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ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA DE UMA MINIGERAÇÃO

FOTOVOLTAICA EM UM GALPÃO LOGÍSTICO EM


CONTAGEM - MG

Pedro Eduardo Thomaz Vieiralves João

Projeto de Graduação apresentado a


Curso de Engenharia Elétrica da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Engenheiro Eletricista

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

RIO DE JANEIRO
Abril de 2016
ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA DE UMA MINIGERAÇÃO
FOTOVOLTAICA EM UM GALPÃO LOGÍSTICO EM
CONTAGEM – MG

Pedro Eduardo Thomaz Vieiralves João

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE


ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA.

Examinado por:
_________________________________________
Prof. Jorge Luiz do Nascimento, Dr. Eng.
(Orientador)

_________________________________________
Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr.-Ing.

_________________________________________
Prof. Robson Francisco da Silva Dias, D. Sc.

RIO DE JANEIRO
Abril de 2016
Thomaz Vieiralves João, Pedro Eduardo
Análise Técnico-Econômica de uma Minigeração Fotovoltaica
em um Galpão Logístico em Contagem – MG/ Pedro Eduardo
Thomaz Vieiralves João. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola
Politécnica, 2016.
xv, 88 p.; il.; 29,7 cm
Orientador: Jorge Luiz do Nascimento
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Elétrica, 2016.
Referências Bibliográficas: p 90-100.
1. Introdução. 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Normas e
Regulamentos. 4. O Projeto. 5. Análise de Viabilidade
Econômica. 6. Conclusão. I. do Nascimento, Jorge Luiz. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. III. Análise Técnico-
Econômica de uma Minigeração Fotovoltaica em um Galpão
Logístico em Contagem - MG.

iii
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a minha querida mãe Liliane e meu


irmão André por sempre terem confiado em mim, nunca deixando de me apoiar nos
momentos mais difíceis.

Ao meu pai Paulo Roberto por ter me dado, tanto a orientação técnica para a
realização deste projeto, quanto me mostrado os trilhos da engenharia e do mercado de
trabalho.

Ao meu mestre Luís Guilherme Rolim, que se mostrou sempre solícito a tirar
minhas dúvidas quanto aos aspectos técnicos do projeto.

Ao meu amado mestre Jorge Luiz do Nascimento, que sempre teve muita
paciência ao me ajudar em, desde questões acadêmicas, até pessoais e sociais. Sua
humildade e solicitude foram fundamentais na realização deste trabalho.

Agradeço a todos que me ajudaram direta ou indiretamente nessa empreitada


chamada engenharia elétrica.

iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

ANÁLISE TÉCNICO ECONÔMICA DE UMA MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA


EM UM GALPÃO LOGÍSTICO EM CONTAGEM - MG

Pedro Eduardo Thomaz Vieiralves João

Abril 2016

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Curso: Engenharia Elétrica

Este projeto de graduação tem por objetivo apresentar o estudo de viabilidade


técnico-econômica de uma central fotovoltaica conectada à rede em um galpão logístico.
Seu dimensionamento se enquadra como minigeração conforme a Resolução Normativa
Nº 687, de 24 de novembro de 2015 da ANEEL. Através da energia elétrica gerada pelas
células fotovoltaicas quando expostas à irradiação solar, o sistema poderá trocar créditos
de energia com a concessionária distribuidora, a fim de reduzir custos na conta de luz.

Ao longo do trabalho será realizado um estudo de viabilidade para um projeto em


um galpão logístico ao longo de 25 anos. Ela será baseada a partir da escolha do local da
Central Fotovoltaica, da área disponível para a implantação dos módulos fotovoltaicos e
da classe de consumo na qual o empreendedor se enquadra. Assim, sabendo-se o valor da
tarifa do consumidor em questão, será realizada uma análise de Fluxo de Caixa, através
do cálculo do Valor Presente Líquido (VPL), da Taxa Interna de Retorno e do período de
Payback. Ao final do estudo, estes resultados revelarão a boa atratividade do
investimento, indicando assim a viabilidade do projeto.

Palavras-chave: Minigeração Fotovoltaica, Telhado de Galpão Comercial, Viabilidade


Econômica.

v
Abstract of the Undergraduate Project, presented to POLI/UFRJ as a part of the
necessary requirements to obtain the degree of Electrical Engineer.

ECONOMICAL AND TECHNICAL ANALYSIS OF A COMMERCIAL


WAREHOUSE ROOFTOP PHOTOVOLTAIC GENERATION IN CONTAGEM - MG

Pedro Eduardo Thomaz Vieiralves João

April 2016

Tutor: Jorge Luiz do Nascimento, Dr. Eng.


Course: Electrical Engineering

This undergraduate project main goal is to present the economic and technical
feasibility of a Grid Connected Photovoltaic System on a logistic warehouse. It’s design
fits as a minigeneration as described in the ANEEL’s Normative Resolution N° 687 of
November 24, 2015. Thus, through the power generation of the photovoltaics cells, the
system will be able to exchange energy credits with the electric distribution network in
order to reduce costs in the electricity bill.

Throughout the project will be presented a general feasibility study for a project
in a logistics warehouse over 25 years. This proposal will be based from the choice of
location of the photovoltaic central, the available area for the implementation of the PV
modules and the type of costumer that the venture suit. Thus, knowing the amount of
consumer tariff in question, a cash flow analysis will be performed by finding Net Present
Value (NPV), Internal Rate of Return (IRR) and Payback period. At the end of the study,
it will be shown that the investment is attractive, indicating that the project is viable.

Keywords: Photovoltaic Minigeneration, Commercial Warehouse Rooftop, Economical


Feasibility.

vi
SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... IV

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. X

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................XIII

LISTA DE SIGLAS .............................................................................................................. XIV

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

1.1. Breve História da Energia Fotovoltaica ..................................................................................... 1

1.2. O Mercado Fotovoltaico ........................................................................................................... 1

1.3. A Energia Fotovoltaica no Brasil ............................................................................................... 4

1.4. Geração Fotovoltaica em Telhados de Centros Comerciais....................................................... 5

1.5. O Galpão Época ........................................................................................................................ 8

1.6. Objetivo ................................................................................................................................... 9

1.7. Estrutura dos Capítulos .......................................................................................................... 10

2. A ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA .......................................................................... 11

2.1. A radiação solar ..................................................................................................................... 11

2.2. O Efeito Fotovoltaico.............................................................................................................. 12

2.3. A célula fotovoltaica .............................................................................................................. 14


2.3.1. Silício Cristalino ....................................................................................................................... 14
2.3.2. Filmes Finos ............................................................................................................................. 15
2.3.3. Análise ..................................................................................................................................... 17

2.4. Módulo Fotovoltaico .............................................................................................................. 18


2.4.1. Características Elétricas dos Módulos ..................................................................................... 20
2.4.2. Fatores que influenciam as características elétricas dos módulos ......................................... 21

2.5. Inversor .................................................................................................................................. 22

2.6. Diodo de desvio (By-Pass) e de Bloqueio ................................................................................ 23

3. REGULAMENTAÇÕES ............................................................................................... 25

3.1. Requisitos de Acesso .............................................................................................................. 26

vii
4. O PROJETO .............................................................................................................. 30

4.1. Avaliação do Potencial de Geração ........................................................................................ 30

4.2. Avaliação do Espaço Físico da Instalação ................................................................................ 32

4.3. Dimensionamento da Instalação ............................................................................................ 33


4.3.1. A escolha dos módulos ............................................................................................................ 33
4.3.2. Arranjo dos Módulos ............................................................................................................... 35
4.3.3. Caixas de Conexão ................................................................................................................... 36
4.3.4. O Inversor Grid-Tie .................................................................................................................. 39
4.3.5. Arranjo e distância das estruturas de apoio dos módulos ...................................................... 42
4.3.6. Cabos CC .................................................................................................................................. 49

4.4. Elementos do lado CA para a conexão com a rede ................................................................. 50


4.4.1. Cabos CA .................................................................................................................................. 50
4.4.2. Disjuntor .................................................................................................................................. 52
4.4.3. Dispositivo de Seccionamento Visível (DSV) ........................................................................... 53
4.4.4. Medidor de quatro quadrantes ............................................................................................... 54

4.5. Geração Fotovoltaica Estimada .............................................................................................. 58


4.5.1. Perdas Estimadas..................................................................................................................... 58
4.5.2. Cálculo algébrico da geração ................................................................................................... 59
4.5.3. Cálculo computacional da Geração ......................................................................................... 60

5. ANÁLISE DE VIABILIDADE ......................................................................................... 63

5.1. Levantamento de preços ........................................................................................................ 63


5.1.1. Componentes Importados ....................................................................................................... 63
5.1.2. Componentes Nacionalizados ................................................................................................. 64
5.1.3. Custos diversos com cabeamento e fixação ............................................................................ 64
5.1.4. Custo Total .............................................................................................................................. 66
5.1.5. Custo total de produção de sistemas fotovoltaicos ................................................................ 67

5.2. A receita gerada ..................................................................................................................... 68


5.2.1. A tarifação ............................................................................................................................... 68

5.3. Parâmetros de Viabilidade ..................................................................................................... 69


5.3.1. Payback ................................................................................................................................... 69
5.3.2. Valor Presente Líquido ............................................................................................................ 69
5.3.3. Taxa Interna de Retorno .......................................................................................................... 70

5.4. Análise dos Resultados ........................................................................................................... 70


5.4.1. Comparação com outros índices do mercado financeiro ........................................................ 72

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 74

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 78

ANEXO I – DADOS DO MÓDULO SOLAR YINGLI SOLAR YGE60 260 – 29B ......................... 83

ANEXO II – DADOS DO INVERSOR VACON 8000 SOLAR 30 KW......................................... 84

viii
ANEXO III – ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E COTAÇÃO DAS CAIXAS DE CONEXÃO.................. 85

ANEXO IV – TABELA PARA DIMENSIONAMENTO DOS CABOS PARA DIFERENTES TIPOS DE


ISOLAMENTO ................................................................................................................... 86

ANEXO V – CONTA DE LUZ DO GALPÃO ÉPOCA – CONTAGEM......................................... 87

ANEXO VI – PLANTA BAIXA DA INSTALAÇÃO .................................................................... 88

ix
LISTA DE FIGURAS

Figura 1-1: Projeção das contribuições que diferentes setores de geração de energia para
a redução emissões de gases em 2050. Adaptado de [2]. ......................................... 1
Figura 1-2: Produção mundial de células fotovoltaicas até 2014 [4]. (Imagem cedida
pelo autor: ©Fraunhofer ISE: Photovoltaics Report, updated: 17 November 2015).
.................................................................................................................................. 2
Figura 1-3: Capacidade fotovoltaica instalada por região em 2014, e o capacidade
adicionada em 2014 [6]. (Imagem cedida pelo autor).............................................. 3
Figura 1-4: Localização do município de Contagem - MG (Imagem gerada pelo Google
Maps). ....................................................................................................................... 8
Figura 1-5: Potencial de geração fotovoltaica por Unidade de Federação (GWh/dia)
[16]. (Imagem cedida pelo autor). ............................................................................ 9
Figura 2-1: A radiação solar e seus componentes [17]. (Imagem cedida pelo autor). ... 12
Figura 2-2: Efeito Fotovoltaico na junção PN [17]. (Imagem cedida pelo autor). ........ 13
Figura 2-3: Célula de Silício Monocristalino (esquerda) e Policristalino (direita) [18]. 15
Figura 2-4: Módulos solares de filme fino. Em (a), (b) e (c) estão representados os
módulos de telureto de cádmio (CdTe), silício amorfo (a-Si) e disseleneto de cobre,
índio e gálio (CIGS), respectivamente [19]. (Imagem cedida pelo autor). ............ 16
Figura 2-5: Percentual de produção de energia fotovoltaica pelos através de módulos de
filme fino [4]. (Imagem cedida pelo autor: ©Fraunhofer ISE: Photovoltaics
Report, updated: 17 November 2015). ................................................................... 17
Figura 2-6: Curva da mudança de eficiência dos diferentes tipos de os de módulos
fotovoltaicos ao longo dos últimos anos [4]. (Imagem cedida pelo autor:
©Fraunhofer ISE: Photovoltaics Report, updated: 17 November 2015). .............. 18
Figura 2-7: Curvas I-V de duas células fotovoltaicas idênticas para diferentes
configurações de conexão em (a) série e (b) paralelo [17]. (Imagem cedida pelo
autor). ..................................................................................................................... 19
Figura 2-8: Curva característica I x V de uma célula de silício de 156 mm², onde Vmp e
Imp são as tensões e corrente na condição de máxima potência, enquanto Voc é a
tensão de circuito aberto e Isc é a corrente de curto-circuito [17]. (Imagem cedida
pelo autor). ............................................................................................................. 20

x
Figura 2-9: Curva I x V para um módulo fotovoltaico de silício cristalino exposto a
diferentes irradiâncias, a 25°C [17]. (Imagem cedida pelo autor). ........................ 21
Figura 2-10: Curva I x V para um módulo fotovoltaico de silício cristalino exposto a
diferentes temperaturas, com uma irradiância de 1000 W/m² [17]. (Imagem cedida
pelo autor). ............................................................................................................. 22
Figura 2-11: Operação de um diodo de desvio [17]. (Imagem cedida pelo autor). ....... 24
Figura 4-1: Vista do galpão Época pelo Google Earth Pro. ........................................... 32
Figura 4-2: Percentual das diferentes tecnologias de fabricação de módulos
fotovoltaicos ao longo dos anos e os dados em 2014[4]. (Imagem cedida pelo
autor: ©Fraunhofer ISE: Photovoltaics Report, updated: 17 November 2015).... 34
Figura 4-3: Placa YGE60 - YL255P-29b da fabricante Yingli Solar [26]. .................... 34
Figura 4-4: Esquema de conexão da fileira, com 14 módulos fotovoltaicos conectados
em série. .................................................................................................................. 36
Figura 4-5: Disposição do arranjo composto por 70módulos fotovoltaicos. .................. 36
Figura 4-6: Caixa de conexão escolhida. (Cortesia de ZJBENY). .................................. 37
Figura 4-7: Diagrama mostrando como os arranjos fotovoltaicos são conectados nas
caixas e nos inversores. .......................................................................................... 38
Figura 4-8: Inversor Solar Vacon 8000 [39]. (Cortesia de Vacon) ................................ 40
Figura 4-9: Foto da estrutura utilizada na montagem dos painéis em (a) e sua
representação em (b). (Cortesia de Sices). ............................................................. 42
Figura 4-10: Vista por trás do arranjo fotovoltaico disposto ao longo de estrutura de
apoio. ...................................................................................................................... 43
Figura 4-11: Vista pela frente do arranjo fotovoltaico disposto ao longo da estrutura de
apoio. ...................................................................................................................... 43
Figura 4-12: Representação das variáveis envolvidas no cálculo da projeção das
sombras. .................................................................................................................. 45
Figura 4-13: Transformação trigonométrica para cálculo da sombra D. ........................ 46
Figura 4-14: Simulação do sombreamento na época do solstício de inverno ao meio dia,
realizada no Google Skecth Up Pro. ....................................................................... 47
Figura 4-15: Conjunto de arranjos do SF, com 5 arranjos um através do outro dispostos
lado a lado............................................................................................................... 48
Figura 4-16: Vista superior da área ocupada pelos módulos fotovoltaicos. ................... 49
Figura 4-17: Modelo de conexão para minigeração de 100 kWp até 300 kWp [25]. .... 50
Figura 4-18: Diagrama das conexões no lado CA em baixa tensão. .............................. 51

xi
Figura 4-19: Disjuntor Tripolar Siemens 5sx1 350-7 [27]. (Cortesia de Siemens). ....... 53
Figura 4-20: Caixa seccionadora, modelo Ergon 200 da fabricante alemã Siemens [29].
(Cortesia de Siemens). ............................................................................................ 54
Figura 4-21: Imagem da capa do DSV padronizada pela CEMIG. Em (a) temos a
imagem do seu interior e em (b) do seu exterior [28]. ........................................... 54
Figura 4-22: Medidor de quatro quadrantes Omnimeter Pulse UL v.4 [30]. ................. 55
Figura 4-23: TC utilizado para a conexão do medidor[31]. ........................................... 56
Figura 4-24: Vista da sala dos inversores. ...................................................................... 56
Figura 4-25: Vista da sala dos inversores ....................................................................... 57
Figura 4-26: Vista do quadro geral com o disjuntor de saída dos inversores, a chave de
seccionamento, o medidor, o disjuntor de entrada no Trafo e o quadro de
distribuição da instalação, onde são conectadas as cargas. .................................... 57
Figura 4-27: Valores de geração para os diferentes meses do ano. ................................ 60
Figura 4-28: Disposição dos Módulos na ferramenta de cálculo Helioscope. ............... 61
Figura 4-29: Geração anual de energia calculada pelo programa Helioscope. .............. 61
Figura 4-30: Perdas consideradas no Helioscope. .......................................................... 62

xii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1-1: Estimativa de empregos gerados direta ou indiretamente pelas indústrias das
renováveis [6]. .......................................................................................................... 3
Tabela 1-2: Distribuição de alguns dos maiores condomínios logísticos do país por
região em 2014 [11].................................................................................................. 6
Tabela 1-3: Trajetória de custos de instalação em telhados de residências e centros
comerciais [8]. .......................................................................................................... 7
Tabela 3-1: Incidência de impostos sobre os módulos, inversores e medidor de quatro
quadrantes [22]. ...................................................................................................... 25
Tabela 3-2: Níveis de tensão para diferentes potências de geração [24]. ....................... 27
Tabela 3-3: Proteções em função da potência de geração [10]. ..................................... 27
Tabela 3-4: Funções de proteção para a geração acima de 10 kW até 300 kW [25]. ..... 29
Tabela 4-1: Histórico da conta de Luz do Galpão Época em Belo Horizonte na fatura da
conta de luz de Julho de 2015. Ver Anexo V. ........................................................ 30
Tabela 4-2: Irradiação média diária mensal para............................................................ 31
Tabela 4-3: Característica Elétricas do Módulo Fotovoltaico. ....................................... 35
Tabela 4-4: Especificações técnicas da Caixa de Controle. ........................................... 37
Tabela 4-5: Características elétricas do inversor. ........................................................... 41
Tabela 4-6: Parâmetros físicos e elétricos de cada subconjunto do sistema, observa-se
que as medidas são representadas palas suas projeções sobre o eixo inclinado do
telhado. ................................................................................................................... 48
Tabela 4-7: Perdas Associadas ao SVCR Adaptado de [32]. ......................................... 58
Tabela 4-8: A geração e as diferentes variáveis utilizadas para seu cálculo. ................. 59
Tabela 5-1: Cálculo do custos total dos itens importados .............................................. 63
Tabela 5-2: Custo de equipamentos nacionalizados ....................................................... 64
Tabela 5-3: Projeção de custo adicionais de acordo com a potência instalada [31]....... 65
Tabela 5-4: Interpolação dos custos projetados .............................................................. 65
Tabela 5-5: Levantamento de custos das aquisições dos itens do sistema ..................... 66
Tabela 5-6: Reajustes a serem considerados na conta de luz ......................................... 68
Tabela 5-7: Parâmetros econômicos calculados ao longo do a vida útil da planta ........ 71
Tabela 5-8: Comparação com taxas do mercado. [32] ................................................... 73

xiii
LISTA DE SIGLAS

ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
a-Si Amorphous Silicon
BIG Banco de Informações de Geração
CA Corrente Alternada
CAPEX Capital Expenditure
CC Corrente Contínua
CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
CdTe Telureto de Cádmio
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais
CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
CIF Cost, Insurance and Freight
CIGS Disseleneto de Cobre, Índio e Gálio
CL Condomínio Logístico
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ Conselho Nacional de Política Fazendária
COP21 Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015
CP Custo de Produção
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica
DPS Dispositivo Contra Proteção de Surtos
DSV Dispositivo de Seccionamento Visível
EPE Empresa de Pesquisa Energética
FC Fluxo de Caixa
FDI Fator de Dimensionamento de Inversores
FOB Free On Board
FV Fotovoltaico
GHI Global Horizontal Irradiance
HFP Horário Fora de Ponta
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
xiv
IEA International Energy Agency
IEC International Electrotechnical Commission
IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor
II Imposto de Importação
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo
IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados
MG Minas Gerais
MPPT Maximum Power Point Tracking
NASA National Aeronautics and Space Administration
NBR Norma Brasileira
NCM Nomenclatura Comum do Mercosul
NREL National Renewable Energy Laboratory
O&M Operação e Manutenção
OPEX Operational Expenditure
PIS Programa de Integração Social
PLL Phase Locked Loop
PLS Projeto de Lei do Senado
PR Performance Ratio
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Nacional
SCR Sillicon Controlled Rectifier
SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia
SF Sistema Fotovoltaico
SFCR Sistema Fotovoltaico Conectado à rede
SONDA Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais
SWERA Solar and Wind Energy Resource Assessment
TIR Taxa Interna de Retorno
VP Valor Presente
VPL Valor Presente Líquido
Wp Watt-pico

xv
1. INTRODUÇÃO

1.1. Breve História da Energia Fotovoltaica

Com o aumento da produção e consequente diminuição do preço de fabricação


das células solares nas últimas três décadas, aliado ao surgimento da idéia de
sustentabilidade, a energia solar fotovoltaica se posicionou como uma forte aliada contra
a emissão de gases poluentes, como rege o Protocolo de Kyoto1 [1].

Na Figura 1-1 pode-se observar o quanto a energia fotovoltaica é projetada a se


posicionar como uma das principais responsáveis pela redução das emissões de carbono.

Figura 1-1: Projeção das contribuições que diferentes setores de geração de energia para a redução emissões
de gases em 2050. Adaptado de [2].

1.2. O Mercado Fotovoltaico

Atualmente, mercado de produção de módulos fotovoltaicos é dominado pelos


Chineses, que fabricam cerca de 69% de toda a produção mundial, conforme apresentado

1
O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional com rígidos compromissos para a redução da emissão
dos gases que agravam o efeito estufa.

1
na Figura 1-2. Essa liderança foi fortemente impulsionada pela decisão do governo chinês
de tornar a energia solar uma parte fundamental de sua matriz energética, proporcionada
principalmente pelo subsídio dado a essa nova indústria [3].

Figura 1-2: Produção mundial de células fotovoltaicas até 2014 [4]. (Imagem cedida pelo autor:
©Fraunhofer ISE: Photovoltaics Report, updated: 17 November 2015).

Também em 2014, a Alemanha atingiu 21% de toda a capacidade fotovoltaica


instalada no mundo (estimada em 183 GWp), com 38 GWp, através de aproximadamente
1,5 milhões de sistemas instalados, contribuindo assim com 7% da sua demanda de
energia elétrica. Este fato pode ser explicado principalmente pelo fato de o governo
alemão oferecer subsídio à parcela da população interessada em instalar um SF. Isto é,
um cidadão alemão é capaz de gerar sua própria eletricidade e vender o excedente a preços
competitivos. Sendo assim, o subsídio é pago através de uma taxa extra na conta de luz
de quem não faz uso de uma fonte limpa de energia. Tal política governamental de
incentivo para produção e utilização de energias limpas é chamada de Energiewende2, e
contribuiu significativamente para o aumento da geração fotovoltaica no país, tornando-
o o maior produtor de energia fotovoltaica no mundo, conforme ilustrado na Figura 1-3
[5].

2
Energiewende é uma expressão germânica que significa transformação energética.

2
Figura 1-3: Capacidade fotovoltaica instalada por região em 2014, e a capacidade adicionada em 2014
[6]. (Imagem cedida pelo autor).

Também nos Estados Unidos, a energia solar vem se tornando bastante acessível.
Desde 2008, as instalações norte-americanas aumentaram 17 vezes, atingindo a marca de
20 GWp de capacidade instalada até 2013. Este crescimento foi impulsionado pela queda
dos preços dos módulos em cerca de 50% nos últimos três anos. Desde o início de 2010,
o custo médio dos módulos fotovoltaicos foi reduzido em mais de 60% e o custo de um
sistema de energia solar em cerca de 50%. Devido a esta redução, a eletricidade solar
tornou-se economicamente competitiva quando comparada com as fontes convencionais
de energia, gerando cerca de 175 mil empregos. Pela Tabela 1-1 pode-se observar o papel
das renováveis na geração de empregos ao redor do mundo [7].

Tabela 1-1: Estimativa de empregos gerados direta ou indiretamente pelas indústrias das renováveis [6].

União Européia
Bang-
Mundo China Brasil EUA Índia Japão Resto
ladesh Alemanha França
da UE

Milhares de Empregos

Biomassa 822 241 152 58 52 53 238

Biocombustíveis 1788 71 845 282 35 3 26 30 42

Biogás 381 209 85 9 49 3 14

Geotérmica 154 35 2 17 33 54

Hidrelétrica 209 126 12 8 12 5 13 4 24

3
Solar FV 2495 1641 125 210 115 56 26 82

CTS 22 174 1 14

Aquecedor Solar 764 600 41 75 11 7 19

Eólica 1027 502 36 73 48 3 0.1 138 20 162

Total 7674 3390 934 724 437 218 129 371 176 653

Portanto, tomando como exemplos os maiores produtores de energia solar do


mundo, pôde-se observar que o crescimento da produção fotovoltaica, em um país, está
diretamente relacionado às políticas governamentais de incentivos. Ao tornar o preço da
energia solar competitiva perante as demais fontes de energia, há uma natural atração de
investidores e, por conseguinte, o desenvolvimento do mercado.

1.3. A Energia Fotovoltaica no Brasil

O Brasil é conhecido por sua matriz energética essencialmente renovável.


Contudo, condições climáticas desfavoráveis reduziram suas contribuições para a matriz
energética de 84,5% em 2012 para 79,3 % em 2013. Esta diferença foi suprida através da
queima de combustíveis como carvão, óleo diesel, gás natural e biomassa, aumentando
assim os custos de geração de energia. Vale observar também o notável crescimento da
geração eólica, que se impôs como outra fonte renovável de expressão, atingindo a
produção de 12.210 GWh em 2014, o que representou um crescimento de 85,6% em
relação ano anterior [8].

Por ainda ser uma tecnologia relativamente nova no Brasil, o setor FV de energia
ainda se encontra pouquíssimo desenvolvido, visto que seu mercado de geração
distribuída somou 1731 instalações até o final de 2015 [9]. Contudo, impulsionado pela
busca da diversificação das fontes de geração de energia no país, o governo tem
incentivado a ampliação da capacidade fotovoltaica instalada, principalmente nos âmbitos
residencial e comercial.

Como será visto mais detalhadamente no Capítulo 3 deste trabalho, um dos


principais incentivos governamentais para a geração fotovoltaica distribuída foi a
aprovação da Resolução Normativa Nº 482/2012, que criou regras e estabeleceu normas
para a micro e minigerações de energia distribuídas de até 1 MWp, permitindo a troca de

4
créditos de energia com a distribuidora local. Dessa maneira, a energia distribuída gerada
poderia ser injetada na rede, deduzindo assim das faturas dos consumidores os créditos
gerados por eles, com prazo de validade de até 36 meses. Contudo, em novembro de 2015
foi aprovada sua revisão, a Resolução Normativa Nº 687/2015, que aumentou o limite da
minigeração para 5 MWp e expandiu a validade dos créditos para 60 meses. Esta revisão
entrou em vigor em 1º de março de 2016 [10].

Apesar dos incentivos governamentais envolvendo a geração fotovoltaica, o país


ainda sofre com as restrições impostas pelas políticas de geração, onde a venda da energia
gerada através de micro e minigerações não são permitidas. Assim, as normas brasileiras
permitem ao consumidor ser remunerado apenas pela economia em sua conta de luz, sem
tornar possível a sua venda em caso de excedente. Por isso, em muitas residências e
estabelecimentos com alto potencial de geração, o consumidor fica restrito a gerar no
máximo o equivalente ao consumido. Em diversos países a venda de energia já foi
regulamentada, permitindo aos cidadãos destes países comercializar a energia gerada.

Outra barreira presente é o fato dos incentivos fiscais de isenções tributárias


oferecidas aos módulos fotovoltaicos não se estenderem a outros equipamentos do SF.
Com isso, a tributação sobre o valor final dos SF’s se torna muito elevada, contribuindo
para o aumento do seu custo.

1.4. Geração Fotovoltaica em Telhados de Centros Comerciais

A atividade de armazenagem de produtos representa uma das principais partes no


processo de operações logísticas e, nos últimos quinze anos, ela obteve um relevante
crescimento no país. Assim, os chamados condomínios logísticos (conjunto de galpões)
proporcionam armazenagem/estocagem para várias empresas, oferecendo infraestrutura
e segurança a custos competitivos.

Normalmente esses galpões são compartimentados em docas e alugados conforme


a necessidade de cada cliente. Este tipo de arranjo logístico possibilita que diversas
empresas utilizem centros de distribuição, evitando assim custos de investimento e
manutenção em novas instalações.

5
Os grandes galpões, enquadrados nas classes A ou A+ , normalmente ocupam uma
área significativa de até 50 mil m². Eles se localizam nos grandes centros urbanos e
comerciais, geralmente nas proximidades das grandes rodovias, a fim de que os produtos
ali armazenados possam circular livremente sem as restrições de circulação de cargas
presentes nos centros urbanos.

No Brasil, o interesse neste tipo de serviço está diretamente relacionado com o


Produto Interno Bruto e com o tamanho do mercado consumidor na região. Assim, como
se pode ver na Tabela 1-2, é a região Sudeste a maior concentradora destes operadores
logísticos. Dentre seus principais clientes estão as empresas dos setores de comércio
varejista [11].

Tabela 1-2: Distribuição de alguns dos maiores condomínios logísticos do país por região em 2014 [11].

Empresa SE S CO NE N
Almi 24 1 4 2 1
Amp Log. Ltda - 2 - - -
Capital Reality - 4 - - -
CBI – Cabo Branco Ind. e Log - - - 1 -
Cone C/A - - - 17 -
Fulwood 6 - - - -
GL Empreendimentos/Armazenna - - - 4 -
Global Logistic Properties (GLP) 10 - - - -
GR Properties 9 - - - -
GWI Real State 1 - - - -
Herzog 12 - - - -
Hines do Brasil 6 - - - 2
Construtora e Ink Laguna 1 - - - -
Log CP 17 2 1 3 -
Perini Business Park - 1 - - -
Porte Contrutora 1 - - - -
Prologis CCP 5 - - - -
Retha Imóveis 18 - - 1 -

6
Sanca Engenharia 7 - - - -
WTGoodman 4 - - - -
Total 121 10 5 28 3

Com o crescimento desta atividade, haverá também um crescimento na demanda


de energia elétrica ocasionada pela expansão destes condomínios que, consumiriam uma
quantidade relativamente grande de energia diante de toda infraestrutura necessária para
o armazenamento dos produtos de seus clientes.

Entretanto, a potência instalada em um galpão logístico não é suficientemente


grande de forma tornar estas empresas consumidores livres de energia (como em grandes
shoppings e supermercados). Portanto, os condomínios logísticos normalmente se
enquadram como clientes cativos de energia do Grupo A da ANEEL [12], permitindo-
lhes usufruir do sistema de troca de créditos de energia com a distribuidora, conforme
estabelecido na Resolução Normativa N° 687/2015. A Tabela 1-3 mostra uma estimativa
realizada pelo EPE dos custos das gerações fotovoltaicas em telhados comerciais e
residenciais ao longo dos anos, onde se verifica um menor custo por Wp instalado para
área comercial.

Tabela 1-3: Trajetória de custos de instalação em telhados de residências e centros comerciais [8]*.

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

Residencial
7,7 7,2 6,7 6,3 5,9 5,5 5,1 4,8 4,5 4,4 4,2 4,1
(R$/Wp)
Comercial
6,9 6,5 6,1 5,7 5,4 5,1 4,8 4,5 4,2 4,1 3,9 3,8
(R$/Wp)
*Vale a pena observar que no período em que o estudo foi realizado (outubro de 2014), a cotação do dólar
estava em aproximadamente R$ 2,5 a unidade, o que pode influenciar diretamente o custo do SF.

Juntando então os fatores citados acima aliados à extensa e plana área oferecida
pelos telhados destes galpões, e ao fato do Brasil ter um elevado índice de incidência
solar, pode-se concluir os CL’s oferecem diversos pontos a seu favor para a realização de
instalações de SFCR.

7
1.5. O Galpão Época

Para a realização do Projeto em questão, foi escolhido o CL Época Comércio e


Distribuição, atuante nas áreas de mercadoria e varejo de produtos alimentícios. Ela
possui três unidades, sendo que para o projeto, foi escolhida a unidade de Campina Verde,
em Contagem – MG, situada nas proximidades de Belo Horizonte, conforme apresentado
na Figura 1-4. Esta escolha foi baseada em critérios como a grande importância da região
SE que, além de ser a região com o maior número de empreendimentos de CL’s do país,
também possui a maior população, maior consumo de energia elétrica e maior PIB do
país [13].

Figura 1-4: Localização do município de Contagem - MG (Imagem gerada pelo Google Maps).

Além das vantagens citadas acima, a geração fotovoltaica no estado de MG possui


também os seguintes pontos positivos:

 Possui elevada média anual de radiação de energia, com valores entre 4,5 e
6,5 kWh/dia [14].
 Oferece incentivos fiscais para a micro e minigeração distribuídas, isentando
a taxação de ICMS sobre a energia injetada de volta à rede de distribuição.

8
 Outros impostos como o PIS/PASES e o COFINS também não serão cobrados
sobre a energia injetada na rede [15].

Pela Figura 1-5 pode-se verificar que as regiões com o maior potencial de geração
fotovoltaica são aquelas mais povoadas, em especial os estados de MG e SP.

Figura 1-5: Potencial de geração fotovoltaica por Unidade de Federação (GWh/dia) [16]. (Imagem cedida
pelo autor).

1.6. Objetivo

Este projeto possui como objetivo apresentar um estudo de viabilidade econômica


de projeto de instalação fotovoltaica no telhado do galpão comercial Época, além de
considerar toda a parte técnica da instalação junto à escolha de componentes da planta,
para uma vida útil de 25 anos.

Através do cálculo dos custos de instalação, manutenção e produção de energia,


será estimado o valor a ser economizado nas tarifas de luz ao longo da vida útil do sistema.
O objetivo será mostrar que, além de ajudar na sustentabilidade do país, a energia
fotovoltaica também pode ser atrativa a investidores, contribuindo para o aumento de sua
representatividade na matriz energética brasileira.

9
1.7. Estrutura dos Capítulos

No capítulo 1 foi abordado o surgimento da energia fotovoltaica no mundo assim


como seu panorama atual, abrangendo também as motivações e objetivos do trabalho.

No capítulo 2 será apresentada uma abordagem teórica sobre a radiação solar e


sobre os principais componentes que constituem o sistema fotovoltaico, destacando suas
principais funções e características.

No capítulo 3 serão apresentadas as resoluções, normas e requisitos aplicáveis ao


projeto.

O capítulo 4 irá consistir no dimensionamento do nosso sistema fotovoltaico:


estimativa de radiação solar, escolha e dimensionamento dos módulos fotovoltaicos,
escolha dos inversores, transformadores, e de todos os outros componentes integrantes do
sistema, possibilitando a estimativa da energia gerada.

No capítulo 5 será mostrado um estudo de viabilidade econômica, onde será


levado em conta todo o custo do projeto assim como seu retorno financeiro.

O capítulo 6 apresenta os resultados e conclusões do projeto.

10
2. A ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

2.1. A radiação solar

O topo da camada atmosférica recebe uma média de densidade anual de fluxo de


energia de aproximadamente 1367 W/m² proveniente da radiação solar, quando a medida
é feita por um plano normal à direção de propagação. Com isso, a Terra dispõe de uma
potência de 174 mil TW proveniente do sol, o que representa cerca de 12 milhões de vezes
a potência instalada na usina hidrelétrica de Itaipú [17].

Assim que a radiação solar entra na atmosfera, ela é absorvida, espalhada e


também atravessa a mesma. No último caso, a luz que chega ao solo será absorvida ou
refletida pelos objetos ali presentes.

A luz solar incidente sobre a superfície terrestre que não sofre dispersão é chamada
de radiação direta. Sua intensidade irá depender principalmente de fatores como a
presença de nuvens ou de outros elementos que proporcionem sombras.

Já a luz solar que é espalhada ao entrar na atmosfera é chamada de radiação difusa.


Sua atenuação depende de reflexões causadas pelos componentes atmosféricos como
resíduos e vapor d’água.

Por último, a radiação refletida pelo solo é chamada de radiação refletida, e


costuma ser incluída na radiação difusa.

Com isso, estas três formas de radiação compõem a Irradiação Global Horizontal,
ou GHI. A Figura 2-1 ilustra os tipos de componentes desta radiação.

11
Figura 2-1: A radiação solar e seus componentes [17]. (Imagem cedida pelo autor).

2.2. O Efeito Fotovoltaico

O efeito fotovoltaico se dá pelo surgimento de uma diferença de potencial entre


os terminais de um material semicondutor quando exposto à luz solar. Este evento ocorre
nas células fotovoltaicas, as quais são constituídas por estes materiais semicondutores e
capazes de converter diretamente a radiação solar em eletricidade.

O material semicondutor, onde ocorre o efeito fotovoltaico, conduz eletricidade


de forma mais intensa que os isolantes e menos intensa que os condutores, sendo o Silício
o material mais utilizado em sua composição. Seus átomos constituem uma rede
cristalina, formando quatro elétrons de ligação que serão ligados aos vizinhos. Quando se
adiciona um átomo de fósforo (dopante n), que se caracteriza por possuir uma ligação
composta por 5 elétrons, haverá um elétron excedente e então, este fica “sobrando” e sua
ligação com o átomo de origem, fica enfraquecida. Portanto, com menos energia, este
elétron se torna livre, passando a fazer parte da banda de condução.

Assim, quando o semicondutor é dopado com boro, que possui três elétrons de
ligação, faltará um elétron para realizar as ligações com os átomos de Silício. Esta
ausência do elétron é denominada de cavidade, e por requerer pouca energia, um elétron

12
vizinho acaba passando para esta posição fazendo com que esta “cavidade” se desloque.
Desta forma o boro recebe elétrons, representando um dopante P.

A partir do silício puro e introduzindo átomos de boro em uma metade e átomos


de fósforo em outra metade do material, será formada uma junção PN. Nesta
configuração, elétrons livres do lado N passam para as cavidades do lado P,
proporcionando assim um acúmulo de elétrons do lado P e uma redução de elétrons do
lado N. Isto fará com que o lado P se torne negativamente carregado e o lado N
positivamente carregado.

Sendo assim, um campo elétrico é gerado a partir das cargas que ficam
aprisionadas, dificultando a passagem de mais elétrons para o lado P. Quando isso ocorre,
o processo alcança um equilíbrio, formando uma barreira capaz de impedir que mais
elétrons que ainda restavam do lado N se desloquem.

Quando a junção PN fica exposta aos fótons com energia maior que o da barreira,
são gerados os pares elétron/cavidade. Quando isto ocorre na presença de um campo
elétrico, as cargas são aceleradas, proporcionando uma passagem de corrente pela junção.
Assim, uma diferença de potencial é criada, dando origem ao Efeito Fotovoltaico,
ilustrado na Figura 2-2.

Figura 2-2: Efeito Fotovoltaico na junção PN [17]. (Imagem cedida pelo autor).

13
2.3. A célula fotovoltaica

A célula fotovoltaica é um dispositivo elétrico capaz de converter a luz


proveniente da radiação solar diretamente em energia elétrica por meio do efeito
fotovoltaico. Os módulos solares utilizados na captura de energia solar representam um
conjunto dessas células.

Nos últimos 10 anos, a eficiência dos módulos solares de silício aumentou de 12%
para 16%, enquanto a eficiência dos módulos de cádmio aumentou de 9 para 13% [4].
Segundo a referência [6], os módulos fotovoltaicos vêm sofrendo uma queda significativa
nos preços, chegando a US $ 0.6/W em 2014, 14% mais barato que no ano anterior.

As tecnologias fotovoltaicas podem ser classificadas como de primeira geração


(silício mono e policristalino), segunda geração (filme fino) ou terceira geração
(concentrador fotovoltaico).

2.3.1. Silício Cristalino

As células mais utilizadas e comercializadas são aquelas fabricadas a partir do


silício, podendo ser divididas em dois grupos: os mono (m-Si) e policristalinos (p-Si).

Os monocristalinos possuem uma estrutura homogênea em toda sua extensão.


Nesta configuração, é necessário que o silício tenha uma pureza de 99,9999%. A obtenção
deste grau de pureza é mais cara do que a do silício policristalino, mas em compensação
tem-se maior eficiência na conversão.

Já na fabricação das células policristalinas, cujo processo de pureza do silício é


similar do Silício monocristalino, é requerido um menor gasto de energia e também um
menor rigor no processo de fabricação e no controle. Entretanto, sua eficiência se torna
ligeiramente reduzida quando comparada com as das células de silício monocristalino. A
eficiência média das células fabricadas em escala industrial é de 16,5% para m-Si e entre
14,5% e 16,2% para p-Si [17]. Pode-se observar na Figura 2-3 as diferenças físicas entre
estas duas células.

14
Figura 2-3: Célula de Silício Monocristalino (esquerda) e Policristalino (direita) [18].

2.3.2. Filmes Finos

As células fotovoltaicas de filme fino são fabricadas através do depósito de


camadas finas de materiais fotovoltaicos sobre um substrato. Atualmente no mercado,
existem três tipos principais de módulos solares de filmo fino, e eles são classificados de
acordo com o material depositado sobre o substrato. Os principais tipos são apresentados
abaixo e ilustrados na Figura 2-4.

 Telureto de cádmio (CdTe): possui eficiência média entre 9% e 11%. Possui a


melhor relação custo/benefício entre os módulos de filme fino.
 Disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS): possui uma boa eficiência relativa,
variando entre 12% e 14%. Um dos principais desafios das fabricantes deste tipo
de painel é o de reduzir seus custos nos próximos anos.
 Silício amorfo hidrogenado (a-Si:H): oferece a menor eficiência dentre os
módulos comerciais, e sua implementação tem sido impedida por preocupações
sobre sua longevidade e degradação. Pode ser combinado também com placas
micro-cristalinas (a-Si/ uC-Si), proporcionando maiores eficiências.

15
(a) (b) (c)

Figura 2-4: Módulos solares de filme fino. Em (a), (b) e (c) estão representados os módulos de telureto de
cádmio (CdTe), silício amorfo (a-Si) e disseleneto de cobre, índio e gálio (CIGS), respectivamente [19].
(Imagem cedida pelo autor).

A eficiência da célula fotovoltaica de filme fino vai depender do tipo utilizado,


apresentando uma eficiência na faixa de 7 a 13%.

De acordo com a referência [4], o percentual do mercado de fabricação de


módulos fotovoltaicos referentes a essa tecnologia atingiu 9% de toda produção mundial
em 2014, conforme exposto na Figura 2-5. Suas principais vantagens e desvantagens são:

Vantagens

 Sua produção em massa é relativamente simples quando comparada com a


tecnologia cristalina. Isto os torna mais baratos de serem fabricados do que as
células solares mono e poli cristalinas.
 São menos vulneráveis a altas temperaturas.
 Menor perda de eficiência quando expostos a baixas irradiâncias, como na
presença de sombreamentos ou inclinações desfavoráveis.

16
Desvantagens

 Módulos solares de filme fino não costumam ser empregados na maioria das
instalações de SF’s residenciais. Isso ocorre por exigirem uma grande quantidade
de espaço.
 Por apresentar uma menor eficiência por m², possui alto custo com estrutura de
instalação e mão de obra.
 Sofrem uma degradação mais acelerada que os cristalinos.

Figura 2-5: Percentual de produção de energia fotovoltaica pelos através de módulos de filme fino [4].
(Imagem cedida pelo autor: ©Fraunhofer ISE: Photovoltaics Report, updated: 17 November 2015).

2.3.3. Análise

Impulsionado pelo desenvolvimento de novas tecnologias de fabricação dos


módulos fotovoltaicos, houve uma queda substancial no preço dos mesmos, assim como
aumento de sua eficiência. Pode se observar pela Figura 2-6 a ocorrência deste evento
nos últimos anos.

17
Figura 2-6: Curva da mudança de eficiência dos diferentes tipos de os de módulos fotovoltaicos ao longo
dos últimos anos [4]. (Imagem cedida pelo autor: ©Fraunhofer ISE: Photovoltaics Report, updated: 17
November 2015).

Portanto, apresentadas as diferentes tecnologias de fabricação das células


fotovoltaicas, pode-se escolher a mais adequada de acordo com as características
particulares de cada projeto.

2.4. Módulo Fotovoltaico

Um módulo ou painel fotovoltaico é um conjunto de várias células fotovoltaicas


conectadas em série. Este conjunto se faz necessário visto que uma única célula apresenta
uma tensão de saída muito baixa, variando entre 0.5 V e 0.8 V para as células de Silício.

Os módulos fotovoltaicos são os componentes comerciais unitários produzidos


pelo fabricante e podem ser associados em série e/ou em paralelo, formando os arranjos
fotovoltaicos. Os arranjos são formados de acordo com a tensão e corrente elétricas
desejadas. As diferentes curvas I-V para essas duas configurações são ilustradas na Figura
2-7.

Quando conectados em série, o terminal positivo de uma placa é conectado ao


terminal negativo da outra placa, e assim por diante. Para módulos iguais expostos à
mesma irradiância, somam-se as tensões e mantém-se a corrente elétrica.

𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + ⋯ + 𝑉𝑛 (2-1)

18
𝐼 = 𝐼1 = 𝐼2 = ⋯ = 𝐼𝑛 (2-2)

Já na associação em paralelo, os terminais positivos e negativos são interligados


entre si. Nesta configuração, somam-se as correntes, mantendo-se a tensão. Ou seja:

𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + ⋯ + 𝐼𝑛 (2-3)

𝑉 = 𝑉1 = 𝑉2 = ⋯ = 𝑉𝑛 (2-4)

(a) (b)

Figura 2-7: Curvas I-V de duas células fotovoltaicas idênticas para diferentes configurações de conexão
em (a) série e (b) paralelo [17]. (Imagem cedida pelo autor).

19
2.4.1. Características Elétricas dos Módulos

Na energia solar fotovoltaica, a potência dos módulos é dada pela potência de


pico, expressa em watt pico (Wp). Além deste, são apresentados outros parâmetros
importantes que caracterizam o módulo fotovoltaico:

 Tensão de Circuito Aberto (Voc):


É a tensão medida entre os terminais abertos de uma célula fotovoltaica, sendo a
tensão máxima que a célula produz. Para achar a tensão de circuito aberto deve-se medir
a tensões dos terminais desconectados do módulo.

 Corrente de Curto-Circuito (Isc):


É a corrente medida entre os terminais curto-circuitados de uma célula
fotovoltaica. Pode ser medida com um amperímetro através de um ensaio de curto-
circuito em seus terminais, representando a maior corrente que a célula produz.

 Curva Característica I x V
Através de curva I x V, ilustrada na Figura 2-8, pode-se encontrar a potência em
cada ponto de operação da célula, que será dada pela multiplicação da corrente com a
tensão naquele ponto. Vale observar que nas condições de curto-circuito ou de circuito
aberto, a potência produzida pela célula é zero.

Figura 2-8: Curva característica I x V de uma célula de silício de 156 mm², onde Vmp e Imp são as
tensões e corrente na condição de máxima potência, enquanto Voc é a tensão de circuito aberto e Isc é a
corrente de curto-circuito [17]. (Imagem cedida pelo autor).

20
2.4.2. Fatores que influenciam as características elétricas dos módulos

A respeito do módulo fotovoltaico, as principais curvas são associadas as suas


diversas condições operativas, que são representadas principalmente pela irradiância solar
e temperatura de operação.

 Irradiância Solar
Quanto maior for a irradiância solar à qual o módulo for exposto, maior será corrente
elétrica gerada por ele. Da mesma forma, a corrente de curto-circuito apresenta um
crescimento linear com a irradiância, conforme exposto na Figura 2-9.

Figura 2-9: Curva I x V para um módulo fotovoltaico de silício cristalino exposto a diferentes
irradiâncias, a 25°C [17]. (Imagem cedida pelo autor).

 Temperatura das células


A variação da temperatura em uma célula fotovoltaica é inversamente
proporcional à tensão de saída da mesma. A Figura 2-10 mostra as curvas V x I para
diferentes temperaturas de célula, evidenciando uma queda de tensão considerável com o
aumento da temperatura da célula. Já a corrente sofre um ligeiro aumento, não
compensando a perda causada através da queda da tensão, ou seja, quanto maior for a
temperatura, menor será o ponto de máxima potência de uma célula fotovoltaica.

21
Figura 2-10: Curva I x V para um módulo fotovoltaico de silício cristalino exposto a diferentes
temperaturas, com uma irradiância de 1000 W/m² [17]. (Imagem cedida pelo autor).

2.5. Inversor

O inversor é o dispositivo eletrônico capaz de converter energia elétrica em


corrente alternada (CA) a partir de uma fonte de energia elétrica em corrente contínua
(CC). Um inversor eficiente deve dissipar o mínimo de energia, a fim de evitar perdas, e
também deve produzir uma tensão com baixa distorção harmônica e em sincronismo com
a rede, caso o sistema seja interligado. Para alcançar este sincronismo pode-se usar o
controle por PLL - Phase Locked Loop, e também é comum utilizar filtros para minimizar
o conteúdo de harmônicos.

A fim de realizar esta conversão, os inversores utilizam um mecanismo de


chaveamento para alternar os fluxos de corrente entre suas direções. Durante este
processo, são usualmente utilizadas chaves semicondutoras, tais como os IGBT’s –
Insulated Gate Bipolar Transistors.

22
Além de realizar a conversão de energia e controlar a injeção de corrente elétrica
na rede, o inversor também pode apresentar diversas funções necessárias para o
aproveitamento da energia elétrica fotovoltaica e sua conexão segura com a rede.

Os inversores mais utilizados para a conexão de geradores fotovoltaicos ao


sistema elétrico são os do tipo Grid Tie, e são equipados com um controlador eletrônico
chamado de MPPT – Maximum Power Point Tracker, que regula a tensão e corrente de
operação do arranjo fotovoltaico, a fim de se obter o máximo produto I x V.

Outra função relevante deste equipamento é a função anti-ilhamento, que garante


o desligamento dos inversores em situações onde não há suprimento de energia pela
distribuidora.

2.6. Diodo de desvio (By-Pass) e de Bloqueio

O diodo de desvio (by-pass) é utilizado no circuito fotovoltaico a fim de que se


evite a ocorrência de pontos quentes, limitando assim, a perda de potência no conjunto
específico de células sombreadas. Dessa forma, a perda de energia e o risco de danificar
o módulo são reduzidos.

Normalmente, dentro da caixa de conexão, o diodo de By-Pass é conectado em


antiparalelo com um conjunto de 15 a 30 células em série para cada diodo.

Dessa forma, a proteção ocorre, pois com o diodo de desvio, a máxima potência
dissipada em uma das células seria a potência do conjunto envolvido pelo diodo.

Estes dispositivos já costumam estar incluídos nos módulos fotovoltaicos, e


podem ser vistos na Figura 2-11.

23
Figura 2-11: Operação de um diodo de desvio [17]. (Imagem cedida pelo autor).

Já o diodo de bloqueio impede o fluxo de corrente de um conjunto de módulos


conectados em série da maior para a menor tensão. Sendo assim, cada diodo deve suportar
pelos menos a corrente de curto-circuito produzida e também deve suportar uma tensão
reversa de no mínimo duas vezes a tensão de circuito aberto de todo arranjo.

Quando um SF está operando, os diodos de bloqueio estão diretamente


polarizados, permitindo assim a passagem da corrente dos módulos. Entretanto, esta
circulação de corrente provoca perdas de potência nos diodos de 0,5 a 2,0 %, e que
acaba por resultar da queda de 0.5 a 1 V nas tensões de seus terminais.

24
3. REGULAMENTAÇÕES

Conforme previamente descrito no Capítulo 1, diversas políticas foram criadas no


Brasil nos últimos anos a fim de se estimular sua geração distribuída de energia. Tais
políticas foram implantadas principalmente através da aprovação de normas, criadas pela
ANEEL no que diz respeito a regulamentação desses sistemas de geração. Dentre estas
políticas e regulamentação, seguem abaixo as mais notáveis.

 Resolução Normativa N° 687, esta resolução normativa entrou em vigor dia


01/03/2016. Ela alterou a Resolução Normativa N°482 quanto aos aspectos
regulatórios para a geração distribuída de energia. Entre as principais mudanças,
pode-se citar o aumento da minigeração distribuída até 5 MW de potência
instalada e extensão da validade dos créditos de energia de até 60 meses [10].
 Resolução Normativa N° 481, que concede um desconto de 80% nas tarifas de
distribuição e transmissão durante os 10 primeiros anos, e 50% de desconto para
os anos seguintes. Esta concessão é dada para sistemas fotovoltaicos com
capacidade entre 1 MW até 30 MW instalados até 2017 [13].
 Convênio ICMS 16/2015 do Confaz, que concedeu isenção de ICMS sobre a
circulação de energia sujeitas ao faturamento para as gerações sob regime de
compensação. Coube aos estados aderirem ou não ao convênio. Atualmente, 75
% dos estados brasileiros já aderiram a esta política [20].
 Convênio ICMS 75/2011 do Confaz, que concedeu isenção de ICMS e IPI sobre
a aquisição dos módulos fotovoltaicos em todos os estados brasileiros [21].

Em consulta à referência [22], realizada através da Nomenclatura Comum do


Mercosul (NCM) de cada produto, segue na Tabela 3-1 a taxação sobre as principais
mercadorias importadas.

Tabela 3-1: Incidência de impostos sobre os módulos, inversores e medidor de quatro quadrantes [22].

Imposto/Taxa Equipamento

Módulo Inversor Medidor


NCM 8541.40.32 NCM 8504.40.30 NCM 90.28.30.31
II 12% 14% 14%
IPI 0% 15% 15%

25
ICMS 0% 18%* 18%*
PIS 1,65% 1,65% 1,65%
COFINS 7,6% 8,6% 8,6%
*Estes são os valores para o Estado de MG, visto que ICMS é um imposto de âmbito estadual.

Vale a pena observar também que atualmente existe um projeto em tramitação, o


PLS N° 167/2015, que isenta a tributação do PIS/PASEP, do COFINS, do IPI e do
imposto de importação sobre os módulos fotovoltaicos. O projeto de lei já foi aprovado
pelo Senado, e espera a aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos [23].

3.1. Requisitos de Acesso

Atualmente, não existe nenhuma regra que padronize totalamente os


procedimentos a serem adotados para conectar o sistema fotovoltaico à rede de
distribuição. Sendo assim, cabe à distribuidora analisar os pedidos de acesso, impondo
seus próprios requisitos quanto aos procedimentos para a conexão.

As exigências impostas pela Cemig quanto à conexão do sistema serão vistas de


um modo prático no Capítulo 4, durante o dimensionamento de seus componentes.

Todos os requisitos para a conexão do SFCR são impostos pelo PRODIST, que
representa o instrumento regulatório de normatização e padronização das atividades
relacionadas ao funcionamento dos sistemas de distribuição.

O módulo 3 do PRODIST é o que está mais relacionado aos sistemas de geração


distribuída, e define critérios técnicos e operacionais, requisitos e informações para a
conexão dos acessantes sob o regime de compensação de energia.

Através da Tabela 3-2, podemos ver as definições quanto aos níveis das tensões
das conexões em função das potências instaladas, padronizadas na seção 3.3 do
PRODIST.

26
Tabela 3-2: Níveis de tensão para diferentes potências de geração [24].

Potência Instalada Níveis de Tensão da Conexão


< 10 kW Baixa Tensão (monofásico)
10 a 75 kW Baixa Tensão (trifásico)
76 a 150 kW Baixa Tensão (trifásico) / Média Tensão
151 a 500 kW Baixa Tensão (trifásico) / Média Tensão
501 kW a 10MW Média Tensão / Alta Tensão
11 a 30 MW Média Tensão / Alta Tensão
>30 MW Alta Tensão

Os requisitos de proteção para a geração distribuída de energia regulamentados


pela Resolução Normativa N° 687 são apresentados na Tabela 3-3.

Tabela 3-3: Proteções em função da potência de geração [10].

Potência Instalada Potência Instalada


Potência Instalada
Equipamento entre 100 kW e de 500 kW a 5
até 100 kW
500 kW MW
Elemento de
Sim Sim Sim
Desconexão
Elemento de
Sim Sim Sim
interrupção
Transformador de
Não Sim Sim
Acoplamento
Proteção de sub e
Sim Sim Sim
sobretensão
Proteção de sub e
Sim Sim Sim
sobrefrequência
Proteção contra
desequilíbrio de Não Não Sim
corrente
Proteção contra
Não Não Sim
desbalanço de tensão
Sobrecorrente
Não Não Sim
direcional
Sobrecorrente com
Não Não Sim
restrição de tensão

Relé de sincronismo Sim Sim Sim

27
Anti-ilhamento Sim Sim Sim

Sistema de Medição Medidor de 4 Medidor de 4


Medição
Bidirecional Quadrantes Quadrantes

Para o SFCR, os itens presentes na Tabela 3-3 são esclarecidos a seguir:

 Elemento de desconexão: esta função é realizada pela chave seccionadora, que


deve ser instalada em local visível e aberto, sob carga e de acordo com as
especificações da norma ABNT NBR IEC 60947-1.
 Elemento de interrupção: esta função normalmente é realizada por um
disjuntor ou por um fusível, que deve obedecer às normas NBR IEC 60947-2
e NBR NM 60898.
 Proteção de sub e sobre frequência: esta função pode ser realizada por um
inversor, isolando a conexão com a rede, permitindo o religamento do sistema
após cessada a anomalia.
 Proteção de sub e sobre tensão: assim como no caso da frequência, o inversor
também pode atuar a fim de desconectar o sistema, religando-o após a
regularização dos parâmetros elétricos.
 Anti-ilhamento e relé de sincronismo: A proteção contra o ilhamento deve
detectar a interrupção do suprimento de energia pela rede, desconectando o
sistema de geração automaticamente por meio de um dispositivo de
interligação. O ilhamento ocorre principalmente devido às manutenções da
rede ou através da atuação de equipamentos de proteção após a detecção de
anomalias.

Os requisitos de proteção impostos às unidades consumidoras a serem conectadas


à rede de distribuição em média tensão devem seguir as determinações contidas na
referência [25]. A instalação dos equipamentos de proteção deve apresentar as funções
descritas na Tabela 3-4.

28
Tabela 3-4: Funções de proteção para a geração acima de 10 kW até 300 kW [25].

Tempo
Código ANSI Descrição das Funções Ajustes máxima de
atuação
Defas. 10°
25 Verificação de sincronismo Dif. Tensão 10% N/A
Dif. Freq.. 0.3 Hz
27 Relé de Subtensão 0,8 pu 5 seg.
59 Relé de sobretensão 1,1 pu 5 seg.
Relé de Sobrecorrente de fase Conforme padrão
50
temporizado de entrada de N/A
51 Relé de tempo para reconexão energia
62 Relé de sobrefrequência 180 seg. 180 seg.
81O Relé de sobrefrequência 60,5 Hz 5 seg.
81U Relé de subfrequência 59,5 Hz 5 seg.

29
4. O PROJETO

4.1. Avaliação do Potencial de Geração

O primeiro procedimento a ser realizado no dimensionamento do sistema é


descobrir a potência a ser instalada, assim como a energia a ser gerada. Estes parâmetros
serão baseados principalmente em três fatores: a demanda de potência contratada, a
energia média anual consumida, e a área do telhado disponível para a geração. As duas
primeiras podem ser vistas na conta de luz do galpão, presente no Anexo V.

Conforme apresentado na Tabela 4-1, pode-se observar que a demanda contratada


anual variou entre 203 a 280 kW no horário fora de ponta (horário no qual iremos gerar
a energia fotovoltaica). Sendo assim, a potência máxima instalada não poderá ultrapassar
este valor [10]. Também é recomendável que a energia total gerada não ultrapasse a
energia consumida em suas unidades. A variação destes valores ao longo do ano pode ser
vista pela Tabela 4-1.

Tabela 4-1: Histórico da conta de Luz do Galpão Época em Belo Horizonte na fatura da conta de luz de
julho de 2015. Ver Anexo V.

Mês/Ano Demanda Medida (kW) Energia (kWh)


HP HFP HP HFP
JUN/2015 224 203 6.650 74.550
MAI/2015 238 203 10.150 73.850
ABRI/2015 245 256 11.550 81.550
MAR/2015 238 231 11.200 78.750
FEV/2015 214 231 9.800 84.350
JAN/2015 235 252 8.750 85.400
DEZ/2014 249 231 10.150 83.300
NOV/2014 217 217 8.400 64.750
OUT/2014 231 280 10.972 82.719
SET/2014 224 280 11.550 82.719
AGO/2014 229 280 11.550 82.719
JUL/2014 249 221 12.250 68.950

30
Visto que já se tem uma referência da potência a ser instalada e da energia a ser
gerada, o próximo passo é consultar a base de dados solarimétricos a fim de estimar os
níveis de irradiância local. Para isso, é necessário consultar bases de dados solarimétricos
confiáveis, tais como:

 Programa SunData desenvolvido pelo CEPEL.


 Dados de satélites meteorológicos do SWERA, do site NREL.
 Base de dados da NASA-SSE.
 Atlas Brasileiro de Energia Solar – INPE.
 Estações Solarimétricas do SONDA.
 Estações Automáticas do INMET.

Para se obter os dados da irradiância, foi utilizada a base de dados do SWERA,


através da utilização do programa PVSyst. Este programa calcula a irradiância de um
local a partir da interpolação de medições previamente realizadas nos locais mais
próximos ao escolhido. Os dados da irradiação calculados por esta ferramenta estão
apresentados na Tabela 4-2.

Tabela 4-2: Irradiação média diária mensal para


o local escolhido para a geração para uma inclinação de 19,9°.
Irradiação média
Mês
(𝒌𝑾𝒉/𝒎𝟐 . 𝒅𝒊𝒂)
Janeiro 4,88
Fevereiro 5,41
Março 5,22
Abril 4,77
Maio 4,8
Junho 4,37
Julho 4,68
Agosto 4,99
Setembro 4,62
Outubro 4,76

31
Novembro 4,85
Dezembro 4,96
Média 4,85

4.2. Avaliação do Espaço Físico da Instalação

O galpão cujo telhado irá abrigar a instalação fotovoltaica está situado na região
no município de Contagem - MG, na região da grande Belo-Horizonte, e suas
coordenadas geográficas são 19°54’2.62’’S 44°3’55.18’’O, conforme apresentado na
Figura 4-1.

Através de uma análise no Google Earth Pro, pode-se constatar que telhado do
galpão possui uma área livre de aproximadamente 6000 m² (87,5 m x 67,5 m), que
representa espaço mais do que suficiente para atingir potência limitada de 203 kWp,
tornando necessária a utilização de uma pequena parcela da área do telhado para a
disposição dos módulos. Pode-se observar também que nas proximidades do local
escolhido não existem construções nem obstáculos naturais que produzam relevantes
perdas por sombreamento.

Figura 4-1: Vista do galpão Época pelo Google Earth Pro.

32
Conforme apresentado na planta do galpão presente no Anexo VI, pode-se
observar a existência de dois galpões diferentes associados à construção mostrada na
Figura 4-1, com duas contas de luz diferentes. Assim, a área do telhado disponível para a
instalação da Central FV para atender o galpão em questão é a destacada em vermelho.

4.3. Dimensionamento da Instalação

4.3.1. A escolha dos módulos

Apesar do painel solar de filme fino possuir uma boa relação custo benefício para
instalações em terrenos suficientemente grandes (que é o caso), seu custo de instalação é
bastante alto devido à sua baixa eficiência, o que exigiria uma estrutura de instalação
maior. Outro ponto negativo é o seu processo de fabricação, que é extremamente
poluente, pois o cádmio é bastante tóxico e seu processo de reciclagem é complexo e caro,
não representando a escolha mais adequada para o projeto [19].

Já o painel de silício monocristalino, apesar de possuir uma eficiência mais alta e


um custo de instalação mais baixo, não possui a melhor relação custo/benefício, devido
ao seu elevado preço.

Assim, um meio termo a nível da relação custo benefício encontrado foi o painel
policristalino, que conta com eficiências muito próximas às do monocristalino, porém
com um custo de fabricação menor. Portanto, para este projeto, esta escolha se apresentou
a mais adequada. Vale a pena observar pela Figura 4-2 que os módulos policristalinos
também são os mais comercializados atualmente no mercado.

33
Figura 4-2: Percentual das diferentes tecnologias de fabricação de módulos fotovoltaicos ao longo dos
anos e os dados em 2014 [4]. (Imagem cedida pelo autor: ©Fraunhofer ISE: Photovoltaics Report,
updated: 17 November 2015).

Sendo assim, dentre os módulos fotovoltaicos presentes no mercado, o escolhido


neste projeto é o da marca YGE – YL255P-29b, da fabricante chinesa Yingli Solar. O
módulo é composto por 60 células agrupadas em série, e pode ser visto na Figura 4-3.

Figura 4-3: Placa YGE60 - YL255P-29b da fabricante Yingli Solar [26].

A escolha deste módulo se deu principalmente pelo fato dele apresentar excelente
custo-benefício, sob o custo de US$ 0,66 por Wp instalado. Além disso, a Yingli Solar
possui representantes no Brasil, facilitando todo o processo de compra e logística.

34
A ficha de dados técnicos do módulo pode ser observada no Anexo I. Porém,
seguem na Tabela 4-3 as informações mais relevantes para o dimensionamento do
sistema.

Tabela 4-3: Características Elétricas do Módulo Fotovoltaico.

Modelo YL255P-29B
Tipo Silício Policristalino
Potência Máxima (W) 255
Eficiência (%) 15,7
Tensão de Máxima Potência (V) 30
Corrente de Máxima Potência (A) 8.49
Tensão em Circuito Aberto (V) 37,7
Corrente de Curto-Circuito (A) 9,01
Dimensões (mm) 1640 / 990 / 35
Peso (Kg) 18,5

4.3.2. Arranjo dos Módulos

A definição de como os módulos serão conectados será dada pelo limite de


operação dos inversores, que possuem uma corrente e tensão máxima de operação, assim
como seu seguidor de máxima potência. Como será visto na Seção 4.3.4, o inversor
escolhido suporta uma tensão máxima de entrada até 900Vcc e seu MPPT opera na faixa
de tensão entre 340Vcc e 800Vcc . Assim, os módulos serão conectados de forma com que
a soma das tensões de circuito aberto dos mesmos conectados em série não ultrapasse a
tensão máxima da entrada do MPPT, e que a soma das correntes de curto-circuito desses
módulos conectados em paralelo não ultrapasse a corrente máxima de entrada do inversor,
que é de 99A.

Em posse destas informações, foi montado um conjunto com 14 módulos


fotovoltaicos conectados em série, denominado de fileira. Cada fileira apresenta uma

35
tensão máxima de saída de 14 × 37,7𝑉 = 527,8 𝑉, respeitando assim o limite de tensão
do MPPT dos inversores. A fileira dos módulos em série é ilustrada na Figura 4-4.

Figura 4-4: Esquema de conexão da fileira, com 14 módulos fotovoltaicos conectados em série.

Definida a fileira, denominamos de arranjo fotovoltaico o conjunto de 5 fileiras


conectadas em paralelo e que perfaz um total de 70 módulos. A corrente total para cada
arranjo será de 5 × 9,01 = 45,05 𝐴, e sua potência de 70 × 255 = 17850 Wp.

Respeitando a corrente máxima de entrada suportada pelos inversores escolhidos,


pode-se conectar a cada um deles dois arranjos fotovoltaicos, ou seja, 140 módulos, cuja
corrente máxima será da ordem de 90,01 A.

A disposição do arranjo fotovoltaico pode ser vista na Figura 4-5, e ocupará um


espaço total de 0,99 × 7 × 5 = 34,65 m de comprimento (eixo x) e 1,64 × 2 = 3,28 m
de largura (eixo y). Seu dimensionamento pode ser visto na Figura 4-5.

Figura 4-5: Disposição do arranjo composto por 70módulos fotovoltaicos.

4.3.3. Caixas de Conexão

As caixas de conexão, ou string Boxes, são os equipamentos responsáveis pelas


conexões em paralelo das fileiras, e se localizam embaixo dos arranjos. Assim, elas

36
representam a interface entre as fileiras e os inversores, podendo, por meio de fusíveis,
desconectar os módulos do resto do sistema, preservando a integridade dos inversores.

O modelo utilizado foi o da fabricante chinesa ZJBENY BH-5, apresentado na


Figura 4-6.

Figura 4-6: Caixa de conexão escolhida. (Cortesia de ZJBENY).

Conforme descrito no Anexo III, seguem os principais componentes presentes no


equipamento:

 Uma chave seccionadora de 100 A e 1000 V CC.


 Dez portas-fusível de 1000 V e 15 A CC.
 Dez fusíveis de 1000 V e 15 A CC.
 Um dispositivo de proteção contra surtos de 1000 V e 40 KA CC.

Analisando as especificações técnicas apresentadas na Tabela 4-4, cada fileira de


14 módulos em série (9,09 A, 527,8 V) será conectada em um par de terminais de entrada
da caixa e em cada caixa serão conectadas ao todo 5 fileiras, ou seja, 1 arranjo
fotovoltaico. Então, as correntes máximas suportadas, tanto em cada terminal que é de 10
A, quanto na soma das entradas que é de 50 A, serão respeitadas.

Tabela 4-4: Especificações técnicas da Caixa de Controle.

Modelo ZJ BENY BH-5


Tensão Máxima Suportada 1000 Vcc
Máximo de fileiras em paralelo na entrada 5

37
Corrente máxima por fileira 10 A
Corrente máxima total 50 A

Será utilizada uma caixa por arranjo, somando 10 caixas para o SF. As ligações
referentes às caixas são apresentadas na Figura 4-7.

Figura 4-7: Diagrama mostrando como os arranjos fotovoltaicos são conectados nas caixas e nos
inversores.

38
4.3.4. O Inversor Grid-Tie

O dimensionamento do inversor será baseado principalmente na potência de


geração do SF, que no caso é limitada à demanda do consumidor, que atinge o seu valor
mínimo de 203 kW nos meses de maio e junho.

Além disso, o dimensionamento do sistema deve ser realizado de maneira com


que o inversor não trabalhe em potências muito abaixo da nominal e nem que seja
sobrecarregado. Utilizando-se um inversor de maior capacidade, o custo do projeto
tenderá a ser reduzido.

Como os inversores de SF podem estar sujeitos a condições de temperatura


elevadas, recomenda-se que a potência do inversor seja ligeiramente inferior à potência
do gerador fotovoltaico, pois o sistema sempre tende a ter uma redução de potência com
a elevação da temperatura.

Define-se o Fator de Dimensionamento de Inversores (FDI) a relação entre a


potência nominal CA do inversor e a potência pico do gerador FV, como mostra a
Equação 4-1.

𝑃𝑁𝑐𝑎
𝐹𝐷𝐼 = (4-1)
𝑃𝐹𝑉

Onde:

FDI (adimensional) – Fator de dimensionamento do inversor;

𝑃𝑁𝑐𝑎 (W) – Potência nominal em corrente alternada do inversor;

𝑃𝐹𝑉 (W) – Potência de pico do painel fotovoltaico.

As potências do gerador FV e do inversor devem ser ajustadas de modo que o FDI


do inversor tenha a melhor relação custo-benefício. De acordo com a referência [17], é
recomendável que a potência do inversor esteja no intervalo entre 0,75 × 𝑃𝐹𝑉 < 𝑃𝑁𝑐𝑎 <
0,85 × 𝑃𝐹𝑉 , ou seja, apresentando um FDI entre 0,75 e 0,85.

A máxima tensão do sistema ocorre quando o painel FV está em circuito aberto


(𝑉𝑜𝑐 ). Nesse contexto, o número máximo de módulos em série (𝑛𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 ) que podem ser
conectados ao inversor é calculado pela razão entre a máxima tensão de entrada do
39
inversor (𝑉𝑖𝑚𝑎𝑥 ) e a tensão de circuito aberto. O cálculo da máxima tensão de entrada
deve ser realizado com cuidado e atenção, levando em consideração a influência da
temperatura. Esta tensão máxima nunca deve ser ultrapassada, sendo este um dos maiores
riscos de danificação dos inversores.

Além disso, o inversor possui uma corrente CC máxima de entrada (𝐼𝑖𝑚𝑎𝑥 ). Esta
corrente não pode ser menor do que a soma das correntes de curto circuito (𝐼𝑠𝑐 ) das placas
em paralelo a ele conectadas.

Tendo em vista as informações apresentadas, o inversor escolhido foi o Vacon


Solar 8000 de 30 kW, e pode ser visualizado na Figura 4-8. Com as duas caixas de
conexão para cada inversor, a potência máxima de sua entrada é de 35700 Wp, que
representa a soma das potências dos 140 painéis a ele conectados. Assim serão utilizados
ao todo 5 inversores no SF. O FDI do inversor será de 30000/35750 = 0,84, satisfatória
segundo as referências apresentadas.

Figura 4-8: Inversor Solar Vacon 8000 [39]. (Cortesia de Vacon).

Este inversor foi escolhido por possuir uma boa relação custo benefício e por se
enquadrar perfeitamente nas dimensões e especificações elétricas do projeto. Suas
principais características são apresentadas na Tabela 4-5, e seu catálogo visualizado no
Anexo II.

40
Tabela 4-5: Características elétricas do inversor.

Tipo do inversor Solar Vacon 8000 –


NXV00304A2L
Potência nominal de saída (kW) 30
Corrente nominal de saída (A) 43,3
Potência fotovoltaica máxima recomendada 36
(kW)
Corrente fotovoltaica máxima permitida Isc 99
(A)
Tensão nominal de saída (V) 220
Eficiência máxima (%) 95,4
Limite de área dos terminais de conexão 10
(mm²)

Além disto, sua escolha também se deu pelo fato dele apresentar características
de proteção e qualidade requeridas pela ANEEL, o que reduzirá o número de
componentes do sistema e consequentemente reduzirá seu custo. Seguem abaixo estas
características:

 Proteção contra sub e sobre tensão.


 Proteção contra sub e sobre frequência.
 Proteção contra anti-ilhamento.
 Proteção contra sobrecorrentes e curto-circuitos em sua saída.
 Proteção contra sobre tensões atmosféricas em corrente contínua e alternada.
 Por ser montado no Brasil, possui saída CA compatível com a tensão da instalação
(visto que os inversores importados muitas vezes possuem níveis de tensão
padronizados em seus países de fabricação), dispensando assim a aquisição de um
transformador.

Diante das especificações do inversor e das informações apresentadas na Seção


4.3.2, conclui-se que o inversor escolhido está dentro das especificações propostas pela
referência, pois as equações abaixo são satisfeitas.

𝑉𝑖𝑚𝑎𝑥 = 900 > 14 × 37,7 = 527,8 𝐴

41
𝐼𝑖𝑚𝑎𝑥 = 99 > 10 × 9,01 = 90,1 𝐴

4.3.5. Arranjo e distância das estruturas de apoio dos módulos

Para fixar os módulos fotovoltaicos no telhado do galpão será utilizada uma


estrutura metálica adequada. O telhado do galpão é composto por telha zipada e apresenta
um caimento para o escoamento da chuva de aproximadamente 3° para cada lado.

De maneira a realizar melhor adequação da estrutura de fixação dos módulos ao


telhado, os mesmos serão montados conforme a estrutura de suporte do telhado e
disposição da telha, que apresenta um desvio em relação ao norte geográfico, não
representando o azimute ideal, conforme visto pela Figura 4-1. Porém, a perda provocada
por este desvio será fortemente compensada pela simplificação da estrutura de fixação,
reduzindo significativamente o custo do projeto.

Para a modelagem do arranjo foi utilizada uma estrutura da empresa SICES


BRASIL, modelo Speedrail System, ideal para a instalação em telhas zipadas de telhados
logísticos. Dessa forma, a estrutura de apoio dos módulos garantirá uma fixação dos
mesmos quando expostos a um vento de até 140 km/h. O modelo utilizado é exposto na
Figura 4-9.

Conforme apresentado na Seção 4.3.2, a estrutura é disposta com 2 módulos na


vertical e 35 na horizontal, compondo assim o nosso arranjo de 70 módulos.

(a) (b)

Figura 4-9: Foto da estrutura utilizada na montagem dos painéis em (a) e sua representação em (b) [35].

42
A fim de dimensionar a área ocupada pelos geradores fotovoltaicos e sua estrutura,
faz-se necessário o cálculo da distância entre os arranjos. Como pode ser visto nas Figuras
4-10 e 4-11, a dimensão ocupada pelo arranjo dos módulos possui uma largura total de
34,65 m e um comprimento total de 3,28 m.

Figura 4-10: Vista por trás do arranjo fotovoltaico disposto ao longo de estrutura de apoio. (Figura
meramente ilustrativa).

Figura 4-11: Vista pela frente do arranjo fotovoltaico disposto ao longo da estrutura de apoio. (Figura
meramente ilustrativa).

43
O espaçamento entre os arranjos a ser calculado deve ser maior ou igual ao maior
sombreamento gerado por eles ao longo do ano. Então, para realizar este cálculo, será
utilizada a sombra projetada durante o solstício de inverno, pois representa a época do
ano em que o sol se encontra mais ao norte da linha do equador, proporcionando as
maiores sombras.

Para a inclinação dos módulos costuma-se usar a latitude local, porém, pelo fato
dos painéis estarem dispostos em um telhado inclinado, esta inclinação será somada à
inclinação do telhado. Sendo assim, os painéis estarão inclinados 19,9 ° em relação ao
solo plano e 22,9° em relação ao telhado sobre o qual estão instalados.

Para calcular a distância total de sombreamento, primeiramente será calculada a


sombra considerando o terreno plano, e depois uma transformação trigonométrica será
aplicada a fim de se achar o sombreamento real. A distância a ser calculada considerando
o terreno plano pode ser achada aplicando a Equação 4-2, onde cada variável é
apresentada através do esquema da Figura 4-12.

𝑠𝑒𝑛(1800 − β − α)
𝑑 =ℎ× (4-2)
𝑠𝑒𝑛(𝛼) × 𝑠𝑒𝑛(𝛽)

Onde:

d – Distância entre as estruturas .

𝛽 – Inclinação do módulo, que é igual a latitude local (L).

𝛼 – Altura solar.

h – Altura total das estruturas em relação ao solo (eixo y).

44
Figura 4-12: Representação das variáveis envolvidas no cálculo da projeção das sombras.

Onde a altura h é dada por ℎ = 3,28 × 𝑠𝑒𝑛(𝛽) = 3,28 × 𝑠𝑒𝑛(19,90 )

ℎ = 1,12 𝑚

Para se calcular o ângulo 𝛼 de altura solar, calcularemos primeiro o ângulo de


declinação solar, conforme visto na Seção 2.3:

360
𝛿 = 23,45 × 𝑠𝑒𝑛 ( × 284 + 𝑁) (4-3)
365

Onde N representa o número do dia do ano contado a partir do dia 1 de janeiro.

Para o projeto foi utilizado o dia 21 de junho, pois corresponde ao solstício de


inverno no hemisfério sul, onde o Sol apresenta a menor altura solar e o período de sol
mais curto. Portando, será adotado N=172 e 𝛿 = 23,450 .

Desse modo, o ângulo 𝛼 de altura solar será calculado através da Equação 4-4:

𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(cos(𝐿) × cos(𝛿) × cos(𝜔) + 𝑠𝑒𝑛(𝐿) × 𝑠𝑒𝑛(𝛿)) (4-4)

Onde:

L – Latitude.

𝛿 - Declinação solar.

45
𝜔 - Ângulo horário.

Os valores utilizados foram: L= −19,900 , para 𝜹 = 23,450 e 𝜔 = 00 (meio dia),


obtendo-se assim 𝛼 = 46,650 .

Então, voltando à Equação 4-2 para achar a distância d entre os módulos:

1,12 × 𝑠𝑒𝑛(180° − 19,9° − 46,65°)


𝑑=
𝑠𝑒𝑛(19,9°) × 𝑠𝑒𝑛(46,65°)

𝑑 = 4,12 𝑚

Portanto, caso o telhado fosse plano, a cada arranjo de 70 módulos dispostos em


cada estrutura, haveria um espaço de aproximadamente 4,12 m de distância reservado
para sombreamento, representado pela variável d na Figura 4-12. Aplicando relações
trigonométricas adequadas, se torna possível o cálculo da distância D entre os arranjos
fotovoltaicos dispostos no telhado, de modo a considerar sua inclinação.

Figura 4-13: Transformação trigonométrica para cálculo da sombra D.

Para calcular esta distância entre os arranjos, foi traçada a altura H do triângulo
marcado em vermelho na Figura 4-13, de modo a dividí-lo em dois triângulos retângulos
menores. Desse modo, a distância entre os painéis D representada na Figura 4-12 será
calculada através da aplicação das relações abaixo:

𝐷1 = 𝑑 × cos 3° = 4,11 𝑚

𝐻 = 𝑑 × 𝑠𝑒𝑛 3° = 0,2156 𝑚

𝐻
𝐷2 = = 0,23
tan 43,15°

46
Então, 𝐷 = 𝐷1 + 𝐷2 = 4,34 𝑚

Aproximando, 𝐷 ≅ 4,4 𝑚.

Usando-se a distância definida em uma uma simulação de sombreamento


realizada no programa Google Sketch Pro ao meio dia no mês de Junho , pode-se observar
pela Figura 4-14 que os módulos não ficam sombreados, conforme desejado.

Figura 4-14: Simulação do sombreamento na época do solstício de inverno ao meio dia, realizada no
Google Skecth Up Pro.

Após o cálculo da distância entre os módulos, se torna possível a determinação do


espaço ocupado pelos módulos no telhado do galpão. Como o SF será composto por 10
arranjos, dispostos de acordo com a Figura 4-15, todas as dimensões por ele ocupadas
podem ser vistas na Tabela 4-6, assim como as respectivas grandezas elétricas a ele
associadas. As distâncias entre os arranjos dispostos lateralmente são de 4 metros.

47
Figura 4-15: Conjunto de arranjos do SF, com 5 arranjos um atrás do outro e 2 arranjos dispostos lado a
lado.

Tabela 4-6: Parâmetros físicos e elétricos de cada subconjunto do sistema, Vale observar que as medidas
são representadas pelas suas projeções sobre o eixo inclinado do telhado.

1 painel 1 arranjo (35x2) SF


Eixo x [m] 0,99 34,65 73,3
Eixo y [m] 1,54 3,08 33
Tensão [V] 37,7 527,7 10 sistemas de 527,7
Corrente [A] 9,09 45,45 10 sistemas de 45,5
Potência [W] 255 17850 178500

Portanto, a área total do telhado ocupada pelo SF é calculada através da relação


abaixo:

Á𝑟𝑒𝑎 = 73,3 × 39,4 = 2419 𝑚².

A disposição dos módulos no telhado se encontra exposta na Figura 4-16.

48
Figura 4-16: Vista da área total ocupada pelo sistema fotovoltaico.

4.3.6. Cabos CC

No SF, serão dimensionados ao todo dois cabos CC com bitolas diferentes, os da


saída das fileiras e os que farão a interface entre as caixas de conexão e os inversores.

Para dimensionar a área da seção transversal dos cabos que saem das fileiras dos
módulos fotovoltaicos, faz-se o uso da norma IEC 60364-7-712, onde fica estabelecido
que os mesmos devem suportar pelos menos 1,25 vezes a corrente de curto dos módulos.
Dessa forma, a corrente em questão será de 1,25 × 9,01 = 11,26 𝐴. Segundo a norma da
ABNT NBR-5410, presentes na tabela do Anexo IV, a área da sua bitola será
dimensionada para 1,5 mm².

Já para dimensionar a área da seção transversal dos cabos que saem das caixas de
conexão e entram nos inversores, será considerada 1,25 vezes a corrente máxima do
arranjo. Assim, o condutor deverá suportar uma corrente total de 56,03 A. Respeitando
as normas da ABNT – NBR 5410, presentes no Anexo IV, cada cabo apresentará uma
seção transversal de 10 mm².

49
4.4. Elementos do lado CA para a conexão com a rede

A fim de interligar o SF à rede de distribuição, existem alguns padrões impostos


pela distribuidora local. Através da Figura 4-17, pode-se ver como será dada esta conexão:

Figura 4-17: Modelo de conexão para minigeração de 100 kWp até 300 kWp [25].

Pode-se ver pela Figura 4-17 que toda a parte de proteção e medição será realizada
no lado de baixa tensão (220 V), não sendo necessário nenhum tipo de proteção ou
monitoramento no lado CC da geração.

4.4.1. Cabos CA

Os cabos do lado de corrente alternada do nosso sistema sairão dos inversores e


chegarão aos barramentos de baixa tensão, passando pelos disjuntores. A partir dos
barramentos, sairão os cabos que serão conectados no transformador, passando pelo

50
equipamento de medição e pela chave secciondora. Este esquema de conexão pode ser
visualizado na Figura 4-18.

Figura 4-18: Diagrama multifilar das conexões no lado CA em baixa tensão.

51
Os cabos de saída de cada inversor deverão suportar a corrente máxima de saída
de cada um que é 43,3 A. Para isso, os cabos dimensionados deverão possuir a área de
seção transversal de 10 mm², compatível com a faixa recomendada pelo fabricante.

4.4.2. Disjuntor

De acordo com o procedimento descrito pela norma Cemig D ND 5.31, presente


na referência [25], é necessária a instalação de um equipamento de proteção de sobre-
corrente entre os inversores e o barramento.

De acordo com as normas da ABNT NBR – 5410, estes dispositivos devem ser
escolhidos de acordo com as seguintes características:

𝐼𝑛 ≤ 𝐼𝑑𝑖𝑠 ≤ 𝐼𝑐𝑎𝑝 (4-5)

Onde:

𝐼𝑛 – Corrente de projeto do circuito.

𝐼𝑑𝑖𝑠 – Corrente nominal do dispositivo de proteção (disjuntor).

𝐼𝑐𝑎𝑝 – Capacidade de condução de corrente pelos fios condutores.

Adotando a corrente de saída do inversor como a corrente nominal 𝐼𝑛 , e que o


cabo suporta uma corrente 𝐼𝑐𝑎𝑝 de até 54 A (vide anexo IV), o disjuntor escolhido teria
que trabalhar com uma corrente na faixa entre 43,3A e 54 A.

A fim de satisfazer esta condição, foi escolhido o disjuntor Siemens Tripolar


Curva C 50 A 5sx1, apresentado na Figura 4-19. Ao todo serão conectados 5 disjuntores,
um na saída de cada inversor.

52
Figura 4-19: Disjuntor Tripolar Siemens 5sx1 350-7 [27]. (Cortesia de Siemens).

4.4.3. Dispositivo de Seccionamento Visível (DSV)

O Dispositivo de Seccionamento Visível ou Chave Seccionadora é uma chave


visível, acessível e abrigada utilizada pela distribuidora a fim de assegurar a desconexão
do Sistema Fotovoltaico durante a manutenção em seu sistema.

A ANEEL dispensou a obrigatoriedade de deste dispositivo para a microgeração


de energia, porém sua utilização ainda é obrigatória para os sistemas de minigeração,
como o deste trabalho. Ele deve ser conectado entre o sistema de medição e o barramento,
respeitando as normas da ABNT NBR IEC 60947-1 quanto à capacidade de condução em
função da potência da unidade consumidora.

Segundo a referência [28], a chave seccionadora deve possuir as seguintes


características e componentes:

 Acionamento fixo (sem uso de fusível)


 Capa de proteção para os contatos
 Abertura sob carga
 Tensão de isolamento de 1000 V
 Tampa transparente
 Certificação IEC 60947

A fim de satisfazer as exigências listadas acima, foi escolhida a chave Ergon


Tripolar da Siemens, com corrente de 250 A e tensão de isolamento de 1000 V, e pode
ser visualizada na Figura 4-20.

53
Figura 4-20: Caixa seccionadora, modelo Ergon 200 da fabricante alemã Siemens [29]. (Cortesia de
Siemens).

Além das exigências listadas para a conexão do DSV, também é necessária uma
caixa de instalação, padronizada pela CEMIG, modelo CM7-DSV. O modelo da caixa
pode ser visto na Figura 4-21, e a sinalização no seu exterior é necessária conforme
especificado na referência [28].

(a) (b)

Figura 4-21: Imagem da capa do DSV padronizada pela CEMIG. Em (a) temos a imagem do seu interior
e em (b) do seu exterior [28].

4.4.4. Medidor de quatro quadrantes

Segundo a referência [10], é necessário o uso de um medidor de quatro quadrantes


que registrará os fluxos de energias ativa e reativa injetadas ou retiradas da rede,
revelando os níveis de qualidade da energia gerada pelo sistema.

54
Para executar esta função, foi escolhido o medidor Omnimeter Pulse UL v.4, da
fabricante Ekmmetering, mostrado na Figura 4-22.

Figura 4-22: Medidor de quatro quadrantes Omnimeter Pulse UL v.4 [30].

O medidor em questão foi escolhido por apresentar os seguintes atributos:

 Opera na tensão de 220 V com conexão trifásica.


 Possui garantia de 10 anos.
 Certificado de acordo com os padrões da ANSI C12.1 e C12.2.
 Fornece o sentido da corrente em cada linha em tempo real.
 Medidor de kWh nos sentidos direto e reverso.
 Medidor de kVArh nos sentidos direto e reverso.
 Pode ser ligado em cabos até 5000 A, ligados por um transformador de
corrente.

O medidor será conectado às fases da instalação através de um transformador de


corrente. O TC escolhido é da mesma marca do medidor, fabricado justamente a fim de
realizar esta interface. Seu modelo é o Ekm Split-core 400 A: 26,6 mA, e se encontra
exposto na Figura 4-23. Ao todo serão utilizados três TC’s, um para cada fase.

55
Figura 4-23: TC utilizado para a conexão do medidor [31].

Com isso, o SFCR já se encontra por inteiro dimensionado. Podemos ver pelas
Figuras 4-24 e 4-25 uma sala de força previamente existente, denominada agora como
sala dos inversores. Lá serão instalados os inversores, o quadro geral onde se encontram
os disjuntores, a caixa de medição e a chave seccionadora, apresentadas na Figura 4-26.
Nesta sala também se encontra o transformador, de 300 KVA [37], devidamente isolado
por uma gaiola de proteção, e cuja relação de transformação é de 13.8 KV/220 V.

Figura 4-24: Vista da sala dos inversores. (Imagem gerada no Sketch Up Pro 3D).

56
Figura 4-25: Vista da sala dos inversores. (Imagem gerada no Sketch Up Pro 3D).

Figura 4-26: Vista do quadro geral com o disjuntor de saída dos inversores, a chave de seccionamento, o
medidor, o disjuntor de entrada no Trafo e o quadro de distribuição da instalação, onde são conectadas as
cargas da mesma. (Imagem gerada no Sketch Up Pro 3D).

57
4.5. Geração Fotovoltaica Estimada

4.5.1. Perdas Estimadas

A fim de calcular a energia gerada pelo SFCR, de modo a avaliar também os


ganhos do investimento a ele agregado, é de extrema importância a inclusão das perdas
do processo.

As principais causas destas perdas são descritas na Tabela 4-7. Vale a pena
observar que foram consideradas baixas perdas associadas às degradações dos módulos,
visto que esta estimativa é referente ao primeiro ano da geração, onde estas perdas são
muito baixas.

Tabela 4-7: Perdas Associadas ao SFCR Adaptado de [32].

Valor
Perdas Variação (%)
Arbitrado (%)
Temperatura no Módulo 3,5 5 a 10
Perdas nos condutores CC 2,0 1a3
Perdas nos condutores CA 1,0 0,7 a 2
Perdas na inversão CC/CA 1,5 1 a 15
Mismatch no MPPT 2,0 1,5 a 3
Sombreamento 0 0 a 100
Degradação do Módulo 1 1 a 10
Indisponibilidade do Sistema 2 0 a 0,5
Sujeira nos módulos 2 2 a 25
Perda nos transformadores 2,5 2a4
Gap entre o rendimento do módulo e a radiação de
2,5 5 a 10
1000w/m²
Total de perdas 18

Visto isso, a estimativa para geração total de energia do sistema levará em conta
as perdas presentes na Tabela 5-5.

58
4.5.2. Cálculo algébrico da geração

A fim de calcular a geração de energia proporcionada pelo SF, serão considerados


fatores como a média de irradiação diária, o fator de desempenho e a potência instalada.
Levando estes fatores em consideração, a energia é calculada pela Equação 4-6:

𝐸 = 𝑃𝑓𝑣 × 𝑃𝑅 × 𝑁 × 𝐻𝑚 (4-6)

Onde:

𝑃𝑓𝑣 é a potência total instalada (Wp).

𝐻𝑚 é a média mensal de irradiação .

PR é o fator de desempenho (performance ratio).

N é o número de dias no mês.

Como visto ao longo deste capítulo, a potência instalada será de 178500 kWp, e o
fator de desempenho considerado será de 0,82 para todos os meses. Em posse destes
valores, junto aos dados de irradiância fornecidos pela Tabela 4-2, foi possível a
organização de todos estes dados para o cálculo da geração esperada, vistos Tabela 4-8 e
na Figura 4-27, respectivamente.

Tabela 4-8: A geração e as diferentes variáveis utilizadas para seu cálculo.

𝑯𝒎
Mês N 𝑷𝒇𝒗 (kWp) PR E (kWh)
(kWh/m².dia)
Jan 4,88 31 178,5 0,82 22.142,85
Fev 5,41 28 178,5 0,82 22.172,13
Mar 5,22 31 178,5 0,82 23.685,59
Abr 4,77 30 178,5 0,82 20.945,55
Mai 4,8 31 178,5 0,82 21.779,86
Jun 4,37 30 178,5 0,82 19.189,11
Jul 4,68 31 178,5 0,82 21.235,36

59
Ago 4,99 31 178,5 0,82 22.641,98
Set 4,62 30 178,5 0,82 20.286,88
Out 4,76 31 178,5 0,82 21.598,36
Nov 4,85 30 178,5 0,82 21.296,84
Dez 4,96 31 178,5 0,82 22.505,85
Total 259.480,34

Figura 4-27: Valores de geração para os diferentes meses do ano.

4.5.3. Cálculo computacional da Geração

Um outro método utilizado para o cálculo do montante de energia gerada, foi


realizado através da ferramenta Helioscope [42], onde informações como localização
geográfica, azimute, inclinação dos módulos, base de dados solarimétricos a ser utilizada,
número e modelo de inversores e módulos fotovoltaicos, modo de conexão das fileiras e
arranjos e os tipos de perdas são informadas ao programa, a fim de que ele possa realizar
o cálculo da produção de energia. A disposição dos módulos informada ao programa se
encontra exposto na Figura 4-28.

60
Figura 4-28: Disposição dos Módulos na ferramenta de cálculo Helioscope.

O cálculo realizado pelo programa em questão é mostrado na Figura 4-29 e as


perdas associadas na Figura 4-30. O montante energético anual gerado foi de 271.382
kWh.

Figura 4-29: Geração anual de energia calculada pelo programa Helioscope.

61
Figura 4-30: Perdas consideradas no Helioscope.

Por se representar uma moderna ferramenta profissional de geração de energia,


incorporando as características de todos os componentes do sistema, será utilizada a
geração anual calculada pelo Helioscope para realizar os estudos de Fluxo de Caixa,
conforme veremos no capítulo a seguir.

62
5. ANÁLISE DE VIABILIDADE

5.1. Levantamento de preços

Para cálculo dos parâmetros econômicos, fez-se necessário o levantamento de


todos os custos associados ao projeto, assim como custos de internação para itens
importados.

5.1.1. Componentes Importados

De todos os componentes escolhido para o projeto, as caixas de conexão e o


medidor de quatro quadrantes foram aqueles encontrados através de fábricas estrangeiras.
Então, para o cálculo do custo total destes equipamentos, foi utilizada a cotação Free On
Board (FOB), onde é necessário um acréscimo para o frete mais impostos. De acordo com
a referência [33], foram adotadas as seguintes premissas para o cálculo destes parâmetros,
cujos valores são apresentados na Tabela 5-1:

 Custo do frete com seguro incluído em cerca de 4% do preço.


 Taxação do imposto de importação em 12% sobre módulos e 14% sobre
inversores.
 Taxação de IPI de 15% sobre inversores, isentando esta taxação sobre os módulos.
 Incidência de 12% de ICMS sobre inversores.
 Incidência de 1,65% de PIS e 7,6% do COFINS sobre os módulos e inversores.

Tabela 5-1: Cálculo dos custos total dos itens importados.

Caixas de Conexão Medidor + 3TCs


Preço Unitário (FOB) $ 255,00 $ 455,00
Quantidade 10 1
FOB $2.550,00 $455,00
CIF = FOB+frete+seguro $ 2.652,00 $ 473,20
[A] II=13% $ 331,50 $59,15

63
[B] IPI=15% $382,50 $68,25
[C] PIS = 1,65% $42,08 $7,51
[D] COFINS=7,6% $ 193,80 $ 34,58
[E] ICMS=12% $306,00 $54,60
Total de Impostos $1.255,88 $224,09
Custo Total em US $ $3.907,88 $697,29
Custo Total em R$* R$14.693,61 R$ 2.621,80
*o valor do dólar considerado neste trabalho foi de R$ 3,76, valor cotado na data de 21 de março de
2016.

5.1.2. Componentes Nacionalizados

Para a aquisição dos equipamentos nacionalizados, os preços encontrados já


incluem os custos de frete mais impostos, apresentados na Tabela 5-2.

Tabela 5-2: Custo de equipamentos nacionalizados.

Equipamento Inversor Painel Solar Disjuntores DSV

Modelo Vacon 8000 Solar YGE 60-255 29b Siemens 5sx1 350-7 Ergon 200

Preço Unitário R$ 36.800,00 R$ 632,81 R$ 65,90 R$ 1.853,00

Quantidade 5 700 5 1

Custo Total R$ 184.000,00 R$ 442.965,60 R$ 329,50 R$ 1.853,00

5.1.3. Custos diversos com cabeamento e fixação

Além dos componentes já descritos, existem outros itens que devem ser
incorporados no orçamento, como sistema de fixação dos módulos, cabos elétricos,
quadros elétricos e sistemas de proteção.

64
Para calcular o custo destes itens, será utilizada a pesquisa realizada pela
referência [33], mostrados na Tabela 5-3.

Tabela 5-3: Projeção dos custos adicionais com cabeamento e fixação de acordo com a potência instalada
[33].

Residencial Comercial Industrial


Capacidade (kWp) 3 30 30000
Custo de Cabos R$ 2250 R$ 18.000 R$ 13.100.000
Custo do Sistema de Fixação R$ 3750 R$ 24.000 R$ 14.000.000
Demais custos (conexão, projeto, etc) R$ 3750 R$30.000 R$ 18.000.000
Total (BRL) R$ 9750 R$ 72.000 R$ 45.100.000

A fim calcular o custo total com cabeamento e fixação para o SF de 178500 Wp,
fez-se uma interpolação dos dados presentes na Tabela 5-3, dando origem à Tabela 5-4.

Tabela 5-4: Interpolação dos custos projetados.

Capacidade (kWp) 178500


Custo de cabos e proteções R$ 83.300
Custo do sistema de fixação R$ 107.100
Demais custos (conexão, projeto, etc) R$ 295.107
Total R$ 485.507

Dividindo o custo total pela potência instalada, pode-se achar uma relação de R$
2,71 R$/Wp. Valor que está de acordo frente as referências apresentadas.

65
5.1.4. Custo Total

Depois de calculados os valores apresentados nas seções 5.1, 5.2 e 5.3, se torna
possível a determinação do custo total do Sistema Fotovoltaico, mostrado na Tabela 5-5.

Tabela 5-5: Levantamento de custos das aquisições dos itens do sistema.

Equipamento Preço R$/Wp


Painéis Fotovoltaicos R$ 442.965,60 2,48
Inversores R$ 184.000 1,03
Disjuntores R$ 329,50 0,0018
DSV R$ 1.853 0,010
Caixas de conexão R$ 14.693,61 0,082
Medidor de quatro
R$ 2.621,80 0,015
quadrantes + TC
Custo de cabos R$ 83.300 0,47
Custo do sistema de
R$ 107.100 0,6
fixação
Custo com conexões e
R$ 295.107 1
instalação
Total R$ 1.131.970,51 6,34 R$/Wp

O custo projetado ficou semelhante ao do estudo realizado pela referência [8], que
está expresso na Figura 1-3, com estimativa de um custo de aproximadamente R$ 5,4/Wp,
para sistemas de instalações fotovoltaicas em centros comerciais. Como os preços dos
produtos importados são cotados em dólar, a discrepância entre os valores apresentados
pode ser justificada pela valorização da moeda americana desde a época da realização do
estudo do EPE, em 2014.

66
5.1.5. Custo total de produção de sistemas fotovoltaicos

Também chamado de CP, o custo de produção do sistema é medido em R$/kWh


gerado é calculado pela Equação 5-1:

[𝐶𝑎𝑝𝑒𝑥 + 𝑉𝑃(𝑂𝑝𝑒𝑥)] (5-1)


𝐶𝑃 =
𝑉𝑃(𝐸𝑃)
Onde:

VP (EP) – Valor da energia gerada ao longo de toda vida útil do sistema


fotovoltaico trazida para o presente. (kWh).

VP (Opex) – Valor dos custos relacionados ao funcionamento e manutenção da


instalação ao longo de sua vida útil. (kWh).

Capex – Custos de todos os investimentos do sistema fotovoltaico (R$).

CP – Custos relacionados à produção (R$/KWh)

Para a aplicação da Equação 6-1, foram considerados os seguintes valores:

𝐶𝑎𝑝𝑒𝑥 = 𝑅$ 1.131.970,51

Para calcular o custo total da produção, fatores como previsões acerca dos custos
de operação e manutenção devem ser considerados. Utilizam-se os seguintes parâmetros
para o cálculo do custo total de produção:

 Vida útil do sistema: 25 anos.


 O&M (Opex): estimado em 1% do Capex ao ano.
 Queda de eficiência das células fotovoltaicas: 1,5% no primeiro ano e 0,75% nos
anos seguintes.
 Taxa de desconto: 8%
 O Capex.

Vale a pena observar que a taxa de desconto escolhido foi baseada em um estudo
realizado pelo EPE [43], onde são analisados fatores como os riscos do país, do negócio
e do custo de capital.

67
5.2. A receita gerada

5.2.1. A tarifação

A fim de calcular a geração total da receita obtidas nas economias em eletricidade,


faz-se necessária a realização de uma estimativa do quanto à oscilação da tarifa incidente
sobre as contas de luz. Dessa forma, serão considerados os reajustes na conta de luz
apresentados na Tabela 5-6.

Tabela 5-6: Reajustes a serem considerados na conta de luz.

2016 8%
2017 7%
2018 6%
2019 5%
2020-2041 5%

O cliente em questão se enquadra no perfil A4 verde, média tensão de acordo com


a Cemig. Como a energia será gerada no horário fora de ponta, será considerada sua tarifa
no mesmo horário, que é de R$ 0,47898 R$/kWp HFP (junho de 2015).

Portanto, o fluxo de caixa anual do investimento será dado pela da tarifa vezes o
número de kWh gerado naquele ano.

𝐹𝐶 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 (𝑅$/𝑘𝑊ℎ) × 𝐸(𝑘𝑊ℎ) (5-2)

68
5.3. Parâmetros de Viabilidade

5.3.1. Payback

O payback é o tempo necessário para que as entradas de caixa se igualem à saídas


de caixa. Em outras palavras, é o tempo necessário para que se recupere o investimento
aplicado. Quanto mais breve for o período de payback, mais atrativo será o investimento.
Entretanto, este parâmetro econômico ignora os fluxos de caixa após passada a data corte,
tendendo a não representar um bom indicador de viabilidade em investimentos de longo
prazo.

5.3.2. Valor Presente Líquido

Também chamado de VPL, este índice é utilizado para calcular o valor presente
de todo fluxo de caixa ao longo da vida útil da planta. No nosso caso, o investimento
inicial já ocorre no presente, porém todo o valor presente da receita é calculado através
de uma taxa de desconto estipulada.
𝑛
𝐶𝐹𝑛 𝐶𝐹1 𝐶𝐹𝑛
𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝑛
= 𝐶𝐹0 + 1
+⋯+ (5-3)
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)𝑛
0

Podemos reparar que o 𝐶𝐹0 será um número negativo e representa o investimento


inicial despendido, enquanto as outras parcelas representam os fluxos de caixa calculados
no valor presente, que representa o Valor Presente. Com isso, a relação entre Valor
Presente Líquido e Valor Presente pode ser visto na Equação 6-3:

𝑉𝑃𝐿 = 𝑉𝑃 − 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑠𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (5-4)

69
5.3.3. Taxa Interna de Retorno

A TIR representa a taxa de desconto que irá igualar, em um determinado tempo,


o valor presente das entradas com as saídas previstas de caixa. Esta taxa é amplamente
usada para análise de investimentos, em que o quanto maior for a diferença entre a TIR e
a taxa de desconto, mais atrativo será o investimento. Ela pode ser calculada através da
Equação 6-4:

𝑛
𝐶𝐹𝑛 𝐶𝐹1 𝐶𝐹𝑛
0=∑ = 𝐶𝐹0 + + ⋯ + (5-5)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑛 (1 + 𝑇𝐼𝑅)2 (1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑛
𝑛=0

5.4. Análise dos Resultados

Para cálculo e análise dos parâmetros apresentados nas seções anteriores, será
utilizada a ferramenta financeira do MS Excel, permitindo assim uma análise anual de
cada fluxo de caixa gerado. Para esta análise, foi considerada inicialmente a geração
líquida excluindo as perdas causadas pela degradação dos inversores. Devido ao fato dos
módulos irem se desgastando com o tempo, as perdas foram incluídas separadamente por
ano, permitindo um cálculo de fluxo de caixa mais preciso. Os principais parâmetros do
investimento são apresentados na Tabela 5-7.

70
Tabela 5-7: Resultados financeiros do investimento.

Geração Tarifa Economia Economia Operação


Eficiência Fluxo de Caixa
Anual Descontada Mensal Anual E Fluxo de Caixa
Módulos Acumulado
(MWh) (R$/kWh) Estimada Estimada Manutenção
Ano 0 0,0% -R$1.131.970,51 -R$1.131.970,51

Ano 1 100,0% 271.382 0,517 R$ 11.698,79 R$ 140.385,47 R$ 12.225,28 R$ 128.160,19 -R$ 1.003.810,32

Ano 2 98,5% 267.311,27 0,554 R$ 12.329,94 R$ 147.959,27 R$13.203,30 R$ 134.755,97 -R$ 869.054,35

Ano 3 97,8% 265.275,90 0,587 R$ 12.970,22 R$ 155.642,64 R$ 14.259,57 R$ 141.383,07 -R$ 727.671,28

Ano 4 97,0% 263.240,54 0,616 R$ 13.514,24 R$ 162.170,87 R$ 15.400,33 R$ 146.770,54 -R$ 580.900,74

Ano 5 96,3% 261.205,17 0,647 R$ 14.080,24 R$ 168.962,82 R$ 16.632,36 R$ 152.330,46 -R$ 428.570,28

Ano 6 95,5% 259.169,81 0,679 R$ 14.669,04 R$ 176.028,54 R$ 17.962,95 R$ 158.065,59 -R$ 270.504,69

Ano 7 94,8% 257.134,44 0,713 R$ 15.281,54 R$ 183.378,42 R$19.399,99 R$ 163.978,44 -R$ 106.526,26

Ano 8 94,0% 255.099,08 0,749 R$ 15.918,60 R$ 191.023,22 R$ 20.951,98 R$ 170.071,24 R$ 63.544,98

Ano 9 93,3% 253.063,715 0,786 R$ 16.581,17 R$ 198.974,06 R$ 22.628,14 R$ 176.345,91 R$ 239.890,90

Ano 10 92,5% 251.028,35 0,826 R$ 17.270,20 R$ 207.242,41 R$ 24.438,39 R$ 182.804,02 R$ 422.694,92

Ano 11 91,8% 248.992,98 0,867 R$ 17.986,68 R$ 215.840,17 R$ 26.393,47 R$ 189.446,71 R$ 612.141,62

Ano 12 91,0% 246.957,62 0,910 R$ 18.731,63 R$ 224.779,60 R$ 28.504,94 R$ 196.274,66 R$ 808.416,28

Ano 13 90,3% 244.922,25 0,956 R$ 19.506,11 R$ 234.073,38 R$ 30.785,34 R$ 203.288,04 R$ 1.011.704,32

Ano 14 89,5% 242.886,89 1,003 R$ 20.311,21 R$ 243.734,58 R$ 33.248,17 R$ 210.486,41 R$ 1.222.190,73

Ano 15 88,8% 240.851,52 1,054 R$ 21.148,06 R$ 253.776,71 R$ 35.908,02 R$ 217.868,69 R$ 1.440.059,42

Ano 16 88,0% 238.816,16 1,106 R$ 22.017,81 R$ 264.213,73 R$ 38.780,66 R$ 225.433,07 R$ 1.665.492,49

Ano 17 87,3% 236.780,79 1,162 R$ 22.921,67 R$ 275.060,00 R$ 41.883,11 R$ 233.176,89 R$ 1.898.669,38

Ano 18 86,5% 234.745,43 1,220 R$ 23.860,86 R$ 286.330,37 R$ 45.233,76 R$ 241.096,60 R$ 2.139.765,98

Ano 19 85,8% 232.710,06 1,281 R$ 24.836,68 R$ 298.040,12 R$ 48.852,46 R$ 249.187,66 R$ 2.388.953,64

Ano 20 85,0% 230.674,72 1,345 R$ 25.850,42 R$ 310.205,02 R$ 52.760,66 R$ 257.444,36 R$ 2.646.398,00

Ano 21 84,3% 228.639,33 1,412 R$ 26.903,44 R$ 322.841,32 R$ 56.981,51 R$ 265.859,80 R$ 2.912.257,81

Ano 22 83,5% 226.603,97 1,483 R$ 27.997,14 R$ 335.965,73 R$ 61.540,03 R$ 274.425,69 R$ 3.186.683,50

Ano 23 82,8% 224.568,60 1,557 R$ 29.132,96 R$ 349.595,47 R$ 66.463,24 R$ 283.132,24 R$ 3.469.815,74

Ano 24 82,0% 222.533,24 1,635 R$ 30.312,36 R$ 363.748,28 R$ 71.780,30 R$ 291.967,99 R$ 3.761.783,72

Ano 25 81,3% 220.497,87 1,716 R$ 31.536,87 R$ 378.442,38 R$ 77.522,72 R$ 300.919,66 R$ 4.062.703,38

Utilizando a mesma ferramenta, também foi calculado o Valor Presente Líquido


de R$ 804.684,41. A taxa interna de retorno ficou em 14,22% e o Payback em 8 anos.

71
5.4.1. Comparação com outros índices do mercado financeiro

Para verificar a atratividade do investimento despendido na realização do projeto,


iremos comprar a taxa interna de retorno do mesmo com as taxas rendidas na aplicação
do tesouro direto nacional.

A aplicação no tesouro direto foi escolhida por ser uma segura e confiável forma
de investir capital. As taxas podem ser do tipo pré ou pós-fixadas. Nas pré-fixadas, é
definido um prazo para o investimento a partir de uma taxa de juros previamente
conhecida. Já as taxas pós-fixadas tendem a oscilar de acordo com a variação das
principais taxas de referência do país, como a taxas de juros e da inflação. Como o Brasil
se encontra em um momento econômico delicado, essas taxas proporcionam um bom
lucro devido à atual alta dos juros e da inflação.

Seguem abaixo as principais taxas do mercado:

 TMS (Taxa Média Selic): é a taxa média utilizada nas operações diárias dos
títulos públicos, registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia
(Selic). Esta taxa é apurada através de uma média das taxas utilizadas nas
operações efetuadas com estes títulos e ela que irá definir a remuneração dos
títulos públicos.
 Taxa IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): é a principal
taxa de juros atrelada à taxa de inflação do país. Este investimento representa
uma forma de se proteger contra a inflação, que nada mais é do que a
desvalorização do dinheiro ao longo do tempo.
 Tesouro Prefixado: Neste tipo de investimento a rentabilidade é previamente
estipulada e sabe-se exatamente o quanto será rendido pelo título até a data de
vencimento. Como seu rendimento é nominal, é necessário o desconto da
inflação para se obter o verdadeiro rendimento da aplicação

Através da Tabela 5-8, pode-se observar que o investimento a ser realizado


apresenta uma taxa de retorno maior do que os investimentos no tesouro direto,
explicitando a atratividade do investimento.

72
Tabela 5-8: Comparação com taxas do mercado [32].

Taxa Anual
TIR 14,22%
IPCA + Juros 13,15%
Selic 13,48%
Pré-fixado 13,64%

Portanto, através de todos os índices calculados ao longo deste capítulo, pode-se


observar que, apesar de todas as restrições presentes no país frente a este tipo de
investimento, os mesmos se apresentaram atrativos ao investidor, justificando o
investimento a ser realizado.

73
6. CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou o dimensionamento de um sistema de minigeração


fotovoltaica conectada à rede, como uma alternativa de redução de custos e aumento da
independência energética do galpão logístico Época, tornando-o menos vulnerável a
aumentos da tarifa de energia impostos pela distribuidora. Este dimensionamento teve
como objetivo mostrar o potencial de geração fotovoltaica em galpões, cujos grandes
telhados e elevados consumos de energia se apresentam como pontos favoráveis para a
instalação deste tipo de sistema.
Inicialmente foram apresentados os cenários da geração fotovoltaica, de forma a
se verificar o recente aumento significativo de sua relevância em vários países do mundo,
assim como seu forte potencial e estimativa de crescimento no Brasil, principalmente na
região escolhida. Em seguida, foi realizada uma revisão teórica sobre sistema
fotovoltaico, em conjunto com os seus principais componentes e normas
regulamentadoras.

Em posse da conta de luz do consumidor e da planta do telhado, foi realizada uma


estimativa da quantidade da potência a ser instalada no local e, através da análise de fontes
solarimétricas, foi possível calcular o montante de energia gerada ao longo da vida útil da
planta.

O tipo de telhado e sua inclinação representaram um importante fator a ser levado


em consideração para a definição da disposição dos módulos fotovoltaicos, visto que em
muitos casos podem acarretar na inviabilização do projeto. Levando este fator em conta,
foi escolhida a orientação que apresenta maior simplicidade de instalação,
proporcionando além de menores gastos com estrutura e material, uma forma mais segura
de fixação. Por outro lado, esta disposição não representou o Azimute zero, que é a
orientação que proporciona a maior geração de energia ao longo do ano. A fim de se
observar a disposição dos módulos no local de instalação, foi utilizado o Google Sketch
Up Pro onde, com escalas reais e coordenadas locais, foi possível desenhar todos os 700
painéis do SF dispostos de maneira adequada no telhado.

Após realizado o dimensionamento de toda a instalação, foi feita uma estimativa


de geração de energia e da economia de luz ao longo de toda vida útil da planta. Definidos

74
estes valores, foi realizada uma análise de viabilidade econômica, onde foram calculados
os principais parâmetros econômicos do investimento.

Após o término de todo o trabalho, pode-se observar que os objetivos explicitados


pelo aumento da independência energética do consumidor, e da realização de um
investimento rentável foram atingidos, visto que ele irá gerar cerca de 30% do total de
energia consumida, e que os parâmetros econômicos calculados em cima do investimento
se mostraram atrativos quanto comparados a outros índices do mercado.

Através do fato do telhado escolhido para a instalação ser suficientemente grande


para uma geração maior do que a apresentada neste projeto, e de que esta representa
menos de 30% da energia média consumida no local, foi constatado que a demanda de
potência contratada pelo consumidor representa um significativo limitador para a
geração. Isto ocorre, pois, devido resolução normativa 687 da ANEEL, a geração do
sistema fica limitada à demanda contratada pelo consumidor.

Para contornar este problema, seria necessário o pedido de aumento da demanda


junto à concessionária de distribuição. A fim de realizar o aumento da demanda, seriam
necessárias realizações de obras de infraestrutura na instalação local, pois o sistema
dimensionado costuma ser limitado a atender a potência contratada. Além disso, este
aumento também acarretaria em acréscimos na conta de luz, pois uma parcela da conta é
destinada a este tipo de serviço. Então, a fim de se verificar a viabilidade desta opção,
seria necessária uma análise completa de todos os custos envolvidos assim como os
benefícios por ela proporcionados.

Porém, através do anexo V pode-se observar que o aumento da demanda


contratada não acarretaria em acréscimos significativos no valor total da conta de luz.
Então, dependendo do custo das obras referentes a este aumento, acredita-se que esta
possa vir a ser uma boa solução para que o investimento venha se tornar ainda mais
atrativo, melhorando os índices propostos no capítulo 5.

Apesar disto, o aumento da demanda não foi previamente considerado neste


projeto, pois ele dependeria de um acordo entre o consumidor e a concessionária, o que
não exprime uma certeza quanto à sua realização. Por isso, apesar de desejada uma
geração que utilizasse todo o potencial energético proporcionado pelo telhado do galpão,
a restrição de sua produção foi compensada pela maior precisão e certeza quanto ao
dimensionamento do sistema.

75
Através da recente regulamentação da geração compartilhada pela Resolução
Normativa N°687, onde a geração de créditos de energia em uma unidade passa a poder
ser utilizada em outras unidades do mesmo empreendimento (desde que registrados no
mesmo CNPJ), este trabalho abriu portas no que se diz ao conceito de geração
compartilhada de energia. Portanto, diante de todas as informações adquiridas ao longo
deste projeto de graduação, sugere-se para a realização de futuros trabalhos um estudo
acerca de gerações fotovoltaicas com o objetivo de abastecer não apenas a unidade
geradora, e sim todos os galpões que compõem o condomínio logístico, de modo a
produzir energia solar em escalas ainda maiores.

Dentre as principais dificuldades encontradas na realização deste trabalho


podemos citar a escassez de informações referentes a instalações fotovoltaicas em
grandes centros comerciais e em tudo o que diz respeito aos tipos de conexões realizadas
em empreendimentos deste porte. Entretanto, em posse das abundantes informações sobre
a tecnologia fotovoltaica, resultantes do seu forte crescimento evidenciado ao longo deste
trabalho, foi possível a criação de uma metodologia bem definida para a realização do
mesmo.

Outra dificuldade encontrada na elaboração deste projeto foi o levantamento de


todos os custos dos equipamentos a serem utilizados, visto que para obtenção dos
mesmos, foi necessário o contato direto com seus fabricantes, que nem sempre se
apresentaram solícitos. Para contornar este problema, foram contatados diversos
fabricantes ao redor do mundo, com destaque aos fabricantes chineses.

Diante destas dificuldades, e da prévia falta de conhecimento acerca dos assuntos


abordados neste trabalho, uma busca por informações referentes à realização do mesmo
representou um grande desafio pessoal, inspirando o aluno a sempre buscar por soluções
práticas diante das dificuldades impostas pela engenharia. Dessa forma, este trabalho
contribuiu significativamente tanto para a formação pessoal quanto para o
amadurecimento do aluno.

Assim, através do conhecimento adquirido neste trabalho, pode-se vislumbrar


todo o potencial que a tecnologia fotovoltaica proporciona como um meio de
disponibilizar energia elétrica nas mais diversas localidades, por mais remotas que estas
sejam. No caso do Brasil, esta contribuição representa um grande passo para o

76
desenvolvimento e inclusão social, permitindo que a maior fonte de energia incidente no
planeta seja de todos.

77
BIBLIOGRAFIA

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Fazendária, 2011. Disponível em:
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https://www.cemig.com.br/pt-br/atendimento/corporativo/Documents/ND-
5_30_Requisitos%20para%20a%20conex%C3%A3o%20de%20Acessantes%20ao%20
Sistema%20de%20Distribui%C3%A7%C3%A3o%20Cemig%20%20Conex%C3%A3o
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http://www.vacon.com/ImageVaultFiles/id_3122/cf_2/Vacon-8000-Solar-Brochure-
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[42] HELIOSCOPE.Meet Helioscope. Disponível em:
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[43] EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Taxa de Desconto Aplicada
na Avaliação das Alternativas de Expansão. Brasília, 2013. Disponível em :
http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/consulta_publica/documentos/DEA%2027-
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82
ANEXO I – DADOS DO MÓDULO SOLAR YINGLI SOLAR YGE60
260 – 29B

83
ANEXO II – DADOS DO INVERSOR VACON 8000 SOLAR 30 KW

84
ANEXO III – ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA E COTAÇÃO DAS
CAIXAS DE CONEXÃO

85
ANEXO IV – TABELA PARA DIMENSIONAMENTO DOS CABOS
PARA DIFERENTES TIPOS DE ISOLAMENTO

86
ANEXO V – CONTA DE LUZ DO GALPÃO ÉPOCA – CONTAGEM

87
ANEXO VI – PLANTA BAIXA DA INSTALAÇÃO

88

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