Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA DE ENGENHARIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM MONTAGEM INDUSTRIAL
Niterói, RJ
2022
ELVANGER SANTOS CARDOSO
Orientador:
Prof. Dr. Marcio Zamboti Fortes
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Coorientador:
Prof. DSc. Paulo Roberto Duailibe Monteiro
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Niterói, RJ
2022
Ficha catalográfica automática - SDC/BEE
Gerada com informações fornecidas pelo autor
DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PMI.2022.mp.01216374503
CDD -
BANCA EXAMINADORA
Niterói, RJ
2022
Aos meus pais Luciene e Carlito.
À minha querida esposa Charla.
Ao meu abençoado filho Felipe.
Ao meu irmão Elbis.
Às minhas irmãs Sueli e Suzilene.
Aos meus professores do Curso de Mestrado
Profissional em Montagem Industrial
ministrado pela UFF.
AGRADECIMENTOS
Ao Deus Todo-Poderoso, por ter me protegido e dado força e saúde aos meus entes queridos,
amigos e professores, neste momento tão difícil de pandemia, em que muitas vidas foram
ceifadas pelo vírus da Covid-19. Espero que todo este caos seja superado e que, em um futuro
próximo, tenha servido de aprendizado para que a humanidade seja mais tolerante e empática.
Aos meus pais Luciene e Carlito, pelos ensinamentos, na prática, dos verdadeiros significados
das palavras: amor; amizade; superação; dedicação; tolerância; abnegação; honestidade; e
perdão. Sem dúvida, me sinto muito abençoado de ter sido agraciado com estes seres
iluminados, especiais e generosos. Em suma, tudo que conquistei tem a essência da energia
positiva dos meus queridos pais, uma vez que, sem as suas orações, jamais teria conseguido
ultrapassar os obstáculos existentes no meio do caminho árduo da vida.
Às minhas irmãs Sueli e Suzilene, pelas orações e pelos conselhos transmitidos durante esse
período de estudo e trabalho exaustivo.
Ao meu irmão Elbis, pela amizade e assessoria precisa, durante a escrituração desta dissertação.
À minha querida esposa Charla, por todo afeto, companherismo, carinho e amor, durante essa
jornada marcada pela superação das dificuldades. Gostaria de aproveitar o ensejo para
agradecê-la pelos gestos de compreensão demonstrados, perante esta etapa marcada por noites
mal dormidas e finais de semana abdicados.
Ao meu filho Felipe, por todo amor e amizade neste momento especial da minha vida, sem
dúvida, você foi o meu amparo de alegria e carinho.
À Marinha do Brasil, à tripulação da Corveta “Barroso” e aos seus profissionais das áreas de
elétrica, armamento e eletrônica. Em especial, aos meus amigos da MB, Suboficial e Mestre
Natalino e Sargento Eletricista Daniel, por terem sanado várias dúvidas a respeito dos sensores
e equipamentos elétricos do Navio.
Por fim, gostaria de transmitir os meus sinceros votos de agradecimento para todos aqueles que,
direta ou indiretamente, contribuiram para a concretização desta dissertação.
The friction which results from ignorance, and
which is greatly increased owing to the
numerous languages and nationalities, can be
reduced only by the spread of knowledge and
the unification of the heterogeneous elements
of humanity.
(Nikola Tesla, 1900, p. 21)
RESUMO
Esta pesquisa, realizada por meio de uma metodologia quase-experimental, tem como objetivo
principal avaliar a qualidade da energia elétrica fornecida pelos Grupos Geradores instalados a
bordo do Navio da Marinha do Brasil, denominado Corveta “Barroso”, a fim de propor soluções
viáveis que possam contribuir para mitigar os efeitos indesejados causados pela instabilidade
de tensão, corrente, frequência, fator de potência e injeção excessiva de componentes
harmônicas nos sistemas de geração e distribuição do Navio. Com a finalidade de mitigar as
distorções harmônicas no sistema elétrico de bordo e, consequentemente, compensar as
distorções de corrente, a potência reativa e os desbalanços de corrente, decorrentes de cargas
não lineares e, em particular, dos equipamentos mais críticos embarcados, tais como:
Retificadores de 24 Vcc; Cargas Especiais (por exemplo, computadores, sensores, armamentos
e radar); e Unidades Resfriadoras de Água (URA), foi proposta a implementação de um Filtro
Ativo de Potência do tipo Paralelo (Shunt Active Power Filter – SAPF), baseado na Teoria da
Potência Reativa Instantânea, conhecida também como IRP p-q (Instantaneous Reactive Power
p-q), visto que, ao simular os sistemas de geração e distribuição no Simulink – ferramenta do
MATLAB utilizada para simulação, modelagem e análise de sistemas dinâmicos –, verificou-
se que as Distorções Harmônicas Totais de Corrente (DHTI ) foram mais significativas, quando
comparadas com as Distorções Harmônicas Totais de Tensão (DHTV), ou seja, antes da atuação
do SAPF, as DHTI e DHTv apresentaram valores iguais a 25,58 e 1,33%, respectivamente,
enquanto, após a inclusão do referido filtro, tais resultados ficaram em torno de 0,50 e 0,02%,
simultaneamente. Ao ser implementado o SAPF no sistema, observou-se que a eficiência,
calculada a partir da razão entre o módulo da tensão de saída (Vo) e o módulo da tensão de
entrada (Vi), não foi comprometida e se manteve, praticamente, constante (Vo/Vi = 436,01Ú450
= 0,9689 ou 96,89%), em relação ao valor encontrado sem a presença do filtro (Vo/Vi =
434,49Ú450 = 0,9655 ou 96,55%) e, sendo assim, houve um acréscimo de apenas 0,34%
(diferença entre 96,89% e 96,55%). Após a atuação do filtro, o Fator de Potência Verdadeiro
(FPV) do sistema também foi corrigido, de 0,80 para 0,97, resultando em uma melhoria de
21,25%. Considerando o SAPF operando na faixa de frequência compreendida entre 60 e 1.140
Hz (ou 1 ≤ h ≤ 19), a Distorção de Demanda Total (DDT) do sistema foi reduzida de 25,58%
para 0,51%.
Palavras-chave: Qualidade de energia. Filtros ativos. Instabilidade de tensão. Sistemas de
geração e distribuição de energia. Navio. Distorções Harmônicas.
ABSTRACT
This research, carried out through a quasi-experimental methodology, has as its main objective
to evaluate the quality of electrical energy supplied by the generator sets installed on board the
Brazilian Navy ship, called Corvette “Barroso”, to propose viable solutions that can contribute
to mitigate the unwanted effects caused by the instability of voltage, current, frequency, power
factor and excessive injection of harmonic components in the Ship's generation, and
distribution systems. In order to mitigate harmonic distortions in the on-board electrical system
and, consequently, compensate for current distortions, reactive power, and current imbalances,
resulting from non-linear loads and, in particular, from the most critical equipment embarked,
such as: 24 Vdc rectifiers; Special Payloads (e.g. computers, sensors, weapons and radar); and
Water Cooling Units (WCU), it was proposed to implement a Parallel-type Active Power Filter
(Shunt Active Power Filter – SAPF), based on the Instantaneous Reactive Power Theory, also
known as IRP p-q (Instantaneous Reactive Power p-q), since, when simulating the generation
and distribution systems in Simulink - MATLAB tool used for simulation, modeling and analysis
of dynamic systems –, it was found that the Current Total Harmonic Distortions (THDI ) were
more significant when compared with the Voltage Total Harmonic Distortions (THDV), that is,
before the SAPF action, the THDI and THDV presented values equal to 25.58 and 1.33%,
respectively, while after the inclusion of the aforementioned filter, such results were around
0.50 and 0.02%, simultaneously. When implementing the SAPF in the system, it was observed
that the efficiency, calculated from the ratio between the output voltage module (Vo) and the
input voltage module (Vi), was not compromised and remained practically constant. (Vo/Vi =
436.01Ú450 = 0.9689 or 96.89%), in relation to the value found without the presence of the filter
(Vo/Vi = 434.49Ú450 = 0.9655 or 96.55%) and, therefore, there was an increase of only 0.34%
(difference between 96.89% and 96.55%). After the filter actuation, the True Power Factor
(PFV) of the system was also corrected, from 0.80 to 0.97, increasing by 21.25%. Considering
the SAPF operating in the frequency range comprised between 60 and 1,140 Hz (or harmonic
order between 1 ≤ h ≤ 19), the Total Demand Distortion (TDD) of the system was reduced from
25.58% to 0.51%.
Keywords: Power quality. Active Filters. Voltage instability. Power generation and
distribution systems. Ship. Harmonic Distortions.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA, p.4
AGRADECIMENTOS, p.5
EPÍGRAFE, p.6
SUMÁRIO, p.9
1. INTRODUÇÃO, p.25
1.1. MOTIVAÇÃO, p.25
1.2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA, p.26
1.3. OBJETIVOS DA PESQUISA, p.26
1.4. DELIMITAÇÃO, p.27
1.4.1. Sistemas de propulsão, geração e distribuição da Corveta Classe “Barroso”, p.29
1.4.1.1. Composição do sistema de propulsão, p.29
1.4.1.2. Composições dos sistemas de geração e distribuição, p.31
1.5. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA, p.36
1.6. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO, p.36
5. CONCLUSÃO, p.161
Fig. 3 Localizações das Praças de Máquinas (PMV, PMR, PMAV e PMAR) da CCB,
f. 28
Fig. 21 Combinações das topologias de filtragem dos PPF, APF, HAPF e UPQC, f. 78
Fig. 38 Modelagem com o Sistema Elétrico de Potência carregado (sem a atuação do SAPF),
f. 112
Fig. 42 Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC (sem o SAPF atuando),
f. 117
Fig. 43 DHTV e DHIV vistas do PCC (sem o SAPF atuando), f. 118
Fig. 44 Formas de Onda das tensões do SEP (sem o SAPF atuando), f. 120
Fig. 46 Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC (sem o SAPF atuando),
f. 122
Fig. 48 Formas de Onda das correntes do SEP (sem o SAPF atuando), f. 124
Fig. 50 Medições dos principais parâmetros (sem o SAPF atuando e h→∞), f. 129
Fig. 51 Modelagem com o Sistema Elétrico de Potência carregado (sem a atuação do SAPF),
f. 136
Fig. 53 Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC (com o SAPF atuando),
f. 137
Fig. 55 Formas de Onda das tensões do SEP (com o SAPF atuando), f. 140
Fig. 57 Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC (com o SAPF atuando),
f. 142
Fig. 59 Formas de Onda das correntes do SEP (com o SAPF atuando), f. 144
Fig. 61 Medições dos principais parâmetros (com o SAPF atuando e h→∞), f. 150
Fig. 64 Tensão contínua de referência, tensão contínua do link DC, erro permanente de
tensão e potência de perdas do Controlador PI, f. 153
Fig. 65 Correntes compensadas nas entradas e saídas dos Indutores de Acoplamento (Lf
ou Lfabc), f. 154
Fig. 66 Correntes pulsadas dos gates, erro permanente de corrente, correntes
compensadas e correntes de referência do Controlador de corrente por Banda de
Histerese, f. 155
Fig. 68 Potências instantâneas contínuas ativa e reativa nas saídas dos FPB-1 e FPB-2,
f. 158
Fig. 69 Potências instantâneas oscilatórias ativa e reativa nas saídas das Malhas
Fechadas de Controle, f. 159
Fig. 70 Potências instantâneas ativa e reativa resultantes nas saídas dos Comparadores
(Inversor e/ou Não Inversor), f. 160
TABELA 2 - Sistema de propulsão combinado diesel ou gás ou, do inglês, Combined Diesel
or Gas (CODOG), f. 30
TABELA 21 - Levantamento das cargas dos MIT de acionamento das BIS (440Vca/3F/60Hz),
f. 109
TABELA 30 - Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e
MT e os limites estabelecidos em normas – SAPF desligado, f. 127
TABELA 32 - Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e
MT e os limites estabelecidos em normas – SAPF ligado, f. 148
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
EE Energia Elétrica
MB Marinha do Brasil
MM Marinha Mercante
MT Modulação de Tensão
NM Navios Mercantes
PH Poluição Harmônica
SE Subestação
1. INTRODUÇÃO
Visando mostrar ao leitor uma noção básica do que será estudado neste trabalho, o
Capítulo 1 foi dividido em 6 (seis) tópicos, sendo: 1.1. Motivação, onde é apresentado um
apanhado histórico sobre a Corveta “Barroso” e, também, o motivo pelo qual foi escolhido o
Sistema Elétrico de Potência (SEP) do referido Navio como objeto de estudo deste trabalho;
1.2. Formulação da Situação-Problema, onde são citados, de forma resumida, alguns
equipamentos específicos embarcados, bem como os problemas e efeitos indesejados causados
pela baixa Qualidade de Energia Elétrica (QEE) gerada a bordo dos Navios da Marinha do
Brasil (MB); 1.3. Objetivos do Trabalho, são definidos dois objetivos nesta pesquisa, sendo,
um Objetivo Principal e um Objetivo Secundário, os quais, por sua vez, deverão ser atendidos
após a conclusão deste estudo; 1.4. Delimitação, algumas especificidades dos sistemas de
propulsão, geração e distribuição do Navio que foram sumulados e analisados; 1.5. Importância
do Estudo e Justificativa, de maneira fundamentada busca mostrar a importância, a abrangência
e a relevância da pesquisa para a MB; e 1.6. Organização do Estudo, neste item é apresentado
um breve sumário contendo os conteúdos abordados nesta dissertação.
1.1. MOTIVAÇÃO
Durante períodos específicos (entre 2015 e 2017), foram realizados alguns testes de
análise da QEE dos SEP das Corvetas “Barroso” e “Julio de Noronha”, respectivamente, com
26
A busca pela QEE vem se tornando um dos fatores fundamentais para garantir a
durabilidade e o funcionamento adequado dos equipamentos instalados a bordo dos Navios da
MB, visto que a redução da QEE pode comprometer à confiabilidade das medições dos sensores
e equipamentos de auxílio à navegação, tais como: RADAR (Radio Detection And Ranging),
GPS (Global Positioning System), AIS (Automatic Identification System), SONAR (Sound
Navigation and Ranging), equipamentos de comunicações, interrogador etc., podendo afetar a
segurança da navegação e, consequentemente, o cumprimento de determinada missão. Este
trabalho visa realizar uma análise detalhada dos principais documentos da CCB (normas,
manuais, diagramas elétricos e/ou relatórios) e, utilizando-se do Simulink, identificar e simular
as cargas mais críticas de bordo e, uma vez os resultados estando fora dos limites normatizados,
propor uma MODTEC do projeto elétrico do Navio, objetivando a implementação de um filtro
ativo de potência paralelo (Shunt Active Power Filters - SAPF), a fim de mitigar os efeitos
indesejáveis provenientes das distorções harmônicas conduzidas dos Utilizadores para os
Sistemas de Geração e Distribuição, com isto, melhorando a QEE gerada na CCB.
Esta pesquisa apresenta dois objetivos, sendo: um Objetivo Principal, que tem a
finalidade de simular o SEP do Navio, por meio da ferramenta Simulink do programa
27
MATLAB, quando 1 (um) de seus 4 (quatro) Grupos Geradores estiver conectado ao sistema e
alimentando as cargas mais críticas do Navio, sendo carregado em, aproximadamente, 85,29%
de sua capacidade máxima (650 kVA), ou seja, atendendo a uma demanda total de 554,37 kVA
(Potência Aparente Fundamental – S1, não levando em consideração a inclusão das
componentes harmônicas), a fim de avaliar a QEE de bordo e propor soluções que possam
contribuir para a mitigação das componentes ou distorções harmônicas que, consequentemente,
possam causar instabilidade ou alterações significativas dos parâmetros elétricos, tais como:
tensão, corrente, frequência, fator de potência, entre outras variáveis; e um Objetivo
Secundário, o qual servirá como base para estudos semelhantes voltados ao Setor Elétrico
Naval, visando a aplicabilidade da metodologia não somente na CCB mas também reaproveitá-
la em outras embarcações pertencentes à MB e/ou à Marinha Mercante (MM), tais como:
Fragatas Classe “Niterói” (FCN); Fragatas Classe “Tamandaré” (FCT); Navio Aeródromo
Multipropósito (NAM); Navio Doca Multipropósito (NDM); Navios de Pesquisa e Apoio
Hidroceanográficos (NPAHo); Navios Mercantes (NM) etc., a fim de contribuir para a garantia
da QEE dos Sistemas de Geração e Distribuição de Energia Elétrica (SGDEE) instalados a
bordo dos meios Navais.
1.4. DELIMITAÇÃO
Vale destacar que os quatro Grupos Geradores ficam localizados nas PMA e PMR,
como mostrados nas áreas em destaque no centro da Figura 3.
28
Figura 3 – Localizações das Praças de Máquinas (PMV, PMR, PMAV e PMAR) da CCB
Fonte: adaptado de [81]
TABELA 2 – Sistema de propulsão combinado diesel ou gás ou, do inglês, Combined Diesel or
Gas (CODOG)
Quantidade Equipamento Modelo Descrição
1 Turbina General Eletric Potência máxima 22.000 kW a 3.600 rpm
LM 2500
2 Redutora primária RENK ZANINI Redução de relação 13,284:1
2 Redutora RENK ZANINI Redução de relação 6,1787:1
secundária
2 Motores diesel MTU Potência máxima 5.200 kW a 1.300 rpm
propulsores
16V1163TB93
2 Acoplamentos Voith Instalados como acoplamentos
fluidos TPZS.SE comutáveis entre cada motor diesel e
módulo secundário
2 Linhas de eixos IMC Apoiados em mancais de pedestal
intermediários Brasil/Kamewa
2 Hélices de cinco IMC Passo controlável
pás K88.2 Brasil/Kamewa.
Fonte: adaptado de visitas e entrevistas técnicas realizadas na Corveta “Barroso”
Sistema de Distribuição
(440Vca-3F-60Hz de vante)
Sistema de Distribuição
(440Vca-3F-60Hz de ré)
A MB, por meio de pesquisas e estudos, vem envidando esforços contínuos para
identificar as condições atuais dos seus Submarinos, Navios e Aeronaves, a fim de garantir a
eficiência e a capacidade dos seus meios operativos. Desta forma, tornou-se fundamental
investir em medidas que possam contribuir para mitigar os efeitos causados pelos problemas
relacionados à baixa QEE fornecida pelos Grupos Geradores principais de bordo, haja vista que
os sensores e armamentos embarcados podem ser comprometidos (falhas, medições imprecisas
e degradação da vida útil) ou avariados (queima de cartões e componentes eletroeletrônicos)
em detrimento da variação ou instabilidade de EE. Por meio de entrevistas e visitas técnicas,
realizadas no próprio Navio e nas Organizações Militares Prestadoras de Serviços (OMPS), em
março de 2020, foi finalizado o processo de aquisição de quatro Navios denominados de FCT,
estes, previstos para serem incorporados aos meios operativos, no período de 2025 a 2028.
Sendo assim, até a chegada das FCT, a MB pretende buscar formas que possam contribuir para
manter as capacidades combatentes e operativas dos seus Navios, em especial, das FCN e CCB.
Portanto, este estudo busca contribuir para a melhoria da QEE a bordo da CCB e, com isso,
aumentar a capacidade operativa e a confiabilidade dos sistemas embarcados, trazendo também
ao corpo técnico da MB uma melhor compreensão dos aspectos relacionados à QEE.
Este trabalho está dividido em seis capítulos: o primeiro, contendo uma introdução
contextualizada da seguinte forma: motivação; formulação da situação-problema; objetivos;
delimitação; importância do estudo e justificativa. O segundo, titulado de fundamentação
teórica, busca fazer um apanhado sobre a teoria envolvida na engenharia naval e utilizada para
mensurar as variáveis elétricas envolvidas nos Sistemas de geração e distribuição de EE do
instalados a bordo da CCB. O terceiro, apresenta a metodologia e a modelagem utilizadas para
mitigar os efeitos indesejados gerados pela baixa QEE. O quarto, tem como objetivo simular e
analisar os resultados por meio do programa Simulink, bem como projetar o SAPF. O quinto,
contém a conclusão do estudo, algumas recomendações técnicas que podem ser adotadas pelos
engenheiros e técnicos responsáveis pelo projeto do Navio, visando melhorar a QEE a bordo
do Navio em estudo e algumas sugestões de trabalhos futuros. Enfim, no Capítulo 6, são
apresentadas as referências bibliográficas consultadas por ocasião da confecção deste trabalho.
37
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Sistema Radial Simples – SRS (Simple Radial System – SRS) é caracterizado por
uma única entrada de alimentação principal que, por sua vez, abastece todas as unidades
38
consumidoras localizadas a jusante. Isto significa que, neste tipo de topologia ou configuração,
de acordo com a Figura 6, apenas um circuito primário e um transformador de distribuição
alimentam todas as unidades consumidoras (cargas), o que contribui para que o referido sistema
possua o menor custo de investimento e a maior simplicidade de operação, quando comparado
com os outros sistemas (radial expandido, primário seletivo, secundário seletivo, entre outros)
[5,8,9,10].
Apesar deste tipo de configuração ser caracterizado por possuir apenas um circuito
primário de alimentação e múltiplos transformadores acoplados às unidades consumidoras por
meio de disjuntores, os sistemas radiais expandidos também poderão ser interligados entre si,
utilizando-se, para tal, dois alimentadores e dois disjuntores de média tensão (número 52) [12,
13], conforme podem ser observados na Figura 7.
Figura 7 – Sistema radial expandido com dois alimentadores e várias unidades consumidoras
Fonte: autoria própria
De acordo com [14], o Sistema Radial com o Primário Seletivo – SRPS (Radial System
with Primary Selectivity – RSPS) tem a capacidade de prover alternativa contra perda de uma
fonte de suprimento primária. Consiste de dois Sistemas Radiais Simples ou Expandidos que
são conectados entre si por meio de um Disjuntor de Interligação (DI), ou seja, existem dois
circuitos de distribuição primários, alimentados por duas fontes distintas e independentes,
sendo: uma alternativa (fonte secundária), acionada de maneira manual ou automática (via
dispositivos de chaveamento), em caso de falha ou manutenção do alimentador principal; e
40
Desta forma, caso haja alguma falha ou remoção da fonte normal, o transformador é
comutado para a fonte alternativa, o que poderá ocasionar uma interrupção momentânea do
fornecimento de energia elétrica durante este processo [5,14,15]. Nesse contexto, algumas
observações e especificidades do referido sistema merecem ser destacadas, por exemplo, se
houver uma falha no alimentador primário, o DI é acionado (fechado) e toda a demanda do
sistema deve ser garantida pelo segundo alimentador que, consequentemente, deverá ser capaz
de assumir toda a carga durante o período de emergência [8,13, 15,16].
DI
são de baixa tensão (480Vca-3F-60Hz), diferentemente das Subestações (SE) que operam em
Média Tensão (MT), Alta Tensão (AT) e/ou Extra Alta Tensão (EAT), entre outras
classificações.
O sistema radial expandido, apesar de não ser uma das melhores opções quando
comparado aos sistemas de distribuição que utilizam os esquemas dos tipos em anel ou
superiores, apresenta uma boa viabilidade financeira, associada à disponibilidade e à
confiabilidade do SDEE, motivos pelos quais o referido sistema pode ser considerado uma
alternativa adequada para o cumprimento de sua finalidade no Navio em estudo.
De acordo com [14], o Sistema Radial com o Secundário Seletivo – SRSS (Radial
System with Secondary Selectivity – RSSS) possui, pelos menos, dois alimentadores, dois
transformadores e dois barramentos secundários, sendo estes interconectados por meio de um
Disjuntor de Interligação (DI). Destaca-se que, no caso de falha do circuito primário ou do
transformador, o suprimento para as cargas da Subestação (SE) pode ser mantido pelo DI
[12,13,15].
Os alimentadores têm por objetivo fornecer toda a carga demandada pelas unidades
consumidoras, enquanto que os dois transformadores são responsáveis por fornecer as tensões
necessárias requeridas pelas cargas acopladas ao SDEE, onde cada um dos barramentos
principais possui a sua própria unidade consumidora, bem como seu alimentador e seu
transformador, estes conectados entre si por meio de um DI secundário, contendo os seus
contatos normalmente abertos (NA), conforme mostrado na Figura 9 [14,15].
42
DI
O Sistema Radial com o Primário em Loop – SRPL (Radial System with Loop Primary
– RSLP), tem como propósito principal aumentar a confiabilidade e a disponibilidade do sistema
de distribuição [5,11,12,15], no entanto, estas melhorias acabam resultando em projetos mais
onerosos e complexos, em relação aos 4 (quatro) sistemas radiais estudados até o momento.
43
b) Duplicidade com relação à possibilidade de alimentação, uma vez que este tipo de
topotologia exige que cada subestação seja conectada em série com a malha que contém os
44
c) Consiste de uma ou mais malhas primárias em que, cada uma delas, tem a função
de conduzir as correntes elétricas para os barramentos que alimentam os lados primários dos
transformadores conectados aos mesmos;
f) Como a potência distribuída pode fluir nas duas direções, a elaboração de instruções
operacionais é essencial; e
Menor custo;
Simplicidade;
Alta relação R/X, resultando em grandes perdas de potência por efeito joule e
quedas de tensão consideráveis no sistema;
Portanto, as duas fontes de alimentação têm a função de fornecer energia elétrica para
todo o sistema que, por sua vez, tem a capacidade de atender a um ou mais transformadores de
distribuição ou centro de carga [12,15,16].
O Sistema com o Barramento em Anel – SBA (Ring Bus System – RBS) possui todas
as características mencionadas no item anterior, porém a partir deste momento algumas
especificidades dos dispositivos de proteção e secionamento do SBA são abordadas com mais
detalhe. Nesta configuração, os disjuntores de média tensão, pertencentes ao anel primário do
circuito, são instalados em paralelo com os dois disjuntores de média tensão que se encontram
posicionados a jusante dos alimentadores principais e, sendo assim, qualquer um dos
disjuntores poderá ser aberto ou isolado para manutenção e/ou reparo, sem causar interrupções
no serviço, garantindo, assim, a continuidade do fornecimento de EE às unidades consumidoras.
46
O sistema com o barramento em anel pode ser expandido para acomodar circuitos
adicionais, porém esta modificação técnica exigirá um planejamento cuidadoso, a fim de evitar
às possíveis dificuldades devido ao aumento do nível de complexidade do sistema [5,14,15,16].
A principal desvantagem neste tipo de sistema que o anel é dividido, caso ocorra algum
defeito em determinado ponto do sistema, consequentemente, resultando em duas seções
isoladas, onde cada uma destas pode não ter a combinação adequada para garantir a
continuidade do conjunto formado pelos circuitos alimentadores e pelas unidades
consumidoras. Para melhor visualização, na Figura 11 é apresentado o esquemático do sistema
de distribuição com o barramento em anel.
47
De acordo com [5, 6, 8, 11], podem ser listadas algumas das principais características
dos sistemas de distribuição em anel, sendo:
Custo elevado;
Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição Radial Sistema de Distribuição em Anel
(com o transformador reserva) (simples) (expandido) (com o primário seletivo) (com o secundário seletivo) (com o primário em loop) (Sistema de Distribuição com o Barramento Primário em Anel )
Maior complexibilidade;
Maior confiabilidade;
Maior disponibilidade; e
Maior mantenabilidade.
S= P+j∗Q (1)
Sendo:
Por meio da Equação (2), pode-se calcular a potência desenvolvida por fase (Pd) das
máquinas síncronas mais usuais (rotor cilíndrico) [19].
.∗ ∗ ∗ ∗
Pd = ± = ± = ± Vt ∗ Ia ∗ cos φ (2)
Para as máquinas síncronas trifásicas, calcula-se a potência total desenvolvida (Pt) por
meio da Equação (3), sendo:
∗ .∗ ∗ ∗
Pt = ± 3 ∗ = ±3∗ = ± 3 ∗ Vt ∗ Ia ∗ cos φ (3)
Onde:
Por meio das Figuras 14 e 15, podem ser verificados os sistemas de partida e regulagem
do motor de combustão auxiliar (MCA), bem como do gerador síncrono (GS) que fornece
energia do tipo I (440 Vca, trifásico (3F), 60Hz, ligado em estrela não aterrado) para o sistema
de distribuição de energia elétrica do Navio. Visando detalhar os principais componentes e
dispositivos pertencentes ao Sistema de Geração do Navio, alguns conceitos são necessários, a
saber:
Excitatriz: é do tipo rotativo (ou Brushless), o qual possibilita a excitatriz por meio
de uma corrente alternada e apresenta como principal característica a inclusão de
um retificador rotativo montado no próprio eixo do gerador, ou seja, semelhante à
excitatriz realizada pelas máquinas de corrente contínua, porém, com a inexistência
do comutador. Os enrolamentos de campo e armadura são instalados,
respectivamente, no estator e rotor;
As interações entre ωR, ωS, ωm e s estão postuladas nas Equações (4a) e (4b).
𝜔 =𝜔 ±𝜔 = 𝑠∗𝜔 (4b)
O sinal positivo ou negativo (±) existente na Equação (4b), indica o sentido de rotação
da máquina que pode variar de acordo com o seu regime de funcionamento (ação nula, ação
motora, ação geradora, ação de frenagem e ação estática ou transformadora), conforme
postulados de acordo com [22,24], tal que:
Máquina parada
(s = 0)
{ 𝝎𝑹 = 𝟎; 𝒆 𝝎𝒎 = 𝝎𝑺 }
{ 𝝎𝑹 = 𝝎𝑺 𝐞 𝝎𝒎 = 𝟎}
{ 𝝎𝑹 > 𝝎𝑺 < 𝝎𝒎 }
Outro fator importante a ser considerado nas máquinas elétricas, tanto de indução
quanto síncronas, são os cálculos relacionados à Regulação de Tensão (Rt), definida como a
relação entre o módulo da tensão a vazio ou sem carga (Vo) e o módulo da tensão de plena carga
ou nominal (Vn), sendo, geralmente, expresso em porcetual (%) [19,23]; e à Regulação de
Velocidade, dada pela diferença entre a módulo da velocidade a vazio (No) e o módulo da
Velocidade de plena carga ou nominal (Nn) [18,19,20], calculadas por meio das Equações (5)
e (6), respectivamente.
| | | |
𝑅𝑡(%) = | |
∗ 100% (5)
| | | |
𝑅𝑣(%) = | |
∗ 100% (6)
56
A tolerância entre a tensão primária (V1 ou Vp) e a nominal (Vn) não poderá ultrapassar
os ± 5%, mantida a corrente secundária nominal (IS ou I2), sem que as elevações de temperatura
ultrapassem 5°C [24,25].
Outro fator importante está relacionado ao fato de que, como a tensão do ensaio de
curto-circuito (V1cc) é uma fração muito pequena do valor máximo disponibilizado pela fonte
de tensão (Vf), cerca de 10% (V1cc = 10%*Vf), às perdas no núcleo/ferro (Pfcc), encontradas a
partir do ensaio de curto-circuito, podem ser desprezadas, visto que o seu valor é irrelevante
quando comparado ao valor das perdas no cobre obtidas pelo ensaio de curto-circuito. No
entanto, as perdas no ferro (ou núcleo) de determinado transformador, obtidas por meio do
procedimento de ensaio a vazio, ilustrado na Figura 18, devem ser consideradas e, de acordo
com o que foi mencionado no item 2.3.1.3, para realizar o referido ensaio, adota-se uma tensão
de teste a vazio (VO) cerca de 10% acima do valor da tensão nominal primária do transformador
ou da fonte de tensão alternada (VO = 1,10*Vf = 1,10*V1) [24].
59
Diferentemente das perdas no cobre, que variam de acordo com a corrente da carga
e/ou de curto-circuito, as perdas no ferro, apesar de não depender destas correntes, podem ser
aumentadas variando-se os seguintes parâmetros: fluxo magnético (B); volume de ferro, sujeito
à variação do fluxo magnético (Vb); frequência (f ); espessura do material condutivo (dc); e
distorção harmônica [18]. Os procedimentos referentes aos dois ensaios, tanto de curto-circuito
quanto a vazio, estão ilustrados nas Figuras 17 e 18.
í
|𝑍𝑒𝑞1𝑐𝑐| = = í
(7)
í
|𝑅𝑒𝑞1𝑐𝑐| =
( )
= ( í )
(9)
| | | |
cos φcc = | |
=| |
(12)
| | | |
sen φcc = | |
= | |
(13)
∗
Q2cc = 𝑆2𝑐𝑐 ∗ sen φcc = 𝑉2𝑐𝑐 ∗ I2cc ∗ sen φcc = ∗ cos (90° ± φcc) (21)
Sendo:
Onde:
,
Cen = 1 − 0,0017 ∗ β (para β < 3,6) (25)
𝛽 = 𝑑𝑐 ∗ 𝜋 ∗ 𝑓 ∗ 𝜇 ∗ 𝜎 (27)
63
Sendo:
Cen: fator que depende dos seguintes parâmetros: frequência fundamental (Hz);
permeabilidade magnética do núcleo (T.m/A.e), condutividade elétrica do núcleo
(1/Ω.m), espessura do núcleo (m), visto que, de acordo com a Equações (25) e (26),
depende, exclusivamente, do fator β (adimensional); e
h: Ordem harmônica.
Uma vez encontrados os valores das perdas no cobre (Pc) e no ferro (Pf), seguindo os
procedimentos ilustrados nas Figuras 17 e 18, é possível calcular o rendimento (η) e o
rendimento máximo (ηmáx) do transformador para qualquer tipo de carga [18,19,30], conforme
postulados nas Equações (28) e (29), respectivamente.
Conforme pode ser observado nas Equações de (28a) a (28c), o rendimento para
qualquer situação de carga pode ser definido como sendo a relação entre os parâmetros de saída
(Po ou V0) e entrada (Pi ou Vi) [18]. Apesar da Equação (28a) ser aplicada para calcular a
eficiência, especificamente, de um transformador, ela poderá também ser aplicada para realizar
o referido cálculo em qualquer sistema.
í
𝜂(%) = ∗ 100 = ∗ 100 ~ ∗ 100 (28a)
í
𝜂= = ~ (28b)
í ∗ ∗ ∗ ∗
𝜂= í ∑
= ∗ ∗ ∗
= ∗. ∗ ∗
(28c)
∗ ∗ á ∗ ∗ ∗ á ∗
𝜂 á = ∗ ∗ á ∗ ∗ ∗ á ∗
= ∗ ∗ á ∗ ∗
(29)
𝑃 á = P𝑓𝑐ℎ = 3 ∗ 𝑃 = 3 ∗ 𝑃𝑐 (30)
𝐼 á = (31)
Sendo:
K=∑ ∗ℎ (32)
Sendo:
K: Fator K (adimensional)
h: Ordem harmônica.
b) Sistema Tático (ST): fazem parte desse sistema, basicamente, os consoles táticos e
os sensores de vigilância abaixo e acima d’água, tais como: enlace automático de dados,
conjunto formado pelo interrogador de aeronave e o transponder, conjunto de hardware
(computadores) do sistema de controle tático, radar de busca de superfície, radar de busca
combinada, sonar de casco; e sensor de medição da temperatura da água do mar.
f) Sistema Auxiliar (SAUX): responsável por fornecer aos sistemas: dados, insumos
e informações, necessários tanto para o desempenho e execução de suas tarefas e funções
quanto para o desempenho de funções auxiliares ou apoio aos outros sistemas do Navio, tal
como: Sistema de Navegação Inercial (SNI); Sistema de Gravação e Análise de Vídeo (SGAV),
Sistema de Gravação e Análise de Dados (SGAD), Unidade de Distribuição de Sinais do Navio
(UDSN), sistema de alarmes, sistema de segurança, sistema de iluminação de pouso do
helicóptero etc.
ameaças existentes nos ambientes acima d’água (alvos de superfície) e abaixo ‘água (alvos
submarinos), o qual é composto pelos seguintes equipamentos: transponder ou receptor de
resposta tipo B (Reply Receiver type B – RRB), medidas de apoio à guerra eletrônica), míssil ar
superfície), radar, torpedo, entre outros.
Além disto, os sistemas citados devem ser capazes de trabalhar com identificação e
classificação de múltiplos contatos, alvos e ameaças (em tempo de guerra), sejam eles
localizados abaixo (submarinos), acima (aeronaves) ou na superfície (Navios) do mar.
Além dos tipos de cargas mencionadas, o Navio também possui alguns sistemas que
se enquadram nas seguintes modalidades:
A tolerância dos parâmetros elétricos deve ser atendida e estar em conformidade com
as normas vigentes [4,24,25,26,27,28, 31,32,33], a fim de garantir a QEE fornecida aos sistemas
de geração e distribuição do Navio, bem como contribuir para aumentar a vida útil dos
equipamentos e sensores embarcados. Desta forma, algumas medidas devem ser adotadas, com
a finalidade de aumentar o nível de QEE da CCB e, assim, permitir o funcionamento adequado
dos equipamentos e sensores embarcados, resultando em redução de avarias, reparos e
manutenções e, consequentemente, minimizando os gastos decorrentes das compras de
sobressalentes necessários para atender aos referidos serviços.
De acordo com [4], a MF pode ser definida como sendo a variação periódica de
frequência (∆ /2) permitida em relação à fundamental (𝑓), durante operação normal. A
periodicidade da MF deve ser considerada não superior a 10 segundos [4].
∆ á í
MF = ∗
= ∗
(33)
Sendo:
Assim como a MF, os valores limites de MT também foram apresentados nas Tabelas
de 5 a 7 do Capítulo 1 e, de acordo com [4], pode ser definida como sendo a variação periódica
de tensão (∆ /2) permitida no utilizador em relação à nominal (𝑉 ). A periodicidade da MT é
considerada maior do que um ciclo e menor do que 10 segundos [4].
∆ á í
MT = ∗
= ∗
(34)
Sendo:
Geralmente, a DHT é expressa em percentual (%) ou por unidade (pu), podendo ser
considerada um valor que fornece o potencial de aquecimento decorrente das distorções geradas
pelos harmônicos em relação à fundamental, tanto de tensão (DHTv) quanto de corrente (DHTI)
e, de acordo com [31,32,33], os seus cálculos poderão ser efetuados conforme as Equações (35)
e (36), onde: V e I , são, respectivamente, a tensão e a corrente totais e que, portanto, consideram
em seus cálculos as componentes fundamentais (V1 e I1) e harmônicas (Vh e Ih).
∑ ( )
²
𝐷𝐻𝑇 = = −1= ²
= (35)
71
∑ ( )
²
𝐷𝐻𝑇 = = −1= ²
= (36)
∑ ( )
∗ ²
DDT = DDT = = = ²
= (37)
caso, é igual ao Fator de Potência de deslocamento (FPd = cos 𝜑), pois o ângulo de
deslocamento, devido às distorções harmônicas (αd = αdistorções harmônicas) geradas pelas
contribuições das frequências múltiplas (n.f ) da fundamental ( f ), é igual a zero [34].
No entanto, em situações não lineares, onde, por natureza, os sinais não são senoidais,
têm-se αd ≠ 0, resultando em um FPv (𝑐𝑜𝑠 𝜑v) diferente do fator de potência de deslocamento
(cos φ), podendo ser calculado de acordo com a Equação (38a), (38b) ou (38c).
FPv = ∗
= ∗
∗ ∗ (38a)
( ) ( )
72
De acordo com [34], duas premissas são levadas em consideração para os cálculos dos
FPv, FPd e FPh em cargas não senoidais ou não lineares, a saber:
b) Geralmente, o valor da DHTV é abaixo de 10% (ou 0,10 pu) e bem menor que o da
DHTI, assim sendo, pode-se verificar que o valor de V = V ∗ 1 + (DHT ) ≈V,
Desta forma, a Equação (38a) pode ser reduzida de acordo com a Equação (39a) ou
(39b).
Por meio das Equações (39a) e (39b), pode ser observado que, se houver distorção
harmônica, o FPV é sempre menor que a unidade (FPv < 1).
O FPd (𝑐𝑜𝑠 𝜑) jamais poderá ser maior que a unidade (FPd ≤ 1) e, assim sendo, o
limite superior poderá ser calculado de acordo com a Equação (40).
Sendo:
a) Vantagens:
Custo reduzido; e
b) Desvantagens:
A sua utilização está limitada apenas aos DFV de 6 (seis) pulsos, ou seja, não são
necessários para operar com os DFV que possuem uma quantidade elevada de
pulsos (por exemplo, de 12, 18 pulsos etc.).
75
Uma aplicação muito vasta dos Reatores Eletrônicos de Baixa Distorção é em sistemas
baseados em lâmpadas fluorescentes sem eletrodo (Electrodeless Fluorescent Lamps - EFL), o
que aumenta a sua vida útil em cerca de 8 (oito) vezes em comparação com as lâmpadas
fluorescentes tradicionais (com eletrodo), visto que os eletrodos são os principais causadores
de defeitos ou avarias nos tipos de lâmpadas supracitados [39]. Nos Navios da MB, as EFL são
muito utilizadas, devido ao fato de possuírem uma elevada eficácia luminosa, associada à alta
eficiência energética, além de terem a capacidade de ser empregadas em locais de difícil acesso
e que, portanto, necessitam de uma iluminação constante do ambiente, a fim de garantir a
segurança das embarcações, por exemplo, são comumente utilizadas em sistemas de sinalização
e iluminação dos mastros dos Navios. A seguir são apresentadas a vantagem e a desvantagem
dos reatores de baixa distorção, sendo:
c) Vantagem:
d) Desvantagem:
Custo elevado.
76
Conforme mostrado na Figura 20, basicamente, o reator de uma EFL é formado por
um conjunto eletrônico de 4 (quatro) estágios: (1) filtragem de EMI; (2) retificação (CA/CC);
(3) chaveamento de integração (correção do FP e conversão de CC/CA); e (4) ressonância, esta
última etapa é realizada por meio de filtros LC, também conhecidos como filtros ressonantes,
os quais, a fim de garantir a operação satisfatória do sistema, devem ser capazes de atender aos
seguintes critérios: fornecer a tensão de ignição da lâmpada; limitar a corrente da lâmpada;
fornecer à lâmpada uma forma de onda de tensão simétrica, sem deslocamento; e, por fim,
devem ser capazes de garantir que a frequência de ressonância, dada por L e C, seja menor que
a frequência de comutação (fsw) e, deste modo, assegurar que a tensão nos terminais da lâmpada
permaneça constante, durante o período de comutação (Tsw) [39].
e) Topologia 5: um HAPF, formado por um APF série em série com um PPF paralelo;
f) Topologia 6: um HAPF, formado por um APF série em paralelo com um PPF série;
Figura 21 - Combinações das topologias de filtragem dos PPF, APF, HAPF e UPQC
Fonte: autoria própria
Uma das partes mais críticas dos filtros ativos de potência (APF e HAPF) está
relacionada aos reguladores de corrente, inseridos em seu circuito com a finalidade de
compensar as componentes harmônicas de alta frequência, geradas por cargas não lineares
acopladas ao sistema elétrico [45,47,48,51,52]. Neste sentido, a compensação seletiva de
corrente harmônica é uma tarefa complexa e que influencia diretamente no desempenho e na
estabilidade da EE destes tipos de filtros. Os APF, apesar de possuírem custo elevado de
implementação; maior complexidade operacional, devido ao fato de necessitarem de grande
quantidade de componentes eletroeletrônicos em seu dimensionamento; e altos níveis de
controle e regulagem para o seu funcionamento adequado no projeto, apresentam vantagens
significativas quando comparados aos outros tipos de dispositivos utilizados para mitigar os
harmônicos de determinado Sistema Elétrico Potência (por exemplo, reatores de linha, reatores
eletrônicos de baixa distorção e filtros passivos).
79
3. METODOLOGIA E MODELAGEM
A metodologia utilizada neste trabalho foi do tipo quase-experimental [55] e, por meio
de consultas de documentos técnicos (manuais de equipamentos, diagramas elétricos, relatórios,
listas de cabos, normas da IEEE, normas específicas para Navios de Guerra da MB etc.); livros;
dissertação; tese; artigos em periódicos; entre outros documentos pesquisados e produzidos nos
últimos 20 (vinte) anos, período de 2002 a 2022), tem como propósito coletar, modelar, simular
e analisar os dados referentes às distorções harmônicas e perturbações geradas por cargas não
lineares e/ou julgadas críticas, acopladas aos Sistemas de Geração e Distribuição do Navio em
estudo.
Como os 4 (quatro) Grupos Geradores são idênticos (valores nominais em Root Mean
Square - RMS, iguais a 650 kVA, 450 Vca, 834 A, 60 Hz, 1800 rpm, trifásico e conectados em
estrela não aterrado), por ocasião da simulação no Simulink, apenas um foi colocado em
funcionamento e, para tal, configurado para atender a uma demanda de 85,29%, do total de sua
capacidade (650 kVA), necessária para suprir as cargas consideradas mais críticas do Navio, ou
seja: 18,94% (105 kVA) para atender a UC-3 (MIT, responsável por alimentar a Unidade de
Resfriamento de Água – URA); e, 81,06% para atender à demanda das cargas consideradas não
lineares (UC-1 e UC-2, compostas por retificadores, inversores, circuitos de chaveamento dos
radares, sensores de armas e navegação, computadores do sistema de combate e outros circuitos
baseados em eletrônica de potência) e, também, compensar as perdas totais dos cabos.
Desta forma, após o SEP da Corveta “Barroso” ter sido carregado e simulado, no
programa Simulink, sem a presença ou atuação do SAPF, foi verificado que alguns parâmetros
elétricos, principalmente os relacionados às distorções harmônicas conduzidas pelas correntes
equivalentes das cargas para as correntes da fonte, ficaram em desconformidade com os limites
máximos estabelecidos em normas e, portanto, foram propostas soluções baseadas na
implementação de, pelo menos, um SAPF para cada Grupo Gerador principal de bordo, visto
que este tipo de dispositivo é utilizado, principalmente, para eliminar os problemas correlatos
às distorções harmônicas provocadas por correntes consumidas por cargas não lineares.
subestação do AMRJ. Desta forma, algumas Linhas de Ação (LA) foram tomadas para superar
as dificuldades relatadas, sendo:
Como mencionado, o sistema elétrico do Navio foi elaborado por meio de dois
programas: o ATP Draw e o Simulink. Onde o ATP Draw foi utilizado para identificar e avaliar
as cargas que, quando acionadas ou colocadas em funcionamento no SEP, apresentaram um
maior impacto no que tange aos picos de correntes circulantes e à queda de tensão nos pontos
de acoplamento ou barramentos onde as cargas foram conectadas. Neste quesito, observou-se
que os 3 (três) Motores de Indução Trifásicos (MIT), responsáveis por acionar as Unidades de
Resfriamento de Água (URA) a bordo, foram os que mais influenciaram. Já com relação à
injeção de componentes harmônicas no sistema em análise, as cargas baseadas em eletrônica
de potência, os 3 (três) retificadores de 24 Vcc e 20 kVA e o conjunto de cargas específicas
(por exemplo, circuitos chaveados, computadores, Sistema de Iluminação Principal (SIP),
radares e sensores alimentados em tensões de 115Vca-3F-60Hz, 5, 12 e/ou 24 Vcc), foram os
utilizadores que mais provocaram distorções harmônicas nas tensões e correntes elétricas
geradas pelo sistema do Navio.
dois conjuntos equivalentes de cargas não lineares (um formado pelos 3 retificadores de 24 Vcc
/ 20 kVA e, outro, proveniente das cargas específicas) que foram alimentados no mesmo ponto
de acoplamento comum (Point of Common Coupling - PCC) do referido motor.
Parte nº 1
85
Parte nº 2
QEP-1/QEP-3
Parte nº 3
86
Parte nº 4
Diferentemente do SEP geral do Navio, elaborado pelo ATP Draw (Figura 22), por
ocasião da simulação realizada no Simulink, só houve a necessidade de simular apenas parte
do SEP, haja vista que os 4 (quatro) Grupos Geradores são idênticos e, praticamente, alimentam
os mesmos tipos de carga. Sendo assim, a Figura 23 mostra os Sistemas de Geração e
Distribuição de EE contendo os Utilizadores mais críticos do Navio e que, portanto, foram
escolhidos para serem modelados e simulados no Simulink em conjunto com o SAPF projetado
neste trabalho.
87
3.2.2. Projeto do Filtro Ativo de Potência Paralelo (Shunt Active Power Filter – SAPF)
A função principal dos SAPF é mitigar uma grande faixa de problemas relacionados à
baixa QEE de um determinado Sistema de Geração ou Distribuição de EE, visto que estes tipos
de filtros têm a capacidade de atenuar a maioria dos distúrbios que contribuem tanto para o
aumento de: potência reativa; correntes desequilibradas; harmônicos; e flutuações elétricas de
tensão e/ou corrente [54], quanto para a diminuição dos fatores de potência de deslocamento;
distorcido; e/ou verdadeiro, resultantes de cargas não lineares existentes no SEP.
(1) um inversor baseado em fonte de tensão (VSI), para geração das correntes
compensadas (ICabc);
de acoplamento devem ser instalados nas 3 (três) fases entre o VSI e o PCC, conforme mostrado
na Figura 26 [54,56].
91
De acordo com [58], o projeto dos indutores de acoplamento está fundamentado nos
seguintes critérios:
(ou filtro harmônico), deve ser maior do que a variação da corrente harmônica gerada na carga,
de modo a proporcionar o cancelamento adequado dos harmônicos residuais existentes nas
correntes compensadas na saída do inversor (VSI).
Nas literaturas atuais, existem várias formas para realizar os cálculos dos indutores de
acoplamento (Lf) [57,58,59], dentre as quais, foram postuladas algumas por meio das Equações
de (43a) a (43d) e (44).
( á . ) ( á . )
𝐿𝑓 = ( á ∗ )∗
= (43a)
( á . ) á ( )∗ ( á . )
, ∗ ( )
𝐿𝑓 < (43b)
á
( ) ( )∗
𝐿𝑓 = ∗
= (43c)
( ) ∗ ( )∗
92
( ) ∗ ( )∗
𝐿𝑓 = ∗
= ∗
(43d)
( ) ( )∗
∗ ( )∗
𝐿𝑓 = ∗
(43.e)
( )∗
( )∗
𝜔 = 2𝜋 ∗ 𝑓 = 2𝜋 ∗ ℎ𝑚á𝑥 ∗ 𝑓 = (45a)
∗ ( )∗
𝑓 = =ℎ á ∗ 𝑓 (45b)
Sendo:
𝑚𝑎, índice de modulação do VSI, onde considerando que o VSI trabalhará na região
linear de condução de corrente [54,56], então: 0 ≤ 𝑚𝑎 ≤ 1;
3.2.2.2. Circuito Inversor por fonte de tensão (Voltage Source Inverter- VSI)
Como já mencionado, basicamente este circuito é formado pelo link de tensão contínua
(VDC) e 6 (seis) MOSFET, sendo estes chaveados pelas correntes pulsadas (IGabc) geradas pelo
controlador de corrente por banda de histerese que, por natureza, pode ser considerado um tipo
de controle baseado em Modulação por Limites de Corrente (MLC), podendo também adotada
a Modulação por Largura de Pulsos - MLP (Pulse Width Modulation - PWM) [43,60,61,62].
O valor da tensão contínua de referência (VDC ref) pode ser calculado conforme as
Equações de (47a) a (47d) [56,57], sendo:
∗ ∗ ( )∗
𝑉 = 2 ∗ FS ∗ √2 ∗ 𝑉𝐿1𝑟𝑚𝑠(𝑃𝐶𝐶) = (47a)
∗ ∗𝑉𝐶(𝑝𝑖𝑐𝑜) ∗( )∗ ( )∗
𝑉 = 2 ∗ FS ∗ √2 ∗ 𝑉1𝐿 𝑟𝑚𝑠 (𝑃𝐶𝐶) = = (47b)
Sendo:
Sendo que a faixa de trabalho da tensão de compensação no PCC, pode ser assumida
como: VS(pico) ≤ VC(pico) ≤ 2∗VS (pico), onde a tensão 𝑉 ( ) = √2 ∗ 𝑉 = √2 ∗ (√3 ∗ 𝑉 )éa
tensão de pico da fonte. Lembrando que só há compensação de corrente quando VC(pico) > VS(pico)
[56].
a 1 (um) [56,62], as Equações (47a) e (47b) podem ser reduzidas conforme expresso nas
Equações (47c) e (47d), respectivamente.
∗ ( ) ∗ ( )
𝐶 = = (48a)
√ ∗ ∗ ( ) √ ∗ ∗ ( )
( ) ∗( )
𝐶 = ∗√ ∗ ∗
(0,80*CDC ≤ faixa de ajuste do CDC ≤ 1,20*CDC ) (48b)
( )
Sendo:
Figura 28 – Controlador PI
Fonte: autoria própria
( )
Ploss( ) = ∗ Erro ( ) = [ ( / )]
∗ Erro ( ) (49a)
( )
( . ) .
P ( ) í =𝑃 ( ) á ∗ .
= ∗ (49c)
∗( )
.
P () =ℒ ∗ =P ∗ 1−𝑒 (50a)
∗( )
P () =P ∗ 1−𝑒 (50b)
Ponto de inflexão
𝝉𝒂 𝝉
Tipo de controlador GP GI = GD = 𝐺 ∗ 𝑇 TI TD
P 𝜏 0 0 ∞ 0
𝑇𝑎
PI 𝜏 𝜏 0 𝑇𝑎 0
0,9 ∗ 0,27 ∗
𝑇𝑎 (𝑇𝑎)² 0,3
PID 𝜏 𝜏 0,60* 𝜏 2 ∗ 𝑇𝑎 𝑇𝑎
1,2 ∗ 0,6 ∗
𝑇𝑎 (𝑇𝑎)² 2
Fonte: adaptado de [63]
3.2.2.4.1. Teoria da Potência Reativa Instantânea (Instantaneous Reactive Power- IRP) p-q
Fazendo-se o uso dos sensores trifásicos de tensão e corrente, são coletados os dados
referentes às tensões da rede (VSa, VSb e VSc) e correntes totais (ILa, ILb e ILc) consumidas pelas
cargas trifásicas que são conectadas ao Ponto de Acoplamento Comum (PAC ou PCC).
Como já comentado, estes parâmetros são utilizados para calcular e gerar as correntes
de referência, por meio de: um algoritmo baseado na Transformada de Clarke; dois FPB de
primeira ordem, os quais trabalham combinados com as Malhas Fechadas de controle; dois
comparadores, sendo um inversor e outro não inversor; e, por fim, um algoritmo fundamentado
na Transformada Inversa de Clarke.
3.2.2.4.1.1.Transformada de Clarke
𝑉 √ √ √ 𝑉
𝑉 = ∗ 1 − − ∗ 𝑉 (51)
𝑉 √ √ 𝑉
0 −
𝐼 √ √ √ 𝐼
𝐼 = ∗ 1 − − ∗ 𝐼 (52)
𝐼 √ √ 𝐼
0 −
Uma vez encontradas as tensões e nas novas coordenadas (0, 𝛼 e 𝛽), as potências
instantâneas de sequências zero, positiva e negativa (p0, p e q) poderão ser obtidas e, para tal,
utiliza-se a Equação matricial (53) ou as Equações (54), (55) e (56), simultaneamente
[65,66,67,68,69].
𝑝 𝑉 0 0 𝐼
𝑝 = 0 𝑉 𝑉 ∗ 𝐼 (53)
𝑝 0 𝑉 −𝑉 𝐼
𝑝 = 𝑉 *𝐼 (54)
𝑝 = 𝑉 ∗𝐼 +𝑉 ∗𝐼 (55)
𝑝 = 𝑉 ∗𝐼 −𝑉 ∗𝐼 (56)
posteriormente, são enviadas para os outros comparadores inversor e/ou não inversor, os quais
vão ser abordados e explicados mais à frente.
As Equações de (57a) a (57b), são utilizadas para calcular a potência ativa instantânea
contínua (𝑝 ), gerada na saída do FPB-1, em função da frequência (s) e, também, no domínio
do tempo (t), após ter sido aplicado um degrau unitário na potência instantânea ativa de entrada
(p) [65,66,68,69].
𝑝̅( ) í á = ∗ .
= ∗ (57a)
( ) ( )
.
p( ) í á =ℒ ∗ .
= ℒ ∗ (57b)
( ) ( )
.
p ( ) í á =p ∗ 1−𝑒 = 𝑝̅ (57c)
𝑞( ) í á = ∗ .
= ∗ (58a)
( ) ( )
.
q() í á =ℒ ∗ .
= ℒ ∗ (58b)
( ) ( )
.
102
𝑝 =𝑝 = 𝑝 − 𝑝̅ =p (59)
𝑞 =𝑞 =𝑞−𝑞 =q (60)
𝑝 = 𝑝 − (+𝑃 ) (61a)
𝑝 = −𝑝 − (−𝑃 ) (61b)
𝑝 = 𝑝 + (−𝑃 ) (62a)
𝑝 = −𝑝 + (+𝑃 ) (62b)
1 0
𝐼𝑐 √ 𝐼
√
𝐼𝑐 = ∗ − ∗ 𝐼 (63)
√
𝐼𝑐 √
𝐼
− −
√
Outro fator importante para este tipo de controle é que a frequência de chaveamento
varia com diversos parâmetros do circuito, tais como: correntes, tensões de entrada e de saída,
indutância etc. Nota-se que, enquanto a corrente for menor do que o limite superior, a chave
permanece fechada e, atingido tal limite, a chave se abre e permanece neste estado até que o
limite inferior seja alcançado [71,72,73]. O circuito de controle de corrente por Banda de
Histerese está representado pela Figura 36.
( )
𝐼 ( ) =𝐺 ( ) ∗ Erro ( ) = ∗ Erro ( ) (64a)
( )
105
𝐼 ( ) = ∗ =( )
∗ = ∗ Erro (64b)
𝐼 ( ) =( )
∗ (64c)
( )
𝐼 ( ) =( )
∗ (64d)
( )
I ( ) =ℒ ( )
∗ (65a)
.
I ( ) = I ( ) −I ( ) ∗ (1 − 𝑒 ) (65b)
Como, de acordo com [63, 64], o valor do erro permanente (ou estacionário) é dado
por 𝑒 = lim 𝐸𝑟𝑟𝑜( ) = lim 𝑠 ∗ 𝐸𝑟𝑟𝑜( ) , da Equação (65b), resulta que:
→ →
.
𝑒 = lim I ( ) −I ( ) ∗ (1 − 𝑒 )=I ( ) −I ( ) (65c)
→
𝑒 ( á ) = G ∗ (I ( á ) −I ( á )) (65d)
Este capítulo tem como propósito realizar a simulação e a análise dos dados obtidos,
quando os SGDEE do Navio estiverem carregados com e sem o SAPF acoplado em seu PCC
e, a fim de efetuar a verificação das componentes harmônicas e dos outros parâmetros
relevantes à QEE, os referidos sistemas devem alimentar as cargas não lineares (unidades
consumidoras nº 1 e 2) e, também, o MIT (unidade consumidora nº 3) responsável por acionar
a URA-1.
Por ocasião da simulação, considerou-se que um dos 4 (quatro) Grupos Geradores que
alimentam o SEP do Navio foi submetido à uma carga total de 85,29% (Potência Aparente
nominal sem a inclusão das componentes harmônicas, S1 = Snominal = 554,37 kVA) de sua
capacidade máxima (650 kVA). Desta forma, neste Capítulo, são realizados os levantamentos
e as especificações das cargas mais críticas do Navio que foram modeladas e simuladas neste
trabalho, a fim de subsidiar no dimensionamento ou projeto adequado do SAPF.
Sendo:
G: Grupo Gerador; e
M: Motor.
Com a finalidade de obter maiores informações em relação aos dados elétricos dos
Grupos Geradores e das UC do Navio, alguns levantamentos foram realizados por meio de
diagramas elétricos, normas Navais e manuais de equipamentos do Navio em estudo, os quais
podem ser visualizados utilizando-se das Tabelas de 17 a 25.
TABELA 20 - Levantamento das cargas dos MIT de acionamento das URA (440Vca/3F/60Hz)
SL VL IL FP PL QL ILpartida ZL Rcc Icc
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) (A) (Ω) (pu) (A)
URA-1 105 440 138 0,86 90,3 54 828 1,841 ≤ 20 2.760
URA-2 105 440 138 0,86 90,3 54 828 1,841 ≤ 20 2.760
URA-3 105 440 138 0,86 90,3 54 828 1,841 ≤ 20 2.760
SL (kVA)
315
URA total
Fonte: autoria própria
TABELA 21 - Levantamento das cargas dos MIT de acionamento das BIS (440Vca/3F/60Hz)
SL VL IL FP PL QL ILpartida ZL Rcc Icc
Equipamento
(kVA) (V) (A) (pu) (kW) (kVAr) (A) (Ω) (pu) (A)
BIS-1 73,2 440 96 0,82 60 42 576 4,58 ≤ 20 1.920
BIS-2 73,2 440 96 0,82 60 42 576 4,58 ≤ 20 1.920
BIS-3 73,2 440 96 0,82 60 42 576 4,58 ≤ 20 1.920
SL (kVA)
219,60
BIS total
Fonte: autoria própria
Controle Tático (SisConTa Mk III) entre outros; e, por fim, a carga (URA nº 1) acionada pelo
MIT de 105 kVA que é alimentado diretamente em 440Vca-3F-60Hz (considerando a queda de
tensão percentual entre o Grupo Gerador e o QEP de 2%, de acordo com a Figura 37).
Por ocasião da simulação, como já foi relatado anteriormente, as 3 (três) Unidades
Consumidoras (UC-1, 2 e 3) foram alimentadas por apenas 1 (um) dos 4 (quatro) Grupos
Geradores a Diesel de bordo apresentados na Tabela 17. Como os geradores são idênticos e
alimentam, praticamente, os mesmos tipos de cargas, não houve a necessidade de simular todos
os Geradores mencionados.
A Figura 38 contém os SGDEE do Navio carregados com as cargas supracitadas e sem
a atuação do SAPF, onde o Grupo Gerador foi carregado em, aproximadamente, 85,29%
(Potência Aparente Fundamental sem a inclusão das componentes harmônicas, sendo
considerada igual a S1 = Snominal = 554,37 kVA) de sua capacidade máxima (650 kVA). Pode
ser observado que a Potência Aparente total (S), incluindo as componentes harmônicas, ficou
em torno de 88,05% (572,32 kVA) de 650 kVA, destes, os Utilizadores (UC-1 a UC-3)
consumiram, aproximadamente, 97,84% (559,98 kVA) e, as perdas totais na linha de
transmissão (cabos elétricos), ficaram em torno de 2,16% (12,40 kVA).
112
Cargas dos Retificadores Estáticos nº 1 (5,0 kVA), nº 2 (7,5 kVA) e nº 3 (7,5 kVA) de 24 Vcc
S Vin Vout Icc
Nº Descrições das cargas
(VA) (Vca) (Vcc) (A)
11 Unidade de controle de DTT 65 440 24 2,71
12 Dimmer do DTT 1 440 24 0,04
13 Console do sistema de governo nº 2 36 440 24 1,50
14 Central de hora (relógio mestre) 48 440 24 2,00
15 Apito a ar (acionamento de emergência) 15 440 24 0,63
16 Console de Direção de Tiro da alça optrônica 5 440 24 0,21
17 Gabinete eletrônico nº 1 da alça optrônica 240 440 24 10,00
18 Fac Smile (FAX) 27 440 24 1,13
19 Unidade de controle remoto do radar de navegação 25 440 24 1,04
20 Sistema de sinalização e alarme da escoteria 60 440 24 2,50
21 Dimmer switch do anemômetro 6 440 24 0,25
22 Indicador de velocidade do hodômetro 4 440 24 0,17
23 Rastreador Optrônico (Optronic Tracker) 2 440 24 0,08
24 Gabinete eletrônico nº 2 da alça optrônica 240 440 24 10,00
25 Sistema da agulha magnética 15 440 24 0,63
26 Console do Canhão de 40 mm 280 440 24 11,67
27 Console principal de eletricidade 240 440 24 10,00
28 Painel de Controle Local (PCL) do MCA-1 200 440 24 8,33
29 Painel de Controle Local (PCL) do MCA-2 200 440 24 8,33
30 Painel de Controle Local (PCL) do Óleo Diesel nº 1 63 440 24 2,63
31 Console secundário de eletricidade nº 1 1.526 440 24 63,58
32 Console do sistema de governo nº 1 (CML) 288 440 24 12,00
33 Console secundário de eletricidade nº1 24 440 24 1,00
34 Painel de Iluminação de Emergência nº 3 (PIE-3) 738 440 24 30,75
35 Console do sistema de governo no CCM 192 440 24 8,00
36 PCL do MCP de boreste (BE) 300 440 24 12,50
37 PCL do MCP de bombordo (BB) 300 440 24 12,50
38 Console de controle da propulsão no CCM 700 440 24 29,17
39 Console de máquinas auxiliares 767 440 24 31,96
40 Console de controle de avarias 434 440 24 18,08
41 Controle de temperatura da PMV 105 440 24 4,38
42 Console de controle da propulsão no passadiço 25 440 24 1,04
43 Painel de controle do passadiço da asa de BE 11 440 24 0,46
44 Painel de controle do passadiço da asa de BB 11 440 24 0,46
45 Eletroímã do AVR do MCP de BB 39 440 24 1,63
46 Eletroímã do AVR do MCP de BE 39 440 24 1,63
47 Chave limite dos flap's de BB 144 440 24 6,00
48 Chave limite dos flap's de BB 144 440 24 6,00
49 Solenoide de partida do MCP de BB 12 440 24 0,50
50 Solenoide de partida do MCP de BB 12 440 24 0,50
51 Pressostato de partida do MCP de BB 360 440 24 15,00
52 Pressostato de partida do MCP de BE 360 440 24 15,00
53 Sensor de controle da pressão do MCP de BB 1 440 24 0,04
54 Sensor de controle da pressão do MCP de BE 1 440 24 0,04
55 Sensor de carga do MCP de BB 4 440 24 0,17
114
Cargas dos Retificadores Estáticos nº 1 (5,0 kVA), nº 2 (7,5 kVA) e nº 3 (7,5 kVA) de 24 Vcc
S Vin Vout Icc
Nº Descrições das cargas
(VA) (Vca) (Vcc) (A)
56 Sensor de carga do MCP de BE 4 440 24 0,17
57 Painel de Controle Local (PCL) do Óleo Diesel nº 2 56 440 24 2,33
58 Controlador da caixa de temperatura da PMR 350 440 24 14,58
59 Painel de Iluminação de Emergência nº 4 (PIE-4) 1.404 440 24 58,50
60 Inversor Estático de 24Vcc/115Vca/3F/60Hz 3.300 440 24 137,50
61 Painel de Iluminação de Emergência nº 5 (PIE-5) 720 440 24 30,00
62 Painel de Iluminação de Emergência nº 6 (PIE-6) 1.164 440 24 48,50
63 Painel de Iluminação de Emergência nº 7 (PIE-7) 912 440 24 38,00
64 Controlador nº 1 da máquina do leme 24 440 24 1,00
65 Controlador nº 2 da máquina do leme 24 440 24 1,00
66 Painel de teste da oficina de eletrônica 48 440 24 2,00
67 Painel de teste da oficina de eletricidade 48 440 24 2,00
Corrente
Potência Aparente total instalada total
18.512 771,33
(VA) rms consumida
(A) rms
Corrente
Potência Aparente total disponível
total
pelos 3 (três) retificadores 20.000 833,33
consumida
(VA) rms
(A) rms
Potência Aparente total das cargas não lineares Corrente
consideradas na simulação no Simulink total
15.904 683,93
(VA) rms = 79,52% de 20.000 VA consumida
(incluindo as componentes harmônicas) (A) rms
Fonte: autoria própria
Tempo (s)
Figura 41 – Comportamento dos parâmetros elétricos
(sem a atuação do SAPF)
Fonte: autoria própria
4.2.1.1. Análise das Formas de Onda de Tensão nos terminais do PCC sem o SAPF atuando
Forma de Onda de VLabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 623,2 V pico (440,7 V rms)
Apico a pico = 2*VLabc pico (V)
Tempo (s)
Figura 42 – Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
118
4.2.1.2. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) nos terminais do PCC sem o SAPF atuando
De acordo com a Figura 43, no que tange à Distorção Harmônica Total (DHTV) e às
Distorções Harmônicas Individuais (DHIV) sofridas pelas tensões no PCC (VLabc ou VLabc PCC),
verifica-se que as componentes de ordens harmônicas (h) iguais a 5, 7, 11 e 13 foram as que
mais contribuíram para o aumento da DHTV neste ponto, cerca de 71,43%, que equivalem a
0,95% de um total de 1,33%. As componentes harmônicas das ordens mencionadas (5, 7, 11 e
13) apresentaram DHI de tensão iguais a 0,33%, 0,21%, 0,22% e 0,19%, respectivamente. Já
as distorções de tensão, geradas pelas outras componentes, ficaram em torno de 28,57% de
1,33%, que equivalem a 0,38%.
VLabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) = 623,2 Vca pico (440,7 V rms), DHTV = 1,33%
Apico a pico = 2*VLabc pico (%)
4.2.1.3. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) nos terminais do PCC sem o SAPF
atuando
Com relação à queda de tensão no PCC, o valor ficou em torno de 2,07% (9,32 Vca)
da tensão de base (450 Vca rms, tensão a vazio de saída nos terminais do Grupo Gerador,
conforme mostrado na Figura 23), resultando em uma tensão próxima de 440,7 Vca rms ou
623,22 Vca pico.
119
Vale destacar que todos os valores referentes às quedas de tensão supracitadas ficaram
abaixo dos valores estabelecidos em normas [4,75], as quais limitam estes valores entre 3 e 7%,
dependendo dos tipos (I, II e/ou III) de energia elétrica consumida por cada Utilizador. Os tipos
de energia elétrica podem ser visualizados e consultados por meio das Tabelas de 5 a 7,
apresentadas no Capítulo 1 deste trabalho.
4.2.1.4. Análise das Formas de Onda de Tensão do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF
atuando
O módulo da tensão nos terminais de saída do Grupo Gerador sofreu uma redução em
relação à tensão de base do SEP (V rms a vazio = 450 Vca rms ou √2 *450 = 636,4 Vca pico a
vazio), cerca de 1,32% (444,07 Vca rms ou 628 Vca pico). Mesmo que levemente, a forma de
onda da Tensão também ficou deformada quando comparada a uma onda puramente senoidal,
conforme pode ser verificada na Figura 44.
120
Forma de Onda de VSabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 628 V pico (444,07 V rms)
Apico a pico = 2*VLabc pico (V)
Tempo (s)
Figura 44 – Formas de Onda das tensões do SEP
(sem o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
4.2.1.5. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF atuando
Assim como foi mencionado no item 4.2.1.1 deste Capítulo e, de acordo com a Figura
45, as DHIv que mais influenciaram na distorção harmônica do Grupo Gerador Síncrono (GGS
ou GS), também foram as de ordens harmônicas iguais a 5, 7, 11 e 13, contribuindo em,
aproximadamente, 86,12% de 0,36% (DHTV do SEP), resultando, portanto, em uma DHTV
igual a 0,31%. Desta forma, estas componentes apresentaram DHIv iguais a 0,15%, 0,07%,
0,05% e 0,04%, respectivamente. Logo, o somatório das DHIV das outras componentes ficou
por volta de 0,05%, o que corresponde a 13,88% da DHTv do SEP (0,36%).
121
VSabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) = 628 Vca pico (444,07 V rms), DHTV = 0,36%
Apico a pico = 2*VSabc pico (%)
4.2.1.6. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) do Sistema Elétrico de Potência sem
o SAPF atuando
No que tange à queda de tensão do SEP ou nos terminais de saída do Grupo Gerador,
o valor ficou em torno de 1,317% (5,93 Vca) de 450 Vca rms, resultando em uma tensão
próxima de 628 Vca pico ou 444,07 Vca rms e, desta forma, abaixo de 2%, ou seja, em
conformidade com as normas Navais [4,75] e Figura 37.
4.2.1.7. Análise das Formas de Onda das correntes consumidas pelas Unidades Consumidoras
sem o SAPF atuando
Conforme podem ser verificadas na Figura 46, as deformações das Formas de Onda
provocadas pelas correntes consumidas pelas cargas (especialmente, as UC-1 e 2), são muito
maiores que as deformações relacionadas às tensões (1,33%) e, desta forma, pode-se confirmar
que a opção de ter escolhido um Filtro Ativo de Potência do tipo Paralelo (SAPF), objetivando
mitigar as componentes harmônicas conduzidas pelas correntes ao SEP do Navio, foi adequada,
visto que uma das principais características dos SAPF é a compensação de harmônicos de
corrente, além de serem capazes de compensar outros parâmetros elétricos, tais como: potência
reativa; corrente de neutro; flutuações de tensão; e desbalanços de corrente [54,77], entre outros
122
que devem ser demonstrados mais à frente quando os SGDEE forem simulados com a presença
do referido filtro.
Forma de Onda da Corrente ILabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.019,3 A pico (720,75 A rms)
Apico a pico = 2*ILabc pico (A)
Tempo (s)
Figura 46 – Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC
(sem o SAPF atuando)
De acordo com a Figura 47, as DHII que mais influenciaram na DHTI, também foram
as provenientes das ordens harmônicas 5, 7, 11 e 13 que, por sua vez, apresentaram valores
iguais a 10,39%, 4,83%, 3,78% e 2,50% e, desta forma, contribuindo com, aproximadamente,
21,50% ou 84,05% de 25,58%. O somatório das outras DHII ficou em torno de 4,08% (ou
15,95% de DHTI).
123
Apico a pico = 2*Iabc pico (%) ILabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) =1.019,3 A pico (720,76 A ca rms), DHTI = 25,58%
4.2.1.9. Análise das Formas de Onda das correntes equivalentes fornecidas pelo Sistema
Elétrico de Potência sem o SAPF atuando
Analisando a 46 e 48, pode-se constatar que, as deformações das Formas de Onda das
correntes fornecidas pelo Grupo Gerador (ISabc) e das correntes consumidas pelas Cargas (ILabc),
são equivalentes, visto que, como não existe a atuação do SAPF nesta situação, as correntes
equivalentes dos utilizadores estão em série com as correntes geradas pela fonte e, portanto, as
duas correntes (ISabc e ILabc) são iguais e apresentam os mesmos comportamentos. Neste
contexto, pode-se afirmar que os Utilizadores foram os responsáveis por conduzir,
consideravelmente, as componentes harmônicas de corrente aos SGDEE do Navio e, desta
forma, torna-se necessário a implementação de um SAPF no PCC, a fim de cancelar os
harmônicos injetados ou conduzidos para o SEP pelas cargas não lineares.
124
Forma de Onda da Corrente ISabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.019,3 A pico (720,75 A rms)
Apico a pico = 2*ISabc pico (A)
Tempo (s)
Figura 48 – Formas de Onda das correntes do SEP
(sem o SAPF atuando)
No que tange às DHII conduzidas para o SEP pelas UC, as mais significativas também
foram as provenientes das ordens harmônicas 5, 7, 11 e 13, as quais apresentaram os seguintes
valores: 10,39%; 4,83%; 3,78%; e 2,50% e, desta forma, somando-se em 21,50%, o que
equivalem a 84,05% de 25,58%. As outras DHII, juntas, resultaram em 4,08% (ou 15,95% de
DHTI do SEP).
125
ISabc (%) na Frequência Fundamental (60 Hz) =1.019,3 A pico (720,76 A rms), DHTI = 25,58%
Apico a pico = 2*ISabc pico (%)
FPv; e η), a ideia deste trabalho é mitigar as componentes harmônicas equivalentes do SEP e,
para tal, foram considerados os valores equivalentes dos parâmetros supracitados, os quais
foram obtidos por intermédio das medições realizadas nos terminais de saída do Grupo Gerador
principal.
4.2.1.12. Análise dos Fator de Potência verdadeiro (FPV) do Sistema Elétrico de Potência sem
o SAPF atuando
4.2.1.13. Análise do Rendimento (η) do Sistema Elétrico de Potência sem o SAPF atuando
Vale ressaltar que, nesta pesquisa, apesar de não ter sido encontrada uma norma que
estabeleça, de forma direta, o rendimento mínimo aceitável para os Sistemas Elétricos de
Potência instalados nos Navios da MB, a fim de verificar se o valor do rendimento calculado
ficou dentro dos limites aceitáveis, foi levado em consideração o valor mais alto das tolerâncias
máximas de tensão de saída admissíveis nos terminais dos utilizadores, as quais são
apresentadas nas Tabelas de 5 a 7, item 1.4.1.2, do Capítulo 1. O valor adotado da tolerância
foi de 7% em relação à tensão de base (450 V rms), que resulta em Vo igual 418,50 V rms. Por
consequência, o valor do rendimento mínimo admitido ficou igual a 93% (η = Vo/Vi = 418,59
V / 450 V = 0,93 pu). Sendo assim, o valor do rendimento encontrado na simulação (ηsimulado),
sem a presença do SAPF, está em conformidade com o valor do rendimento admitido em norma
(ηnormatizado) [4], mesmo que indiretamente, ou seja: η simulado = 96,55% > η normatizado = 93%.
TABELA 30 – Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e
MT e os limites estabelecidos em normas – SAPF desligado [4, 75, 76]
Correntes, Tensões e Fatores de Potência calculados a partir da simulação
Terminais Terminais dos
Resultados
de saída Terminais RET-1/2/3 e
Equações Estado do satisfazem
Parâmetros do do PCC Circuitos
utilizadas SAPF as normas
Gerador (UC-1/2/3) Específicos (CE
(SEP) 1/2/3/4)
(RET-1,2 e
3662,61 (24Vcc)
(CE-1/2/3/4)
I1 (A rms) 720,76 720,76
- 1.046,74 (5Vcc) Desligado Sim
(sem harmônico) (CA) (CA)
654,21 (12Vcc)
436,14 (24Vcc)
2.483,92 (115Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,25 (Vcc)
(CE-1/2/3/4)
V1 (V rms) 444,07 440,7
- 4,95 (5Vcc) Desligado Sim
(sem harmônico) (Vca) (Vca)
11,87 (12Vcc)
23,74 (24Vcc)
114,74 (Vca)
128
algoritmo fundamentado na Transformada Inversa de Clarke, responsável por gerar a ICabc ref. A
fim de realizar os referidos cálculos, foram utilizados os dados obtidos por meio do critério de
amostragem de Nyquist, onde é estabelecido que o sinal seja amostrado ou registrado em, pelo
menos, 2 (duas) vezes o valor da frequência mais alta medida (fs ≥ 2*hmáx*f ) [13]. De acordo
com a Figura 50, pode ser constatado que os valores dos parâmetros, encontrados utilizando-se
do Teorema de Nyquist e considerando 1 < h ≤ ∞, são maiores quando comparados aos que
foram apresentados nas Figuras de 42 a 49 e Tabelas 29 e 30 e, portanto, estes foram
considerados para a realização dos cálculos referentes ao projeto do SAPF.
𝑉 = 2 ∗ √2 ∗ 𝑉 ( ) ∗ (1 + 𝐷𝐻𝑇 ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇
𝑉 =𝑉 ( ) ≈ 1.261,54 𝑉
Antes de dar início aos cálculos dos componentes do SAPF (capacitores, indutores
e/ou resistores), é importante destacar que, nesta pesquisa, a fim de validar a simulação e a
aplicação do referido filtro, o dimensionamento de tais componentes foi realizado utilizando-
se dos métodos de cálculos existentes. No entanto, vale ressaltar que os filtros ativos de potência
reais possuem componentes comerciais que devem ser capazes de garantir a sua performance
próxima do que foi projetado neste trabalho. Sendo assim, a escolha de cada componente deverá
ficar a critério do fabricante de tal equipamento.
𝑉𝐿1( ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇
𝜔 = 2𝜋 ∗ 𝑓 = 2𝜋 ∗ ℎ𝑚á𝑥 ∗ 𝑓 =
𝐿𝑓 ∗ 𝐼𝐿1( ) ∗ 1 + 𝐷𝐻𝑇
𝜔 = 6.941,52 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝜔 6.941,52 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑓 = = = 1.104,78 𝐻𝑧
2𝜋 2𝜋
𝑓 sw 1.140 𝐻𝑧
ℎ á ≤ = = 19
𝑓1 60 𝐻𝑧
Para calcular os valores dos ganhos proporcional (GP) e integral (GI) do controlador
PI, faz-se o uso da Tabela 16 apresentada no Capítulo 3 deste trabalho e que, por sua vez,
postula as regras de sintonia de Ziegler-Nichols para controladores PID. Assumindo que os
valores do tempo de atraso (𝜏𝑎) e da constante de tempo (𝜏) sejam iguais a 0,3 ms e 2,67 ms,
respectivamente, então:
,
𝑇 = ,
= ,
= 1 ms (tempo de integração do controlador PI)
,
𝐺 = 0,9 ∗ = 0,9 ∗ ,
= 8 (ganho proporcional do controlador PI)
Desta forma, considerando-se que cada FPB possui uma resistência igual a 1 Ω (RFPB
= RFPB-1 = RFPB-2 = R) e que, por consguinte, ambos devem ter a capacidade de cortar as
frequências harmônicas acima da frequência fundamental, cerca de 10 a 20% (1,10*f ≤ fc ≤
1,20*f), logo, por meio da Equação (48a), pode-se calcular as constantes de tempo (𝜏 =
𝜏 =𝜏 ) e as capacitâncias (CFPB1 = CFPB2 = CFPB) dos FPB.
133
𝜏 =𝑅∗𝐶 =𝑅 ∗𝐶 =𝜏 =𝜏 =𝜏 = 10 𝑚𝑠 e RFPB = 1 Ω,
𝐶 = = (67)
𝐶 = = = 10 𝑚𝐹
Os ajustes das frequências de corte dos FPB devem atender ao seguinte critério:
1,10 ∗ 𝑓 ≤ 𝑓 = ∗ ∗
≤ 1,20 ∗ 𝑓 (68a)
𝑓 í ≤ 𝑓 = ∗ ∗
≤𝑓 á (68b)
66 Hz ≤ 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑓 ≤ 72 Hz
Valor assumido no projeto, fcorte FPB, fcorte FPB-1 ou fcorte FPB-2 = 70,04 Hz.
2π ∗ 𝑓 í ∗ 𝑅 ∗𝐶 ≤ 𝐹𝑎 ≤ 2π ∗ 𝑓 á ∗ 𝑅 ∗𝐶 (69)
41,47 ≤ 𝐹𝑎 ≤ 45,24
𝝉𝑭𝑷𝑩 = 𝟏𝟎 𝐦𝐬
𝒄𝑭𝑷𝑩 = 𝟏𝟎 𝐦𝐅⎧
⎪
Resumidamente, os parâmetros assumidos dos FPB, foram: 𝑹𝑭𝑷𝑩 = 𝟏 𝛀
⎨𝒇𝒄𝒐𝒓𝒕𝒆 𝑭𝑷𝑩 = 𝟕𝟎, 𝟎𝟑 𝐇𝐳
⎪
⎩ 𝑭𝒂 = 𝟒𝟒
134
4.2.2.7. Faixa de operação ou largura de banda (LB) do controlador de corrente por Banda de
Histerese
Com relação ao ganho do controlador de corrente por Banda de Histerese (BH), a faixa
de ajuste considerada foi de 10 a 20% acima do valor do erro estacionário ou de regime
permamente e, de acordo com as Equações (65d), (70a) e (70b), obtém-se:
Valor assumido no projeto para um ajuste de 1,15 e Gc = 1,104, GCajustado = Gca = 1,27.
I ( á ) = 540 A pico
Sendo 𝑒 ( á ) = Gc ∗ (I ( á ) −I ( á )) e
I ( á ) = 500 A pico
O controlador por banda de histerese deve operar dentro da largura de banda (ou
largura de faixa) estabelecida pelos limites inferior e superior, tal que:
se: BH < −50,8 A pico, o pulso é igual a "1" e a chave do gate é ligada; e
Onde,
se: BH > + 50,8 A pico, o pulso é igual a "0" e a chave do gate é desligada.
algoritmo foi criado no Simulink tendo como referência as Equações de (51) a (56) que estão
postuladas no Capítulo 3, item 3.2.2.4.1.1, deste trabalho.
Uma vez que o SAPF foi projetado adequadamente, inicia-se a simulação com a adição
deste filtro no SEP do Navio. A Figura 51 representa os SGDEE da Corveta “Barroso”
carregados com as três UC e, também, o SAPF ligado e acoplado ao PCC, com a finalidade de
mitigar as componentes harmônicas do sistema e, com isto, melhorar os parâmetros elétricos
(FPd, FPh, FPV, DHT, DDT, ηSEP, entre outros) que, de acordo com a simulação do sistema sem
atuação do SAPF (filtro desligado) e as Tabelas 29 e 30, ficaram fora dos limites estabelecidos
em normas.
136
Assim como foi observado na Figura 41, também são mostrados na Figura 52 os
comportamentos dos parâmetros elétricos em função do tempo (em segundo), tais como:
tensões nos terminais do PCC (lado esquerdo) e do Grupo Gerador (lado direito); as correntes
elétricas consumidas pelas UC (lado esquerdo); as correntes elétricas equivalentes (lado direito)
fornecidas pelo Grupo Gerador ou SEP em análise, após o SAPF ser conectado ao sistema; e,
finalmente, as correntes de compensação (lado esquerdo) e as correntes compensadas de
referência (lado direito) trifásicas do SAPF.
Tempo (s)
Figura 52 – Comportamento dos parâmetros elétricos
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
4.2.3.1. Análise das Formas de Onda de Tensão nos terminais do PCC com o SAPF atuando
Forma de Onda de VLabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 620,7 V pico (438,9 V rms)
Apico a pico = 2*VLabc pico (V)
Tempo (s)
Figura 53 – Formas de Onda das tensões nos terminais do PCC
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
138
4.2.3.2. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) nos terminais do PCC com o SAPF atuando
Desta forma, por ocasião da atuação do SAPF, a DHTV no PCC ficou igual a 0,03%,
portanto, nesta segunda etapa da simulação, pode-se afirmar que houve uma diminuição
significativa da Distorção Harmônica Total de tensão neste ponto, cerca de 97,74%, ou seja,
uma redução de 1,33% para 0,03%.
139
VLabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 621,7 V pico (439,6 V rms), DHTV = 0,03%
Apico a pico = 2*VLabc pico (%)
Frequência (Hz)
Figura 54 – DHTV e DHIV vistas do PCC
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
4.2.3.3. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) nos terminais do PCC com o SAPF
atuando
Durante a simulação do SEP com o SAPF atuando, a tensão de linha, medida a partir
dos terminais do PCC, apresentou magnitude igual a 625,78 V pico ou 442,49 V rms, ou seja,
uma queda percentual igual a 1,67% quando comparada com o módulo da tensão de base (636,4
Vpico ou 450 Vrms). Sendo assim, o valor encontrado está em conformidade com as tolerâncias
máximas normatizadas (variando de 3 a 7%, dependendo do tipo de energia elétrica
consumida).
4.2.3.4. Análise das Formas de Onda de Tensão do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF
atuando
Pode-se verificar que, durante a simulação, a DHTV do SEP foi bastante reduzida e,
consequentemente, a distorção da forma de onda da tensão do sistema (tensão fornecida pelo
Grupo Gerador em estudo) também foi diminuída, implicando, portanto, no comportamento de
uma onda puramente senoidal, conforme pode ser comprovado por meio da Figura 55.
140
Apico a pico = 2*VSabc pico (V) Forma de Onda de VSabc na Frequência Fundamental (60 Hz) ) = 627,2 V pico (443,50 V rms)
Tempo (s)
Figura 55 – Formas de Onda das tensões do SEP
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
4.2.3.5. Análise da Distorção Harmônica Total de tensão (DHTV) e das Distorções Harmônicas
Individuais de tensão (DHIv) do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF atuando
Tendo como base a Figura 56, é possível verificar que as DHIV que mais influenciaram
no aumento da DHTV do SEP também foram as que possuem frequências iguais 48 Hz (0,005%,
sub-harmônica), 72 Hz (0,005%, inter-harmônica) e 300 Hz (0,005%, harmônica) e, desta
forma, resultando em um valor máximo de Distorção Harmônica Individual de tensão (DHIV
máx) igual a 0,005%, onde o somatório das referidas distorções ficou cerca de 0,015%,
equivalendo, portanto, a 75% da DHTV do SEP, que é igual a 0,02%. As demais DHIV, somadas,
resultaram em 0,005%, ou seja, 25% de 0,02% ou da DHTV do sistema analisado.
Neste contexto, verifica-se que os valores encontrados ficaram dentro dos limites
estabelecidos nas normas vigentes, onde, conforme especificados na Tabela 15, são
recomendados os seguintes valores: DHIV máx ≤ 5% [4, 32] e DHTV ≤ 5% [4] ou 8% [32].
141
Apico a pico = 2*VSabc pico (%) VSabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 627,3 V pico (443,6 V rms), DHTV = 0,02%
Frequência (Hz)
Figura 56 – DHTV e DHIV do SEP (com o SAPF atuando)
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
4.2.3.6. Análise das Quedas de Tensão percentuais (V%) do Sistema Elétrico de Potência com
o SAPF atuando
A tensão equivalente do SEP, medida a partir dos terminais de saída do Grupo Gerador
principal, ficou em torno de 443,55 Vrms e, consequentemente, apresentando uma queda de
tensão percentual (V%), em relação à tensão de base do sistema (450 Vrms), igual a 1,43%.
Deste modo, o valor encontrado está em conformidade com os limites estabelecidos em normas
[4,75], visto que, de acordo com a Figura 37, é possível verificar que as quedas de tensão
admitidas, nos terminais de saída do Grupo Gerador, devem possuir valores máximos iguais a
2%.
4.2.3.7. Análise das Formas de Onda das correntes consumidas pelas Unidades Consumidoras
com o SAPF atuando
De acordo com as Figuras de 57 a 58, pode-se verificar que as distorções nas Formas
de Onda das correntes consumidas pelos Utilizadores (ILabc) e a Distorção Harmônica Total das
correntes dos Utilizadores (DHTI UC), medidas a partir do PCC, não foram mitigadas pelo SAPF,
ou seja, mesmo que de forma branda, houve um aumento de 0,75% nas referidas distorções,
passando de 25,58% (filtro desligado) para 26,33% (filtro ligado). No entanto, apesar destes
acréscimos, vale lembrar que os SAPF não são projetados com a finalidade de eliminar os
142
harmônicos das correntes consumidas pelas cargas, mas, sim, devem ter a capacidade de
cancelar estes harmônicos e, com isto, evitar que sejam conduzidos para as correntes da fonte.
Forma de Onda de ILabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.022 A pico (722,66 A rms)
Apico a pico = 2*ILabc pico (A)
Tempo (s)
Figura 57 – Formas de Onda das correntes nos terminais do PCC
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
Como já mencionado no item anterior, o SAPF, apesar de ter diminuído a DHTV nos
terminais do PCC, não conseguiu reduzir a DHTI UC, o que deve ser considerado como normal,
haja vista que o SAPF não é projetado ou dimensionado com o propósito de mitigar as
distorções nas Formas de Onda e componentes harmônicas, sub-harmônicas e/ou sub-
harmônicas geradas nas próprias cargas, mas, sim, evitar que tais grandezas sejam conduzidas
para as correntes equivalentes do sistema.
143
Neste contexto, o processo de cancelamento dos harmônicos é realizado por meio das
correntes de compensação do SAPF (ICabc) que são injetadas no PCC para garantir que as
correntes da fonte (ISabc) não sofram com as distorções harmônicas, inter-harmônicas e/ou sub-
harmônicas geradas pelas cargas não lineares. Desta forma, como as correntes compensadas
(ICabc) são acrescentadas às correntes trifásicas da fonte (ISabc), então a corrente eficaz
equivalente da fonte (IS equivalente) é igual ao somatório proveniente da corrente eficaz de
compensação (IC) e da corrente eficaz consumida pelos Utilizadores (IL), resultando em uma
corrente igual a IS equivalente = IL + IC (valores eficazes de cada linha, após a atuação do SAPF).
ILabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.020 A pico (721,25 A rms), DHTI = 26,33%
Apico a pico = 2*ILabc pico (%)
4.2.3.9. Análise das Formas de Onda das correntes equivalentes fornecidas pelo Sistema
Elétrico de Potência com o SAPF atuando
Haja vista que o SAPF foi projetado visando mitigar, principalmente, as distorções
harmônicas equivalentes do SEP, finalmente chegou o momento de analisar as DHI e DHT
existentes nas correntes do SEP do Navio e provocadas pelas correntes dos Utilizadores
considerados não lineares. Deste modo, por meio das Figuras 59 e 60, são analisadas tanto as
DHII quanto a DHTI, visando verificar se o SAPF dimensionado neste trabalho está cumprindo
com a sua função de cancelar as distorções harmônicas provenientes das UC e, com isto,
evitando que elas sejam conduzidas para as correntes equivalentes do sistema.
144
Baseando-se nas Figuras 59 e 60, é possível observar que, após a atuação do SAPF,
houve uma redução significativa em relação às Formas de Onda, DHII e DHTI do SEP do Navio.
Neste sentido, pode-se comprovar que o SAPF compensou de modo eficiente as componentes
e distorções harmônicas provocadas ou geradas pelas cargas não lineares.
Forma de Onda de ISabc na Frequência Fundamental (60 Hz) ) = 1.082 A pico (765,09 A rms)
Apico a pico = 2*ISabc pico (A)
Tempo (s)
Figura 59 – Formas de Onda das correntes do SEP
(com o SAPF atuando)
Fonte: autoria própria
Por meio da Figura 60, pode ser verificado que o SAPF foi capaz de mitigar as
componentes harmônicas do SEP em, aproximadamente, 98,05%, ou seja, após a compensação
do referido filtro, no que tange à DHTI do SEP, de acordo com a Figuras 49 e 60, observa-se
que houve uma redução significativa, ou seja, de 25,58% para 0,50%. Neste contexto, percebe-
se que as DHII mais relevantes, com relação ao acréscimo da DHTI do sistema em análise, foram
as que possuem ordens harmônicas iguais a 5, 7 e 17, valendo, 0,225%, 0,075% e 0,03%,
respectivamente e, sendo assim, totalizando em 0,33%, ou seja, 66% de 0,50%. Portanto, por
ocasião da simulação com a presença da compensação do SAPF, verificou-se que o SEP
analisado apresentou DHII máx e DHTI iguais a 0,225% e a 0,50%, simultaneamente. E, desta
forma, de acordo com a Tabela 15, os valores encontrados durante a simulação ficaram em
conformidade com os limites estabelecidos nas normas vigentes [4, 32], ou seja: DHII máx ≤ 4%
e DHTI ≤ 5%.
145
ISabc na Frequência Fundamental (60 Hz) = 1.082 A pico (765,09 A rms), DHTI = 0,50%
Apico a pico = 2*ISabc pico (%)
Sendo os módulos das correntes do SEP (I1) e os módulos das correntes consumidas
pelas Unidades Consumidoras de 1 a 3 (IL) iguais a 765,10 A e 743,44 A, respectivamente, e
assumindo-se que o valor encontrado da Distorção Harmônica Total de corrente (DHTI) ficou
em torno de 0,50%, então, por intermédio da Equação (37), encontra-se o valor da Distorção de
Demanda Total de corrente (DDTI), aproximadamente, igual a 0,51%. Desta forma, utilizando-
se da Tabela 15 verifica que, para uma relação de curto-circuito (Rcc) menor ou igual a 20 e
uma tensão do ponto de acoplamento comum compreendida entre 120 V e 69 kV (VPCC = 442,49
V rms), o valor da DDTI mencionado (0,51%) está em conformidade com o limite máximo
estabelecido em [32], que é igual a 8%.
4.2.3.12. Análise dos Fator de Potência verdadeiro (FPV) do Sistema Elétrico de Potência com
o SAPF atuando
valor encontrado do FPV (0,97) está em conformidade com a norma Naval [76], a qual
estabelece que o referido valor deve ser igual ou maior que 0,80.
4.2.3.13. Análise do Rendimento (η) do Sistema Elétrico de Potência com o SAPF atuando
O rendimento do sistema, que pode ser calculado por intermédio da Equação (28a),
após a implementação do SAPF, melhorou cerca de 0,34%, ou seja, aumentou de 96,55% (sem
a presença do SAPF) para 96,89% (com a presença do SAPF). Isto ocorreu devido ao fato do
módulo da tensão de saída (Vo) ter sido aumentado de 434,49 V (Figura 38) para 436,01 V
(Figura 51), apenas. Desta forma, pode-se afirmar que, ao ser implementado o SAPF em um
determinado Sistema de Geração ou Distribuição de EE, não há redução ou aumento
significativo no rendimento de tal sistema e, portanto, pode-se afirmar que o SAPF não interfere
neste quesito, haja vista que, de acordo com a simulação, o referido parâmetro foi considerado,
praticamente, constante.
TABELA 32 - Comparação entre os valores de queda de tensão percentual, FPd, FPh, FPv e MT
e os limites estabelecidos em normas – SAPF ligado [4, 75,76]
Correntes, Tensões e Fatores de Potência calculados a partir da simulação
Terminais Terminais dos
Terminais Resultados
de saída RET-1/2/3 e
Equações do Estado satisfazem as
Parâmetros do Circuitos
utilizadas PCC/UC do SAPF normas
Gerador Específicos
(UC-1/2/3)
(SEP) (CE 1/2/3/4)
(RET-1,2 e 3)
686,58 (24 Vcc)
I1 (CE-1/2/3/4)
765,10 743,44
- (A rms) 1.072,86 (5 Vcc) Ligado Sim
(CA) (CA)
(sem harmônico) 670,54 (12 Vcc)
447,03 (24 Vcc)
2.523,74 (115 Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,34 (Vcc)
V1 (CE-1/2/3/4)
443,55 442,49
- (V rms) 4,91 (Vcc) Ligado Sim
(Vca) (Vca)
(sem harmônico) 11,79 (Vcc)
23,58 (Vcc)
115,13 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
686,58 (24 Vcc)
I (CE-1/2/3/4)
765,34 743,45
(36) (A rms) 1.072,86 (5 Vcc) Ligado Sim
(CA) (CA)
(com harmônico) 670,54 (12 Vcc)
447,03 (24 Vcc)
2.523,74 (115 Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,34 (Vcc)
V (CE-1/2/3/4)
443,55 442,49
(35) (V rms) 4,91 (Vcc) Ligado Sim
(Vca) (Vca)
(com harmônico) 11,79 (Vcc)
23,58 (Vcc)
115,13 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,34 (Vcc)
(CE-1/2/3/4)
Vmáx 443,67 443,67
- 23,74 (Vcc) Ligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
11,87 (Vcc)
4,95 (Vcc)
115,13 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
23,25 (Vcc)
(CE-1/2/3/4)
Vmín 443,55 442,59
- 4,91 (Vcc) Ligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
11,79 (Vcc)
23,58 (Vcc)
114,74 (Vca)
(RET-1,2 e 3)
Vsaída 436,01 442,49
- 23,34 (Vcc) Ligado Sim
(Vrms) (Vca) (Vca)
(CE-1/2/3/4)
149
4.2.3.14. Comportamento dos principais parâmentros elétricos de entrada e/ou saída do SAPF
Circuito de geração das correntes pulsadas (IGabc) ou pulsos de acionamento dos gates existentes
nos MOSFET do VSI (Controlador de corrente por Banda Histerese); e, por fim, os Circuitos e
algoritmos responsáveis pela geração das correntes compensadas de referência (ICabc ref ,
também chamadas, em algumas literaturas, simplesmente, de correntes de referência ou Iabc*),
além de realizar as filtragens de p e q e inserir Ploss para compensar as perdas ocasionadas pelo
151
Por intermédio dos Gráficos mostrados na Figura 62, pode-se verificar que o tempo de
acomodação (ta ou ts) dos parâmetros relacionados à tensão (Vcap ou VDC), corrente (Icap ou
IDC) ou potência rms do capacitor, ficou menor que 0,2 segundo. E, sendo o tempo de
estabilização do sistema igual ao tempo de acomodação encontrado (0,2 s), pode-se afirmar que
o referido valor está em conformidade com o limite definido em norma [4], que, de acordo com
o Capítulo 1, item 1.4.1.2., Tabela 5, linha 7, é igual a 2 segundos.
Tempo (s)
Figura 63 – Tensão, corrente e potência contínuas do link DC (ou capacitor de corrente
contínua) e correntes compensadas do VSI
Fonte: autoria própria
De acordo com a Figura 64, é possível verificar que o controlador PI, assim como
mencionado anteriormente, também possui o tempo de acomodação (ta ou ts) menor que 0,20
segundo e, portanto, igual ao tempo de acomodação do VSI. O erro de tensão apresentou valor
153
negativo ou -3,79 Vcc, indicando que a tensão VDC (1.303,79 Vcc) é maior em relação à VDC ref
(1.300 Vcc), cerca de 0,2915%. Para garantir a estabilização de VDC, e assumindo os ganhos
proporcional e integral do controlador PI iguais 8 e 8.000/s, respectivamente, o valor da Ploss,
dada em Watt (ou W), ficou igual 51.224,08 (cerca de 51,2 kW). Os referidos valores (VDC,
VDC ref, Erro e Ploss) podem ser observados nos Gráficos e Circuito mostrados na Figura 64.
Ploss (W)
Tempo (s)
Figura 64 – Tensão contínua de referência, tensão contínua do link DC, erro permanente de
tensão e potência de perdas do Controlador PI
Fonte: autoria própria
Tempo (s)
Figura 65 – Correntes compensadas nas entradas e saídas dos Indutores de Acoplamento (Lf ou
Lfabc)
Fonte: autoria própria
Vale destacar que o Circuito do VSI de 6 (seis) pulsos, mostrado na Figura 63, é
formado por dois grupos de MOSFET, sendo um positivo, composto pelos MOSFET S1, S3,
S5; e, o outro, negativo, formado pelos MOSFET S2, S4 e S6. Neste contexto, a fim de fornecer
um circuito fechado para a circulação da corrente do lado da fonte (terminais do PCC, onde o
SAPF está acoplado) para o lado da carga (terminais do capacitor CDC), torna-se necessário que
os 2 (dois) MOSFET, sendo um de cada grupo (positivo e negativo), sejam acionados
simultaneamente por 2 (dois) pulsos, separados entre si, por um ângulo de 60º (360º divididos
pelos os 6 pulsos do VSI em questão) [78]. Desta forma, apenas um dos pares (Par1 = pI= S1
e S4; Par2 = pII = S2 e S5; ou Par3 = pIII = S3 e S6) pode conduzir, enquanto os outros ficam,
155
Tempo (s)
Figura 66 – Correntes pulsadas dos gates, erro permanente de corrente, correntes compensadas
e correntes de referência do Controlador de corrente por Banda de Histerese
Fonte: autoria própria
4.2.3.14.5. Comportamento dos parâmetros de saída dos circuitos e algoritmos utilizados para
a geração das correntes compensadas de referência (ICabc ref)
Como podem ser observados nas Figura de 67 a 71, os circuitos e algoritmos, além de
ter a capacidade de gerar ou calcular as correntes compensadas de referência (Figura 70),
também são utilizados para: calcular P0, I0, p e q (Figura 67); filtrar (FPB-1 e FPB-2) as partes
156
Conforme podem ser observados nos Gráficos apresentados na Figura 67, devido ao
fato de não existir o condutor neutro nos SGDEE da Corveta “Barroso”, não existem Potência
e Corrente instantâneas de sequências zero (P0 e I0), ou seja, estes parâmetros são considerados
nulos (iguais a 0). No entanto, as Potências instantâneas de sequências positiva (p) e negativa
(q) são diferentes de zero, onde as duas são compostas por Potências contínuas ativa e reativa
(𝑝̅ e 𝑞 ) e Potências oscilatórias ativa e reativa (𝑝 e 𝑞 ), as quais contêm as componentes
harmônicas de ordens superiores acima da frequência fundamental (60 Hz).
157
Tempo (s)
Figura 67 – Potência ativa de sequência positiva, potência reativa de sequência negativa,
potência ativa de sequência zero e corrente de sequência zero nas saídas do Algoritmo baseado
na Transformada de Clarke
Fonte: autoria própria
4.2.3.14.7. Comportamento dos parâmetros de saída dos Filtros Passa Baixas (FPB-1 e FPB-2)
Tempo (s)
Figura 68 – Potências instantâneas contínuas ativa e reativa nas saídas dos FPB-1 e FPB-2
Fonte: autoria própria
4.2.3.14.8. Comportamento dos parâmetros de saída das Malhas Fechadas de Controle (MF-1
e MF-2)
Tempo (s)
Figura 69 – Potências instantâneas oscilatórias ativa e reativa nas saídas das Malhas Fechadas
de Controle
Fonte: autoria própria
4.2.3.14.9. Comportamento dos parâmetros de saída dos Comparadores Inversor e/ou Não
Inversor
Tempo (s)
Figura 70 – Potências instantâneas ativa e reativa resultantes nas saídas dos Comparadores
(Inversores e/ou Não Inversores)
Fonte: autoria própria
Tempo (s)
Figura 71 – Correntes compensadas instantâneas nas saídas do Algoritmo baseado na
Transformada Inversa de Clarke
Fonte: autoria própria
161
5. CONCLUSÃO
Neste contexto, após simular o sistema com a mesma configuração, porém com a
implementação do SAPF instalado no mesmo ponto de acoplamento comum das cargas não
lineares, observou-se que houve uma melhoria significativa dos parâmetros relacionados à
DHTI e ao FPV do SEP, onde a DHTI foi reduzida em 98,05%, ou seja, de 25,58% para 0,50%,
enquanto o FPV foi aumentado em 31,08% (de 0,74 para 0,97). Se for levado em consideração
o FPV do próprio sistema, medido nos terminais do Grupo Gerador sem a influência das cargas
não lineares, o FPV do SEP foi melhorado em 21,25%, ou seja, aumentado de 0,80 para 0,97.
Por meio da simulação, verificou-se que todos os valores dos parâmetros elétricos,
medidos a partir dos terminais do Grupo Gerador e encontrados após a implementação do
162
SAPF, ficaram em conformidade com os limites estabelecidos em normas [4, 32, 75, 76], ou
seja: FPd = 1; FPh = 0,97; FPV = 0,97; η = 96,89%; DHIV máx = 0,005%; DHII máx = 0,225%;
DHTV = 0,02%; DHTI = 0,50%; DDTI = 0,51%; e o maior valor da queda de tensão percentual
encontrada (medida a partir dos terminais das UC) ficou em torno de 3,11%, em relação ao
módulo da tensão a vazio de linha (450 Vca rms) do Grupo Gerador.
Desta forma, devido aos benefícios comprovados por meio da simulação, a qual foi
realizada em duas etapas (sem e com a atuação do SAPF), recomenda-se que a MB, por meio
de seus Profissionais do Quadro Técnico e/ou Engenheiros Navais, realize uma Modificação
Técnica (MODTEC) do Projeto Elétrico da Corveta “Barroso”, onde seja prevista a instalação
de, pelo menos, um Filtro Ativo de Potência do tipo Paralelo, atuando em conjunto com um dos
Grupos Geradores, a fim de mitigar os harmônicos conduzidos ao SEP pelas Cargas não lineares
ou baseadas em eletrônica de potência instaladas a bordo do referido Navio.
Face ao exposto, por ocasião da instalação do SAPF, pode-se verificar que o objetivo
principal desta pesquisa foi alcançado, haja vista que todos os parâmetros que estavam em
desacordo com os valores normatizados foram ajustados em conformidade com os limites
estabelecidos em normas [4, 32, 75, 76], contribuindo, assim, para a melhoria da QEE da
Corveta “Barroso”.
163
Atualmente, os Filtros Ativos de Potência são considerados uma das melhores opções
disponíveis no mercado, com a finalidade de mitigar os vários tipos de fenômenos elétricos
indesejados de um determinado SEP. Portanto, a implementação deste tipo de tecnologia nos
projetos elétricos dos Navios da MB ou da MM, como foi comprovado no decorrer desta
pesquisa, pode contribuir para a melhoria do nível de QEE de bordo e, consequentemente,
proporcionar o aumento da vida útil, da disponibilidade, da confiabilidade e da
manutenibilidade de todos equipamentos e sistemas elétricos envolvidos nos Projetos Elétricos
dos Navios de Guerra e/ou Mercantes.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] FREITAS, E. S. A busca da grandeza (VII): retaguardas técnicas. In: Revista Marítima
Brasileira. V.132, n. 04/06, p. 60-72, abr./jun. 2012.
[2] FREITAS, E. S. A busca da grandeza (VIII): Marinha e a indústria naval. In: Revista
Marítima Brasileira. V.132, n. 07/09, , p. 39-55, jul./set. 2012.
[3] FREITAS, E. S. A busca da grandeza (V): A corveta “Barroso” – primeiro Navio projetado
e construído no Brasil republicano. Indispensável o complexo técnico-científico – industrial
militar – análise da década de 1980 e início da década de 1990 – o declínio – ciclos de atraso.
In: Revista Marítima Brasileira. v. 131, n. 07/09, p. 9-16, jul./set. 2011.
[5] SHORT, T. A. Electric Power Distribution Handbook, 1st ed. Boca Raton, FL: CRC, 2003.
[6] DEYHIMI, N.; TORKAMAN, H.; SHADAEI, M.; SHABANIRAD, M.; KERMANI, M.
Comparative Multi-objective Investigation of Radial and Ring Distribution System in the
Presence of DGs, 2021 IEEE International Conference on Environment and Electrical
Engineering, 2021 IEEE Industrial and Commercial Power Systems Europe (EEEIC / I&CPS
Europe), p. 1-6, 2021.
[8] KERSTING, W. H. "Radial distribution test feeders," 2001 IEEE Power Engineering
Society Winter Meeting. Conference Proceedings, p. 908-912, 2001.
[10] PRASAD, K.; SAHOO, N. C.; CHATURVEDI, A.; RANJAN, R. A Simple Approach for
Branch Current Computation in Load Flow Analysis of Radial Distribution Systems. The
International Journal of Electrical Engineering & Education, p.49-63, 2007.
[11] WHITAKER, J. C. AC power systems handbook. 3ª ed., CRC press, 2018. 448 p.
[12] BROWN, P. E. B.; SQUARE, D. Engineering Services. Emergency and Standby Power
Systems, p. 258, 2007.
[13] WILLIS, H. L. Power distribution planning reference book. 2ª ed., CRC press, 2006, p.
1244.
[16] BEHNKE, M.; ERDMAN, W. L.; HORGAN, S.; DAWSON, D.; FEERO, W. E.; SOUDI,
F.; SMITH, D.; WHITAKER, C.; KROPOSKI, B. Secondary Network Distribution Systems
Background and Issues Related to the Interconnection of Distributed Resources, Technical
Report, National Renewable Energy Laboratory, n. ZAT-3-32616-03 NREL/TP-560-38079,
jul.2005 2005, p.35.
[17] FALCONE, A. G. Eletromecânica: Máquinas Elétricas Rotativas. 6ª ed., São Paulo (SP):
Blucher, 2009. 478 p.
[18] KOSOW, I. L. Máquinas Elétricas e Transformadores. 15ª ed., São Paulo (SP): Globo,
2008. 667 p.
[20] DEL TORO, V.: Fundamentos de máquinas elétricas, 1ª ed., LTC, Rio de Janeiro, 2011,
574 p.
[21] NASAR, S. A. Schaum's outline of theory and problems of electric machines and
electromechanics. 2ª ed., McGraw-Hill Companies, 1981, 224 p.
[23] SOUSA, L. B., SASS, F., & FORTES, M. Z. Avaliação de perdas do motor de indução
trifásico quando ensaiado pela ABNT 17094-3 E IEC 60034-2-1. RETEC - Revista de
Tecnologias, v. 14, n. 2, p. 3-17, 2021.
[30] FEINBERG, R.: Modern Power Transformer Practice, Wiley, Nova York, 1979.
166
[31] IEEE Power and Energy Society. IEEE P519-2014.1/D8B, Draft Guide for Applying
Harmonic Limits on Power Systems, Institute of Electrical and Electronics Engineers, 2014.
[32] IEEE Power and Energy Society. IEEE Std 1159-2009, IEEE Recommended Practice for
Monitoring Electric Power Quality, Institute of Electrical and Electronics Engineers, 2009.
[33] IEEE Power and Energy Society. IEEE Std 1459-2010: Standard Definitions for the
Measurement of Electric Power Quantities Under Sinusoidal, Nonsinusoidal, Balanced, or
Unbalanced Conditions. New York: The Institute of Electrical and Electronics Engineer, Inc,
2010.
[34] GRADY, W.; GILLESKIE, R. J. Harmonics and how they relate to power factor. In:
Proceedings of the EPIR Power Quality Issues & Opportunities Conference. November. p. 1-
8, 1993.
[35] JACOTT, G. VFD efficiency: Three best practices. Plant Engineering, v. 70, n. 10, p. 32-
34, 2016.
[36] XIAODONG, L.; OBINNA, I.; JEFFREY, L. Influence of reactors on input harmonics of
variable frequency drives. IEEE Transactions on Industry Applications, v. 47, n. 5, p. 2195-
2203, 2011.
[37] HUSNAYAIN, F. et al. Harmonics mitigation for offshore platform using active filter and
line reactor methods. In: 2014 International Conference on Electrical Engineering and
Computer Science (ICEECS). p. 331-336, 2014.
[40] CHEN, W.; et al. An improved "charge pump" electronic ballast with low THD and low
crest factor. Proceedings of Applied Power Electronics Conference. p.622-627, v.2, APEC 96
2, 1996.
[41] LAM, J. C. W.; JAIN, P. K. A modified valley fill electronic ballast having a current source
resonant inverter with improved line-current Total Harmonic Distortion (THD), high power
factor, and low lamp crest factor, IEEE Transactions on Industrial Electronics, v. 55, no. 3, p.
1147-1159, mar. 2008.
[42] CHU, K. H.; POLLOCK, C. Series compensation on power system with very low harmonic
distortion, IEEE Transactions on Power Delivery, v. 14, no. 2, p. 512-518, abr. 1999.
[43] TRONCHA, G. S, et al. Uma contribuição à aplicação dos filtros ativos em sistemas
elétricos de potência, 2019. 157 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de
Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, 2019.
167
[44] VINNAKOTI, Sudheer; KOTA, Venkata Reddy. SRF and real power theory based control
of a nine switch converter based UPQC. In: 2017 International Electrical Engineering Congress
(IEECON). p. 1-4, IEEE, 2017.
[46] ZAVERI, N.; CHUDASAMA, A. R. “Control strategies for harmonic mitigation and
power factor correction using shunt active filter under various source voltage conditions.”
International Journal of Electrical Power & Energy Systems, v. 42, p. 661-671, 2012.
[47] FERNANDO, B.; ET AL. Dynamic behavior of current controllers for selective harmonic
compensation in three-phase active power filters. IEEE Transactions on Industry Applications,
v. 49, n. 3, p. 1411-1420, 2013.
[48] XIONGFEI, W.; FREDE, B.; CHIANG, L. P. Virtual RC damping of LCL-filtered voltage
source converters with extended selective harmonic compensation. IEEE Transactions on
Power Electronics, v. 30, n. 9, p. 4726-4737, 2014.
[49] ROSA, P. V. ET al. Adaptive selective compensation for variable frequency active power
filters in more electrical aircraft. IEEE Transactions on Aerospace and Electronic Systems, v.
48, n. 2, p. 1319-1328, 2012.
[50] AULD, A. E. et al. Load-following active power filter for a solid oxide fuel cell supported
load. Journal of Power Sources, v. 195, n. 7, p. 1905-1913, 2010.
[51] CARPINELLI, G.; PROTO, D.; RUSSO, A. Optimal planning of active power filters in a
distribution system using trade-off/risk method. IEEE Transactions on Power Delivery, v. 32,
n. 2, p. 841-851, 2016.
[54] SINGH, B.; CHANDRA, A.; AL-HADDAD, K. Power quality: problems and mitigation
techniques. John Wiley & Sons, 1ª ed. 2015, p. 600.
[56] KUMAR, D. Pradeep. Investigations on shunt active power filter for power quality
improvement, Department of Electrical Engineering, Rourkela, 2007. 67 p. THESIS (Master of
Technology in Power Control and Drives), National Institute of Technology, Rourkela, 2007.
[57] JOU, H. L.; WU, J. C.; CHU, H. Y. New single-phase active power filter. IEE Proceedings-
Electric Power Applications, v. 141, n. 3, p. 129-134, 1994.
[58] THOMAS, T.; HADDAD, K.; JOOS, G.; JAAFARI, A.; et al. Design and performance of
active power filters. IEEE Industry Applications Magazine, v. 4, n. 5, p. 38-46, 1998.
[59] PENG, F. Z. Application issues of active power filters. IEEE Industry applications
magazine, v. 4, n. 5, p. 21-30, 1998.
[60] SABAGHI, M.; DASHTBAYAZI, M.; MARJANI, S. Dynamic Hysteresis Band Fixed
Frequency Current Control. World, v. 2222, p. 2510, 2016.
[61] JOOS, G.; MORAN, L.; ZIOGAS, P. Performance analysis of a PWM inverter VAR
compensator. IEEE Transactions on Power Electronics, v. 6, n. 3, p. 380-391, 1991.
[62] WU, B.; NARIMANI, M. High-power converters and AC drives. John Wiley & Sons,
2017, 333 p.
[63] OGATA, K. Engenharia de controle moderno. 5ª ed., São Paulo: Pearson, 2010, 809 p.
[64] OGATA, K. System Dynamics, 4th Ed., Pearson Prentice-Hall, 2004, 800 p.
[65] PANCHBHAI, A.; PARMAR, S.; PRAJAPATI, N. Shunt active filter for harmonic and
reactive power compensation using pq theory. In: 2017 International Conference on Power and
Embedded Drive Control (ICPEDC). IEEE, . p. 260-264, 2017.
[66] PENG, F. Z.; OTT, G. W.; ADAMS, D. J. Harmonic and reactive power compensation
based on the generalized instantaneous reactive power theory for three-phase four-wire
systems. IEEE Transactions on Power Electronics, v. 13, n. 6, p. 1174-1181, 1998.
[67] AKAGI, H.; KANAZAWA, Y.; FUGITA, K.; NABE, A. Generalized theory of
instantaneous reactive power and its application. Electrical Engineering, Japan, v. 103B, n. 4,
p. 483-490, 1983.
[68] AKAGI, H.; KANAZAWA, Y.; NABAE, A. Instantaneous reactive power compensators
comprising switching devices without energy storage components. IEEE Transactions on
industry applications, 1A-20, n. 3, n. 3, p. 625-630, 1984.
[69] BELAIDI, R.; HADDOUCHE, A.; FATHI, M.; LARAFI, M. M.; KACI, G. M.
Performance of grid-connected PV system based on SAPF for power quality improvement. In:
2016 International Renewable and Sustainable Energy Conference (IRSEC). IEEE, p. 542-545,
2016.
[70] AKAGI, H. Trends in active power line conditioners. IEEE transactions on power
electronics, v. 9, n. 3, p. 263-268, 1994.
169
[72] KISLOVSKI, A.; REDL, R.; Sakal, N. O. Dynamic analysis of switching-mode DC/DC
converters. 5ª ed., Springer Science & Business Media, 2012, p. 404.
[73] CHRYSSIS, G. High-frequency switching power supplies: theory and design. McGraw-
Hill Companies, 1989. 301 p.
[74] TESLA, N. The Problem of Increasing Human Energy with special references to the
harnessing of the sun’s energy. 1900. Online Library Wikisource, E-book. Disponível em:
<https://en.wikisource.org/wiki/The_Problem_of_Increasing_Human_Energy>. Acessado em:
16 jan. 2022, 48 p.
[78] AHMED, A. Eletrônica de Potência; 5ª ed., São Paulo: Prentice-Hall, 2000, 480 p.
[84] HISSAM, S. Emergency Diesel Generator (EDG) working principle, 2019. (08min:57s).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZYQf-1TCfR0>. Acessado em: 02 jan.
2021.
[85] Foto ilustrativa de um Grupo Motor-Gerador (GMG) de 8 cilindros, modelo MG 08V 2000
M51/41. Fonte: disponível em: <https://buykorea.org/product/detail/3354101>. Acessado em:
23 jan. 2021.