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DRE:109096130
Rio de Janeiro
Janeiro de 2016
SUGESTÃO E TESTE DE MUDANÇAS PARA OTIMIZAÇÃO ECONÔMICA DE UM PROJETO DE SISTEMA
ELÉTRICO DE UMA INSTALAÇÃO INDUSTRIAL
Aprovado por:
________________________________________
(Orientador)
________________________________________
________________________________________
Janeiro/2016
i
JANEIRO DE 2016
ii
Agradecimentos
incentivo para que eu pudesse vencer os desafios que a vida me apresentou, tentando fazer
Esse trabalho que representa o fim de um ciclo na minha vida é uma conquista que foi
apoiada por muitos. Foram inúmeros amigos que me ajudaram nessa caminhada e seria
impossível citar todos. Alguns decidiram trilhar rumos diferentes, outros se mantiveram
presentes nos tempos mais difíceis e outros foram essenciais na reta final. Todos tiveram sua
iii
“Do or Do Not, There is no Try”
-Mestre Yoda
iv
Resumo do Projeto Final apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista
Janeiro/2016
instalação industrial de modo a diminuir o investimento necessário para a sua construção. Esse novo
sistema elétrico será testado, através da realização de estudos elétricos. A partir disso, certos
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Electrical Engineer.
Suggestion and Test of Changes for Economic Optimization of an Electric System Design of an
Industrial Installation
January/2016
This report has as objective to present and suggest changes at the design of an industrial
installation to decrease the investment needed to its construction. The new design will be tested by
vi
Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................... 11
1.1. Breve Histórico Sobre a Utilização de Energia pelo Homem ................................................ 11
1.2. Objetivo ................................................................................................................................. 13
1.3. Motivação.............................................................................................................................. 13
1.4. Estrutura do trabalho ............................................................................................................ 13
2. Visão Geral do Sistema Elétrico Estudado .................................................................................... 15
2.1. Funcionamento em H e L ...................................................................................................... 17
2.2. Limitador de corrente (Fast-acting current limiting) ............................................................ 18
2.3. Reator limitador de curto ...................................................................................................... 21
2.4. Motores ................................................................................................................................. 21
2.5. Conversor de frequência (VSD) ............................................................................................. 23
2.6. Transformadores com comutação automática de Tap ......................................................... 24
2.7. Painéis Elétricos..................................................................................................................... 24
2.8. Resistencia de Aquecimento ................................................................................................. 26
2.9. Redundância .......................................................................................................................... 27
2.10. Aterramento ...................................................................................................................... 27
2.10.1. Aterramento de transformadores..................................................................................... 28
2.10.2. Aterramento dos Geradores ............................................................................................. 29
2.10.3. Aterramento das Cargas.................................................................................................... 30
2.11. Áreas Classificadas ............................................................................................................ 32
2.11.1. Classificações ..................................................................................................................... 34
2.11.2. Equipamentos apropriados para áreas classificadas ........................................................ 37
3. Mudanças Sugeridas Para Otimização Econômica do Sistema Elétrico Industrial........................ 39
3.1. Extinção do nível de tensão 4,16KV ...................................................................................... 39
3.2. Mudança nos Níveis de Tensão ............................................................................................. 39
3.3. Junção dos CCM’s e CDC’s de baixa tensão .......................................................................... 40
3.4. Pontos Negativos................................................................................................................... 41
4. Estudo de Fluxo de Potência ......................................................................................................... 43
4.1. Modelagem do Sistema......................................................................................................... 43
4.2. Resultados ............................................................................................................................. 47
5. Estudo de Curto-Circuito ............................................................................................................... 51
5.1. Base Teórica .......................................................................................................................... 51
vii
5.2. Introdução a norma IEC 60909.............................................................................................. 54
5.2.1. Definições segundo a norma: ............................................................................................ 55
5.2.2. Simplificações .................................................................................................................... 56
5.2.3. Grupos de motores de baixa tensão ................................................................................. 56
5.2.4. Inversores de frequência ................................................................................................... 58
5.2.5. Método de Cálculo ............................................................................................................ 58
5.3. Realização do Estudo de Curto circuito................................................................................. 60
5.4. Resultados ............................................................................................................................. 62
6. Partida de motores........................................................................................................................ 64
6.1. Introdução ............................................................................................................................. 64
6.2. Problemas que Podem Ocorrer ............................................................................................. 64
6.3. Queda de tensão ................................................................................................................... 64
6.4. Realização do Estudo............................................................................................................. 67
6.5. Resultados. ............................................................................................................................ 72
7. Conclusão ...................................................................................................................................... 75
8. Referencias Bibliograficas ............................................................................................................. 77
viii
Lista de Ilustrações
Figura 1 - Diagrama Unifilar .................................................................................................................. 16
Figura 2 - Barramento com dupla alimentação..................................................................................... 17
Figura 3 - Limitador de Corrente ........................................................................................................... 18
Figura 4 - Esquema de Funcionamento do Limitador de Corrente ....................................................... 19
Figura 5 - Exemplo de Instalação de Limitador de Corrente ................................................................. 20
Figura 6 - Corrente de Curto-Circuito Limitada ..................................................................................... 21
Figura 7 - Motor de Indução.................................................................................................................. 23
Figura 8 - CCM de Baixa Tensão ............................................................................................................ 26
Figura 9 – Resistência de Aquecimento em um MIT ............................................................................. 27
Figura 10 - Circuitos equivalentes de transformadores para sequência zero....................................... 28
Figura 11 - DSI ....................................................................................................................................... 30
Figura 12 - Principio de funcionamento do DSI..................................................................................... 31
Figura 13 - Exemplo de um Motor Trifásico Apresentando Falha no Isolamento ................................ 31
Figura 14 - Sistema com Monitoração de Isolamento .......................................................................... 32
Figura 15 - Triângulo do Fogo................................................................................................................ 33
Figura 16 – Abrangência das Classificações Quanto ao Tipo de Substância ......................................... 35
Figura 17 - Exemplo de Instalação Industrial ........................................................................................ 36
Figura 18 - Exemplo de um Interruptor Ex d para Zonas I e II para Grupos IIA e IIB............................. 38
Figura 19 - Novo Diagrama Unifilar ....................................................................................................... 41
Figura 20 - Curto Circuito Trifásico........................................................................................................ 52
Figura 21 - Contribuição de Diferentes Máquinas Elétricas para o Curto-Circuito ............................... 53
Figura 22 - Corrente de Curto-Circuito.................................................................................................. 56
Figura 23 - Representação dos Grupos de Motores ............................................................................. 57
Figura 24 – Sistema Durante a Falta ..................................................................................................... 59
Figura 25 - Sistema Equivalente Usado para o Calculo da Corrente de Curto-Circuito ........................ 59
Figura 26 - Tabela para Escolha do Fator Multiplicativo C .................................................................... 60
Figura 27 - Dados referentes aos geradores ......................................................................................... 61
Figura 28 - Dados referentes aos motores de indução ......................................................................... 61
Figura 29 - Curva Torque x Velocidade ................................................................................................. 65
Figura 30 - Tensão Terminal do Gerador x Tempo ................................................................................ 67
Figura 31 - Modelo Gráfico de Motor ................................................................................................... 69
Figura 32 - Modelo Gráfico da Carga .................................................................................................... 70
Figura 33 - Constantes intrínsecas do Gerador ..................................................................................... 71
Figura 34 - Controle da excitatriz .......................................................................................................... 71
Figura 35 - Gráfico de Velocidade x Tempo .......................................................................................... 72
Figura 36 - Gráfico de Torque e velocidade x Tempo ........................................................................... 72
Figura 37 - Gráfico de Corrente fornecida pelo gerador e Tensão no barramento de média x Tempo 73
Figura 38 - Gráfico de tensão por tempo .............................................................................................. 74
ix
Lista de tabelas
Tabela 1 - Aterramento dos Transformadores...................................................................................... 29
Tabela 2 - Classificações Quanto ao Tipo de Substância ....................................................................... 34
Tabela 3 – Classificação de temperatura .............................................................................................. 37
Tabela 4 - Dado dos Motores Modelados de Forma Individual ............................................................ 46
Tabela 5 - Equivalentes Motóricos ........................................................................................................ 47
Tabela 6 - Equivalentes Não Motóricos ................................................................................................ 47
Tabela 7 - Resultados Referentes aos Transformadores....................................................................... 48
Tabela 8 - Correntes nos Painéis ........................................................................................................... 49
Tabela 9 - Corrente Nominal dos Painéis .............................................................................................. 49
Tabela 10 – Geração .............................................................................................................................. 49
Tabela 11 – Comparação Entre Geração Máxima e Utilizada ............................................................... 50
Tabela 12 - Corrente Simétrica Inicial de Curto-Circuito....................................................................... 62
Tabela 13 - Corrente de Pico de Curto-Circuito .................................................................................... 63
Tabela 14 - Valores Nominais de Curto-Circuito para os Painéis .......................................................... 63
Tabela 15 – Mínima Tensão Permitida nos Terminais dos Motores ..................................................... 74
x
11
1. Introdução
de conforto, demandou novas formas de utilização de energia. Estas foram sendo descobertas
desenvolvidas com a finalidade de utilizar a energia do vento para outros fins que não a
navegação, datando do ano de 644 A.C. Isso ocorria através da utilização de moinhos de
Posteriormente, essas máquinas chegaram à Europa no século XIII, por meio de guerreiros
que voltavam das cruzadas. Nesse continente elas foram empregadas nas indústrias têxteis, de
madeira e metalúrgica.
alagamento das minas de carvão e ferro na Inglaterra. Essas máquinas possuíam grandes rodas
de água para içar baldes d’agua e sua utilização chegava a ser equivalente a 500 cavalos. A
primeira máquina a vapor utilizável foi construída por Thomas Severy em 1698.
minas, com o cilindro separado da caldeira. Esse modelo ficou operando por
profundas. Para solucionar esse problema, James Watt apareceu com um novo projeto de
máquina com eficiência aumentada, devido a um grande aprimoramento na forja dos cilindros
12
giratório permitiu a utilização da energia gerada dessa maneira como uma fonte universal.
Esse tipo de máquina começou a ser usada para acionar navios, locomotivas, ambientes
industriais, dentre outros. Uma geração após o grande invento de Watt, o domínio do vapor
A era dos combustíveis fósseis teve sua origem durante a revolução industrial. O
primeiro combustível fóssil a ser utilizado em grande escala foi o carvão mineral, substituindo
em produtos como: gás liquefeito, gasolina, óleo diesel, querosenes, asfaltos, lubrificantes,
solventes, entre outros. Por possuir diversos problemas como a possibilidade de causar
grandes impactos ambientais, além de grande instabilidade política no oriente médio, detentor
das maiores reservas de petróleo, essa fonte de energia está lentamente sendo substituída por
fontes alternativas.
construídas por Thomas Edson em 1882 para abastecer os sistemas de iluminação. A primeira
transmissão de energia elétrica em corrente alternada foi realizada em 1886 por George
Nikola Tesla, juntamente com o transformador eficiente de Willian Stanley. Esses avanços
energia elétrica. O que diferenciava a eletricidade de outras formas de energia era sua
facilidade de transporte e conversão direta em qualquer outro tipo de energia. Isso conferiu a
1.2. Objetivo
O novo sistema elétrico deve ser testado e deve-se verificar também o seu funcionamento e a
possibilidade de sua construção com a tecnologia atual. Para tal, serão realizados estudos
relevância.
1.3. Motivação
Atualmente, com a baixa no preço das commodities como petróleo, minério de ferro,
esforçarem para obter o maior retorno possível com o capital investido. Neste sentido, são
fornecimento. Logo o seu preço é global, baseado nas flutuações diárias da oferta e da
demanda global.
partes.
diagrama unifilar do sistema com a intenção de proporcionar uma visão geral do mesmo.
otimização do capital investido no projeto. Essas alterações são analisadas e são apontados os
seus prós e contras. Nos capítulos seguintes, 4,5 e 6, são apresentados os estudos de fluxo de
potência, curto circuito e partida de motores, respectivamente. Nesses capítulos são descritas
as motivações para a realização dos mesmos. Esses estudos são utilizados para o
reflexões sobre a real utilização das mudanças propostas no presente trabalho e indicados os
Trata-se do sistema mais utilizado e consagrado pela indústria brasileira em sua área de
Esse tipo de instalação industrial possui como pontos críticos a falta de espaço físico,
a dificuldade de manutenção e a necessidade de gerar a sua própria energia elétrica, já que não
se encontra ligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O fato da instalação industrial não
estar ligada ao SIN se deve ao fato dela se encontrar muito isolada geograficamente, como por
PNL01A/B, dividido ao meio por um limitador de corrente (Is-limiter), originando com isso
de 4,16 KV (PNL02A/B). Esses painéis, por sua vez, são divididos por disjuntores tipo Bus-
TIE.
Todos os painéis alimentados pelo PNL01 recebem dupla alimentação e cada uma é
funcionamento em operação H ou em L.
controle de motores (CCM). A alimentação dos CCM’s possui um reator limitador para
16
diminuir o nível de curto circuito. Nos CCM’s, podem-se encontrar pequenos motores e
transformadores e iluminação.
Essa instalação, mesmo possuindo quatro geradores, opera normalmente com somente
três desses geradores ligados. O quarto gerador existe com o objetivo de suprir picos de
demanda que possam ocorrer e de substituir qualquer um dos outros geradores caso ocorra
algum problema nos mesmos ou algum deles necessite de manutenção. Esse número de
geradores pode ser explicado pelo conceito de redundância que será explicado posteriormente.
2.1.Funcionamento em H e L
Esse tipo de arranjo é utilizado para que se tenha redundância na alimentação dos
Bus-TIE, onde as suas duas metades possuem alimentações distintas, como mostrado na
figura 2.
aberto e o outro disjuntor fechado. Desta forma, observa-se que sempre haverá dois
disjuntores fechados e um aberto. Esses disjuntores possuem intertravamento para que essa
Para que essa alimentação seja redundante, os transformadores que alimentam esse
barramento tem que ser dimensionados para a sua maior carga, como no caso do
funcionamento em L.
manutenção em um dos transformadores ou nos disjuntores que são ligados diretamente a ele.
Esse tipo de manobra permite que a instalação continue funcionando durante a manutenção,
otimizando a sua produção que não necessita parar por esse motivo.
limitador de corrente, como mostrado na figura 3. Durante a operação normal, a corrente flui
pela barra de cobre com eficiência, não afetando o funcionamento da planta. [2]
Quando há uma falta, a corrente que passa pela barra de cobre tem que ser
interrompida de modo a forçar que a corrente passe somente pelo fusível e dessa forma,
19
aciona-lo de maneira rápida. Esse processo deve acontecer antes da corrente de curto atingir o
caminho normal da corrente. Essa corrente passará pelo fusível que atuará em menos de meio
corrente passará pelo TIE e o limitador de corrente irá reduzir de forma significativa a
da falta. Nesse caso, foi considerado que a contribuição de B era maior que a de A para
de corrente
- A curva azul escuro mostra a corrente de curto resultante com o dispositivo limitador
de curto atuando.
21
Nesse tipo de arranjo, todos os CCM’s de baixa são precedidos por reatores
tecnologia mais antiga utilizados na redução de correntes de curto circuito e são geralmente os
de mais baixo custo [3]. Trata-se de um dispositivo que permanece conectado ao sistema
continuamente, fazendo com que ele introduza perdas no sistema e possa causar problemas de
queda de tensão. A sua maior desvantagem nesse tipo de instalação é o espaço que ocupa.
2.4. Motores
todos aqueles utilizados nos processos de produção possuem Stand-by’s. Desse modo, esses
motores terão um par conectado em outra barra que, normalmente, encontra-se desligado. No
caso de uma manutenção ou defeito no motor principal, esse outro motor pode ser ligado sem
possuem como vantagem a necessidade de pouca manutenção por ser robusto, devido a sua
simples construção. Além disso, sua manutenção é fácil e possuem baixo custo quando
comparada aos motores síncronos [4]. Como desvantagem, pode-se ressaltar a alta corrente de
partida que podem gerar afundamento da tensão na barra em que o motor está conectado e
Os níveis de tensão em que os motores serão instalados são ditados pela sua potência.
A saber:
- Motores entre 150 e 1200 KW são instalados nos barramentos de 4,16 KV;
Outro ponto a se destacar é a tensão nominal dos motores. São usados motores com
tensões nominais inferiores as nominais dos barramentos. Faz-se isso para minimizar os
problemas decorrentes das quedas de tensão nos cabos e reatores limitadores de curto circuito
Para realizar essa tarefa, os inversores são compostos por retificadores, filtro
motor comparado ao motor puramente e pode gerar harmônicos indesejáveis para a rede.
24
Além disso, para motores de alta potência quando comparado a um controlador mecânico de
evitam picos de corrente e no caso do inversor não regenerativo podemos desconsiderar a sua
TAP’s para regular a tensão, mas necessitam estar desligados para haver a troca. A grande
vantagem desse tipo de transformador que ele pode mudar a posição do TAP sem ter que ser
[5].
2.7.Painéis Elétricos
Um CDC é associado a uma barra que tem a função de servir de ponto de origem de
de manobra, de proteção e, normalmente, de medição, também. Nesse caso específico ela será
25
ligada a outra barra contígua, instalada no mesmo conjunto construtivo, por meio de um
disjuntor tipo Bus TIE. É muito comum um CDC apresentar níveis de correntes nominais de
regime e de curto circuito altos. Tanto em média quanto em baixa tensão são utilizados
disjuntores como elementos de manobra. Um CCM, por sua vez, está associado a uma barra
alimentadores de motores, tanto em MT quanto BT. Essa barra pode estar conectada ao
pode, também, ter recursos para ser ligada a outra contígua, instalada no mesmo conjunto
construtivo, por meio de um disjuntor do tipo Bus TIE. O CCM apresenta, em geral, uma
corrente nominal de regime baixa, se comparada com um CDC. Os níveis das correntes
nominais de curto-circuito são menores do que em um CDC. Logo os CDC’s e os CCM’s não
são comumente compartimentados em gavetas, torna possível um rápido conserto com a troca
diferentes [7].
Mesmo não tendo sido citados até agora existem painéis de baixa tensão, 220 V. Esses
outros. São alimentados por transformadores ligados aos CCM’s de baixa tensão.
26
como objetivo manter aquecido o interior do motor, normalmente entre 5 e 10 graus a cima da
O objetivo de manter o motor aquecido, quando ele permanece durante algum tempo
2.9.Redundância
O sistema de distribuição deve ser concebido com adequada redundância de modo que
uma falha em qualquer circuito ou secção do barramento não comprometa todo o sistema.
Essas falhas não devem causar a indisponibilidade de outros consumidores por longo período
de tempo [9].
2.10. Aterramento
alta impedância para aterrar geradores e alguns transformadores. Os motores e demais cargas
sequencia zero, essa corrente só possui continuidade caso o transformador seja estrela
primário, 13,8KV, estará em delta e o secundário, 4,16KV, será configurado como estrela
aterrado por alta impedância. O segundo tipo de transformador são os que ligam o barramento
isolado/estrela isolado.
29
para a corrente de falta e com esse valor usar as equações básicas de circuitos para assim
calcularmos o valor desejado. Para o transformador TF01A/B será usada a corrente máxima
de 10 A.
4160
𝑉𝑓𝑛 = 𝑒 𝐼𝑓 = 10 𝐴
√3
Logo:
𝑉𝑓𝑛 4160
𝑅= = = 240,2 𝛺
𝐼𝑓 √3 ∗ 10
transformadores têm como finalidade limitar o valor de corrente de falta para a terra a valores
que limitem a corrente de curto a esse valor deve-se calcular a impedância total do
𝑉𝑓𝑛 13800
𝑅= = = 318,7 𝛺
𝐼𝑓 √3 ∗ 25
Todas as cargas se encontram isoladas nesse projeto, logo não existirá circulação de
corrente entre elas e o ponto de aterramento do gerador ou transformador. Pelo fato de estar
sendo usado o sistema neutro isolado, a baixa tensão terá uma característica vantajosa: a
primeira falta de isolamento não provoca falha no sistema. Isto significa que processos
continuidade da operação é garantida sob condições controladas e falhas podem ser corrigidas
Figura 11 - DSI
31
frequência no sistema. Esse equipamento monitora a corrente que esta passando por ele e
Como em sistemas neutro isolado nenhuma carga esta conectada a terra, a ocorrência
de uma falha no isolamento só irá provocar uma pequena corrente que não irá ativar o
fusível/disjuntor a montante. O DSI irá monitorar o isolamento do sistema e irá apontar aonde
um sistema. Os toroides que recebem o sinal injetado podem apontar precisamente em que
ramo esta ocorrendo a falha no isolamento. É importante ressaltar que os injetores de sinal
não podem trabalhar em hipótese nenhuma em paralelo, isso iria gerar interferência.
São regiões aonde há presença de gás inflamável ou aonde há uma provável ocorrência
dos mesmos, exigindo com isso precauções especiais para a utilização de equipamentos
elétricos, já que os mesmos podem produzir arcos elétricos que podem causar explosões [11].
No Brasil existe o Subcomitê SC-31 do COBEI que possui como uma de suas missões
internacional da IEC, as Normas Técnicas Brasileiras publicadas pela ABNT das Séries NBR
IEC 60079 e NBR ISO/IEC 80079, referentes aos equipamentos elétricos e mecânicos. [12]
Uma atmosfera explosiva é quando existe em contato com o oxigênio uma proporção
tal de gás, vapor, poeira ou fibras, onde uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou o
equipamentos elétricos a serem instalados nestes locais devem eliminar ou isolar a fonte de
ignição, evitando a ocorrência simultânea dos três componentes que formam o triângulo do
fogo.
2.11.1. Classificações
probabilidade com que essa substância será liberada para o meio externo e as condições
ambientais.
dimensionados para o nível B atendem ainda ao nível A como mostrado no gráfico abaixo.
35
Dentro de uma mesma planta industrial temos áreas com diferentes classificações.
de equipamento de processo.
recipiente que possui liquido inflamável, logo é um local onde a ocorrência de uma atmosfera
explosiva ocorre em condições normais de operação e na zona 2, vemos que não é provável a
existência de atmosfera explosiva, mas devido aos exaustores não deve persistir por um longo
período.
temperatura máxima de uma superfície que o equipamento pode atingir, de forma a não
provocar a ignição da atmosfera explosiva para a qual ele foi projetado. Abaixo temos uma
T1 450
T2 300
37
T3 200
T4 135
T5 100
T6 85
ignição de uma atmosfera explosiva são confinadas em um invólucro capaz de suportar uma
condições normais de operação, não produzirá arcos, faíscas ou aquecimento suficiente para
ambiente explosivo.
38
Elétrico Industrial.
Esse capítulo tem como objetivo apresentar mudanças no sistema elétrico apresentado
no capítulo 2. Tais mudanças têm como objetivo redução do custo desse sistema elétrico.
de tais mudanças.
Reduzir a instalação a dois níveis de tensão. Com isso, não seriam mais necessários
elevado custo também dispõem de grande volume. Além disso, vamos diminuir os numero de
saídas e entradas nos painéis necessárias para essa conexão, com isso diminuindo o volume
dos painéis. Os motores serão realocados nos outros níveis de tensão dependendo do seu nível
de Potência.
O nível de tensão 13,8KV passa a ser 11KV. A grande vantagem dessa mudança é que
enquanto para o nível anteriormente usado era obrigatório o uso de disjuntores, que possuem
O nível de tensão da baixa tensão também será alterado de 480V para 690V. Esta
mudança diminuirá o custo com cabos. Este aumento na tensão também favorece a instalação
O custo dos cabos irá diminuir já que o aumento da tensão para uma mesma potencia
gera uma diminuição na corrente de mesma proporção. Essa redução da corrente gera uma
redução da potencia dissipada em fator quadrático. Com a redução na corrente e nas perdas
ôhmicas associadas, tem-se margem para aumentar a resistência dos cabos mantendo as
perdas iguais Isso significa que como o material do cabo (ρ) e o comprimento dos cabos (L)
vão se manter pode-se diminuir as bitolas dos cabos (A), barateando o seu custo.
𝑃 = 𝑈∗𝐼
𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 𝐼² ∗ 𝑅
ρ∗𝐿
𝑅=
𝐴
3.4.Pontos Negativos
Reduzir o nível de média tensão sem alterar a potência gera um aumento na corrente
nominal do circuito. Isto aumenta a corrente de curto-circuito do sistema. Isso se deve ao fato
da tensão ser alterada, mas, aproximadamente, a potência ser mantida. Outro fator que irá
contribuir com o aumento do nível de curto circuito no barramento de média tensão é o fato
dos maiores motores que se encontravam no nível de tensão 4,16KV serem conectados
os motores e o CDC irá diminuir. O simples aumento do nível de tensão deveria corresponder
à uma redução no nível de curto circuito mas, pelos fatores supracitados, um aumento é
esperado.
42
Vemos que ao aumentar o nível de curto circuito podemos enfrentar problemas com a
custo de barramentos. Visto que os painéis são dimensionados para suportar níveis de curto
circuito nominais e painéis com níveis altos de curto circuito se tornam muito caros, deve-se
ter em mente que dependendo do nível de curto circuito pode-se enfrentar o problema de não
baixa terão um pequeno aumento na potencia nominal, já que serão acrescentados motores ao
mesmo.
O ultimo ponto que deve ser salientado é a partida de motores. Deve-se verificar como
o sistema reage à partida dos grandes motores conectados no barramento de média. Já que sua
partida pode gerar uma queda excessiva de tensão no sistema, acarretando problemas que
Para investigar esses problemas iremos realizar alguns estudos elétricos com um
modelo do sistema. Serão realizados estudos de Fluxo de potência, Curto Circuito e Partida de
reativa nos elementos da rede e as tensões e suas defasagens angulares. Esse estudo será feito
energia elétrica, além de confirmar o dimensionamento da geração. Para realizar esse estudo
será utilizado o modulo Dapper do software PTW da empresa SKM. O método escolhido foi o
4.1.Modelagem do Sistema
Antes de começar a falar sobre a modelagem em si, algumas definições precisam ser
apresentadas.
Fator de Intermitência: Razão entre o tempo que a máquina permanece em uso sobre
tempo total. O equivalente ao seu ciclo de trabalho. Uma carga que se encontra em stand by
terá o FI de zero enquanto uma que passe metade do tempo ligada terá um FI de 0,5.
Rendimento (η): É a razão entre a potência mecânica gerada pela maquina pela
Fator de carga: este fator é definido como a razão da demanda média pela demanda
É importante ressaltar que essa instalação industrial realiza diversos tipos de processos
e o modelo usado será baseado nos dados do processo crítico. Esse processo é o que demanda
mais potência, logo dimensionando o sistema para atender a esse pico os outros processos que
44
exigem menos potência do sistema serão atendidos por um sistema superdimensionado, o que
Foi feita uma tabela com as cargas de um projeto anterior. Para os motores, foram
listados potência nominal (KW), fator de potência, fator de intermitência, rendimento, fator de
carga, BKW e tensão nominal. Com esses dados podemos completar os inputs do software e
Para as cargas não motóricas (tomadas para solda, cargas de iluminação, resistências
de aquecimento, motores acionados por VSD’s e qualquer outra carga que não seja
considerada motor) precisa-se inserir o fator de carga, fator de potência, potência nominal e a
cargas serão representadas por equivalentes. Esses equivalentes serão divididos em dois
grupos, equivalentes motóricos e não motóricos. Embora esses dois equivalentes sejam
modelados como cargas de potência contínua durante o estudo de fluxo de potência, sua
divisão se mostrará muito importante para o estudo de curto circuito. Esses equivalentes
motóricos serão feitos através da soma da potência ativa, demandadas e nominais. Serão
adotados valores típicos para o rendimento e fator de potência. Para se ter uma maior precisão
alguns dos motores de maior potência não serão representados junto aos equivalentes. Esses
motores são os de média tensão e os maiores motores da baixa tensão. Além de se conhecer o
comportamento isolado de cada uma destas cargas, podemos futuramente realizar outras
apresentadas mais informações sobre esse tipo de estudo. Os equivalentes não motóricos são
calculados através da soma das potências ativas e reativas demandadas. A partir dessa soma
será obtido um fator de potência. As potências demandadas são obtidas através das seguintes
formulas.
Para motores:
45
𝐵𝐾𝑊𝑥𝐹𝐶𝑥𝐹𝐼
𝑃𝑑 =
𝜂
𝑄𝑑 = 𝑃𝑑𝑥𝑇𝑎𝑛(𝑎𝑟𝑐𝑜𝑠(𝐹𝑝))
𝑃𝑑 = 𝑃𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑥𝐹𝐶𝑥𝐹𝐼
𝑄𝑑 = 𝑃𝑑𝑥𝑇𝑎𝑛(𝑎𝑟𝑐𝑜𝑠(𝐹𝑝))
importante salientar que os motores que possuíam FI igual a zero não foram considerados, já
que são motores que se encontram desligados por servirem de Stand By para outros motores e
INSTAL. NOMINAL FC FI
BARRAMENTO IDENTIFICAÇÃO TENSÃO pf
bkW Kw % %
Abaixo vemos uma tabela 5 com os equivalentes que serão usados no modelo.
Lembrando-se que em alguns casos esses equivalentes chegam a reunir mais de 50 cargas.
NOMINAL DEMANDA
IDETIFICAÇÃO TENSÃO Pf
kW kW
Demanda DEMANDA
IDETIFICAÇÃO TENSÃO Pf
kW kVAr
serão ignorados já que são altamente influenciados pelo arranjo da instalação industrial e
conservativos.
sistema estará funcionando em L (um dos transformadores estará desligado). Já que nesse
4.2. Resultados
Adota-se um acréscimo de 25% nos valores de potência obtidos nesses cálculos, já que
assim o sistema estará prevenindo contra incrementos de cargas. Esse incremento pode ser
gerado por uma substituição de equipamentos, que pode acontecer em outras fases do projeto
ou em algum projeto de reforma que a instalação industrial venha a sofrer. Deve-se considerar
limites de temperatura. Logo para dimensiona-los quanto à corrente nominal precisa-se obter
pelos transformadores terão a mesma corrente do transformador que os alimenta, como pode-
Corrente
PNL01A/B 3098 A
PNL03A/B 1763 A
PNL04A/B 2465 A
49
Para transformador iremos utilizar uma sobra de 25% pelos mesmos motivos citados
Corrente
PNL01A/B 4000 A
PNL03A/B 3150 A
PNL04A/B 3150 A
Por fim, será avaliado o dimensionamento dos geradores. Esse tópico não foi abordado
no presente trabalho já que foram utilizadas as cargas de outro projeto e como não foram
GE A GE B GE C GE D TOTAL
Tabela 10 – Geração
50
individuais. De posse desses valores é possível calcular o quanto da geração total esta sendo
utilizado.
dimensionamento dos geradores foi feito adequadamente. Existe uma sobra de 26% no pico
de demanda. Isso indica que na operação normal essa indústria poderá funcionar com três
possível pico de demanda e na eventual transferência de carga entre dois geradores, devido à
5. Estudo de Curto-Circuito
5.1.Base Teórica
Estudos de curto circuito são extremamente importantes nas fases do projeto que se
precisa dimensionar o sistema elétrico. Segundo [13] deve-se fazer esse estudo para
disjuntores, chaves e etc. tem que resistir em função da componente simétrica do curto
circuito. Esses equipamentos devem ser capazes de resistir a essas correntes por
devem resistir. Esse valor é obtido através da corrente de pico. Esses valores
geralmente são muito superiores aos valores das componentes simétricas, mas os
equipamentos tem que resistir a essa corrente de pico por muito menos tempo.
Determinação das características mecânicas dos equipamentos para que eles possam
O estudo de curto circuito nesse trabalho será feito para o dimensionamento do nível
painéis comerciais que sejam dimensionados para esses níveis de curto circuito exigidos pelo
sistema. Para isso, será seguida a norma IEC 60909 e serão obtidos como resultados a
corrente de pico e a corrente simétrica de curto circuito. Como é comum no meio industrial
52
será considerado que o curto circuito trifásico é o mais severo e por isso será o único
estudado.
requisitos das seguradoras, algo que se torna necessário nesse tipo de empreendimento.
proteção, entende-se que como este é o projeto básico e não um detalhamento não há
necessidade disso, já que ainda não existem dados definitivos sobre cabos e motores que
Quando uma falta ocorre num sistema, os valores das correntes de curto circuito serão
diretamente relacionados à força eletromotriz das máquinas rotativas que compõem esse
sistema, à impedância das mesmas e à impedância entre essas máquinas e o ponto de falta.
Essas máquinas podem ser síncronas ou assíncronas. No sistema estudado vemos somente
Os geradores síncronos são acionados por turbinas movidas a gás. Quando ocorre um
curto-circuito, esses geradores continuam a produzir tensão, pois a sua excitação de campo se
mecânica ao gerador. Logo, esse gerador irá contribuir com a corrente de curto circuito sendo
sua contribuição difere bastante dos geradores síncronos devido aos seus aspectos
construtivos. Nos motores de indução não há excitação de campo por corrente contínua como
nas máquinas síncronas, pois o fluxo magnético do rotor é gerador por indução. Quando
ocorre uma falta e o motor deixa de ser alimentado, esse fluxo se mantem. Logo esse fluxo
começa a induzir tensão nos enrolamentos do estator até que a máquina pare completamente.
A corrente de curto circuito produzida dessa forma decai muito mais rápido que a produzida
Nos gráficos a cima pode-se observar o que foi exposto anteriormente. A contribuição
dos motores de indução decaindo rapidamente, fazendo que a sua contribuição só afete a
54
curto-circuito.
assimétricas. Sendo assimétrica nos primeiros ciclos e decaindo para uma corrente simétrica
no estado permanente. Isso se deve a relação entre resistência e reatância (X/R) do circuito no
momento do curto-circuito.
Essa razão não é tão simples de ser encontrada visto que a reatância das máquinas
tempo. Existem três tipos de reatâncias nas máquinas rotativas que são caracterizadas pelo
Reatância subtransitória de eixo direto 𝑋𝑑 " valor da reatância do estator logo após a
A norma IEC 60909 é aplicável a sistemas de corrente alternada de baixa a alta tensão
que operam em 50 ou 60 Hz. Sistemas com tensões iguais ou superiores a 550 KV com linhas
55
de transmissão longas precisam de cuidados especiais, logo essa norma não se aplica nesses
casos. Essa norma estabelece práticas e procedimentos que levam a resultados que geralmente
Essa norma usa como método de cálculo a inserção de uma fonte de tensão
os polos. Investigação de curto-circuitos não simultâneos esta além do escopo dessa norma.
partes condutoras forçando a diferença de potencial elétrico entre elas a ser igual ou próximo
de zero.
elétrico.
- Corrente de pico de curto circuito (Ip ): Valor máximo instantâneo atingido pela
corrente de curto circuito disponível. Nota-se que o valor do pico varia de acordo com o
momento que o curto circuito ocorre. O calculo do pico do curto circuito trifásico é feito de
modo a gerar o maior valor possível. Curtos circuitos sequenciais não são considerados.
- Corrente simétrica inicial de curto circuito (Ik ′′): Valor r.m.s da componente
5.2.2. Simplificações
Durante o curto circuito não existe mudança em seu tipo. Se um curto circuito trifásico
ocorrer ele se manterá sendo um curto circuito trifásico durante o tempo estudado.
Geralmente esses motores são diferentes entre si e são conectados ao barramento por
equivalente motórico que desconsidera os cabos e utiliza dados típicos para as características
do motor. A instalação estudada possui mais de cem motores o que torna o ato de inserir os
dados de todos eles individualmente algo muito trabalhoso. Sabendo-se que os resultados
mantém boa precisão com a utilização de equivalentes, os mesmos se tornam uma ótima
opção.
𝐼𝑙𝑟 ⁄𝐼𝑟𝑚 = 5
𝑅𝑚 ⁄𝑋𝑚 = 0,42
58
𝑃𝐹 = 0,85 𝑒 η = 0,95
1 𝑈𝑟𝑚
𝑍𝑚 = .
𝐼𝑙𝑟 ⁄𝐼𝑟𝑚 √3𝐼𝑟𝑚
já que não contribuem para o curto-circuito, logo serão desconsiderados nesse método.
uma fonte de tensão equivalente no local da falta. Essa fonte será a única fonte ativa de tensão
do sistema. Todos os alimentadores, motores síncronos e não síncronos são substituídos por
Em todos os casos é possível determinar a corrente de falta com a ajuda de uma fonte
excitação dos geradores e diferentes estudos de fluxo de carga são supérfluos para esses
cálculos.
com uma falta no ponto F. É introduzida uma fonte de tensão no ponto da falta e todas as
59
outras fontes ativas de tensão são ignoradas. Como visto anteriormente as cargas não
motóricas são ignoradas e os alimentadores são representados somente pela sua impedância
Para realização desse estudo se utilizou o software Power Tools for Windows, usando
a norma IEC 60909 como base. O fator multiplicativo C usado foi 1,1 de maneira a obtermos
valores mais conservativos, seguindo a tabela da figura 26. Esse estudo será realizado para as
11KV, será considerado o Is-Limiter acionado, de forma que o TIE será considerado aberto
fluxo de potência, sendo necessária a adição de outros dados, como demostrado nas figuras
61
abaixo. Todos esses dados foram retirados de folhas de dados de máquinas reais. A razão
FLA/LRA significa Full Load Current e Locked Rotor Current, corrente de carga máxima
sobre corrente de rotor bloqueado respectivamente. Essa razão mostra como o motor de
5.4.Resultados
Essa primeira tabela contém os resultados dos valores encontrados para a corrente
A coluna Comparação mostra o maior valor encontrado, contando os dois modos de operação.
Nessa segunda tabela vemos os valores para corrente de pico de curto circuito. Como
na primeira tabela a quarta coluna mostra o maior valor obtido da comparação das duas
primeiras colunas.
Ik'' Ip
PNL01A 40 KA 84 KA
PNL01B 40 KA 84 KA
PNL03A 40 KA 100 KA
PNL03B 40 KA 100 KA
PNL04A 50 KA 110 KA
PNL04B 50 KA 110 KA
Pode-se perceber que nesse caso não foi considerado aumento de carga e no PNL 01 o
valor nominal é inferior ao calculado. Isso se deve ao fato do valor calculado ser
extremamente conservativo. Não esta sendo considerado nenhum dos cabos, o que aumenta o
6. Partida de motores
6.1. Introdução
Esse capítulo irá discutir os benefícios obtidos pelos estudos de partida de motores, os
problemas que a partida de motores pode ocasionar, como foi realizado esse estudo na planta
6.2.Problemas possíveis
Motores em ambientes industriais estão se tornando cada vez maiores, algumas vezes
sendo considerados grandes até mesmo em comparação com a carga total dos sistemas de
potência industriais. A partida de um grande motor pode causar perturbações nas cargas
6.3.Queda de tensão
exercido pela carga, que só é função da velocidade. Com isso aumentando o tempo de partida
velocidade para diferentes tensões terminais dos motores de indução. A curva Fan Load
representa o torque exercido pela carga que só varia com relação a velocidade. Esse gráfico
suas características de torque e carga. Esses requisitos podem variar de 80%-95% da tensão,
dependendo do tipo de motor. Além da tensão deve-se verificar o tempo de partida, já que os
Problemas mais graves podem ser causados pela diminuição da tensão no sistema
devido à partida de motores. Outros motores que estão funcionando normalmente no sistema
irão desacelerar devido à queda de tensão. Essas máquinas tem que ser capazes de acelerar
novamente após o motor que está partindo atingir o seu regime permanente. Quando essa
queda de tensão é muito acentuada, pode-se ter um motor em funcionamento excedendo o seu
Break-down torque (quando o torque exercido pela máquina é igual ao torque da carga) e isso
pode causar uma desaceleração significativa, podendo chegar até a parar antes que a partida
termine. Esses motores que estão desacelerando acabam demandando uma corrente maior que
66
a nominal e com isso contribuindo com a queda de tensão. Esse efeito dominó pode levar a
perda de todas as cargas e do sistema como um todo. Deve-se manter em mente que muitas
instalações industriais possuem protocolos de religamento e algumas podem demorar até dias
para voltar ao seu funcionamento normal, logo esse desligamento forçado pode gerar muitas
perdas econômicas.
Além do efeito nos outros motores, a queda de tensão afeta componentes eletrônicos,
dos equipamentos devem ser obtidos com os seus devidos fabricantes para assegurar o seu
O sistema estudado não possui ligação com o SIN, funcionando com geração própria e
limitada. Isso pode intensificar os problemas com a partida de motores, especialmente quando
motores muito grandes estão envolvidos. Esse problema é agravado devido à alta impedância
dos geradores locais. O tipo de controle de tensão utilizado pelo(s) geradores terá grande
tecnológicos existentes hoje em dia, esses estudos podem ser realizados com simuladores que
levam em consideração o controle usando pelos geradores, criando modelos precisos dos
sistemas.
67
diferentes sistemas de controle, em resposta a uma perturbação. Sem regulador, sua tensão
despenca e é perdido o sincronismo, logo o gerador não volta ao valor regime anterior. Com
um regulador lento, a tensão demora quase 2 segundos para voltar ao regime permanente,
apresenta um grande vale e oscilações. A linha pontilhada que mostra um sistema de controle
de resposta rápida. Esse regulador possui um tempo de acomodação inferior aos outros
Tools for Windows da SKM chamado TMS, Transient Motor Starting. Esse programa permite
que seja utilizado o modelo criado para os estudos de curto-circuito e fluxo de carga,
68
similares que foram utilizados em projetos anteriores. É importante ressaltar que esses dados
são atualizados já que foram retirados de projetos que ocorreram há menos de 1 ano, com o
Nesse estudo iremos estudar a partida direta do maior motor, ligado diretamente ao
barramento de média tensão. Esse motor possui uma potencia de 14 MW e serão considerados
normal. A norma IEEE 399 recomenda fazer um estudo de partida de motores para todo
motor que exceder entre 10-15% da capacidade dos geradores em KVA. Como o motor possui
fator de potência 0,89 e os geradores 0,8, pode-se obter a sua potência em KVA pela equação
abaixo:
14 𝑀𝑊
= 15,73 𝑀𝑉𝐴
0,89
25 𝑀𝑊
3∗ = 93,75 𝑀𝑉𝐴
0,8
15,73 𝑀𝑉𝐴
= 16,7%
93,75 𝑀𝑉𝐴
Logo esse estudo é realmente necessário, já que esse valor excede os 15% definidos
pela norma.
software.
em porcentagem, a linha verde representa o torque gerado pelo motor, quando ele se encontra
com uma tensão terminal de 1 p.u., e a linha azul representa o fator de potência. Como
velocidade do motor diminui. Esse motor possui velocidade nominal de 1800 RPM. Também
70
se pode observar que a corrente de partida do motor é relativamente baixa, quatro vezes a
Nota-se que a carga, como esperado, se mantem abaixo do torque nominal, chegando a
O gerador foi modelado de forma completa, desde suas constantes intrínsecas até seus
controles. Abaixo, estão representados telas do software utilizado que ilustram a modelagem
do gerador.
71
possui uma boa resposta transitória, graças a sua parte derivativa, e permite que o erro de
regime permanente seja sempre zero, por causa de sua parte integral.
O modelo do governer, por ser muito mais lento que a excitatriz não foi modelado
com a mesma exatidão. Foi usado um modelo padrão do banco de dados do software
6.5.Resultados.
segundo de simulação de forma direta. Assumiu-se que os geradores estavam operando com o
objetivo de manter a barra de média tensão PNL-01 com tensão de operação de 1,02 , para
motor parte no primeiro segundo e atinge sua velocidade final por volta do quarto segundo.
de 14 MW em partida direta.
Na figura 36, observa-se em cor vermelha, a curva do torque mecânico gerado pelo
motor e, em cor azul, a velocidade do mesmo. Comparando esse gráfico com as características
do motor percebe-se que os dois coincidem. O torque de partida é bem próximo de 0,5 p.u. e o
torque máximo, atingido próximo da velocidade síncrona, é próximo de 1,6 p.u. Além disso,
percebe-se que, como esperado, no estado permanente o torque do motor se iguala ao torque
da carga que é 0,16 p.u. Isso se deve ao fato da carga não estar mais acelerando e o somatório
Figura 37 - Gráfico de Corrente fornecida pelo gerador e Tensão no barramento de média x Tempo
tensão no barramento de média tensão. Percebe-se que as duas grandezas variam em modulo
de maneira oposta, como esperado. Quando o motor parte, o gerador tem que suprir essa
maior demanda de corrente e a tensão cai. Por volta dos 4 segundos quando o motor termina a
sua partida, a demanda de corrente diminui e a tensão aumenta. Com isso o sistema se
azul, e a tensão do painel de baixa CDC2A, em vermelho. Esse resultado foi produzido com o
objetivo de mostrar como estariam reagindo os painéis de baixa, já que por se encontrarem
mais distantes dos geradores normalmente possuem tensões menores. O painel CDC2A foi o
painel da instalação industrial que apresentou maior queda de tensão, logo foi o único painel
transformador a tensão não chegou ao limite inferior de 0,8 p.u.. É curioso notar que mesmo o
motor demorando somente 4 segundos para partir o seu efeito é sentido por quase 30
segundos. Comparando os resultados obtidos com a tabela abaixo retirada da IEEE 399 sobre
mínima tensão permitida nos terminais, percebe-se que o motor deve partir sem causar
7. Conclusão
propor melhorias ao seu sistema elétrico. Com a finalidade de ilustrar o sistema elétrico
equipamentos elétricos utilizados. Essa apresentação foi de suma importância para que as
engenharia SKM-Power Tools for Windows para que fossem realizados estudos de fluxo de
Além de uma ferramenta bem completa, já que se pode realizar todos os estudos na mesma
equipamentos sob medida, o que pode encarecer demais o projeto fazendo com que o mesmo
não seja vantajoso. Felizmente, todos os equipamentos dimensionados podem ser encontrados
no mercado.
O estudo de partida de motores foi feito somente para o maior motor do sistema
industrial já que se considerou que o mesmo era o que apresentava maior criticidade. O
sistema elétrico respondeu bem a partida do mesmo, sem exceder os limites apontados pela
norma utilizada. É valido ressalta que esse estudo considerou os outros motores como cargas
de potência constante. Nas etapas mais avançadas do projeto devem-se modelar os maiores
motores de baixa tensão e todos os motores de média tensão através de suas curvas
76
torque da carga x velocidade. Com isso pode-se analisar a influência da partida do motor em
questão nos outros motores. Além disso, na fase de detalhamento deve-se repetir esse mesmo
estudo para todos os maiores motores em diversas condições de operação que devem ser
equipamentos, o que irá determinar o comprimento dos cabos. Com o comprimento dos
cabos, serão calculadas as bitolas e quantidade de condutores em paralelo para que a queda de
tensão esteja dentro dos limites pretendidos. Esses valores devem ser adicionados ao modelo
operação para a determinação dos TAP’s dos transformadores e verificação das quedas de
tensões nos barramentos. Deve-se dar importância extra a tensão nos terminais dos motores
para que não existam problemas nos futuros estudos de partida de motores.
Por fim, pode-se perceber que com as modificações propostas o sistema se comportou
bem na etapa de projeto básico e essas modificações devem ser estudadas mais a fundo, já que
levarão a uma redução no capital necessário para projeto. Essas economias são principalmente
provenientes do aumento da tensão na baixa tensão que diminuirá o gasto com os cabos, visto
que os cabos representam a maior parte do custo da parte elétrica de uma instalação industrial
8. Referencias Bibliografias
[1] L. M. Farias e M. Afonso Selitto, “Uso da energia ao longo da história,” Revista Liberato, 2011.
[6] L. F. d. O. Costa, “O Uso de Conjuntos de Manobra e Controle de Potência,” UNIFEI, Itajuba - MG,
2014.
[7] S. d. A. Amorim, “Estudos Elétricos para um Sistema Industrial de uma Unidade de Produção
Offshore,” CEFET/RJ, Rio de Janeiro - Brasil, 2012.
[10] Bender GmbH & Co. KG, “ISOMETER and ISOSCAN - Product Overview,” Bender GmbH & Co. KG,
Gruenberg - Alemanha.
[11] Weg, “Atmosferas Explosivas - Segurança e Confiabilidade,” Grupo Weg, Santa Catarina - Brasil.
[12] COBEI, “Subcomitê SC-31 do COBEI - Atmosferas Explosivas,” COBEI, [Online]. Available:
http://cobei-sc-31-atmosferas-explosivas.blogspot.com.br/. [Acesso em 10 12 2015].
[13] L. P. Isidoro, “Estudos Elétricos para um Sistema Industrial de uma Unidade de Produção
Offshore,” UFRJ, Rio de Janeiro - Brasil, 2006.
[15] IEEE, “Motor-starting studies,” em IEEE Std 399-1997, IEEE Recommended Practice for Industrial
and Commercial Power Systems Analysis, IEEE, 1997, pp. 231-263.
78