Elaboração própria.

O comando “DVSI” representa os dados dos conversores VSI, onde é definido o fator
de forma “cnkv”. De acordo com [67], este fator define se o controle VSI não usa modulação
ou se utiliza modulação PWM senoidal e linearização, sendo definido pela equação 7.2.

√6 (7.2)
𝐾 =
𝜋
108

Também são definidos valores de reatância do transformador (Xv), tensão do secundário


(Vst), potência de base (St) e o tap do transformador do lado secundário (Tap) do STATCOM –
Figura 67.

Figura 67 – Dados do conversor VSI.

Fonte: Elaboração própria.

6.2.5 Aplicação do CSR ao SBB

O CSR foi inserido no SBB de forma similar aos compensadores estáticos, no entanto,
com a utilização do bloco de fonte de geração de energia presente no programa ANAREDE.
Especificamente para o CSR, deve haver o ajuste da potência ativa do bloco igual a 0,0 MW,
pois dessa forma o programa já irá alterar sua constituição conforme sua característica.
A Figura 68, exemplifica a conexão do CSR Periquito conectado na região B do SBB.

Figura 68 – SBB com uso do bloco para CSR.

Fonte: Elaboração própria.


109

Para o estudo de caso, será aplicado o seguinte CSR, conforme dados nominais descritos
na Tabela 10.

Tabela 10 – Dados característicos do CSR.

Potência Reativa Nominal - 90 MVAr / + 200 MVAr


Tensão Terminal - 60 Hz 13,8 kV
Potência Nominal do Transformador 250 MVA
Reatância do Transformador 8,49%

Fonte: Elaboração própria, baseado em [71].

Para o software ANATEM, o CSR também deve ser ajustado conforme suas
características operacionais específicas, incluindo, suas características de máquina rotativas
com as de reatância síncrona, inércia e sistema de regulação de tensão. Também ao uso de um
“CDU” específico para o equipamento.
Portanto, se fez necessário detalhar à qual máquina síncrona o CSR está associado
utilizando a função “DMDG” para tal. Seguindo as definições do software, foi utilizado o
modelo “MD02”, que é específico para modelos de máquinas síncronas de polos salientes.
Adicionalmente, foram testados dois modelos de CSRs distintos:
 CSR#1: Compensador Síncrono Rotativo padrão;
 CSR#2: Compensador Síncrono com a utilização de volante de inércia.

Para a diferenciação destes dois tipos de CSRs, o parâmetro específico na programação


do ANATEM é a constante de inércia. Para o primeiro caso esta variável foi definida com 2,44
segundos, e, para o segundo caso com a adição do volante de inércia, definido com o valor 16
segundos, conforme [48]. A Figura 69 apresenta a modelagem deste motor síncrono.
Foi definida também, a função “DMAQ” associando a máquina rotativa utilizada para
o CSR com seu sistema de controle – Figura 70
110

Figura 69 – Modelagem das máquinas CSR.

Fonte: Elaboração própria, baseado em [48] e [71] – grifos do autor.

Figura 70 – CSR: Dados de associação de modelo.

Fonte: Elaboração própria.


111

7. SIMULAÇÕES E ANÁLISES DOS RESULTADOS

Após definida uma nova topologia para o SBB com uso de fontes de energias renováveis
não despacháveis e com a aplicação de compensação de potência reativa, também foram
definidas as configurações operacionais que irão balizar todas as simulações.
O grupo de geração de energia deve atender a carga de todo o sistema operando em um
regime pesado, isto é, com a demanda de 1200 MW. Também se faz necessário que haja
transferência de fluxo de potência da região B para a região A, com valores próximos aos 370
MW.
Nenhuma barra ou equipamento participante do sistema deve estar fora do seu regime
operacional limite. Além disso, os números das máquinas geradoras são ajustadas conforme
demanda do grupo de geração, de forma a não criar inércia sistêmica indevida.
Para todos os casos houve a aplicação de curto monofásico na barra n° 180 – Bicudo,
com abertura da LT. Esta é uma das barras que conectam as regiões A e B, e após a
intercorrência, o fluxo de potência se concentra na interligação entre as barras n° 221 – Arara e
n° 131 – Curió.
Ainda sobre o evento transitório aplicado, sua escolha se deu por ser a falha mais
recorrente em uma rede elétrica. De acordo com [72], 70% das ocorrências são proveniente de
curtos monofásicos.
A sistemática de simulações é definida no fluxograma presente na Figura 71.
A luz do exposto, a primeira simulação consistiu em definir parâmetros iniciais como
uma ferramenta comparativa. Denominou-se esta como caso base (caso #01), onde com o SBB
em seu estado original, isto é, sem o advento das fontes renováveis de energia e sem a aplicação
de nenhuma tecnologia de compensação de potência reativa, foi aplicado o evento transitório.
A partir deste caso base, foram feitas simulações iniciais comparativas com a influência
das fontes EOL e UFV em todo o SBB. O apêndice A apresenta todos estes valores simulados
no programa ANAREDE.
Posteriormente, a partir do entendimento das resultantes no sistema, foram aplicadas as
compensações reativas de forma a mitigar os efeitos transitórios causados no SEP proposto.
Para melhor compreensão dos resultados das simulações, foram selecionadas as mesmas
barras de forma a registrar os valores de frequência e tensão em seus picos máximos e mínimos,
além dos valores da amplitude diferencial. O apêndice B, contém todos valores registrados a
partir do programa ANATEM.
112

Figura 71 – Fluxograma das simulações.

Fonte: Elaboração própria.

A seguir são relacionadas as barras selecionadas para a análise das simulações. Destaca-
se que foi levado em conta a abrangência global e regional destas inseridas ao SBB.
i. Barra n° 130 – Curió (B130C): Barra localizada na região A, sendo a primeira
barra a receber todo o intercâmbio de potência proveniente da região B;
ii. Barra n° 180 – Bicudo (B180B): Barra localizada na região A, onde é gerado o
evento transitório que causa o distúrbio sistêmico;
iii. Barra n° 230 – Pelicano (B230P): Barra que conecta as novas gerações
intermitentes e compensação reativa ao restante do sistema;
113

iv. Barra n° 251 – Urubu (B251U): Barra que interliga a segunda fonte FV e as
compensações reativas. Esta barra tem uma localização mais distante da origem
do evento;
v. Barra n° 20 – Tucano (B20T): Barra que conecta a UHE Tucano ao restante do
sistema, ou seja, é uma das fontes despacháveis que garante inércia ao SBB.

Para o melhor entendimento dos gráficos de simulação, padronizou-se uma tabela para
cada análise de forma a destacar as informações a serem analisadas – Tabela 11. São
apresentados os casos simulados no ANAREDE; estes são responsáveis por prover as
informações iniciais através do fluxo de potência em regime permanente. A tabela informa
também as barras selecionadas para a análise, quais as variáveis em análise, além da legenda
que identifica e relaciona o equipamento com os gráficos gerados no ANATEM.

Tabela 11 – Tabela modelo para as análises das simulações.

Casos ANAREDE
Barras em Análise
Variáveis
Legendas

Fonte: Elaboração própria.

7.1 Análise 01: Inserção de Fonte de Energia Eólica no SBB

A primeira análise comparou o caso base (caso #01) do SBB com a adição da geração
eólica no grupo de geração de energia (caso #02). A partir do transitório aplicado, verificou-se
os distúrbios provocados relativos à frequência e tensão, atestando assim, a influência sistêmica
causada pela EOL.
Para o caso #02, a potência eólica instalada é igual a 500 MW de um total de 1233,9
MW. Ou seja, a EOL assume 40% de toda a geração de energia do SBB. O restante foi
complementado pela energia hidráulica igual a 533,9 MW, pela térmica com 200 MW.
A Tabela 12 apresenta os destaques para esta análise.
114

Tabela 12 – Análise 01: Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #01 e #02


Barras em Análise 180 – Bicudo e 230 – Pelicano - -
Variáveis Frequência Tensão - -
Legendas SBB (Caso Base) SBB + EOL - -

Fonte: Elaboração própria

A primeira análise se dá ao verificar o comportamento do curto-circuito aplicado nas


duas condições – Figura 72.

Figura 72 – Análise 01: comportamento da frequência (barra n° 180 – Bicudo).

Fonte: Elaboração própria.

É perceptível a ampliação do efeito do distúrbio ocorrido na B180B com a inserção da


EOL no SEP. O valor do caso base para este diferencial de frequência era igual a 0,31 Hz, sendo
ampliado na segunda simulação para 0,52 Hz. Este aumento de 67% do transitório pode resultar
em instabilidade sistêmica para a rede elétrica.
Analisando a B230P, nota-se mais ainda o aumento desta instabilidade, justamente pela
proximidade desta barra à geração eólica, conforme registrado na Figura 74.
115

Figura 73 – Análise 01: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

A máxima e a mínima frequência atingida na B230P foi de 60,63 Hz e 59,68 Hz,


respectivamente, resultando em um delta de 0,95 Hz ante aos 0,22 Hz do caso base,
representando assim, um aumento de 324% da instabilidade. Na B251U também houve
aumento do distúrbio na ordem de 193%, ou seja, houve a propagação do efeito oscilatório para
a rede conectada.
A B20T também foi afetada pela ampliação do transitório com a presença da geração
eólica na rede, ratificando a instabilidade sistêmica e aumentando a variação de frequência do
caso base igual a 0,23 Hz para 0,41 Hz (80% a mais).
Análogo a frequência, também foi avaliado o comportamento da tensão para as mesmas
barras. Iniciando com a análise da B180B a amplitude da variação da tensão foi praticamente a
mesma que a do caso base, o aumento foi de 5% - Figura 74.
Já para a B230P é possível verificar um aumento mais significativo da oscilação de
tensão, na ordem de 22%. O caso base resultou em uma variação de 0,30 pu, e, com a presença
da EOL, este delta aumentou para 0,37 pu, conforme Figura 75. Para B251U, o comportamento
foi similar e o aumento do transitório de tensão foi de 26%. No entanto, para a B20T houve
uma maior variação percentual da tensão na ordem de 81% (0,07 pu para 0,13 pu).
116

Figura 74 – Análise 01: comportamento da tensão (barra n° 180 – Bicudo).

Fonte: Elaboração própria.


Figura 75 – Análise 01: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


117

7.2 Análise 02: Inserção de Fonte de Energia Fotovoltaica no SEP

De forma a manter a mesma base de comparação, ao inserir as UFVs no SBB, buscou-


se manter a paridade de condições com a primeira análise.
No entanto, para o caso #03, devido às limitações de modelagem do painel FV, foi
necessário dividir a geração FV em duas fontes distintas: a UFV Bem-Te-Vi conectada à barra
n°240 – Coruja e a UFV Maritaca conectada à barra n° 251 – Urubu. Cada qual gerou 250 MW,
totalizando 500 MW de geração, representando cerca de 40% do total, como no caso da EOL.
O restante do grupo gerador foi complementado pelas UHEs produzindo 530,9 MW, e
a UTE com 200 MW.
A Tabela 13 apresenta os destaques desta análise.

Tabela 13 – Análise 02: Controle de casos, barras e variáveis

Casos ANAREDE #01 e #03


Barras em Análise 180 – Bicudo, 230 – Pelicano e 251 – Urubu -
Variáveis Frequência Tensão - -
Legendas SBB (Caso Base) SBB + FV - -

Fonte: Elaboração própria.

Novamente foi avaliada a influência da fonte renovável na barra em que ocorre o curto-
circuito, a B180B. A presença das UFVs não resultou em grande influência para a ampliação
do transitório local, aumentando o 11% a oscilação da frequência. Provavelmente isso se dá,
pela topologia arranjada, onde há a divisão em dois grupos de geração. No entanto, é possível
verificar que no momento da ocorrência houve a ampliação do transitório de frequência do
distúrbio o que resultou em uma maior quantidade de variações sistêmicas no mesmo período
de tempo, como apresentado na Figura 76.
Avaliando o transitório nas barras próximas as fazendas solares, notou-se um
comportamento de ampla instabilidade, além de novamente registrar, o aumento da ocorrência
dos transitórios de frequência. Na B230P a oscilação de frequência atingiu 0,97 Hz ante a 0,22
Hz do caso base, isto é, um aumento de 334% de amplitude do distúrbio, como registrado na
Figura 77.
118

Figura 76 – Análise 02: comportamento da frequência (barra n° 180 – Bicudo).

Fonte: Elaboração própria.

Figura 77 – Análise 02: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


119

A B251U conectada diretamente à UFV Maritaca registrou uma oscilação máxima de


1,37 Hz, representando assim um aumento de 500% comparado ao caso base (Figura 78).
Provavelmente, esta significativa instabilidade se dá pelo somatórios do distúrbio local e a
propagada pelas barra adjacente B230P, próxima a UFV Bem-te-vi.

Figura 78 – Análise 02: comportamento da frequência (barra n° 251 – Urubu).

Fonte: Elaboração própria.

A B20T oscilou 0,28 Hz ante 0,23 Hz do caso base. Novamente, tal fato pode ser
explicado pela divisão das fontes fotovoltaicas, que em caso de barras mais distantes tem seu
efeito transitório atenuado.
Para o diferencial de tensão, verificou-se a ampliação do transitório relacionado, mas,
novamente, nas barras adjacentes a geração FV. Na B180B o aumento da amplitude foi de cerca
de 7% (Figura 79).
Na B230P, o aumento verificado da oscilação de tensão foi de 0,21 pu para 0,38 pu, ou
seja, 81% de crescimento do transitório, conforme Figura 80.
120

Figura 79 – Análise 02: comportamento da tensão (barra n° 180 – Bicudo).

Fonte: Elaboração própria.


Figura 80 – Análise 02: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


121

A B251U apresentou comportamento similar a barra Pelicano, com o transitório


atingindo uma variação de 0,29 pu de tensão, representando um aumento de 52% da condição
inicial – Figura 81.

Figura 81 – Análise 02: comportamento da tensão (barra n° 230 – Urubu).

Fonte: Elaboração própria.

Por fim, a oscilação de tensão para a B20T foi de 0,07 pu para 0,12 pu, ou seja, 62% de
aumento da amplitude do diferencial desta variável.

7.3 Análise 03: Comparação das Resultantes das Fontes Renováveis Dentro do SBB

De posse das simulações e análises anteriores, nas duas topologias distintas, foram
plotados gráficos de forma a avaliar, comparativamente, a influência de cada fonte de energia
renovável não despachável no SBB.
A Tabela 14 sumariza os dados destacados para esta análise número 03. Já a Tabela 15
apresenta os valores das variações de frequência para as duas análises anteriores, comparando-
as ao caso base do SBB. Destaca-se que as cores das colunas que apresentam os valores
numéricos, estão associadas as cores das linhas dos gráficos mostrados nesta comparação.
122

Tabela 14 – Análise 03: Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #01, #02 e #03


Barras em Análise 230 – Pelicano e 251 – Urubu - -
Variáveis Frequência Tensão - -
Legendas SBB (Caso Base) SBB + EOL SBB + FV -

Fonte: Elaboração própria.

Tabela 15 – Análise 03: Transitórios de frequência do SBB com EOL e FV.


Oscilação de Frequência
Região SBB Base SBB + EOL ∆Fb SBB + FV ∆Fb
[∆F – Hz]
Curió - 130 A 0,282 0,479 69% 0,337 19%
Bicudo - 180 A 0,313 0,523 67% 0,346 11%
Pelicano - 230 B 0,224 0,948 324% 0,971 334%
Urubu - 251 B 0,229 0,671 193% 1,374 500%
Tucano - 20 B 0,230 0,414 80% 0,285 24%

Fonte: Elaboração própria.

Ambas as fontes renováveis com características de alta intermitência de geração e baixa


(ou nula) inércia aumentam a magnitude do transitório de frequência. Também foi possível
verificar que causam instabilidades em fontes consideradas mais seguras, como a UHE Tucano.
Com a EOL notou-se uma ampliação do efeito transitório de forma global, ou seja,
barras mais distantes tiveram seus distúrbios potencializados. Por outro lado, a UFV apresentou
efeitos mais nocivos a barras próximas a sua instalação. Com a metade da geração da EOL, a
UFV atingiu níveis similares de oscilação na B230P que a conecta com o restante do sistema.
Também se verificou que na B251U o diferencial de frequência resultante foi expressivamente
maior.
Ampliando a análise baseado nos gráficos é possível ratificar estes comportamentos
distintos e característicos destas duas fontes de geração de energia não despacháveis. A EOL
apresenta um pico máximo maior durante o transitório de frequência, no entanto, sua amplitude
diferencial é menor comparada à UFV no mesmo local (e com uma geração de energia menor).
As curvas gráficas também registraram valores de subfrequência maiores com a presença da
UFV.
A Figura 82 apresenta o gráfico comparativo na B230P, e a Figura 83 registra a resposta
para a B251U.
123

Figura 82 – Análise 03: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Figura 83 – Análise 03: comportamento da frequência (barra n° 251 – Urubu).

Fonte: Elaboração própria.

Partindo do mesmo conceito analítico, as oscilações de tensão durante o distúrbios nas


diferentes configurações, são apresentadas na Tabela 16.
124

Tabela 16 – Análise 03: Transitórios de tensão do SBB com EOL e FV.


Oscilação de Tensão
Região SBB Base SBB + EOL ∆Vb SBB + FV ∆Vb
[∆V – pu]
Curió - 130 A 0,171 0,180 5,0% 0,174 1,9%
Bicudo - 180 A 0,321 0,348 8,4% 0,343 6,9%
Pelicano - 230 B 0,302 0,370 22,3% 0,377 24,8%
Urubu - 251 B 0,201 0,253 25,6% 0,293 45,5%
Tucano - 20 B 0,074 0,133 80,8% 0,119 61,7%

Fonte: Elaboração própria.

Para as barras da região A, houve uma pequena ampliação da variação de tensão, não
sendo significativa esta variação para as duas fontes alternativas testadas. As barras da região
B, foram afetadas de forma mais incisiva.
Análogo ao comportamento da frequência, nota-se que a UFV provoca ampliação das
oscilações de tensão nas barras próximas. No entanto, para a B20T, a EOL incidiu em uma
maior variação sistêmica. A Figura 84 apresenta o comportamento da tensão da B251U entre os
casos em comparação.

Figura 84 – Análise 03: comportamento da tensão (barra n° 230 – Urubu).

Fonte: Elaboração própria.


125

7.4 Análise 04: Inserção de Compensadores Reativos – SVC

Para as próximas avaliações, os casos #02 e #03 também serão considerados como
referências comparativas, ou ainda, casos bases.
Assim, a primeira compensação reativa aplicada foi a do SVC. Para os novos casos base,
foram geradas simulações com a aplicação da compensação reativa, de forma atenuar os
transitórios verificados nas análises anteriores. Assim, rodou-se os casos #04 e #05 nos
softwares ANAREDE e ANATEM.
A Tabela 17, apresenta os casos destacados para esta análise que serão divididas em:
i. Caso #04: SBB + EOL + SVC, e;
ii. Caso #05: SBB + UFV + SVC.

Tabela 17 – Análise 04: Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #02 e #04 / #03 e #05


Barras em Análise 230 – Pelicano - - -
Variáveis Frequência Tensão - -
SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou
Legendas - -
UFV) UFV) + SVC

Fonte: Elaboração própria.


7.4.1 SBB + EOL + SVC

Aplicando o SVC para a geração eólica em 500 MW, há o resultado de redução do efeito
transitório de frequência nas barras em análise. Para B130C e B180B, a melhoria foi de 15% e
12%, respectivamente.
A Figura 85 apresenta o efeito do SVC na B230P. Conforme evidenciado na simulação,
a variação de frequência que anteriormente era de 0,95 Hz foi reduzida para 0,75 Hz, uma
melhoria de cerca de 21%. Para a B251U esta atenuação foi da ordem de 24% e para a B20T
em torno de 14%.
Ao se avaliar a tensão com a compensação reativa via SVC, a redução obtida nas barras
da região A foi de 18% em média. Para a B230P, a diminuição da oscilação de tensão singela,
0,37 pu para 0,35 pu, índice igual a 5%. No entanto, cabe destacar que o comportamento de
amortecimento pós-transitório aconteceu mais rapidamente que o caso #02, conforme Figura
86.
126

Para a B251U a redução de tensão foi na ordem de 3%, enquanto na B20T a redução foi
de 24%, além da melhoria do amortecimento do sinal após o evento.

Figura 85 – Análise 04: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Figura 86 – Análise 04: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


127

7.4.2 SBB + UFV + SVC

Para o caso #03 foram inseridas duas compensações estáticas por SVC. Novamente,
constatou-se a atenuação da oscilação diferencial de frequência nas barras analisadas, mas não
de forma global. Na região A, tanto a B130C quanto a B180B tiveram pequenos índices de
redução do distúrbio, 4% e 6%, respectivamente.
Conforme Figura 87, para as barras B230P e B251U, ambas adjacentes a estas UFVs e,
também, às compensações reativas, o resultado de redução do transitório foi de 18% e 17%.
Para a B20T a redução de 3%, valor próximo aos observados na região A.
Cabe destacar que o SVC diminui a amplitude dos transitórios de frequências adicionais
provados pela fonte FV, mas não os extinguiram.

Figura 87 – Análise 04: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Quanto às amplitudes de tensão, o SVC para este caso mostrou uma melhoria global
mais eficiente que a regional. Para as barras B130C e B180B a redução foi na ordem de 18%,
já para a B20T a melhoria foi de 24%.
No entanto, para as barras B230P e B251U não houve atenuação significativa do
transitório, resultando em melhoria de 3% a 5%, conforme apresentado na Figura 88.
128

Figura 88 – Análise 04: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

7.5 Análise 05: Inserção de Compensadores Reativos – STATCOM

Seguindo com a avaliação dos tipos de compensação de reativos, foi aplicado o recurso
do STATCOM no ANATEM. Toda sistemática implementada nas simulação anterior (do SVC)
foi repetida. Tal aplicação se dá na busca da resposta mais próxima ao comportamento real
buscando comprovar através da simulação executada, a eficácia desta compensação reativa.
Como a representação no programa ANAREDE é a mesma tanto para o SVC quanto
para o STATCOM, utilizou-se dos mesmos casos simulados anteriormente, isto é, os casos #04
e #05, de forma a obter uma maior fidelidade comparativa. Portanto, a diferenciação das
simulações se dá na modelagem específica para o STATCOM junto ao software ANATEM. A
Tabela 18 referencia as análises executadas para este caso em específico.

Tabela 18 – Análise 05: Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #02 e #04 / #03 e #05


Barras em Análise 230 – Pelicano - - -
Variáveis Frequência Tensão - -
Legendas SBB + (EOL ou UFV) SBB + (EOL ou UFV) + STATCOM - -

Fonte: Elaboração própria.


129

7.5.1 SBB + EOL + STATCOM

O caso #04 foi reutilizado, agora com o uso do recurso de comando STACOM, e
também, de equipamentos FACTS VSI.
Para as barras da região A, a ação corretiva do STATCOM foi da ordem de 12%, em
média. Para a barra B230P e B251U, a redução do transitório de frequência foi de 31%.
Especificamente para a B230P a variação foi de 0,95 Hz para 0,66 Hz, conforme Figura 89. Já
na B20T a redução foi de 10%

Figura 89 – Análise 05: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Para as tensões, registrou-se um melhor comportamento global, quando comparado com


o SVC. Na B130C e B180B, a redução da oscilação de tensão foi ordem de 16%. Destaca-se
que o STATCOM também é eficiente para a redução do distúrbio de tensão nas barras próximas
a sua instalação.
Para a B230P a variação da tensão foi de 0,37 pu de tensão para 0,26 pu, representando
assim, uma melhoria na ordem de 30% (Figura 90).
130

Figura 90 – Análise 05: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

A redução deste diferencial de tensão para B251C foi similar, atingindo 28% de redução,
isto é, de 0,25 pu para 0,18 pu de tensão. Para a B20T a atenuação foi de 0,13 pu para 0,08 pu
de tensão, ou seja, cerca de 37% a menos que o caso base referido a este caso.

7.5.2 SBB + FV + STATCOM

Analisando o comportamento do SBB com alta penetração de energia fotovoltaica, com


a adição da compensação de reativos via STATCOM, a variação de frequência foi atenuada em
maior percentual em 13% para a B130C e 5% para a B180B.
Especificamente para a B20T, o uso do STATCOM junto às duas fazendas solares, não
representou melhoria no diferencial de frequência mantendo a mesma ordem de oscilação de
0,29 Hz. Já a redução da oscilação para as barras B230P e B251P foi na ordem de 30% menor,
isto é, o STATCOM proveu melhorias similares as instalações de UFV a qual foi designado. A
Figura 91 apresenta o comportamento da resposta desta tecnologia à B251U.
Quanto ao comportamento de tensão verificou-se uma significativa melhoria sistêmica
com a presença do STATCOM. Para as barras localizadas na região A, a diminuição do delta de
tensão foi de 28% para B130C e 21% para B180B. Já para as barras presentes na região B, a
variação de tensão da B20T foi reduzida em 33%.
131

Para às barras B230P e B251U (apresentada na Figura 92), as oscilações de tensão foram
reduzidas em 36% e 59%, respectivamente.

Figura 91 – Análise 05: comportamento da frequência (barra n° 251 – Urubu).

Fonte: Elaboração própria.

Figura 92 – Análise 05: comportamento da tensão (barra n° 251 – Urubu).

Fonte: Elaboração própria.


132

7.6 Análise 06: Inserção de Compensadores Reativos – CSR

Por fim, esta seção avalia o uso do CSR para a atenuação dos transitório de frequência
e tensão no sistema.
Mais uma vez, foram utilizados os casos iniciais #02 e #03 como base de comparação
com a aplicação da solução proposta, avaliando e atestando sua eficácia. Com o uso do CSR,
foram gerados os casos #06 e #07 no programa ANAREDE, adequando a topologia conforme
demandado.
As análises pertinentes ao CSR nas barras estão destacadas na Tabela 19.

Tabela 19 – Análise 06 – Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #02 e #06 / #03 e #07


Barras em Análise 230 – Pelicano e 20 – Tucano - -
Variáveis Frequência Tensão - -
SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou
Legendas - -
UFV) UFV) + CSR

Fonte: Elaboração própria.

7.6.1 SBB + EOL + CSR

Para o caso de alta penetração de fonte eólica no SBB, o CSR apresentou uma alta
efetividade na atenuação dos transitórios de frequência e tensão tanto na análise regional quanto
global ao SEP em análise.
As barras B130C e B180B, tiveram a redução do diferencial de frequência na ordem de
40% e 48%, respectivamente.
Já as barras B230P e B251U, o nível de redução foi de cerca de 49%. Por exemplo, para
B230P o valor máximo de oscilação foi 0,48 Hz ante ao caso base que atingiu 0,95 Hz. Também
é destacado que apesar de uma resposta mais lenta, o amortecimento do transitório é mais
rápido, como destacado na Figura 93.
Para a B20T que conecta a UHE Tucano ao SBB , o CSR demonstrou a maior eficiência
testada até o momento, reduzindo o valor da amplitude máxima do transitório 0,41 Hz para 0,31
Hz (25% menor).
Referente ao comportamento de tensão, o CSR reduziu cerca de 12% o transitório desta
variável para as barras analisadas na região A. Para a B20T a tensão foi atenuada de 0,41 pu
para 0,31 pu, resultando em uma redução de 25%. Para a B230P a redução foi de 32%, partindo
133

de um valor inicial do caso base igual a 0,37 pu para 0,25 pu – Figura 94. Na barra vizinha
B251U, este valor foi reduzido de 0,25 pu para 0,18 pu ou seja, cerca de 31% a menos.

Figura 93 – Análise 06: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Figura 94 – Análise 06: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


134

7.6.2 SBB + FV + CSR

Para o SBB configurado com o uso da geração via UFV, o CSR apresenta excelente
resposta ao transitório com altos índices de mitigação dos distúrbios de frequência e tensão.
Para a região A, as barras B130C e B180B sofreram a redução registrada de 29% e
22%, respectivamente.
Avaliando as barras selecionadas na região B, a B20T atingiu uma redução foi de 28%.
Já nas barras conectadas às fazendas solares e aos compensadores síncronos rotativos o índice
de melhoria foi ainda mais significativo. Para B230P a diferença máxima de frequência foi de
0,34 Hz e para a B251U o delta foi de 0,31 Hz. Os valores do caso base para as mesmas barras
eram de 0,91 Hz e 1,37 Hz. Assim, a atenuação registrada foi de 65% e 77%, respectivamente,
como apresentado nas Figura 95.
Para a tensão, o uso do CSR reduziu todas as oscilações comparando ao caso base da
FV. Os índices de redução para a B130C e B180B foram de 25% e 17%. Para a B230P a
diminuição foi de 41%, reduzindo a variação de tensão inicial igual a 0,38 pu para 0,22 pu –
Figura 96.

Figura 95 – Análise 06: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


135

Figura 96 – Análise 06: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Já para a barra n° 251 – Urubu esta redução foi de 0,29 pu para 0,10 pu, uma redução
de 67% do valor original. Quanto a B20T, o uso do CSR diminui a variação de tensão em 40%.

7.7 Análise 07: Comparação entre SVC, STATCOM e CSR no SEP com EOL e FV

De posse de todas as simulações, à luz das 6 análises anteriores, e, aos conceitos teóricos
e técnicos discorridos nesta dissertação, há informações suficientes para subsidiar a comparação
do uso das três tecnologias de compensação de reativos estudadas nesta dissertação.
Para tal foram analisados os valores máximos e mínimos e também diferenciais dos
transitórios de frequência e tensão, de maneira a permitir plotar gráficos e tabelas comparativas
entre as respostas mitigatórios dos distúrbios das variáveis elétricas via SVC, STATCOM e
CSR.
Para esta análise serão utilizados os casos #02 e #03 como casos base para os efeitos das
fontes EOL e UFV, respetivamente, sendo estes comparados aos casos #04, #05, #06, #07 e são
detalhados na Tabela 20.
136

Tabela 20 – Análise 07: Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #02 e #04 / #02 e #06 / #03 e #05 / #03 e #07
Barras em Análise 230 – Pelicano e 20 – Tucano - -
Variáveis Frequência Tensão - -
SBB + (EOL SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou
Legendas
ou UFV) UFV) + SVC UFV) + STATCOM UFV) + CSR

Fonte: Elaboração própria.

7.7.1 SBB + EOL + Compensação de Reativos

A primeira comparação entre as compensações reativas será feita com o uso exclusivo
de fonte de geração renovável eólica junto ao SBB. A tabela 21, apresenta o resumo
comparativo entre as barras selecionadas ao longo de todo o estudo, referente às oscilações de
frequência durante o evento transitório provocado no SBB.

Tabela 21 – Análise 07: Transitórios de frequência do SBB + EOL ou FV + compensação


reativa.
Oscilação de EOL EOL
SBB + EOL +
frequência Região SBB ∆Fb + ∆Fb ∆Fb + ∆Fb
EOL STATCOM
[∆F – Hz] SVC CSR
Curió - 130 A 0,282 0,479 70% 0,407 -15% 0,412 -14% 0,286 -40%
Bicudo - 180 A 0,313 0,523 67% 0,461 -12% 0,474 -10% 0,268 -49%
Pelicano- 230 B 0,224 0,948 324% 0,746 -21% 0,659 -31% 0,484 -49%
Urubu - 251 B 0,229 0,671 193% 0,512 -24% 0,465 -31% 0,351 -48%
Tucano - 20 B 0,230 0,414 80% 0,356 -14% 0,371 -10% 0,312 -25%

Fonte: Elaboração própria.

Como comprovado anteriormente, a inserção de uma EOL causa significativa elevação


de transitórios de frequência devido suas características inerentes de alta intermitência e baixa
inércia. O uso das compensações reativas diminuiu este efeito de oscilações que são prejudicais
à estabilidade sistêmica.
A partir da Tabela 21, gerou-se o gráfico presente na Figura 97, com a linha de tendência
da oscilação de frequência para cada caso simulado. Esta representação visa aclarar o efeito de
cada tipo de compensação reativa, de forma a comprovar a eficácia de cada uma delas.

Figura 97 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
frequência.
137

1,000
0,900
0,800
Oscilação de Frequência

0,700
0,600
0,500
0,400
0,300
0,200
0,100
0,000
SBB + EOL EOL + SVC EOL + STATCOM EOL + CSR
Casos em Estudo

Curió - 130 Bicudo - 180 Pelicano - 230 Urubu - 251 Tucano - 20

Fonte: Elaboração própria.

Para as barras da região A, B130C e B180B, as compensações reativas estáticas, ou seja,


o SVC e o STATCOM resultaram em uma atenuação entre 10% e 15%. O CSR apresentou um
comportamento de maior estabilidade, reduzindo esta variação entre 40% a 49%, alcançando
níveis próximos e até melhores que o SBB utilizando apenas máquinas despacháveis.
A B230P onde estão instaladas a EOL Jandaia e, individualmente a cada caso, as três
compensações reativas, resultou no caso base com maior oscilação para esta fonte renovável.
Sua variação máxima de 0,95 Hz foi reduzida em 21% com o uso do SVC, em 31% para o uso
do STATCOM, e 49% para o CSR – Figura 98.
A resposta obtida na B251U foi similar da B230P. Nesta barra, o CSR reduziu a variação
em 48% índices melhores que o SVC e o STATCOM de 24% e 31%, respectivamente. Com
referência a B20T, mais uma vez o CSR se mostrou mais eficiente que o SVC e STACOM. A
redução foi de 25% ante a 14% e 10% das compensações estáticas. Destaca-se, também, que
através de sua contribuição inercial, o CSR amortece o transitório de frequência após a
intercorrência, de forma mais rápida, mesmo que com uma resposta inicial mais lenta, como
exemplificado na Figura 99.
138

Figura 98 – Análise 07: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Figura 99 – Análise 07: comportamento da frequência (barra n° 20 – Tucano).

Fonte: Elaboração própria.


139

Analogamente à frequência, a Tabela 22 apresenta as oscilações de tensão com a


presença da EOL e o uso do SVC, STATCOM e CSR.

Tabela 22 – Análise 07: Transitórios de tensão do SBB + EOL ou FV + compensação reativa.

Oscilação de SBB EOL EOL


SBB EOL +
Tensão Região + ∆Vb + ∆Vb ∆Vb + ∆Vb
Original STATCOM
[∆V – pu] EOL SVC CSR
Curió - 130 A 0,171 0,180 5% 0,147 -18% 0,148 -17% 0,156 -13%
Bicudo - 180 A 0,321 0,348 8% 0,288 -17% 0,295 -15% 0,318 -9%
Pelicano-230 B 0,302 0,370 22% 0,351 -5% 0,259 -30% 0,263 -29%
Urubu - 251 B 0,201 0,253 26% 0,246 -3% 0,182 -28% 0,169 -33%
Tucano - 20 B 0,074 0,133 81% 0,101 -24% 0,083 -37% 0,063 -53%

Fonte: Elaboração própria.

Nota-se que para a tensão o STATCOM e o CSR se mostram mais eficientes do que
SVC, comparado as outras duas soluções. O destaque negativo foi a baixa ação de atenuação
de transitório de tensão pelo SVC para as barras B230P e B251U; barras estas que nesta
topologia tem alta preponderância.
Também ficou caracterizado que as respostas obtidas com o STATCOM e CSR foram
próximas, sendo que em ambas a amplitude da oscilação de tensão são menores que o caso base
SBB utilizando apenas máquinas despacháveis. Esta condição leva a concluir que esta é a
máxima atenuação sistêmica possível para esta configuração do SBB.
A figura 100 apresenta o gráfico comparativo de resposta à oscilação de tensão com o
uso de cada compensador de potência reativa.
Para a B230P, os índices de atenuação transitória foram na ordem de 30% tanto para o
STATCOM quanto para o CSR ante ao SVC que obteve uma redução de 5%, como apresentado
na Figura 101. Já para a B20T o CSR apresentou uma melhoria sistêmica interessante,
colaborando para a maior estabilidade desta barra que conecta a UHE Tucano ao sistema.
Mais uma vez, é destacada a vantagem do amortecimento do transitório de forma mais
rápida com o uso do CSR que as outras duas compensações reativas, devido a sua contribuição
inercial sistêmica.
140

Figura 100 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
tensão.

0,400

0,350

0,300
Oscilação de Tensão

0,250

0,200

0,150

0,100

0,050

0,000
SBB + EOL EOL + SVC EOL + STATCOM EOL + CSR
Casos em Estudo

Curió - 130 Bicudo - 180 Pelicano - 230 Urubu - 251 Tucano - 20

Fonte: Elaboração própria.

Figura 101 – Análise 07: comportamento da tensão (barra n° 20 – Tucano).

Fonte: Elaboração própria.


141

7.7.2 SBB + FV + Compensação de Reativos

Como visto anteriormente, as simulações do SBB com a instalação das duas UFVs
apresentaram uma alta ampliação das oscilações sistêmicas de frequência e tensão, além do
aumento da ocorrência transitória em um mesmo espaço de tempo e níveis de subfrequências
em maiores amplitudes.
O uso das opções de compensações reativas em derivação, comprovaram ser de
fundamental importância para redução dos distúrbios registrados.
A Tabela 23 apresenta as informações pertinentes a esta análise, de forma sumarizada.

Tabela 23 – Análise 07: Transitórios de frequência do SBB + FV + compensação reativa.

Oscilação de
SBB + FV + FV + FV +
Frequência Região SBB ∆Fb ∆Fb ∆Fb ∆Fb
FV SVC STATCOM CSR
[∆F – Hz]
Curió - 130 A 0,282 0,337 19% 0,323 -4% 0,294 -13% 0,240 -29%
Bicudo - 180 A 0,313 0,346 11% 0,324 -6% 0,329 -5% 0,271 -22%
Pelicano - 230 B 0,224 0,971 334% 0,794 -18% 0,689 -29% 0,341 -65%
Urubu - 251 B 0,229 1,374 500% 1,134 -17% 0,964 -30% 0,317 -77%
Tucano - 20 B 0,230 0,285 24% 0,276 -3% 0,298 5% 0,206 -28%

Fonte: Elaboração própria.

Como verificado anteriormente, a inserção da fonte fotovoltaica causa maiores


ampliações transitórias em regiões adjacentes à sua instalação. Para as barras da região A, o
SVC apresentou um pequeno efeito de melhoria. Já o STATCOM, para esta mesma região,
apresentou uma melhor resposta sistêmica apenas para a B130C. O destaque positivo mais uma
vez é dado ao CSR que reduziu os valores de atenuação para estas barras a índices menores que
do caso base do SBB original.
Avaliando especificamente a região B, as barras B230P, B251U e B20T tiveram um
desempenho significativamente mais eficiente com o uso do CSR em comparação ao SVC e
STACOM, como apresentado no gráfico da Figura 102.
Destacando os índices percentuais, o CSR para as barras B230P e B251U atenuou o
transitório em 65% e 77%, respectivamente. O STATCOM apresentou uma redução na ordem
de 30%, enquanto o SVC atingiu índices próximos a 18% de atenuação transitória.
A Figura 103 apresenta o comportamento das curvas de frequência durante a
intercorrência de transitório e a ação dos três tipos de compensação de potência reativa, alvo
deste estudo.
142

Figura 102 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
frequência.

1,600

1,400
Oscilação de Frequência

1,200

1,000

0,800

0,600

0,400

0,200

0,000
SBB + FV FV + SVC FV + STATCOM FV + CSR
Casos em Estudo

Curió - 130 Bicudo - 180 Pelicano - 230 Urubu - 251 Tucano - 20

Fonte: Elaboração própria.

Figura 103 – Análise 07: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


143

O comportamento dos transitórios de tensões também melhoraram com a presença dos


compensadores reativos. Para esta variável, todas as barras analisadas tiveram melhorias acima
de 10%.
Apesar de atenuar os transitórios de tensão para esta topologia, o SVC se mostrou menos
eficiente entre as três tecnologias. O STATCOM e CSR diminuíram os transitórios a níveis
abaixo do caso base inicial do SBB, ou seja, sem a presença das fontes intermitentes, mostrando
uma excelente resposta operativa.
A Tabela 24 apresenta a compilação destes dados.

Tabela 24 – Análise 07: Transitórios de tensão do SBB + FV + compensação reativa.

Oscilações
SBB + FV + FV + FV +
de Tensão Região SBB ∆Vb ∆Vb ∆Vb ∆Vb
FV SVC STATCOM CSR
[∆V – pu]
Curió - 130 A 0,171 0,174 2% 0,146 -16% 0,126 -28% 0,131 -25%
Bicudo - 180 A 0,321 0,343 7% 0,287 -16% 0,271 -21% 0,285 -17%
Pelicano-230 B 0,302 0,377 25% 0,336 -11% 0,240 -36% 0,222 -41%
Urubu - 251 B 0,201 0,293 46% 0,223 -24% 0,120 -59% 0,096 -67%
Tucano - 20 B 0,074 0,119 62% 0,095 -20% 0,080 -33% 0,072 -40%

Fonte: Elaboração própria.

Mesmo com a boa eficácia do STATCOM, o CSR se mostrou como solução que diminui
em uma maior magnitude o transitório de tensão, se destacando para as barras analisadas na
região B. Isto é atrativo visto que a energia FV provocou maior instabilidade nas barras
próximas a esta geração.
A Figura 104 apresenta o gráfico comparativo da aplicação das compensações reativas.
Para a barra B251U a redução da oscilação de tensão com o uso do CSR foi de 67%,
STATCOM em 59% e o SVC em 24%. Já para a barra B20T, o CSR se destacou mais uma vez,
trazendo o transitório para o mesmo índice do SBB original, isto com variação de 0,07 pu,
representando assim uma mitigação de 40%. O STATCOM reduziu o transitório desta barra em
33% e o SVC em 20%.
A barra B230P registrou melhoria na ordem de 41%, contra 36% do STATCOM e 11%
do SVC – Figura 105.
144

Figura 104 – Análise 07: Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a
tensão.

0,400

0,350

0,300
Oscilação de Tensão

0,250

0,200

0,150

0,100

0,050

0,000
SBB + FV FV + SVC FV + STATCOM FV + CSR
Casos em Estudo

Curió - 130 Bicudo - 180 Pelicano - 230 Urubu - 251 Tucano - 20

Fonte: Elaboração própria.

Figura 105 – Análise 07: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


145

7.8 Análise 08: Uso do CSR + VI no SEP com EOL e FV

A sétima análise comprovou que o CSR possui a maior efetividade para atenuação dos
transitórios de frequência e tensão para os casos propostos, quando comparado ao uso do
STATCOM e SVC. Também foi possível constatar a melhoria do amortecimento do distúrbio
após a fase inicial crítica com o uso deste motor síncrono com inércia sistêmica e maior
capacidade de curto-circuito.
Assim, de forma a ampliar este estudo e considerar novos arranjos existentes que
possam melhorar e ampliar o uso do CSR, para a análise de número 08, foi adicionado volante
de inércia junto ao CSR, denominado de CSR + VI. Para melhor compreensão dos dados, será
considerado que a primeira simulação do CSR é dada com configuração padrão (standard), ou
seja, com a constante de inércia igual a 2,44 segundos.
Para esta nova configuração, novas simulações foram realizadas com o intuito de avaliar
o nível de melhoria obtido para os casos em estudo com o uso do CSR + VI que possui uma
maior constante de inércia (H) igual a 16 segundos. De forma análoga as análises anteriores,
utilizou-se o mesmo caso criado para o CSR padrão – casos #06 e #07, porém com a aplicação
das características específicas deste arranjo construtivo.
Para efeitos comparativos a configuração CSR + VI foi comparada aos casos bases do
SBB com EOL e UFVs, e, também, ao CSR standard, visto que, esta compensação de potência
reativa foi a que apresentou melhor resposta a comportamentos transitórios neste estudo.
O detalhamento da análise é apresentado na Tabela 25.

Tabela 25 – Análise 08: Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #02 e #06 / #03 e #07


Barras em Análise 230 – Pelicano - -
Variáveis Frequência Tensão - -
SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou SBB + (EOL ou
Legendas -
UFV) UFV) + CSR UFV) + CSR + VI

Fonte: Elaboração própria.


146

7.8.1 SBB + EOL + CSR + VI

Devido ao seu maior momento de inércia (H), o CSR + VI, apresentou melhorias em
relação a sua configuração standard, como esperado. Também foi verificada uma reposta um
pouco mais lenta, justificada pelo aumento de massa geral do conjunto, com a instalação do
rotor adicional.
Avaliando especificamente a barra B230P o transitório foi atenuado de 0,48 Hz para
0,43 Hz nesta configuração, uma pequena redução na ordem de 5%. A despeito desta resposta
com uma redução não muito significativa, pode-se observar uma melhoria no amortecimento
do transitório. O CSR + VI apresenta uma tendência de estabilidade por volta de 3s da
simulação, enquanto o CSR padrão começa a estabilizar por volta de 5s, como apresentado na
Figura 106.
Para a barra B251U a resposta foi melhorada em 11%, reduzindo a oscilação de
frequência de 0,35 Hz para 0,27 Hz. E, na barra B20T, mais distante que as duas anteriores
citadas, a melhoria mais significativa, atingindo índice de 55% de redução ante a 25% da
configuração padrão.
A região A também apresentou este comportamento, sendo que, para a barra mais
distante B130C, o CSR + VI foi 10% mais eficiente que o CSR.

Figura 106 – Análise 08: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


147

A Tabela 26 relaciona todos os valores diferenciais de tensão, com os respectivos


percentuais de melhoria para os casos em comparação.

Tabela 26 – Análise 08: Transitórios de frequência do SBB + EOL + CSR + VI.

Oscilação de EOL +
EOL +
frequência Região SBB SBB + EOL ∆Fb ∆Fb CSR + ∆Fb
CSR
[∆F – Hz] VI
Curió - 130 A 0,282 0,479 70% 0,286 -40% 0,239 -50%
Bicudo - 180 A 0,313 0,523 67% 0,268 -49% 0,258 -51%
Pelicano - 230 B 0,224 0,948 324% 0,484 -49% 0,432 -54%
Urubu - 251 B 0,229 0,671 193% 0,351 -48% 0,272 -59%
Tucano - 20 B 0,230 0,414 80% 0,312 -25% 0,186 -55%

Fonte: Elaboração própria.

Os valores referentes às resultantes diferenciais de tensão, com o uso do CSR em


configuração padrão já atingiram níveis excelentes de atenuação do distúrbio, como visto
anteriormente. Especificamente para esta topologia do SBB e a variável em análise, o volante
de inércia não apresentou melhorias sistêmicas significativas, mantendo a proximidade das
amplitudes de oscilação atingidas pelo CSR.
A Tabela 27 apresenta a comparação entre as diferentes configurações simuladas e a
ordem de melhoria de cada tecnologia estudada.

Tabela 27 – Análise 08: Transitórios de tensão do SBB + EOL + CSR + VI.

Oscilação de EOL +
Tensão Região SBB SBB + EOL ∆Vb EOL + CSR ∆Vb CSR + ∆Vb
[∆V – pu] VI
Curió - 130 A 0,171 0,180 5% 0,156 -13% 0,154 -14%
Bicudo - 180 A 0,321 0,348 8% 0,318 -9% 0,309 -11%
Pelicano - 230 B 0,302 0,370 22% 0,263 -29% 0,251 -32%
Urubu - 251 B 0,201 0,253 26% 0,169 -33% 0,175 -31%
Tucano - 20 B 0,074 0,133 81% 0,063 -53% 0,067 -50%

Fonte: Elaboração própria.

A Figura 107 apresenta a variação de tensão na barra B230P comparando o


comportamento das respostas do CSR e CSR + VI.
148

Figura 107 – Análise 08: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

7.8.2 SBB + FV + CSR + VI

Esta análise se deu nos moldes da anterior, mas considerando o caso #03, onde há a
utilização de duas UFVs.
Para esta configuração do SBB e uso do CSR, verificou-se uma melhoria
comportamental nas barras da região A, B130C e B180B, com o uso do CSR + VI, melhorando
o transitório de frequência na ordem de 16% quando comparado ao CSR padrão.
Para as barras que conectam as UFVs e os CSRs, a melhoria foi mais singela. Para a
barra B230P, o uso do volante de inércia resultou em uma diminuição de apenas 1% comparado
a configuração padrão (66% e 65%).
Mais uma vez, quanto mais distante da origem do evento transitório, o CSR + VI
apresentou um maior índice de mitigação do distúrbio em análise. Para a barra B251U o índice
de melhoria foi de 81% ante aos 77% do CSR padrão. E, para a barra B20T, a melhoria foi de
56%, mostrando maior eficiência em relação ao CSR standard que atingiu o índice de 28%,
como apresentado na Figura 108.
149

Figura 108 – Análise 08: comportamento da frequência (barra n° 20 – Tucano).

Fonte: Elaboração própria.

Os valores das amplitudes de frequência e percentual de redução são apresentados na


Tabela 28.

Tabela 28 – Análise 08: Transitórios de frequência do SBB + FV + CSR + VI.

Oscilação de FV +
frequência Região SBB SBB + FV ∆F FV + CSR ∆Fb CSR + ∆Fb
[∆F – Hz] VI
Curió - 130 A 0,282 0,337 19% 0,240 -29% 0,184 -45%
Bicudo - 180 A 0,313 0,346 11% 0,271 -22% 0,215 -38%
Pelicano - 230 B 0,224 0,971 334% 0,341 -65% 0,330 -66%
Urubu - 251 B 0,229 1,374 500% 0,317 -77% 0,256 -81%
Tucano - 20 B 0,230 0,285 24% 0,206 -28% 0,126 -56%

Fonte: Elaboração própria.

Com referência à tensão, verificou-se um aumento de eficiência no CSR + VI para os


transitórios de tensão na região B. Novamente, na barra B20T, houve uma melhoria mais
destacada comparada ao CSR standard que havia reduzido o transitório em 40%. Com a
presença do VI, os níveis foram 59% menores. Nas barras próximas à geração FV, a redução do
delta de tensão foi de 46% para B230P e 75% para a B251U (Figura 109).
150

Figura 109 – Análise 08: comportamento da tensão (barra n° 251 – Urubu).

Fonte: Elaboração própria.

Para as barras localizadas na região A o índice de atenuação de transitório foi da mesma


ordem de grandeza tanto para o CSR padrão quanto para com o uso do VI, como apresentado
na Tabela 29.

Tabela 29 – Análise 08: Transitórios de frequência do SBB + FV + CSR + VI.

Oscilação de FV +
Tensão Região SBB SBB + FV ∆Vb FV + CSR ∆Vb CSR + ∆Vb
[∆V – pu] VI
Curió - 130 A 0,171 0,174 2% 0,131 -25% 0,125 -28%
Bicudo - 180 A 0,321 0,343 7% 0,285 -17% 0,292 -15%
Pelicano - 230 B 0,302 0,377 25% 0,222 -41% 0,204 -46%
Urubu - 251 B 0,201 0,293 46% 0,096 -67% 0,073 -75%
Tucano - 20 B 0,074 0,119 62% 0,072 -40% 0,049 -59%

Fonte: Elaboração própria.

7.9 Análise 09: SBB com EOL + FV e Compensadores Reativos

Finalizando as análises pertinentes a esta dissertação, foi preparado um caso específico,


caso #09, usando as fontes de energia renováveis EOL e UFV de forma concomitante,
151

aumentando mais a presença destas energias altamente intermitentes, com baixa contribuição
de potência reativa e inércia sistêmica.
Os critérios das simulações serão mantidos. Isto é, a simulação foi mantida com
demanda de carga pesada (1200 MW), intercâmbio de potência próximo a 370 MW da região
B para A, e com o mesmo evento de aplicação de curto-circuito monofásico na barra B180B.
As conexões das usinas EOL Jandaia, UFV Bem-te-vi e UFV Maritaca foram mantidas nas
mesmas barras anteriores.
Desta forma, de maneira a totalizar 1236,4 MW, o despacho da geração de energia foi
configurado da seguinte forma:
 UHE Canário = 146,4 MW;
 UHE Tucano = 70 MW;
 UHE Gavião = 70 MW;
 UHE Sabiá = 200 MW;
 EOL Jandaia = 350 MW;
 UFV Bem-te-vi = 200 MW, e;
 UFV Maritaca = 200 MW.

Esta configuração do esquema de geração de energia foi organizada de forma a


representar um cenário bastante comum ao SEP atual, onde cerca de 60% do total da geração,
provém de fontes de energia renováveis não despacháveis. Outrossim, boa parte desta energia
gerada irá migrar de região, também emulando uma condição comum, inclusive, dentro do SIN
brasileiro.
A partir deste cenário ajustado no software ANAREDE foram rodados novos casos, com
os seguintes objetivos:
 Caso #07: SBB + EOL + UFVs e sem a presença de compensadores síncronos, de
forma a comparar o efeito dessa topologia junto ao caso base e as simulações iniciais;
 Caso #08: SBB + EOL + UFVs + (SVC ou STATCOM), atendendo assim a
comparação pertinente com os compensadores reativos estáticos;
 Caso #09: SBB + EOL + UFVs + (CSR ou CSR + VI), de forma a obter os resultados
com os compensadores síncronos rotativos versão sem e com o volante de inércia.
A Tabela 30 apresenta as oscilações de frequência para o caso base do SBB, com a
presença apenas de EOL e UFVs e, por fim, com este novo grupo de geração de energia sendo
atendido majoritariamente por fontes não despacháveis.
152

Tabela 30 – Análise 09: Transitórios de frequência do SBB + EOL + UFV.


Oscilação de
SBB + SBB + SBB + EOL
Frequência Região SBB Base ∆Fb ∆Fb ∆Fb
EOL FV + FV
[∆F – Hz]
Curió - 130 A 0,282 0,479 69,9% 0,337 19,3% 0,382 35,4%
Bicudo - 180 A 0,313 0,523 67,1% 0,346 10,6% 0,415 32,4%
Pelicano - 230 B 0,224 0,948 324,0% 0,971 334,0% 1,325 492,8%
Urubu - 251 B 0,229 0,671 193,1% 1,374 500,4% 1,578 589,8%
Tucano - 20 B 0,230 0,414 79,5% 0,285 23,6% 0,437 89,8%

Fonte: Elaboração própria.

Como esperado, devido a maior participação destas fontes renováveis intermitentes, os


transitórios de frequência foram ampliados massivamente na região B, onde estas estão
instaladas. Já na região A, o comportamento registrado foi ampliado, no entanto, em nível
intermediário entre o uso exclusivo de EOL ou UFV.
Quanto à tensão, o mesmo comportamento de aumento de amplitudes dos distúrbios foi
registrado na região B. Destaca-se que a barra B20T que interliga a UHE Tucano ao SBB, sofreu
a maior ampliação de transitório, alcançando um índice (mais de) 2 vezes maior que o caso
base.
A tabela 31 apresenta estes dados.

Tabela 31 – Análise 09: Transitórios de tensão do SBB + EOL + UFV.


Oscilação de
SBB + ∆F -SBB ∆F - SBB +
Tensão Região SBB Base ∆Vb ∆Vb% ∆Vb
EOL + FV EOL + FV
[∆V – pu]
Curió - 130 A 0,171 0,180 5,0% 0,174 1,9% 0,181 6,0%
Bicudo - 180 A 0,321 0,348 8,4% 0,343 6,9% 0,317 -1,1%
Pelicano - 230 B 0,302 0,370 22,3% 0,377 24,8% 0,409 35,4%
Urubu - 251 B 0,201 0,253 25,6% 0,293 45,5% 0,316 57,0%
Tucano - 20 B 0,074 0,133 80,8% 0,119 61,7% 0,160 117,4%

Fonte: Elaboração própria.

De posse dos dados referente aos distúrbios do caso #07, foram implementados os três
tipos de compensação de reativos deste estudo, analisando assim a eficácia de suas respostas,
de forma análoga as seções anteriores.
A tabela 32 detalha o controle dos casos e o detalhamento das análises gráficas.
153

Tabela 32 – Análise 09 – Controle de casos, barras e variáveis.

Casos ANAREDE #07, #08 E #09


Barras em Análise 230 -Pelicano - - -
Variáveis Frequência Tensão - -
SBB + EOL SBB + EOL
SBB + EOL + SBB + EOL + SBB + EOL +
Legendas + UFV + + UFV +
UFV UFV + SVC UFV + CSR
STATCOM CSR + VI

Fonte: Elaboração própria.

7.9.1 SBB + EOL + UFV + aplicação da compensação reativa

O padrão de instalação dos compensadores de potência reativa se deu nos mesmos


moldes das simulações anteriores, ou seja, conexão nas barras n° 240 – Coruja e n° 251 – Urubu.
A Tabela 33 apresenta a resposta de cada uma desta tecnologias a partir do novo caso base
apresentado anteriormente.

Tabela 33– Análise 09: Transitórios de frequência do SBB + EOL + UFV + Compensação
reativa.
EOL +
Oscilação de SBB + EOL + EOL +
EOL + FV + FV +
Frequência Região EOL + FV + ∆Fb ∆Fb FV + ∆Fb ∆Fb
STATCOM CSR +
[∆F – Hz] FV SVC CSR
VI
Curió - 130 A 0,382 0,409 7% 0,393 3% 0,336 -12% 0,295 -23%
Bicudo - 180 A 0,415 0,491 18% 0,498 20% 0,387 -7% 0,261 -37%
Pelicano-230 B 1,325 0,910 -31% 0,785 -41% 0,353 -73% 0,278 -79%
Urubu - 251 B 1,578 1,211 -23% 0,823 -48% 0,293 -81% 0,236 -85%
Tucano - 20 B 0,437 0,300 -31% 0,291 -33% 0,241 -45% 0,162 -63%

Fonte: Elaboração própria.

Nota-se que as compensações reativas SVC e STATCOM não foram eficazes quanto a
um efeito de melhoria dos transitórios da região A. Já o CSR standard logrou êxito na redução
do transitório, sendo potencializado pelo uso do volante de inércia.
Para as barras da região B, o comportamento mitigatório dos distúrbios para cada tipo
de compensação reativa foi repetido havendo a melhor eficiência para o CSR, seguido pelo
STATCOM e SVC.
Especificamente para as barras próximas as gerações não despacháveis, o desempenho
do CSR foi destacadamente superior as outras tecnologias. Tomando como exemplo a barra
B230P, o SVC melhorou o transitório em 31%; já o STATCOM teve maior eficácia reduzindo
154

a amplitude deste transitório em 41%. No entanto, a atenuação desta oscilação pelo CSR e CSR
+ VI foi de 73% e 79%, respectivamente.
A barra B251U teve redução ainda mais consistente com o uso do CSR e CSR + VI,
atingindo índices de redução de 81% e 85% do caso base. O STATCOM e SVC reduziram as
amplitudes em 48% e 23%, respectivamente.
Já a barra B20T, o SVC e o STATCOM alcançaram níveis de atenuações próximos a
30%. O CSR atingiu a ordem de 45% de melhoria. Com o uso o aumento do dispositivo
adicional VI, a eficiência atingiu níveis de 63%. Novamente o uso do volante de inércia
colaborou com a melhor estabilidade em ordem global do SBB.
O gráfico presente na Figura 110 mostra a ação das distintas compensações reativas para
a configuração de geração de energia em estudo.

Figura 110 – Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a frequência.

1,800
1,600
1,400
Oscilação de Tensão

1,200
1,000
0,800
0,600
0,400
0,200
0,000
SBB + EOL + FV SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV +
SVC STATCOM CSR CSR + VI
Casos em Estudo

Curió - 130 Bicudo - 180 Pelicano - 230 Urubu - 251 Tucano - 20

Fonte: Elaboração própria.


A Figura 111, apresenta o comportamento da respostas das diferentes compensações
reativas para as variações de frequência.
155

Figura 111 – Análise 09: comportamento da frequência (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.

Prosseguindo com o estudo, a Tabela 34 apresenta as respostas obtidas com a aplicação


das compensações reativas relativas aos transitórios de tensão.

Tabela 34 – Análise 09: Transitórios de tensão do SBB + EOL + UFV + Compensação


reativa.
Oscilação de SBB + EOL + EOL + EOL + FV
EOL + FV +
Tensão Região EOL FV + ∆Vb ∆ % FV + ∆Vb + CSR + ∆Vb
STATCOM Vb
[∆V – pu] + FV SVC CSR VI
Curió - 130 A 0,181 0,152 -16% 0,144 -21% 0,128 -29% 0,128 -30%
Bicudo - 180 A 0,317 0,294 -7% 0,300 -5% 0,278 -12% 0,280 -12%
Pelicano-230 B 0,409 0,438 7% 0,266 -35% 0,226 -45% 0,212 -48%
Urubu - 251 B 0,316 0,314 -1% 0,111 -65% 0,073 -77% 0,040 -87%
Tucano - 20 B 0,160 0,119 -25% 0,090 -44% 0,069 -57% 0,066 -59%

Fonte: Elaboração própria.

Novamente. o SVC apresentou a menor eficiência entre todas as compensações reativas


simuladas, chamando atenção inclusive para a ineficiência nesta topologia para a B230P, barra
esta que conecta a EOL Jandaia e a UFV Bem-te-vi com o restante do SBB.
156

Já o STATCOM conseguiu atenuar o distúrbio de tensão de forma global, atingindo


índices de redução tensão mais efetivos que o SVC. Para as destacadas barras B230P e B251U,
o índice de melhoria foi 35% e 65%, respectivamente.
No entanto, o CSR em suas duas configurações apresentou, mais uma vez, o melhor
desempenho na busca da estabilidade sistêmica. Todas as respostas atingiram níveis de
oscilações menores que o caso base inicial do SBB utilizando apenas máquinas despacháveis.
Citando as barras B230P e B251U, o CSR conseguiu diminuir o transitório de tensão em 45%
e 77%. Já o CSR + VI, para as mesmas barras, atingiu índices na ordem de 48% e 78%. O CSR
também foi o mais eficiente em atenuar os transitórios da barra B20T.
A Figura 112 apresenta o gráfico comparativo com as respostas das compensações
reativas em estudo, especificamente para os distúrbios de tensão.

Figura 112 – Gráfico comparativo das respostas das compensações reativas para a tensão.

0,500
0,450
0,400
Oscilação de Tensão

0,350
0,300
0,250
0,200
0,150
0,100
0,050
0,000
SBB + EOL + FV SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV + SBB + EOL + FV +
SVC STATCOM CSR CSR + VI
Casos em Estudo

Curió - 130 Bicudo - 180 Pelicano - 230 Urubu - 251 Tucano - 20

Fonte: Elaboração própria.

A Figura 113 apresenta a resposta das compensações reativas avaliadas ante as


oscilações de tensão.
157

Figura 113 – Análise 09: comportamento da tensão (barra n° 230 – Pelicano).

Fonte: Elaboração própria.


158

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema elétrico de potência é altamente complexo, sendo constituído, basicamente,


por três grandes pilares: a geração, transmissão e distribuição de energia. Estes pilares, são
interligados por linhas de transmissão e redes de distribuição que visam atender as demandas
de diversos tipos de consumidores de energia, com eficiência e segurança, resultando assim, em
uma cadeia sistêmica processual extremamente complicada.
Para a existência de uma estrutura robusta, é necessário que haja padrões e modelos pré-
estabelecidos, o que resulta em um setor extremamente regulamentado e contrário a mudanças.
No entanto, à medida que o mundo avança e passa por transformações e novas necessidades
são demandadas, mesmo que lentamente, o SEP quebra paradigmas estruturais e se adequa às
necessidades de seus usuários, buscando manter o seu nível de excelência funcional.
Um exemplo de mudança apresentada neste trabalho e que impacta diretamente no SEP
é a transição energética. Tal movimento tem o intuito de colaborar com o crescimento
sustentável global, através da transformação da relação de produção e consumo de energia.
Assim, para que haja êxito, há a necessidade da adequação da matriz energética, além do
aumento da eficiência do setor. Neste contexto, a ampliação do uso de energias que não utilizem
como matéria prima combustíveis fósseis se faz necessária, resultando na ampliação do uso de
outros recursos naturais disponíveis no planeta.
Consequentemente, esta pluralização energética aumentou a participação das fontes de
geração eólica e solar. No Brasil, estas energias atingiram índice de participação de mais de
15% da oferta interna de geração de energia em 2022. Contudo, estas gerações renováveis têm
por características a alta intermitência, baixa (ou nula) contribuição inercial, além de não
possuírem alta capacidade de curto-circuito. A falta destes atributos acarretaram em
instabilidades sistêmicas relacionadas à transitórios de tensão e de frequência.
Diante deste cenário, esta dissertação se propôs a apurar as consequências e efeitos
provocados por estas gerações não despacháveis, que podem culminar em risco de falhas
operacionais e apagões. Além disso, o objetivo principal desta investigação consistiu em
estudar, analisar e avaliar a aplicação da compensação de potência reativa a este problema
relatado, de forma a comprovar a eficácia de sua aplicação, mitigando esta fragilidade sistêmica
resultante, mantendo assim, a confiabilidade e eficiência em um sistema diversificado e com
características distintas.
159

É especialmente destacado nesta pesquisa o retorno do uso dos compensadores


síncronos rotativos como uma das soluções de aprimoramento da capacidade funcional do SEP.
Vale lembrar, que nos últimos 40 anos este recurso havia sido praticamente relegado, devido ao
avanço da eletrônica de potência que apresentou soluções técnicas de alta capacidade e menor
custo de implementação, como o SVC e STATCOM. Porém, estas compensações reativas
estáticas possuem algumas limitações que podem não atender totalmente as necessidades
corretivas da instabilidade sistêmica nesta nova composição de geração de energia. Justifica-se
dessa forma, a retomada do CSR, visto que esta tecnologia, pode preencher esta lacuna criada
nesta nova formatação da rede elétrica.
Este estudo comparou estas três principais tecnologias de compensação de potência
reativa. Foram feitas análises histórica, técnica e financeira, sendo compreendido que cada uma
destas soluções têm o seu papel de contribuição para a estabilidade e segurança do sistema
elétrico, conforme demandas específicas.
O CSR tem características específicas que são atraentes para o SEP moderno. Sua
operação é síncrona a rede elétrica, favorecendo o suporte instantâneo de potência reativa ao
sistema, acompanhando, assim, as constantes mudanças de fluxos de potência. Este motor
síncrono também é capaz de injetar um elevado nível de corrente reativa, viabilizando inclusive,
a operação em condições de sobrecarga (maior capacidade de curto-circuito), o que pode evitar,
por exemplo, condições que gerem colapso de tensão. Outro grande diferencial, comprovado
nesta pesquisa, é a contribuição da sua inércia sistêmica. Essa característica desempenha um
papel fundamental ao atuar como um amortecedor contra variações repentinas de frequência.
Constatou-se, também, que o avanço tecnológico recente foi benéfico para esta máquina
síncrona. Cita-se como exemplo, o sistema de regulação de tensão que utiliza componentes
eletrônicos de alta eficiência, promovendo, assim, um controle dinâmico e altamente
responsivo, atendendo as demandas sistêmicas de forma rápida e precisa, garantindo também,
níveis adequados de tensão em diferentes condições de operação. Destaca-se, as melhorias nos
sistemas de dissipação de calor e resfriamento da máquina, o que colaborou com as reduções
das perdas globais de energia, aumentando a eficiência do equipamento.
O crescimento de pesquisas e novas soluções relacionadas ao uso do CSR foi
evidenciado, inclusive pelo mapeamento bibliográfico deste trabalho acadêmico. Uma nova
geração de CSR está sendo desenvolvida com diferentes topologias, como por exemplo, o uso
de dispositivos complementares como o flywheel, ampliam o valor da sua constante de inércia
(H), propiciando uma ampliação de sua eficiência sistêmica. Projetos híbridos também ampliam
160

e potencializam as funções de um CSR. Este equipamento, juntamente com um sistema de


armazenamento de energia por baterias (BESS), pode resultar em uma melhoria significativa
da resposta a variações de frequência, além de prover uma reserva de energia sistêmica.
O CSR ainda tem como principal desvantagem o seu custo médio de implementação
que pode atingir até o dobro do valor/kVar instalado, se comparado com o SVC. No entanto, a
pesquisa efetuada mostrou que a diferença de valores médios, se comparado ao STATCOM, já
não é tão expressiva. O CSR, pode, inclusive, ter um custo de implementação menor, a depender
dos dispositivos e nível de equipamentos associados ao compensador síncrono estático.
Adicionalmente, com o intuito de ampliar o entendimento e a relação da aplicação destes
compensadores reativos, esta dissertação se propôs a modelar estes equipamentos estudados,
de forma a emular a resposta em um SEP com características contemporâneas. A metodologia
utilizada foi de adequar o sistema elétrico Brazilian Birds para o uso de diferentes fontes de
energia, alto intercâmbio de potência entre regiões, além de uma demanda massiva por carga,
aplicando, a partir desta configuração, as compensações de potência reativa destacadas: o SVC,
STATCOM e CSR.
Utilizou-se o software ANAREDE para modelar e ajustar o sistema elétrico proposto,
estabelecendo diversos casos com diferentes características de geração e fluxo de potência
específicos. O programa ANATEM foi utilizado de forma a simular as respostas sistêmicas para
uma condição transitória. Adotou-se como premissa analítica a avaliação de cinco barras
diferentes, sendo duas destas localizadas na região A e outras três localizadas na região B do
SBB. Para todas as simulações foram registrados os valores de frequência e tensão máximos,
mínimos e diferenciais.
Isto posto, primeiro, comprovou-se que as fontes de geração eólica e solar causam uma
ampliação significativa dos transitórios de frequência e de tensão. Os resultados obtidos
mostraram que estas oscilações podem variar em mais de 500% e 40%, respectivamente, a
depender do local da análise e de suas condições operativas. Também foi registrada a
propagação do comportamento de instabilidade, em fontes de geração mais estáveis (com
elevada inércia), ou ainda em barras consideradas distantes, o que resultam na diminuição da
robustez e confiabilidade do sistema elétrico como um todo.
Estas análises corroboraram com a conclusão da necessidade do uso dos compensadores
de potência reativa, de forma a mitigar as instabilidades provocadas e manter a elevada
performance operacional do SEP.
161

As simulações consideraram o uso do SVC, STATCOM e CSR (inclusive com o volante


de inércia) para três topologias distintas. A primeira utilizando cerca de 40% da energia eólica
(EOL Jandaia) junto às demais fontes despacháveis no SBB. A segunda, seguindo a mesma
sistemática, mas com o uso da energia solar (UFV Bem-te-vi e UFV Maritaca). E, por fim,
utilizando conjuntamente a energia eólica e solar ampliando a participação destas fontes em
cerca 60% do total de despacho de geração de energia.
Os índices citados a seguir, compilam a média dos valores de atenuação dos transitórios
de frequência e tensão, para as barras analisadas na região B.
O SVC apresentou melhorias sistêmicas na ordem de 20% para frequência e de 12%
para a tensão. A ação do SVC se limitou as proximidades do local ao qual está instalado. Este
equipamento mostrou uma baixa eficiência ao lidar com as oscilações de tensão.
O STATCOM registrou índices melhores. Para a frequência, a média de melhoria na
região B foi de 29%, e para a tensão, de 41%. Destaca-se que este equipamento tem maior
eficiência na ação de diminuição das oscilações de tensão ante ao SVC. No entanto, o
STATCOM repetiu o comportamento de concentrar sua ação corretiva nas adjacências de sua
instalação.
Já o CSR obteve os melhores resultados dinâmicos, atenuando o comportamento de
distúrbio em uma ordem de 58% para a frequência e 49% para a tensão. Destaca-se que mesmo
com a latência de sua ação, o CSR produz um amortecimento das oscilações trazendo o sinal
em análise para condições operativas nominais mais rapidamente. Também foi verificado que
este equipamento tem maior amplitude sistêmica de suas respostas devido a sua contribuição
inercial, não se limitando a agir em suas redondezas.
O estudo também expandiu a análise da resposta do motor síncrono utilizando o recurso
do volante de inércia. Os resultados obtidos foram de 69% para a frequência e 54% para a
tensão. Apesar da melhoria da resposta sistêmica, pelo menos para esta investigação, o volante
de inércia não apresentou vantagem significativa ao comparar com o CSR standard. Em
contrapartida, destaca-se que a ampliação de massa rotativa colaborou com a robustez
sistêmica, visto que a atenuação dos transitórios foi ampliada para barras mais distantes da
origem da intercorrência. Pode-se deduzir que em um sistema mais amplo, o CSR + VI teria
uma ação mais efetiva e destacada.
Observou-se, também, que a compensação reativa via CSR pode atingir amplitudes
diferenciais das variáveis elétricas em magnitudes iguais ou até menores que o primeiro caso
base (SBB utilizando apenas fontes de geração despacháveis). Este comportamento se deu
162

principalmente para os transitórios de tensão e pode indicar uma limitação sistêmica para esta
melhoria, isto é, a compensação reativa talvez não tenha sido utilizada em todo o seu potencial.
Além do CSR (inclusive com o volante de inércia) o STATCOM atingiu níveis similares de
redução sistêmica para a tensão em alguns casos, também.
À luz de todas as informações presentes nesta dissertação, comprova-se que as fontes
renováveis eólica e solar inserem um alto nível de instabilidade a rede elétrica, sendo que, com
a ampliação massiva do uso deste tipo de geração de energia, o SEP se tornará mais frágil devido
a redução da inércia sistêmica e a falta de controle da tensão, além da menor capacidade de
curto-circuito.
Constata-se, também, que a compensação de potência reativa tem papel fundamental na
estruturação do SEP com uma matriz elétrica ampla e plural.
Conclui-se após os estudos, análises e simulações realizadas, que o CSR foi a solução
mais eficiente, seguido pelo STATCOM e pelo SVC. Isto justifica o ressurgimento desta
tecnologia.
De posse de todas essas informações ratifica-se a importância e relevância deste estudo
acadêmico de forma a contribuir para a operação segura, confiável e resiliente do SEP. Destaca-
se que as três tecnologias estudadas têm a sua relevância, não sendo objetivo deste estudo
desqualificar nenhuma destas. É importante observar que cabe aos profissionais de engenharia
o desenvolvimento de estudos específicos, avaliando a aplicabilidade de cada solução para a
área de interesse.
Para estudos futuros, sugere-se a ampliação do sistema elétrico desenvolvido, de forma
a contar um número maior de cargas, barras, fontes de geração de energia, compreendendo a
amplitude da propagação da instabilidade sistêmica para áreas mais distantes e a importância
da compensação reativa, especificamente com o uso do CSR standard e CSR + VI. É importante
o desenvolvimento de outras modelagens destes equipamentos, inclusive utilizando outros
softwares, para a busca da melhoria da resposta dinâmica.
Por fim, sugere-se também a ampliação do estudo do uso dos compensadores síncronos
com outras soluções (como BESS) de forma a compor este novo SEP moderno e robusto.
163

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APÊNDICE A – TABELA DE DADOS (ANAREDE): CASOS, FLUXO DE POTÊNCIA E DESPACHO DE GERAÇÃO DE


ENERGIA

Intercâmbio de Potência
Hidráulica Térmica Eólica Fotovoltaica
(Região B -> A)
Casos Compensação de
P J Canário Tucano Gavião Sabiá Jandaia Bem-te-vi Maritaca Total Geração
ANAREDE Reativos
[n°] [Tipo] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar] [MW] [Mvar]
1 Sem Compensação 370,6 -111,4 152,4 -32,6 450 65,1 480 53,1 200 45,8 0 0 0 0 0 0 1282,4 131,4

2 Sem Compensação 373,1 -96,7 148,9 -30,2 200 -48,1 185 -52,4 200 39,2 500 51,1 0 0 0 0 1233,9 -40,4
3 Sem Compensação 371,1 -94,3 150,9 -32 200 -25,7 180 -66,7 200 38,1 0 0 250 -39,6 250 126,1 1230,9 0,2

4 SVC e STATOM 372,9 -102,9 149,2 -27 200 -41,2 185 -43,6 200 47,1 500 78,1 0 0 0 0 1234,2 13,4

5 SVC e STATOM 370,7 -114 151,3 -13,3 200 -20,1 180 -29,4 200 71,2 0 0 250 -24,7 250 27,9 1231,3 11,6
6 CSR e CSR + VI 368,9 -77,5 153,2 -36 200 -28,6 180 -27,4 200 25,4 500 100,6 0 0 0 0 1233,2 34

7 CSR e CSR + VI 371,5 -113,1 151,3 -13 230 -21,7 150 -27,4 200 71,4 0 0 250 -24,7 250 27,9 1231,3 12,5

8 Sem Compensação 375,2 -111,1 147,8 -13,9 70 -7,8 70 -11,4 200 71,2 350 64,9 200 14,6 200 32,4 1237,8 150

9 SVC e STATOM 375,7 -108 146,4 -27,8 70 -12,2 70 -19,2 200 48,1 350 -6,7 200 -9,7 200 29,2 1236,4 1,7
10 CSR e CSR + VI 375,7 -108 146,6 -27,5 70 -11,6 70 -19,5 200 49 350 5,1 200 -6,3 200 22 1236,6 11,2
172

APÊNDICE B – TABELA DE DADOS (ANATEM): CASOS, FLUXO DE POTÊNCIA E


DESPACHO DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Caso ANAREDE Compensação de Reativos Região Barra F Máx F Mín ∆F Máx V Oper V Máx V Mín ∆V Máx
[n°] [Tipo] [-] [identificação] [Hz] [Hz] [Hz] [pu] [pu] [pu] [pu]
A Curió - 130 60,21 59,87 0,28 1,02 1,02 0,83 0,17
A Bicudo - 180 60,21 59,85 0,31 1,02 1,01 0,63 0,32
1 Sem Compensação B Pelicano - 230 60,19 59,91 0,22 1,00 1,11 0,81 0,30
B Urubu - 250 60,18 59,91 0,23 0,98 1,07 0,86 0,20
B Tucano - 20 60,18 59,90 0,23 1,03 1,07 0,99 0,07
A Curió - 130 60,30 59,77 0,48 1,02 1,01 0,83 0,18
A Bicudo - 180 60,38 59,73 0,52 1,00 0,97 0,62 0,35
2 Sem Compensação B Pelicano - 230 60,63 59,68 0,95 1,03 1,22 0,85 0,37
B Urubu - 250 60,48 59,81 0,67 0,97 1,10 0,84 0,25
B Tucano - 20 60,33 59,92 0,41 1,00 1,05 0,92 0,13
A Curió - 130 60,22 59,89 0,34 1,02 1,01 0,83 0,17
A Bicudo - 180 60,22 59,88 0,35 1,00 0,97 0,62 0,34
3 Sem Compensação B Pelicano - 230 60,38 59,41 0,97 1,02 1,18 0,81 0,38
B Urubu - 251 60,52 59,15 1,37 1,00 1,14 0,85 0,29
B Tucano - 20 60,20 59,91 0,28 1,03 1,08 0,96 0,12
A Curió - 130 60,24 59,79 0,41 1,01 1,02 0,84 0,15
A Bicudo - 180 60,32 59,76 0,46 0,99 0,96 0,63 0,29
4 SBB + EOL + SVC B Pelicano - 230 60,53 59,79 0,75 1,02 1,21 0,85 0,35
B Urubu - 251 60,40 59,88 0,51 1,00 1,13 0,88 0,25
B Tucano - 20 60,29 59,94 0,36 1,00 1,04 0,94 0,10
A Curió - 130 60,20 59,82 0,32 0,99 0,98 0,83 0,15
A Bicudo - 180 60,23 59,79 0,32 0,98 0,96 0,63 0,29
5 SBB + UFV + SVC B Pelicano - 230 60,55 59,76 0,79 1,00 1,25 0,83 0,34
B Urubu - 251 60,73 59,59 1,13 0,99 1,18 0,88 0,22
B Tucano - 20 60,21 59,93 0,28 0,99 1,09 0,98 0,10
A Curió - 130 60,25 59,78 0,41 1,01 1,00 0,84 0,15
A Bicudo - 180 60,34 59,75 0,47 0,99 0,96 0,62 0,29
4 SBB + EOL + STATCOM B Pelicano - 230 60,56 59,90 0,66 1,02 1,13 0,88 0,26
B Urubu - 250 60,40 59,91 0,46 1,00 1,08 0,89 0,18
B Tucano - 20 60,29 59,92 0,37 1,00 1,03 0,94 0,08
A Curió - 130 60,21 59,82 0,29 0,99 0,99 0,83 0,13
A Bicudo - 180 60,24 59,79 0,33 0,98 0,96 0,63 0,27
5 SBB + UFV + STATCOM B Pelicano - 230 60,38 59,56 0,69 1,00 1,09 0,86 0,24
B Urubu - 250 60,57 59,30 0,96 0,99 1,05 0,94 0,12
B Tucano - 20 60,21 59,92 0,30 1,03 1,05 0,98 0,08
A Curió - 130 60,24 59,85 0,29 1,02 1,01 0,83 0,16
A Bicudo - 180 60,27 59,84 0,27 1,01 0,94 0,62 0,32
6 SBB + EOL + CSR B Pelicano - 230 60,37 59,89 0,48 1,01 1,11 0,85 0,26
B Urubu - 250 60,28 59,93 0,35 0,97 1,04 0,87 0,17
B Tucano - 20 60,25 59,94 0,31 1,03 1,05 0,99 0,06
A Curió - 130 60,22 59,90 0,24 1,02 1,01 0,82 0,15
A Bicudo - 180 60,21 59,89 0,26 1,01 0,96 0,61 0,31
6 SBB + EOL + CSR + VI B Pelicano - 230 60,28 59,85 0,43 1,01 1,08 0,82 0,25
B Urubu - 250 60,22 59,94 0,27 0,97 1,02 0,84 0,18
B Tucano - 20 60,17 59,94 0,19 1,03 1,05 0,99 0,07
A Curió - 130 60,15 59,87 0,24 1,02 0,99 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,16 59,86 0,27 1,00 0,96 0,63 0,29
7 SBB + UFV + CSR B Pelicano - 230 60,21 59,79 0,34 1,02 1,11 0,88 0,22
B Urubu - 250 60,19 59,82 0,32 1,01 1,05 0,96 0,10
B Tucano - 20 60,16 59,96 0,21 1,02 1,04 0,97 0,07
A Curió - 130 60,14 59,90 0,18 1,02 1,00 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,14 59,89 0,21 0,98 0,96 0,64 0,29
7 SBB + UFV + CSR + VI B Pelicano - 230 60,14 59,77 0,33 1,02 1,08 0,88 0,20
B Urubu - 250 60,09 59,83 0,26 1,01 1,04 0,96 0,07
B Tucano - 20 60,12 59,97 0,13 1,02 1,03 0,99 0,05
173

Caso ANAREDE Compensação de Reativos Região Barra F Máx F Mín ∆F Máx V Oper V Máx V Mín ∆V Máx
[n°] [Tipo] [-] [identificação] [Hz] [Hz] [Hz] [pu] [pu] [pu] [pu]
A Curió - 130 60,24 59,80 0,38 1,01 1,01 0,83 0,18
A Bicudo - 180 60,31 59,79 0,41 0,98 0,97 0,61 0,32
8 SBB + EOL + FV B Pelicano - 230 60,53 59,21 1,33 1,01 1,22 0,81 0,41
B Urubu - 250 60,56 58,98 1,58 0,99 1,15 0,83 0,32
B Tucano - 20 60,25 59,81 0,44 1,03 1,10 0,94 0,16
A Curió - 130 60,21 59,81 0,41 0,99 0,99 0,82 0,15
A Bicudo - 180 60,26 59,77 0,49 0,98 0,96 0,61 0,29
9 SBB + EOL + FV + SVC B Pelicano - 230 60,59 59,68 0,91 1,00 1,23 0,79 0,44
B Urubu - 250 60,84 59,63 1,21 0,99 1,17 0,86 0,31
B Tucano - 20 60,24 59,94 0,30 1,03 1,08 0,96 0,12
A Curió - 130 60,22 59,83 0,39 0,99 0,99 0,82 0,14
A Bicudo - 180 60,29 59,80 0,50 0,98 0,96 0,61 0,30
SBB + EOL + FV +
9 B Pelicano - 230 60,54 59,76 0,78 1,00 1,10 0,83 0,27
STATCOM
B Urubu - 250 60,58 59,76 0,82 0,99 1,03 0,92 0,11
B Tucano - 20 60,23 59,94 0,29 1,03 1,05 0,96 0,09
A Curió - 130 60,18 59,84 0,34 1,01 0,99 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,20 59,81 0,39 0,98 0,96 0,64 0,28
10 SBB + EOL + FV + CSR B Pelicano - 230 60,23 59,88 0,35 1,01 1,11 0,88 0,23
B Urubu - 250 60,23 59,93 0,29 1,04 1,03 0,95 0,07
B Tucano - 20 60,19 59,95 0,24 1,03 1,05 0,98 0,07
A Curió - 130 60,15 59,85 0,30 1,01 1,00 0,85 0,13
A Bicudo - 180 60,20 59,86 0,26 0,98 0,96 0,64 0,28
SBB + EOL + FV + CSR
10 B Pelicano - 230 60,15 59,84 0,28 1,01 1,10 0,89 0,21
+ VI
B Urubu - 250 60,13 59,89 0,24 1,04 0,99 0,95 0,04
B Tucano - 20 60,15 59,94 0,16 1,03 1,05 0,98 0,07
174

ANEXO A – DADOS GERAIS DO SISTEMA BRAZILIAN BIRDS

Tabela 01 – Dados das linhas de Transmissão – Parte 01

Tabela 02 – Dados das linhas de Transmissão – Parte 02


175

Tabela 03 – Dados de Transformadores de 2 Enrolamentos

Tabela 04 – Dados de Transformadores de 3 Enrolamentos

Tabela 05 – Dados de Compensação Paralela

Tabela 06 – Dados de Compensação Série


176

Tabela 07 – Dados de Cargas

Tabela 08 – Dados de Máquinas Síncronas – Regime Permanente

Tabela 09 – Dados de Máquinas Síncronas – Regime Transitório

Tabela 10 – Dados do Regulador de Tensão – Modelo “DRGT” MD21 do ANATEM

Tabela 11 – Dados dos Reguladores de Tensão – Modelo “DRGT” MD09 do ANATEM


177

Tabela 12 – Dados dos Reguladores de Velocidade – Modelo “DRGV” MD03 do ANATEM

Tabela 13 – Dados dos Reguladores de Velocidade – Modelo “DRGV” MD02 do ANATEM

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