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Vitor Viana

qSUMÁRIO

v Conceitos Fundamentais – Eletricidade v Regeneração dos vários Tecidos


v Lei de Ohm v Correntes

v Lei de Joule v Movimento das Ondas

v Classificação em Eletroterapia: v Formas de Ondas


> Forma do Impulso; v Bibliografia

> Polaridade;
> Frequência.
q Corrente elétrica: é o movimento de partículas com
carga, através de um condutor em resposta à aplicação de
um campo elétrico (diferença de potencial - DDP).

q Campo elétrico: cada carga elétrica cria um campo


elétrico em seu redor. As características do campo elétrico
criado entre duas cargas contrárias é diferente daquele
criado entre duas cargas iguais. Assim duas cargas iguais
repelem-se e duas cargas diferentes atraem-se.
q Condutor: são substâncias que permitem que as cargas elétricas se desloquem livremente
quando lhes é aplicado uma diferença de potencial ( metais, soluções eletrolíticas, etc.).
q Não condutor: Substância que não permite o deslocamento de partículas com carga num campo
elétrico (plástico, borracha, etc.).

qTecidos pouco condutores – osso, tecido adiposo e pele.

qTecidos bons condutores – músculos, nervos e vasos sanguíneos.


qTecidos condutores médios- cartilagem, fáscia, tendões.
q Voltagem (Diferença de Potencial): representa a velocidade com
que partículas de determinada carga se movem entre 2 pontos. É
produzida quando:

ü Corpos com cargas diferentes aproximam-se (força de


atração);
ü Corpos com cargas iguais afastam-se (força de repulsão);
ü Diferente distribuição de partículas carregadas dentro de um
sistema;
ü A voltagem usada em eletroterapia pode ser tão pequena
como 1mV ou tão elevadas como várias centenas de volts
(aplicadas num curto período de tempo).
q Lei de Ohm

I = V/R ou V = I x R
em que:
I = Intensidade
V = Diferença de Potencial (Voltagem)
R = Resistência
q Lei de Ohm à a corrente induzida num condutor aumenta quando se
aumenta a voltagem ou quando a oposição ao movimento das cargas
(resistência) diminui.

qLei de Ohm
u CC (corrente constante): quando a aplicação da corrente é estática, a
densidade de corrente mantém-se constante, assim como a resistência e a
voltagem; pois a área elétrodo / pele mantém-se a mesma.
q Lei de Ohm
u CV (constant voltage): utiliza-se quando pretendemos deslocar o elétrodo
durante uma aplicação dinâmica (estimulação de pontos motores), para
evitar o desconforto provocado por um aumento da densidade da corrente
(por diminuição da área de contacto do elétrodo com a pele).
u Quando a área de contacto elétrodo / pele é menor, a resistência vai
aumentar o que leva a um aumento de voltagem, que é percebido pelo
doente de uma forma desagradável. Para evitar que isto aconteça a voltagem
é mantida constante.
q Lei de Joule
§ Efeitos Térmicos – Qualquer condutor de corrente elétrica produz efeito
Joule, isto é, dissipação de energia (a energia elétrica é convertida em
energia térmica)
Q = 0,24 x R x I x t Q= I^2 x R x T

Q – Calor (J) 0,24 – Constante


R – Resistência (Ω) I – Intensidade (mA)
t –Tempo (s)
q As correntes elétricas podem ser classificadas segundo três diferentes
parâmetros:

A forma do impulso;
A polaridade;
A frequência.
² Forma do Impulso
Ø Corrente constante – Não existe variação da intensidade previamente
marcada e não existe alteração da diferença de potencial (DDP). Estas
correntes são afrequentes.
Ø Corrente variável – Existe variação da intensidade e da diferença de
potencial (DDP) durante o tempo de ação. Estas correntes variam a sua
frequência segundo o tipo de corrente.
q Polaridade

Ø Unidirecionais – positivas ou negativas.

Ø Alternadas – variam entre os valores positivos e negativos.


q Frequência

Ø Baixa Frequência - < 1 000 Hz

Ø Média Frequência - > 1 000 Hz e < 100 000 Hz

Ø Alta Frequência - > 100 000 Hz


q Frequência

Ø Média Frequência - > 1 000 Hz e < 100 000 Hz

Ø Até 3 000 Hz - é da excitabilidade neuromuscular


Ø De 3 000 Hz a 10 000 Hz – ê da excitabilidade neuromuscular

Ø Alta Frequência - > 100 000 Hz

Ø é 100 000 Hz - não dá excitação neuromuscular


q Frequência

Ø 1 Hz = 1 ciclo por segundo

Ø 1 KHz = 1 000 ciclos por segundo / 1 000Hz


Ø 1 MHz = 1 000 000 ciclos por segundo
q Unidades

q Intensidade: mA (miliamperes) - µA (microamperes)


q Resistência: Ω (Ohm)
q Voltagem: V (Volt)
q Tempo: s (segundos), ms (milisegundos), μs (microsegundos)
q Tipos de Impulso

Ø Triangulares
Fig.2

Ø Sinosoidais
Fig.3

Ø Retangulares Fig.4

Ø Exponenciais
Fig.5
COLOCAÇÃO DOS ELÉCTRODOS
O tamanho dos eléctrodos deve ser adequado à região de tratamento.
Ø Quando a corrente é polarizada:
ü O eléctrodo ativo (negativo) deve ser:
- Menor tamanho
- A localização: ponto motor / local da dor
ü O eléctrodo indiferente (positivo) deve ser:

- Maior tamanho
- Localização na raiz do membro ou inserção muscular
COLOCAÇÃO DOS ELÉCTRODOS
Ø A resistência cutânea (impedância) nem sempre é constante, diversos
fatores podem influenciá-la:
- A espessura da epiderme e do tecido adiposo subcutâneo
- Humidade (transpiração)
- Irrigação sanguínea.
Ø É possível diminuir a resistência cutânea artificialmente:

- Humedecendo a pele
- Melhorando a irrigação sanguínea previamente
- Fazendo passar a corrente elétrica durante algum tempo.
qO processo de regeneração envolve três fases:

§ 1 – Inflamação;

§ 2 – Proliferação;
§ 3 – Remodelação.
§ 1 – Fase Inflamatória

Ø Inflamação é a resposta imediata à lesão. Os sinais da inflamação são: calor, rubor, edema, dor e
perda de função.
Ø A fase aguda, ou inicial, da resposta inflamatória dura entre 24 e 48 horas e é seguida por uma
fase subaguda, ou tardia, que dura entre 10 e 14 dias.
Ø A fase subaguda pode estender-se caso haja uma fonte contínua de trauma ou se alguma forma
de irritação, como um corpo estranho ou infeção, estiverem presentes.
a) Vaso-regulação e coagulação sanguínea: Ocorre constrição primária dos vasos devido à
libertação de noradrenalina (norepinefrina); essa reação dura somente de alguns segundos a
poucos minutos.
Durante a vasoconstrição paredes celulares opostas são colocadas em contacto, resultando adesão
entre as superfícies. Pode em seguida haver vasoconstrição secundária dos vasos, devido à ação
de serotonina, adenosina difosfato, cálcio e trombina. Tanto os vasos linfáticos como os vasos
sanguíneos são fechados para limitar a perda de fluido.
b) Após esse período de vasoconstrição, ocorre vasodilatação secundária e aumento da
permeabilidade das vénulas devido aos efeitos da histamina, prostaglandinas e produção de
peróxido de hidrogénio (Issekutz, 1981; Williams, 1988). Subsequentemente, tanto a bradicinina
como as anafilatoxinas iniciam mecanismos que aumentam a permeabilidade de vasos não
lesados, levando à libertação de proteínas plasmáticas que contribuem para a formação do
coágulo extravascular.
§ 2 - Fase de Proliferação

Ø Fibroplasia – (Ácido láctico)

Ø Angiogénese – (macrófagos, ácido láctico, PDGF, fatores de crescimento (derivados dos


macrófagos), fibroblastos
§ 2 - Fase de Proliferação
a) Fibroplasia: Os fibroblastos produzem e organizam os principais componentes extracelulares
do tecido de granulação. O fibroblasto é primariamente responsável pela deposição de nova
matriz. Uma vez presente dentro da ferida, os fibroblastos sintetizam ácido hialurónico,
fibronectina e colagenase tipos I e III – essas formam a matriz extracelular inicial;
b) Angiogénese: anastomose dos processos vasculares lesados;
c) Fecho da ferida: A contração da ferida começa logo após a lesão e tem seu pico em duas
semanas. Muitas teorias têm sido propostas para os mecanismos envolvidos. Trabalhos recentes
sugerem que o material dentro da ferida pode tracionar as suas margens para dentro
(fibroblastos e miofibroblastos).
§ 3 – Remodelação

Ø Colagéneo e posicionamento aleatório:

Ø Stress local – (orientação das fibras)


Ø Colagenase – (colagéneo tecidular Tipo III à Tipo I)
§ 3 – Remodelação: A remodelação da matriz de tecido imaturo começa quase ao mesmo tempo
que a formação do novo tecido.
Assim o colagéneo é imaturo e tem uma consistência semelhante a gel nos estadios iniciais da
regeneração da ferida, exibindo pouca força tênsil. A remodelação ocorre num período que oscila
de vários meses a anos, com o colagéneo tipo III sendo parcialmente substituído pelo tipo I.
q Podem ser:

u Constantes

u Variáveis
CORRENTES
u Corrente Constante

ü Não existe variação da intensidade previamente


marcada e não existe alteração da diferença de
potencial. Estas correntes são afrequentes.
u Corrente Variável
ü Existe variação da intensidade e da diferença de potencial durante o tempo de ação. Estas
correntes variam a sua frequência segundo o tipo de corrente.

Fig.6
u As correntes variáveis são aquelas que, ao contrário das contínuas, conseguem variar a sua
intensidade em função do tempo. Destas, podemos encontrar 3 formas diferentes:

Ø 1 - Correntes Unidirecionais
Ø 2 - Correntes Alternadas
Ø 3 - Correntes Moduladas
o 1 - Correntes Unidirecionais
Ø São aquelas em que a corrente é aplicada durante breves períodos de tempo, separados por
pausas de duração variável.

Fig.7 Fig.8
o 2 - Correntes Alternadas
Ø A aplicação da corrente é constante, sem interrupção, mas está a ser continuamente invertida a
sua polaridade.

Fig.9
o 3 - Correntes Moduladas

Ø São caraterizadas desta forma porque a intensidade, duração e frequência


dos impulsos não é uniforme

Fig.10
v Em eletroterapia quando falamos de impulsos elétricos usamos as seguintes
designações para os caracterizarmos:
v Intensidade do impulso (amplitude)

É a “altura” que alcança o impulso elétrico


v Duração do impulso
É o tempo de duração de aplicação do impulso
v Declive do impulso
É a velocidade com que o impulso chega ao seu valor máximo ou mínimo
v Frequência do impulso
É o número de impulsos por unidade de tempo
v Intervalo dos Impulsos
Tempo de repouso entre impulsos
v Ritmo dos impulsos
Marca a sucessão de impulsos. Pode ser periódico ou aperiódico
v Impulsos Homogéneos
Quando têm as mesmas características
v Impulsos Modulados
Quando existem variações da intensidade, duração ou frequência dos
impulsos.
§ Fig. 11– Deslocamento de uma onda de A para C
Fig.12
Amplitude = Intensidade
OD = Tempo
Polaridade (+, -)
Vertente (OA, AB, BC e CD)
Frequência (Nº. Impulsos / seg)
§ As correntes podem ainda ser:

Ø 1 - Correntes interrompidas => Impulso / Pausa

Fig.13
Ø 2 - Correntes não interrompidas
- Contínuas

Fig.14
- Alternas

Fig.15
§ Ainda podem ser utilizados:
Ø Impulsos isolados
Ø Sucessão de impulsos

Fig.16 Fig.17
§ Ainda podem ser utilizados:
Ø Sucessão de impulsos

Fig. 19 – C. exponencial
Fig. 18 – C. trapezoidal
§ Ainda podem ser utilizados:
Ø Sucessão de impulsos

Fig. 20 – C. Hemi-sinusoidal
§ Ainda podem ser utilizados
Ø Impulsos Modulados

Fig. 21 – Correntes Moduladas


§ Os Impulsos podem ser bifásicos:
Ø Assimétricos

Fig.22
§ Os Impulsos podem ser bifásicos:
Ø Simétricos

Fig.23
§ AS CORRENTES PODEM TER VERTENTES DE ESTABELECIMENTO:
ü IMEDIATA (Retangulares – imediatamente alcançam a intensidade máxima, descendo também
verticalmente para zero)

Fig.24
§ AS CORRENTES PODEM TER VERTENTES DE ESTABELECIMENTO
ü PROGRESSIVA (Vertente retilínea ou curvilínea)
A intensidade máxima não é atingida instantaneamente. A interrupção do
impulso pode ser brusca ou progressiva.
§ AS CORRENTES PODEM TER VERTENTES DE ESTABELECIMENTO
ü PROGRESSIVA (Vertente retilínea ou curvilínea)

Fig.25
Eletrodiagnóstico
Ø Medição da curva I / t em número definido de pontos pelo utilizador;
Ø Posições de programa livres para armazenamento de curvas I / t;
Ø Determinação do ponto motor;

Ø Cálculo da reobase e da cronaxia;


Ø Medição do coeficiente de acomodação.
² Cabello, Manuel Albernoz; Martín, Julián Maya & Marhuenda, José Vicente T.. (2016).
Electroterapia Práctica-Avances en Investigación Clínica. Elsevier. Barcelona. España.
² Cameron, Michelle H.. (2009). Agentes Físicos na Reabilitação-da pesquisa à prática. 3ª. edição.
Elsevier. Rio de Janeiro - Brasil
² Kitchen, Sheila. (2003). Eletroterapia-Prática Baseada em Evidências. 11ª. Edição. Editora Manole.
Rio de Janeiro - Brasil
² Hayes, Karen W., 2002. Manual de Agentes Físicos – Recursos fisioterapêuticos. 5ª. Edição.
Artmed Editora. Porto Alegre – Brasil
² Toro, Juan Toro; Rioja, Juan. 1999. Electroterapia y Electrodiagnóstico. Universidad de Valladolid.
España.
² Charman, Robert A. 1990. Bioelectricity and Electrotherapy - Towards a new paradigm?.
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