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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM MONTAGEM INDUSTRIAL

ELVANGER SANTOS CARDOSO

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA DO NAVIO DA MARINHA


DO BRASIL (CORVETA CLASSE BARROSO – V34) E MÉTODOS DE
MITIGAÇÃO BASEADOS EM FILTROS ATIVOS

Niterói, RJ
2022
ELVANGER SANTOS CARDOSO

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA DO NAVIO DA MARINHA


DO BRASIL (CORVETA CLASSE BARROSO – V34) E MÉTODOS DE
MITIGAÇÃO BASEADOS EM FILTROS ATIVOS

Dissertação apresentada ao Mestrado


Profissional em Montagem Industrial da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Montagem Industrial. Área de
Concentração: Montagem Industrial.

Orientador:
Prof. Dr. Marcio Zamboti Fortes
Universidade Federal Fluminense (UFF)

Coorientador:
Prof. DSc. Paulo Roberto Duailibe Monteiro
Universidade Federal Fluminense (UFF)

Niterói, RJ
2022
Ficha catalográfica automática - SDC/BEE
Gerada com informações fornecidas pelo autor

C268a Cardoso, Elvanger Santos


ANÁLISE DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA DO NAVIO DA MARINHA
DO BRASIL (CORVETA CLASSE BARROSO – V34) E MÉTODOS DE
MITIGAÇÃO BASEADOS EM FILTROS ATIVOS / Elvanger Santos Cardoso
; Marcio ZambotiFortes, orientador ; Paulo Roberto Duailibe
Monteiro, coorientador. Niterói, 2022.
169 f. : il.

Dissertação (mestrado profissional)-Universidade Federal


Fluminense, Niterói, 2022.

DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PMI.2022.mp.01216374503

1. Filtros ativos de potência paralelos. 2. Qualidade de


energia elétrica. 3. Sistemas de geração e distribuição
de energia elétrica embarcados. 4. Distorções harmônicas
geradas por cargas não lineares. 5. Produção intelectual.
I. Fortes, Marcio Zamboti, orientador. II. Monteiro, Paulo
Roberto Duailibe, coorientador. III. Universidade Federal
Fluminense. Escola de Engenharia. IV. Título.

CDD -

Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368


ELVANGER SANTOS CARDOSO

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA DO NAVIO DA MARINHA


DO BRASIL (CORVETA CLASSE BARROSO – V34) E MÉTODOS DE
MITIGAÇÃO BASEADOS EM FILTROS ATIVOS

Dissertação apresentada ao Mestrado


Profissional em Montagem Industrial da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Montagem Industrial. Área de
Concentração: Montagem Industrial.

Aprovada em 17 de março de 2022.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Marcio Zamboti Fortes - Orientador - Presidente


Universidade Federal Fluminense (UFF)

Prof. DSc. Paulo Roberto Duailibe Monteiro - Coorientador


Universidade Federal Fluminense (UFF)

Prof. Dr. Angelo Cesar Colombini


Universidade Federal Fluminense
(UFF)

Prof. Dr. Rodrigo Henrique Cunha


Palácios Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR)

Niterói, RJ
2022
Aos meus pais Luciene e Carlito.
À minha querida esposa Charla.
Ao meu abençoado filho Felipe.
Ao meu irmão Elbis.
Às minhas irmãs Sueli e Suzilene.
Aos meus professores do Curso de Mestrado
Profissional em Montagem Industrial
ministrado pela UFF.
AGRADECIMENTOS

Ao Deus Todo-Poderoso, por ter me protegido e dado força e saúde aos meus entes queridos,
amigos e professores, neste momento tão difícil de pandemia, em que muitas vidas foram
ceifadas pelo vírus da Covid-19. Espero que todo este caos seja superado e que, em um futuro
próximo, tenha servido de aprendizado para que a humanidade seja mais tolerante e empática.

Aos meus pais Luciene e Carlito, pelos ensinamentos, na prática, dos verdadeiros significados
das palavras: amor; amizade; superação; dedicação; tolerância; abnegação; honestidade; e
perdão. Sem dúvida, me sinto muito abençoado de ter sido agraciado com estes seres
iluminados, especiais e generosos. Em suma, tudo que conquistei tem a essência da energia
positiva dos meus queridos pais, uma vez que, sem as suas orações, jamais teria conseguido
ultrapassar os obstáculos existentes no meio do caminho árduo da vida.

Às minhas irmãs Sueli e Suzilene, pelas orações e pelos conselhos transmitidos durante esse
período de estudo e trabalho exaustivo.

Ao meu irmão Elbis, pela amizade e assessoria precisa, durante a escrituração desta dissertação.

À minha querida esposa Charla, por todo afeto, companherismo, carinho e amor, durante essa
jornada marcada pela superação das dificuldades. Gostaria de aproveitar o ensejo para
agradecê-la pelos gestos de compreensão demonstrados, perante esta etapa marcada por noites
mal dormidas e finais de semana abdicados.

Ao meu filho Felipe, por todo amor e amizade neste momento especial da minha vida, sem
dúvida, você foi o meu amparo de alegria e carinho.

Aos meus professores do Curso de Mestrado Profissional em Montagem Industrial da UFF -


Zamboti, Duailibe, Miguel, Bruno Pedroza, Angelo e Fernando Mainier -, em especial: ao meu
Orientador e Professor Dr. Zamboti, por todo o conhecimento demonstrado e transmitido por
ocasião das disciplinas ministradas (Qualidade de Energia e Eficiência Energética), a sua
experiência, cooperação e didática de ensino, contribuiram bastante para dirimir às dúvidas
existentes no decorrer deste trabalho; e, ao meu Coorientador e Professor DSc. Duailibe, pela
disponibilidade e por todos os esclarecimentos, a sua expertise e o seu arcabouço de
conhecimento na área de elétrica de potência, foram fundamentais na criação das linhas de ação
necessárias para identificar e solucionar as possíveis fontes causadoras de instabilidade de
energia elétrica dos geradores embarcados na Corveta “Barroso”.
Ao meu amigo e doutorando André Queiroz, pelo apoio fundamental voltado à área de
modelagem e simulação no programa ATP Draw, sem dúvida, a sua ajuda foi de grande valia
para a execução deste trabalho.

À Marinha do Brasil, à tripulação da Corveta “Barroso” e aos seus profissionais das áreas de
elétrica, armamento e eletrônica. Em especial, aos meus amigos da MB, Suboficial e Mestre
Natalino e Sargento Eletricista Daniel, por terem sanado várias dúvidas a respeito dos sensores
e equipamentos elétricos do Navio.

Por fim, gostaria de transmitir os meus sinceros votos de agradecimento para todos aqueles que,
direta ou indiretamente, contribuiram para a concretização desta dissertação.
The friction which results from ignorance, and
which is greatly increased owing to the
numerous languages and nationalities, can be
reduced only by the spread of knowledge and
the unification of the heterogeneous elements
of humanity.
(Nikola Tesla, 1900, p. 21)
RESUMO

Esta pesquisa, realizada por meio de uma metodologia quase-experimental, tem como objetivo
principal avaliar a qualidade da energia elétrica fornecida pelos Grupos Geradores instalados a
bordo do Navio da Marinha do Brasil, denominado Corveta “Barroso”, a fim de propor soluções
viáveis que possam contribuir para mitigar os efeitos indesejados causados pela instabilidade
de tensão, corrente, frequência, fator de potência e injeção excessiva de componentes
harmônicas nos sistemas de geração e distribuição do Navio. Com a finalidade de mitigar as
distorções harmônicas no sistema elétrico de bordo e, consequentemente, compensar as
distorções de corrente, a potência reativa e os desbalanços de corrente, decorrentes de cargas
não lineares e, em particular, dos equipamentos mais críticos embarcados, tais como:
Retificadores de 24 Vcc; Cargas Especiais (por exemplo, computadores, sensores, armamentos
e radar); e Unidades Resfriadoras de Água (URA), foi proposta a implementação de um Filtro
Ativo de Potência do tipo Paralelo (Shunt Active Power Filter – SAPF), baseado na Teoria da
Potência Reativa Instantânea, conhecida também como IRP p-q (Instantaneous Reactive Power
p-q), visto que, ao simular os sistemas de geração e distribuição no Simulink – ferramenta do
MATLAB utilizada para simulação, modelagem e análise de sistemas dinâmicos –, verificou-
se que as Distorções Harmônicas Totais de Corrente (DHTI ) foram mais significativas, quando
comparadas com as Distorções Harmônicas Totais de Tensão (DHTV), ou seja, antes da atuação
do SAPF, as DHTI e DHTv apresentaram valores iguais a 25,58 e 1,33%, respectivamente,
enquanto, após a inclusão do referido filtro, tais resultados ficaram em torno de 0,50 e 0,02%,
simultaneamente. Ao ser implementado o SAPF no sistema, observou-se que a eficiência,
calculada a partir da razão entre o módulo da tensão de saída (Vo) e o módulo da tensão de
entrada (Vi), não foi comprometida e se manteve, praticamente, constante (Vo/Vi = 436,01Ú450
= 0,9689 ou 96,89%), em relação ao valor encontrado sem a presença do filtro (Vo/Vi =
434,49Ú450 = 0,9655 ou 96,55%) e, sendo assim, houve um acréscimo de apenas 0,34%
(diferença entre 96,89% e 96,55%). Após a atuação do filtro, o Fator de Potência Verdadeiro
(FPV) do sistema também foi corrigido, de 0,80 para 0,97, resultando em uma melhoria de
21,25%. Considerando o SAPF operando na faixa de frequência compreendida entre 60 e 1.140
Hz (ou 1 ≤ h ≤ 19), a Distorção de Demanda Total (DDT) do sistema foi reduzida de 25,58%
para 0,51%.
Palavras-chave: Qualidade de energia. Filtros ativos. Instabilidade de tensão. Sistemas de
geração e distribuição de energia. Navio. Distorções Harmônicas.
ABSTRACT

This research, carried out through a quasi-experimental methodology, has as its main objective
to evaluate the quality of electrical energy supplied by the generator sets installed on board the
Brazilian Navy ship, called Corvette “Barroso”, to propose viable solutions that can contribute
to mitigate the unwanted effects caused by the instability of voltage, current, frequency, power
factor and excessive injection of harmonic components in the Ship's generation, and
distribution systems. In order to mitigate harmonic distortions in the on-board electrical system
and, consequently, compensate for current distortions, reactive power, and current imbalances,
resulting from non-linear loads and, in particular, from the most critical equipment embarked,
such as: 24 Vdc rectifiers; Special Payloads (e.g. computers, sensors, weapons and radar); and
Water Cooling Units (WCU), it was proposed to implement a Parallel-type Active Power Filter
(Shunt Active Power Filter – SAPF), based on the Instantaneous Reactive Power Theory, also
known as IRP p-q (Instantaneous Reactive Power p-q), since, when simulating the generation
and distribution systems in Simulink - MATLAB tool used for simulation, modeling and analysis
of dynamic systems –, it was found that the Current Total Harmonic Distortions (THDI ) were
more significant when compared with the Voltage Total Harmonic Distortions (THDV), that is,
before the SAPF action, the THDI and THDV presented values equal to 25.58 and 1.33%,
respectively, while after the inclusion of the aforementioned filter, such results were around
0.50 and 0.02%, simultaneously. When implementing the SAPF in the system, it was observed
that the efficiency, calculated from the ratio between the output voltage module (Vo) and the
input voltage module (Vi), was not compromised and remained practically constant. (Vo/Vi =
436.01Ú450 = 0.9689 or 96.89%), in relation to the value found without the presence of the filter
(Vo/Vi = 434.49Ú450 = 0.9655 or 96.55%) and, therefore, there was an increase of only 0.34%
(difference between 96.89% and 96.55%). After the filter actuation, the True Power Factor
(PFV) of the system was also corrected, from 0.80 to 0.97, increasing by 21.25%. Considering
the SAPF operating in the frequency range comprised between 60 and 1,140 Hz (or harmonic
order between 1 ≤ h ≤ 19), the Total Demand Distortion (TDD) of the system was reduced from
25.58% to 0.51%.

Keywords: Power quality. Active Filters. Voltage instability. Power generation and
distribution systems. Ship. Harmonic Distortions.
SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO, p.1

FOLHA DE APROVAÇÃO, p.3

DEDICATÓRIA, p.4

AGRADECIMENTOS, p.5

EPÍGRAFE, p.6

RESUMO NA LÍNGUA VERNÁCULA, p.7

RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA, p.8

SUMÁRIO, p.9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES, p.16

LISTA DE TABELAS, p.20

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS, p.22

1. INTRODUÇÃO, p.25
1.1. MOTIVAÇÃO, p.25
1.2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA, p.26
1.3. OBJETIVOS DA PESQUISA, p.26
1.4. DELIMITAÇÃO, p.27
1.4.1. Sistemas de propulsão, geração e distribuição da Corveta Classe “Barroso”, p.29
1.4.1.1. Composição do sistema de propulsão, p.29
1.4.1.2. Composições dos sistemas de geração e distribuição, p.31
1.5. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA, p.36
1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO, p.36

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA, p.37


2.1. PRINCIPAIS TOPOLOGIAS UTILIZADAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA, p.37
2.1.1. Sistemas de distribuição radiais, p.37
2.1.1.1. Sistema radial simples, p.37
2.1.1.2. Sistema radial expandido, p.38
2.1.1.3. Sistema radial com o primário seletivo, p.39
2.1.1.4. Sistema radial com o secundário seletivo, p.41
2.1.1.5. Sistema radial com o primário em loop, p.42
2.1.2. Sistemas de distribuição em anel, p.45
2.1.2.1. Sistema com o barramento em anel, p.45
2.1.3. Sistemas de distribuição interligados, p.48
2.2. MÁQUINAS ELÉTRICAS TRIFÁSICAS, p.49
2.2.1. Máquinas Síncronas, p.49
2.2.2. Máquinas Assíncronas ou de Indução, p.54
2.3. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS, p.56
2.3.1. Características dos transformadores aplicados aos Navios da Marinha do Brasil
(MB), p.56
2.3.1.1. Tolerância da tensão primária em relação à nominal, p.56
2.3.1.2. Condição para o funcionamento a vazio (sem carga), p.56
2.3.1.3. Regulação de tensão, p.57
2.3.1.4. Potência nominal aparente, p.57
2.3.1.5. Grau de proteção da carcaça, p.57
2.3.1.6. Corrente de curto-circuito, p.58
2.3.2. Rendimento para qualquer condição de carga e Rendimento Máximo, p.63
2.3.2.1. Rendimento para qualquer condição de carga, p.63
2.3.2.2. Rendimento Máximo, p.64
2.3.3. Fator K do transformador, p.65
2.4. RELAÇÃO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS E SENSORES JULGADOS MAIS
SENSÍVEIS À VARIAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA FORNECIDA PELOS
GRUPOS GERADORES EMBARCADOS NA CORVETA “BARROSO” (CB), p.65
2.5. PRINCIPAIS PARÂMETROS UTILIZADOS PARA MENSURAR O NÍVEL DE
QEE, p.68
2.5.1. Modulação de Frequência (MF) , p.69
2.5.2. Modulação de Tensão (MT) , p.70
2.5.3. Distorção Harmônica Total (DHT), p.70
2.5.4. Distorção de Demanda Total (DDT), p.71
2.5.5. Fator de Potência Verdadeiro (FPV), p.71
2.5.6. Fator de Potência de Deslocamento (FPd), p.72
2.5.7. Fator de Potência Distorcido ou Harmônico (FPh), p.73
2.5.8. Poluição Harmônica (PH), p.73
2.6. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS UTILIZADOS PARA MELHORAR A QUALIDADE
DE ENERGIA ELÉTRICA, p.73
2.6.1. Reatores de Linha, p.74
2.6.2. Reatores Eletrônicos com Baixa Distorção, p.75
2.6.3. Filtros de Potência Ativos e Passivos mitigadores de componentes harmônicas,
p.76
2.6.4. Outras tecnologias utilizadas para mitigar as influências dos harmônicos, p.79

3. METODOLOGIA E MODELAGEM, p.80


3.1. DIFICULDADES ENCONTRADAS, FERRAMENTAS E LINHAS DE AÇÃO
UTILIZADAS DURANTE A PESQUISA, p.81
3.1.1. Instrumentos de pesquisa e ferramentas utilizadas, p.82
3.1.2. Dificuldades encontradas no decorrer da pesquisa e linhas de ação utilizadas para
superá-las, p.82
3.2. MODELAGEM DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA DO NAVIO, p.83
3.2.1. Sistema elétrico do Navio a ser simulado no programa Simulink, p.83
3.2.2. Projeto do Filtro Ativo de Potência Paralelo (Shunt Active Power Filter – SAPF),
p.88
3.2.2.1. Dimensionamento dos indutores de acoplamento do filtro (Lf ou Lfabc), p.90
3.2.2.2. Circuito Inversor por fonte de tensão (Voltage Source Inverter- VSI), p.93
3.2.2.2.1. Dimensionamento da tensão de corrente contínua de referência (VDC ref), p.94
3.2.2.2.2. Dimensionamento do capacitor (CDC) do link de tensão de corrente contínua (VDC),
p.95
3.2.2.3. Controlador Proporcional-Integral (PI), p.96
3.2.2.4. Circuitos de geração das correntes de referência e eliminação das componentes
contínuas das potências harmônicas instantâneas de sequências positiva e negativa,
p.98
3.2.2.4.1. Teoria da Potência Reativa Instantânea (Instantaneous Reactive Power- IRP) p-q,
p.99
3.2.2.4.1.1. Transformada de Clarke, p.99
3.2.2.4.1.2. Filtros Passa Baixas – FPB (Low Pass Filter – LPF) , p.100
3.2.2.4.1.3. Inserção da potência de perdas ou potência hamônica de sequência positiva de
primeira ordem (Ploss ou ph1+) por meio do circuito comparador inversor, p.102
3.2.2.4.1.4. Transformada Inversa de Clarke, p.103
3.2.2.5. Controlador de corrente por Banda de Histerese, p.104

4. PROJETO DO SAPF, SIMULAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS, p.106


4.1. LEVANTAMENTO DAS CARGAS DOS SISTEMAS DE GERAÇÃO,
DISTRIBUIÇÃO E UNIDADES CONSUMIDORAS DO NAVIO, p.106
4.1.1. Sistemas de Geração, Distribuição e Unidades Consumidoras do Navio que foram
simulados na ferramenta Simulink do programa MATLAB, p.110
4.2. SIMULAÇÃO, APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
REFERENTES À QEE GERADA PELO NAVIO, p.116
4.2.1. Simulação e análise dos resultados com o SAPF desligado, p.116
4.2.1.1. Análise das Formas de Onda de Tensão nos terminais do PCC sem o SAPF atuando,
p.117
4.2.1.2. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) nos terminais do PCC sem o SAPF atuando, p.118
4.2.1.3. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) nos terminais do PCC sem o SAPF
atuando, p.118
4.2.1.4. Análise das Formas de Onda de Tensão do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF
atuando, p.119
4.2.1.5. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF atuando,
p.120
4.2.1.6. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) do Sistema Elétrico de Potência sem
o SAPF atuando, p.121
4.2.1.7. Análise das Formas de Onda das correntes consumidas pelas Unidades Consumidoras
sem o SAPF atuando, p.121
4.2.1.8. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções
Harmônicas Individuais de corrente (DHII) das Unidades Consumidoras (UC) sem o
SAPF atuando, p.122
4.2.1.9. Análise das Formas de Onda das correntes equivalentes fornecidas pelo Sistema
Elétrico de Potência sem o SAPF atuando, p.123
4.2.1.10. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções
Harmônicas Individuais de corrente (DHII) do Sistema Elétrico de Potência sem o
SAPF atuando, p.124
4.2.1.11. Análise da Distorção de Demanda Total de corrente (DDTI) do Sistema Elétrico de
Potência sem o SAPF atuando, p.125
4.2.1.12. Análise dos Fator de Potência verdadeiro (FPV) do Sistema Elétrico de Potência sem
o SAPF atuando, p.126
4.2.1.13. Análise do Rendimento (η) do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF atuando,
p.126
4.2.2. Desenvolvimento do projeto e dimensionamento do SAPF e dos seus
componentes, p.128
4.2.2.1. Tensão contínua de referência (VDC ref), p.129
4.2.2.2. Capacitor do link de corrente contínua (CDC), p.130
4.2.2.3. Indutores de acoplamento (Lf ou Lfabc), p.130
4.2.2.4. Frequência de chaveamento (fSW), frequência máxima de chaveamento (fSW máx) e
ordem harmônica máxima do VSI, p.131
4.2.2.5. Ganhos Proporcional (GP) e Integral (GI) do controlador PI, p.132
4.2.2.6. Constantes de tempo (τ) dos FPB, p.132
4.2.2.7. Faixa de operação ou largura de banda (LB) do controlador de corrente por Banda de
Histerese, p.134
4.2.2.8. Algoritmo contendo a Transformada de Clarke para calcular P0, I0, p e q, p.134
4.2.2.9. Algoritmo contendo a Transformada Inversa de Clarke para calcular as correntes
compensadas de referência (ICabc ref), p.135
4.2.3. Simulação e análise dos resultados com o SAPF ligado, p.135
4.2.3.1. Análise das Formas de Onda de Tensão nos terminais do PCC com o SAPF atuando,
p.137
4.2.3.2. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) nos terminais do PCC com o SAPF atuando, p.138
4.2.3.3. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) nos terminais do PCC com o SAPF
atuando, p.139
4.2.3.4. Análise das Formas de Onda de Tensão do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF
atuando, p.139
4.2.3.5. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF atuando,
p.140
4.2.3.6. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) do Sistema Elétrico Potência de com
o SAPF atuando, p.141
4.2.3.7. Análise das Formas de Onda das correntes consumidas pelas Unidades Consumidoras
com o SAPF atuando, p.141
4.2.3.8. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções
Harmônicas Individuais de corrente (DHII) das Unidades Consumidoras (UC) com o
SAPF atuando, p.142
4.2.3.9. Análise das Formas de Onda das correntes equivalentes fornecidas pelo Sistema
Elétrico de Potência com o SAPF atuando, p.143
4.2.3.10. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções
Harmônicas Individuais de corrente (DHII) do Sistema Elétrico de Potência com o
SAPF atuando, p.144
4.2.3.11. Análise da Distorção de Demanda Total de corrente (DDTI) do Sistema Elétrico de
Potência com o SAPF atuando, p.145
4.2.3.12. Análise dos Fator de Potência verdadeiro (FPV) do Sistema Elétrico de Potência com
o SAPF atuando, p.145
4.2.3.13. Análise do Rendimento (η) do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF atuando
p.146
4.2.3.14. Comportamento dos principais parâmentros elétricos de entrada e/ou saída do SAPF,
p.150
4.2.3.14.1. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de geração das correntes
compensadas (VSI), p.151
4.2.3.14.2. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de geração da Ploss
(Controlador PI), p.152
4.2.3.14.3. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de filtragem das correntes
compensadas (Indutores de Acoplamento – Lf ), p.153
4.2.3.14.4. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de geração das correntes
pulsadas (IGabc) ou dos pulsos de acionamento dos MOSFET do VSI (Controlador por
Banda de Histerese), p.154
4.2.3.14.5. Comportamento dos parâmetros de saída dos circuitos e algoritmos utilizados para
a geração das correntes compensadas de referência (ICabc ref ), p.155
4.2.3.14.6. Comportamento dos parâmetros de saída do algoritmo de geração e cálculo de P0,
I0, p e q, p.156
4.2.3.14.7. Comportamento dos parâmetros de saída dos Filtros Passa Baixas (FPB-1 e FPB-
2), p.157
4.2.3.14.8. Comportamento dos parâmetros de saída das Malhas Fechadas de Controle (MF-1
e MF-2), p.158
4.2.3.14.9. Comportamento dos parâmetros de saída dos Comparadores Inversor e/ou Não
Inversor, p.159
4.2.3.14.10. Comportamento dos parâmetros de saída do Algoritmo de geração das correntes
compensadas de referência (ICabc ref) , p.160

5. CONCLUSÃO, p.161

5.1. TRABALHOS FUTUROS, p.163

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p.164


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fig. 1 Foto ilustrativa da Corveta Classe “Barroso” (CCB), f. 28

Fig. 2 Conveses da Corveta Classe “Barroso” (CCB), f. 28

Fig. 3 Localizações das Praças de Máquinas (PMV, PMR, PMAV e PMAR) da CCB,
f. 28

Fig. 4 Localizações dos QEP a vante e a ré (QEP-AV e QEP-AR) da CCB, f. 28

Fig. 5 Esquemático resumido dos sistemas de propulsão, geração e distribuição do


Navio, f. 35

Fig. 6 Sistema radial simples, f. 38

Fig. 7 Sistema radial expandido com dois alimentadores e várias unidades


consumidoras, f. 39

Fig. 8 Sistema radial com o primário seletivo, f. 40

Fig. 9 Sistema radial com o secundário seletivo, f. 42

Fig. 10 Sistema radial com o primário em loop, f. 43

Fig. 11 Sistema com o barramento em anel, f. 47

Fig. 12 Sistema interligado ou distribuído em rede alimentado por cinco SE, f. 48

Fig. 13 Potência desenvolvida por fase em função do ângulo de carga, f. 50

Fig. 14 Ilustração do sistema de partida e regulagem de um GMG, f. 51

Fig. 15 Foto ilustrativa de um GMG de 8 cilindros, f. 52

Fig. 16 Regime de operação das máquinas assíncronas em função do escorregamento,


f. 55

Fig. 17 Ensaio de curto-circuito de um transformador realizado por fase, f. 59

Fig. 18 Ensaio a vazio de um transformador realizado por fase, f. 61

Fig. 19 Variação de tensão e frequência dos consumidores, f. 69

Fig. 20 Conjunto eletrônico do reator de baixa distorção usado em EFL, f. 76

Fig. 21 Combinações das topologias de filtragem dos PPF, APF, HAPF e UPQC, f. 78

Fig. 22 Modelagem Geral dos Sistemas de Geração, Distribuição e Utilizadores de


energia elétrica da CCB sem o SAPF (SEP elaborado no ATP Draw), f. 84 – 86
Fig. 23 Modelagem Parcial dos Sistemas de Geração e Distribuição, contendo apenas os
Utilizadores mais críticos que foram simulados em conjunto com o SAPF
projetado, f. 87

Fig. 24 Modelagem Parcial dos Sistemas de Geração, Distribuição e Utilizadores da


CCB, contendo apenas os equipamentos que foram simulados em conjunto com
o SAPF projetado (SEP elaborado no Simulink e com o SAPF no formato de
circuitos elétricos), f. 88

Fig. 25 Circuitos componentes de um Filtro Ativo de Potência Paralelo (SAPF), f. 90

Fig. 26 Circuito de filtragem das correntes compensadas (ICabc) – Filtro harmônico


(Indutores de acoplamento), f. 91

Fig. 27 Inversor por fonte de tensão (Voltage Source Inverter – VSI), f. 94

Fig. 28 Controlador PI, f. 96

Fig. 29 Malha Fechada do controlador PI, f. 96

Fig. 30 Posições do tempo de atraso (𝜏 ) e da constante de tempo (𝜏) do controlador PI,


f. 97

Fig. 31 Circuito de geração das correntes compensadas de referência (ICabc ref)


(Transformada de Clarke, FPB, comparadores e Transformada Inversa de
Clarke), f. 98

Fig. 32 Algoritmo baseado na Transformada de Clarke, f. 99

Fig. 33 Filtros Passa Baixas de primeira ordem (FPB-1 e FPB-2), f. 101

Fig. 34 Comparadores Inversores e Não Inversores, f. 102

Fig. 35 Algoritmo baseado na Transformada Inversa de Clarke, f. 103

Fig. 36 Controlador de corrente por Banda de Histerese, f. 104

Fig. 37 Valores máximos de queda de tensão percentual, f. 107

Fig. 38 Modelagem com o Sistema Elétrico de Potência carregado (sem a atuação do SAPF),
f. 112

Fig. 39 Circuito dos retificadores de 24 Vcc e 20 kVA e Unidade Consumidora nº 1,


f. 115

Fig. 40 Circuitos de 115Vca-3F-60Hz e 5, 12 e 24 Vcc e Unidade Consumidora nº 2,


f. 115

Fig. 41 Comportamento dos parâmetros elétricos (sem a atuação do SAPF), f. 117

Fig. 42 Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC (sem o SAPF atuando),
f. 117
Fig. 43 DHTV e DHIV vistas do PCC (sem o SAPF atuando), f. 118

Fig. 44 Formas de Onda das tensões do SEP (sem o SAPF atuando), f. 120

Fig. 45 DHTV e DHIV do SEP (sem o SAPF atuando), f. 121

Fig. 46 Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC (sem o SAPF atuando),
f. 122

Fig. 47 DHTI e DHII vistas do PCC (sem o SAPF atuando), f. 123

Fig. 48 Formas de Onda das correntes do SEP (sem o SAPF atuando), f. 124

Fig. 49 DHTI e DHII do SEP (sem o SAPF atuando), f. 125

Fig. 50 Medições dos principais parâmetros (sem o SAPF atuando e h→∞), f. 129

Fig. 51 Modelagem com o Sistema Elétrico de Potência carregado (sem a atuação do SAPF),
f. 136

Fig. 52 Comportamento dos parâmetros elétricos (com o SAPF atuando), f. 137

Fig. 53 Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC (com o SAPF atuando),
f. 137

Fig. 54 DHTV e DHIV vistas do PCC (com o SAPF atuando), f. 139

Fig. 55 Formas de Onda das tensões do SEP (com o SAPF atuando), f. 140

Fig. 56 DHTV e DHIV do SEP (com o SAPF atuando), f. 141

Fig. 57 Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC (com o SAPF atuando),
f. 142

Fig. 58 DHTI e DHII vistas do PCC (com o SAPF atuando), f. 143

Fig. 59 Formas de Onda das correntes do SEP (com o SAPF atuando), f. 144

Fig. 60 DHTI e DHII do SEP (com o SAPF atuando), f. 145

Fig. 61 Medições dos principais parâmetros (com o SAPF atuando e h→∞), f. 150

Fig. 62 Entradas e Saídas dos Blocos e Circuitos funcionais do SAPF, f. 151

Fig. 63 Tensão, corrente e potência contínuas do link DC (ou capacitor de corrente


contínua) e correntes compensadas do VSI, f. 152

Fig. 64 Tensão contínua de referência, tensão contínua do link DC, erro permanente de
tensão e potência de perdas do Controlador PI, f. 153

Fig. 65 Correntes compensadas nas entradas e saídas dos Indutores de Acoplamento (Lf
ou Lfabc), f. 154
Fig. 66 Correntes pulsadas dos gates, erro permanente de corrente, correntes
compensadas e correntes de referência do Controlador de corrente por Banda de
Histerese, f. 155

Fig. 67 Potência ativa de sequência positiva, potência reativa de sequência negativa,


potência ativa de sequência zero e corrente de sequência zero nas saídas do
Algoritmo baseado na Transformada de Clarke, f. 157

Fig. 68 Potências instantâneas contínuas ativa e reativa nas saídas dos FPB-1 e FPB-2,
f. 158

Fig. 69 Potências instantâneas oscilatórias ativa e reativa nas saídas das Malhas
Fechadas de Controle, f. 159

Fig. 70 Potências instantâneas ativa e reativa resultantes nas saídas dos Comparadores
(Inversor e/ou Não Inversor), f. 160

Fig. 71 Correntes compensadas instantâneas nas saídas do Algoritmo baseado na


Transformada Inversa de Clarke, f. 160
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Dimensões e deslocamentos da Corveta Classe “Barroso”, f. 29

TABELA 2 - Sistema de propulsão combinado diesel ou gás ou, do inglês, Combined Diesel
or Gas (CODOG), f. 30

TABELA 3 - Sistema da propulsão principal, f. 30

TABELA 4 - Sistema de propulsão de cruzeiro, f. 30

TABELA 5 - Características da alimentação com energia do Tipo I, f. 31

TABELA 6 - Características da alimentação com energia do Tipo II, f. 32

TABELA 7 - Características da alimentação com energia do Tipo III, f. 33

TABELA 8 - Sistema de geração e distribuição de energia elétrica, f. 34

TABELA 9 - Sistema de distribuição de 440 Vca-3F-60Hz, f. 34

TABELA 10 - Sistema de distribuição de 115 Vca-3F-60Hz, f. 34

TABELA 11 - Sistema de geração e distribuição de energia em 24 Vcc, f. 34

TABELA 12 - Limites de elevação de temperatura, f. 56

TABELA 13 - Potências nominais de transformadores monofásicos e trifásicos, f. 57

TABELA 14 - Grau de proteção da carcaça de acordo com a IEC 60529, f. 58

TABELA 15 - Limites de distorções harmônicas de tensão e corrente, f. 81

TABELA 16 - Regra de sintonia de Ziegler-Nichols baseada na resposta ao degrau da planta,


f. 98

TABELA 17 - Levantamento das cargas dos Grupos Motores-Geradores Principais (MCA


acoplados aos Geradores Síncronos), f. 108

TABELA 18 - Levantamento das cargas dos TF abaixadores de tensão (440 para


115Vca/3F/60Hz/Δ -Y ligação triângulo-estrela ou e/ou Y-Y), f. 108

TABELA 19 - Levantamento das cargas dos TF do SIP do Navio, f. 109

TABELA 20 - Levantamento das cargas dos MIT de acionamento das URA


(440Vca/3F/60Hz), f. 109

TABELA 21 - Levantamento das cargas dos MIT de acionamento das BIS (440Vca/3F/60Hz),
f. 109

TABELA 22 - Levantamento da carga do Canhão de 4,5" (440Vca/3F/60Hz), f. 109


TABELA 23 - Levantamento das cargas dos GMG ou CRAF (115/208Vca/3F/400Hz) , f. 110

TABELA 24 - Levantamento das cargas das Tomadas de FAv (440Vca/3F/400Hz), f. 110

TABELA 25 - Levantamento das cargas dos retificadores de 24 Vcc, f. 110

TABELA 26 - Levantamento total das cargas da Unidade Consumidora nº 1, f. 112

TABELA 27 - Levantamento da carga simulada ou Unidade Consumidora nº 2 (incluindo os


harmônicos), f. 114

TABELA 28 - Levantamento da carga simulada ou Unidade Consumidora nº 3 (incluindo os


harmônicos), f. 115

TABELA 29 - Comparação entre os valores de DHT, DDT e PH, encontrados na simulação e


os limites estabelecidos em normas– SAPF desligado, f. 127

TABELA 30 - Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e
MT e os limites estabelecidos em normas – SAPF desligado, f. 127

TABELA 31 - Comparação entre os valores de DHT, DDT e PH, encontrados na simulação e


os limites estabelecidos em normas – SAPF ligado, f. 147

TABELA 32 - Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e
MT e os limites estabelecidos em normas – SAPF ligado, f. 148
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AIS Automatic Identification System

AMRJ Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

CCI Corveta Classe “Inhaúma"

CCB Corveta da Classe “Barroso”

DHII Distorção Harmônica Individual de corrente

DHII SEP Distorção Harmônica Individual de corrente do Sistema Elétrico de Potência

DHII UC Distorção Harmônica Individual de corrente das Unidades Consumidoras

DHIV Distorção Harmônica Individual de tensão

DHIV SEP Distorção Harmônica Individual de tensão do Sistema Elétrico de Potência

DHIV UC Distorção Harmônica Individual de tensão das Unidades Consumidoras

DHTI Distorção Harmônica Total de corrente

DHTI SEP Distorção Harmônica Total de corrente do Sistema Elétrico de Potência

DHTI UC Distorção Harmônica Total de corrente das Unidades Consumidoras

DHTV Distorção Harmônica Total de tensão

DHTV SEP Distorção Harmônica Total de tensão do Sistema Elétrico de Potência

DHTV UC Distorção Harmônica Total de tensão das Unidades Consumidoras

DDTI Distorção de Demanda Total de corrente

EE Energia Elétrica

FCN Fragatas Classe “Niterói”

FCT Fragatas Classe “Tamandaré”

FPd Fator de Potência de Deslocamento

FPh Fator de Potência Harmônico ou Distorcido

FPV Fator de Potência Verdadeiro


GPS Global Positioning System

MB Marinha do Brasil

MCA Motor de Combustão Auxiliar

MCP Motor de Combustão Principal

MM Marinha Mercante

MIT Motor de indução trifásico

MODTEC Modificação Técnica

MT Modulação de Tensão

NAM Navio Aeródromo Multipropósito

NDM Navio Doca Multipropósito

NHo Navios de Pesquisa e Apoio Hidroceanográficos

NM Navios Mercantes

OMPS Organizações Militares Prestadoras de Serviços

PCC Point of Common Coupling

PH Poluição Harmônica

PMAR Praça de Máquinas Auxiliares de Ré

PMAV Praça de Máquinas Auxiliares de Vante

PMR Praça de Máquinas de Ré

PMV Praça de Máquinas de Vante

QEE Qualidade de Energia Elétrica

QEP-AR Quadros elétricos principais à Ré

QEP-AV Quadros Elétricos Principais à Vante

RADAR Radio Detection And Ranging

SAPF Shunt Active Power Filter


SBA Sistema com o Barramento em Anel

SDA Sistemas de Distribuição em Anel

SDR Sistemas de Distribuição Radiais

SE Subestação

SEP Sistema Elétrico de Potência

SDEE Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica

SGDEE Sistemas de Geração e Distribuição de Energia Elétrica

SONAR Sound Navigation and Ranging

SRE Sistema Radial Expandido

SRPL Sistema Radial com o Primário em Loop

SRPS Sistema Radial com o Primário Seletivo

SRS Sistema Radial Simples

SRSS Sistema Radial com o Secundário Seletivo

V% Queda de Tensão Percentual


25

1. INTRODUÇÃO

Visando mostrar ao leitor uma noção básica do que será estudado neste trabalho, o
Capítulo 1 foi dividido em 6 (seis) tópicos, sendo: 1.1. Motivação, onde é apresentado um
apanhado histórico sobre a Corveta “Barroso” e, também, o motivo pelo qual foi escolhido o
Sistema Elétrico de Potência (SEP) do referido Navio como objeto de estudo deste trabalho;
1.2. Formulação da Situação-Problema, onde são citados, de forma resumida, alguns
equipamentos específicos embarcados, bem como os problemas e efeitos indesejados causados
pela baixa Qualidade de Energia Elétrica (QEE) gerada a bordo dos Navios da Marinha do
Brasil (MB); 1.3. Objetivos do Trabalho, são definidos dois objetivos nesta pesquisa, sendo,
um Objetivo Principal e um Objetivo Secundário, os quais, por sua vez, deverão ser atendidos
após a conclusão deste estudo; 1.4. Delimitação, algumas especificidades dos sistemas de
propulsão, geração e distribuição do Navio que foram sumulados e analisados; 1.5. Importância
do Estudo e Justificativa, de maneira fundamentada busca mostrar a importância, a abrangência
e a relevância da pesquisa para a MB; e 1.6. Organização do Estudo, neste item é apresentado
um breve sumário contendo os conteúdos abordados nesta dissertação.

1.1. MOTIVAÇÃO

Desde os anos de 1980, a MB vem tentando desenvolver sua capacidade de construir


Navios de tecnologia Nacional. Neste contexto, um de seus projetos mais significativos foi o
das Corvetas Classe “Inhaúma” (CCI) que visava suprir às necessidades da frota Naval
Brasileira, bem como promover o desenvolvimento tecnológico brasileiro neste segmento e,
por conseguinte, diminuir a dependência externa no que tange à construção de Navios de
Guerra. Este projeto teve seu auge com o desenvolvimento de uma nova Classe de Corvetas, a
“Barroso” [1,2].

A Corveta da Classe “Barroso” (CCB) é um Navio moderno dotado de vários


equipamentos e sensores sofisticados que, por sua vez, necessitam de Energia Elétrica (EE)
estabilizada para que o seu funcionamento seja eficiente e, consequentemente, forneçam
medições precisas dos alvos e contatos de altas velocidades (por exemplo, detecção de míssil e
aeronave) [3].

Durante períodos específicos (entre 2015 e 2017), foram realizados alguns testes de
análise da QEE dos SEP das Corvetas “Barroso” e “Julio de Noronha”, respectivamente, com
26

a finalidade de avaliar o comportamento dos parâmetros elétricos (tensão, corrente, fator de


potência, distorções harmônicas, entre outros) quando os referidos sistemas estivessem
alimentando as cargas mais críticas daqueles Navios, por exemplo, os utilizadores baseados
em eletrônica de potência (cargas não lineares), Bombas de Incêndio e Sanitárias, MIT etc. À
época, os referidos testes tinham como objetivo propor soluções que pudessem contribuir para
melhorar a QEE de tais Navios e, com isto, minimizar eventuais falhas ou defeitos dos
equipamentos e sensores embarcados, devido à instabilidade de EE dos Sistemas de Geração e
Distribuição de bordo, sem que houvesse, necessariamente, a necessidade de grandes alterações
da atual configuração dos sistemas mencionados, reduzindo, assim, o emprego de onerosos
recursos públicos, necessários para a Modificação Técnica (MODTEC) do projeto. Desta
forma, por ter sido considerado um Navio mais moderno em comparação à Corveta “Julio de
Noronha”, entre outros motivos, a Corveta “Barroso” foi o Navio da MB escolhido para ser
estudado neste trabalho.

1.2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

A busca pela QEE vem se tornando um dos fatores fundamentais para garantir a
durabilidade e o funcionamento adequado dos equipamentos instalados a bordo dos Navios da
MB, visto que a redução da QEE pode comprometer à confiabilidade das medições dos sensores
e equipamentos de auxílio à navegação, tais como: RADAR (Radio Detection And Ranging),
GPS (Global Positioning System), AIS (Automatic Identification System), SONAR (Sound
Navigation and Ranging), equipamentos de comunicações, interrogador etc., podendo afetar a
segurança da navegação e, consequentemente, o cumprimento de determinada missão. Este
trabalho visa realizar uma análise detalhada dos principais documentos da CCB (normas,
manuais, diagramas elétricos e/ou relatórios) e, utilizando-se do Simulink, identificar e simular
as cargas mais críticas de bordo e, uma vez os resultados estando fora dos limites normatizados,
propor uma MODTEC do projeto elétrico do Navio, objetivando a implementação de um filtro
ativo de potência paralelo (Shunt Active Power Filters - SAPF), a fim de mitigar os efeitos
indesejáveis provenientes das distorções harmônicas conduzidas dos Utilizadores para os
Sistemas de Geração e Distribuição, com isto, melhorando a QEE gerada na CCB.

1.3. OBJETIVOS DA PESQUISA

Esta pesquisa apresenta dois objetivos, sendo: um Objetivo Principal, que tem a
finalidade de simular o SEP do Navio, por meio da ferramenta Simulink do programa
27

MATLAB, quando 1 (um) de seus 4 (quatro) Grupos Geradores estiver conectado ao sistema e
alimentando as cargas mais críticas do Navio, sendo carregado em, aproximadamente, 85,29%
de sua capacidade máxima (650 kVA), ou seja, atendendo a uma demanda total de 554,37 kVA
(Potência Aparente Fundamental – S1, não levando em consideração a inclusão das
componentes harmônicas), a fim de avaliar a QEE de bordo e propor soluções que possam
contribuir para a mitigação das componentes ou distorções harmônicas que, consequentemente,
possam causar instabilidade ou alterações significativas dos parâmetros elétricos, tais como:
tensão, corrente, frequência, fator de potência, entre outras variáveis; e um Objetivo
Secundário, o qual servirá como base para estudos semelhantes voltados ao Setor Elétrico
Naval, visando a aplicabilidade da metodologia não somente na CCB mas também reaproveitá-
la em outras embarcações pertencentes à MB e/ou à Marinha Mercante (MM), tais como:
Fragatas Classe “Niterói” (FCN); Fragatas Classe “Tamandaré” (FCT); Navio Aeródromo
Multipropósito (NAM); Navio Doca Multipropósito (NDM); Navios de Pesquisa e Apoio
Hidroceanográficos (NPAHo); Navios Mercantes (NM) etc., a fim de contribuir para a garantia
da QEE dos Sistemas de Geração e Distribuição de Energia Elétrica (SGDEE) instalados a
bordo dos meios Navais.

1.4. DELIMITAÇÃO

A Corveta “Barroso”, Navio pertencente à MB, cujo indicativo naval denominou-se


de V34, foi construída pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), localizado na Ilha
das Cobras, no Estado do Rio de Janeiro. Em 19 de agosto de 2008, o referido Navio
incorporou-se ao meio operativo da MB [1,2,3].

Por ocasião da coleta de dados, a fim de possibilitar a análise e a modelagem do SEP


da Corveta “Barroso”, considerou-se um intervalo de 20 (vinte) anos, ou seja, período
compreendido entre os anos de 2002 e 2022.

As Figuras de 1 a 4 ilustram, respectivamente: o Navio, seus conveses e


compartimentos, tais como: Praça de Máquinas de Vante (PMV), Praça de Máquinas de Ré
(PMR), Praça de Máquinas Auxiliares de Vante (PMAV), Praça de Máquinas Auxiliares de Ré
(PMAR) e Quadros Elétricos Principais à Vante (QEP-AV) e à Ré (QEP-AR).

Vale destacar que os quatro Grupos Geradores ficam localizados nas PMA e PMR,
como mostrados nas áreas em destaque no centro da Figura 3.
28

Figura 1 – Foto ilustrativa da Corveta Classe “Barroso” (CCB)


Fonte: [80]

Figura 2 – Conveses da Corveta Classe “Barroso” (CCB)


Fonte: adaptado de [81]

Figura 3 – Localizações das Praças de Máquinas (PMV, PMR, PMAV e PMAR) da CCB
Fonte: adaptado de [81]

Figura 4 – Localizações dos QEP a vante e a ré da CCB


Fonte: adaptado de [81]
29

Os dados contidos nas Tabelas de 1 a 8, coletados do livro do Navio e por meio de


entrevistas técnicas, buscam apresentar as dimensões, deslocamentos, características dos
equipamentos eletromecânicos e os sistemas referentes à propulsão, geração e distribuição de
energia elétrica a bordo da CCB.

TABELA 1 – Dimensões e deslocamentos da Corveta Classe “Barroso” (CCB)


Comprimento total 103,40 m
Comprimento entre perpendiculares 94,20 m
Boca moldada 11,40 m
Pontal moldado 6,73 m
Espaçamento entre as cavernas C e 3 1,50 m
Espaçamento entre cavernas 3 e 57 1,05 m
Espaçamento entre cavernas 57 e 89 0,90 m
Deslocamento carregado 2300 m
Deslocamento leve 1879 m
Calado carregado a vante (AV) 3,76 m
Calado carregado à meia-nau (MN) 3,86 m
Calado carregado a ré (AR) 3,94 m
Calado leve a vante (AV) 3,44 m
Calado leve à meia-nau (MN) 3,39 m
Calado leve à ré (AR) 3,31 m
Fonte: dados coletados por meio de visitas e entrevistas técnicas realizadas na CCB

1.4.1. Sistemas de propulsão, geração e distribuição da Corveta “Barroso”

Nas subseções subsequentes, são mostrados os principais equipamentos que compõem


os sistemas de propulsão, geração e distribuição do Navio, bem como os tipos (I, II e/ou III) de
alimentação gerados a bordo e disponíveis aos Utilizados de energia elétrica embarcados.

1.4.1.1. Composição do sistema de propulsão

O sistema de propulsão do Navio é composto por três subsistemas: combinado,


principal e de cruzeiro, estes, contendo vários equipamentos integrados, conforme dados
apresentados nas Tabelas de 2 a 4.
30

TABELA 2 – Sistema de propulsão combinado diesel ou gás ou, do inglês, Combined Diesel or
Gas (CODOG)
Quantidade Equipamento Modelo Descrição
1 Turbina General Eletric Potência máxima 22.000 kW a 3.600 rpm
LM 2500
2 Redutora primária RENK ZANINI Redução de relação 13,284:1
2 Redutora RENK ZANINI Redução de relação 6,1787:1
secundária
2 Motores diesel MTU Potência máxima 5.200 kW a 1.300 rpm
propulsores
16V1163TB93
2 Acoplamentos Voith Instalados como acoplamentos
fluidos TPZS.SE comutáveis entre cada motor diesel e
módulo secundário
2 Linhas de eixos IMC Apoiados em mancais de pedestal
intermediários Brasil/Kamewa
2 Hélices de cinco IMC Passo controlável
pás K88.2 Brasil/Kamewa.
Fonte: adaptado de visitas e entrevistas técnicas realizadas na Corveta “Barroso”

TABELA 3 - Sistema de propulsão principal


Sistema de propulsão principal
Gerador de gases/turbina de potência
Rede de óleo combustível
Rede de óleo lubrificante
Rede de ar de partida
Detecção, alarme e extinção de incêndio
Condicionamento ambiental do módulo
Rede de lavagem da turbina
Fonte: adaptado de visitas e entrevistas técnicas realizadas na Corveta “Barroso”

TABELA 4 - Sistema de propulsão de cruzeiro


Motores Diesel Propulsores ou Motores de Combustão Principais (MCP)
Rede de óleo diesel
Rede de óleo lubrificante
Unidade de Pré-lubrificação
Rede de resfriamento
Unidade de pré-aquecimento de água doce
Rede de ar de partida
Admissão de ar e descarga de gases
Fonte: adaptado de visitas e entrevistas técnicas realizadas na Corveta “Barroso”
31

1.4.1.2. Composições dos sistemas de geração e distribuição

De acordo com [4], os sistemas de geração e distribuição do Navio trabalham com


vários níveis de tensão trifásicas, os quais estão classificados nas Tabelas de 5 a 11.

TABELA 5 - Características da alimentação com energia do Tipo I


Parâmetros elétricos e limites aceitáveis
Tensão Limites
440, 200 ou 115 Vca
1) Tensão nominal no utilizador (valor eficaz ou rms)
(rms)
3%
2) Desequilíbrio entre tensões de linha (cargas trifásicas)
3) Tolerâncias da tensão no utilizador (em relação a Vnom)
a) Média das três tensões de linha a partir da nominal 5%
b) Valor de qualquer uma das tensões de linha, a partir da tensão 7%
nominal, incluindo os itens 2) e 3.a)
4) Modulação de tensão 2%
5) Tolerância para transitórios de tensão 16%
6) Pior caso de variação da tensão nominal do utilizador, resultante de: 20%
2), 3.a), 3.b), 4 e 5 combinados, exceto sob condições de
Emergência
7) Tempo de estabilização referentes aos itens 5) e 6) 2 segundos
8) Valor de pico dos transitórios de tensão de curta duração 2,5 kV (440Vrms)
1,0 kV (115Vrms)
Forma de onda da tensão Limites
9) Distorção harmônica total 5%
10) Harmônico individual máximo 3%
11) Fator de desvio 5%
Frequência Limites
12) Frequência nominal 60 Hz
13) Tolerância de frequência 3%
14) Modulação de frequência 0,5%
15) Transitório de frequência 4%
16) Pior caso de variação da frequência nominal do utilizador, resultante de 5,5%
13), 14) e 15) combinados, exceto sob condições de Emergência

17) Tempo de estabilização dos transitórios de frequência 2 segundos


Condições de emergência Limites
18) Variação de tensão -100% à +35%
19) Duração da variação de tensão 2 minutos
20) Variação de frequência -100% à +12%
21) Duração da variação de frequência 2 minutos
Fonte: adaptado de [4]
32

TABELA 6 - Características da alimentação com energia do Tipo II


Parâmetros elétricos e limites aceitáveis
Tensão Limites
440, 115 ou
1) Tensão nominal no utilizador (valor eficaz ou rms) 115/200 Vca (rms)
2) Desequilíbrio entre tensões de linha (cargas trifásicas) 3%
3) Tolerâncias da tensão no utilizador (em relação a Vnom)
a) Média das três tensões de linha a partir da nominal 5%
b) Valor de qualquer uma das tensões de linha, a partir da tensão nominal, 7%
incluindo os itens 2) e 3.a)
4) Modulação de tensão 2%
5) Tolerância para transitórios de tensão 16%
6) Pior caso de variação da tensão nominal do utilizador, resultante de 2), 3.a), 20%
3.b), 4 e 5 combinados, exceto sob condições de
Emergência
7) Tempo de estabilização referentes aos itens 5) e 6) 2 segundos
8) Valor de pico dos transitórios de tensão de curta duração 2,5 kV (440Vrms)
1,0 kV (115Vrms)
Forma de onda da tensão Limites
9) Distorção harmônica total 5%
10) Harmônico individual máximo 3%
11) Fator de desvio 5%
Frequência Limites
12) Frequência nominal 400 Hz
13) Tolerância de frequência 5%
14) Modulação de frequência 0,5%
15) Transitório de frequência 4%
16) Pior caso de variação da frequência nominal do utilizador, resultante de 6,5%
13), 14) e 15) combinados, exceto sob condições de
Emergência
17) Tempo de estabilização dos transitórios de frequência 2 segundos
Condições de emergência Limites
18) Variação de tensão -100% à +35%
19) Duração da variação de tensão
a) Limite superior (+35%) 0,17 segundos
b) Limite inferior (-100%) 2 minutos
20) Variação de tensão -100% à +12%
21) Duração da variação de frequência 2 minutos
Fonte: adaptado de [4]
33

TABELA 7 - Características da alimentação com energia do Tipo III


Parâmetros elétricos e limites aceitáveis
Tensão Limites
440, 115 ou 200 Vca
1) Tensão nominal no utilizador (valor eficaz ou rms) (rms)

2) Desequilíbrio entre tensões de linha (cargas trifásicas) 2%


3) Tolerâncias da tensão no utilizador (em relação a Vnom)
a) Média das três tensões de linha a partir da nominal 2%
b) Valor de qualquer uma das tensões de linha, a partir da tensão 3%
nominal, incluindo os itens 2) e 3.a)
4) Modulação de tensão 1%
5) Tolerância para transitórios de tensão 5%
6) Pior caso de variação da tensão nominal do utilizador, resultante de2), 5,5%
3.a), 3.b), 4 e 5 combinados, exceto sob condições de emergência

7) Tempo de estabilização referentes aos itens 5) e 6) 0,25 segundos


8) Valor de pico dos transitórios de tensão de curta duração 2,5 kV (440 Vrms)
1,0 kV (115 Vrms)
Forma de onda da tensão Limites
9) Distorção harmônica total 3%
10) Harmônico individual máximo 2%
11) Fator de desvio 5%
Frequência Limites
12) Frequência nominal 400 Hz
13) Tolerância de frequência 0,5%
14) Modulação de frequência 0,5%
15) Transitório de frequência 1%
16) Pior caso de variação da frequência nominal do utilizador,resultante 1,5%
de 13), 14) e 15) combinados, exceto sob condições de
Emergência
17) Tempo de estabilização dos transitórios de frequência 0,25 segundos
Condições de emergência Limites
18) Variação de tensão -100% à +35%
19) Duração da variação de tensão
a) Limite superior (+35%) 0,17 segundos
b) Limite inferior (-100%) 2 minutos
20) Variação de tensão -100% à +12%
21) Duração da variação de frequência 2 minutos
Fonte: adaptado de [4]
34

TABELA 8 - Sistema de geração e distribuição de energia elétrica


Geradores (Alternadores) Síncronos, modelo: Siemens IFR6 (versão atual IFC6) 454-4 de 450Vca-
3F-60Hz/650 kVA/Y acoplados aos Motores de Combustão Auxiliares (MCA)
Motor de Combustão Auxiliar (MCA), modelo: MTU 8V 396 TE 54, 790 kW/1.800 rpm
Geração 440 Vca-3F-60Hz
Alimentação para controle e comunicações
Geração de 115Vca-3F-400Hz
Distribuição de 115Vca-3F-400Hz
Rede de óleo combustível dos MCA
Rede de óleo lubrificante dos MCA
Rede de resfriamento dos MCA
Rede de ar de partida dos MCA
Ar de combustão/gases de descarga dos MCA
Unidade de pré-aquecimento para os MCA
Rede de óleo combustível dos MCA
Fonte: adaptado de [4]

TABELA 9 - Sistema de distribuição de 440 Vca-3F-60Hz


Rede elétrica de distribuição principal
Rede elétrica de distribuição secundária
Alimentação de força em avaria
Fonte: adaptado de [4]

TABELA 10 - Sistema de distribuição de 115 Vca-3F-60Hz


Rede de distribuição de força
Iluminação geral
Iluminação de navegação, sinalização e cerimonial
Iluminação de festa e anti-sabotagem
Iluminação de pouso de helicópteros
Iluminação de emergência
Fonte: adaptado de [4]

TABELA 11 - Sistema de geração e distribuição de energia em 24 Vcc


Painéis de geração e distribuição de 24 Vcc
Distribuição secundária de 24 Vcc
Geração e distribuição de 208vac-3f-400Hz para helicóptero
Geração de 208 Vac-3f-400Hz
Distribuição 208 Vca-3f-400Hz
Geração e distribuição de 28 Vcc para helicóptero
Painel de controle e retificação de 28 Vcc
Distribuição de 28Vcc
Fonte: adaptado de [4]
35

A Figura 5 destaca alguns equipamentos pertencentes aos Sistemas de Propulsão,


geração e distribuição do Navio.

Sistemas de Propulsão e de Geração


de EE (440Vca-3F-60Hz)

Recebimento do Gerador nº 3 Recebimento do Gerador nº 4


(Energia de Bordo) (Energia de Bordo)

Sistema de Distribuição
(440Vca-3F-60Hz de vante)

Sistema de Distribuição
(440Vca-3F-60Hz de ré)

Recebimento do Gerador nº 1 Recebimento do Gerador nº 2


(Energia de Bordo) (Energia de Bordo)

Figura 5 – Esquemático resumido dos sistemas de propulsão, geração e distribuição do Navio


Fonte: adaptado de [82, 83]
36

1.5. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA

A MB, por meio de pesquisas e estudos, vem envidando esforços contínuos para
identificar as condições atuais dos seus Submarinos, Navios e Aeronaves, a fim de garantir a
eficiência e a capacidade dos seus meios operativos. Desta forma, tornou-se fundamental
investir em medidas que possam contribuir para mitigar os efeitos causados pelos problemas
relacionados à baixa QEE fornecida pelos Grupos Geradores principais de bordo, haja vista que
os sensores e armamentos embarcados podem ser comprometidos (falhas, medições imprecisas
e degradação da vida útil) ou avariados (queima de cartões e componentes eletroeletrônicos)
em detrimento da variação ou instabilidade de EE. Por meio de entrevistas e visitas técnicas,
realizadas no próprio Navio e nas Organizações Militares Prestadoras de Serviços (OMPS), em
março de 2020, foi finalizado o processo de aquisição de quatro Navios denominados de FCT,
estes, previstos para serem incorporados aos meios operativos, no período de 2025 a 2028.
Sendo assim, até a chegada das FCT, a MB pretende buscar formas que possam contribuir para
manter as capacidades combatentes e operativas dos seus Navios, em especial, das FCN e CCB.
Portanto, este estudo busca contribuir para a melhoria da QEE a bordo da CCB e, com isso,
aumentar a capacidade operativa e a confiabilidade dos sistemas embarcados, trazendo também
ao corpo técnico da MB uma melhor compreensão dos aspectos relacionados à QEE.

1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Este trabalho está dividido em seis capítulos: o primeiro, contendo uma introdução
contextualizada da seguinte forma: motivação; formulação da situação-problema; objetivos;
delimitação; importância do estudo e justificativa. O segundo, titulado de fundamentação
teórica, busca fazer um apanhado sobre a teoria envolvida na engenharia naval e utilizada para
mensurar as variáveis elétricas envolvidas nos Sistemas de geração e distribuição de EE do
instalados a bordo da CCB. O terceiro, apresenta a metodologia e a modelagem utilizadas para
mitigar os efeitos indesejados gerados pela baixa QEE. O quarto, tem como objetivo simular e
analisar os resultados por meio do programa Simulink, bem como projetar o SAPF. O quinto,
contém a conclusão do estudo, algumas recomendações técnicas que podem ser adotadas pelos
engenheiros e técnicos responsáveis pelo projeto do Navio, visando melhorar a QEE a bordo
do Navio em estudo e algumas sugestões de trabalhos futuros. Enfim, no Capítulo 6, são
apresentadas as referências bibliográficas consultadas por ocasião da confecção deste trabalho.
37

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este Capítulo tem como propósito apresentar as principais teorias consultadas e


utilizadas durante a pesquisa que, de alguma forma, contribuíram e possibilitaram a
concretização deste trabalho, ou seja, servindo como base para a modelagem e simulação dos
Sistemas de Geração, Distribuição e Consumo da Corveta “Barroso”, além de auxiliar no
desenvolvimento referente ao projeto do Filtro Ativo de Potência Paralelo ou SAPF.

2.1. PRINCIPAIS TOPOLOGIAS UTILIZADAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE


ENERGIA ELÉTRICA

Basicamente, as topologias dos Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica (SDEE),


que definem o modo de como os alimentadores e transformadores estarão dispostos e
interconectados às unidades consumidoras, em torno de uma subestação (SE), podem ser
classificadas de 3 (três) tipos diferentes: radial; em anel (malha); e interligado em rede
[5,6,7,8,9,10,11] e, desta forma, dando origem aos Sistemas de Distribuição Radiais, Sistemas
de Distribuição em Anel e Sistemas de Distribuição em Rede, os quais são apresentados com
mais detalhe nos itens subsequentes.

2.1.1. Sistemas de Distribuição Radiais

De acordo com [5,13], os Sistemas de Distribuição Radiais – SDR (Radial Distribution


Systems – RDS) vêm sendo adotados há décadas pelas distribuidoras de EE, devido ao fato de
possuírem um menor custo em relação aos sistemas de distribuição em anel e outras topologias
de sistemas interligados em rede. No entanto, é a topologia que apresenta a menor
confiabilidade, disponibilidade ou mantenabilidade (manutenibilidade) do SDEE. Se
caracteriza por possuir em cada um de seus ramais apenas um caminho para o fluxo de EE da
subestação (SE), ou seja, existe somente um caminho de fluxo entre os nós de origem
(alimentadores) e nós finais (consumidores) [8,9,10]. Os SDR são divididos em: simples;
expandido; com o primário seletivo; e com secundário seletivo, onde ambos são apresentados
e definidos neste trabalho.

2.1.1.1. Sistema radial simples

O Sistema Radial Simples – SRS (Simple Radial System – SRS) é caracterizado por
uma única entrada de alimentação principal que, por sua vez, abastece todas as unidades
38

consumidoras localizadas a jusante. Isto significa que, neste tipo de topologia ou configuração,
de acordo com a Figura 6, apenas um circuito primário e um transformador de distribuição
alimentam todas as unidades consumidoras (cargas), o que contribui para que o referido sistema
possua o menor custo de investimento e a maior simplicidade de operação, quando comparado
com os outros sistemas (radial expandido, primário seletivo, secundário seletivo, entre outros)
[5,8,9,10].

Figura 6 – Sistema radial simples


Fonte: autoria própria

Uma das principais vantagens do sistema de distribuição radial simples está


relacionada com a sua facilidade de expansão ou adição de transformadores, dando origem, por
exemplo, ao sistema radial expandido.

2.1.1.2. Sistema radial expandido

O Sistema Radial Expandido – SRE (Expanded Radial System – ERS), geralmente é


utilizado quando existem grandes blocos de cargas para serem alimentados e, devido ao fato de
apresentar uma quantidade maior de transformadores, instalados em seu sistema, apresenta uma
confiabilidade maior em relação a topologia radial simples, visto que, se houver algum tipo de
falha ou perda em um dos transformadores mencionados, por exemplo, em virtude de
manutenção ou avarias, não irá provocar, necessariamente, à descontinuidade ou interrupção
39

do serviço para todos os utilizadores acoplados ao sistema o que, consequentemente, contribui


para que a disponibilidade do sistema radial expandido também seja aumentada [11,12,13].
Deste modo, considera-se um tipo de sistema de distribuição adequado para as plantas que
possam sofrer interrupções no fornecimento de EE, inclusive, em ocasiões de manutenção.

Apesar deste tipo de configuração ser caracterizado por possuir apenas um circuito
primário de alimentação e múltiplos transformadores acoplados às unidades consumidoras por
meio de disjuntores, os sistemas radiais expandidos também poderão ser interligados entre si,
utilizando-se, para tal, dois alimentadores e dois disjuntores de média tensão (número 52) [12,
13], conforme podem ser observados na Figura 7.

Sistema Radial Expandido nº 1 Sistema Radial Expandido nº 2

Figura 7 – Sistema radial expandido com dois alimentadores e várias unidades consumidoras
Fonte: autoria própria

2.1.1.3. Sistema radial com o primário seletivo

De acordo com [14], o Sistema Radial com o Primário Seletivo – SRPS (Radial System
with Primary Selectivity – RSPS) tem a capacidade de prover alternativa contra perda de uma
fonte de suprimento primária. Consiste de dois Sistemas Radiais Simples ou Expandidos que
são conectados entre si por meio de um Disjuntor de Interligação (DI), ou seja, existem dois
circuitos de distribuição primários, alimentados por duas fontes distintas e independentes,
sendo: uma alternativa (fonte secundária), acionada de maneira manual ou automática (via
dispositivos de chaveamento), em caso de falha ou manutenção do alimentador principal; e
40

outra normal (fonte principal), utilizada para interligar o barramento de alimentação ao


transformador de carga, quando este estiver operando em condições normais de funcionamento.

Desta forma, caso haja alguma falha ou remoção da fonte normal, o transformador é
comutado para a fonte alternativa, o que poderá ocasionar uma interrupção momentânea do
fornecimento de energia elétrica durante este processo [5,14,15]. Nesse contexto, algumas
observações e especificidades do referido sistema merecem ser destacadas, por exemplo, se
houver uma falha no alimentador primário, o DI é acionado (fechado) e toda a demanda do
sistema deve ser garantida pelo segundo alimentador que, consequentemente, deverá ser capaz
de assumir toda a carga durante o período de emergência [8,13, 15,16].

Apesar de não ser proibitiva a manobra de paralelismo entre as fontes normal e


alternativa, este procedimento não é aconselhável, visto que poderá provocar a circulação de
correntes indesejadas entre os barramentos e, por conseguinte, elevar a probabilidade de falha
do sistema [8,12,13, 15]. A configuração do sistema primário seletivo é mostrada na Figura 8.

DI

Figura 8 – Sistema radial com o primário seletivo


Fonte: autoria própria

Vale destacar que, com a finalidade de distribuir a EE para os transformadores e


utilizadores, o Navio em estudo utiliza este tipo de configuração. No entanto, os alimentadores
41

são de baixa tensão (480Vca-3F-60Hz), diferentemente das Subestações (SE) que operam em
Média Tensão (MT), Alta Tensão (AT) e/ou Extra Alta Tensão (EAT), entre outras
classificações.

O sistema radial expandido, apesar de não ser uma das melhores opções quando
comparado aos sistemas de distribuição que utilizam os esquemas dos tipos em anel ou
superiores, apresenta uma boa viabilidade financeira, associada à disponibilidade e à
confiabilidade do SDEE, motivos pelos quais o referido sistema pode ser considerado uma
alternativa adequada para o cumprimento de sua finalidade no Navio em estudo.

2.1.1.4. Sistema radial com o secundário seletivo

De acordo com [14], o Sistema Radial com o Secundário Seletivo – SRSS (Radial
System with Secondary Selectivity – RSSS) possui, pelos menos, dois alimentadores, dois
transformadores e dois barramentos secundários, sendo estes interconectados por meio de um
Disjuntor de Interligação (DI). Destaca-se que, no caso de falha do circuito primário ou do
transformador, o suprimento para as cargas da Subestação (SE) pode ser mantido pelo DI
[12,13,15].

Os alimentadores têm por objetivo fornecer toda a carga demandada pelas unidades
consumidoras, enquanto que os dois transformadores são responsáveis por fornecer as tensões
necessárias requeridas pelas cargas acopladas ao SDEE, onde cada um dos barramentos
principais possui a sua própria unidade consumidora, bem como seu alimentador e seu
transformador, estes conectados entre si por meio de um DI secundário, contendo os seus
contatos normalmente abertos (NA), conforme mostrado na Figura 9 [14,15].
42

DI

Figura 9 – Sistema radial com o secundário seletivo


Fonte: autoria própria

Algumas características e premissas do sistema radial com o secundário seletivo


devem ser observadas para o seu funcionamento adequado [12,13,14,15], a saber:

a) Possibilidade de existir no sistema um resfriamento forçado para que a potência


do transformador possa ser aumentada durante o período de emergência;

b) Possibilidade de descarte das cargas não essenciais durante o período de


emergência; e

c) Verificação da possibilidade de utilização da capacidade de sobrecarga de cada


transformador, mesmo que isto implique em redução de sua vida útil.

2.1.1.5. Sistema radial com o primário em loop

O Sistema Radial com o Primário em Loop – SRPL (Radial System with Loop Primary
– RSLP), tem como propósito principal aumentar a confiabilidade e a disponibilidade do sistema
de distribuição [5,11,12,15], no entanto, estas melhorias acabam resultando em projetos mais
onerosos e complexos, em relação aos 4 (quatro) sistemas radiais estudados até o momento.
43

Desta forma, além de exigir uma maior quantidade de dispositivos de manobra e


proteção, também demanda condutores de maior bitola, o que garante, no momento da
emergência, a segurança durante a transferência dos alimentadores [12,15]. A Figura 10
apresenta o esquemático do referido sistema de distribuição.

Figura 10 – Sistema radial com o primário em loop


Fonte: autoria própria

De acordo com [8,12,14,15], as principais particularidades do sistema de distribuição


do tipo primário em loop (ou em malha), são:

a) Operando as chaves seccionadoras apropriadas, é possível desconectar qualquer


seção ou circuito do resto do sistema;

b) Duplicidade com relação à possibilidade de alimentação, uma vez que este tipo de
topotologia exige que cada subestação seja conectada em série com a malha que contém os
44

barramentos primários responsáveis por alimentar os transformadores por meio de dispositivos


de comutação ou chaves seccionadoras;

c) Consiste de uma ou mais malhas primárias em que, cada uma delas, tem a função
de conduzir as correntes elétricas para os barramentos que alimentam os lados primários dos
transformadores conectados aos mesmos;

d) Normalmente, um esquema de intertravamento com chaves seccionadoras é


recomendado, que, em conjunto com os dois disjuntores de média tensão, instalados a jusante
dos alimentadores principais, tem a função de realizar o fechamento da malha primária do
circuito;

e) A manutenção de cada alimentador, dispositivo de proteção e/ou chaveamento,


instalados na malha (no loop) principal, pode ser executada sem interrupção total de energia
fornecida às cargas;

f) Como a potência distribuída pode fluir nas duas direções, a elaboração de instruções
operacionais é essencial; e

g) Deve ser estudada a possibilidade de transferência de potência entre as fontes ou


alimentadores.

Foram separadas algumas das principais características dos sistemas de distribuição


radiais [5,8,9,10,11,12], a saber:

 Menor custo;

 Simplicidade;

 Incertezas e imperfeições dos parâmetros da rede;

 Elevadas flutuações de tensão nos terminais do consumidor;

 Alta relação R/X, resultando em grandes perdas de potência por efeito joule e
quedas de tensão consideráveis no sistema;

 Número elevado de nós e ramos; e


45

 Mudança dinâmica imposta à carga.

2.1.2. Sistemas de distribuição em anel

Os Sistemas de Distribuição em Anel – SDA (Ring Distribution Systems – RDS) são


caracterizados por possuírem dois caminhos de alimentação para cada circuito, o que os tornam
mais flexíveis e confiáveis quando comparados aos outros sistemas vistos anteriormente [14].

Portanto, as duas fontes de alimentação têm a função de fornecer energia elétrica para
todo o sistema que, por sua vez, tem a capacidade de atender a um ou mais transformadores de
distribuição ou centro de carga [12,15,16].

Se destacam em relação à disponibilidade do serviço e à confiabilidade do sistema,


haja vista que, quando o anel for completamente fechado, cada transformador é alimentado por
duas fontes e, consequentemente, implicando que qualquer alimentador poderá ser retirado de
serviço em situações específicas (período de emergência, reparo e/ou manutenção) sem
comprometer, necessariamente, o fornecimento de energia elétrica requerido pelas unidades
consumidoras [16].

Devido à alta quantidade de dispositivos de proteção e manobra, este tipo de topologia


necessita de condutores com maiores capacidades de circulação de corrente, a fim de
proporcionar as manobras de transferência entre alimentadores, contribuindo para que esta
configuração fique mais onerosa em comparação com as utilizadas nos sistemas de distribuição
radiais vistos anteriormente [5,6,7,8,9,15,16].

2.1.2.1. Sistema com o barramento em anel

O Sistema com o Barramento em Anel – SBA (Ring Bus System – RBS) possui todas
as características mencionadas no item anterior, porém a partir deste momento algumas
especificidades dos dispositivos de proteção e secionamento do SBA são abordadas com mais
detalhe. Nesta configuração, os disjuntores de média tensão, pertencentes ao anel primário do
circuito, são instalados em paralelo com os dois disjuntores de média tensão que se encontram
posicionados a jusante dos alimentadores principais e, sendo assim, qualquer um dos
disjuntores poderá ser aberto ou isolado para manutenção e/ou reparo, sem causar interrupções
no serviço, garantindo, assim, a continuidade do fornecimento de EE às unidades consumidoras.
46

Outro fator importante a respeito do sistema com o barramento em anel é que a


flexibilidade operacional e a confiabilidade são maiores em comparação aos sistemas de
distribuição radiais estudados anteriormente. Vale destacar que, caso ocorra alguma falha nesta
configuração, o circuito com defeito é isolado por meio de acionamento ou abertura dos
disjuntores de ambos os lados do barramento, enquanto todos os outros circuitos permanecerão
em serviço.

O sistema com o barramento em anel pode ser expandido para acomodar circuitos
adicionais, porém esta modificação técnica exigirá um planejamento cuidadoso, a fim de evitar
às possíveis dificuldades devido ao aumento do nível de complexidade do sistema [5,14,15,16].

A principal desvantagem neste tipo de sistema que o anel é dividido, caso ocorra algum
defeito em determinado ponto do sistema, consequentemente, resultando em duas seções
isoladas, onde cada uma destas pode não ter a combinação adequada para garantir a
continuidade do conjunto formado pelos circuitos alimentadores e pelas unidades
consumidoras. Para melhor visualização, na Figura 11 é apresentado o esquemático do sistema
de distribuição com o barramento em anel.
47

Figura 11 – Sistema com o barramento em anel


Fonte: adaptado de [12]

De acordo com [5, 6, 8, 11], podem ser listadas algumas das principais características
dos sistemas de distribuição em anel, sendo:

 Custo elevado;

 Menos flutuações de tensão nos terminais do consumidor;

 Elevada confiabilidade, pois cada distribuidor é alimentado por dois


alimentadores; e

 A continuidade do abastecimento é mantida, no caso de falha em qualquer seção


dos alimentadores ou do anel.
48

2.1.3. Sistemas de distribuição interligados

Os Sistemas de Distribuição Interligados (Interconnected Distribution Systems – IDS),


também denominados de Sistemas de Distribuição em Rede (Network Distribution Systems –
NDS), combinam as especificidades dos sistemas de distribuição radial e em anel, resultando
em uma topologia mais complexa e onerosa. São caracterizados por apresentarem duas ou mais
subestações acopladas aos seus circuitos, contribuindo, assim, para que a confiabilidade, a
manutenibilidade e a disponibilidade sejam aumentadas consideravelmente [11,16]. Como os
sistemas interligados ou em rede exigem a integração ou interconexão de vários sistemas de
distribuição (radiais e/ou em anel) e subestações, a sua complexidade também é aumentada
[5,15].

Se uma das seções do alimentador falhar ou entrar em manutenção, o fluxo de energia


é redistribuído para as outras e, consequentemente, a continuidade do serviço é mantida sem
qualquer interrupção, o que resulta na melhoria de qualidade do serviço prestado ao cliente
[5,13,15], visto que estas configurações apresentam vários pontos de alimentação em diferentes
locais da rede, os quais são servidos de diversos alimentadores ou Subestações (SE) [13],
conforme mostrados na Figura 12.

Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição em Anel
(com o transformador reserva) (simples) (expandido) (com o primário seletivo) (com o secundário seletivo) (com o primário em loop) (Sistema de Distribuição com o Barramento Primário em Anel )

Figura 12 – Sistema interligado ou distribuído em rede alimentado por cinco SE


Fonte: autoria própria
49

Desta forma, de acordo com [10,11,12,13], as principais características dos sistemas


de distribuição em rede (interligados), são:

 Custo mais elevado em relação às demais topologias (radial e em anel);

 Maior complexibilidade;

 Melhor qualidade dos serviços prestados aos clientes;

 Maior confiabilidade;

 Maior disponibilidade; e

 Maior mantenabilidade.

2.2. MÁQUINAS ELÉTRICAS TRIFÁSICAS

De forma resumida, são apresentadas as principais teorias envolvidas nas máquinas


elétricas dos tipos síncronas e assíncronas (ou de indução), visto que, estes tipos de máquinas,
possuem uma vasta aplicação a bordo dos Navios da MB.

2.2.1. Máquinas Síncronas

As máquinas síncronas podem ser consideradas um dos equipamentos mais


importantes no setor energético, haja vista que são frequentemente utilizadas pelas usinas e
concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em sistemas de
correntes alternadas trifásicos. São assim chamados porque, em estado permanente, operam
com frequência e velocidade constantes [17]. A Equação (1) é utilizada para o cálculo da
potência aparente de um gerador síncrono:

S= P+j∗Q (1)

Sendo:

S: potência aparente (VA);

P: potência ativa (W); e

Q: potência reativa (VAr).


50

As Figuras 13(a) e 13(b) mostram, respectivamente, o circuito equivalente (por fase)


e as regiões de operações referentes às máquinas síncronas que, dependendo do ângulo de carga
ou de potência (δ), podem operar como: motor (δ < 0°); gerador (δ > 0°); ou compensador
(δ = 0°) [18,19,20,21].

Figura 13 – Potência desenvolvida por fase em função do ângulo de carga.


Fonte: adaptado de [21]

Por meio da Equação (2), pode-se calcular a potência desenvolvida por fase (Pd) das
máquinas síncronas mais usuais (rotor cilíndrico) [19].

.∗ ∗ ∗ ∗
Pd = ± = ± = ± Vt ∗ Ia ∗ cos φ (2)

Para as máquinas síncronas trifásicas, calcula-se a potência total desenvolvida (Pt) por
meio da Equação (3), sendo:

∗ .∗ ∗ ∗
Pt = ± 3 ∗ = ±3∗ = ± 3 ∗ Vt ∗ Ia ∗ cos φ (3)

Se valor da Pd ou Pt for positivo (+), a máquina síncrona se comporta como um gerador


ou compensador síncrono, enquanto, se valor de Pd ou Pt negativo (-), a máquina se comportará
como um motor síncrono [20,21].

Onde:

Pt: potência total desenvolvida (W);

Pd: potência desenvolvida por fase (W/fase);

Vo ou Ea: tensão de entrada da armadura na condição a vazio por fase (V/fase);

Vt: tensão por fase nos terminas da máquina síncrona;


51

Ia: corrente de armadura por fase (A/fase);

Xs: reatância síncrona por fase (Ω/fase);

sen δ: seno do ângulo de carga (adimensional);

δ: ângulo de carga ou ângulo de potência que representa a defasagem entre as tensões


Vo e Vt (graus ou °);

Cos φ: fator de potência (pu); e

φ: ângulo do fator de potência ou de fase que representa a defasagem entre a corrente


(Ia) e a tensão (Vo) nas fases (graus ou °).

Praticamente toda a potência ativa consumida no Navio é produzida por 4 (quatro)


Grupos Geradores síncronos, cuja energia é produzida a partir do movimento do eixo de um
Motor de Combustão Auxiliar (MCA) a diesel, conforme ilustrados tanto no esquemático
quanto na foto do Grupo Motor-Gerador (GMG) apresentados por meio das Figuras 14 e 15.

Figura 14 – Ilustração do sistema de partida e regulagem do GMG


Fonte: adaptado de [84]
52

Figura 15 – Foto ilustrativa de um GMG de 8 cilindros


Fonte: adaptado de [85]

Por meio das Figuras 14 e 15, podem ser verificados os sistemas de partida e regulagem
do motor de combustão auxiliar (MCA), bem como do gerador síncrono (GS) que fornece
energia do tipo I (440 Vca, trifásico (3F), 60Hz, ligado em estrela não aterrado) para o sistema
de distribuição de energia elétrica do Navio. Visando detalhar os principais componentes e
dispositivos pertencentes ao Sistema de Geração do Navio, alguns conceitos são necessários, a
saber:

a) Sistema de partida e regulagem de velocidade do MCA: formado pelos seguintes


equipamentos e/ou dispositivos:

 Retificador: responsável por garantir energia estabilizada de 24 Vcc para o conjunto


formado pelo carregador de bateria, bateria e motor de CC, entre outros sistemas
do Navio;

 Válvula controladora de vazão de combustível (ou óleo diesel): responsável por


fornecer o combustível do tanque de óleo diesel para o MCA na medida adequada,
ou seja, de acordo com a carga ou demanda do Gerador Síncrono (GS) e,
consequentemente, com a velocidade (rotação) do eixo do Motor ou Máquina de
Combustão Auxiliar (MCA);
53

 Regulador automático de velocidade (Governor ou Automatic Speed Regulator –


ASR): responsável por realizar o controle de vazão da válvula, formado,
basicamente, pelos seguintes sensores ou dispositivos: sensor de rotação (ou sensor
magnético de velocidade), acoplado na saída do eixo do motor; processamento
eletrônico de sinais, responsável por efetuar a comparação entre a rotação setada
(1800 ± 50 rpm) e a rotação medida pelo sensor magnético de velocidade, assim
como enviar o sinal de controle de abertura ou fechamento da válvula controladora
de vazão, para o atuador; e, por fim, o atuador, que irá atuar sobre abertura ou
fechamento da válvula controladora de vazão, conforme o sinal de comando
recebido do conjunto de processamento e amplificação de sinais; e

 Conjunto Motor de CC e válvula de partida eletropneumática: tem como propósito


efetuar a primeira partida (a vazio) do MCA, ou seja, o motor de CC deve ser capaz
de acionar a abertura e o fechamento da válvula eletropneumática, a qual, por sua
vez, deve proporcionar o primeiro giro do eixo do MCA antes deste ser colocado
em plena carga.

b) Sistema de partida e regulagem de tensão do Gerador Síncrono (GS):

 Excitatriz: é do tipo rotativo (ou Brushless), o qual possibilita a excitatriz por meio
de uma corrente alternada e apresenta como principal característica a inclusão de
um retificador rotativo montado no próprio eixo do gerador, ou seja, semelhante à
excitatriz realizada pelas máquinas de corrente contínua, porém, com a inexistência
do comutador. Os enrolamentos de campo e armadura são instalados,
respectivamente, no estator e rotor;

 Retificadores rotativos: dimensionados de maneira que, durante operações de rotina


e incidência ou extinção de curto- circuito, os valores nominais de tensão e corrente
dos diodos retificadores não sejam excedidos; e

 Diodos retificadores: protegidos contra transitórios causados pelas repentinas


variações de carga. Deverão ser previstos meios para detecção de abertura ou curto-
circuito em um ou mais diodos da ponte rotativa. Os componentes do sistema de
excitação, incluindo o regulador de tensão automático, se utilizado, deverão ser de
um tipo adequado às condições marítimas e deverão ser capazes de operar em todas
54

as condições de carga especificadas, ou seja, em regimes permanente, transitório e


de curto-circuito.

2.2.2. Máquinas Assíncronas ou de Indução

Os motores de indução e os sistemas acionados por eles são responsáveis por,


aproximadamente, 70% do consumo de toda a energia do setor industrial [23]. Assim como nas
máquinas síncronas, estes tipos de equipamentos também podem operar em regime de motor,
gerador ou frenagem eletromagnética, atendendo, em ambos os casos, ao princípio da
reciprocidade [22]. A velocidade angular do rotor (ωm) é dependente da carga colocada em seu
eixo, sendo que, para rotação lenta, esta velocidade é, aproxidamente, igual à velocidade
angular síncrona (ωs), no entanto, não podendo alcançar o referido valor, visto que, no caso de
ωm = ωS, o escorregamento (s) seria igual 0 (zero), resultando em valores de velocidade angular
relativa (ωR) e conjugado (𝑇) da máquina, também, iguais a 0 (zero). Portanto, nesta situação,
a máquina de indução (MI) estaria literalmente parada, inexistindo qualquer tipo de ação, seja
esta: geradora (ωR < 0); motora (ωR > 0); ou de frenagem (ωR > ωS). Existe ainda uma situação
particular das MI, a qual é utilizada pelas máquinas estáticas ou transformadores, onde, neste
caso, considerá-se: s = 1 e ωR = ωS, o que ocasiona ωm = 0 [21,22].

Vale destacar que, teoricamente, de acordo com o regime de funcionamento, o


escorregamento das máquinas de indução poderá ser variado na faixa de: -∞ < s < +∞.

As interações entre ωR, ωS, ωm e s estão postuladas nas Equações (4a) e (4b).

𝜔 = (1 − s) ∗ 𝜔 , onde: − ∞ < s < +∞ (4a)

𝜔 =𝜔 ±𝜔 = 𝑠∗𝜔 (4b)

O sinal positivo ou negativo (±) existente na Equação (4b), indica o sentido de rotação
da máquina que pode variar de acordo com o seu regime de funcionamento (ação nula, ação
motora, ação geradora, ação de frenagem e ação estática ou transformadora), conforme
postulados de acordo com [22,24], tal que:

 Se s = 0, logo 0 < q < 1, 𝜔 = 0 e 𝜔 = 𝜔 (ação nula ou igual a zero);

 Se s < 0, logo q > 1, 𝜔 > 𝜔 e 𝜔 > 𝜔 (ação geradora);


55

 Se 0 < s < 1, logo 0 < q < 1, 𝜔 < 𝜔 e 𝜔 < 𝜔 (ação motora);

 Se s > 1, logo q < 0, 𝜔 < 𝜔 e ωm < 0 (ação de frenagem); e

 Se s = 1, logo q = 0, 𝜔 = 𝜔 e 𝜔 = 0 (ação estática). Vale destacar que os


transformadores se encaixam nesta situação específica.

Os conceitos mencionados podem ser visualizados na Figura 16, a qual também


relaciona o conjugado máximo (Tmáx) em função do escorregamento crítico ou máximo (sTmáx)
[22]:

Máquina parada
(s = 0)
{ 𝝎𝑹 = 𝟎; 𝒆 𝝎𝒎 = 𝝎𝑺 }

{ 𝝎𝑹 = 𝝎𝑺 𝐞 𝝎𝒎 = 𝟎}
{ 𝝎𝑹 > 𝝎𝑺 < 𝝎𝒎 }

(𝒔 < 𝟏 → 𝝎𝒎 > 𝟎) (𝒔 > 𝟏 → 𝝎𝒎 < 𝟎)

{ 𝝎𝑹 < 𝝎𝑺 > 𝝎𝒎 } { 𝝎𝑹 < 𝝎𝑺 𝐞 𝝎𝒎 < 𝟎}

Figura 16 – Regime de operação das máquinas assíncronas em função do escorregamento.


Fonte: adaptado de [22]

Outro fator importante a ser considerado nas máquinas elétricas, tanto de indução
quanto síncronas, são os cálculos relacionados à Regulação de Tensão (Rt), definida como a
relação entre o módulo da tensão a vazio ou sem carga (Vo) e o módulo da tensão de plena carga
ou nominal (Vn), sendo, geralmente, expresso em porcetual (%) [19,23]; e à Regulação de
Velocidade, dada pela diferença entre a módulo da velocidade a vazio (No) e o módulo da
Velocidade de plena carga ou nominal (Nn) [18,19,20], calculadas por meio das Equações (5)
e (6), respectivamente.

| | | |
𝑅𝑡(%) = | |
∗ 100% (5)

| | | |
𝑅𝑣(%) = | |
∗ 100% (6)
56

2.3. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

Como visto anteriormente, o transformador pode ser considerado um tipo de máquina


estática, assumindo a condição particular de uma “máquina assíncrona” com o valor de
escorregamento igual a s=1 [22]. Logo, pode ser definido como sendo um equipamento elétrico
que transforma, por meio de indução magnética, tensão e corrente (CA) entre dois ou mais
enrolamentos, onde a potência e a frequência nominais são consideradas constantes [18,19,24].

2.3.1. Características dos transformadores aplicados aos Navios da Marinha do Brasil


(MB)

A fim de fornecer ao leitor uma visão mais detalhada sobre os transformadores


embarcados nos Navios da MB, algumas características e especificações de tais equipamentos
devem ser comentadas com mais detalhe em aplicações Navais e, portanto, tendo como base,
neste trabalho, a norma Naval em vigor [24].

2.3.1.1. Tolerância da tensão primária em relação à nominal

A tolerância entre a tensão primária (V1 ou Vp) e a nominal (Vn) não poderá ultrapassar
os ± 5%, mantida a corrente secundária nominal (IS ou I2), sem que as elevações de temperatura
ultrapassem 5°C [24,25].

2.3.1.2. Condição para o funcionamento a vazio (sem carga)

O transformador, quando em vazio, alimentado com uma tensão primária de 10%


acima da tensão primária nominal, não deve apresentar elevações de temperatura superiores às
elevações de temperatura indicadas na Tabela 12 [24,25].

TABELA 12 - Limites de elevação de temperatura


Classe de Isolamento A B F H
Elevação de Temperatura
55ºC 80ºC 105ºC 130ºC
(Método da Elevação da Resistência)
Fonte: adaptado de [24]
57

2.3.1.3. Regulação de tensão (Rt)

Por se tratar de um tipo de máquina estática, o cálculo a regulação de tensão (Rt) de


um transformador é semelhante ao que foi postulado na Equação (5) e, para os Navios da MB,
devem ser considerados os seguintes valores: Rt ≤ 3,3% e cos φ = 0,80, onde, nestas condições,
a elevação de temperatura deverá manter-se nos limites estabelecidos pela Tabela 12 [24,25,26].

2.3.1.4. Potência nominal aparente

A potência aparente (S) é expressa em kVA, a qual corresponde ao serviço contínuo


que o transformador, quando alimentado em sua tensão primária nominal, pode fornecer ao lado
secundário, tensão e corrente nominais, sem ultrapassar os limites de elevação de temperatura,
estes estabelecidos na Tabela 12 [24,25,26]. As potências mais usuais fornecidas pelos
transformadores embarcados nos Navios da MB estão de acordo com Tabela 13.

TABELA 13 - Potências nominais de transformadores monofásicos e trifásicos


Capacidade dos Bancos Trifásicos Monofásicos
(kVA) (kVA)
5 1
7,5 3
10 5
15 7,5
25 15
37,5 -
59 -
75 -
100 -
Fonte: adaptado de [24]

2.3.1.5. Grau de proteção da carcaça

A proteção contra a penetração de água e corpos sólidos a ser conferido ao


transformador deverá ser especificada de acordo com [27]. Neste contexto, recomenda-se que
os graus de proteção sejam, no mínimo, iguais aos definidos na Tabela 14.
58

TABELA 14 - Grau de proteção da carcaça de acordo com a IEC 60529


Descrição Grau de
proteção
Transformador instalado em praças de máquinas ou compartimentos semelhantes e IP-54
em locais sujeitos a borrifos de água e/ou a presença de poeira.
Transformador instalado em compartimentos sem umidade e sem a presença de IP-23
tubulações.
Fonte: adaptado de [24]

2.3.1.6. Corrente de curto-circuito

A corrente de curto circuito (Icc) de cada transformador embarcado em Navios da MB,


deverá ser igual ou superior a 25 vezes o valor da corrente nominal (Icc = 25*In) do enrolamento
considerado, com impedância de curto-circuito (Zcc) não superior a 4%. O tempo de duração do
curto-circuito (tcc) não poderá ser menor que 2 segundos e a corrente de curto-circuito (Icc), do
enrolamento primário (I1cc) ou secundário (I2cc), deverá ser calculada a partir dos valores
nominais de tensão (Vn, V1 ou V2), potência (Sn, S1 ou S2), e frequência (f ) do transformador.
Lembrando que, por meio do ensaio de curto-circuito, realizado a partir de uma fonte de tensão
de CA (Vf ) e medidores (wattímetro, amperímetro e voltímetro) colocados no lado de Alta
Tensão (AT) do transformador, é possível encontrar as perdas no cobre (Pc ou Pc2), as quais
correspondem ao somatório das perdas joules provenientes das resistências primária e
secundária. Vale destacar que, quando o transformador é colocado em funcionamento no
sistema, ou seja, com determinada carga acoplada aos seus terminais, às perdas no cobre (perdas
joules) variam de acordo com a corrente nominal solicitada pela carga [24,28].

Outro fator importante está relacionado ao fato de que, como a tensão do ensaio de
curto-circuito (V1cc) é uma fração muito pequena do valor máximo disponibilizado pela fonte
de tensão (Vf), cerca de 10% (V1cc = 10%*Vf), às perdas no núcleo/ferro (Pfcc), encontradas a
partir do ensaio de curto-circuito, podem ser desprezadas, visto que o seu valor é irrelevante
quando comparado ao valor das perdas no cobre obtidas pelo ensaio de curto-circuito. No
entanto, as perdas no ferro (ou núcleo) de determinado transformador, obtidas por meio do
procedimento de ensaio a vazio, ilustrado na Figura 18, devem ser consideradas e, de acordo
com o que foi mencionado no item 2.3.1.3, para realizar o referido ensaio, adota-se uma tensão
de teste a vazio (VO) cerca de 10% acima do valor da tensão nominal primária do transformador
ou da fonte de tensão alternada (VO = 1,10*Vf = 1,10*V1) [24].
59

Diferentemente das perdas no cobre, que variam de acordo com a corrente da carga
e/ou de curto-circuito, as perdas no ferro, apesar de não depender destas correntes, podem ser
aumentadas variando-se os seguintes parâmetros: fluxo magnético (B); volume de ferro, sujeito
à variação do fluxo magnético (Vb); frequência (f ); espessura do material condutivo (dc); e
distorção harmônica [18]. Os procedimentos referentes aos dois ensaios, tanto de curto-circuito
quanto a vazio, estão ilustrados nas Figuras 17 e 18.

Figura 17 – Ensaio de curto-circuito de um transformador realizado por fase


Fonte: adaptado de [18]

A Figura 17 mostra um circuito contendo o procedimento do teste de curto-circuito e


dele onde podem ser retiradas as seguintes relações:

a) Impedância de curto-circuito equivalente (referida ao lado primário do


transformador): é a relação entre a tensão e a corrente, ambas de curto-circuito e referidas ao
primário do transformador, de acordo com as Equações (7) e (8)

í
|𝑍𝑒𝑞1𝑐𝑐| = = í
(7)

𝑍𝑒𝑞1𝑐𝑐 = |𝑍𝑒𝑞1𝑐𝑐| ∗ 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (8)

b) Resistência de curto-circuito equivalente (referida ao lado primário do


transformador): é a relação entre a potência ativa e a corrente ao quadrado, ambas de curto-
circuito e referidas ao primário do transformador, calculada conforme a Equação (9).

í
|𝑅𝑒𝑞1𝑐𝑐| =
( )
= ( í )
(9)

c) Reatância indutiva de curto-circuito equivalente (referida ao lado primário do


transformador): é valor encontrado a partir do ensaio de curto-circuito e o seu cálculo é
realizado a partir das Equações (10) e (11).
60

|𝑋𝑒𝑞1𝑐𝑐| = (Z1cc) − (R1cc) (10)

𝑋𝑒𝑞1𝑐𝑐 = |𝑋𝑒𝑞1𝑐𝑐| ∗ 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 (11)

d) Fator de potência do transformador durante o curto-circuito: é a relação entre as


potências ativa (W) e aparente (VA), ambas de curto-circuito e referidas ao primário do
transformador, calculada conforme a Equação (12).

| | | |
cos φcc = | |
=| |
(12)

e) Seno do ângulo de fase formado pela tensão e corrente de curto-circuito: é a relação


entre as potências reativa (VAr) e aparente (VA), ambas de curto-circuito e referidas ao
primário do transformador, calculada conforme a Equação (13).

| | | |
sen φcc = | |
= | |
(13)

f) Potências nominais aparentes de curto-circuito, referidas aos lados primário (S1cc)


e secundário (S2cc) do transformador: são iguais ao produto entre a tensão e a corrente nominais
de curto-circuito, referidas ao primário e ao secundário do transformador, respectivamente,
calculadas conforme as Equações de (14) a (16)

S1cc = V1cc ∗ I1cc (14)

S2cc = V2cc ∗ I2cc (15)

Sendo que, S1cc = S2cc (16)

g) Potências ativas de curto-circuito (totais), referidas aos lados primário (P1cc) e


secundário (P2cc): são iguais às perdas joules dissipadas no cobre, ou seja, nas resistências
equivalentes de curto-circuito do transformador e, portanto, ao valor medido pelo Wattímetro
da Figura 17, os seus respectivos cálculos estão postulados nas Equações de (17) a (19).

Pcc1 = Pc1 = V1cc ∗ I1cc ∗ cos φcc = Req1cc ∗ I1cc (17)

Pcc2 = Pc2 = V2cc ∗ I2cc ∗ cos φcc = Req2cc ∗ I1cc (18)

Assim, P1cc = P2cc (19)


61

h) Potências reativas de curto-circuito (totais), referidas aos lados primário (Q1cc) e


secundário (Q2cc): são iguais às perdas reativas dissipadas no cobre (reatâncias equivalentes de
curto-circuito) do transformador e podem ser encontradas a partir das Equações de (20) a (22):

Q1cc = 𝑆1𝑐𝑐 ∗ sen φcc = 𝑉1𝑐𝑐 ∗ I1cc ∗ sen φcc (20)


Q2cc = 𝑆2𝑐𝑐 ∗ sen φcc = 𝑉2𝑐𝑐 ∗ I2cc ∗ sen φcc = ∗ cos (90° ± φcc) (21)

E, assim: Q1cc = Q2cc (22)

As Equações supracitadas são referidas aos valores de cada fase e, portanto, se o


circuito for considerado alternado trifásico, os valores obtidos deverão ser multiplicados por 3
(três).

Figura 18 – Ensaio a vazio de um transformador realizado por fase


Fonte: adaptado de [18]

Como a resistência de magnetização (Rm) é considerada muito maior que a resistência


do enrolamento ensaiado (R1), as perdas no cobre (R1*I²mag), por ocasião do ensaio a vazio do
transformador, podem ser desprezadas e, portanto, a leitura do wattímetro (W) é,
aproximadamente, igual às perdas no ferro (Pfo) medidas com circuito secundário aberto
[18,29], ou seja: se W = Pfo + R1*(𝐼 )² e R1*(𝐼 )² = 0, então: Pfo = W. Vale destacar
que, considerando uma onda puramente senoidal (sem distorção harmônica), bem como as
perdas anômalas desprezíveis, de maneira geral, as perdas totais no núcleo ou ferro (Pf), de um
determinado transformador, podem ser calculadas a partir do somatório de duas parcelas: as
perdas por histerese e as perdas por correntes de Foucault (também conhecidas como sendo as
perdas por correntes parasitas). Onde Vm, Kh, Kcp, x e d são constantes, a partir das Equações
(23a) e (23b), verifica-se que as perdas no ferro podem ser consideradas constantes para
frequência ( f ) e densidade de fluxo magnético (B) invariantes no tempo [18,29,30].
62

𝑃𝑓 = 𝑃𝑓2 = 𝑃ℎ + 𝑃𝑐𝑝 = 𝐾ℎ ∗ 𝐵 ∗ 𝑓 ∗ 𝑉𝑚 + 𝐾𝑐𝑝 ∗ 𝑑𝑐 ∗ 𝐵 ∗ 𝑓 ∗ 𝑉𝑚 (23a)

Rearranjando a Equação (23a), tem-se a seguinte expressão para o cálculo da perda do


núcleo (sem distorção harmônica):

P𝑓 = 𝑉𝑚 ∗ (𝐾ℎ ∗ 𝐵 ∗ 𝑓 + 𝐾𝑐𝑝 ∗ 𝑑𝑐 ∗ 𝐵 ∗ 𝑓 ) (23b)

Sendo:

Kh: Constante do material ferromagnético (depende da condutividade elétrica do


material, rad/Ω.m);

Kcp: Constante referente às correntes parasitas circulantes no material condutivo


(depende da condutividade elétrica do material, rad/Ω.m);

dc: Espessura do material condutivo (m);

B: Densidade de fluxo magnético ou indução máxima (T);

x: Expoente de Steinmetz (valor adimensional, podendo variar de 1,4 a 2,5);

f: Frequência fundamental ou da rede considerada no ensaio a vazio (Hz); e

Vm: Volume do material sujeito à variação do fluxo (m³).

Considerando uma onda de tensão ou corrente não senoidais, devido às distorções


causadas pelas componentes harmônicas ou frequências múltiplas da fundamental, o cálculo da
perda do núcleo do transformador é dado pela Equação (24).

P𝑓𝑐ℎ = Pℎ ∗ 1 + ∑ ∗ cos 𝜑ℎ + Pcp ∗ 1 + ∑ ∗ cos 𝜑ℎ ∗ Cen (24)

Onde:

,
Cen = 1 − 0,0017 ∗ β (para β < 3,6) (25)

Cen = (para β < 3,6) (26)

𝛽 = 𝑑𝑐 ∗ 𝜋 ∗ 𝑓 ∗ 𝜇 ∗ 𝜎 (27)
63

Sendo:

Pfch: perda total no núcleo ou ferro do transformador considerando as componentes


harmônicas (W);

Vh: Tensão de fase da enésima harmônica (V);

V1: Tensão de eficaz da fundamental do lado primário do transformador (V);

φh: Ângulo de fase da enésima harmônica (°);

Cos φh: Fator de potência da enésima harmônica (adimensional);

Cen: fator que depende dos seguintes parâmetros: frequência fundamental (Hz);
permeabilidade magnética do núcleo (T.m/A.e), condutividade elétrica do núcleo
(1/Ω.m), espessura do núcleo (m), visto que, de acordo com a Equações (25) e (26),
depende, exclusivamente, do fator β (adimensional); e

h: Ordem harmônica.

2.3.2. Rendimento para qualquer condição de carga e Rendimento Máximo

Uma vez encontrados os valores das perdas no cobre (Pc) e no ferro (Pf), seguindo os
procedimentos ilustrados nas Figuras 17 e 18, é possível calcular o rendimento (η) e o
rendimento máximo (ηmáx) do transformador para qualquer tipo de carga [18,19,30], conforme
postulados nas Equações (28) e (29), respectivamente.

2.3.2.1. Rendimento para qualquer condição de carga

Conforme pode ser observado nas Equações de (28a) a (28c), o rendimento para
qualquer situação de carga pode ser definido como sendo a relação entre os parâmetros de saída
(Po ou V0) e entrada (Pi ou Vi) [18]. Apesar da Equação (28a) ser aplicada para calcular a
eficiência, especificamente, de um transformador, ela poderá também ser aplicada para realizar
o referido cálculo em qualquer sistema.

Considerando-se que tanto a potência aparente do lado secundário do transformador


(S2) quanto as perdas do núcleo (Pf2) sejam constantes (fixas), o rendimento irá variar apenas
com o fator de potência (𝑐𝑜𝑠 𝜑) e a carga (I2). No entanto, se houver componentes harmônicas
suficientes para causar uma variação relevante na parcela que contém as perdas do núcleo ou
ferro (Pf2), o rendimento ou a eficiência também poderá variar com tais perdas, mesmo que
levemente [18,21,22,24].
64

í
𝜂(%) = ∗ 100 = ∗ 100 ~ ∗ 100 (28a)

í
𝜂= = ~ (28b)

í ∗ ∗ ∗ ∗
𝜂= í ∑
= ∗ ∗ ∗
= ∗. ∗ ∗
(28c)

2.3.2.2. Rendimento máximo (ηmáx)

Para calcular o rendimento máximo de um transformador trifásico, iguala-se às perdas


totais do cobre (Pc2máx=3*Req2*I2máx²) às perdas totais do ferro (Pfch2 = 3*Pf2), resultando na
Equação (29):

∗ ∗ á ∗ ∗ ∗ á ∗
𝜂 á = ∗ ∗ á ∗ ∗ ∗ á ∗
= ∗ ∗ á ∗ ∗
(29)

Os valores das perdas totais no cobre e da corrente do transformador, nos quais


ocorrem o rendimento máximo, podem ser encontrados de acordo com as Equações (30) e (31),
sendo ambos referidos ao lado secundário do transformador [18,19,20,21,29,30].

𝑃 á = P𝑓𝑐ℎ = 3 ∗ 𝑃 = 3 ∗ 𝑃𝑐 (30)

𝐼 á = (31)

Sendo:

Po: Potência de saída referida ao lado secundário do transformador (W/fase);

Pi: Potência de entrada referida ao lado secundário do transformador (W/fase);

S2: Potência aparente total referida ao lado secundário do transformador (VA);

V2: Tensão nominal referida ao lado secundário do transformador (V/fase);

I2: Corrente nominal referida ao lado secundário do transformador (A/fase);

Req2: Resistência equivalente referida ao lado secundário do transformador (Ω/fase);

Pc2 máx: Perdas totais no cobre para o rendimento máximo (W);

Pf2: Perdas no ferro no ensaio a vazio (W/fase); e

cos φ: Fator de potência da carga acoplada ao transformador (adimensional).


65

2.3.2.3. Fator K do transformador

O fator K de um transformador é de suma importância durante as etapas de projeto,


dimensionamento e operação de tais equipamentos, haja vista que está relacionado diretamente com
a vida útil de tais equipamentos, já que a circulação de correntes parasitas ou harmônicas em seus
enrolamentos pode acarretar em sobreaquecimento e, desta forma, podendo ocasionar à queima do
transformador [18,19]. O fator K pode ser calculado a partir da Equação (32):

K=∑ ∗ℎ (32)

Sendo:

K: Fator K (adimensional)

Ih: Corrente para a enésima harmônica (A);

I1: Corrente eficaz para a frequência fundamental (A); e

h: Ordem harmônica.

2.4. RELAÇÃO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS E SENSORES JULGADOS MAIS


SENSÍVEIS À VARIAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA FORNECIDA PELOS
GRUPOS GERADORES EMBARCADOS NA CORVETA CLASSE “BARROSO”
(CCB)

Atualmente, a CCB possui diversos sistemas e sensores capazes de influenciar e serem


influenciados pela QEE de bordo, visto que o seu princípio de funcionamento e a sua operação
estão baseados em componentes pertencentes à classe da eletrônica de potência e, assim sendo,
podendo conduzir ou propagar sinais harmônicos indesejáveis à rede elétrica. Estes
componentes também são considerados mais vulneráveis à variação de qualquer um dos
parâmetros elétricos (por exemplo, tensão, corrente ou frequência). Neste contexto, visando
detalhar os principais sensores e hardwares embarcados, são apresentados 10 (dez) sistemas
que, de acordo com as entrevistas e visitas técnicas, realizadas no próprio Navio, foram
considerados fundamentais para garantir o cumprimento da missão, bem como a precisão das
medições dos sensores, a segurança à navegação e, principalmente, o bem-estar de toda
tripulação durante comissões de curta ou longa duração, sejam em mares tranquilos ou revoltos.

a) Sistema de Guerra Eletrônica (SGE): responsável pela vigilância do espectro


66

eletromagnético de interesse e pela coordenação e emprego dos recursos de guerra eletrônica


(ativos e passivos).

b) Sistema Tático (ST): fazem parte desse sistema, basicamente, os consoles táticos e
os sensores de vigilância abaixo e acima d’água, tais como: enlace automático de dados,
conjunto formado pelo interrogador de aeronave e o transponder, conjunto de hardware
(computadores) do sistema de controle tático, radar de busca de superfície, radar de busca
combinada, sonar de casco; e sensor de medição da temperatura da água do mar.

c) Sistema de Armas Antissubmarino (SA-AS): composto pelos armamentos


antissubmarino, os quais são responsáveis pelo engajamento de alvos com armas de atuação
abaixo d'água.

d) Sistema de Armas Acima D'Água (SA-ADA): compreendendo os sensores


diretores de tiro, os consoles de controle de armas e as armas acima d'água, sendo responsável
pelo engajamento de alvos com as armas de atuação acima d'água.

e) Sistema de Navegação (SNAV): engloba os equipamentos e recursos relacionados


à navegação do Navio, por exemplo: radar de navegação; ecobatímetro (sensor responsável por
medir a profundidade do local); sistema de navegação por satélite, sistema de posicionamento
global diferencial (do inglês, Differential Global Positioning System – DGPS), radiogoniômetro
(GÔNIO), entre outros.

f) Sistema Auxiliar (SAUX): responsável por fornecer aos sistemas: dados, insumos
e informações, necessários tanto para o desempenho e execução de suas tarefas e funções
quanto para o desempenho de funções auxiliares ou apoio aos outros sistemas do Navio, tal
como: Sistema de Navegação Inercial (SNI); Sistema de Gravação e Análise de Vídeo (SGAV),
Sistema de Gravação e Análise de Dados (SGAD), Unidade de Distribuição de Sinais do Navio
(UDSN), sistema de alarmes, sistema de segurança, sistema de iluminação de pouso do
helicóptero etc.

g) Sistema de Comunicações (SCOM): responsável pelos Sistemas de Comunicações


Interiores (SCI), bem como os Sistemas de Comunicações Exteriores (SCE) do Navio.

h) Sistema do Helicóptero (SHE): o propósito principal deste sistema é empregar a


aeronave orgânica do Navio nas atividades de busca, vigilância e ataque contra possíveis
67

ameaças existentes nos ambientes acima d’água (alvos de superfície) e abaixo ‘água (alvos
submarinos), o qual é composto pelos seguintes equipamentos: transponder ou receptor de
resposta tipo B (Reply Receiver type B – RRB), medidas de apoio à guerra eletrônica), míssil ar
superfície), radar, torpedo, entre outros.

i) Sistema da Rede Ethernet (SRE): este sistema é responsável pelos tráfegos


referentes à troca de dados e ao envio de comandos requeridos pelo funcionamento integrado
dos sistemas componentes do Sistema de Combate da CCB. Basicamente, é composto por dois
barramentos (ethernet 1 e 2).

j) Retificadores, Sensores de Armas e Navegação: principais dispositivos baseados


em eletrônica de potência que, consequentemente, podem acarretar distorções harmônicas
consideráveis nas formas de onda de tensão e/ou corrente.

De acordo com os equipamentos e sensores supracitados, pode-se observar que o


Navio possui vários equipamentos e sensores bastante sensíveis à variação de energia, devido
ao fato de necessitarem de altas taxas de coleta e processamento de sinais, dados e/ou
informações. Neste contexto, é possível afirmar que tais utilizadores ou cargas, a fim de garantir
uma elevada precisão em suas medições, necessitam de ser alimentados por sistemas elétricos
capazes de prover uma fonte de energia com alto nível de qualidade e estabilidade.

Além disto, os sistemas citados devem ser capazes de trabalhar com identificação e
classificação de múltiplos contatos, alvos e ameaças (em tempo de guerra), sejam eles
localizados abaixo (submarinos), acima (aeronaves) ou na superfície (Navios) do mar.

Como exposto anteriormente, tais sistemas e sensores apresentam princípios de


funcionamento baseados em eletrônica de potência o que, consequentemente, resultam na
condução e/ou propagação de componentes harmônicas na rede elétrica do Navio. As referidas
cargas podem ser classificadas de acordo com os seguintes tipos:

a) Cargas formadas por circuitos específicos de chaveamento de alta velocidade, por


exemplo: radar de busca combinada, radar de navegação, radar de superfície e radar de direção
de tiro.

b) Cargas formadas por computadores (consoles do sistema de combate) alimentados


em 110 Vca/60Hz e fontes de alimentação chaveadas de 5, 12 e 24 Vcc;
68

c) Cargas formadas por drives de potência, inversores e reguladores automáticos de


velocidade e/ou frequência; e

d) Cargas formadas por fontes de alimentação ininterruptas (Uninterruptible Power


Supply - UPS).

Além dos tipos de cargas mencionadas, o Navio também possui alguns sistemas que
se enquadram nas seguintes modalidades:

a) Cargas formadas por sistema de iluminação baseado em lâmpadas fluorescentes;

b) Cargas formadas por sistema de iluminação baseado em lâmpadas de LED (Light


Emitting Diode); e

c) Cargas formadas por fontes geradoras de arco elétrico (máquinas de soldagem e


fornos elétricos).

2.5. PRINCIPAIS PARÂMETROS UTILIZADOS PARA MENSURAR O NÍVEL DE QEE

A tolerância dos parâmetros elétricos deve ser atendida e estar em conformidade com
as normas vigentes [4,24,25,26,27,28, 31,32,33], a fim de garantir a QEE fornecida aos sistemas
de geração e distribuição do Navio, bem como contribuir para aumentar a vida útil dos
equipamentos e sensores embarcados. Desta forma, algumas medidas devem ser adotadas, com
a finalidade de aumentar o nível de QEE da CCB e, assim, permitir o funcionamento adequado
dos equipamentos e sensores embarcados, resultando em redução de avarias, reparos e
manutenções e, consequentemente, minimizando os gastos decorrentes das compras de
sobressalentes necessários para atender aos referidos serviços.

A fim de mensurar o nível de QEE da CCB e, utilizando-se das normas vigentes


[4,31,32,33], a Figura 19 mostra o comportamento e a variação de alguns parâmetros julgados
importantes e que, entre outros, são definidos e postulados, detalhadamente, neste trabalho.
69

Figura 19 – Variação de tensão e frequência dos consumidores


Fonte: adaptado de [4]

2.5.1. Modulação de Frequência (MF)

Conforme os valores apresentados nas Tabelas de 5 a 7, do Capítulo 1, o limite de


tolerância referente à MF vai depender do tipo de energia elétrica (I, II ou III) fornecida aos
equipamentos embarcados.

De acordo com [4], a MF pode ser definida como sendo a variação periódica de
frequência (∆ /2) permitida em relação à fundamental (𝑓), durante operação normal. A
periodicidade da MF deve ser considerada não superior a 10 segundos [4].

A MF pode ser calculada, conforme a Equação (33):

∆ á í
MF = ∗
= ∗
(33)

Sendo:

MF: Modulação de Frequência (pu);

∆ : Variação de Frequência (Hz);

fmáx: Frequência Máxima medida (Hz);

fmín: Frequência Mínima medida (Hz); e

f: Frequência Nominal ou fundamental (Hz).


70

2.5.2. Modulação de Tensão (MT)

Assim como a MF, os valores limites de MT também foram apresentados nas Tabelas
de 5 a 7 do Capítulo 1 e, de acordo com [4], pode ser definida como sendo a variação periódica
de tensão (∆ /2) permitida no utilizador em relação à nominal (𝑉 ). A periodicidade da MT é
considerada maior do que um ciclo e menor do que 10 segundos [4].

A MT pode ser calculada, conforme a Equação (34):

∆ á í
MT = ∗
= ∗
(34)

Sendo:

MT: Modulação de Tensão (pu);

∆ : Variação de Tensão (V);

Vmáx: Tensão Máxima medida (V);

Vmín: Tensão Mínima medida (V); e

Vn: Tensão Nominal (V).

2.5.3. Distorção Harmônica Total (DHT)

De acordo com [31,32,33], a Distorção Harmônica Total - DHT (Total Harmonic


Distortion - THD) pode ser definida como sendo "a razão da raiz quadrada média do conteúdo
harmônico, considerando componentes harmônicas até a ordem 50 e, especificamente,
excluindo inter-harmônicos, expressa como 1% (um por cento) da fundamental. Componentes
harmônicas de ordens superiores a 50 podem ser incluídas quando necessário.".

Geralmente, a DHT é expressa em percentual (%) ou por unidade (pu), podendo ser
considerada um valor que fornece o potencial de aquecimento decorrente das distorções geradas
pelos harmônicos em relação à fundamental, tanto de tensão (DHTv) quanto de corrente (DHTI)
e, de acordo com [31,32,33], os seus cálculos poderão ser efetuados conforme as Equações (35)
e (36), onde: V e I , são, respectivamente, a tensão e a corrente totais e que, portanto, consideram
em seus cálculos as componentes fundamentais (V1 e I1) e harmônicas (Vh e Ih).

∑ ( )
²
𝐷𝐻𝑇 = = −1= ²
= (35)
71

∑ ( )
²
𝐷𝐻𝑇 = = −1= ²
= (36)

2.5.4. Distorção de Demanda Total (DDT)

De acordo com [31,32,33], a Distorção de Demanda Total - DDT (Total Demand


Distortion – TDD), pode ser definida como sendo “a proporção da raiz quadrada média do
conteúdo harmônico, considerando componentes harmônicas até a ordem 50ª e,
especificamente, excluindo inter-harmônicos, expressa como 1% (um por cento) da corrente de
demanda máxima. As componentes harmônicas de ordens superiores a 50, podem ser incluídas
quando necessário.”.

A DDT (ou DDTI) compara os harmônicos medidos em relação à corrente de demanda


total (máxima) da carga (IL), onde os limites individuais de correntes harmônicas não são dados
em termos percentuais da fundamental, como tipificados na maioria das medições harmônicas
realizadas em determinado período, mas, sim, em termos da máxima distorção harmônica da
corrente demandada pela carga (IL), a sua unidade de medida é dada em percentual (%) ou por
unidade (pu) e o seu cálculo pode ser efetuado conforme a Equação (37).

∑ ( )
∗ ²
DDT = DDT = = = ²
= (37)

2.5.5. Fator de Potência Verdadeiro (FPV)

Em situações senoidais, como não há componentes harmônicas, o Fator de Potência


Verdadeiro (FPv = é
= 𝑐𝑜𝑠 𝜑 = cos (αd - 𝜑) = cos (αd + 𝜑) = cos αd . cos 𝜑), neste

caso, é igual ao Fator de Potência de deslocamento (FPd = cos 𝜑), pois o ângulo de
deslocamento, devido às distorções harmônicas (αd = αdistorções harmônicas) geradas pelas
contribuições das frequências múltiplas (n.f ) da fundamental ( f ), é igual a zero [34].

No entanto, em situações não lineares, onde, por natureza, os sinais não são senoidais,
têm-se αd ≠ 0, resultando em um FPv (𝑐𝑜𝑠 𝜑v) diferente do fator de potência de deslocamento
(cos φ), podendo ser calculado de acordo com a Equação (38a), (38b) ou (38c).

FPv = ∗
= ∗
∗ ∗ (38a)
( ) ( )
72

FPv = cos φ = ∗ ∗ = cos φ ∗ cos α (38b)


( ) ( )

FPv = FPd ∗ Fdhv ∗ Fdhi = FPd ∗ FPh (38c)

De acordo com [34], duas premissas são levadas em consideração para os cálculos dos
FPv, FPd e FPh em cargas não senoidais ou não lineares, a saber:

a) Na maioria dos casos, as contribuições das componentes harmônicas, acima da


fundamental e da potência média (Pm), são pequenas, de modo que: Pm ≈ P1rms.

b) Geralmente, o valor da DHTV é abaixo de 10% (ou 0,10 pu) e bem menor que o da
DHTI, assim sendo, pode-se verificar que o valor de V = V ∗ 1 + (DHT ) ≈V,

enquanto Irms = I ∗ 1 + (DHT ) ; resultando em um Fator de Distorção Harmônica de

tensão, aproximadamente, igual à unidade 𝐹𝑑ℎ𝑣 = ≈ 1 e, consequentemente,


( )

em um valor de Fator de Potência Harmônico (FPh) igual ao Fator de Distorção Harmônica

devido aos efeitos apenas da corrente 𝐹𝑃ℎ = 𝐹𝑑ℎ𝑖 = .


( )

Desta forma, a Equação (38a) pode ser reduzida de acordo com a Equação (39a) ou
(39b).

FPv = ∗ = FPd ∗ Fdhi = FPd ∗ FPh (39a)


( )

FPv = cos φ = cos φ ∗ cos α = cos φ ∗ cos α = FPd ∗ FPh (39b)

Por meio das Equações (39a) e (39b), pode ser observado que, se houver distorção
harmônica, o FPV é sempre menor que a unidade (FPv < 1).

2.5.6. Fator de Potência de Deslocamento (FPd)

O FPd (𝑐𝑜𝑠 𝜑) jamais poderá ser maior que a unidade (FPd ≤ 1) e, assim sendo, o
limite superior poderá ser calculado de acordo com a Equação (40).

FPd = FP = = = cos φ ≤ 1 (40)


73

2.5.7. Fator de Potência Distorcido ou Harmônico (FPh)

Se houver distorção harmônica de corrente ou tensão, o seu valor é sempre maior


quando comparado ao FPv (1 ≥ FPh > FPv) e, portanto, podendo ser calculado conforme as
Equações (41a) e (41b).

FPh = ∗ , se houver DHTV e DHTI . (41a)


( ) ( )

FPh = , se houver apenas DHTI . (41b)


( )

2.5.8. Poluição Harmônica (PH)

A PH é a contribuição total de todas as componentes harmônicas geradas por cargas


não lineares e injetadas na rede elétrica ou circuito [4], ou seja, o seu cálculo leva em
consideração tanto à distorção harmônica total de tensão (DHTV) quanto à distorção harmônica
total de corrente (DHTI), conforme postulado na Equação (42).

PH = (DHT ) + (DHT ) (42)

Sendo:

DHTV: Distorção Harmônica Total de Tensão (pu); e

DHTI: Distorção Harmônica Total de Corrente (pu).

2.6. PRINCIPAIS DISPOSITIVOS UTILIZADOS PARA MELHORAR A QUALIDADE DE


ENERGIA ELÉTRICA

Nos próximos itens, são apresentados os principais dispositivos utilizados para


melhorar a QEE de um determinado SEP, tais como: Reatores de Linha, Reatores Eletrônicos
com Baixa Distorção; e Filtros de Potência Ativos e Passivos. Apesar de não ser o foco desta
pesquisa, também foram apresentadas, mesmo que de modo superficial, outras tecnologias
disponíveis no mercado que têm como propósito mitigar as influências das componentes
harmônicas e, com isto, contribuir para a melhoria da QEE de determinado sistema.
74

2.6.1. Reatores de Linha

Os Reatores de Linha (Line Reactors - LR) são dispositivos eletromagnéticos formados


por um núcleo de aço envolvido por bobinas de cobre, as quais limitam a taxa de aumento da
corrente, reduzindo os harmônicos e, com isto, protegendo os dispositivos elétricos acoplados
ao circuito. Existem dois tipos de reatores de linha: os que trabalham em Corrente Contínua
(CC); e os que operam em Corrente Alternada (CA), ambos amplamente utilizados para
melhorar a eficiência dos Drives de Frequência Variável – DFV (Variable Frequency Drives –
VFD) de 6 (seis) pulsos [35,36,37].

Uma das principais vantagens dos reatores de linha é a capacidade de reduzir as


distorções nos terminais de entrada das linhas dos inversores e/ou retificadores, causadas pelas
características intrínsecas das cargas não lineares. Este tipo de dispositivo também pode limitar
a corrente de inrush do transformador para o retificador, reduzindo as correntes de pico, bem
como a DHTI, a DHTv e as distorções das formas de onda de corrente e/ou tensão [36,37], o
que contribuem para mitigar algumas componentes harmônicas que poderiam ser conduzidas
e/ou propagadas para a rede elétrica [35,36,37,38]. Os reatores de linha são comumente
utlizados para mitigar os hamônicos produzidos pelas seguintes cargas: fonte de alimentação
ininterrupta (Uninterruptible Power Supply – UPS), drives e retificadores [37,38]. Desta forma,
algumas vantagens e desvantagens dos reatores de linha [35,36,37,38] foram selecionadas:

a) Vantagens:

 Custo reduzido; e

 Ao serem utilizados em inversor ou retificador padrão de 6 (seis) pulsos, podem


reduzir a distorção harmônica de corrente de 80% para cerca de 35 a 40%.

b) Desvantagens:

 Podem necessitar de compensação adicional; e

 A sua utilização está limitada apenas aos DFV de 6 (seis) pulsos, ou seja, não são
necessários para operar com os DFV que possuem uma quantidade elevada de
pulsos (por exemplo, de 12, 18 pulsos etc.).
75

2.6.2. Reatores Eletrônicos com Baixa Distorção

Os Reatores Eletrônicos com Baixa Distorção (Electronic Ballasts with Low


Distortion – EBLD) são enquadrados na modalidade de filtros utilizados para mitigar as
Interferências Eletromagnéticas – IEM (Electromagnetic Interference – EMI) e se caracterizam
por apresentar uma baixa Distorção Harmônica Total (DHTV ou DHVI), o que resulta em um
Fator de Potência (FP) elevado. Desta forma, estes tipos de reatores são bastante utilizados em
circuitos que apresentam alta distorção alta distorção harmônica, por exemplo, em sistemas com
cargas elétricas formadas por lâmpadas fluorescentes, as quais possuem cargas lineares que
variam no tempo e com um alto poder de absorção de ondas extremamente distorcidas (não
senoidais) [39,40,41,42].

Vale destacar que as lâmpadas fluorescentes têm a capacidade de realizar injeções de


corrente na rede elétrica, o que ocasionam problemas nas instalações devidos ao impacto
negativo na forma de onda de tensão ou corrente e, desta forma, degradando a QEE do sistema.

Uma aplicação muito vasta dos Reatores Eletrônicos de Baixa Distorção é em sistemas
baseados em lâmpadas fluorescentes sem eletrodo (Electrodeless Fluorescent Lamps - EFL), o
que aumenta a sua vida útil em cerca de 8 (oito) vezes em comparação com as lâmpadas
fluorescentes tradicionais (com eletrodo), visto que os eletrodos são os principais causadores
de defeitos ou avarias nos tipos de lâmpadas supracitados [39]. Nos Navios da MB, as EFL são
muito utilizadas, devido ao fato de possuírem uma elevada eficácia luminosa, associada à alta
eficiência energética, além de terem a capacidade de ser empregadas em locais de difícil acesso
e que, portanto, necessitam de uma iluminação constante do ambiente, a fim de garantir a
segurança das embarcações, por exemplo, são comumente utilizadas em sistemas de sinalização
e iluminação dos mastros dos Navios. A seguir são apresentadas a vantagem e a desvantagem
dos reatores de baixa distorção, sendo:

c) Vantagem:

 Redução de componentes harmônicas na fonte.

d) Desvantagem:

 Custo elevado.
76

Conforme mostrado na Figura 20, basicamente, o reator de uma EFL é formado por
um conjunto eletrônico de 4 (quatro) estágios: (1) filtragem de EMI; (2) retificação (CA/CC);
(3) chaveamento de integração (correção do FP e conversão de CC/CA); e (4) ressonância, esta
última etapa é realizada por meio de filtros LC, também conhecidos como filtros ressonantes,
os quais, a fim de garantir a operação satisfatória do sistema, devem ser capazes de atender aos
seguintes critérios: fornecer a tensão de ignição da lâmpada; limitar a corrente da lâmpada;
fornecer à lâmpada uma forma de onda de tensão simétrica, sem deslocamento; e, por fim,
devem ser capazes de garantir que a frequência de ressonância, dada por L e C, seja menor que
a frequência de comutação (fsw) e, deste modo, assegurar que a tensão nos terminais da lâmpada
permaneça constante, durante o período de comutação (Tsw) [39].

Figura 20 – Conjunto eletrônico do reator de baixa distorção usado em EFL


Fonte: adaptado de [39]

2.6.3. Filtros de Potência Ativos e Passivos mitigadores de componentes harmônicas

A busca por dispositivos capazes de mitigar a Poluição Harmônica e melhorar a QEE


de um determinado sistema, vem se tornando fundamental para contribuir na redução dos
efeitos indesejados causados por cargas não lineares ou baseadas em eletrônica de potência.
Neste contexto, os filtros de potência vêm sendo bastante utilizados para estes fins. Com relação
aos componentes eletroeletrônicos utilizados em seus respectivos circuitos, estes filtros podem
ser classificados como ativos (Active Power Filters - APF) ou passivos (Passive Power Filters
- PPF), sendo conectados ao sistema elétrico de acordo com as seguintes topologias de
filtragem: paralela (Shunt APF ou Shunt PPF); série (Series APF ou Series PPF); híbrida
(Hybrid APF), formada pela combinação de um filtro ativo (paralelo ou série) e outro passivo
(paralelo ou série); e unificada, utilizada pelos condicionadores de qualidade de energia
unificados (Unified Power Quality Conditioners - UPQC), que, por sua vez, se caracterizam
pela junção entre dois Filtros Ativos de Potência, sendo: um Paralelo (Shunt APF); e, outro, em
Série (Series APF) [43,44].
77

Os Filtros Ativos de Potência, apesar de terem um alto custo relacionado à sua


implementação em projetos elétricos, têm demonstrado uma das melhores opções no que tange
à mitigação das componentes harmônicas, diversidade na faixa de frequências harmônicas,
melhoria da eficiência energética e correção do FP, quando instalados em sistemas elétricos que
alimentam cargas não lineares [43,45,46,47].

Basicamente, a diferença entre os filtros passivos e ativos está relacionada ao tipo de


componentes eletroeletrônicos utilizados em seus respectivos circuitos e projetos, ou seja,
enquanto os PPF são construídos apenas por componentes lineares (resistor, indutor e/ou
capacitor), os filtros ativos de potência (APF), além de possuírem os tipos de cargas
mencionados, também incluem, em seus circuitos, os componentes não lineares (por exemplo,
amplificadores operacionais, inversores, conversores etc.). A Figura 21 ilustra as combinações
das topologias supracitadas, sendo:

a) Topologia 1: um HAPF, formado por um APF paralelo em série com um PPF


paralelo;

b) Topologia 2: um HAPF, formado por um APF paralelo em paralelo com um PPF


paralelo;

c) Topologia 3: um HAPF, formado por um APF paralelo em paralelo com um PPF


série;

d) Topologia 4: um HAPF, formado por um APF série em paralelo com um PPF


paralelo;

e) Topologia 5: um HAPF, formado por um APF série em série com um PPF paralelo;

f) Topologia 6: um HAPF, formado por um APF série em paralelo com um PPF série;

g) Topologia 7: um UPQC, formado por um APF paralelo em paralelo com um APF


série.
78

Figura 21 - Combinações das topologias de filtragem dos PPF, APF, HAPF e UPQC
Fonte: autoria própria

Uma das partes mais críticas dos filtros ativos de potência (APF e HAPF) está
relacionada aos reguladores de corrente, inseridos em seu circuito com a finalidade de
compensar as componentes harmônicas de alta frequência, geradas por cargas não lineares
acopladas ao sistema elétrico [45,47,48,51,52]. Neste sentido, a compensação seletiva de
corrente harmônica é uma tarefa complexa e que influencia diretamente no desempenho e na
estabilidade da EE destes tipos de filtros. Os APF, apesar de possuírem custo elevado de
implementação; maior complexidade operacional, devido ao fato de necessitarem de grande
quantidade de componentes eletroeletrônicos em seu dimensionamento; e altos níveis de
controle e regulagem para o seu funcionamento adequado no projeto, apresentam vantagens
significativas quando comparados aos outros tipos de dispositivos utilizados para mitigar os
harmônicos de determinado Sistema Elétrico Potência (por exemplo, reatores de linha, reatores
eletrônicos de baixa distorção e filtros passivos).
79

Os filtros ativos de potência são amplamente utilizados em sistemas de geração


distribuídos, visando reduzir os distúrbios harmônicos e as oscilações de corrente, visto que,
como mencionado anteriormente, apresentam maiores vantagens relacionadas à eficiência
energética, correção do fator de potência, mitigação de harmônico, entre outros parâmetros ou
variáveis [43,44,48,52,53].

Face às características e vantagens destes tipos de dispositivos mitigadores de


harmônicos e utilizados para a melhoria da QEE, neste trabalho foi escolhida a modalidade de
mitigação de harmônicos baseada em Filtros Ativos de Potência Paralelos (Shunt Active Power
Filters - SAPF).

2.6.4. Outras tecnologias utilizadas para mitigar as influências dos harmônicos

A linha de pesquisa deste trabalho está voltada, especificamente, para a mitigação de


harmônicos por meio da utilização de Filtros Ativos de Potência Paralelo (Shunt APF), porém
existem outros tipos de dispositivos disponíveis no mercado e que, por sua vez, são capazes de
reduzir os efeitos indesejados causados por alterações dos parâmetros elétricos dos sistemas de
geração distribuídos. Sendo assim, apesar de não serem tratados detalhadamente neste trabalho,
também são relacionadas outras tecnologias que podem contribuir na melhoria da QEE de um
determinado SEP, a saber:

a) Filtro de bloqueio de neutro (Neutral Blocking Filter);

b) Transformadores mitigadores de harmônicos, baseados em mudanças de fases;

c) Transformadores reduzidos com neutro sobredimensionado (Oversized


Neutral/Derated Transformer); e

d) Transformadores de isolamento de carga de alta classificação K.


80

3. METODOLOGIA E MODELAGEM

A metodologia utilizada neste trabalho foi do tipo quase-experimental [55] e, por meio
de consultas de documentos técnicos (manuais de equipamentos, diagramas elétricos, relatórios,
listas de cabos, normas da IEEE, normas específicas para Navios de Guerra da MB etc.); livros;
dissertação; tese; artigos em periódicos; entre outros documentos pesquisados e produzidos nos
últimos 20 (vinte) anos, período de 2002 a 2022), tem como propósito coletar, modelar, simular
e analisar os dados referentes às distorções harmônicas e perturbações geradas por cargas não
lineares e/ou julgadas críticas, acopladas aos Sistemas de Geração e Distribuição do Navio em
estudo.

Não houve a necessidade de emprego de laboratório para a realização da simulação ou


algum tipo de experimento, visto que o levantamento de geradores e cargas elétricas da Corveta
“Barroso” foi realizado por meio de documentos e visitas técnicas em campo e, após a coleta
dos referidos dados, o sistema elétrico do Navio foi desenhado e simulado no programa ATP
Draw (Alternative Transient Program) e, como não foi possível implementar o Shunt APF neste
programa, a simulação com o gerador alimentado foi realizada por meio do Simulink, ou seja,
uma das ferramentas disponibilizadas pelo software interativo de alta performance, denominado
MATLAB (Matrix Laboratory).

Como os 4 (quatro) Grupos Geradores são idênticos (valores nominais em Root Mean
Square - RMS, iguais a 650 kVA, 450 Vca, 834 A, 60 Hz, 1800 rpm, trifásico e conectados em
estrela não aterrado), por ocasião da simulação no Simulink, apenas um foi colocado em
funcionamento e, para tal, configurado para atender a uma demanda de 85,29%, do total de sua
capacidade (650 kVA), necessária para suprir as cargas consideradas mais críticas do Navio, ou
seja: 18,94% (105 kVA) para atender a UC-3 (MIT, responsável por alimentar a Unidade de
Resfriamento de Água – URA); e, 81,06% para atender à demanda das cargas consideradas não
lineares (UC-1 e UC-2, compostas por retificadores, inversores, circuitos de chaveamento dos
radares, sensores de armas e navegação, computadores do sistema de combate e outros circuitos
baseados em eletrônica de potência) e, também, compensar as perdas totais dos cabos.

Após simular o sistema sem a implementação de qualquer tipo de dispositivo


mitigadores de componentes harmônicas, foram verificados quais os parâmetros ficaram
discrepantes em relação aos valores estabelecidos em [4], apresentados nas Tabelas de 5 a 7 do
Capítulo 1, bem como os valores especificados em [31], conforme a Tabela 15 deste trabalho.
81

Desta forma, após o SEP da Corveta “Barroso” ter sido carregado e simulado, no
programa Simulink, sem a presença ou atuação do SAPF, foi verificado que alguns parâmetros
elétricos, principalmente os relacionados às distorções harmônicas conduzidas pelas correntes
equivalentes das cargas para as correntes da fonte, ficaram em desconformidade com os limites
máximos estabelecidos em normas e, portanto, foram propostas soluções baseadas na
implementação de, pelo menos, um SAPF para cada Grupo Gerador principal de bordo, visto
que este tipo de dispositivo é utilizado, principalmente, para eliminar os problemas correlatos
às distorções harmônicas provocadas por correntes consumidas por cargas não lineares.

TABELA 15 – Limites de Distorções Harmônicas de tensão e corrente


Limites de distorção harmônicas de tensão
Distorção Distorção Harmônica Total de Tensão
Tensão no barramento do Harmônica DHTV (%)
Ponto de Acoplamento Individual
Comum de Tensão
(Point of Common Coupling – PCC)
DHIV (%)
VPCC ≤ 1.0 kV 5,0 8,0
1 kV < VPCC ≤ 69 kV 3,0 5,0
69 kV < VPCC ≤ 161 kV 1,5 2,5
V > 161 kV 1,0 1,5
Limites de distorções harmônicas de corrente
120 V ≤ VPCC ≤ 69 kV
Relação entre a
corrente de curto-
circuito (ICC) e a Distorção Harmônica Individual de Corrente DDT
corrente de carga DHII (%) (%)
para a demanda
máxima (IL) (pu)
Rcc = ICC/IL 3 ≤ h <11 11≤ h < 17 17 ≤ h < 23 23 ≤ h < 35 35 ≤ h ≤ 50 DDTI
Rcc ≤ 20 4,0 2,0 1,5 0,6 0,3 5
20 < Rcc ≤ 50 7,0 3,5 2,5 1,0 0,5 8
50 < Rcc ≤ 100 10 4,5 4,0 1,5 0,7 12
100 < Rcc ≤ 1.000 12 5,5 5,0 2,0 1,0 15
Rcc > 1.00 15 7,0 6,0 2,5 1,4 20

Fonte: adaptado de [31]

3.1. DIFICULDADES ENCONTRADAS, FERRAMENTAS E LINHAS DE AÇÃO


UTILIZADAS DURANTE A PESQUISA

A seguir são apresentadas as dificuldades encontradas no decorrer desta pesquisa (por


exemplo, a impossibilidade de realização de testes e medições reais dos parâmetros elétricos
dos SGDEE da Corveta “Barroso”, visto que, no ano de 2021, foi iniciado o Período de
Manutenção Geral – PMG do referido Navio), bem como as ferramentas utilizadas na
82

simulação; os instrumentos de pesquisa utilizados (coleta de dados e documentos); e linhas de


ação adotadas para superar as dificuldades.

3.1.1. Instrumentos de pesquisa e ferramentas utilizadas

O instrumento de pesquisa teve como propósito analisar os documentos coletados em


campo ou no Navio, tais como: normas técnicas, diagramas elétricos, manuais dos
equipamentos etc. Com a finalidade de simular o sistema elétrico da CCB, foram relacionadas
algumas ferramentas que possibilitaram que tal objetivo fosse alcançado no decorrer deste
trabalho, a saber:

a) Análise detalhada dos documentos do Navio (normas técnicas, diagramas elétricos,


manuais dos equipamentos de responsabilidade do Navio em estudo), livros, teses, dissertação,
artigos em periódicos e normas vigentes sobre QEE;

b) Utilização de Softwares ou Programas (MATLAB, Simulink, Simscape, ATP Draw


e/ou AutoCAD) necessários para a elaboração de gráficos, diagramas elétricos, modelagem,
simulação e análise do SEP do Navio;

c) Levantamento dos sistemas de geração, transmissão (cabos elétricos e suas


respectivas perdas), distribuição e utilizadores de energia elétrica do Navio, por meio de visita
técnica, análise documentos e relatórios; e

d) Comparação dos resultados, a fim de verificar se parâmetros estão em desacordo


com as tolerâncias e os limites estabelecidos em normas e, em caso afirmativo, propor a
instalação de um Filtro Ativo de Potência Paralelo (ou em derivação) para melhorar a QEE dos
geradores de bordo, por meio de uma modificação técnica do projeto atual.

3.1.2. Dificuldades encontradas no decorrer da pesquisa e linhas de ação utilizadas para


superá-las

Visto que o Navio, em meados do ano de 2021, entrou em Período de Manutenção


Geral (PMG), não foi possível realizar qualquer tipo de medição referente à QEE do Grupo
Gerador de bordo, pois, de acordo com as normas e procedimentos de segurança existentes,
quando a embarcação entra em PMG, fica proibido o funcionamento das máquinas elétricas de
bordo e, desta forma, toda a energia elétrica necessária para abastecer o Navio é fornecida pela
83

subestação do AMRJ. Desta forma, algumas Linhas de Ação (LA) foram tomadas para superar
as dificuldades relatadas, sendo:

a) Simulação e modelagem por meio dos softwares ATP Draw e Simulink; e

b) Visitas e entrevistas técnicas na Corveta “Barroso”.

3.2. MODELAGEM DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA DO NAVIO

Por ocasião da modelagem do SEP da Corveta “Barroso”, houve a necessidade de


efetuar o levantamento das cargas mais críticas (UC-1, UC-2 e UC-3) que foram acopladas aos
Sistemas de Geração e Distribuição do Navio durante a simulação. Neste contexto, é importante
destacar que, a fim de possibilitar ou viabilizar a simulação, o SAPF foi projetado utilizando-
se das ferramentas e teorias disponíveis nas literaturas vigentes e que, portanto, merecem ser
abordadas com mais detalhe neste trabalho.

3.2.1. Sistema elétrico do Navio a ser simulado no programa Simulink

Como mencionado, o sistema elétrico do Navio foi elaborado por meio de dois
programas: o ATP Draw e o Simulink. Onde o ATP Draw foi utilizado para identificar e avaliar
as cargas que, quando acionadas ou colocadas em funcionamento no SEP, apresentaram um
maior impacto no que tange aos picos de correntes circulantes e à queda de tensão nos pontos
de acoplamento ou barramentos onde as cargas foram conectadas. Neste quesito, observou-se
que os 3 (três) Motores de Indução Trifásicos (MIT), responsáveis por acionar as Unidades de
Resfriamento de Água (URA) a bordo, foram os que mais influenciaram. Já com relação à
injeção de componentes harmônicas no sistema em análise, as cargas baseadas em eletrônica
de potência, os 3 (três) retificadores de 24 Vcc e 20 kVA e o conjunto de cargas específicas
(por exemplo, circuitos chaveados, computadores, Sistema de Iluminação Principal (SIP),
radares e sensores alimentados em tensões de 115Vca-3F-60Hz, 5, 12 e/ou 24 Vcc), foram os
utilizadores que mais provocaram distorções harmônicas nas tensões e correntes elétricas
geradas pelo sistema do Navio.

Face ao exposto, os utilizadores supracitados (MIT, retificadores e cargas específicas)


foram os escolhidos para serem modelados e simulados neste trabalho. Sendo que, devido à
dificuldade de implementação do SAPF no programa ATP Draw, o Simulink ficou encarregado
pela simulação do MIT e das cargas baseadas em eletrônica de potência e, para tal, foi inserido
84

dois conjuntos equivalentes de cargas não lineares (um formado pelos 3 retificadores de 24 Vcc
/ 20 kVA e, outro, proveniente das cargas específicas) que foram alimentados no mesmo ponto
de acoplamento comum (Point of Common Coupling - PCC) do referido motor.

A Figura 22, apresenta o levantamento geral dos Sistemas de Geração, Distribuição e


Consumo referentes às cargas lineares e não lineares, o qual foi realizado pelo programa ATP
Draw.

Parte nº 1
85

Parte nº 2

QEP-1/QEP-3

Parte nº 3
86

Parte nº 4

Figura 22 – Modelagem Geral dos Sistemas de Geração, Distribuição e Utilizadores de energia


elétrica da CCB sem o SAPF
(SEP elaborado no ATP Draw)
Fonte: autoria própria

Diferentemente do SEP geral do Navio, elaborado pelo ATP Draw (Figura 22), por
ocasião da simulação realizada no Simulink, só houve a necessidade de simular apenas parte
do SEP, haja vista que os 4 (quatro) Grupos Geradores são idênticos e, praticamente, alimentam
os mesmos tipos de carga. Sendo assim, a Figura 23 mostra os Sistemas de Geração e
Distribuição de EE contendo os Utilizadores mais críticos do Navio e que, portanto, foram
escolhidos para serem modelados e simulados no Simulink em conjunto com o SAPF projetado
neste trabalho.
87

Figura 23 – Modelagem Parcial dos Sistemas de Geração e Distribuição, contendo apenas os


Utilizadores mais críticos que foram simulados em conjunto com o SAPF projetado
Fonte: autoria própria

Na Figura 24, são apresentados todos os circuitos componentes (indutores de


acoplamento, inversor VSI, controlador PI, gerador de corrente harmônica de referência e
controlador de corrente por banda de histerese) das UC (1, 2 e 3) apresentadas na Figura 23 e,
mais adiante, estão detalhadas e postuladas algumas teorias envolvidas no processo de
dimensionamento e projeto de cada um dos referidos circuitos do SAPF.
88

Figura 24 – Modelagem Parcial dos Sistemas de Geração, Distribuição e Utilizadores da CCB,


contendo apenas os equipamentos que foram simulados em conjunto com o SAPF projetado
(SEP elaborado no Simulink e com o SAPF no farmato de circuitos elétricos)
Fonte: autoria própria

3.2.2. Projeto do Filtro Ativo de Potência Paralelo (Shunt Active Power Filter – SAPF)

A função principal dos SAPF é mitigar uma grande faixa de problemas relacionados à
baixa QEE de um determinado Sistema de Geração ou Distribuição de EE, visto que estes tipos
de filtros têm a capacidade de atenuar a maioria dos distúrbios que contribuem tanto para o
aumento de: potência reativa; correntes desequilibradas; harmônicos; e flutuações elétricas de
tensão e/ou corrente [54], quanto para a diminuição dos fatores de potência de deslocamento;
distorcido; e/ou verdadeiro, resultantes de cargas não lineares existentes no SEP.

Conforme mostrado na Figura 25, o projeto de um SAPF é composto por 5 (cinco)


circuitos e/ou componentes, sendo:

(1) um inversor baseado em fonte de tensão (VSI), para geração das correntes
compensadas (ICabc);

(2) um conjunto contendo 3 (três) indutores de acoplamento (Lf), um em cada fase, a


fim de acoplar e desacoplar o SAPF do SEP e, também, filtrar os harmônicos residuais das
89

correntes compensadas (ICabc);

(3) um controlador Proporcional-Integral (PI), responsável por manter a tensão no


campacitor constante, bem como gerar a potência de compensação das perdas causadas pelo
chaveamento do VSI, também conhecida como Potência de Perdas (Power Loss - Ploss) ou
potência fundamental instantânea de primeira ordem (𝑝̅h1). A Ploss deve ser enviada ao circuito
comparador inversor e, por este, inserida na potência resultante de saída da Malha Fechada de
controle que contém o Filtro Passa Baixa nº 1 (FPB-1), esta, por sua vez, chamada de potência
harmônica oscilatória instantânea de sequência positiva de ordem superior (𝑝hn+ ou 𝑝hn)
[54,56];

(4) um conjunto combinado de circuitos, contendo: um algoritmo baseado na


Transformada de Clarke, responsável por calcular as potências instantâneas de sequências zero
(P0), posítiva (p) e negativa (q) e, também, a corrente de sequência zero (I0); dois FPB,
responsáveis por eliminar as partes oscilatórias (𝑝 𝑒 𝑞 ) das potências instatâneas p e q; duas
Malhas Fechadas de controle, responsáveis por eliminar as partes contínuas (𝑝 𝑒 𝑞 ) e deixar
passar em suas saídas somente as partes oscilatórias (𝑝 𝑒 𝑞 ) de p e q; dois comparadores
(inversor e não inversor), responsáveis por inserir a Potência de Perdas (–Ploss) na p ou 𝑝 ̃
gerada na saída da Malha Fechada de controle nº 1, resultando em uma potência equivalente
igual a 𝑝 ̃ =𝑝̃ − Ploss; e, por fim, um algoritmo baseado na Transformada Inversa de
Clarke que, ao receber P0, I0, 𝑝 ̃ e 𝑞 ̃ , deve ter a capacidade de calcular e gerar as correntes
harmônicas de referência (Iabc ref ou I*abc), também denominadas de correntes compensadas de
referência (ICabc ref); e

(5) um controlador de corrente por Banda de Histerese, responsável por gerar as


correntes pulsadas (IGabc) que são enviadas ao VSI para efetuar o chaveamento dos gates (S1,
S2, S3, S4, S5 e S6) dos 6 (seis) Transistores de Efeito de Campo Metal-Óxido-Semicondutor
– TECMOS (Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistors – MOSFET).
90

Figura 25 – Circuitos componentes de um Filtro Ativo de Potência Paralelo (SAPF)


Fonte: autoria própria

3.2.2.1.Dimensionamento dos indutores de acoplamento do filtro (Lf ou Lfabc)

O conjunto de indudores de acoplamento (filtro indutivo) é usado para acoplar e


desacoplar o SAPF do SEP, além de ter a capacidade de filtrar as ondulações residuais
existentes nas correntes compensadas (𝐼 ) e limitar as suas variações no decorrer do tempo

( ). Seu projeto é baseado no princípio da redução de corrente harmônica, onde os indutores

de acoplamento devem ser instalados nas 3 (três) fases entre o VSI e o PCC, conforme mostrado
na Figura 26 [54,56].
91

Figura 26 – Circuito de filtragem das correntes compensadas (ICabc) – Filtro harmônico


(Indutores de acoplamento)
Fonte: autoria própria

De acordo com [58], o projeto dos indutores de acoplamento está fundamentado nos
seguintes critérios:

a) Limitar as componentes harmônicas de alta frequência das correntes injetadas; e

b) A variação da corrente instantânea , que passa pelo indutor de acoplamento

(ou filtro harmônico), deve ser maior do que a variação da corrente harmônica gerada na carga,
de modo a proporcionar o cancelamento adequado dos harmônicos residuais existentes nas
correntes compensadas na saída do inversor (VSI).

Nas literaturas atuais, existem várias formas para realizar os cálculos dos indutores de
acoplamento (Lf) [57,58,59], dentre as quais, foram postuladas algumas por meio das Equações
de (43a) a (43d) e (44).

( á . ) ( á . )
𝐿𝑓 = ( á ∗ )∗
= (43a)
( á . ) á ( )∗ ( á . )

, ∗ ( )
𝐿𝑓 < (43b)
á

( ) ( )∗
𝐿𝑓 = ∗
= (43c)
( ) ∗ ( )∗
92

( ) ∗ ( )∗
𝐿𝑓 = ∗
= ∗
(43d)
( ) ( )∗

∗ ( )∗
𝐿𝑓 = ∗
(43.e)
( )∗

0,80 ∗ 𝐿𝑓 ≤ 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝐿𝑓 ≤ 1,20 ∗ 𝐿𝑓 (44)

Em relação ao dimensionamento de um SAPF, outro fator importante que deve ser


levado em consideração, para que as componentes harmônicas e distorções sejam canceladas
de maneira adequada, são: a frequência de chaveamento (Switching frequency - 𝑓 ); e a
frequência máxima (fmáx) que o SAPF deve operar, a fim de garantir uma compensação eficiente
dos harmônicos e, para isto, os parâmetros devem ser calculados de acordo com as Equações
de (45a) a (45b) e (46):

( )∗
𝜔 = 2𝜋 ∗ 𝑓 = 2𝜋 ∗ ℎ𝑚á𝑥 ∗ 𝑓 = (45a)
∗ ( )∗

𝑓 = =ℎ á ∗ 𝑓 (45b)

De acordo com [43], a máxima frequência de chaveamento (𝑓 á ) pode ser ajustada


e calculada como se segue:

2∗𝑓 < 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑓 á < 10 ∗ 𝑓 (46)

Sendo:

Lf, indutor de acoplamento (H);

Vch( á . ), tensão harmônica a ser compensada para a frequência máxima


(𝑓𝑚á𝑥 = ℎ𝑚á𝑥 ∗ 𝑓1 𝑜𝑢 𝜔𝑚á𝑥 = ℎ𝑚á𝑥 ∗ 𝜔 ) (𝑉);

Ich( á . ), corrente harmônica a ser compensada para a frequência máxima


(𝑓𝑚á𝑥) (𝐴);

ℎ𝑚á𝑥, ordem harmônica máxima ou maior ordem harmônica do SAPF (pu);

𝜔 = 𝜔 = 2πf: frequência angular fundamental, onde f é igual a 60 Hz (rad/s);


93

VL1( ), tensão na frequência fundamental no PCC (V);

IL1( ), corrente na frequência fundamental no PCC (A);

𝑚𝑎, índice de modulação do VSI, onde considerando que o VSI trabalhará na região
linear de condução de corrente [54,56], então: 0 ≤ 𝑚𝑎 ≤ 1;

Vh ( ), tensão harmônica a ser corrigida pelo SAPF (V);

Ih ( ), corrente harmônica a ser corrigida pelo SAPF (A);

V , tensão contínua de referência desejado no capacitor; e

𝑚á𝑥, variação máxima de corrente compensada em função do tempo (A/s).

3.2.2.2. Circuito Inversor por fonte de tensão (Voltage Source Inverter- VSI)

Como já mencionado, basicamente este circuito é formado pelo link de tensão contínua
(VDC) e 6 (seis) MOSFET, sendo estes chaveados pelas correntes pulsadas (IGabc) geradas pelo
controlador de corrente por banda de histerese que, por natureza, pode ser considerado um tipo
de controle baseado em Modulação por Limites de Corrente (MLC), podendo também adotada
a Modulação por Largura de Pulsos - MLP (Pulse Width Modulation - PWM) [43,60,61,62].

O VSI é responsável por fornecer a corrente compensada para o filtro harmônico


(indutores de acoplamento que interligam o inversor ao PAC ou PCC) , bem como gerar a
tensão (Vcap ou VDC) nos terminais do capacitor (CDC), a qual é enviada para a entrada inversora
do comparador de tensão que, por sua vez, irá gerar um erro de tensão (EV = VDC ref -VDC =
Offset = SP - PV) e, depois, enviá-lo ao controlador Proporcional-Integral (PI) que, por sua vez,
tem a função de manter a tensão do capacitor (VDC ou Process Variable - PV) em um valor
próximo do Setpoint (SP), ou seja, da tensão contínua de referência (VDC ref ). Para isto, uma
potência é gerada para compensar as perdas ocasionadas pelo chaveamento do VSI, também
conhecida como Potência de perdas (Power Loss - Ploss), sendo esta necessária para garantir a
estabilização da tensão do capacitor (VDC) em um valor, aproximadamente, igual ao da tensão
contínua de referência (VDC ref) [53,54]. A Figura 27 apresenta o circuito do VSI.
94

Figura 27 – Inversor por fonte de tensão (Voltage Source Inverter – VSI)


Fonte: autoria própria

3.2.2.2.1. Dimensionamento da tensão de corrente contínua de referência (VDC ref)

O valor da tensão contínua de referência (VDC ref) pode ser calculado conforme as
Equações de (47a) a (47d) [56,57], sendo:

∗ ∗ ( )∗
𝑉 = 2 ∗ FS ∗ √2 ∗ 𝑉𝐿1𝑟𝑚𝑠(𝑃𝐶𝐶) = (47a)

∗ ∗𝑉𝐶(𝑝𝑖𝑐𝑜) ∗( )∗ ( )∗
𝑉 = 2 ∗ FS ∗ √2 ∗ 𝑉1𝐿 𝑟𝑚𝑠 (𝑃𝐶𝐶) = = (47b)

Sendo:

𝐼𝑐 ( ), valor de pico a pico da corrente harmônica a ser compensada (A);

𝐼𝑐 ( ), valor de pico da corrente harmônica a ser compensada (A);

𝐼𝑐 ( ) , valor de pico da corrente compensada (A);


95

𝑉 ( ), valor de pico a pico da tensão contínua de referência (V); e

𝐹𝑆, fator de sobrecarga (segurança), onde: 𝐹𝑆 = (1 + 𝐷𝐻𝑇 ) (adimensional).

Sendo que a faixa de trabalho da tensão de compensação no PCC, pode ser assumida
como: VS(pico) ≤ VC(pico) ≤ 2∗VS (pico), onde a tensão 𝑉 ( ) = √2 ∗ 𝑉 = √2 ∗ (√3 ∗ 𝑉 )éa
tensão de pico da fonte. Lembrando que só há compensação de corrente quando VC(pico) > VS(pico)
[56].

Considerando que o valor máximo do índice de modulação (ma= ) é igual

a 1 (um) [56,62], as Equações (47a) e (47b) podem ser reduzidas conforme expresso nas
Equações (47c) e (47d), respectivamente.

𝑉 = 2 ∗ √2 ∗ 𝑉1𝐿 (𝑃𝐶𝐶) ∗ (1 + 𝐷𝐻𝑇 ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇 (47c)

𝑉 = 2 ∗ √2 ∗ 𝑉𝐿(𝑃𝐶𝐶) ∗ (1 + 𝐷𝐻𝑇 ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇 = 2 ∗ 𝐹𝑆 ∗ 𝑉𝐶𝑝𝑖𝑐𝑜 (𝑃𝐶𝐶) (47d)

3.2.2.2.2. Dimensionamento do capacitor (CDC) do link de tensão de corrente contínua (VDC)

O capacitor é o componente responsável pela redução das ondulações de tensão


[54,56,58] e pode ser encontrado conforme as Equações (48a) e (48b):

∗ ( ) ∗ ( )
𝐶 = = (48a)
√ ∗ ∗ ( ) √ ∗ ∗ ( )

Como: 𝐼 ( ) =2∗𝐼 ( ) = 2∗𝐼 ( ) ∗ (𝐷𝐻𝑇 ); 𝜔 = 2𝜋 ∗ 𝑓 ; 𝑒 𝑉 ( ) =


2∗𝑉 ( ), resulta que:

( ) ∗( )
𝐶 = ∗√ ∗ ∗
(0,80*CDC ≤ faixa de ajuste do CDC ≤ 1,20*CDC ) (48b)
( )

Sendo:

𝐼𝑐 ( ) , 𝐼𝑐 ( ) , valor de pico da corrente harmônica a ser compensada (A);

𝐼𝑐 ( ) , valor de pico da corrente compensada (A);

𝑉 ( ), valor de pico a pico da tensão contínua de referência (V); e


96

𝑉 ( ), valor de pico a pico da máxima tensão contínua de referência (V).

3.2.2.3.Controlador Proporcional-Integral (PI)

O controlador PI, apresentado na Figura 28, é o circuito responsável por manter a


tensão do capacitor constante (Vcap ou VDC) em um valor, aproximadamente, igual à tensão
contínua de referência (VDC ref), isto é realizado variando-se o ganho proporcional (GP) e integral
(GI) do controlador PI que, por sua vez, gera, em sua saída, a potência de perdas (Power Loss
ou - Ploss), necessária para compensar as perdas por chaveamento geradas no VSI e, assim,
garantir a estabilização de tensão contínua (VDC) no capacitor (CDC). Vale ressaltar que, além
de depender dos valores dos ganhos (GP e GI), a VDC também depende da escolha adequada do
capacitor ou capacitância (CDC). Em algumas referências [53,54], esta potência é chamada de
potência fundamental instantânea de primeira ordem que, posteriormente, irá ser inserida ou
somada com a potência harmônica instantânea de ordem superior (𝑝ℎ𝑛 𝑜𝑢 𝑝), gerada na saída
da Malha Fechada de controle, a qual contém o Filtro Passa Baixa nº 1 (FPB-1).

Figura 28 – Controlador PI
Fonte: autoria própria

A função de saída da Ploss, no domínio da frequência, é encontrada com base na teoria


de Controle em Malha Fechada (Figura 29) e está expressa nas Equações de (49a) a (49c).

Figura 29 – Malha Fechada do controlador PI


Fonte: autoria própria
97

( )
Ploss( ) = ∗ Erro ( ) = [ ( / )]
∗ Erro ( ) (49a)
( )

Ploss( ) = ∗ Erro ( ) = ∗ 𝐸𝑟𝑟𝑜 ( ) (49b)

( . ) .
P ( ) í =𝑃 ( ) á ∗ .
= ∗ (49c)
∗( )

A função de saída de Ploss, no domínio do tempo, é encontrada utilizando-se a


Transformada Inversa de Laplace, conforme Equações (50a) e (50b):

.
P () =ℒ ∗ =P ∗ 1−𝑒 (50a)
∗( )

P () =P ∗ 1−𝑒 (50b)

A Equação 50b apresenta o comportamento de Ploss em função do tempo (t) e, traçando


uma linha tangente ao ponto de inflexão, mostrado na Figura 30, é possível encontrar os
seguintes parâmetros: o tempo de atraso (𝜏 ), que fica posicionado entre o tempo igual a zero
(t=0) e o ponto onde a linha tangente (linha azul) cruza o eixo da abcissa; e a constante de
tempo (𝜏), que está localizada entre o ponto 𝜏 e o ponto onde a linha tangente cruza a linha
constante (linha vermelha) referente ao valor máximo de Ploss [63].

Ploss (t) Linha tangente ao ponto de


inflexão
Ploss
Linha constante de Ploss
Ploss (t)

Ponto de inflexão

𝝉𝒂 𝝉

Figura 30 – Posições do tempo de atraso (𝝉𝒂 ) e da constante de tempo (𝝉) do controlador PI


Fonte: adaptado de [63]
98

Uma vez encontrados os parâmetros supracitados e, fazendo-se o uso das regras de


sintonia de Ziegler-Nichols para controladores PID (Proporcional-Integral-Derivativo) [63], é
possível achar os valores dos ganhos proporcional (GP), integral (GI ) e/ou derivativo (GD), além
dos tempos integral (TI) e derivativo (TD), conforme expressões matemáticas postuladas na
Tabela 16 [63,64].

TABELA 16 –Regra de sintonia de Ziegler-Nichols baseada na resposta ao degrau da planta

Tipo de controlador GP GI = GD = 𝐺 ∗ 𝑇 TI TD

P 𝜏 0 0 ∞ 0
𝑇𝑎
PI 𝜏 𝜏 0 𝑇𝑎 0
0,9 ∗ 0,27 ∗
𝑇𝑎 (𝑇𝑎)² 0,3

PID 𝜏 𝜏 0,60* 𝜏 2 ∗ 𝑇𝑎 𝑇𝑎
1,2 ∗ 0,6 ∗
𝑇𝑎 (𝑇𝑎)² 2
Fonte: adaptado de [63]

3.2.2.4.Circuitos de geração das correntes de referência e eliminação das componentes


contínuas das potências harmônicas instantâneas de sequências positiva e negativa

Todos os circuitos necessários para a geração das correntes compensadas de referência,


ou, simplesmente, correntes de referência (ICabc ref, Iabc ref ou Iabc*), assim como os algoritmos
baseados na teoria da Potência Instantânea Reativa (Instantaneous Reactive Power-IRP), os
quais utilizam em seus cálculos as transformadas de Clarke, estão apresentados na Figura 31,
onde cada bloco, contendo os circuitos funcionais do SAPF, será detalhado mais à frente.

Figura 31 – Circuito de geração das correntes compensadas de referência (ICabc ref)


(Transformada de Clarke, FPB, comparadores e Transformada Inversa de Clarke)
Fonte: autoria própria
99

3.2.2.4.1. Teoria da Potência Reativa Instantânea (Instantaneous Reactive Power- IRP) p-q

Fazendo-se o uso dos sensores trifásicos de tensão e corrente, são coletados os dados
referentes às tensões da rede (VSa, VSb e VSc) e correntes totais (ILa, ILb e ILc) consumidas pelas
cargas trifásicas que são conectadas ao Ponto de Acoplamento Comum (PAC ou PCC).

Como já comentado, estes parâmetros são utilizados para calcular e gerar as correntes
de referência, por meio de: um algoritmo baseado na Transformada de Clarke; dois FPB de
primeira ordem, os quais trabalham combinados com as Malhas Fechadas de controle; dois
comparadores, sendo um inversor e outro não inversor; e, por fim, um algoritmo fundamentado
na Transformada Inversa de Clarke.

De forma resumida, a teoria de IRP p-q transforma as coordenadas a, b e c em novas


coordenadas (0, 𝛼 𝑒 𝛽) 𝑒, então, são definidas as potências instantâneas de sequências zero,
positiva e negativa (p0, p e q) e a corrente de sequência zero (I0), nestas coordenadas (sendo p
e q ortogonais entre si) [65,66]. Desta forma, o projeto, o dimensionamento e as especificidades
dos circuitos mencionados são abordados com mais detalhe nos itens subsequentes.

3.2.2.4.1.1.Transformada de Clarke

Por intermédio da Transformada de Clarke, é possível projetar um algoritmo no


Simulink, que tem a função de gerar as potências instantâneas (p0 , p e q), por meio das tensões
(𝑉 , 𝑉 e 𝑉 ) e correntes (𝐼 , 𝐼 e 𝐼 ) referidas às novas coordenadas (0, 𝛼 𝑒 𝛽). O bloco
contendo o algoritmo supracitado está representado na Figura 32.

Figura 32 – Algoritmo baseado na Transformada de Clarke


Fonte: autoria própria
100

O algoritmo foi realizado por meio da teoria envolvendo a Transformada de Clarke, a


qual calcula as tensões (𝑉 , 𝑉 e 𝑉 ) e correntes (𝐼 , 𝐼 e 𝐼 ) utilizando-se das Equações (51)
e (52).

𝑉 √ √ √ 𝑉
𝑉 = ∗ 1 − − ∗ 𝑉 (51)
𝑉 √ √ 𝑉
0 −

𝐼 √ √ √ 𝐼
𝐼 = ∗ 1 − − ∗ 𝐼 (52)
𝐼 √ √ 𝐼
0 −

Uma vez encontradas as tensões e nas novas coordenadas (0, 𝛼 e 𝛽), as potências
instantâneas de sequências zero, positiva e negativa (p0, p e q) poderão ser obtidas e, para tal,
utiliza-se a Equação matricial (53) ou as Equações (54), (55) e (56), simultaneamente
[65,66,67,68,69].

𝑝 𝑉 0 0 𝐼
𝑝 = 0 𝑉 𝑉 ∗ 𝐼 (53)
𝑝 0 𝑉 −𝑉 𝐼

𝑝 = 𝑉 *𝐼 (54)

𝑝 = 𝑉 ∗𝐼 +𝑉 ∗𝐼 (55)

𝑝 = 𝑉 ∗𝐼 −𝑉 ∗𝐼 (56)

3.2.2.4.1.2.Filtros Passa Baixas – FPB (Low Pass Filters – LPF)

A função dos FPB é eliminar as componentes oscilatórias ou harmônicas (p e q) das


potências instantâneas de sequências positiva (p) e negativa (q), onde os sinais com as suas
frequências superiores ou acima da frequência de corte (fc) são extraídos e, com isto, restando
somente as componentes contínuas (𝑝 𝑒 𝑞 ) de p e q.

Diferentemente dos FPB, a função da Malha Fechada de controle, que trabalha em


conjunto com os FPB e os comparadores, de acordo com a Figura 33, é coletar os sinais
completos de p e q, gerado por meio da Transformada de Clarke, eliminar as suas potências
contínuas (𝑝 𝑒 𝑞 ) e deixar em suas saídas somente as partes oscilatórias (𝑝 𝑒 𝑞 ) que,
101

posteriormente, são enviadas para os outros comparadores inversor e/ou não inversor, os quais
vão ser abordados e explicados mais à frente.

Figura 33 – Filtros Passa Baixas de primeira ordem (FPB-1 e FPB-2)


Fonte: autoria própria

As Equações de (57a) a (57b), são utilizadas para calcular a potência ativa instantânea
contínua (𝑝 ), gerada na saída do FPB-1, em função da frequência (s) e, também, no domínio
do tempo (t), após ter sido aplicado um degrau unitário na potência instantânea ativa de entrada
(p) [65,66,68,69].

𝑝̅( ) í á = ∗ .
= ∗ (57a)
( ) ( )
.

p( ) í á =ℒ ∗ .
= ℒ ∗ (57b)
( ) ( )
.

p ( ) í á =p ∗ 1−𝑒 = 𝑝̅ (57c)

As Equações de (58a) a (58c), calculam a potência reativa instantânea contínua (𝑞 ),


gerada na saída do FPB-2, em função da frequência (s) e do tempo (t), após ter sido aplicado
um degrau unitário na potência instantânea reativa de entrada (p).

𝑞( ) í á = ∗ .
= ∗ (58a)
( ) ( )
.

q() í á =ℒ ∗ .
= ℒ ∗ (58b)
( ) ( )
.
102

q() í á =q ∗ 1−𝑒 =𝑞 (58c)

As Equações (59) e (60), apresentam, respectivamente, os cálculos das potências


oscilatórias instantâneas, ativa (𝑝 ) e reativa (𝑞 ), geradas nas saídas das Malhas Fechadas
de controle que estão representadas na Figura 33 [67,68,69,70].

𝑝 =𝑝 = 𝑝 − 𝑝̅ =p (59)

𝑞 =𝑞 =𝑞−𝑞 =q (60)

3.2.2.4.1.3.Inserção da potência de perdas ou potência hamônica de sequência positiva de


primeira ordem (Ploss ou ph1+) por meio do circuito comparador inversor

A Figura 34 apresenta o circuito com os comparadores inversor e não inversor, que


têm por finalidade subtrair a potência de perdas (- Ploss), gerada pelo controlador PI, da
potência oscilatória (𝑝 ), sendo esta gerada na saída da Malha Fechada de controle.

Figura 34 – Comparadores Inversores e Não Inversores


Fonte: autoria própria

O cálculo da potência ativa resultante (𝑝 ), a qual é enviada ao algoritmo que,


por sua vez, se utiliza da Transformada Inversa de Clarke para a geração das correntes
compensadas de referência trifásicas (ICabc ref), pode ser realizado por meio das Equações de
(61a) a (62b), dependendo dos valores de 𝑝 e𝑃 , onde:
103

Para o Comparador Inversor: 𝑝 > 0𝑒𝑃 > 0 ou 𝑝 <0𝑒𝑃 < 0; e

𝑝 = 𝑝 − (+𝑃 ) (61a)

𝑝 = −𝑝 − (−𝑃 ) (61b)

Para o Comparador Não Inversor: 𝑝 >0𝑒𝑃 < 0 ou 𝑝 < 0𝑒𝑃 > 0.

𝑝 = 𝑝 + (−𝑃 ) (62a)

𝑝 = −𝑝 + (+𝑃 ) (62b)

3.2.2.4.1.4.Transformada Inversa de Clarke

A Figura 35 apresenta o bloco que utiliza o algoritmo baseado na teoria da


Transformada Inversa de Clarke.

Figura 35 – Algoritmo baseado na Transformada Inversa de Clarke


Fonte: autoria própria

Utilizando da Transformada Inversa de Clarke, é possível fazer a transformação de


coordenadas (0𝛼𝛽 em 𝑎𝑏𝑐 ) e, com isto, gerar as correntes compensadas de referência nestas
novas coordenadas (ICa ref , ICb ref e ICc ref ou, simplesmente, ICabc ref). Os cálculos das correntes
de referência podem ser realizados de acordo com a Equação (63) [64,66,67,69,70].
104

1 0
𝐼𝑐 √ 𝐼

𝐼𝑐 = ∗ − ∗ 𝐼 (63)

𝐼𝑐 √
𝐼
− −

3.2.2.5.Controlador de corrente por Banda de Histerese

O Controlador de corrente por Banda de Histerese é utilizado para gerar as correntes


pulsadas que irão acionar os gates dos MOSFET do VSI, em que a modulação gerada por tal
controlador é denominada de Modulação por Limites de Corrente (MLC) [71], onde a tensão
de controle é responsável por determinar o valor médio da corrente do indutor [71,72,73].

Outro fator importante para este tipo de controle é que a frequência de chaveamento
varia com diversos parâmetros do circuito, tais como: correntes, tensões de entrada e de saída,
indutância etc. Nota-se que, enquanto a corrente for menor do que o limite superior, a chave
permanece fechada e, atingido tal limite, a chave se abre e permanece neste estado até que o
limite inferior seja alcançado [71,72,73]. O circuito de controle de corrente por Banda de
Histerese está representado pela Figura 36.

Figura 36 – Controlador de corrente por Banda de Histerese


Fonte: autoria própria

Fazendo-se o uso da Malha de Controle Fechada, é possível encontrar a função de


saída de cada corrente pulsada no domínio da frequência (IG(s)), conforme postulada nas
Equações de (64a) a (64d).

( )
𝐼 ( ) =𝐺 ( ) ∗ Erro ( ) = ∗ Erro ( ) (64a)
( )
105

𝐼 ( ) = ∗ =( )
∗ = ∗ Erro (64b)

𝐼 ( ) =( )
∗ (64c)

( )
𝐼 ( ) =( )
∗ (64d)

Utiliza-se a Transformada Inversa de Laplace para encontrar a função de saída de cada


corrente pulsada no domínio do tempo (IG(t)), representada pelas Equações de (65a) a (65d)

( )
I ( ) =ℒ ( )
∗ (65a)

.
I ( ) = I ( ) −I ( ) ∗ (1 − 𝑒 ) (65b)

Como, de acordo com [63, 64], o valor do erro permanente (ou estacionário) é dado
por 𝑒 = lim 𝐸𝑟𝑟𝑜( ) = lim 𝑠 ∗ 𝐸𝑟𝑟𝑜( ) , da Equação (65b), resulta que:
→ →

.
𝑒 = lim I ( ) −I ( ) ∗ (1 − 𝑒 )=I ( ) −I ( ) (65c)

𝑒 ( á ) = G ∗ (I ( á ) −I ( á )) (65d)

A fim de controlar as correntes pulsadas (I ,I 𝑜𝑢 I ), responsáveis pelo bloqueio


(pulso igual a “0”) ou acionamento (pulso igual a “1”) dos MOSFET pertencentes ao VSI, a
Banda de Histerese (BH) foi dimensionada para operar na faixa limitada pela Equação (66).

−𝑒 ( í ) ≤ Limites da Largura de Banda (BH) ≤ + 𝑒 ( á ) (66)

se: BH < − 𝑒 ( í ), o pulso é igual a "1" e a chave do gate é ligada; e


Onde,
se: BH > + 𝑒 ( á ), o pulso é igual a "0" e a chave do gate é desligada.
106

4. PROJETO DO SAPF, SIMULAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo tem como propósito realizar a simulação e a análise dos dados obtidos,
quando os SGDEE do Navio estiverem carregados com e sem o SAPF acoplado em seu PCC
e, a fim de efetuar a verificação das componentes harmônicas e dos outros parâmetros
relevantes à QEE, os referidos sistemas devem alimentar as cargas não lineares (unidades
consumidoras nº 1 e 2) e, também, o MIT (unidade consumidora nº 3) responsável por acionar
a URA-1.

Por ocasião da simulação, considerou-se que um dos 4 (quatro) Grupos Geradores que
alimentam o SEP do Navio foi submetido à uma carga total de 85,29% (Potência Aparente
nominal sem a inclusão das componentes harmônicas, S1 = Snominal = 554,37 kVA) de sua
capacidade máxima (650 kVA). Desta forma, neste Capítulo, são realizados os levantamentos
e as especificações das cargas mais críticas do Navio que foram modeladas e simuladas neste
trabalho, a fim de subsidiar no dimensionamento ou projeto adequado do SAPF.

4.1. LEVANTAMENTO DAS CARGAS DOS SISTEMAS DE GERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO


E UNIDADES CONSUMIDORAS DO NAVIO

Como já foi exposto no Capítulo 1, basicamente a Corveta “Barroso” possui um


Sistema de Geração Principal formado por 4 (quatro) Grupos Geradores a Diesel de 450Vca-
3F-60Hz-1800rpm-650kVA, cada, os quais são conectados aos Barramentos de Distribuição
Principais existentes nos QEP-AV e QEP-AR (Figura 5) e, depois, a EE é distribuída para os
Painéis Principais de Força e para as Tomadas de Força e Avarias (FAv).

Os Painéis Principais de Força são responsáveis pela distribuição da tensão principal


para os seguintes equipamentos: Transformadores de Força (TF) abaixadores de tensão,
responsáveis por transformar a tensão de 440Vca-3F-60Hz para 24Vca-3F-60Hz ou 115Vca-
3F-60Hz; Conversores Rotativos de Alta Frequência, estes têm a capacidade de transformar ou
converter tanto a tensão quanto a frequência principais geradas a bordo pelos Grupos Geradores
a Diesel, ou seja, recebem 440Vca-3F-60Hz e fornecem às Unidades Consumidoras 115Vca ou
208Vca-3F-400Hz, tais equipamentos também são conhecidos pela equipe operacional do
Navio como sendo os “Grupos Motores-Geradores de 400 Hz” ou, simplesmente, “GMG”; e 3
(três) Retificadores Estáticos de 24Vcc que, juntos, totalizam uma Potência Aparente de 20
kVA.
107

As tomadas de FAv do Navio são responsáveis por distribuir a tensão de 440Vca-3F-


60Hz para os equipamentos pertencentes ao Sistema de Combate a Avarias (SisCAv) e que,
consequentemente, necessitam deste tipo de tensão para efetuar o combate de incêndio e/ou
alagamento que possam comprometer a segurança do pessoal e o material de bordo.

Os valores máximos da queda de tensão percentual, admitidos entre os Grupos


Geradores, os painéis e as unidades consumidoras mencionadas, estão apresentados na Figura
37, conforme estabelecido em [75] e, portanto, todas as quedas de tensão, encontradas durante
a simulação, deverão estar de acordo com a referida recomendação Naval.

Figura 37 – Valores máximos de queda de tensão percentual


Fonte: adaptado de [75]

Sendo:

QEP: Quadro Elétrico Principal;


108

PSF: Painel Secundário de Força;

TRC: Tomada de Recebimento do Cais;

CET: Caixa de Energia de Terra;

PIP: Painel de Iluminação Principal;

G: Grupo Gerador; e

M: Motor.

Com a finalidade de obter maiores informações em relação aos dados elétricos dos
Grupos Geradores e das UC do Navio, alguns levantamentos foram realizados por meio de
diagramas elétricos, normas Navais e manuais de equipamentos do Navio em estudo, os quais
podem ser visualizados utilizando-se das Tabelas de 17 a 25.

TABELA 17 - Levantamento das cargas dos Grupos Motores-Geradores Principais


(MCA acoplados aos Geradores Síncronos)
SL VL IL FP PL QL N ZL Rcc Icc
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) (rpm)±20 (Ω) (pu) (A)
MCA-1 / GS-1 650 450 834 0,80 520 390 1.800±20 0,5396 ≤ 20 16.680
MCA-2 / GS-2 650 450 834 0,80 520 390 1.800±20 0,5396 ≤ 20 16.680
MCA-3 / GS-3 650 450 834 0,80 520 390 1.800±20 0,5396 ≤ 20 16.680
MCA-3 / GS-3 650 450 834 0,80 520 390 1.800±20 0,5396 ≤ 20 16.680
SL (kVA)
2600
MCA/GS total
Fonte: autoria própria

TABELA 18 – Levantamento das cargas dos TF abaixadores de tensão


(440 para 115Vca/3F/60Hz/Δ -Y (ligação triângulo-estrela ou Y-Y)
S S VL1 VL2 IL1 IL2 FP ZL1 ZL2 Rcc I2CC
Equipamento L1 e L2
(kVA) (V) (V) (A) (A) (pu) (Ω) (Ω) (pu) (A)
TF-1 20 440 115 26,24 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤ 25 2.510
TF-2 7,5 440 115 9,84 37,65 0,80 44,710 3,054 ≤ 25 941
TF-3 12,5 440 115 16,40 62,76 0,80 26,826 1,833 ≤ 25 1.569
TF-4 7,5 440 115 9,84 37,65 0,80 44,710 3,054 ≤ 25 941
TF-5 20 440 115 26,24 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤ 25 2.510
TF-6 20 440 115 26,24 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤25 2.510
TF-7 30 440 115 39,36 150,61 0,80 11,178 0,764 ≤ 25 3.765
TF-8 7,5 440 115 9,84 37,65 0,80 44,710 3,054 ≤ 25 941
TF-9 7,5 440 115 9,84 37,65 0,80 44,710 3,054 ≤ 25 941
TF-10 20 440 115 26,24 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤ 25 2.510
TF-11 7,5 440 115 9,84 37,65 0,80 44,710 3,054 ≤ 25 941
TF-12 30 440 115 39,36 150,61 0,80 11,178 0,764 ≤ 25 3.765
SL (kVA)
190
TF total
Fonte: autoria própria
109

TABELA 19 - Levantamento das cargas dos TF do SIP do Navio


S S VL1 VL2 IL1 IL2 FP ZL1 ZL2 Rcc I2CC
Equipamento L1 e L2
(kVA) (V) (V) (A) (A) (pu) (Ω) (Ω) (pu) (A)
TF do SIP-1 30 440 115 39 150,61 0,80 11,178 0,764 ≤ 25 3.765
TF do SIP-2 20 440 115 26 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤ 25 2.510
TF do SIP-3 20 440 115 26 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤ 25 2.510
TF do SIP-4 25 440 115 33 125,51 0,80 13,413 0,916 ≤ 25 3.138
TF do SIP-5 25 440 115 33 125,51 0,80 13,413 0,916 ≤ 25 3.138
TF do SIP-6 20 440 115 26 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤25 2.510
TF do SIP-7 25 440 115 33 125,51 0,80 13,413 0,916 ≤ 25 3.138
TF do SIP-8 20 440 115 26 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤ 25 2.510
TF do SIP-9 20 440 115 26 100,41 0,80 16,766 1,145 ≤ 25 2.510
SL (kVA) TF
205
SIP total
Fonte: autoria própria

TABELA 20 - Levantamento das cargas dos MIT de acionamento das URA (440Vca/3F/60Hz)
SL VL IL FP PL QL ILpartida ZL Rcc Icc
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) (A) (Ω) (pu) (A)
URA-1 105 440 138 0,86 90,3 54 828 1,841 ≤ 20 2.760
URA-2 105 440 138 0,86 90,3 54 828 1,841 ≤ 20 2.760
URA-3 105 440 138 0,86 90,3 54 828 1,841 ≤ 20 2.760
SL (kVA)
315
URA total
Fonte: autoria própria

TABELA 21 - Levantamento das cargas dos MIT de acionamento das BIS (440Vca/3F/60Hz)
SL VL IL FP PL QL ILpartida ZL Rcc Icc
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) (A) (Ω) (pu) (A)
BIS-1 73,2 440 96 0,82 60 42 576 4,58 ≤ 20 1.920
BIS-2 73,2 440 96 0,82 60 42 576 4,58 ≤ 20 1.920
BIS-3 73,2 440 96 0,82 60 42 576 4,58 ≤ 20 1.920
SL (kVA)
219,60
BIS total
Fonte: autoria própria

TABELA 22 - Levantamento da carga do Canhão de 4,5" (440Vca/3F/60Hz)


SL VL IL FP PL QL ILpartida ZF Rcc Icc
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) (A) (Ω) (pu) (A)
Canhão 4,5" 37,5 440 50,00 0,80 30 23 300,00 8,80 ≤ 20 1.000
SL (kVA)
37,5
Can. 4,5” total
Fonte: autoria própria
110

TABELA 23 - Levantamento das cargas dos GMG ou CRAF (115/208Vca/3F/400Hz)


SL1 e SL2 VL1 VL2 IL1 IL2 FP f1 f2 Rcc I2CC
Equipamento
(kVA) (V) (V) (A) (A) (pu) (Hz) (Hz) (pu) (A)
GMG-1 7,5 440 115 9,84 37,65 0,80 60 400 ≤ 20 753
GMG-2 15 440 115 19,68 75,31 0,80 60 400 ≤ 20 1.506
GMG-3 7,5 440 115 9,84 37,65 0,80 60 400 ≤ 20 753
GMG-4 15 440 115 19,68 75,31 0,80 60 400 ≤ 20 1.506
GMG-5 10 440 208 13,12 27,76 0,80 60 400 ≤ 20 555
SL (kVA)
55
GMG Total
Fonte: autoria própria

TABELA 24 - Levantamento das cargas das Tomadas de FAv (440Vca/3F/400Hz)


SL V L IL FP PL QL ILpartida ZF Rcc Icc
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) (A) (Ω) (pu) (A)
Tom. FAv-1 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
T. FAv-2 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
T. FAv-3 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
T. FAv-4 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
T. FAv-5 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
T. FAv-6 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
T. FAv-7 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
T. FAv-8 25 440 32,8 0,80 20 15 196,8 13,41 ≤ 20 656
SL (kVA)
200
T. FAv total
Fonte: autoria própria

TABELA 25 - Levantamento das cargas dos retificadores de 24 Vcc


SL V I FP Pca n Qca Tipo de
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) Retificador
RET-1 5,0 24 208,33 0,92 3,68 1,96 Ponte de diodos
RET-2 7,5 24 312,50 0,92 6,90 2,94 Ponte de diodos
RET-3 7,5 24 312,50 0,92 6,90 2,94 Ponte de diodos
SL (kVA)
20
RET total
Fonte: autoria própria

4.1.1. Sistemas de Geração, Distribuição e Unidades Consumidoras do Navio que foram


simulados na ferramenta Simulink do programa MATLAB

O projeto do SAPF e a simulação levaram em consideração três tipos de unidades


consumidoras: as cargas alimentadas pelos retificadores de 24 Vcc; as cargas alimentadas em
115Vca-3F-60Hz (computadores, SIP e equipamentos de uso geral do Navio) e alguns
equipamentos, sistemas ou circuitos específicos que operam em tensão de 5, 12 e 24 Vcc, por
exemplo, os circuitos chaveados dos Painéis de Controle Local (PCL) e das Unidades de
Controle dos Sensores, Radares, Armamentos, Consoles Táticos (ConsTat) do Sistema de
111

Controle Tático (SisConTa Mk III) entre outros; e, por fim, a carga (URA nº 1) acionada pelo
MIT de 105 kVA que é alimentado diretamente em 440Vca-3F-60Hz (considerando a queda de
tensão percentual entre o Grupo Gerador e o QEP de 2%, de acordo com a Figura 37).
Por ocasião da simulação, como já foi relatado anteriormente, as 3 (três) Unidades
Consumidoras (UC-1, 2 e 3) foram alimentadas por apenas 1 (um) dos 4 (quatro) Grupos
Geradores a Diesel de bordo apresentados na Tabela 17. Como os geradores são idênticos e
alimentam, praticamente, os mesmos tipos de cargas, não houve a necessidade de simular todos
os Geradores mencionados.
A Figura 38 contém os SGDEE do Navio carregados com as cargas supracitadas e sem
a atuação do SAPF, onde o Grupo Gerador foi carregado em, aproximadamente, 85,29%
(Potência Aparente Fundamental sem a inclusão das componentes harmônicas, sendo
considerada igual a S1 = Snominal = 554,37 kVA) de sua capacidade máxima (650 kVA). Pode
ser observado que a Potência Aparente total (S), incluindo as componentes harmônicas, ficou
em torno de 88,05% (572,32 kVA) de 650 kVA, destes, os Utilizadores (UC-1 a UC-3)
consumiram, aproximadamente, 97,84% (559,98 kVA) e, as perdas totais na linha de
transmissão (cabos elétricos), ficaram em torno de 2,16% (12,40 kVA).
112

Figura 38 – Modelagem com o Sistema Elétrico de Potência carregado


(sem a atuação do SAPF)
Fonte: autoria própria

Os levantamentos das cargas (Utilizadores ou Unidades Consumidoras), realizados por


meio de diagramas elétricos da Corveta “Barroso” e visitas técnicas efetuadas no referido Navio
e nas OMPS, encontram-se especificados nas Tabelas de 26 a 28, sendo que, devido à cautela
de não sobrecarregar o Grupo Gerador do Navio, algumas cargas da UC-1 não foram incluídas
na simulação. Vale destacar que as cargas excluídas, por ocasião da simulação, não são capazes
de impactar ou interferir nos resultados encontrados.

TABELA 26 - Levantamento total das cargas da Unidade Consumidora nº 1


Cargas dos Retificadores Estáticos nº 1 (5,0 kVA), nº 2 (7,5 kVA) e nº 3 (7,5 kVA) de 24 Vcc
S Vin Vout Icc
Nº Descrições das cargas
(VA) (Vca) (Vcc) (A)
1 Transceptor de Alta Frequência (High Frequency/HF) 72 440 24 3,00
2 Controle de Direção de Tiro do Torpedo (DTT) 95 440 24 3,96
3 Unidade de força, comando e controle do RADIAC 36 440 24 1,50
4 Transceptor de Média Frequência (Medium Frequency- MF) 672 440 24 28,00
5 Painel de controle (PC) do DEGAUSSING 200 440 24 8,33
6 Painel de Iluminação de Emergência nº 1 (PIE-1) 612 440 24 25,50
7 Painel de Iluminação de Emergência nº 2 (PIE-2) 438 440 24 18,25
8 Sistema do anemômetro 6 440 24 0,25
9 Sistema do hodômetro 4 440 24 0,17
10 Unidade de seleção radar 14 440 24 0,58
113

Cargas dos Retificadores Estáticos nº 1 (5,0 kVA), nº 2 (7,5 kVA) e nº 3 (7,5 kVA) de 24 Vcc
S Vin Vout Icc
Nº Descrições das cargas
(VA) (Vca) (Vcc) (A)
11 Unidade de controle de DTT 65 440 24 2,71
12 Dimmer do DTT 1 440 24 0,04
13 Console do sistema de governo nº 2 36 440 24 1,50
14 Central de hora (relógio mestre) 48 440 24 2,00
15 Apito a ar (acionamento de emergência) 15 440 24 0,63
16 Console de Direção de Tiro da alça optrônica 5 440 24 0,21
17 Gabinete eletrônico nº 1 da alça optrônica 240 440 24 10,00
18 Fac Smile (FAX) 27 440 24 1,13
19 Unidade de controle remoto do radar de navegação 25 440 24 1,04
20 Sistema de sinalização e alarme da escoteria 60 440 24 2,50
21 Dimmer switch do anemômetro 6 440 24 0,25
22 Indicador de velocidade do hodômetro 4 440 24 0,17
23 Rastreador Optrônico (Optronic Tracker) 2 440 24 0,08
24 Gabinete eletrônico nº 2 da alça optrônica 240 440 24 10,00
25 Sistema da agulha magnética 15 440 24 0,63
26 Console do Canhão de 40 mm 280 440 24 11,67
27 Console principal de eletricidade 240 440 24 10,00
28 Painel de Controle Local (PCL) do MCA-1 200 440 24 8,33
29 Painel de Controle Local (PCL) do MCA-2 200 440 24 8,33
30 Painel de Controle Local (PCL) do Óleo Diesel nº 1 63 440 24 2,63
31 Console secundário de eletricidade nº 1 1.526 440 24 63,58
32 Console do sistema de governo nº 1 (CML) 288 440 24 12,00
33 Console secundário de eletricidade nº1 24 440 24 1,00
34 Painel de Iluminação de Emergência nº 3 (PIE-3) 738 440 24 30,75
35 Console do sistema de governo no CCM 192 440 24 8,00
36 PCL do MCP de boreste (BE) 300 440 24 12,50
37 PCL do MCP de bombordo (BB) 300 440 24 12,50
38 Console de controle da propulsão no CCM 700 440 24 29,17
39 Console de máquinas auxiliares 767 440 24 31,96
40 Console de controle de avarias 434 440 24 18,08
41 Controle de temperatura da PMV 105 440 24 4,38
42 Console de controle da propulsão no passadiço 25 440 24 1,04
43 Painel de controle do passadiço da asa de BE 11 440 24 0,46
44 Painel de controle do passadiço da asa de BB 11 440 24 0,46
45 Eletroímã do AVR do MCP de BB 39 440 24 1,63
46 Eletroímã do AVR do MCP de BE 39 440 24 1,63
47 Chave limite dos flap's de BB 144 440 24 6,00
48 Chave limite dos flap's de BB 144 440 24 6,00
49 Solenoide de partida do MCP de BB 12 440 24 0,50
50 Solenoide de partida do MCP de BB 12 440 24 0,50
51 Pressostato de partida do MCP de BB 360 440 24 15,00
52 Pressostato de partida do MCP de BE 360 440 24 15,00
53 Sensor de controle da pressão do MCP de BB 1 440 24 0,04
54 Sensor de controle da pressão do MCP de BE 1 440 24 0,04
55 Sensor de carga do MCP de BB 4 440 24 0,17
114

Cargas dos Retificadores Estáticos nº 1 (5,0 kVA), nº 2 (7,5 kVA) e nº 3 (7,5 kVA) de 24 Vcc
S Vin Vout Icc
Nº Descrições das cargas
(VA) (Vca) (Vcc) (A)
56 Sensor de carga do MCP de BE 4 440 24 0,17
57 Painel de Controle Local (PCL) do Óleo Diesel nº 2 56 440 24 2,33
58 Controlador da caixa de temperatura da PMR 350 440 24 14,58
59 Painel de Iluminação de Emergência nº 4 (PIE-4) 1.404 440 24 58,50
60 Inversor Estático de 24Vcc/115Vca/3F/60Hz 3.300 440 24 137,50
61 Painel de Iluminação de Emergência nº 5 (PIE-5) 720 440 24 30,00
62 Painel de Iluminação de Emergência nº 6 (PIE-6) 1.164 440 24 48,50
63 Painel de Iluminação de Emergência nº 7 (PIE-7) 912 440 24 38,00
64 Controlador nº 1 da máquina do leme 24 440 24 1,00
65 Controlador nº 2 da máquina do leme 24 440 24 1,00
66 Painel de teste da oficina de eletrônica 48 440 24 2,00
67 Painel de teste da oficina de eletricidade 48 440 24 2,00
Corrente
Potência Aparente total instalada total
18.512 771,33
(VA) rms consumida
(A) rms
Corrente
Potência Aparente total disponível
total
pelos 3 (três) retificadores 20.000 833,33
consumida
(VA) rms
(A) rms
Potência Aparente total das cargas não lineares Corrente
consideradas na simulação no Simulink total
15.904 683,93
(VA) rms = 79,52% de 20.000 VA consumida
(incluindo as componentes harmônicas) (A) rms
Fonte: autoria própria

TABELA 27 - Levantamento da carga simulada ou Unidade Consumidora nº 2


(incluindo os harmônicos)
Cargas específicas alimentadas em 115Vca-3F-60Hz e 5, 12 e 24Vcc
Vout Ica (A)
Descrições das S Vin Ica (A)
Nº (115 Vca) e e
cargas (kVA) (440Vca/3F/60Hz) (434,49 Vca)
(5, 12 e 24 Vcc) Icc (A)
SIP, computadores
e Equipamentos 678,20 114,73 de 115
1 510,386 434,49 de 440 2.568,58
Diversos Vca-3F-60Hz
(115Vca/3F/60Hz)
Cargas Específicas
2 5,344 434,49 de 440 7,10 4,95 de 5 Vcc 1.080,44
nº 1 (5 Vcc)
Cargas Específicas
3 8,016 434,49 de 440 10,65 11,87 de 12 Vcc 675,27
nº 2 (12 Vcc)
Cargas Específicas
4 10,689 434,49 de 440 14,20 23,74 de 24 Vcc 450,18
nº 3 (24 Vcc)
Fonte: autoria própria
115

TABELA 28 - Levantamento da carga simulada ou Unidade Consumidora nº 3


(incluindo os harmônicos)
Motor de Indução Trifásico alimentadas em 440Vca-3F-60Hz
S Vin N Ica
Descrições das cargas
(kVA) (Vca) (rpm) (A)
Motor de acionamento da URA-1 103,83 de 105 434,49 de 440 1.800 137,97 de 138
Fonte: autoria própria

As Figuras 39 e 40 apresentam os circuitos componentes das UC-1 e 2, a fim de


fornecer ao leitor uma melhor visualização das cargas não lineares do Navio que foram
simuladas e analisadas em conjunto com o Grupo Gerador e o MIT de acionamento da URA-1
da Corveta “Barroso”.

Figura 39 – Circuito dos retificadores de 24 Vcc e 20 kVA e Unidade Consumidora nº 1


Fonte: autoria própria

Figura 40 – Circuitos de 115Vca-3F-60Hz e 5, 12 e 24 Vcc e Unidade Consumidora nº 2


Fonte: autoria própria
116

4.2. SIMULAÇÃO, APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS REFERENTES


À QEE GERADA PELO NAVIO

A fim de verificar as distorções harmônicas e o nível de QEE da Corveta “Barroso”, a


simulação está dividida em 2 (duas) etapas, onde, na primeira, os SGDEE do Navio, formado
pelo Grupo Gerador e as 3 (três) Unidades Consumidoras (UC-1, 2 e 3), são colocados em
funcionamento sem a atuação do SAPF (filtro desligado) e, na segunda, a mesma configuração
é considerada, porém, com o SAPF atuando (filtro ligado).

4.2.1. Simulação e análise dos resultados com o SAPF desligado

Como comentado anteriormente, nesta primeira etapa da simulação, os SGDEE do


Navio foram simulados sem a presença da compensação ou atuação do SAPF e, após colocar o
sistema em funcionamento, foram obtidos os Gráficos dos parâmetros elétricos em função do
tempo (em segundo).

De acordo com a Figura 41, no lado esquerdo, são mostrados os parâmetros


relacionados às tensões que alimentam as UC acopladas ao PCC, as correntes consumidas por
estas cargas (ILabc) e, também, as correntes trifásicas de compensação do SAPF, estas, devido à
não atuação do SAPF, sendo consideradas iguais a zero (ICabc = 0). No lado direito, estão
representadas as grandezas referentes às tensões e correntes do Grupo Gerador do Navio, bem
como as correntes compensadas de referência (ICabc ref ) do SAPF que, neste caso, assim como
foi comentado para as correntes de compensação, também são consideradas iguais a zero.
117

Amplitudes das tensões (V) e correntes (A)

Tempo (s)
Figura 41 – Comportamento dos parâmetros elétricos
(sem a atuação do SAPF)
Fonte: autoria própria

4.2.1.1. Análise das Formas de Onda de Tensão nos terminais do PCC sem o SAPF atuando

Na Figura 42 é mostrado o quanto a forma de onda da tensão, medida a partir do PCC.


foi deformada no decorrer do tempo, isto ocorreu devido ao fato das UC 1 e 2 serem
consideradas cargas não lineares, ou seja, baseadas em circuitos chaveados que possuem
fundamentos originados em eletrônica de potência e que, portanto, se caracterizam por conduzir
e/ou propagar componentes harmônicas múltiplas da frequência fundamental (60 Hz) para um
determinado SEP.

Forma de Onda de VLabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 623,2 V pico (440,7 V rms)
Apico a pico = 2*VLabc pico (V)

Tempo (s)
Figura 42 – Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
118

4.2.1.2. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) nos terminais do PCC sem o SAPF atuando

De acordo com a Figura 43, no que tange à Distorção Harmônica Total (DHTV) e às
Distorções Harmônicas Individuais (DHIV) sofridas pelas tensões no PCC (VLabc ou VLabc PCC),
verifica-se que as componentes de ordens harmônicas (h) iguais a 5, 7, 11 e 13 foram as que
mais contribuíram para o aumento da DHTV neste ponto, cerca de 71,43%, que equivalem a
0,95% de um total de 1,33%. As componentes harmônicas das ordens mencionadas (5, 7, 11 e
13) apresentaram DHI de tensão iguais a 0,33%, 0,21%, 0,22% e 0,19%, respectivamente. Já
as distorções de tensão, geradas pelas outras componentes, ficaram em torno de 28,57% de
1,33%, que equivalem a 0,38%.

VLabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) = 623,2 Vca pico (440,7 V rms), DHTV = 1,33%
Apico a pico = 2*VLabc pico (%)

Ordem Harmônica (pu)


Figura 43 – DHTV e DHIV vistas do PCC
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.1.3. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) nos terminais do PCC sem o SAPF
atuando

Com relação à queda de tensão no PCC, o valor ficou em torno de 2,07% (9,32 Vca)
da tensão de base (450 Vca rms, tensão a vazio de saída nos terminais do Grupo Gerador,
conforme mostrado na Figura 23), resultando em uma tensão próxima de 440,7 Vca rms ou
623,22 Vca pico.
119

Ao suprir uma demanda de 15.903,96 VA, o menor valor de queda de tensão


percentual, medido a partir dos terminais dos retificadores de 24 Vcc, ficou em torno de 3,13%
(0,75 Vcc), resultando em uma tensão igual a 23,25 Vcc, conforme pode ser observada nas
Figuras 38 e 39,

Os circuitos específicos do Navio (sensores, radares, SIP, armamentos, computadores


ou consoles do SiConTa Mk III etc.), os quais trabalham com tensões alternadas de 115 Vca-
3F-60Hz rms e contínuas de 5 Vcc, 12 Vcc e 24 Vcc, ao serem alimentados com o SAPF
desligado, apresentaram em seus terminais tensões e potências aparentes iguais a: 114,73 Vca
rms e 510.386,47 VA; 4,95 Vcc e 5.344,36 VA; 11,87 Vcc e 8.016,54 VA; e 23,74 Vcc e
10.733,22 VA, respectivamente. Conforme podem ser verificadas nas Figuras 38 e 40.

Vale destacar que todos os valores referentes às quedas de tensão supracitadas ficaram
abaixo dos valores estabelecidos em normas [4,75], as quais limitam estes valores entre 3 e 7%,
dependendo dos tipos (I, II e/ou III) de energia elétrica consumida por cada Utilizador. Os tipos
de energia elétrica podem ser visualizados e consultados por meio das Tabelas de 5 a 7,
apresentadas no Capítulo 1 deste trabalho.

4.2.1.4. Análise das Formas de Onda de Tensão do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF
atuando

O módulo da tensão nos terminais de saída do Grupo Gerador sofreu uma redução em
relação à tensão de base do SEP (V rms a vazio = 450 Vca rms ou √2 *450 = 636,4 Vca pico a
vazio), cerca de 1,32% (444,07 Vca rms ou 628 Vca pico). Mesmo que levemente, a forma de
onda da Tensão também ficou deformada quando comparada a uma onda puramente senoidal,
conforme pode ser verificada na Figura 44.
120

Forma de Onda de VSabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 628 V pico (444,07 V rms)
Apico a pico = 2*VLabc pico (V)

Tempo (s)
Figura 44 – Formas de Onda das tensões do SEP
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.1.5. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF atuando

Assim como foi mencionado no item 4.2.1.1 deste Capítulo e, de acordo com a Figura
45, as DHIv que mais influenciaram na distorção harmônica do Grupo Gerador Síncrono (GGS
ou GS), também foram as de ordens harmônicas iguais a 5, 7, 11 e 13, contribuindo em,
aproximadamente, 86,12% de 0,36% (DHTV do SEP), resultando, portanto, em uma DHTV
igual a 0,31%. Desta forma, estas componentes apresentaram DHIv iguais a 0,15%, 0,07%,
0,05% e 0,04%, respectivamente. Logo, o somatório das DHIV das outras componentes ficou
por volta de 0,05%, o que corresponde a 13,88% da DHTv do SEP (0,36%).
121

VSabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) = 628 Vca pico (444,07 V rms), DHTV = 0,36%
Apico a pico = 2*VSabc pico (%)

Ordem Harmônica (pu)


Figura 45 – DHTV e DHIV do SEP
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.1.6. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) do Sistema Elétrico de Potência sem
o SAPF atuando

No que tange à queda de tensão do SEP ou nos terminais de saída do Grupo Gerador,
o valor ficou em torno de 1,317% (5,93 Vca) de 450 Vca rms, resultando em uma tensão
próxima de 628 Vca pico ou 444,07 Vca rms e, desta forma, abaixo de 2%, ou seja, em
conformidade com as normas Navais [4,75] e Figura 37.

4.2.1.7. Análise das Formas de Onda das correntes consumidas pelas Unidades Consumidoras
sem o SAPF atuando

Conforme podem ser verificadas na Figura 46, as deformações das Formas de Onda
provocadas pelas correntes consumidas pelas cargas (especialmente, as UC-1 e 2), são muito
maiores que as deformações relacionadas às tensões (1,33%) e, desta forma, pode-se confirmar
que a opção de ter escolhido um Filtro Ativo de Potência do tipo Paralelo (SAPF), objetivando
mitigar as componentes harmônicas conduzidas pelas correntes ao SEP do Navio, foi adequada,
visto que uma das principais características dos SAPF é a compensação de harmônicos de
corrente, além de serem capazes de compensar outros parâmetros elétricos, tais como: potência
reativa; corrente de neutro; flutuações de tensão; e desbalanços de corrente [54,77], entre outros
122

que devem ser demonstrados mais à frente quando os SGDEE forem simulados com a presença
do referido filtro.

Forma de Onda da Corrente ILabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.019,3 A pico (720,75 A rms)
Apico a pico = 2*ILabc pico (A)

Tempo (s)
Figura 46 – Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC
(sem o SAPF atuando)

4.2.1.8. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções


Harmônicas Individuais de corrente (DHII) das Unidades Consumidoras (UC) sem o
SAPF atuando

De acordo com a Figura 47, as DHII que mais influenciaram na DHTI, também foram
as provenientes das ordens harmônicas 5, 7, 11 e 13 que, por sua vez, apresentaram valores
iguais a 10,39%, 4,83%, 3,78% e 2,50% e, desta forma, contribuindo com, aproximadamente,
21,50% ou 84,05% de 25,58%. O somatório das outras DHII ficou em torno de 4,08% (ou
15,95% de DHTI).
123

Apico a pico = 2*Iabc pico (%) ILabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) =1.019,3 A pico (720,76 A ca rms), DHTI = 25,58%

Ordem Harmônica (pu)


Figura 47 – DHTI e DHII vistas do PCC
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.1.9. Análise das Formas de Onda das correntes equivalentes fornecidas pelo Sistema
Elétrico de Potência sem o SAPF atuando

Analisando a 46 e 48, pode-se constatar que, as deformações das Formas de Onda das
correntes fornecidas pelo Grupo Gerador (ISabc) e das correntes consumidas pelas Cargas (ILabc),
são equivalentes, visto que, como não existe a atuação do SAPF nesta situação, as correntes
equivalentes dos utilizadores estão em série com as correntes geradas pela fonte e, portanto, as
duas correntes (ISabc e ILabc) são iguais e apresentam os mesmos comportamentos. Neste
contexto, pode-se afirmar que os Utilizadores foram os responsáveis por conduzir,
consideravelmente, as componentes harmônicas de corrente aos SGDEE do Navio e, desta
forma, torna-se necessário a implementação de um SAPF no PCC, a fim de cancelar os
harmônicos injetados ou conduzidos para o SEP pelas cargas não lineares.
124

Forma de Onda da Corrente ISabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.019,3 A pico (720,75 A rms)
Apico a pico = 2*ISabc pico (A)

Tempo (s)
Figura 48 – Formas de Onda das correntes do SEP
(sem o SAPF atuando)

4.2.1.10. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções


Harmônicas Individuais de corrente (DHII) do Sistema Elétrico de Potência sem o
SAPF atuando

Conforme os comentários realizados anteriormente e, tendo como base a Figura 49,


pode-se observar que, tanto a DHTI das Unidades Consumidoras quanto a DHTI do Grupo
Gerador, após a simulação sem o SAPF, foram consideradas iguais a 25,58% (DHTI UC = DHTI
SEP).

No que tange às DHII conduzidas para o SEP pelas UC, as mais significativas também
foram as provenientes das ordens harmônicas 5, 7, 11 e 13, as quais apresentaram os seguintes
valores: 10,39%; 4,83%; 3,78%; e 2,50% e, desta forma, somando-se em 21,50%, o que
equivalem a 84,05% de 25,58%. As outras DHII, juntas, resultaram em 4,08% (ou 15,95% de
DHTI do SEP).
125

ISabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) =1.019,3 A pico (720,76 A rms), DHTI = 25,58%
Apico a pico = 2*ISabc pico (%)

Ordem Harmônica (pu)


Figura 49 – DHTI e DHII do SEP
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.1.11. Análise da Distorção de Demanda Total de corrente (DDTI) do Sistema Elétrico de


Potência sem o SAPF atuando

Considerando o SAPF desligado, os valores dos módulos das correntes fundamentais


ou nominais trifásicas fornecidas pelo GS (IS = I1 = 1.019,3 A pico ou 720,76 A rms e frequência
fundamental igual a 60 Hz), desconsiderando as componentes harmônicas mostradas na Figura
38, são iguais aos módulos das correntes equivalentes (IL) consumidas pelas UC. Sendo assim,
de acordo com a Equação (35), tanto da DDTI quanto da DHTI são equivalentes, ou seja, ambos
iguais a 25,58% (DDTI = DHTI).

Por meio dos resultados encontrados na simulação, pode-se calcular os outros


parâmetros elétricos (por exemplo, FPd, FPh, FPv, PH, MT etc.) e, também, projetar e
dimensionar o SAPF para mitigar as componentes harmônicas de corrente, com o propósito de
melhorar a QEE de bordo.

As Tabelas 29 e 30, apresentam os valores dos parâmetros elétricos calculados e


encontrados a partir da simulação com o SAPF desativado (desligado) do SEP do Navio.

Vale destacar que, apesar das Tabelas de 29 a 32 estarem especificando as medições


dos parâmetros elétricos medidos a partir do PCC (DHTV; DHTI; DDTI; PH; MT; FPd; FPh;
126

FPv; e η), a ideia deste trabalho é mitigar as componentes harmônicas equivalentes do SEP e,
para tal, foram considerados os valores equivalentes dos parâmetros supracitados, os quais
foram obtidos por intermédio das medições realizadas nos terminais de saída do Grupo Gerador
principal.

4.2.1.12. Análise dos Fator de Potência verdadeiro (FPV) do Sistema Elétrico de Potência sem
o SAPF atuando

Ao realizar a simulação com o SAPF desligado, o valor encontrado do Fator de


Potência verdadeiro ficou em torno de 0,74, o que significa que houve uma redução de 7,5%
em relação ao limite inferior estabelecido em norma [76], a qual determina que o referido fator
de potência do Sistema deve ser maior ou igual a 0,80, ou seja, o valor encontrado não está em
conformidade com o valor normatizado.

4.2.1.13. Análise do Rendimento (η) do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF atuando

O valor encontrado do rendimento do SEP, sem a presença do SAPF, foi calculado a


partir da Equação (28a) e ficou em torno de 96,55%, haja vista que a tensão de saída e a tensão
de entrada do SEP são iguais a 434,49 a 450, respectivamente.

Vale ressaltar que, nesta pesquisa, apesar de não ter sido encontrada uma norma que
estabeleça, de forma direta, o rendimento mínimo aceitável para os Sistemas Elétricos de
Potência instalados nos Navios da MB, a fim de verificar se o valor do rendimento calculado
ficou dentro dos limites aceitáveis, foi levado em consideração o valor mais alto das tolerâncias
máximas de tensão de saída admissíveis nos terminais dos utilizadores, as quais são
apresentadas nas Tabelas de 5 a 7, item 1.4.1.2, do Capítulo 1. O valor adotado da tolerância
foi de 7% em relação à tensão de base (450 V rms), que resulta em Vo igual 418,50 V rms. Por
consequência, o valor do rendimento mínimo admitido ficou igual a 93% (η = Vo/Vi = 418,59
V / 450 V = 0,93 pu). Sendo assim, o valor do rendimento encontrado na simulação (ηsimulado),
sem a presença do SAPF, está em conformidade com o valor do rendimento admitido em norma
(ηnormatizado) [4], mesmo que indiretamente, ou seja: η simulado = 96,55% > η normatizado = 93%.

As Tabelas 31 e 32 apresentam todos os valores medidos durante a segunda etapa da


simulação (SAPF ligado), a qual teve como objetivo principal mitigar os harmônicos
indesejáveis de corrente que foram conduzidos aos SGDEE pelas Unidades Consumidoras da
Corveta “Barroso”.
127

TABELA 29 – Comparação entre os valores de DHT, DDT e PH, encontrados na simulação e os


limites estabelecidos em normas – SAPF desligado [4, 32]
Limites especificados
em Normas para Resultados em
Vpcc ≤ 1kV e conformidade
Equações Dados
Parâmetros Rcc ≤ 20 com as Normas
Utilizadas encontrados
(Sim ou Não)
Tabela 5 Tabela 15
[4] [32]
DHTV (%) vista do PCC
(35) 1,33 5 8 Sim
(UC)
DHTV (%) do SEP
(35) 0,36 5 8 Sim
(Terminais do Gerador)
DHTI (%) vista do PCC
(36) 25,58 5 5 Não
(UC)
DHTI (%) do SEP
(36) 25,58 5 5 Não
(Terminais do Gerador)
DDTI (%) do SEP
(37) 25,58 5 5 Não
(Terminais do Gerador)
Poluição Harmônica (%)
(42) do PCC (PH)PCC 25,61 7,07 9,43 Não
vista do PCC (UC)
Poluição Harmônica (%)
(42) do SEP (PH)SEP 25,58 7,07 9,43 Não
(Terminais do Gerador)
Fonte: autoria própria

TABELA 30 – Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e
MT e os limites estabelecidos em normas – SAPF desligado [4, 75, 76]
Correntes, Tensões e Fatores de Potência calculados a partir da simulação
Terminais Terminais dos
Resultados
de saída Terminais RET-1/2/3 e
Equações Estado do satisfazem
Parâmetros do do PCC Circuitos
utilizadas SAPF as normas
Gerador (UC-1/2/3) Específicos (CE
(SEP) 1/2/3/4)
(RET-1,2 e
3662,61 (24Vcc)
(CE-1/2/3/4)
I1 (A rms) 720,76 720,76
- 1.046,74 (5Vcc) Desligado Sim
(sem harmônico) (CA) (CA)
654,21 (12Vcc)
436,14 (24Vcc)
2.483,92 (115Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,25 (Vcc)
(CE-1/2/3/4)
V1 (V rms) 444,07 440,7
- 4,95 (5Vcc) Desligado Sim
(sem harmônico) (Vca) (Vca)
11,87 (12Vcc)
23,74 (24Vcc)
114,74 (Vca)
128

Correntes, Tensões e Fatores de Potência calculados a partir da simulação


Terminais Terminais dos
Resultados
de saída Terminais RET-1/2/3 e
Equações Estado do satisfazem
Parâmetros do do PCC Circuitos
utilizadas SAPF as normas
Gerador (UC-1/2/3) Específicos (CE
(SEP) 1/2/3/4)
(RET-1,2 e 3)
683,95 (24Vcc)
I (CE-1/2/3/4)
744,10 744,10
(36) (A rms) 1.080,44 (5Vcc) Desligado Sim
(CA) (CA)
(com harmônico) 675,27 (12Vcc)
450,18 (24Vcc)
2.568,58 (115Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,25 (Vcc)
V (CE-1/2/3)
444,07 440,04
(35) (V rms) 23,74 (Vcc) Desligado Sim
(Vca) (Vca)
(com harmônico) 11,87 (Vcc)
4,95 (Vcc)
114,73 (Vca)
Vmáx 444,85 440,70
- 23,74 (Vcc) Desligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
Vmín 443,73 439,96
- 23,25 (Vcc) Desligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
Vsaída 434,49 440,04
- 23,25 (Vcc) Desligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
Ventrada 450 450 24, 12, 5 (Vcc)
- Desligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca) 115 (Vca)
FPd
(40) 0,94 0,94 - Desligado Sim
(pu)
FPh
(41a) 0,79 0,79 - Desligado Não
(pu)
FPv
(38c) 0,74 0,74 - Desligado Não
(pu)
MT
(34) 0,13 0,084 0,01 Desligado Sim
(%)
η
(28a) 96,55 97,79 96,87 Desligado Sim
(%)
Fonte: autoria própria

4.2.2. Desenvolvimento do projeto e dimensionamento do SAPF e dos seus componentes

Antes de dar prosseguimento à simulação com o SAPF ligado, torna-se necessário


projetar os parâmetros do filtro em questão, tais como: tensão contínua de referência (VDC ref),
capacitor do link de corrente contínua (CDC), indutores de acoplamento (Lf), frequência de
chaveamento (fSW) do VSI, ganhos (GP e GI) do controlador PI, constante de tempo (𝜏) dos FPB,
faixa de operação ou largura de banda (LB) do controlador de corrente por Banda de Histerese,
algoritmo contendo a Transformada de Clarke para calcular P0, I0, p e q e, finalmente, o
129

algoritmo fundamentado na Transformada Inversa de Clarke, responsável por gerar a ICabc ref. A
fim de realizar os referidos cálculos, foram utilizados os dados obtidos por meio do critério de
amostragem de Nyquist, onde é estabelecido que o sinal seja amostrado ou registrado em, pelo
menos, 2 (duas) vezes o valor da frequência mais alta medida (fs ≥ 2*hmáx*f ) [13]. De acordo
com a Figura 50, pode ser constatado que os valores dos parâmetros, encontrados utilizando-se
do Teorema de Nyquist e considerando 1 < h ≤ ∞, são maiores quando comparados aos que
foram apresentados nas Figuras de 42 a 49 e Tabelas 29 e 30 e, portanto, estes foram
considerados para a realização dos cálculos referentes ao projeto do SAPF.

Figura 50 – Medições dos principais parâmetros


(sem o SAPF atuando e h→∞)
Fonte: autoria própria

4.2.2.1. Tensão contínua de referência (VDC ref)

Substituindo os valores referentes ao PCC encontrados nas Tabelas 29 e 30, na


Equação (47c), encontra-se:
130

𝑉 = 2 ∗ √2 ∗ 𝑉 ( ) ∗ (1 + 𝐷𝐻𝑇 ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇

𝑉 = 2 ∗ √2 ∗ (440,04 𝑉) ∗ (1 + 1,35%) ∗ 1 + (1,35%)²

𝑉 =𝑉 ( ) ≈ 1.261,54 𝑉

Valor assumido no projeto, VDC ref = 1.300 V.

4.2.2.2. Capacitor do link de corrente contínua (CDC)

Antes de dar início aos cálculos dos componentes do SAPF (capacitores, indutores
e/ou resistores), é importante destacar que, nesta pesquisa, a fim de validar a simulação e a
aplicação do referido filtro, o dimensionamento de tais componentes foi realizado utilizando-
se dos métodos de cálculos existentes. No entanto, vale ressaltar que os filtros ativos de potência
reais possuem componentes comerciais que devem ser capazes de garantir a sua performance
próxima do que foi projetado neste trabalho. Sendo assim, a escolha de cada componente deverá
ficar a critério do fabricante de tal equipamento.

Substituindo os valores do PCC encontrados nas Tabelas 29 e 30, na Equação (48b),


encontra-se:

𝐼 ( ) ∗ (𝐷𝐻𝑇 ) 1.019,3 𝐴 ∗ (25,66%)


𝐶 = = = 997,51 µF
4 ∗ √3 ∗ 𝑓 ∗ 𝑉 ( ) 4 ∗ √3 ∗ 60𝐻𝑧 ∗ (1.261,54 V/2)

0,80*CDC ≤ faixa de ajuste do CDC ≤ 1,20*CDC

798,01 µF ≤ faixa de ajuste do CDC ≤ 1.197, 01 µF

Valor assumido no projeto, CDC = 935 µF.

4.2.2.3. Indutores de acoplamento (Lf ou Lfabc)

Considerando que o VSI está operando na região linear de corrente, então: 0 ≤ ma ≤


1), onde, no projeto do SAPF, o índice de modulação escolhido foi igual a unidade (ma = 1).
Sendo o valor da frequência fundamental igual a 60 Hz e, substituindo os valores do PCC,
encontrados nas Tabelas 29 e 30, nas Equações (43e) e (44), encontra-se:
131

𝑚𝑎 ∗ 𝑉𝐿1( ) ∗ 𝐷𝐻𝑇 1 ∗ 440,04 𝑉 ∗ 1,35%


𝐿𝑓 = = = 85,20 µH
𝜔 ∗𝐼 ( ) ∗ 𝐷𝐻𝑇 2𝜋 ∗ 60𝐻𝑧 ∗ 720,76 𝐴 ∗ 25,66%

0,80 ∗ 𝐿𝑓 ≤ 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐿𝑓 ≤ 1,20 ∗ 𝐿𝑓

68,16 µH ≤ 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐿𝑓 ≤ 102,24 µH

Valor assumido no projeto, Lf = 70 µH.

4.2.2.4. Frequência de chaveamento (fSW), frequência máxima de chaveamento (fSW máx) e


ordem harmônica máxima do VSI

A frequência de chaveamento do VSI é calculada a partir das Equações (45a) e (45b),


tal que:

𝑉𝐿1( ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇
𝜔 = 2𝜋 ∗ 𝑓 = 2𝜋 ∗ ℎ𝑚á𝑥 ∗ 𝑓 =
𝐿𝑓 ∗ 𝐼𝐿1( ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇

𝑉𝐿1( ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇 440,04 V ∗ 1 + (1,35%)


𝜔 = =
𝐿𝑓 ∗ 𝐼𝐿1( ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇 85,20 µH ∗ 720,76 𝐴 ∗ 1 + (25,66%)

𝜔 = 6.941,52 𝑟𝑎𝑑/𝑠

𝜔 6.941,52 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑓 = = = 1.104,78 𝐻𝑧
2𝜋 2𝜋

Valor assumido no projeto, f sw = 1.140 Hz ou 1,14 kHz.

O valor máximo da ordem harmônica (hmáx) do SAPF é calculado tendo como


referência a frequência de chaveamento (1.400 Hz) do VSI, tal que:

𝑓 sw 1.140 𝐻𝑧
ℎ á ≤ = = 19
𝑓1 60 𝐻𝑧

Valor assumido no projeto, hmáx = 19, onde: 1 ≤ h ≤ 19.

𝑓 á < 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑓 á <𝑓 á

2 ∗ 𝑓 (𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑁𝑦𝑞𝑢𝑖𝑠𝑡 𝑜𝑢 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟) < 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑓 á < 10 ∗ 𝑓


132

2.280 𝐻𝑧 < 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑓 á < 11.400 𝐻𝑧

Valor assumido no projeto, f sw máx = 10.000 ou 10 kHz.

4.2.2.5. Ganhos Proporcional (GP) e Integral (GI) do controlador PI

Para calcular os valores dos ganhos proporcional (GP) e integral (GI) do controlador
PI, faz-se o uso da Tabela 16 apresentada no Capítulo 3 deste trabalho e que, por sua vez,
postula as regras de sintonia de Ziegler-Nichols para controladores PID. Assumindo que os
valores do tempo de atraso (𝜏𝑎) e da constante de tempo (𝜏) sejam iguais a 0,3 ms e 2,67 ms,
respectivamente, então:

,
𝑇 = ,
= ,
= 1 ms (tempo de integração do controlador PI)

Valor assumido no projeto, TI = 1 ms.

,
𝐺 = 0,9 ∗ = 0,9 ∗ ,
= 8 (ganho proporcional do controlador PI)

Valor assumido no projeto, GP = 8.

𝐺 = = = 8000/s (ganho integral do controlador PI)

Valor assumido no projeto, GI = 8.000/s.

4.2.2.6. Constantes de tempo (𝜏) dos FPB

Assumiu-se que os dois FPB possuem as mesmas constantes de tempo (𝜏 =


𝜏 ), onde o valor adotado para cada filtro foi igual a 10 (dez) vezes a constante de tempo
(𝜏) do controlador PI, ou seja: 𝜏 =𝜏 = 10 ∗ 𝜏 = 10 ∗ 1 𝑚𝑠 = 10 𝑚𝑠.

Desta forma, considerando-se que cada FPB possui uma resistência igual a 1 Ω (RFPB
= RFPB-1 = RFPB-2 = R) e que, por consguinte, ambos devem ter a capacidade de cortar as
frequências harmônicas acima da frequência fundamental, cerca de 10 a 20% (1,10*f ≤ fc ≤
1,20*f), logo, por meio da Equação (48a), pode-se calcular as constantes de tempo (𝜏 =
𝜏 =𝜏 ) e as capacitâncias (CFPB1 = CFPB2 = CFPB) dos FPB.
133

Os valores das frequências de corte (𝑓 = 𝑓 =𝑓 ), dos


fatores de ajuste (Fa) e das faixas de operação dos FPB, são calculados por intermédio das
Equações de (68a) a (69).

𝜏 =𝑅∗𝐶 =𝑅 ∗𝐶 =𝜏 =𝜏 =𝜏 = 10 𝑚𝑠 e RFPB = 1 Ω,

Da Equação (48a), resulta:

𝐶 = = (67)

𝐶 = = = 10 𝑚𝐹

Valor assumido no projeto, CFPB, CFPB-1 ou CFPB-2 = 10 mF.

Os ajustes das frequências de corte dos FPB devem atender ao seguinte critério:

1,10 ∗ 𝑓 ≤ 𝑓 = ∗ ∗
≤ 1,20 ∗ 𝑓 (68a)

𝑓 í ≤ 𝑓 = ∗ ∗
≤𝑓 á (68b)

66 Hz ≤ 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑓 ≤ 72 Hz

Valor assumido no projeto, fcorte FPB, fcorte FPB-1 ou fcorte FPB-2 = 70,04 Hz.

Assumindo que f = 60 Hz e R=1 Ω, das Equações (67) e (68), obtém-se:

2π ∗ 𝑓 í ∗ 𝑅 ∗𝐶 ≤ 𝐹𝑎 ≤ 2π ∗ 𝑓 á ∗ 𝑅 ∗𝐶 (69)

66 Hz ∗ 2π ∗ √10 𝑚𝑠 ≤ 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝐹𝑎 ≤ 72 Hz ∗ 2π ∗ √10 𝑚𝑠

41,47 ≤ 𝐹𝑎 ≤ 45,24

Valor assumido no projeto, Fa FPB, Fa FPB-1 ou Fa FPB-2 = 44.

𝝉𝑭𝑷𝑩 = 𝟏𝟎 𝐦𝐬
𝒄𝑭𝑷𝑩 = 𝟏𝟎 𝐦𝐅⎧

Resumidamente, os parâmetros assumidos dos FPB, foram: 𝑹𝑭𝑷𝑩 = 𝟏 𝛀
⎨𝒇𝒄𝒐𝒓𝒕𝒆 𝑭𝑷𝑩 = 𝟕𝟎, 𝟎𝟑 𝐇𝐳

⎩ 𝑭𝒂 = 𝟒𝟒
134

4.2.2.7. Faixa de operação ou largura de banda (LB) do controlador de corrente por Banda de
Histerese

Com relação ao ganho do controlador de corrente por Banda de Histerese (BH), a faixa
de ajuste considerada foi de 10 a 20% acima do valor do erro estacionário ou de regime
permamente e, de acordo com as Equações (65d), (70a) e (70b), obtém-se:

1,10*Gc ≤ ajuste de GC ≤ 1,20*Gc (70a)

Gcmín ≤ ajuste de GC (ou GCa) ≤ Gcmáx (70b)

Valor assumido no projeto para um ajuste de 1,15 e Gc = 1,104, GCajustado = Gca = 1,27.

I ( á ) = 540 A pico
Sendo 𝑒 ( á ) = Gc ∗ (I ( á ) −I ( á )) e
I ( á ) = 500 A pico

𝑒 ( á ) = 1,27 ∗ (540 𝐴 − 500 𝐴) = 50,8 A pico ; 𝑒


Então,
𝑒 ( í ) = 1,27 ∗ [−540 𝐴 − (−500 𝐴)] = − 50,8 A pico.

O controlador por banda de histerese deve operar dentro da largura de banda (ou
largura de faixa) estabelecida pelos limites inferior e superior, tal que:

−𝑒 ( í ) ≤ ajuste da Largura de Faixa (LF ou BH) ≤ + 𝑒 ( á )

− 50,8 A pico ≤ ajuste da Largura de Faixa (LF ou BH) ≤ 50,8 A pico

Sendo assim, com relação ao chaveamento do gate de cada MOSFET do VSI, o


controlador em questão foi projetado para operar da seguinte forma:

se: BH < −50,8 A pico, o pulso é igual a "1" e a chave do gate é ligada; e
Onde,
se: BH > + 50,8 A pico, o pulso é igual a "0" e a chave do gate é desligada.

4.2.2.8. Algoritmo contendo a Transformada de Clarke para calcular P0, I0, p e q

Basicamente, o algoritmo utiliza a Transformada de Clarke para efetuar as mudanças


de coordenadas (de abc para 0𝛼𝛽) e, após as referidas mudanças, realiza os cálculos da corrente
instantânea de sequência zero (I0) e das potências instantâneas ativa de sequência zero (P0),
ativa de sequência positiva (p) e reativa de sequência negativa (q). Vale destacar que o
135

algoritmo foi criado no Simulink tendo como referência as Equações de (51) a (56) que estão
postuladas no Capítulo 3, item 3.2.2.4.1.1, deste trabalho.

4.2.2.9. Algoritmo contendo a Transformada Inversa de Clarke para calcular as correntes


compensadas de referência (ICabc ref)

A criação do algoritmo responsável por realizar os cálculos das correntes compensadas


de referência trifásicas (ICabc ref), seguiu o mesmo procedimento estabelecido no item anterior,
no entanto, foi utilizada a Transformada Inversa de Clarke para realizar as mudanças de
coordenadas (de 0𝛼𝛽 para abc), conforme postulada na Equação (63).

4.2.3. Simulação e análise dos resultados com o SAPF ligado

Uma vez que o SAPF foi projetado adequadamente, inicia-se a simulação com a adição
deste filtro no SEP do Navio. A Figura 51 representa os SGDEE da Corveta “Barroso”
carregados com as três UC e, também, o SAPF ligado e acoplado ao PCC, com a finalidade de
mitigar as componentes harmônicas do sistema e, com isto, melhorar os parâmetros elétricos
(FPd, FPh, FPV, DHT, DDT, ηSEP, entre outros) que, de acordo com a simulação do sistema sem
atuação do SAPF (filtro desligado) e as Tabelas 29 e 30, ficaram fora dos limites estabelecidos
em normas.
136

Figura 51 – Modelagem com o Sistema Elétrico de Potência carregado


(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

Assim como foi observado na Figura 41, também são mostrados na Figura 52 os
comportamentos dos parâmetros elétricos em função do tempo (em segundo), tais como:
tensões nos terminais do PCC (lado esquerdo) e do Grupo Gerador (lado direito); as correntes
elétricas consumidas pelas UC (lado esquerdo); as correntes elétricas equivalentes (lado direito)
fornecidas pelo Grupo Gerador ou SEP em análise, após o SAPF ser conectado ao sistema; e,
finalmente, as correntes de compensação (lado esquerdo) e as correntes compensadas de
referência (lado direito) trifásicas do SAPF.

Devido à atuação do filtro supracitado, percebe-se que as distorções harmônicas tanto


de tensão quanto de corrente, considerando o SAPF atuando na faixa de 60 (h=1) a 1.140 Hz
(h=19), foram bastante mitigadas e, consequentemente, a forma de onda de cada fase,
praticamente, ficou com o seu comportamento igual ao de uma onda puramente senoidal. Os
dados calculados e colhidos, por ocasião da simulação, são detalhados e explorados mais
adiante.
137

Amplitudes das tensões (V) e correntes (A)

Tempo (s)
Figura 52 – Comportamento dos parâmetros elétricos
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.1. Análise das Formas de Onda de Tensão nos terminais do PCC com o SAPF atuando

Como já foi mencionado anteriormente, a fim de diminuir a DHTV e a DHTI do SEP,


o SAPF injetou harmônico no PCC, deste modo, por intermédio da Figura 53, pode-se visualizar
a forma onda de cada tensão nos terminais do PCC, após a atuação ou compensação do SAPF
inserido no SEP.

Forma de Onda de VLabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 620,7 V pico (438,9 V rms)
Apico a pico = 2*VLabc pico (V)

Tempo (s)
Figura 53 – Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
138

4.2.3.2. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) nos terminais do PCC com o SAPF atuando

Na Figura 54, são apresentadas as DHIV das componentes (harmônicas, inter-


harmônicas e sub-harmônicas) que mais influenciaram no aumento da DHTV, medidas a partir
do Ponto de Acoplamento Comum ou PCC. Neste contexto, pode ser verificado que, após a
inclusão do SAPF, além das componentes harmônicas de ordens superiores (h > 1, múltiplas e
inteiras em relação à frequência fundamental (f1) ou à 60 Hz), também foram geradas as
componentes inter-harmônicas (h > 0 e não inteiras) e sub-harmônicas (0 < h < 1, um caso
particular das componentes inter-harmônicas), ambas dadas por fh = h*f1 [79]. Estes fenômenos
estão diretamente relacionados ao fato de o VSI possuir, em seus terminais, um filtro indutivo
(ou indutores de acoplamento) que, como já comentado neste trabalho, entre outras funções,
tem a capacidade de acoplar e/ou desacoplar o SAPF dos Sistemas de Geração, Distribuição e
Utilizadores. Deste modo, partindo das premissas que tanto o filtro quanto o acoplamento e o
desacoplamento ideais não existem, há sempre um grau de acoplamento ou desacoplamento
envolvido no processo e, sendo assim, as componentes sub-harmônicas, inter-harmônicas e/ou
harmônicas, geradas pelas correntes e tensões associadas à carga, podem estar presentes no lado
de CC do SAPF e, por consequência, serem conduzidas para o lado da fonte, através do PCC.

Por meio da simulação, verificou-se que as componentes iguais a: 48 Hz (0,005%, sub-


harmônica), 72 Hz (0,005%, inter-hamônica), 300 Hz (0,01%, harmônica) e 420 Hz (0,005%,
harmônica), foram as que mais contribuíram para que a DHTV no PCC fosse aumentada. Sendo
assim, o somatório das Distorções Harmônicas Individuais de tensão (DHIV), causadas por estas
frequências, ficou em torno de 0,025% (equivalendo a 83,33% de 0,03%), enquanto, as demais
componentes, juntas, ficaram com uma distorção equivalente, aproximadamente, igual a
0,005% (16,67% de 0,03%).

Desta forma, por ocasião da atuação do SAPF, a DHTV no PCC ficou igual a 0,03%,
portanto, nesta segunda etapa da simulação, pode-se afirmar que houve uma diminuição
significativa da Distorção Harmônica Total de tensão neste ponto, cerca de 97,74%, ou seja,
uma redução de 1,33% para 0,03%.
139

VLabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 621,7 V pico (439,6 V rms), DHTV = 0,03%
Apico a pico = 2*VLabc pico (%)

Frequência (Hz)
Figura 54 – DHTV e DHIV vistas do PCC
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.3. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) nos terminais do PCC com o SAPF
atuando

Durante a simulação do SEP com o SAPF atuando, a tensão de linha, medida a partir
dos terminais do PCC, apresentou magnitude igual a 625,78 V pico ou 442,49 V rms, ou seja,
uma queda percentual igual a 1,67% quando comparada com o módulo da tensão de base (636,4
Vpico ou 450 Vrms). Sendo assim, o valor encontrado está em conformidade com as tolerâncias
máximas normatizadas (variando de 3 a 7%, dependendo do tipo de energia elétrica
consumida).

4.2.3.4. Análise das Formas de Onda de Tensão do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF
atuando

Pode-se verificar que, durante a simulação, a DHTV do SEP foi bastante reduzida e,
consequentemente, a distorção da forma de onda da tensão do sistema (tensão fornecida pelo
Grupo Gerador em estudo) também foi diminuída, implicando, portanto, no comportamento de
uma onda puramente senoidal, conforme pode ser comprovado por meio da Figura 55.
140

Apico a pico = 2*VSabc pico (V) Forma de Onda de VSabc na Frequência Fundamental (60 Hz) ) = 627,2 V pico (443,50 V rms)

Tempo (s)
Figura 55 – Formas de Onda das tensões do SEP
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.5. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF atuando

Tendo como base a Figura 56, é possível verificar que as DHIV que mais influenciaram
no aumento da DHTV do SEP também foram as que possuem frequências iguais 48 Hz (0,005%,
sub-harmônica), 72 Hz (0,005%, inter-harmônica) e 300 Hz (0,005%, harmônica) e, desta
forma, resultando em um valor máximo de Distorção Harmônica Individual de tensão (DHIV
máx) igual a 0,005%, onde o somatório das referidas distorções ficou cerca de 0,015%,
equivalendo, portanto, a 75% da DHTV do SEP, que é igual a 0,02%. As demais DHIV, somadas,
resultaram em 0,005%, ou seja, 25% de 0,02% ou da DHTV do sistema analisado.

Como supracitado, devido à compensação do SAPF, a DHTV dos SGDEE da Corveta


“Barroso” foi reduzida de 0,36% (DHTV sem a compensação do SAPF) para 0,02% (DHTV
com a atuação ou compensação do SAPF) e, portanto, nesta segunda etapa da simulação, a
Distorção Harmônica Total de tensão do sistema em análise foi diminuída consideravelmente,
cerca de 94,44%.

Neste contexto, verifica-se que os valores encontrados ficaram dentro dos limites
estabelecidos nas normas vigentes, onde, conforme especificados na Tabela 15, são
recomendados os seguintes valores: DHIV máx ≤ 5% [4, 32] e DHTV ≤ 5% [4] ou 8% [32].
141

Apico a pico = 2*VSabc pico (%) VSabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 627,3 V pico (443,6 V rms), DHTV = 0,02%

Frequência (Hz)
Figura 56 – DHTV e DHIV do SEP (com o SAPF atuando)
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.6. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) do Sistema Elétrico de Potência com
o SAPF atuando

A tensão equivalente do SEP, medida a partir dos terminais de saída do Grupo Gerador
principal, ficou em torno de 443,55 Vrms e, consequentemente, apresentando uma queda de
tensão percentual (V%), em relação à tensão de base do sistema (450 Vrms), igual a 1,43%.
Deste modo, o valor encontrado está em conformidade com os limites estabelecidos em normas
[4,75], visto que, de acordo com a Figura 37, é possível verificar que as quedas de tensão
admitidas, nos terminais de saída do Grupo Gerador, devem possuir valores máximos iguais a
2%.

4.2.3.7. Análise das Formas de Onda das correntes consumidas pelas Unidades Consumidoras
com o SAPF atuando

De acordo com as Figuras de 57 a 58, pode-se verificar que as distorções nas Formas
de Onda das correntes consumidas pelos Utilizadores (ILabc) e a Distorção Harmônica Total das
correntes dos Utilizadores (DHTI UC), medidas a partir do PCC, não foram mitigadas pelo SAPF,
ou seja, mesmo que de forma branda, houve um aumento de 0,75% nas referidas distorções,
passando de 25,58% (filtro desligado) para 26,33% (filtro ligado). No entanto, apesar destes
acréscimos, vale lembrar que os SAPF não são projetados com a finalidade de eliminar os
142

harmônicos das correntes consumidas pelas cargas, mas, sim, devem ter a capacidade de
cancelar estes harmônicos e, com isto, evitar que sejam conduzidos para as correntes da fonte.

Forma de Onda de ILabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.022 A pico (722,66 A rms)
Apico a pico = 2*ILabc pico (A)

Tempo (s)
Figura 57 – Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.8. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções


Harmônicas Individuais de corrente (DHII) das Unidades Consumidoras (UC) com o
SAPF atuando

Na Figura 58, são mostradas as Distorções Harmônicas Total e Individuais (DHTI e


DHII) relacionadas às correntes consumidas pelas cargas, onde verifica-se que as componentes
harmônicas que mais influenciaram na DHTI das UC, incluindo os efeitos das correntes de
compensação, foram as de 5ª, 7ª, 11ª, 13ª, 17ª e 19ª ordens, onde estas componentes
apresentaram valores de DHII iguais a 10,46%, 4,92%, 3,86%, 2,64%, 2,29% e 1,73%,
respectivamente. O somatório destas componentes ficou em torno de 25,90%, equivalendo a
98,37% da DHTI , sendo esta considerada igual a 26,33%.

Como já mencionado no item anterior, o SAPF, apesar de ter diminuído a DHTV nos
terminais do PCC, não conseguiu reduzir a DHTI UC, o que deve ser considerado como normal,
haja vista que o SAPF não é projetado ou dimensionado com o propósito de mitigar as
distorções nas Formas de Onda e componentes harmônicas, sub-harmônicas e/ou sub-
harmônicas geradas nas próprias cargas, mas, sim, evitar que tais grandezas sejam conduzidas
para as correntes equivalentes do sistema.
143

Neste contexto, o processo de cancelamento dos harmônicos é realizado por meio das
correntes de compensação do SAPF (ICabc) que são injetadas no PCC para garantir que as
correntes da fonte (ISabc) não sofram com as distorções harmônicas, inter-harmônicas e/ou sub-
harmônicas geradas pelas cargas não lineares. Desta forma, como as correntes compensadas
(ICabc) são acrescentadas às correntes trifásicas da fonte (ISabc), então a corrente eficaz
equivalente da fonte (IS equivalente) é igual ao somatório proveniente da corrente eficaz de
compensação (IC) e da corrente eficaz consumida pelos Utilizadores (IL), resultando em uma
corrente igual a IS equivalente = IL + IC (valores eficazes de cada linha, após a atuação do SAPF).

ILabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.020 A pico (721,25 A rms), DHTI = 26,33%
Apico a pico = 2*ILabc pico (%)

Ordem Harmônica (pu)


Figura 58 – DHTI e DHII vistas do PCC
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.9. Análise das Formas de Onda das correntes equivalentes fornecidas pelo Sistema
Elétrico de Potência com o SAPF atuando

Haja vista que o SAPF foi projetado visando mitigar, principalmente, as distorções
harmônicas equivalentes do SEP, finalmente chegou o momento de analisar as DHI e DHT
existentes nas correntes do SEP do Navio e provocadas pelas correntes dos Utilizadores
considerados não lineares. Deste modo, por meio das Figuras 59 e 60, são analisadas tanto as
DHII quanto a DHTI, visando verificar se o SAPF dimensionado neste trabalho está cumprindo
com a sua função de cancelar as distorções harmônicas provenientes das UC e, com isto,
evitando que elas sejam conduzidas para as correntes equivalentes do sistema.
144

Baseando-se nas Figuras 59 e 60, é possível observar que, após a atuação do SAPF,
houve uma redução significativa em relação às Formas de Onda, DHII e DHTI do SEP do Navio.
Neste sentido, pode-se comprovar que o SAPF compensou de modo eficiente as componentes
e distorções harmônicas provocadas ou geradas pelas cargas não lineares.

Forma de Onda de ISabc na Frequência Fundamental (60 Hz) ) = 1.082 A pico (765,09 A rms)
Apico a pico = 2*ISabc pico (A)

Tempo (s)
Figura 59 – Formas de Onda das correntes do SEP
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.10. Análise da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) e das Distorções


Harmônicas Individuais de corrente (DHII) do Sistema Elétrico de Potência com o
SAPF atuando

Por meio da Figura 60, pode ser verificado que o SAPF foi capaz de mitigar as
componentes harmônicas do SEP em, aproximadamente, 98,05%, ou seja, após a compensação
do referido filtro, no que tange à DHTI do SEP, de acordo com a Figuras 49 e 60, observa-se
que houve uma redução significativa, ou seja, de 25,58% para 0,50%. Neste contexto, percebe-
se que as DHII mais relevantes, com relação ao acréscimo da DHTI do sistema em análise, foram
as que possuem ordens harmônicas iguais a 5, 7 e 17, valendo, 0,225%, 0,075% e 0,03%,
respectivamente e, sendo assim, totalizando em 0,33%, ou seja, 66% de 0,50%. Portanto, por
ocasião da simulação com a presença da compensação do SAPF, verificou-se que o SEP
analisado apresentou DHII máx e DHTI iguais a 0,225% e a 0,50%, simultaneamente. E, desta
forma, de acordo com a Tabela 15, os valores encontrados durante a simulação ficaram em
conformidade com os limites estabelecidos nas normas vigentes [4, 32], ou seja: DHII máx ≤ 4%
e DHTI ≤ 5%.
145

ISabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.082 A pico (765,09 A rms), DHTI = 0,50%
Apico a pico = 2*ISabc pico (%)

Ordem Harmônica (pu)


Figura 60 – DHTI e DHII do SEP
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria

4.2.3.11. Análise da Distorção de Demanda Total de corrente (DDTI) do Sistema Elétrico de


Potência com o SAPF atuando

Sendo os módulos das correntes do SEP (I1) e os módulos das correntes consumidas
pelas Unidades Consumidoras de 1 a 3 (IL) iguais a 765,10 A e 743,44 A, respectivamente, e
assumindo-se que o valor encontrado da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) ficou
em torno de 0,50%, então, por intermédio da Equação (37), encontra-se o valor da Distorção de
Demanda Total de corrente (DDTI), aproximadamente, igual a 0,51%. Desta forma, utilizando-
se da Tabela 15 verifica que, para uma relação de curto-circuito (Rcc) menor ou igual a 20 e
uma tensão do ponto de acoplamento comum compreendida entre 120 V e 69 kV (VPCC = 442,49
V rms), o valor da DDTI mencionado (0,51%) está em conformidade com o limite máximo
estabelecido em [32], que é igual a 8%.

4.2.3.12. Análise dos Fator de Potência verdadeiro (FPV) do Sistema Elétrico de Potência com
o SAPF atuando

Analisando as Tabelas 29 e 30 e comparando-as com as Tabelas 31 e 32, é possível


constatar que o SAPF, além de melhorar PH, MT, DHTI, DHTV e DDTI, também aumentou,
significativamente, os fatores de potência (FPd, FPh e FPV) do sistema em análise, de: 0,94
(FPd); 0,79 (FPh); e 0,74 (FPV), para: 0,97 (FPd); 1,00 (FPh); e 0,97 (FPV). Sendo assim, o
146

valor encontrado do FPV (0,97) está em conformidade com a norma Naval [76], a qual
estabelece que o referido valor deve ser igual ou maior que 0,80.

4.2.3.13. Análise do Rendimento (η) do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF atuando

O rendimento do sistema, que pode ser calculado por intermédio da Equação (28a),
após a implementação do SAPF, melhorou cerca de 0,34%, ou seja, aumentou de 96,55% (sem
a presença do SAPF) para 96,89% (com a presença do SAPF). Isto ocorreu devido ao fato do
módulo da tensão de saída (Vo) ter sido aumentado de 434,49 V (Figura 38) para 436,01 V
(Figura 51), apenas. Desta forma, pode-se afirmar que, ao ser implementado o SAPF em um
determinado Sistema de Geração ou Distribuição de EE, não há redução ou aumento
significativo no rendimento de tal sistema e, portanto, pode-se afirmar que o SAPF não interfere
neste quesito, haja vista que, de acordo com a simulação, o referido parâmetro foi considerado,
praticamente, constante.

As Tabelas 31 e 32 apresentam todos os valores medidos durante a segunda etapa da


simulação que, por sua vez, considerou o SAPF ligado com a finalidade de mitigar os
harmônicos indesejáveis que foram conduzidos pelas Unidades Consumidoras para o SEP.
147

TABELA 31 - Comparação entre os valores de DHT, DDT e PH, encontrados na simulação e os


limites estabelecidos em normas – SAPF ligado [4, 32]
Limites especificados
em Normas para
Resultados em
VPCC ≤ 1 kV
conformidade
Equações Dados 120 V≤ VPCC ≤ 69 kV e
Parâmetros com as Normas
Utilizadas encontrados RCC ≤ 20
(Sim ou Não)
Tabela 5 Tabela 15
[4] [32]
DHTV (%) vista do PCC
(35) 0,03 5 8 Sim
(UC)
DHTV (%) do SEP
(35) 0,02 5 8 Sim
(Terminais do Gerador)
DHTI (%) vista do PCC
(36) 26,33 5 5 Não *
(UC)
DHTI (%) do SEP
(36) 0,50 5 5 Sim
(Terminais do Gerador)
DDTI (%) do SEP
(37) 0,51 5 5 Sim
(Terminais do Gerador)
Poluição Harmônica (%)
(42) do PCC (PH)PCC 26,33 7,07 9,43 Não *
vista do PCC (UC)
Poluição Harmônica (%)
(42) do SEP (PH)SEP 0,005 7,07 9,43 Sim
(Terminais do Gerador)
* Apesar da Poluição Harmônica (PH PCC) e da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI PCC) das cargas,
ambas medidas a partir do Ponto de Acoplamento Comum (PAC ou PCC), terem sido consideradas,
aproximadamente, iguais entre si (PH PCC ≈ DHT PCC = 26,33%) e acima dos limites máximos (7,07% e 9,42%)
estabelecidos em normas [4,32], os valores equivalentes encontrados, referentes à Poluição Harmônica (PH SEP)
e à Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI SEP) do SEP, medidas a partir dos terminais do Grupo Gerador,
foram em torno de 0,005% e 0,50%, respectivamente, ou seja, além de estarem em conformidade com os valores
normatizados, os referidos parâmetros foram mitigados, significativamente, pelo SAPF.
Fonte: autoria própria
148

TABELA 32 - Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e MT
e os limites estabelecidos em normas – SAPF ligado [4, 75,76]
Correntes, Tensões e Fatores de Potência calculados a partir da simulação
Terminais Terminais dos
Terminais Resultados
de saída RET-1/2/3 e
Equações do Estado satisfazem as
Parâmetros do Circuitos
utilizadas PCC/UC do SAPF normas
Gerador Específicos
(UC-1/2/3)
(SEP) (CE 1/2/3/4)
(RET-1,2 e 3)
686,58 (24 Vcc)
I1 (CE-1/2/3/4)
765,10 743,44
- (A rms) 1.072,86 (5 Vcc) Ligado Sim
(CA) (CA)
(sem harmônico) 670,54 (12 Vcc)
447,03 (24 Vcc)
2.523,74 (115 Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,34 (Vcc)
V1 (CE-1/2/3/4)
443,55 442,49
- (V rms) 4,91 (Vcc) Ligado Sim
(Vca) (Vca)
(sem harmônico) 11,79 (Vcc)
23,58 (Vcc)
115,13 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
686,58 (24 Vcc)
I (CE-1/2/3/4)
765,34 743,45
(36) (A rms) 1.072,86 (5 Vcc) Ligado Sim
(CA) (CA)
(com harmônico) 670,54 (12 Vcc)
447,03 (24 Vcc)
2.523,74 (115 Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,34 (Vcc)
V (CE-1/2/3/4)
443,55 442,49
(35) (V rms) 4,91 (Vcc) Ligado Sim
(Vca) (Vca)
(com harmônico) 11,79 (Vcc)
23,58 (Vcc)
115,13 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,34 (Vcc)
(CE-1/2/3/4)
Vmáx 443,67 443,67
- 23,74 (Vcc) Ligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
11,87 (Vcc)
4,95 (Vcc)
115,13 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,25 (Vcc)
(CE-1/2/3/4)
Vmín 443,55 442,59
- 4,91 (Vcc) Ligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
11,79 (Vcc)
23,58 (Vcc)
114,74 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
Vsaída 436,01 442,49
- 23,34 (Vcc) Ligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
(CE-1/2/3/4)
149

Correntes, Tensões e Fatores de Potência calculados a partir da simulação


Terminais Terminais dos
Terminais Resultados
de saída RET-1/2/3 e
Equações do Estado satisfazem as
Parâmetros do Circuitos
utilizadas PCC/UC do SAPF normas
Gerador Específicos
(UC-1/2/3)
(SEP) (CE 1/2/3/4)
4,91 (Vcc)
11,79 (Vcc)
23,58 (Vcc)
115,13 (Vca)
Ventrada 450 450 5, 12, 24 (Vcc)
- Ligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca) 115 (Vca)
FPd
(40) 0,97 0,99 - Ligado Sim
(pu)
FPh
(41a) 1 0,73 - Ligado Sim
(pu)
FPv
(38c) 0,97 0,72 - Ligado Sim
(pu)
MT
(34) 0,013 0,12 - Ligado Sim
(%)
η
(28a) 96,89 98,33 - Ligado Sim
(%)
Fonte: autoria própria

A fim de verificar os valores máximos de DHTV, DHTI e DDTI, durante a simulação


foi aumentada a faixa de operação do SAPF, ou seja, teoricamente, considerou-se o filtro
trabalhando na faixa de 1 < h → ∞. Sendo assim, os valores obtidos neste experimento podem
ser visualizados por meio da Figura 61, onde, mesmo que a largura de banda do SAPF tenha
sido aumentada (1 < h ≤ ∞), os valores das DHTV (0,09%) , DHTI (2,52%), e DDTI (2,59%) do
SEP, também ficaram em conformidades com os limites (5% e/ou 8%) estabelecidos em normas
[4, 32,75,76].
150

Figura 61 – Medições dos principais parâmetros


(com o SAPF atuando h→∞)
Fonte: autoria própria

4.2.3.14. Comportamento dos principais parâmentros elétricos de entrada e/ou saída do SAPF

Visando fornecer mais transparência ao leitor, no que tange ao comportamento de


entrada e saída de cada Bloco ou Circuito do SAPF, analisado nesta pesquisa, nos próximos
itens são apresentados os Gráficos dos principais circuitos e componentes do referido filtro, tais
como: Circuito de geração das correntes de compensação (VSI), Circuito de geração da
Potência de Perdas ou Ploss (Controlador PI); Circuito de filtragem e limitação da taxa de
variação das correntes compensadas ( ) ou Indutores de Acoplamento (Lf ou Lfabc);

Circuito de geração das correntes pulsadas (IGabc) ou pulsos de acionamento dos gates existentes
nos MOSFET do VSI (Controlador de corrente por Banda Histerese); e, por fim, os Circuitos e
algoritmos responsáveis pela geração das correntes compensadas de referência (ICabc ref ,
também chamadas, em algumas literaturas, simplesmente, de correntes de referência ou Iabc*),
além de realizar as filtragens de p e q e inserir Ploss para compensar as perdas ocasionadas pelo
151

chaveamento do VSI. A Figura 62 apresenta os parâmetros dos circuitos mencionados e que


devem ser mostrados mais adiante por meio de Gráficos.

Figura 62 – Entradas e Saídas dos Blocos e Circuitos funcionais do SAPF


Fonte: autoria própria

4.2.3.14.1. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de geração das correntes


compensadas (VSI)

Por intermédio dos Gráficos mostrados na Figura 62, pode-se verificar que o tempo de
acomodação (ta ou ts) dos parâmetros relacionados à tensão (Vcap ou VDC), corrente (Icap ou
IDC) ou potência rms do capacitor, ficou menor que 0,2 segundo. E, sendo o tempo de
estabilização do sistema igual ao tempo de acomodação encontrado (0,2 s), pode-se afirmar que
o referido valor está em conformidade com o limite definido em norma [4], que, de acordo com
o Capítulo 1, item 1.4.1.2., Tabela 5, linha 7, é igual a 2 segundos.

O valor do erro percentual (%), entre a tensão contínua do capacitor (VDC=1.303,79


Vcc) e a tensão contínua de referência (VDC ref =1.300 Vcc), ficou igual a 0,29% (ou 3,79 Vcc)
e a potência aparente rms, armazenada e/ou consumida por tal componente, apresentou valor
igual a 276.284,11 VA, ou, aproximadamente, 276,3 kVA. As correntes compensadas
instantâneas (ICabc), existentes nas saídas do VSI, ficaram oscilando entre - 500 a +500 A (faixa
dos valores instantâneos).

Face ao exposto, em relação ao Inversor baseado em Fonte de Tensão (VSI), observa-


se que tal circuito está operando ou trabalhando dentro dos seus limites de projeto.
152

Tempo (s)
Figura 63 – Tensão, corrente e potência contínuas do link DC (ou capacitor de corrente
contínua) e correntes compensadas do VSI
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.2. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de geração da Ploss


(Controlador PI)

De acordo com a Figura 64, é possível verificar que o controlador PI, assim como
mencionado anteriormente, também possui o tempo de acomodação (ta ou ts) menor que 0,20
segundo e, portanto, igual ao tempo de acomodação do VSI. O erro de tensão apresentou valor
153

negativo ou -3,79 Vcc, indicando que a tensão VDC (1.303,79 Vcc) é maior em relação à VDC ref
(1.300 Vcc), cerca de 0,2915%. Para garantir a estabilização de VDC, e assumindo os ganhos
proporcional e integral do controlador PI iguais 8 e 8.000/s, respectivamente, o valor da Ploss,
dada em Watt (ou W), ficou igual 51.224,08 (cerca de 51,2 kW). Os referidos valores (VDC,
VDC ref, Erro e Ploss) podem ser observados nos Gráficos e Circuito mostrados na Figura 64.
Ploss (W)

Tempo (s)
Figura 64 – Tensão contínua de referência, tensão contínua do link DC, erro permanente de
tensão e potência de perdas do Controlador PI
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.3. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de filtragem das correntes


compensadas (Indutores de Acoplamento – Lf)

Como já comentado, os Indutores de Acoplamento são os componentes responsáveis


por filtrar os harmônicos residuais das correntes compensadas fornecidas pelo VSI; limitar o
fluxo de corrente dos terminais do PCC; e acoplar ou desacoplar o SAPF dos Sistemas de
154

Geração, Distribuição e Utilizadores. Desta forma, os comportamentos, tanto das correntes


compensadas nas saídas do VSI quanto das correntes compensadas e filtradas nas saídas dos
Indutores de Acoplamento ou filtros de linha, podem ser visualizados por meio da Figura 65.

Tempo (s)
Figura 65 – Correntes compensadas nas entradas e saídas dos Indutores de Acoplamento (Lf ou
Lfabc)
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.4. Comportamento dos parâmetros de saída do Circuito de geração das correntes


pulsadas (IGabc) ou dos pulsos de acionamento dos MOSFET do VSI (Controlador
por Banda de Histerese)

Em conformidade com o que foi dimensionamento durante a fase de projeto do SAPF,


o sinal de erro estacionário de corrente ficou em torno de ± 50,8 A pico, indicando que o
controlador de corrente por Banda de Histerese está operando dentro dos seus limites, Os gates
dos seis MOSFET do VSI recebem os pulsos (“0” ou “1”), os quais são responsáveis por
definir a condução ou bloqueio dos 3 (três) pares formados pelos 6 (seis) MOSFET,
pertencentes ao VSI de 6 (seis) pulsos.

Vale destacar que o Circuito do VSI de 6 (seis) pulsos, mostrado na Figura 63, é
formado por dois grupos de MOSFET, sendo um positivo, composto pelos MOSFET S1, S3,
S5; e, o outro, negativo, formado pelos MOSFET S2, S4 e S6. Neste contexto, a fim de fornecer
um circuito fechado para a circulação da corrente do lado da fonte (terminais do PCC, onde o
SAPF está acoplado) para o lado da carga (terminais do capacitor CDC), torna-se necessário que
os 2 (dois) MOSFET, sendo um de cada grupo (positivo e negativo), sejam acionados
simultaneamente por 2 (dois) pulsos, separados entre si, por um ângulo de 60º (360º divididos
pelos os 6 pulsos do VSI em questão) [78]. Desta forma, apenas um dos pares (Par1 = pI= S1
e S4; Par2 = pII = S2 e S5; ou Par3 = pIII = S3 e S6) pode conduzir, enquanto os outros ficam,
155

obrigatoriamente, bloqueados. Por exemplo, se pI estiver no estado de condução (pulso igual a


1 no gates S1 e S4), então, nesta situação, pII e pIII estarão bloqueados (pulsos iguais a “0” nos
respectivos S2, S3, S5 e S6). Os sinais do controlador de corrente por Banda de Histerese estão
representados na Figura 66.

Tempo (s)
Figura 66 – Correntes pulsadas dos gates, erro permanente de corrente, correntes compensadas
e correntes de referência do Controlador de corrente por Banda de Histerese
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.5. Comportamento dos parâmetros de saída dos circuitos e algoritmos utilizados para
a geração das correntes compensadas de referência (ICabc ref)

Como podem ser observados nas Figura de 67 a 71, os circuitos e algoritmos, além de
ter a capacidade de gerar ou calcular as correntes compensadas de referência (Figura 70),
também são utilizados para: calcular P0, I0, p e q (Figura 67); filtrar (FPB-1 e FPB-2) as partes
156

oscilatórias (𝑝 e 𝑞 ) de p e q (Figura 68); inserção, por meio do comparador inversor ou não


inversor (Figura 70), da Potência de Perdas (Ploss) nas Potências de ordens superiores
(phn e qhn), resultantes das saídas das Malhas Fechadas de controle (Figura 69). Com o
propósito de possibilitar uma melhor compreensão dos dados referentes aos circuitos e
algoritmos supracitados, os valores dos parâmetros de saída destes dispositivos devem ser
apresentados nos itens subsequentes.

4.2.3.14.6. Comportamento dos parâmetros de saída do algoritmo de geração e cálculo de P0,


I0, p e q

Conforme podem ser observados nos Gráficos apresentados na Figura 67, devido ao
fato de não existir o condutor neutro nos SGDEE da Corveta “Barroso”, não existem Potência
e Corrente instantâneas de sequências zero (P0 e I0), ou seja, estes parâmetros são considerados
nulos (iguais a 0). No entanto, as Potências instantâneas de sequências positiva (p) e negativa
(q) são diferentes de zero, onde as duas são compostas por Potências contínuas ativa e reativa
(𝑝̅ e 𝑞 ) e Potências oscilatórias ativa e reativa (𝑝 e 𝑞 ), as quais contêm as componentes
harmônicas de ordens superiores acima da frequência fundamental (60 Hz).
157

Tempo (s)
Figura 67 – Potência ativa de sequência positiva, potência reativa de sequência negativa,
potência ativa de sequência zero e corrente de sequência zero nas saídas do Algoritmo baseado
na Transformada de Clarke
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.7. Comportamento dos parâmetros de saída dos Filtros Passa Baixas (FPB-1 e FPB-2)

Os FPB-1 e FPB-2 são os responsáveis por eliminar as Potências oscilatórias de ordens


harmônicas superiores (𝑝 e 𝑞 ) comentadas anteriormente e apresentadas na Figura 67. Na
Figura 68 são apresentadas as Potências resultantes ou filtradas nas saídas dos FPB-1 (𝑝 ̅ )
e FPB-2 (𝑞 ̅ ), onde verifica-se que as partes oscilatórias foram extraídas de forma
eficiente das Potências p e q. As Potências 𝑝 ̅ e 𝑞̅ servem de referência para os
comparadores inversores, instalados nas saídas das Malhas Fechadas de controle e que possuem
a finalidade de eliminar as Potências contínuas. Diferentemente dos FPB, os comparadores
supracitados deixam passar também as componentes oscilatórias em suas respectivas saídas,
conforme demonstrado no próximo item deste Capítulo.
158

Tempo (s)
Figura 68 – Potências instantâneas contínuas ativa e reativa nas saídas dos FPB-1 e FPB-2
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.8. Comportamento dos parâmetros de saída das Malhas Fechadas de Controle (MF-1
e MF-2)

As Potências filtradas (𝑝 ̅ e 𝑞̅ ), coletadas nas saídas dos FPB-1 e FPB-2,


são subtraídas das Potências de sequências positiva (p) e negativa (q), respectivamente, e, após
os referidos cálculos, realizados por meio dos comparadores inversores existentes nas saídas
das Malhas Fechadas de Controle, são geradas as Potências nas saídas das duas Malhas
Fechadas de controle, chamadas, neste trabalho, de Potências filtradas de sequências positiva
(𝑝 ) e negativa (𝑞 ) ou Potências oscilatórias instantâneas ativa (Equação 59) e reativa
(Equação 60). Os valores das referidas Potências, bem como os seus comportamentos, podem
ser visualizados por intermédio dos Gráficos mostrados na Figura 69.
159

Tempo (s)
Figura 69 – Potências instantâneas oscilatórias ativa e reativa nas saídas das Malhas Fechadas
de Controle
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.9. Comportamento dos parâmetros de saída dos Comparadores Inversor e/ou Não
Inversor

Conforme mostrada na Figura 70, a Potência Ativa oscilatória instantânea, medida a


partir da saída da Malha de Controle Fechada nº 1 (𝑝 ), diferentemente da Potência Reativa
oscilatória instantânea, existente na saída da Malha de Controle Fechada nº 2 (𝑞 ), também
denominada de Potência Reativa oscilatória resultante instantânea (𝑞 =𝑞 ), antes
de ser enviada para o algoritmo que se baseia na Transformada Inversa de Clarke para calcular
ou gerar as correntes compensadas de referência (ICabc ref), deve ser enviada para o comparador
inversor que, por sua vez, utiliza-se da Equação (61a) para calcular a Potência Ativa oscilatória
resultante instantânea (𝑝 =𝑝 − 𝑃𝑙𝑜𝑠𝑠).
160

Tempo (s)
Figura 70 – Potências instantâneas ativa e reativa resultantes nas saídas dos Comparadores
(Inversores e/ou Não Inversores)
Fonte: autoria própria

4.2.3.14.10. Comportamento dos parâmetros de saída do Algoritmo de geração das correntes


compensadas de referência (ICabc ref)

Uma vez realizados os cálculos visto anteriormente, finalmente, na Figura 71, é


apresentado o algoritmo responsável por gerar as correntes compensadas de referência
instantâneas (ICabc ref) utilizando-se da Transformada Inversa de Clarke. Na referida Figura,
também são mostrados os comportamentos das correntes compensadas de referência, bem como
os seus valores instantâneos que, de acordo com o Gráfico, varia entre -550,8 a +550,80 A e,
portanto, em conformidade com a faixa de variação de corrente dimensionada no projeto.

Tempo (s)
Figura 71 – Correntes compensadas instantâneas nas saídas do Algoritmo baseado na
Transformada Inversa de Clarke
Fonte: autoria própria
161

5. CONCLUSÃO

Com a finalidade de verificar a QEE do Corveta “Barroso”, durante a simulação o


Sistema de Distribuição do Navio foi alimentado com apenas 1 (um) dos 4 (quatro) Grupos
Geradores a Diesel, o qual foi carregado em 88,05% (S = 572,32 kVA, Potência Aparente Total
considerando os harmônicos) de sua capacidade máxima (650 kVA). Nesta situação, ao realizar
a simulação dos SGDEE e das UC de bordo, sem a presença do SAPF, foi observado que a
DHTI do sistema, provocada pelas cargas não lineares acopladas ao PCC, não ficou em
conformidade com os limites máximos estabelecidos em normas [4, 32, 76], onde ambos são
iguais a 5%. Neste contexto, o valor da DHTI, medido a partir dos terminais de saída do Grupo
Gerador principal sem a atuação do referido filtro, ficou em torno de 25,58% e, sendo este
comparado com o limite máximo de 5%, apresentou uma diferença de 20,58%, que corresponde
a 411,60% de 5%. Desta forma, observou-se no decorrer da simulação que os utilizadores, ao
conduzirem harmônicos para o SEP, além de terem aumentado a DHTI e as formas de onda de
tensão e/ou corrente do sistema em geral, também causaram uma redução de, aproximadamente,
7,50% no FPV do SEP, passando de 0,80 para 0,74. Portanto, a fim de mitigar as componentes
harmônicas, aumentar o fator de potência verdadeiro (FPV) e ajustar os outros parâmetros do
sistema para os valores dentro dos padrões normatizados e, deste modo, melhorar a QEE do
Navio, foi proposta, neste trabalho, a instalação de um Filtro Ativo de Potência Paralelo,
projetado baseado na Teoria da IRP p-q, visto que este tipo de filtro, geralmente, é utilizado
para mitigar os harmônicos provenientes das correntes distorcidas geradas por cargas não
lineares, além de compensar a potência reativa (correção do FPV), a corrente de neutro, as
flutuações de tensão e os desbalanços de corrente [54,77].

Neste contexto, após simular o sistema com a mesma configuração, porém com a
implementação do SAPF instalado no mesmo ponto de acoplamento comum das cargas não
lineares, observou-se que houve uma melhoria significativa dos parâmetros relacionados à
DHTI e ao FPV do SEP, onde a DHTI foi reduzida em 98,05%, ou seja, de 25,58% para 0,50%,
enquanto o FPV foi aumentado em 31,08% (de 0,74 para 0,97). Se for levado em consideração
o FPV do próprio sistema, medido nos terminais do Grupo Gerador sem a influência das cargas
não lineares, o FPV do SEP foi melhorado em 21,25%, ou seja, aumentado de 0,80 para 0,97.

Por meio da simulação, verificou-se que todos os valores dos parâmetros elétricos,
medidos a partir dos terminais do Grupo Gerador e encontrados após a implementação do
162

SAPF, ficaram em conformidade com os limites estabelecidos em normas [4, 32, 75, 76], ou
seja: FPd = 1; FPh = 0,97; FPV = 0,97; η = 96,89%; DHIV máx = 0,005%; DHII máx = 0,225%;
DHTV = 0,02%; DHTI = 0,50%; DDTI = 0,51%; e o maior valor da queda de tensão percentual
encontrada (medida a partir dos terminais das UC) ficou em torno de 3,11%, em relação ao
módulo da tensão a vazio de linha (450 Vca rms) do Grupo Gerador.

Vale destacar que a instalação do SAPF, naturalmente, aumentou a complexidade do


Sistema, devido à quantidade e aos tipos de componentes envolvidos em sua eletrônica e, por
este motivo, o referido filtro necessita de mão de obra qualificada para o seu manuseio ou
manutenção. No entanto, apesar desta desvantagem, a sua utilização no projeto tem a
capacidade de aumentar a disponibilidade, a confiabilidade e a mantenabilidade do SEP o que,
consequentemente, pode contribuir para a redução dos gastos oriundos de compras de
sobressalentes, reparos ou manutenções realizadas em cartões eletrônicos; sensores; radares;
armamentos; computadores; ou quaisquer outros tipos de equipamentos eletroeletrônicos
sensíveis à instabilidade de tensão ou aos distúrbios ocasionados pelas discrepâncias dos
parâmetros supracitados.

Desta forma, devido aos benefícios comprovados por meio da simulação, a qual foi
realizada em duas etapas (sem e com a atuação do SAPF), recomenda-se que a MB, por meio
de seus Profissionais do Quadro Técnico e/ou Engenheiros Navais, realize uma Modificação
Técnica (MODTEC) do Projeto Elétrico da Corveta “Barroso”, onde seja prevista a instalação
de, pelo menos, um Filtro Ativo de Potência do tipo Paralelo, atuando em conjunto com um dos
Grupos Geradores, a fim de mitigar os harmônicos conduzidos ao SEP pelas Cargas não lineares
ou baseadas em eletrônica de potência instaladas a bordo do referido Navio.

Face ao exposto, por ocasião da instalação do SAPF, pode-se verificar que o objetivo
principal desta pesquisa foi alcançado, haja vista que todos os parâmetros que estavam em
desacordo com os valores normatizados foram ajustados em conformidade com os limites
estabelecidos em normas [4, 32, 75, 76], contribuindo, assim, para a melhoria da QEE da
Corveta “Barroso”.
163

5.1. TRABALHOS FUTUROS

Com a finalidade de garantir a qualidade e a eficiência dos seus meios operativos


(Submarinos, Navios e Aeronaves), a MB vem envidando esforços na busca do conhecimento,
a fim de possibilitar a construção de Navios de alta complexidade tecnológica no Brasil, por
exemplo, o Programa Estratégico das FCT, que busca, em parceria com as empresas nacionais
e internacionais do setor Naval, a transferência de tecnologia que, consequentemente, irá
proporcionar aos seus setores de Pesquisa e de Projetos de Navios um crescimento expressivo
na área voltada à Indústria de Defesa Nacional e à Engenharia Naval.

Atualmente, os Filtros Ativos de Potência são considerados uma das melhores opções
disponíveis no mercado, com a finalidade de mitigar os vários tipos de fenômenos elétricos
indesejados de um determinado SEP. Portanto, a implementação deste tipo de tecnologia nos
projetos elétricos dos Navios da MB ou da MM, como foi comprovado no decorrer desta
pesquisa, pode contribuir para a melhoria do nível de QEE de bordo e, consequentemente,
proporcionar o aumento da vida útil, da disponibilidade, da confiabilidade e da
manutenibilidade de todos equipamentos e sistemas elétricos envolvidos nos Projetos Elétricos
dos Navios de Guerra e/ou Mercantes.

Face ao exposto, como sugestão de estudo para trabalhos futuros, recomenda-se a


aplicação da metodologia utilizada neste trabalho nas FCT, haja vista que, atualmente, estas
Classes de Navios são consideradas as mais modernas em Construção no Brasil e que, portanto,
devem possuir em seu projeto armamentos e sensores com um nível de sensibilidade mais
elevado em comparação aos outros Navios de Guerra em operação na MB e que, portanto,
exigem energia elétrica com um elevado nível de qualidade para garantir uma maior eficiência
dos seus sensores, radares e armamentos. Deste modo, a fim de possibilitar o funcionamento
adequado destes equipamentos, torna-se necessário que a Estabilidade da EE de bordo seja
assegurada por meio de dispositivos mitigadores de harmônicos, uma vez que, conforme
demonstrado nesta pesquisa, as cargas não lineares ou baseadas em eletrônica de potência são
capazes de conduzir distorções harmônicas de corrente consideráveis nos SGDEE embarcados,
podendo degradar, significativamente, a QEE gerada em determinado Navio e,
consequentemente, contribuindo para aumentar os prejuízos causados por avarias ou
manutenção dos equipamentos e sensores instalados a bordo.
164

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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