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ELETROTERAPIA

"A FELICIADE NÃO É UM ACIDENTE. NEM É ALGO QUE VOCÊ


ALMEJA. A FELICIDADE É ALGO QUE VOCÊ PLANEJA."

Jim Rohn

Prof: Me. Roger Palma


Conceitos básicos em eletroterapia

Correntes terapêuticas

Considerações gerais
A estimulação elétrica é utilizada como um método de intervenção
fisioterápica em várias patologias. O terapeuta deve conhecer não
apenas a patologia a ser tratada, mas também o mecanismo pelo qual a
estimulação elétrica afeta os tecidos. Caso ignore esses conhecimentos,
o fisioterapeuta não será capaz de escolher um procedimento de
estimulação elétrica seguro e efetivo.

Todos os eletro estimuladores são: estimuladores elétricos transcutâneos


(TES) e a maioria é também estimuladores elétricos nervosos
transcutânos ( TENS ), por serem aplicados através da pele com o
objetivo fisiológico de se exercitar nervos periféricos. Portanto, qualquer
estimulador é uma unidade de TENS se utilizar eletrodos de superfície e
estimular nervos periféricos.
Ajustes das correntes

Frequência: A frequência geralmente é medida pelo número de pulsos


por segundo (Hz–Hertz).
Duração ou Largura do Pulso e da Fase: É a distância que um pulso
percorre no eixo horizontal ( tempo ); o tempo percorrido do começo da fase
até a conclusão da fase final, incluindo o intervalo intrapulso. – Largura de
pulso (T) - Geralmente é usado o µs – microssegundos.
1 segundo (s) = 1.000 milissegundos (ms) 1 ms = 1.000 microssegundos
(µs)

.
– Intensidade (i) Potência, dose ma – miliamperes.
Intervalo Interpulso: É a duração do tempo entre o final de um pulso e
o início do próximo.
O intervalo interpulso dá tempo para que ocorra a recarga mecânica e
química.

Intervalo intrapulso: É a interrupção de um só pulso ou fase.


Entretanto a duração deste deve ser maior que a duração do intervalo
interpulso. Dá tempo para que aconteça determinados eventos
metabólicos ( ex.: Repolarização das membranas celulares ).
Tipos de correntes eletroterapêuticas
corrente contínua

O fluxo unidirecional contínuo ou ininterrupto de partículas carregadas é


definido como corrente contínua (CC).
O fluxo de uma CC pode ser modulado para propósitos clínicos.
Na CC reversa, a direção do fluxo da corrente é invertida. Tal corrente
flui de forma unidirecional por pelo menos 1 segundo, mas pode ser
revertida, interrompida e conter rampa.

Por definição, um estimulador CC não tem pulsos, portanto não tem

parâmetros de pulso ou de forma de onda.


As principais respostas fisiológicas da CC

Na estimulação com CC as mudanças eletroquímicas ocorrem em níveis


celulares e teciduais. A mudança do PH da pele sob o eletrodo causa uma
vasodilatação reflexa, aumentando indiretamente o fluxo sanguíneo arterial
para a pele.

A excitação elétrica afeta apenas fibras nervosas muito superficiais e


normalmente é dolorosa.

Quando o músculo está desnervado, pode-se usar a CC de modo


transcutâneo para estimular diretamente as fibras musculares
desnervadas.

No alívio da dor, com ou sem iontoforese, pode não ser o tratamento de


escolha por causa da estimulação desagradável e potencialmente lesiva;
mas como último recurso, e particularmente quando a dor é causada por
estruturas superficiais, a CC tem de ser considerada.
Corrente pulsada ou interrompida

É definida como o fluxo uni ou bidirecional de partículas carregadas que


periodicamente param por um período de tempo finito. Ela é conduzida como um
sinal ( ou sinais ) de curta duração. Cada pulso dura apenas poucos ms ou µs,
seguidos então por intervalo interpulsos.

Corrente Alternada e Direta

● Alternada: A direção e magnitude do fluxo se invertem, embora a magnitude


possa não ser a mesma nas duas direções, não possui pólo positivo ou negativo
verdadeiro. Os elétrons se movem, para frente e para trás entre os eletrodos.
● Direta: Possuem um fluxo contínuo de elétrons em uma direção. Os elétrons
caminham dos cátodos para os ânodos (galvânicas).
Modulação da CA

São feitas por meio das variáveis tempo e amplitude. A CA modulada por
tempo pode ser subdividida nos modos burst e interrompida. A CA
interrompida prevalece quando a corrente deixa de passar por 1 segundo
ou mais e então passa de novo por alguns segundos, em ciclo repetitivo.
Formas de ondas

Monofásica:

Indica que existe apenas uma fase para cada pulso. Esse tipo de onda
também tem sido chamado de CC. Independentemente do formato da
onda, apenas uma fase ocorre em cada caso. Em um pulso monofásico,
o fluxo de corrente é unidirecional, indicando que a polaridade de um
eletrodo é positiva e a do outro é negativa.
Bifásica:

Quando 2 fases opostas estão contidas em um único pulso, a forma de


onda é definida como um pulso bifásico. Os pulsos bifásicos podem ser
simétricos ou assimétricos. Pulsos simétricos com um intervalo interfase
parecem ter preferência clínica em relação aos pulsos assimétricos,
particularmente se o alvo da excitação forem os nervos motores.
Modulações de corrente

Burst: Criados quando se permite que uma corrente pulsada passe por
alguns milissegundos, em um ciclo de repetição. Podem ocorrer com
pulsos monofásicos ou bifásicos. Os intervalos entre os Burst não
causam uma interrupção fisiológica suficiente da contração muscular, é
que esses intervalos são muito pequenos para permitir um relaxamento
durante uma contração tetânica.

Pulsos interrompidos: Ocorre quando os pulsos mono e bifásicos são


liberados por aproximadamente um segundo ou mais, apresentando o
tempo ON entre 1 a 60 segundos e o tempo OFF entre 1 a 120
segundos. Auxilia no aumento de força muscular, controle motor,
melhora da ADM e na melhora do fluxo sanguíneo venoso.
Rampas ou surge:
A carga do pulso vai aumentar gradativamente dentro de um
determinado período de tempo, permitindo então um aumento
progressivo da contração muscular.

Tal modulação é chamada de rampa de subida e existe também a rampa


de descida, resultando em uma diminuição gradual da sensação dos
estímulos até o fim do tempo ON.

A rampa é provedora de uma estimulação mais confortável para o


paciente.
PARÂMETROS
Parâmetros e dosimetria

• “Quanto maior a frequência, mais agradável ela é”.

• Dose: Fase Aguda – dose baixa


Fase Crônica – dose alta

Fase Aguda Fase Crônica

Frequência(F): ↑ (acima de 100Hz) ↓ (abaixo de 100Hz)

Largura de pulso(T):↓(abaixo de 150µs) ↑(acima de 150µs)

• Tempo ideal de tratamento 30 minutos.


O circuito do corpo

O corpo humano é uma massa de tecidos e fluidos, que tem uma


capacidade variável de conduzir corrente elétrica. A capacidade de o
tecido conduzir eletricidade está diretamente relacionada com seu
conteúdo de água. Se a porcentagem da água no tecido aumentar, sua
capacidade de transmitir eletricidade aumenta.

Os tecidos são classificados como excitáveis e não excitáveis:

Excitáveis: são diretamente influenciados pelos parâmetros de


intensidade, duração do pulso e frequência do pulso da corrente. Neste
sentido a membrana funciona como um capacitor. Ex: os músculos,
nervos, sangue e membrana celular, pois possuem 70% de água em sua
composição.

Não excitáveis: não apresentam resposta direta ao fluxo de corrente,


mas podem ser influenciados pelos campos elétricos causados pela
corrente. Possuem somente de 20% a 30% de água em sua composição
( ex.: ossos, tendões, fáscias, tecido adiposo, cartilagem e ligamentos ).
Potencial de ação e despolarização

É necessário haver uma redução ( despolarização ) ou aumento (


hiperpolarização ) de carga elétrica de membrana celular para que um
potencial de ação se forme. Qualquer estímulo, seja elétrico, mecânico,
químico, térmico ou hormonal, de magnitude suficiente, pode provocar
despolarização. A membrana precisa de cerca de 0,5 ms para recuperar sua
excitabilidade depois de um potencial de ação. Se um segundo impulso com
a mesma intensidade for liberado nesse período, a membrana não vai
transmiti-lo, é necessário um impulso de intensidade maior para ocorrer
outra despolarização.
Aspectos Eletrofisiológicos

Em um estado normal, as fibras nervosas mais calibrozas e as fibras


musculares esqueléticas apresentam uma diferença de potencial entre
os meios intra e extracelulares, que equivale no estado de repouso a
aproximadamente de -70 mV a -80 mV.

Isto se deve às diferentes concentrações iônicas de sódio ( Na+) e


potássio ( K+ ) nos dois meios, apresentando uma eletronegatividade no
meio intracelular ( MIC ) em relação ao meio extracelular (MEC).

A maior concentração de K+ é encontrada no MIC e a maior


concentração de Na+ está no MEC. A negatividade da célula é
consequente não só a esta diferença de concentração iônicas, mas
também à permeabilidade da membrana, que é maior aos íons K+.

A tendência do K+ é migrar para o MEC e inversamente o Na+, na


tentativa de igualarem as respectivas concentrações.
Esta diferença de potencial é mantida às custas da bomba de
sódio/potássio, um transporte ativo contra o gradiente de concentração,
eliminando os íons sódio e levando os íons potássio para interior da
célula. O potencial de ação é uma sequência de três fases, a saber, fase
de despolarização, fase de repolarização e fase de repouso.

O potencial de ação gerado em qualquer ponto da membrana da célula


excitável é capaz de estimular as regiões adjacentes, promovendo a sua
Pontos de estimulação
São áreas da pele que conduzem a eletricidade melhor que outras.

Pontos motores: Cada músculo possui uma ou mais áreas na superfície


da pele que são hipersensíveis ao fluxo de corrente elétrica. São áreas
pequenas, abaixo do local onde os nervos e os vasos sanguíneos
penetram no músculo. Para serem estimulados, necessitam de baixa
intensidade e causam contrações mais fortes.
Pontos gatilhos: São áreas localizadas de dor patológica,
hipersensíveis à estimulação. Ao contrários dos pontos motores, os
pontos gatilhos podem ser encontrados não apenas nos músculos, mas
em outros tecidos moles, como ligamentos, tendões e fáscias.

Pontos de Acupuntura: São locais


específicos da pele fáceis de serem
excitados e condutividade elevada.
Cuidados com a colocação dos eletrodos

- Umedecer os eletrodos com água ou gel;


- Remover sujeira, oleosidade e descamação da pele;
- Remover o excesso de pelos;
- Saturar a esponja com solução salina, e não com água da torneira;
- Substituir os eletrodos quando necessário;
- O tamanho do eletrodo influência na densidade da corrente.
Via de menor resistência e distância dos eletrodos:

Imaginamos que uma corrente elétrica percorre uma linha reta, de um


eletrodo a outro, somente em alguns casos isso é verdadeiro.

Pois os elétrons sempre seguem a via de menor resistência.

As dosagens de muitos tratamentos terapêuticos não tem a força


necessária para superar as resistência dos tecidos entre um eletrodo e
outro.

Em muitos casos, a corrente viaja ao redor da periferia, conduzida


através dos vasos sanguíneos e nervo periféricos.

Quanto mais próximo os eletrodos estão um do outro menor é a


profundidade de seu alcance.
Níveis de estimulação:

Subsensorial: o paciente começa a sentir uma discreta


sensação elétrica, sem contração muscular.

Sensorial: se observa uma ligeira contração muscular, e


em seguida, diminui-se a intensidade de saída em
aproximadamente 10%.

Motor: intensidade que produz uma contração muscular


visível, sem causar dor.

Nocivo: estimulação das fibras de dor.


Objetivos da estimulação elétrica:

Contração Muscular: Qualquer tipo de modalidade eletroterapeutica,


aplicada com uma intensidade suficiente, pode provocar uma contração em um
músculo normal e saudável, despolarizando a membrana do nervo motor.
Quando a estimulação é suficiente, origina-se um potencial de ação, enviando
um sinal para a unidade motora, que resulta na contração muscular.

Essas contrações podem ser utilizadas para retardar os efeitos da atrofia,


reeducação dos músculos, reduzir edema ou aumentar a capacidade de um
músculo saudável em gerar força. A estimulação elétrica é tão eficaz quanto a
contração voluntária.

Os nervos motores são recrutados na contração de acordo com seu tamanho e


proximidade dos eletrodos. Neurônios motores de grande diâmetro são
recrutados antes dos menores e os nervos na proximidade do eletrodo
respondem antes dos mais distantes.
Nervos motores que foram desnervados há menos de três semanas ainda são
capazes de despolarizar-se, podendo ser recrutados com o uso de pulsos de
duração breve.

Quando um músculo é desnervado, a comunicação com as fibras musculares


não podem mais ocorrer por meio do nervo motor, de forma que as fibras devem
ser estimuladas diretamente para provocar uma contração.

O músculo desnervado reage à estimulação galvânica ou monofásica, de


duração de fase longa, mas não reage as CAs ou correntes em pulsos de curta
duração.

Isso ocorre, porque quando se usa CD, ela flui por muito tempo em uma direção,
permitindo a despolarização das membranas dos músculos.

Nas lesões medulares espinhais em que os nervos periféricos estão intactos, as


contrações do músculo ainda podem ser obtidas com o uso de estimulação não-
galvânica.
Controle da Dor: A estimulação elétrica pode simplesmente “mascarar” a
dor ou encorajar o corpo a liberar substâncias que controlam a dor, os opiáceos
endógenos (ex: serotonina e encefalinas).

Correntes de curta duração e de alta frequência, no nível sensorial ativam o


mecanismo de portão de controle da dor. A estimulação de nervos sensoriais
fecha o portão para a transmissão da dor.

Já a estimulação de alta intensidade, baixa frequência e de longa duração no


nível nocivo estimulam a liberação de opáceos naturais do corpo, as ß-
endorfinas, produzidas pela glândula hipófise e as encefalinas produzidas pela
medula espinhal.

No início do controle da dor, a eletroterapia estimula o corno posterior da medula


espinhal. A ativação dos neurônios dos tipos I, II, III e IV pode fazer com que o
corno dorsal transmita menos informações nocivas para os níveis supra-
espinhais.
Teoria da Comporta de Controle de Modulação da Dor:

A informação sensorial entra no portão espinhal localizado no corno dorsal da


medula espinhal (localizada na área cinzenta), por meio de fibras A-beta grandes,
rápidas e mielinizadas. Os impulsos dolorosos entram pelo portão, por meio de
fibras C e A-delta mais lentas e de pequeno diâmetro.

Os interneurônios provenientes de cada um desse tratos se projetam na


substância gelatinosa (S.G.), e depois, a partir da SG, afetam a célula T. A
atividade ao longo das fibras A-beta rápida estimula a SG a exercer uma
influência inibitória sobre os impulsos dolorosos que são conduzidos no trato da
dor.
Cicatrização da Lesão:

Dependendo da polaridade do eletrodo, certos mediadores inflamatórios,


inclusive neutrófilos, macrófagos, células epidérmicas e fibroblastos, são
atraídos ou repelidos. Esta corrente elétrica estimula a hidratação, eleva
o número de receptores de fator de crescimento, aumenta a taxa de
formação de colágeno, estimula o crescimento de fibroblastos e de
tecidos de granulação e reduz o número de mastócitos.

Finalmente, os leucócitos migram em direção ao ânodo, resultando em


aumento de coagulação do sangue.

Nas feridas superficiais abertas sua eficácia é devido ao aumento da


circulação, aumento da formação de coágulo, efeito antibacteriano,
influência sobre a migração das células.
EFEITOS FISIOLÓGICOS:

- Vasomotores: é o resultado da estimulação nervosa autônoma, promovendo


vasodilatação mais acentuada sob a placa negativa, devido a mudança do pH da
parte do corpo sob o eletrodo, aumentando indiretamente o fluxo sanguíneo
arterial na região tratada.

- Neuromusculares: As respostas excitatórias podem ser observadas apenas


se a CC for interrompida, afetando apenas fibras nervosas muito superficiais e
normalmente é dolorosa. Quando o músculo está desnervado, o fisioterapeuta
pode usar a CC interrompida de modo transcutâneo para estimular diretamente
as fibras musculares. O efeito superficial causa somente contrações isoladas
com grande percepção dolorosa, conferindo uma efetividade clínica muito
limitada à C.C. I.
A corrente Galvânica também chamada de direta, caracteriza-se por ser
unidirecional, podendo ser revertida, também é constante, de baixa voltagem.
Sua polaridade fixa, pólos + e -, provocam fenômenos físicoquímicos
manifestados pela dissociação molecular e posterior migração dos íons para os
pólos da corrente. Esse fenômeno é chamado de ionização.
Quando a corrente Galvânica é aplicada sobre a pele, com intensidade elevada,
provoca dissociação das moléculas de suor e posterior transporte dos íons Na+
e Cl- para os pólos negativos e positivos, respectivamente. Ocorrendo a
formação de ácido clorídrico sob a placa positiva, causando a necrose de
coagulação.

Sob a placa negativa é formado o hidróxido de sódio, causando o fenômeno de


liquefação.
Devido ao fluxo prolongado da CC, a amplitude da corrente deve ser
extremamente baixa, e então, o efeito direto está limitado aos tecidos
superficiais (ex.: pele).

Além de sua forma contínua, com finalidade analgésicas, hoje em dia ela
também pode ser aplicada de forma pulsátil, com voltagem elevada, ou seja,
acima de 100 e até 500 V. A maior vantagem neste tipo de corrente é que ocorre
uma discreta estimulação cutânea, a tornando mais confortável.
Os melhores resultados foram obtidos com o alívio da dor, redução o edema (
tanto na fase aguda como crônica), redução de fibroses, resolução de
hematomas, cicatrização de feridas, redução do espasmo muscular e
reeducação muscular.

O estimulador Galvânico produz ondas monofásicas, interrompidas, cuja


duração de pulso é fixa, em torno de 200µs.

A intensidade, a polaridade e a frequência são controladas de acordo com a


receptividade do paciente.

A frequência varia de 2 a 100Hz, dando à estimulação Galvânica pulsátil de alta


voltagem características semelhantes às de TENS.

Apesar da alta voltagem, a intensidade média da corrente é mínima, o que a


torna agradável e segura. A estimulação pode ser subaquática, quando se
deseja tratar as extremidades.

A duração da sessão é de 20 a 30 minutos.

Não é utilizada em músculos desnervados, e nem para a iontoforese, devido a


sua alta voltagem.
São correntes alternadas, monofásicas ou difásicas. Normalmente são ondas
sinusóides com frequência de 100Hz. Resultando em um pulso monofásico de 5
ms.

A corrente monofásica (MF), tem frequência de 50Hz, com impulso e intervalo


interpulso de mesma duração, 5 ms.

Enquanto que a difásica (DF), apresenta uma frequência de 100Hz, e impulsos


seguidos, sem intervalo.
A combinação entre as duas correntes geram as correntes de curto período
(CP), na qual as correntes MF e DF se alternam a cada segundo.

Na modulação de longo período (LP), tem rampas de subida e descida na fase


DF, que se alternam com pulsos MF em períodos de 5 a 7 segundos. Sua
importância clínica ainda não foi adequadamente documentada.

A modulação Ritmo Sincopado (RS), é uma forma de corrente monofásica t=1s,


com pausas intercaladas de R=1s. Por ser uma corrente basicamente
estimulante atua nas atrofias musculares leves.
A corrente Diadinâmica, por causa de sua longa duração de pulso, é muito
desconfortável.

A analgesia se dá pela elevação do limiar de dor através da excitação das fibras


nervosas sensitivas, causando um bloqueio aos impulsos dolorosos.

A hiperemia é o resultado da vasodilatação e melhora da circulação em áreas


pouco vascularizadas, além do aumento da reabsorção tecidual, auxiliando na
resolução de exudatos inflamatórios
CARACTERÍSTICAS DAS CORRENTES:

- M.F. , gera uma sensação desagradável de vibração e contração muscular. É


indicada para o tratamento da dor, distúrbios circulatórios e estimulação
muscular;

- D.F. , proporciona uma sensação de prurido ou formigamento e, se em


intensidade mais elevada causa contração muscular. Provoca boa analgesia e
relaxamento, porém de curta duração, e é indicada como preparatória para a
aplicação das demais correntes Diadinâmicas;

- C.P. , produz forte efeito analgésico e vasomotor. Está indicada para redução
de edemas e dor, pois aumenta consideravelmente o fluxo sanguíneo. Produz
contrações rítmicas que contribuem para reduzir o edema, dor e espasmo
muscular;

- L.P. , proporciona uma sensação desagradável de formigamento, devendo ser


precedida pela D.F., produzindo efeito analgésico e espasmolítico eficaz e
duradouro.

-R.S.,contração muscular leve.


Em uma sessão, pode-se combinar as diferentes formas de ondas, obtendo-se
vários efeitos. Recomenda-se sempre iniciar a aplicação com a corrente DF, para
aumentar o limiar de sensibilidade, permitindo a aplicação das demais correntes,
minimizando suas sensações desagradáveis.

COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS:

- São colocados de acordo com a patologia e a área a ser tratada;

- Para o tratamento da dor: coloca-se o eletrodo negativo sobre a área dolorosa e


o positivo sobre a área menos sensível;

- Tratamento dos nervos superficiais: o eletrodo negativo fica distal ao positivo


sobre o trajeto do nervo;

- Tratamento de distúrbios circulatórios: os eletrodos são colocados ao longo dos


vasos sanguíneos, do centro para a periferia, o negativo distal ao positivo;
- Tratamento de artropatias: se colocam os eletrodos de forma transversal;

- Tratamento muscular: os eletrodos são colocados sobre os m.m., sendo o


negativo sobre o ponto mais dolorido.

A intensidade deve ser inferior ao limiar de dor, isto é, o paciente deve sentir
claramente as sensações das correntes, sem que cause dor.

Contrações leves podem ocorrer. A duração do tratamento está relacionado com


a acomodação das fibras.

Deve-se esperar que as sensações da corrente cessem antes de interromper a


sessão ou mudar de corrente. Não se deve ultrapassar 10 minutos para cada
tipo de corrente.
ESTIMULADORES ELÉTRICOS NERVOSOS TRANSCUTÂNOS
(TENS):
Geralmente as unidades de TENS produzem uma saída elétrica com uma forma
de onda característica, com um pulso bifásico. Normalmente, as unidades
podem ser operadas em um ou mais modos de estimulação (ex: convencional,
baixa frequência/alta intensidade, breve-intensa, burst, modulada ou
hiperestimulação).
É indicada para tratamentos de dores agudas e crônicas, desde processos
inflamatórios, traumáticos, até sequelas álgicas de processos infecciosos.
Também possui eficácia no período pós-operatório, aliviando a dor, e diminuindo
o uso de medicamento narcótico e melhorando a mobilidade articular. A resposta
no entanto, é variável de paciente para paciente, necessitando-se um ajuste
individual dos parâmetros.
Os eletrodos devem ser posicionados de forma a se adequarem ao movimento
do corpo, os pinos dos cabos devem ficar perpendicularmente ao plano de
movimento.

O modo ideal de TENS , deve ser determinado para cada paciente, com o
objetivo de se conduzir um tratamento efetivo. O protocolo pode necessitar de
mudanças para proporcionar um alívio da dor e uma melhora da função. A TENS
parece ser mais efetiva para dores periféricas do que para as de origem central.

INDICAÇÕES, CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES:

As principais indicações são o alívio sintomático e o controle de dores crônicas


intratáveis e como um coadjuvante no controle de dores agudas pós-cirúrgicas e
pós traumáticas. De uma forma geral a TENS não tem poder curativo.
Pacientes com neuropatias periféricas metabólicas com hiperestesia ou perda
sensoriais importantes, ou estados de dor central, associadas à uma lesão de
medula espinhal, geralmente não se beneficiam das TENS.

O uso da TENS com pacientes que possuem marca-passo cardíaco de


demanda (sincrônico) é a única contra-indicação a essa modalidade, pois os
marca-passos podem ser bloqueados.

Apesar da TENS ter sido usada com segurança em áreas próximas aos marca-
passos de frequência fixa (assincrônicos) e em áreas distantes dos marca-
passos de demanda (sincrônicos), os efeitos da estimulação de intensidade alta
e o posicionamento dos eletrodos na caixa torácica ainda não foram bem
determinadas.

Com o objetivo de uma segurança para o paciente e para o terapeuta, o


paciente com marca-passo deve ser monitorado com frequência.
São precauções específicas para o uso da TENS:

# O uso com marca-passo de demanda deve ser reconhecido como perigoso;

# Os eletrodos não devem ser colocados sobre a parede torácica anterior, em


pacientes com histórico de problemas cardíacos;

# A estimulação sobre o seio carotídeo, pode induzir reflexamente uma


desaceleração do coração, queda da pressão arterial ou desmaio;

# Deve-se considerar que a segurança da TENS durante a gravidez e o trabalho


de parto ainda não foram estabelecidas. Pois pode suprimir a dor, privando o
paciente do mecanismo protetor contra uma lesão aguda;

# O uso da TENS na presença de irritação da pele deve ser evitando, o uso


impróprio pode causar queimaduras;
# Deve-se utilizar com cautela essa modalidade nas síndromes dolorosas não
diagnosticadas;

# Pode-se proporcionar ao paciente uma redução da dor e do espasmo


muscular, o que permite uma avaliação e um diagnóstico mais específicos;

# A resposta do tratamento pode ser influenciada pelo estado psicológico do


paciente e pelo uso de drogas;

# Estimulações intensas, especialmente as associadas à contração muscular,


pode levar a fraturas, rompimentos de suturas e de outros tecidos frágeis;

# A estimulação sobre olhos e interna, nas membranas mucosas, tende a


produzir irritação e outras lesões;

# Estimulação na laringe pode levar a restrições nas vias aéreas;

# Os efeitos em pacientes com AVE, ataques isquêmicos transitórios, ataques


epiléticos, ou a estimulação na cabeça e regiões cervicais superiores não estão
muito bem estabelecidos, sendo necessário uma supervisão cuidadosa;

# Atenção com uso da TENS em pacientes confusos ou incapazes.


MODOS DE TENS

● MODO CONVENCIONAL: É caracterizado por uma alta frequência e por uma


baixa amplitude. É utilizada entre 10 a 100 pps e uma amplitude que produz uma
estimulação cutânea confortável e sem contração muscular. Frequências de
aproximadamente 60 pps são ótimas para produzir alívio da dor, e frequências
na faixa de 80 a 200 pps pioram a dor em alguns pacientes. A amplitude é
baseada numa duração de pulso curta, entre 50 a 100 µs. Uma curta duração de
pulso favorece uma estimulação preferencial de neurônios aferentes
mielinizados de grande diâmetro.
Como essa corrente causa a acomodação,
deve-se periodicamente aumentá-la
(intensidade ou duração de pulso).
● MODO DE BAIXA FREQUÊNCIA/ALTA INTENSIDADE: Também chamado de
TENS acupuntura, é caracterizado por alta amplitude e por uma baixa
frequência (menor que 10 pps), geralmente entre 1 a 4 pps. A duração de pulso
varia normalmente de 100 a 300 µs.
A intensidade é ajustada para produzir uma contração visivelmente forte e
rítmica da musculatura. O batimento dessa técnica é desconfortável, porém
sempre no limite de tolerância do paciente. Essas técnicas de alta intensidade
são tidas como mais resistentes à acomodação.

● MODO BREVE E INTENSO:


Esse modo denota uma estimulação com alta amplitude e uma alta frequência,
porém uma amplitude um pouco mais baixa é as vezes utilizada. A frequência
utilizada tipicamente é de 60 pps até mais de 150 pps, numa faixa capaz de
produzir uma significativa fadiga muscular com a estimulação contínua. A
duração de pulso é de 50 a 250 µs. A intensidade é ajustada para produzir
●MODO BURST:
Também chamado de trem de pulso ou acupuntura. Tem sido utilizado na
tentativa de aumentar a receptividade do paciente à estimulação de alta
frequência (60 a 100 pps), duração de pulso entre 50 até 200 µs. Aqui também,
tanto os ajustes de alta quanto os de baixa amplitude são utilizados. A
estimulação de alta amplitude produz contração tetânica intermitente do músculo
e parestesia; já a de baixa intensidade causa apenas a parestesia pulsátil.

ALTERNATIVAS DE COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS: Uma variedade de


opções de colocação de eletrodos permitem que se atinjam estruturas
neuromusculares e ajudam a assegurar a eficácia da estimulação.
Para se localizar o nervo periférico ou pontos motores, o terapeuta irá colocar
um eletrodo do mesmo canal na palma da mão do paciente e outro em sua mão,
e com o dedo indicador da mesma mão irá investigar a pele do paciente à
procura dos nervos periféricos ou pontos motores.

O aparelho deverá estar com uma largura de pulso baixa e uma frequência entre
30 a 50 pps, já a intensidade deverá ser aumentada gradativamente. Nos pontos
onde o paciente e o terapeuta sentirem uma parestesia mais forte, estão
localizados o nervos e os pontos motores.

EFEITOS BIOFÍSICOS: A TENS diminui a percepção da dor pelo paciente,


reduzindo a condutividade e a transmissão dos impulsos dolorosos das
pequenas fibras de dor para o SNC.

Afetando as grandes fibras motores, a TENS pode interferir no padrão normal de


proteção do músculo (espasmo muscular), reduzindo os estímulos dolorosos.
A frequência e a duração do pulso, combinadas com a intensidade da corrente,
ativam respostas em diferentes níveis de modulação da dor. A redução da dor
associada com a aplicação da TENS ocorre, principalmente, por meio da
modulação do SN no organismo.

Essa modalidade deve ser empregada com outras terapias que visem tratar a
origem da dor.
TENS DE ALTA FREQUÊNCIA (NÍVEL SENSORIAL):
O tratamento convencional com TENS, ativa o portão modulador da dor no nível
da medula espinhal. Os impulsos dolorosos são transmitidos ao longo dos
nervos de pequeno diâmetro, amielinizados e de transmissão lenta, ao passo
que a informação sensorial não dolorosa percorre mais rapidamente os
neurônios de diâmetro maior. Em virtude de curta duração da fase e da elevada
frequência de pulso utilizadas na TENS convencional, as fibras nervosas A-β, de
grande diâmetro, são estimuladas seletivamente. A ativação das fibras nervosas
A-β provoca a inibição pré-sináptica das fibras A-δ e C na substância
gelatinosas, bloqueando a transmissão dos impulsos dolorosos pelas células T.

Em outras palavras, o portão é fechado para a transmissão da dor e aberto para


transmissão de informações sensorial. A estimulação de alta frequência e de
baixa intensidade, diminui a atividade de nervos excitáveis espontaneamente,
reduz a atividade dos neurônios de corno dorsal excitados por estímulo nocivos
e diminui a atividade neural. A TENS elevada é eficaz no tratamento de lesões
agudas de tecidos moles, mas deve-se tomar cuidado para não ocorrerem
contrações musculares indesejáveis, também é empregada em dores
associadas com distúrbios musculoesqueléticos, dor pós-operatória, condições
inflamatórias e dor miofascial.
TENS DE BAIXA FREQUÊNCIA (NÍVEL MOTOR):

É aplicada com frequência de pulso baixa ( 2 a 4 pps), longa duração da fase


(150 a 250 µs) e em intesidade de nível motor, em sessões que duram no
mínimo 45 minutos. Ativando as fibras motoras e os nociptores de pequeno
diâmetro. Admite-se que a analgesia obtida com este método ocorra em razão
da liberação de β-endorfinas.

A TENS de baixa frequência e de alta intensidade estimula a glândula hipófise a


liberar substâncias químicas que estimulam a produção das β-endorfinas que
combatem a dor. Ligando-se aos sítios dos receptores das fibras A-δ e C,
bloqueando a transmissão da dor.

TENS de baixa frequência pode ser utilizada no tratamento de dor crônica, dor
provocada por lesões de tecidos profundos, dor miofacial e dor causada por
espasmo muscular. Uma vez que este método de aplicação pode acarretar
contrações musculares, deve-se tentar evitar qualquer movimentação articular
que possa ser contra-indicada.
TENS BREVE-INTENSA (NÍVEL LESÃO):

ATENS é liberada em frequência de pulso elevada (maior que 100 pps), pulso de
longa duração (300 a 1.000 µs) e intensidade no nível motor, com sessões de
tratamento variando de poucos segundos a poucos minutos. O alívio da dor é
obtido por mecanismo de ativação localizados no tronco central, que amortecem
ou amplificam os impulsos dolorosos.

A estimulação intensa, ativa os mecanismos neurais ascendentes que, ao


alcançarem o cérebro, deixam a pessoa consciente da dor provocada pela
estimulação. Durante a passagem do impulso no mesencéfalo, forma-se um “
curto-circuito” que estimula a liberação de opiáceos endógenos. É ativado um
sistema descendente de supressão de dor que faz o impulso descer pela
medula.

Nela, os opiáceos inibem a liberação da substância P (neurotransmissor de


impulsos nocivos), bloqueando a transmissão da dor. Com este protocolo,
consegue-se um elevado nível de analgesia, mas os efeitos são mais transitório.
Como está técnica oferece pouco tempo de analgesia, é recomendada para
redução da dor antes de exercícios de reabilitação.
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL (FES):

É a aplicação da corrente elétrica pulsátil sobre nervos e músculos, promovendo


contração muscular com resultados funcionais. A corrente se caracteriza por
uma frequência que varia de 10 a 80 Hz, duração de 0,2 a 0,5 ms e intensidade
suficiente para superar o limiar motor.

As fases de ascensão e descida são inclinadas, evitando mudanças bruscas,


aproximando-se das condições fisiológicas para contração muscular. O tempo
de duração da contração muscular é de alguns segundos, ajustáveis para cada
paciente, evitando-se contrações prolongadas que levam à fadiga muscular.
Os eletrodos devem ser colocados sobre os nervos ou pontos motores dos
músculos. A FES, quando aplicada em músculos paréticos, reduz a atrofia e o
risco de trombose venosa, melhora a circulação sanguínea e reduz a
espasticidade. A FES pode ainda, favorecer a reorganização do ato motor,
auxiliar na reeducação neuromuscular, estimulando a movimentação voluntária e
a propriocepção.

A FES também pode ser prescrita para o tratamento da incontinência urinária,


bexiga neurogênica, escolise idiopática, em alguns casos de esclerose múltipla,
ganho e manutenção de ADM, facilitação e fortalecimento muscular ou
substituição de órteses no período pós-operatório de cirurgias ortopédicas.
Não respondem bem, pacientes com lesão do neurônio motor inferior,
neuropatias periféricas, miopatias degenerativas e espasticidade acentuada.
É indicada principalmente na hemiplegia e lesão medular, situações em que há
lesão do neurônio motor superior e espasticidade, embora possa ser utilizado
em outras lesões do SNC.
Nos pacientes com lesão medular, é um recurso auxiliar para o
recondicionamento muscular, treino de ortostatismo e marcha.
As contra-indicações são para pacientes com deformidade articular por mal
posicionamento ou calcificação periarticular, condições clínicas precárias, lesão
medular abaixo de T12 , acometimento do neurônio motor inferior, obesidade.
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR
É utilizada na reeducação muscular, redução de espasmo, retardo da atrofia e
fortalecimento muscular. O emprego da E.E.N.M., reverte a ordem na qual as
fibras musculares são recrutadas para a contração. Durante as contrações
musculares, os nervos motores de pequeno diâmetro do tipo I são os primeiros a
se contraírem. Por sua própria constituição, as fibras do tipo I não geram muita
força, mas são capazes de manter a contração por um período prolongado.
Como as fibras do tipo II são capazes de produzir mais força, o vigor da
contração aumenta. Isso é resultado do tamanho do nervo e de sua
profundidade.
Então a E.E.N.M. provoca, em primeiro lugar, a despolarização dos nervos de
grande diâmetro, porque oferece menos resistência ao fluxo da corrente. Além
disso, os nervos motores do tipo II, sendo mais superficiais recebem estimulação
maior do que os nervos do tipo I mais profundos.

Os geradores de E.E.N.M. utilizam a onda bifásica. A estimulação


neuromuscular é uma modalidade dependente da frequência (torque).

A resistência capacitiva do tecido é inversamente proporcional à frequência da


corrente. Os parâmetros utilizados nos geradores de E.E.N.M. geralmente são:
- intensidade até a tolerância, duração de pulso de 50 a 300 µs e frequência de 1
a 200 pps.
EFEITOS BIOFÍSICOS

●Estimulação neuromuscular:

Em virtude da grande amplitude e longa duração do pulso, a E.E.N.M. fornece


estimulação maior que outras formas de estimulação elétrica. Porém, o aumento
da duração dos pulsos causa aumento da estimulação das fibras nervosas da
dor. Quando o objetivo da sessão é elevar a força muscular, a saída do
tratamento deve ser tão grande quanto o paciente suportar, se o objetivo for
reeducação muscular, só é necessário uma suave contração tônica para dar o
início.
As contrações musculares obtidas por meio de E.E.N.M. elevam o fluxo
sanguíneo periférico na área estimulada. Isso acontece como resultado do
aumento da taxa metabólica associada com as contrações. Também podem
ocorrer alterações simpáticas do fluxo sanguíneo no lado oposto do corpo.

●Redução de edema: O retorno venoso e linfático são intensificados por meio


da ordenha dos vasos pelas contrações. Como o objetivo deste método é
produzir contrações musculares individuais, utiliza-se uma frequência reduzida
(1 a 10 pps). A intensidade da corrente pode originar uma contração visível, mas
não deve provocar movimentos articulares indesejáveis. Os efeitos são
intensificados se o membro estiver colocado em posição não dependente da
gravidade.
● Colocação do eletrodo: Os eletrodos são colocados sobre as
terminações proximais e distais do músculo ou grupos musculares.

Conforme os eletrodos são colocados mais próximos, o efeito da


estimulação se torna mais superficial e a intensidade relativa da
contração diminui.

O método quadripolar é mais utilizado quando se faz necessário o


estímulo dos grupos agonistas e antagonistas.

Os eletrodos devem ser do tamanho necessário para estimular os


tecidos desejados, porém eletrodos muito pequenos provocam uma
Duração e frequência do pulso: o tratamento para reeducação muscular pode
ser administrado diariamente, mas como em qualquer programa de
condicionamento muscular, o paciente deve ser monitorado para evitar dores.
Os tratamentos para retardar a atrofia são aplicados durante o dia, com o uso de
um estimulador portátil.

Precauções:

● o uso impróprio pode queimar o eletrodo ou provocar irritação da pele;


● a estimulação prolongada ou intensa pode causar espasmo muscular e/ou dor;
● contração elétrica induzida pode gerar tensão muito intensa dentro do músculo
( a função do OTG é anulada).
INDICAÇÕES:

● Manutenção da ADM;
● Reeducação muscular;
● Prevenção de contratura articulares;
● Prevenção de atrofia por desuso;
● Aumento da irrigação sanguínea local;
● Redução do espasmo muscular.

CONTRA-INDICAÇÕES:

● Semelhantes as da E.I.F.;
● Lesões musculotendinosas, nas quais a tensão produzida pela
contração danificará ainda mais as fibras musculares ou tendinosas;
● Casos em que não há uma inserção segura do músculo no osso.
As C.Is. geram duas CAs em dois canais separados. Um canal produz uma onda
senoidal de alta frequência (4000 a 5000 Hz) e o outro produz uma onda
senoidal de frequência variável. Esses canais se combinam para produzir uma
onda de interferência, que possui frequência de 1 a 100 Hz, essa corrente de
interferência resultante encontra-se em uma faixa de frequência que permite a
estimulação eficaz de tecidos biológicos.
Quando duas ondas estão em fase perfeita, isto é, os comprimentos de onda
são iguais e as fases cruzam o valor de referência no mesmo ponto, a amplitude
da onda combinada é igual à soma de suas duas partes.
Esse efeito é chamado interferencial construtiva, pois as duas formas de onda
constroem uma única ainda maior.

O efeito oposto ocorre na interfêrencia destrutiva. Nesse caso, duas formas de


onda ficam completamente fora de fase.
O pico positivo da primeira forma de onda ocorre no mesmo ponto do valor de
referência horizontal do pico negativo da segunda onda. Quando essas duas
ondas se encontram a amplitude de uma cancela a da outra, resultando em uma
intensidade de onda igual a zero.

A resistência capacitiva da pele é inversamente proporcional a frequência da


corrente.
EFEITOS BIOLÓGICOS:

CONTROLE DA DOR: Os mecanismos são semelhantes ao da TENS.


Frequência com pulsação elevada, cerca de 100 Hz, quando acompanhadas por
estimulação no nível sensorial, ativam o portão espinhal, inibindo a transmissão
de impulsos nocivos. Frequências com pulso reduzido, de 2 a 10 Hz, quando
combinadas com intensidades de nível motor, iniciam a liberação de opiáceos e
provocam uma redução de dor. A estimulação de pontos de acupuntura, com
frequência de 30 Hz afeta uma variedade mais ampla de receptores, mas a
redução da dor tende a ocorrer em menor grau.

ESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR: Frequência de pulso média, de


aproximadamente 15 Hz, podem ser empregadas para redução de edema. Os
retornos venoso e linfático podem aumentar com contrações musculares. A EIF
parece não elevar de forma significativa o fluxo sanguíneo na área danificada.
REDUÇÃO DO EDEMA: O edema crônico pós-traumático pode ser reduzido
com o uso de EIF. Este efeito é atribuído à ordenha dos sistemas de retorno
venoso e linfático por meio de contrações musculares eletricamente provocados.

COLOCAÇÃO DE ELETRODO

►TÉCNICA QUADRIPOLAR: Os quatro eletrodos são colocados ao redor da


área dolorida, de forma que cada canal corra perpendicular ao outro e que a
corrente cruze o ponto médio. Os efeitos da interferência ramificam-se em
ângulo de 45° a partir do centro do tratamento, os tecidos dentro dessa área
recebem o efeito máximo do tratamento. Quando os eletrodos são posicionados
de forma correta, a estimulação deve ser sentida apenas entre os eletrodos, não
embaixo deles.
COLOCAÇÃO BIPOLAR: Quando se aplica a técnica bipolar, a mistura dos dois
canais ocorre dentro do gerador, e não nos tecidos.
São utilizados dois canais dentro do gerador, com um único canal de saída,
aplicado aos tecidos. A EIF bipolar gera uma mistura mais precisa, embora não
penetre nos tecidos a uma profundidade tão grande quanto a aplicação
quadripolar. Quando o objetivo for a contração muscular, utiliza-se colocação
bipolar.

DURAÇÃO DO TRATAMENTO: A EIF pode ser aplicada por uma ou duas vezes
ao dia, em sessões de tratamento variando, de 15 a 30 minutos.
PRECAUÇÕES:

● O uso impróprio pode queimar o eletrodo ou causar irritação da pele;


● A estimulação prolongada ou intensa pode causar espasmo muscular e/ou dor
muscular.

INDICAÇÕES:

● Dor aguda;
● Dor crônica;
● Espasmo muscular.
CONTRA – INDICAÇÕES:

● Incapacidades cardíacas (próximo a área);

● marca passo de demanda, o fluxo da corrente pode interferir no funcionamento


do aparelho;

● Gravidez ( abdomém, lombar e pelve);

● Lesões cancerígenas (crescimento ou disseminação do tumor);

● Áreas infectadas;

● Implantes metálicos expostos;

● Áreas de particular sensibilidade nervosa (seio carotídeo, esôfago, laringe,


região sobre ou ao redor dos olhos, parte superior do tórax, região temporal);

● Obesidade severa, o tecido adiposo pode oferecer isolamento contra a


estimulação;

● Dor de origem central;

● Dor de origem desconhecida.


Parâmetros e dosimetria

Fase Aguda Fase Subaguda Fase Crônica

AMF ↑(acima de 100Hz) 75 e 100Hz ↓ (abaixo de 75Hz)

∆F Geralmente 50% da AMF

SLOPE: 6/6 1/5/1 1/1

• Tempo ideal de tratamento 30 minutos;

• Dose: Fase Aguda – dose baixa; Fase Crônica – dose


alta
O termo corrente russa aplica-se aos estímulos nos quais uma saída contínua
de corrente de onda sinusóide de aproximadamente 2.500 a 5.000 Hz é
modulada de forma a produzir 50 bursts por segundo (bps). Cada burst é na
verdade, um pulso polifásico. A CR pode ser definida como uma C.A modulada
em tempo.

A duração de pulso é de 400 a 200 microssegundos, diminuindo a duração da


fase até uma faixa relacionada a uma estimulação relativamente confortável.
Além disso, deve-se compensar a duração mais curta por meio do aumento da
amplitude do pulso para que se inicie uma estimulação dos nervos periféricos.

Para se reduzir a saída da corrente, foi escolhida uma onda sinusóide modulada
em tempo (50 bps), com intervalo interburst de 10 ms. Tais burst reduzem um
pouco a corrente e permitem que se aumente a amplitude e, portanto, a
intensidade, fazendo com que se consiga uma estimulação motora muito
intensa.

Uma limitação da CR inclui uma percepção mais desconfortável, duração da


fase fixa, o que dificulta o ajuste individual para o conforto do paciente.
O principal efeito fisiológico direto da C.R ocorre em nível celular, mas também
ocorre indiretamente em níveis teciduais, segmentares e sistêmicos, melhorando
a força muscular de 30 a 40% em relação aos exercícios isométricos,
aumentando a resistência muscular e alterando a velocidade das contrações
musculares.
Pode ser utilizado para o controle da dor, se usada corretamente, um
mascaramento efetivo da dor durante mobilizações ou exercícios para aumento
da ADM, com estimulação sensorial. Pode ser usada efetivamente para ganho
de força muscular, aumento da ADM, redução de edema crônico.
Assim como as correntes interferênciais as C.R não são úteis para conter ou
absorver edemas agudos, pois, nesses protocolos, a polaridade pode ser
importante.
A ausência de polaridade também a torna inadequada para uso em úlceras de
cicatrização lenta. Não é adequada para o uso de eletrodos pequenos, pois a
corrente alta pode irritar ou até mesmo queimar a pele. A C.R e a C.I são muito
similares quanto à eficácia e às limitações clínicas.
A corrente australiana, também denominada corrente aussie, apresenta uma
estimulação motora intensa e eficiente e com desconforto mínimo a frequência
de 1000 Hz ou 1kHz, deve ser utilizada combinada com a modulação em Bursts,
grupos de pulsos interrompidos por pequenos períodos de tempos e se repetem
em intervalos regulares, com duração de 2 ms, para recuperação funcional dos
músculos esqueléticos.

Estudos comparativos sugerem maior produção de torque da corrente


australiana quando comparada as estimulações russa e realizadas por meio da
FES.
Na realidade a corrente Aussie é classificada como uma corrente alternada de
média frequência modulada em bursts de curta duração.

A corrente pode ser utilizada para a estimulação sensorial e motora.

Para a estimulação motora a frequência de 1kHz e duração de bursts igual a


2ms são os parâmetros preferidos.

A frequência de modulação dos bursts deve ser igual a 50Hz, podendo ser
modificada de acordo com a avaliação clínica do paciente entre valores de 20Hz
a 70Hz. A modulação em rampa é necessária para que a fadiga e lesões
musculares sejam evitadas.

A corrente Aussie seja mais eficiente na produção de torque muscular quando


comparada à corrente Russa ou a outras correntes pulsadas de baixa
frequência.

Além disso, a estimulação por meio da corrente Aussie possibilita maior torque
com menor intensidade de estimulação em mA.
É indicada para o fortalecimento muscular e mudança na função do tecido
muscular, e vem sendo utilizada como um importante recurso para coadjuvar os
tratamentos estéticos, principalmente na flacidez muscular.

Pode auxiliar ou melhorar o tratamento estético, onde várias técnicas como a


plástica, a gordura localizada e a flacidez muscular, começaram a receber um
tratamento mais eficaz e em curto prazo, com a eletroestimulação do que
apenas com exercícios isolados.

Além de servir como um excelente método alternativo nas preparações físicas


para o desporto.

Para a estimulação sensorial a corrente Aussie deve ser utilizada com a


frequência portadora igual a 4kHz e duração de bursts igual a 4ms e frequência
de modulação dos bursts podendo variar de acordo com o mecanismo
modulatório que se deseja ativar, ou seja, comporta de dor e liberação de
endorfina.

Se a opção for a modulação da dor por meio da teoria das comportas a


frequência a ser utilizada é a igual a 120Hz. Se a opção for a liberação de
endorfina a frequência de eleição é a igual a 20Hz.
Esses valores podem sofrer alterações em decorrência de preferências
particulares de parâmetros por parte dos terapeutas.

A corrente Aussie para estimulação sensorial deve ser utilizada em condições de


pós cirúrgico imediato e tardio para o tratamento das dores.

Além disso, pode ser utilizada para o tratamento de algias ocasionadas por
diversos tipos de disfunções como fibromialgia, lesões musculares e articulares,
tendinites, bursites, etc.

Produz um estímulo, cuja forma de onda é muito mais confortável do que


qualquer das formas tradicionais de estimulação. Sendo assim, é mais provável
de que esse estímulo seja muito mais agradável à maioria dos pacientes.

O grau de sensação é controlado pelo ajuste dos parâmetros (controles) do


equipamento.
Devido ao estímulo da corrente Aussie ser mais agradável que a maioria dos
estímulos elétricos tradicionais, uma estimulação sensorial ou motora podem ser
atingidos com um mínimo de dor.

Fibras nervosas de grande diâmetro como os moto neurônios Alfa (motora) e A


Beta (sensorial) apresentam curtos períodos de utilização e o fenômeno de
somação ocorre rapidamente enquanto as fibras de pequeno diâmetro A Delta e
C (dor) apresentam períodos de somação mais lentos.

Isso explica o fato da Corrente Australiana ser mais confortável para o uso
clínico quando comparada a outras correntes como a Russa, Terapia
Interferencial e FES.

Assim, se Bursts de curta duração de uma corrente alternada de média


frequência forem utilizados, as fibras nervosas de diâmetros menores não têm
tempo para o fenômeno de somação completo, porém, as fibras de maiores
diâmetros têm.

Dessa forma, haverá uma menor ativação de fibras nociceptivas em detrimento


a uma maior ativação de fibras sensoriais com o uso da Corrente Aussie.
Isso também explica o fato de se conseguir uma maior e mais confortável
estimulação motora.

Os moto neurônios Alfa são preferencialmente recrutados pela Corrente Aussie


em detrimento às fibras A delta e fibras C. Assim, se correntes alternadas de
frequência de kHz forem moduladas em Bursts de longa duração haverá uma
maior ativação de fibras nervosas nociceptivas.

Sabe-se que tradicionalmente a corrente Russa e a corrente Interferencial


trabalham com Bursts de longa duração, o contrário não ocorre com a Corrente
Aussie, tornando-a mais confortável em relação às primeiras.

Tradicionalmente, a modalidade terapêutica eleita para trabalhos de modulação


da dor são as TENS com frequências de pulso que podem variar de 10 a 180
Hz, tradicionalmente opta-se por frequências de 100 Hz, e duração de pulso
curtas de valores máximos entre 100 e 150 \us. A corrente interferencial de 4000
Hz também pode ser eleita como opção de tratamento.

ELETROLIPÓLISE – Mecanismo de ação: Produção de calor local (aumento da


vascularização) • Drenagem • Estimulação do sistema nervoso autônomo
simpático Catecolaminas B adrenérgicos (membrana celular)
INDICAÇÕES DE USO DA CORRENTE AUSTRALIANA NA SAÚDE E NA
ESTÉTICA:

• fortalecimento muscular
• drenagem de edemas
• relaxamento muscular
• controle e redução dos quadros inflamatórios
• modulação e eliminação das algias
• ativação do reparo tecidual
• recuperação da função muscular
• aumento da performance em atletas
• alterações neurofisiológicas, morfológicas e bioquímicas
• definição da musculatura
• ativação do sistema veno-linfático
• pré-cirúrgico de cirurgias plásticas e outras
• pós-cirúrgico na ativação da convalescença
• melhoria da flacidez cutânea
• auxilio no combate à HLDG (celulite) e redução de adiposidadesgordura
localizada)
• combate as fibroses pós operatórias

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