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GEOGRAFIA
CAMPO GRANDE
Junho de 2018.
FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO E
GEOGRAFIA
CAMPO GRANDE
Junho de 2018
Dr. MARCELO AUGUSTO SANTOS TURINE
Reitor
Diretor da FAENG
Coordenadora de Curso
Coordenador da COE
___________________________________
Assinatura
Supervisor do Estágio
___________________________________
Assinatura
Orientador do Estágio
____________________________________
Assinatura
Estagiário
RESUMO
Endereço: R. João Pedro de Souza, nº 561, Bairro Monte Libano, CEP: 79004-680, Campo
Grande – MS
CNPJ: 26.813.651/0001-94
A companhia é formada por diversos engenheiros que já atuam no ramo da saúde por
longa data, contendo experiência: na gestão do parque de equipamentos hospitalares; em
serviços técnicos especializados; no conhecimento das melhores tecnologias a serem adquiridas
pelos hospitais; e na realização de treinamentos aos funcionários da unidade de saúde, de forma
a adequá-los aos procedimentos do hospital e às normas vigentes da área.
EC Engenharia Clinica
CC Centro Cirúrgico
1. Introdução ............................................................................................................................ 10
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2. Fundamentação Teórica
Apesar de ser indispensável, grande parte dos hospitais no mercado nacional não
possuem serviços de engenharia clínica especializada. Por ser uma área relativamente nova, não
existem dados oficiais que dão embasamento formal do quadro atual da implantação da
engenharia clínica no Brasil.
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“Dentre os mais de 6.000 hospitais brasileiros, podem-se encontrar serviços de
engenharia clínica em alguns hospitais universitários, em hospitais privados de maior
complexidade e em alguns institutos especializados. Ainda que boa parte desses hospitais seja
de pequeno e médio porte, existe uma clara defasagem entre o número de serviços de
engenharia clínica existentes e a capacidade hospitalar instalada com base tecnológica” [2].
O quadro atual de serviços disponíveis de engenharia clínica não condiz com a demanda
necessária pelo mercado, no cenário nacional ainda não são muitas as universidades que
oferecem especialização ou graduação na área de engenharia biomédica ou engenharia clínica.
De acordo com o sistema CONFEA/CREA existem, no Brasil, somente trezentos e trinta e nove
profissionais de engenharia biomédica registrados [3]. Isto é, uma realidade muito defasada
com a demanda necessária pelos EAS, como pode ser visto na analise feita em [4] “[...] ainda
existem poucos profissionais qualificados no mercado para a alta demanda de
estabelecimentos de saúde”.
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O grupo de gerência e manutenção deve considerar, também, durante a implantação do
sistema, informações como: a frequência de correções necessárias para cada equipamento ou
modelo; o tipo de manutenção a ser executada por grupo de equipamentos; a média diária de
atendimentos; o nível de dificuldade da execução da manutenção; a decisão da manutenção ser
interna ou externa, dentre outros conhecimentos.
Como pode ser visto, há muitas informações que precisam ser analisadas e organizadas
de maneira eficiente durante a criação de um plano de manutenções, dentre essas, uma que se
destaca é a decisão entre manutenções internas ou externas, dado que na grande variedade de
equipamentos do parque se encontra equipamentos de variadas complexidades de manutenção.
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2.2. Calibrações e Testes de Segurança Elétrica
Existem diversos termos que podem ser confundidos com a calibração, para muitos a
calibração significa “consertar”, “reparar”, “ajustar”, todos estes termos não se referem a
calibração, mas são associados com ela.
Todo e qualquer equipamento que seja utilizado para medição de processos físicos,
químicos ou biológicos, necessita de calibração. Levando em conta a evolução das tecnologias
e o aumento das exigências quanto à qualidade, se torna cada vez mais necessária a calibração
e rastreabilidade dos equipamentos responsáveis por medidas, seja na área da indústria ou na
área da saúde e laboratorial onde foi direcionado o estágio.
Por isso, dentro da gestão e do planejamento das manutenções deve-se realizar o plano
de calibrações e testes de segurança elétrica, estes dois serviços compreendem grande patamar
de importância quanto a seguridade do atendimento dentro da unidade de saúde. Valores de
medidas incorretos podem levar a diagnósticos incorretos do estado de saúde do paciente,
trazendo risco a vida do mesmo. Assim como, equipamentos que não foram analisados
conforme as normas de segurança elétricas, estabelecidas pelos órgãos regulamentadores, se
tornam riscos reais aos pacientes e operadores do aparelho, provendo perigo de choque elétrico.
Com o crescimento das exigências por qualidade sugiram algumas normas em conjunto
entre o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e ANVISA, que
determinam as ações mínimas que devem ser tomadas para assegurar a realização dos testes de
segurança elétrica. Como pode ser visto na norma NBR IEC 60601-1 e em IEC 62353, a
determinação de padrões de segurança elétrica mínimos para a operação do aparelho. Estes
parâmetros de segurança elétrica são analisados por um dispositivo padrão que consegue
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verificar os principais termos exigidos pelas normas, tais como: continuidade de aterramento,
correntes de fuga e resistência de isolamento.
Desta forma, algumas organizações realizam acreditações para o setor da saúde, dentre
estas a de maior destaque é a ONA. A acreditação por parte desta organização privada tem
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grande importância na visibilidade pública que a companhia de saúde possui, onde as
acreditações da companhia podem indicar que a unidade saúde retém ou não níveis de qualidade
e segurança nos procedimentos de serviço ao paciente.
• Nível 1: Segurança
• Nível 2: Gestão Integrada
• Nível 3: Excelência em Gestão.
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3. Atividades desenvolvidas e processos observados
Fonte: Autor.
Boa parte do tempo inicial do período de estagio foi dedicado a estudar o software
Genesis, devido a sua aplicabilidade nos processos que ocorrem dentro da empresa. O programa
tem real funcionalidade nos procedimentos da empresa, dado que o mesmo está vinculado a
todas as ações tomadas no âmbito da companhia, podendo dar rastreabilidade às manutenções
realizadas de forma a comprovar que as mesmas foram feitas.
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3.1. Plano de Manutenções
Fonte: Autor.
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Os equipamentos do exemplo da Figura 3 foram colocados em ordem não alfabética
propositalmente, de forma a mostrar que em uma pequena quantidade de setores do hospital há
uma grande diversidade de aparelhos com características completamente diferentes. No
exemplo é notório, também, que existe uma classificação dos aparelhos quanto a criticidade do
atendimento, podendo estes serem baixo, médio ou alto, como discutido na seção da teoria.
Além disso, verifica-se que alguns dos equipamentos necessitam de manutenções preventivas
periódicas mensais, outros, no entanto, necessitam de manutenções preventivas trimestrais,
semestrais ou até mesmo anuais, diversificando as tomadas de decisões conforme a
especificidade dos aparelhos.
Ainda na Figura 3, pode se ver apenas parte da planilha, isto é, dos equipamentos
cadastrados, no exemplo é observável apenas 17 linhas (114 até 130) de equipamentos,
entretanto a planilha real possui, evidentemente, um número muito maior do que este. Destaca-
se este fato, pois a complexidade de aquisição e análise de dados de um grande número de
equipamentos é uma tarefa exaustiva e que necessita de grande organização dos procedimentos
para que seja factível a sua realização.
Como foi visto na seção anterior, a diversidade dos aparelhos dentro da unidade de saúde
é muito grande, para que fossem entendidas as tomadas de decisões da criação do plano, foi
necessário estudar e conhecer os principais aparelhos do EAS. Inegavelmente, está fora de
cogitação a citação de todos os aparelhos estudados durante o período de estagio, porém a
descrição dos mais importantes deve ser feita.
Para facilitação da descrição dos aparelhos, os mesmos serão apresentados pelos setores
onde se encontram no hospital, começando pelo Centro Cirúrgico (CC), geralmente se tem os
aparelhos de suporte aos procedimentos de cirurgia, como pode ser visto a seguir.
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Bisturi Eletrônico: atualmente as cirurgias não são mais realizadas com bisturis
convencionais, o bisturi eletrônico consiste num aparelho de substituição ao bisturi
convencional que oferece corte e cauterização simultâneos, retendo sangramentos
desnecessários durante a cirurgia. A Figura 4 mostra um destes aparelhos.
Figura 5 – Desfibrilador
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pois consegue alterar a focalização dos feixes de luz podendo se adequar ao tipo de cirurgia
realizada (micro ou macro cirurgias).
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Outro setor do hospital que possui variados equipamentos eletrônicos é o Centro de
Tratamento Intensivo (CTI), devido a necessidade de monitoração do paciente após
procedimentos são utilizados diversos aparelhos que têm este fim, de monitorar ou assistir na
recuperação do paciente.
Bomba de infusão (perfusão): aparelho que controla o fluxo e o volume de fluidos que
serão administrados ao paciente como fármacos ou nutrientes, dando seguridade e precisão na
quantidade que será aplicada ao paciente e no tempo que demorará a ser aplicada.
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Figura 9 – Monitor multiparâmetro
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Oxímetro de dedo: dispositivo de medição da taxa de oxigenação do sangue (SpO2), é
um tipo de aparelho mais simples do que os citados anteriormente, mas que são facilmente
encontrados dentro do CTI. Pode substituir a medição do monitor multiparâmetro em caso de
falha ou falta de acessórios.
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Por fim, será mencionado um último setor do hospital que não envolve diretamente o
atendimento ao paciente, mas que, indubitavelmente, se refere a um dos setores mais
importantes da unidade clínica-hospitalar, a Central de Material e Esterilização (CME). Os
principais aparelhos deste setor são apenas três: autoclave, osmose reversa e seladora. As
manutenções e verificações preventivas destes aparelhos são feitas com maior frequência do
que em outros setores. Pois, quando algum destes equipamentos é parado, grande parte dos
processos do hospital pode ficar sem atendimento.
Figura 13 – Autoclave
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autoclaves. O equipamento separa os sais e minerais da molécula de água, retendo partículas e
direcionando apenas o recurso hídrico puro para a autoclave. A utilização de água purificada
pela osmose é de extrema importância, já que evita incrustações de minérios nas paredes do
maquinário da autoclave, além de não deixar que os instrumentos esterilizados sejam corroídos
(ao longo do tempo) pelos sais e minerais da água.
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Figura 15 – Seladora realizando selagem de papel grau cirúrgico
Após o estudo destes equipamentos e de muitos outros – que não foram citados devido
a objetividade do relatório, pois se houvesse real aprofundamento do funcionamento de cada
aparelho citado já poderia ser feito um trabalho extremamente grande, isto é, quem dirá se
fossem citados todos os aparelhos estudados – foi possível compreender melhor a organização
dos sistemas e setores dentro do hospital, dos procedimentos médicos, da quantidade de
tecnologias usadas, da grande diferença entre cada equipamento e da melhoria que os aparelhos
trouxeram para a segurança e qualidade do serviço ao paciente.
Fonte: autor.
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Figura 17 – Termômetro Padrão com calibração RBC utilizado
Fonte: autor.
Para calibrar centrifugas é necessário um tacômetro padrão, vide Figura 19, também
com calibração RBC. Ao calibrar a centrifuga deve-se posicionar a fita refletora requerida pelo
tacômetro utilizado no lugar onde ocorrerá a rotação da máquina, logo após, dispor o tacômetro
de forma a apontar para a fita refletora, utilizando o suspiro (local que dá acesso visível ao
interior da máquina quando a mesma está fechada). Então, com segurança, ligar a centrifuga na
rotação desejada e comparar com o padrão, escolhendo 3 pontos e fazer 3 medidas por ponto
para inserir os dados na tabela de cálculos para emissão do certificado de calibração
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Figura 18 – Centrífuga em bancada para realização da calibração
Fonte: autor.
Fonte: autor.
Fonte: autor.
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Os procedimentos para todas as calibrações realizadas eram parecidos em sua essência:
sempre a comparação de valores entre o instrumento padrão e os objetos ou aparelhos a serem
calibrados.
Como dito anteriormente, algumas das calibrações realizadas pelo grupo de engenharia
clinica foram acompanhadas e puderam ser realizadas durante o estágio, já outras, com maior
risco de segurança ao paciente só puderam ser acompanhadas, pois todas as calibrações
envolviam a emissão de certificados e documentos, sendo de responsabilidade da engenharia
clinica as informações constadas nestes documentos. Devido a gravidade que alguns aparelhos
podem ter durante a assistência ao paciente, tais como ventiladores pulmonares, não foi possível
a realização própria da calibração deste tipo de equipamento, mas somente o acompanhamento
dos procedimentos e técnicas utilizadas.
Fonte: autor.
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O aparelho utilizado para a realização da análise pode ser visto Figura 21, já com
os acessórios do monitor conectados aos seus pinos de análise. O aparelho é comandado através
de um software da própria fabricante do analisador, que necessita estar instalado em um
computador para comandar os processos iniciais. Após a determinação dos processos a serem
analisados basta realizar o inicio da rotina que o próprio aparelho fará a análise e gerará
automaticamente os dados de certificados, conforme é pedido nas normas.
Fonte: autor.
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manutenção, estas manutenções além de ter um elevado custo pela urgência, podem gerar mais
prejuízos dependendo do tempo necessário para solucionar o problema.
Fonte: autor.
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Figura 24 – Destaque para o filtro de saída do circuito de ventilação
Fonte: autor.
Fonte: autor.
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no local do equipamento, mas na maioria dos casos se descolava o equipamento até o local da
empresa.
Já na primeira etapa foi possível identificar o problema do vazamento, como pode ser
visto nas Figuras 26 e 27.
Algumas dessas manutenções corretivas são exemplificadas nas Figuras 28, 29 e 30, nas
duas primeiras há a realização da manutenção corretiva de um aspirador cirúrgico que não
estava realizando a sucção (ou pressão negativa) desejada.
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módulo que realiza as trocas gasosas e concentra o oxigênio estava danificado e não possuía
possibilidade de reparo.
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4. Conclusão e considerações finais
Diante dos aspectos esclarecidos no decorrer do relatório, pode-se dizer que o período
de estagio compreendeu satisfatoriamente aos objetivos almejados, onde foi possível identificar
diversos conhecimentos teóricos básicos da engenharia no funcionamento dos equipamentos
estudados. Vale destacar que o envolvimento de muitas áreas para o desenvolvimento de
tecnologias hospitalares foi, ao mesmo tempo, um incentivo ao estudo do funcionamento dos
equipamentos, como também uma dificuldade.
Foi notório também que, a gestão da unidade de saúde traz real seguridade aos processos
do hospital e que a engenharia clinica consegue estabelecer medidas claras de soluções para o
seguimento das normas. Antes não era sabido, mas foi importante notar (enquanto cidadão) que
existem melhorias constantes na área da saúde e que os processos destas melhorias são
assegurados por grupos especializados para tal função. Destaca-se este ponto, pois é
reconfortante saber que, em um futuro breve, os atendimentos em hospitais brasileiros terão
qualidade exímia dos seus serviços, justamente pela criação de uma área do conhecimento que
assegura essa qualidade, a engenharia clínica.
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mais de 6000 unidades de saúde no Brasil. Pode-se ver que os números não condizem, a área
da Engenharia Clínica é um mercado em potencial no país e deve ser explorada, pois certamente
haverá demanda.
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5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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