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2023

RADIOFREQUÊNCIA E ULTRACAVITAÇÃO

Mônica gomes

Esteta Cosmetologa
1 INTRODUÇÃO

A eletroterapia vem sendo cada vez mais utilizada nos tratamentos estéticos
faciais e corporais, sendo até considerada como fundamental por muitos profissionais
da área. Por esse fato, torna-se imprescindível o conhecimento pleno das técnicas e
sua correta utilização, evitando lesões.

Muitas melhorias no tratamento estético são temporárias, mas conforme o


tratamento vai sendo realizado, os benefícios tornam-se mais duradouros, pois, o efeito
contínuo da corrente faz com que ela atue mesmo após a aplicação. Esses benefícios
não são definitivos, visto que os efeitos do tempo continuarão a incidir sobre o
organismo.

Os equipamentos na área da estética , desenvolveram-se não só para trazer


resultados, como também otimização de tempo, ou seja, resultados eficazes em poucas
sessões. Garantindo assim, uma maior auto estima aos clientes em um curto espaço de
tempo, como também a valorização do profissional esteticista, pois visando que, com a
evolução da eletroterapia no mercado, também se aumentou a procura dos cuidados
não só da saúde física, como estética também.

Atualmente, no mercado encontramos não só equipamentos robustos que enchem


os olhos não só dos profissionais, como dos clientes, mas há também aqueles aparelhos
portáteis que o profissional que atua a nível home care (profissional vai até o cliente)
também utiliza. E, desse modo, facilitando tanto para o profissional, quanto para o
paciente.
2 ELETROTERAPIA APLICADA A ESTÉTICA

A corrente elétrica usada nos aparelhos de estética são de baixa intensidade e


podem ser usadas em diferentes partes do corpo, afim de proporcionar maior estímulo
a circulação do sangue, metabolismo, nutrição e a oxigenação da pele, favorecendo a
produção de colágeno e elastina, promovendo o equilíbrio e a manutenção da pele.
Dentro da eletroterapia existem vários tipos de aparelhos com variáveis tipos de
correntes( pulsada, continua me alternada) e frequências ( baixa , média e alta),
entender muito bem sobre a propriedade de cada, trás para o profissional um domínio
maior sobre as técnicas utilizadas e resultados desejados. No caso da radiofrequência,
entendemos que ela é uma corrente eletrica alternada de alta frequência que gera calor
nos tecidos por efeito joule.
Quando uma partícula eletricamente carregada movimenta-se, ela cria um campo
magnético de com a variação de intensidade do campo elétrico, ou seja, a intensidade
que essa corrente elétrica propaga para gerar calo, emprega radiações do espectro
eletromagnético na ordem de kilohertz (kHz) a Megahertz (MHz), que são energias
usadas em rádio transmissões. A frequência é compreendida entre 30KHz e 300 MHz,
porém a que utilizamos fica em entre 0,5 e 1,5 MHz. Para melhor entendimento,vamos
estudar um pouco sobre eletricidade e magnetismo

2.1-Conceito De Eletricidade:

A eletricidade e a parte da física que estuda os fenômenos que têm origem na


carga elétrica que aparece na natureza sob duas manifestações positivas e negativas

Ela é composta de elétrons e estes circulam por um circuito elétrico através de


um condutor, constituído assim a corrente elétrica. A corrente elétrica é o fluxo
ordenado de cargas elétricas, que se movem de forma orientada em um condutor
elétrico sólido ou em soluções iônicas. Essa é uma grandeza fundamental em Física,
pois, sem corrente elétrica, não seria possível, por exemplo, fazer funcionar
qualquer aparelho elétrico ou eletrônico.
Os elétrons livres são estimulados a mover-se pelo condutor, o que gera a
corrente elétrica por causa de uma diferença de potencial elétrico estabelecida entre
as pontas do condutor a partir de um campo elétrico que atravessa o material. Esse
campo proporciona diferentes níveis de energia potencial, criando, portanto, a tensão
necessária para gerar o movimento das cargas elétricas. A intensidade da corrente
elétrica é determinada pela quantidade de cargas elétricas que atravessam um
condutor e o tempo gasto na passagem dessas cargas.
As cargas elétricas podem possuir sinal positivo (prótons) ou sinal negativo
(elétrons). Cargas com sinais opostos se atraem e cargas com sinais iguais se repelem.
Uma ddp é uma diferença de potencial, ou seja, possui potencial diferentes: um
positivo e um negativo.

2.2-TIPOS DE CORRENTES ELÉTRICAS:


• Corrente Contínua Polarizada: A contínua e o tipo de corrente que circula
sempre no mesmo sentido, é unidirecional e conserva seus valores constantes.
Também conhecidas como correntes Diretas. São correntes monofásicas, apresentam
polos definidos: um negativo (-) na cor preta e um positivo (+) na cor vermelha.
Ela circula no sentido do pólo negativo para o polo positivo .
Corrente Alternada: Varia tanto de valor como de sentido quando circula por um
circuito elétrico. Sua circulação inicia em 0 ( ZERO) e alcança , por exemplo 110v e
continua sempre no mesmo sentido até
voltar a zero, e a seguir faz o mesmo, porém
em sentido contrário. Em um instante vai do
gerador para um circuito que a consome e no
instante seguinte vai do circuito para o
gerador, cada variação em um sentido
corresponde a meio ciclo e as duas variações
dos meios ciclos em 1s correspondem a
1Hertz(Hz)
• A corrente pulsada despolarizada:
Também conhecidas como as correntes
Pulsadas. São correntes bifásicas, não apresentando polos definidos, uma vez que
eles se alteram a cada fase da corrente. Num primeiro momento o negativo (-) é preto
e o positivo (+) vermelho, e num segundo momento, isso inverte, o negativo (-) é
vermelho e o positivo (+) é preto.

2.3- Parâmetros :Frequência , Potência e Resistência

Na radiofrequência temos que ter em mentes esses 3 tipos de parâmetros


muito importantes e que fazem total diferença .
Frequência: É o número de vezes que uma onda sinusoidal se repete ou completa,
um ciclo positivo-para-negativo. Quanto mais ciclos ocorrerem por segundo, maior a
frequência. EX: Quanto a frequência e de 5 MHz , isso indica que a sua forma de onda
se repete 5 vezes em 1 segundo.
Potência: A potência é o parâmetro que provoca a sensação agradável ou
desagradável no paciente, sendo assim, pode-se reduzir a potência quando o paciente
demonstrar desconforto diante de algum agente físico elétrico.

Resistência( lei de ohm): A resistência é a propriedade que qualquer material


tem de se opor à passagem da corrente elétrica e quanto maior for a resistência,
menor é o fluxo de cargas e menor é a diferença de potencial entre os polos. Por ser
o nosso maior órgão de proteção ,a pele tem um resistência ôhmica muito alta e
quanto maior for a voltagem elétrica menor será essa resistência, isso quer dizer
que, quanto maior for a frequência mais corrente vai passar pelo corpo humano (
capacitor) para isso precisamos diminuir a resistência ôhmica . Se a pele não for
adequadamente limpa antes da fixação dos eletrodos apresentará maior quantidade
de gordura e sujidades em sua superfície, as quais aumentarão a resistência à
passagem da corrente elétrica e dificultarão a adesão dos eletrodos .
Nestes casos, para que os efeitos sejam alcançados, será necessário estabelecer
uma maior diferença de potencial entre os polos positivo e negativo. Isso é feito com
o aumento da intensidade, o que aumenta a probabilidade de queimaduras .

2.4- classificação da eletroterapia pela frequência:


Existem diversos tipos de correntes terapêuticas, sendo que estas são
classificadas de acordo com a sua faixa de freqüência. Podemos dizer que as correntes
são
divididas em:
1. Eletroterapia de Baixa Freqüência: 1 a 1000 Hz
• Corrente Galvânica;
• Corrente Farádica
Pouca penetração na derme
• Correntes Diadinâmicas;
• FES;
• TENS;
2. Eletroterapia de Média Freqüência: 1000 Hz a 100.000Hz
• Correntes Interferenciais;
• Corrente aussie; Maior penetração na derme
• Corrente Russa.
3. Eletroterapia de Alta Freqüência: Acima de 100.000 Hz
• Radiofrequencia
• ultrason Alta penetração na derme
• Laser

IMPORTANTE: A freqüência também interfere no limiar sensitivo, sendo que


freqüências maiores desencadeiam percepções menores, uma vez que altas
freqüências apresentam resistências menores da pele à passagem da corrente
elétrica, Comparando correntes de diferentes freqüências, 50 e 400 Hz, constata-se
que a corrente de 400 Hz apresenta uma resistência cerca de 80 vezes menor do que
a e 50Hz.
2.5-Relação entre os fenômenos da eletricidade e do magnetismo

Eletromagnetismo é a área da física que estuda os fenômenos relacionados à


eletricidade e ao magnetismo de forma unificada. Se baseia nos princípios de cargas
elétricas e variação de fluxo magnético. As cargas elétricas em movimento geram
campo magnético e a variação do fluxo magnético produz campo elétrico.

O campo magnético surge a partir do movimento de carga elétrica, pois ele é


resultado da corrente elétrica. Além disso, ele pode resultar de uma força
eletromagnética quando ela se associar a ímãs.

As ondas eletromagnéticas são em forma de radiação através da oscilação de um


campo elétrico e magnético perpendicularmente, formando um ângulo de 90° com
os campos e não necessitam de um meio para atravessar, elas se movem pelo espaço,
e viajam à velocidade da luz e também sofrem fenômenos ondulatórios, como
reflexão, refração, polarização, difração, absorção, interferência e espalhamento.
Sua energia e correspondente à intensidade dos campos elétrico e magnético
da partícula emissora, fixando, desse modo, diferentes frequências do espectro
eletromagnético.
2.6- Características das ondas eletromagnéticas:

Da mesma forma que podemos descrever as pessoas como altas ou baixas, por
exemplo, podemos descrever as ondas de acordo com a amplitude, o comprimento
de onda, a velocidade de propagação e a frequência.

• Amplitude (A): é a altura que a onda pode alcançar. Em termos físicos, a amplitude
nos traz a intensidade da onda. Como temos pontos altos (cristas) e pontos baixos
(vales) nas ondas, chamamos esses pontos de amplitude máxima e amplitude mínima,
respectivamente, e sua unidade de medida é o metro (m).
• Comprimento de onda (λ): é o espaço que a onda percorre para completar uma
oscilação (um ciclo). Essa medida pode ser feita entre dois vales, duas cristas ou entre
o começo de uma crista e o final de um vale. Sua unidade de medida é o metro (m).
• Velocidade de propagação (V): é a velocidade da onda no meio. No vácuo, esse
valor é maior e constante, igual à velocidade da luz,
• Frequência (f): é a oscilação completa de uma onda. Sua unidade de medida é o
hertz (Hz) e ela é calculada por meio do inverso do período (tempo para completar
uma oscilação, medido em segundos): uanto maior a frequência, maior será a
profundidade.

Quando há alteração na frequência de uma onda, seu formato varia da seguinte


maneira:
Existem sete tipos de ondas eletromagnéticas: ondas de rádio, micro-
ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios X e raios gama. Juntas elas formam
um espectro de onda eletromagnética que varia com a frequência e o comprimento
de cada onda. Embora existam diferentes tipos de ondas, as características para cada
tipo são iguais, Juntas elas formam um espectro de ondas eletromagnéticas, que são
classificadas pela sua frequência e seu comprimento de cada.

As ondas eletromagnéticas estão presentes no nosso cotidiano mesmo que não


consigamos visualizá-las. Vejamos a seguir alguns exemplos.

Ondas de rádio: São utilizadas na transmissão de sinais de rádio, celular e


televisão. Essas ondas possuem uma frequência baixa e um maior comprimento de
onda.
Micro-ondas: São utilizadas em telecomunicações (Wi-fi), radares e em
eletrodomésticos. Essas ondas possuem uma frequência maior que as ondas de rádio.
Infravermelho: São conhecidas como ondas de calor, pois são capazes de
aumentar a temperatura de um corpo por meio da radiação térmica. O calor do Sol e
de uma fogueira são exemplos dessa radiação. Essas ondas possuem uma frequência
um pouco abaixo da luz visível. Algumas cobras, como a píton e as jiboias, conseguem
enxergar nessa frequência de onda.
Luz visível: São as ondas que os olhos humanos podem captar.
Ultravioleta: são ondas com uma frequência maior que a luz visível. Esse tipo de
radiação é chamado de ionizante, pois é capaz de arrancar elétrons, causando danos
às moléculas. Esse tipo de onda é utilizado na esterilização de equipamentos e é
graças a ele que devemos usar protetor solar.
Raio X: Ondas ionizantes com um poder maior que o da ultravioleta. Essas ondas
possuem uma frequência maior e um comprimento de onda bem menor, capaz de
atravessar diversos tipos de materiais. São utilizadas em hospitais para exames de
imagens de radiografia ou de tomografia.
Raios gama: são as ondas com maior frequência no espectro, sendo obtidas a
partir de reações nucleares ou se originam em estrelas, como o Sol. Esse tipo de
radiação possui grande capacidade de ionização.

2 RESPOSTA FISIOLÓGICA x ELETROTERAPIA

Na estética, temos a eletroterapia como ferramenta de trabalho bastante eficaz


para potencializar nosso resultados. Usamos correntes elétricas de baixa e média
frequência para tratamento de disfunções e tratamentos estéticos. Resumindo, as
respostas fisiológicas à corrente elétrica ocorrem em 4 níveis do sistema biológico
(celular, tecidual, segmentar e sistêmico). Os efeitos podem ser diretos, indiretos e
podem envolver respostas simples e conhecidas.

Toda corrente elétrica aplicada sobre um tecido vivo terá respostas nos vários
níveis de organização do corpo humano. Estas respostas serão diferentes de acordo com
o tipo de corrente que será aplicada (direta, alternada e pulsada, etc.) levando em
consideração os parâmetros utilizados durante a aplicação.

• Em nível celular: Estas correntes irão basicamente gerar movimentos de


moléculas, em especial as moléculas ionizadas. As correntes que atingem este
nível também atuam atraindo certas células ajudando na fase de cicatrização
tecidual.
• Em nível tecidual: Para ocorrer alguma modificação neste nível antes deve
haver modificações específicas no nível celular. Aqui pode ocorrer um efeito de
despolarização do tecido nervoso, contração muscular, aquecimento tecidual.
• Em nível segmentar: Neste nível podemos ter benefícios de ativação da
circulação linfática, venosa e arterial.
• Em nível sistêmico: A principal função neste nível que podemos citar é a
modulação da dor (diminuição da dor), pois a estimulação acontece em nível do
Sistema Nervoso Central.


Correntes diretas Correntes alternadas Correntes Pulsadas
Nível celular Acontece a Iontoforese e Causa movimentação ions, Cicatrtização de feridas,
ajuda na cicatrização afim que ocorra redução de edema
despolarização dos nervos

Nivel Tecidual Contração de músculo Despolarização de Despolaricação de nervos


nervos com com consequente
consequente contração contração muscular
muscular

Nivel Ajuda no retorno Ajuda no retorno Ativa circulação,


segmentar venoso e linfático venoso e linfático casodilatação e
devido a contração devido a contração hiperemia local
muscular muscular

Nivel Sistêmico Alivio da dor Alivio da dor Alivio da dor

3 PROPRIEDADES FISIOLÓGICAS DO CALOR

A termoterapia é o procedimento mais antigo de que se tem conhecimento na


prática terapêutica. Temperatura é uma medida do nível de calor. Para medir a
temperatura são usados dois pontos fixos, o de congelamento da água (0ºC) e o de
ebulição da água (100ºC). O intervalo entre estes dois pontos é dividido em cem partes,
chamadas de graus, esta escala é conhecida como Celsius (C).

O uso do calor nas terapias estéticas justifica-se por uma série de benefícios
relacionados aos efeitos fisiológicos do aumento da temperatura corporal. Um aumento
de temperatura até 40ºC pode acelerara a atividade metabólica até 200 a 300 vezes,
com aumento das necessidades energéticas e aumento da atividade fibroblástica. A
hemoglobina liberta o dobro do oxigênio a 41ºC, acelerando a regeneração dos tecidos
não inflamados. A partir de 42 ºC temos estimulo do processo inflamatório, contração
de colágeno e fomação de novo colágeno.
3.1-Transferência térmica:
A temperatura corporal interna é relativamente constante, entre 36º e 37ºC, no
entanto, a temperatura cutânea, mais superficial, pode variar entre 29º e 34ºC
dependendo da região corporal, levando-se em consideração a temperatura ambiente.

O corpo humano possui sistemas que garantem o controle de temperatura, dentre


as quais se destaca a função do hipotálamo, que atua de forma a equilibrar a produção
e o consumo calórico e a atividade muscular, a qual é capaz de modificar
significativamente a temperatura corporal .

Portanto, podemos definir duas atividades básicas em relação à produção ou perda


de calor pelo organismo:
• Termogênese: Capacidade de o organismo regular a temperatura interna
corporal com a do meio ambiente através de funções metabólicas;
• Termólise: Perda de energia térmica corporal para o meio ambiente.

Mecanismos de troca de calor entre o corpo e o ambiente:

• Irradiação: emissão de calor sob forma de ondas eletromagnéticas


• Condução: Transferência direta de calor. A camada adiposa tem baixa velocidade
de condução, portanto é um isolante térmico. A agua tem maior capacidade de
absorção e condução de calor.
• Convecção: Substituição do meio já equilibrado; correntes de ar são removidas
da superfície em contato com a pele.
• Evaporação: sudorese

3.2- Tipos de Calor:


Em síntese, os processos termoterapêuticos “promovem o aumento de
temperatura local, causam vasodilatação, aumentam a sudorese, incrementam o
metabolismo celular e auxiliam na eliminação de toxinas. Podem ser divididos em :calor
superficial e calor profundo

➢ Calor Superficial : O calor de superfície pode ser aplicado de diversos modos.


Todos os artifícios elevam as temperaturas dos tecidos superficiais, a transferência de
calor para a superfície do corpo ocorre em sua maioria por condução. A taxa de aumento
da temperatura nos tecidos devido ao aquecimento local depende:
• Da temperatura aplicada.
• Do tamanho da área envolvida.
• Da condutividade térmica dos tecidos.

Como o epitélio e a gordura têm condutividade mais baixa que tecidos aquosos, o
calor fluirá mais prontamente nos tecidos que estão abaixo da pele e da camada de
gordura superficial. O aumento na temperatura tecidual superficial não ocorre
instantaneamente, primeiro eleva-se a temperatura da pele, seguido pelo aumento da
temperatura nos tecidos subcutâneos, e uma mudança muito pequena na temperatura
muscular superficial, de cerca de 1ºC, o que leva de 20 a 25 minutos para ocorrer (LOW;
REED, 2001).

Os efeitos fisiológicos da aplicação de calor superficial incluem:


• Relaxamento muscular.
• Vasodilatação cutânea.
• Incremento do fluxo sanguíneo superficial.
• Aumento da permeabilidade capilar superficial.
• Aumento da sudorese.

O principal risco da aplicação de calor superficial está associado a queimaduras.


Pois elas podem ocorrer se os materiais e equipamentos forem medidos de modo
inadequado, se o paciente estiver com a circulação seriamente afetada ou se os tecidos
estiverem desvitalizados.

➢ Calor Profundo: Dentro da área da estética, o Ultrassom e a Radiofrequência


são os principais mecanismos de geração de calor profundo. Suas especificidades serão
estudadas mas detalhadamente no próximo tópico. A resposta fisiológica ao calor está
diretamente relacionada à temperatura dos tecidos, entendendo-se por temperatura
terapêutica em torno de 43 a 45º C. A extensão dos efeitos relacionados ao calor
profundo está diretamente relacionada ao tamanho da área tratada, sendo que estes
efeitos ocorrem entre 05 a 30 minutos de aplicação, portanto, a velocidade de aumento
da temperatura é determinante na extensão das respostas biológicas do organismo, ou
seja, dependendo da velocidade de aquecimento, os níveis efetivos de aquecimento
podem ocorrer em maior ou menor tempo de aplicação.

Os principais mecanismos de ação do calor profundo envolvem:

• Ativação do metabolismo: A produção de calor é capaz de promover um


incremento de cerca de 12% por grau de elevação na atividade metabólica do tecido
adiposo.
• Ativação do hipotálamo: O aquecimento promove um impulso que vai
através dos termorreceptores internos até o centro de controle de temperatura,
localizado no hipotálamo, que em resposta desencadeia o aumento de consumo de
energia na tentativa de manter a temperatura corporal.
• Liberação de bradicinina: Mediante o aquecimento estimula-se a
liberação de bradicinina, substância que atua sobre os vasos sanguíneos,
desencadeando vasodilatação nos vasos sanguíneos que irrigam o tecido adiposo,
promovendo um incremento cerca de 3x maior que o normal. A aplicação prática do uso
de calor profundo na Estética, além de promover o aumento do fluxo sanguíneo com
seus benefícios, também favorece a extensibilidade do tecido colágeno.
4 HISTÓRIA DA RADIOFREQUÊNCIA

A radiofrequência iniciou pelo Jaque d'Arsonval, no ano de 1891,foi então que


observaram que o corpo humano conseguiria suportar correntes de frequência
superiores a 10.000Hz (LYON, 2015)..

No século XIX , testemunhou grandes avanços na área da eletrotecnologia. O


médico e físico Jacques Arsene D’Arsonoval foi o primeiro a estudar sobre os efeitos
fisiológicos das correntes alternadas produzidas por campos eletromagnéticos. Estudou
os efeitos de campos de altas frequências como estimulações musculares e nervosas,
tanto de forma contínua quanto pulsada, usando diferentes frequências. Estes foram
reconhecidos e teorizados por fisiologistas, em 1899. E Logo, por Karl Franz
Nagelschmidt , em 1900, incluiu uma teoria: que através da oscilação molecular induzida
por correntes de alta frequência eclodia o aquecimento do material biológico mediante
campos eletromagnéticos. Levando assim, o uso de ondas de radiofrequência para o
tratamento de tecidos lesados.

A radiofrequência é uma modalidade terapêutica que emprega radiações do


espectro eletromagnético na ordem de kilohertz (kHz) a Megahertz (MHz), que são
energias usadas em rádio transmissões. A frequência é compreendida entre 30KHz e 300
MHz, porém ser útil é entre 0,5 e 1,5 MHz. É utilizada para geração de calor por
conversão, atingindo profundamente as camadas tissulares promovendo oxigenação,
nutrição e vasodilatação dos tecidos. Apesar de perder seus efeitos químicos e
biológicos de excitação neuromuscular devido ser uma onda senoidal de elevada
frequência, possui a capacidade de conservar o efeito de conversão em calor ao ser
absorvida pelos tecidos.,

4.1- Princípios Da Radiofrequência:

Os equipamentos de radiofrequência emitem correntes elétricas de alta


frequência através de dois eletrodos( positivo e negativo), os quais fecham um circuito
pelo qual é formado um campo eletromagnético, promovendo assim aquecimento nos
tecidos humanos. A diferença entre os eletrodos está no estímulo, uma vez que o
eletrodo ativo estimula grande consistência de corrente provocando efeitos térmicos
localizados nos tecidos e ocasionando a estimulação tecidual como exemplo a produção
de colágeno. Já o eletrodo passivo consiste em uma placa condutiva de grande contato
que conclui o circuito da corrente fazendo com que a energia regresse ao paciente.
O aquecimento promovido através da RF possui maior penetração nos tecidos,
produz efeitos mais profundos e eficientes, garantindo resultados mais eficazes se
comparado a outras formas de calor utilizadas como condução e convecção (KLD, 2010).
A aplicação da RF nos tecidos cria uma corrente de movimento das cargas por uma ação
de atração e repulsão. Essa aplicação forma um campo eletromagnético, gerando uma
corrente elétrica dentro do tecido e desenvolvendo alguns efeitos importantes, que
reequilibram o meio intra e extracelular. Dentre esses efeitos estão de acordo com as
ideias de (KLD 2010):

• O efeito energético: através da energia eletromagnética há a facilitação das


reações químicas, permitindo uma maior movimentação entre os íons através da
membrana lipoproteica e facilitando a transformação de ADT e ATP.

• O efeito térmico: devido à movimentação dos íons e seus atritos provocada pela
variação de frequência do campo eletromagnético, ocorre hiperemia local, que
determina um aumento no fluxo sanguíneo com aumento da demanda de oxigênio e
nutrientes. É através do movimento contínuo de cargas elétricas que as informações
passam através dos tecidos e chegam às estruturas celulares (KLD, 2010).

• Os principais efeitos colaterais são:


• Inchaço local temporário
• Formigamento
• Vermelhidão

OBS: As pessoas que têm maior tendência a sofrer com o procedimento são as que têm
pele mais escura.

4.2- Mecanismo De Ação :

A radiofrequência é aplicada com êxito em


tratamentos da pele na flacidez facial e
remodelador corporal. A aplicação da
radiofrequência gera ondas de energia nos tecidos
e penetra em nível celular na epiderme, derme e
hipoderme e alcança inclusive as células
musculares., que induzem uma oscilação de alta
velocidade molecular e causam um deslocamento de partículas carregadas, resultando
na produção de movimentos de rotação das moléculas de água, que gera um efeito
mecânico de fricção e atrito, e em consequência seu aquecimento, produzindo uma
elevação térmica da temperatura tissular.

No momento em que o organismo detecta uma maior temperatura que o


fisiológico, aumenta a vasodilatação com abertura dos capilares, o que melhora o
trofismo tissular, a reabsorção dos líquidos intercelulares excessivos e o aumento da
circulação. Com isso, há um ganho nutricional de oxigênio, nutrientes e oligoelementos
para o tecido, e também ocorre uma melhora no sistema de drenagem dos resíduos
celulares (toxinas e radicais livres). Esses efeitos proporcionam a possibilidade de
fortalecer a qualidade dos adipócitos, provocando lipólise homeostática e produção de
fibras elásticas de melhor qualidade, atuando nos fibroblastos e em outras células.

O efeito da lesão térmica controlada, induz a uma resposta inflamatória que


favorece a migração dos fibroblastos, responsáveis por reforçar a estrutura do colágeno,
favorecendo uma melhora na estrutura da pele. Para alcançar este efeito deve-se
produzir um aumento de temperatura local entre 40º e 42º C, o que irá desencadear a
cascata de reações fisiológicas: aquecimento do tecido → vasodilatação local →
estímulo à neocolagênese (KLD, 2010).

O aumento do aquecimento no tecido gera uma vasodilatação, melhorando assim


a oxigenação e a acidez dos tecidos, a vasodilatação surgem como consequência do
efeito térmico, em que a vasodilatação promove um aumento da circulação periférica
local, gerando a hiperemia na pele. Assim como no efeito térmico, a hiperemia apenas
ocorre com o uso de intensidade alta, por um tempo maior de aplicação.

O corpo responde a altas temperaturas pela estimulação de uma proteína


denominada de proteína de choque térmico ( HSP 46), a elevação da temperatura
estimula a formação de proteína que protege o colágeno tipo I durante a sua síntese,
sua liberação ocorre em resposta imediata à agressão causada por altas temperaturas.

Essa hipertermia gerada à nível de derme produz um estímulo da síntese na célula


dessas proteínas HSP 46 estimulando o fator transformador de crescimento. As HSP 46
estão sempre presentes nas células, sendo que sua função é ajudar a preservar ou
degradar as proteínas que são desnaturadas pelo efeito de uma situação de estresse,
como aumento ou diminuição da temperatura iniciando o processo de reparo tecidual.
Além disso, sua presença aumenta diante destas situações, um aumento de 5º C é
suficiente para desencadear uma elevação na síntese destas proteínas, que alcançam
20% das proteínas totais das células. A radiofrequência promove efeitos a longo prazo
levando à neocolagênese e à neoelastogênese, pois os mesmos relatam que assim que
é efetuado o tratamento a tropoelastina, responsável pela elasticidade, e o procolágeno
1 e 3, que modificam-se em colágeno, permanecem estimulados por 28 dias
O colágeno é caracterizado como uma proteína de extrema importância e tem
como principal função o suporte internamente da matriz extracelular. A derme está
constituída por um grande número de fibras colágenas, sendo assim, consideradas como
as principais fibras do tecido conjuntivo denso.

Os tipos de colágeno existentes na pele são:


- Tipo I - O mais importante na derme e pode ser encontrado também em ossos e
cartilagens. É sintetizado por fibroblastos;
- Tipo II - Também existente em grande número na derme, mas principalmente em
volta dos nervos e vasos sanguíneos, é abundante em hidroxiprilina e cistina e também
pode ser chamado de reticulina;
- Tipo III - Constitui fibras reticulares. Presente nos músculos lisos, endoneuro e
abundando o tecido conjuntivo frouxo, constitui fibras reticulares;
- Tipo IV e VII - Possuem como função manter a integridade da membrana basal.
Responsável pela nutrição de forma adequada das células da camada basal encontrada
na epiderme (HARRIS, 2009).

Assim, as fibras de colágeno podem ser alteradas de acordo com seu diâmetro e
sua forma com o efeito do aquecimento, o que causa a reorganização. Vale ressaltar que
na derme papilar estas fibras são mais delicadas e finas em comparação com aquelas da
derme reticular, presentes como feixes de fibras mais espessas (ELDER, 2014)

4.3- Benefícios da Radiofrequência:

Como já vimos, a alta temperatura gerada pelo aparelho de radiofrequência , sobre


os tecidos faz com que haja uma contração do colágeno existente e aumento da
produção de mais fibras de colágeno e elastina , promovendo uma maior firmeza e
sustentabilidade à pele. Resultado maravilhoso para quem procura por
rejuvenescimento, visto que essa perda de colágeno e elastina acontece de forma
natural com o passar da idade, causando rugas e flacidez. Além de contribuir
beneficamente ao retardamento do envelhecimento e flacidez , a elevação da
temperatura contribui para o tratamento de gorduras localizadas e celulites pois rompe
as membranas das células de gordura, fazendo com que ela seja eliminada do corpo. Os
resultados podem ser observados nos primeiros dias logo após a primeira sessão e o
resultado é progressivo, e por isso, quantos mais sessões, o paciente fizer, maiores e
melhores serão os resultados. Com tudo isso , podemos concluir que associar a
radiofrequência com outros protocolos nos ajuda e muito em resultados mais eficazes.
➢ Para Estimulação de Colágeno:
Rugas : O surgimento das rugas e linhas de expressão é algo que faz parte do processo
natural de envelhecimento da pele. A partir dos 30 anos a produção de colágeno passa
a diminuir e, com isso, surgem as primeiras rugas e linhas de expressão. Com o tempo,
a pele vai ficando mais flácida e as rugas se tornam mais profundas e marcadas. Sem os
devidos cuidados, quando o indivíduo atinge uma idade mais avançada, as marcas no
rosto já estão bem
destacadas

.A radiofrequência gera
inflamações que
ajudam no
rejuvenescimento da
face, estimulando
formação de colágeno e
elastina trazendo vigor
a pele deixando mais
jovial.
Flacidez: Além da ruga, a flacidez é outra consequência pela falta de produção de
colágeno e elastina. O aumento do calor proporciona a contração das fibras colágenas
e elásticas da pele, ocorrendo então a formação de um novo colágeno adicional,
melhorando a tonicidade e sustentabilidade da pele. A temperatura ideal altera
obedecendo a cada intervenção. Casos de flacidez corporal, por exemplo, utilizam
temperaturas de 38ºC a 40ºC. Já nos casos de a flacidez ser facial a temperatura alcança
37ºC a 40ºC.

Estrias : Ocorrem quando a derme sofre processo de esticamento muito grande


durante um período de tempo relativamente curto. A derme é o nível de nossa pele que
mantém elasticidade e forma, e é constituída por várias fibras conectivas (especialmente
colágeno e elastina). Estas fibras conectivas podem quebrar, o que causa cicatrizes que
são visíveis através da fina camada superior da pele, a epiderme. É possível vencer as
estrias com a radiofrequência, uma vez que ela ajuda as fibras de colágeno a se
reorganizarem. Com isso, é possível corrigir as estrias atrofiadas, independentemente
do estágio. Tanto no caso da flacidez quanto das estrias, o tratamento pode ser feito
com aplicação por 10 minutos. A pequena exposição já faz com que haja inflamação
controlada, aumentando a vascularização do sangue e a formação de um edema. Com
tudo isso, é possível observar a formação de fibroblastos e colágenos. O que é
fundamental para alcançar os resultados esperados. Para todos os procedimento, o
estímulo dura até 28 dias depois de realizado o tratamento.

• Para diminuição da Adiposidade:


Celulite: A celulite é um acúmulo de gordura nas células adiposas e também resulta
do excesso de líquido entre as células. Essas características geram algumas alterações
na pele, como por exemplo ondulação, inflamação e, em casos mais graves, dor no local.
A medida que o corpo vai armazenando essa gordura, as células adiposas aumentam de
tamanho. Por consequência, vão comprimindo os vasos, as fibras de colágeno e as
outras camadas de pele acima.Então, como resultado da compressão dos vasos e da
falta de espaço, ocorre uma má circulação do sangue, e com isso menos oxigenação e
nutrição chega às células, os líquidos que ficam entre as células não são mais drenados
de forma adequada, ocasionando o edema e o inchaço.
O edema, somado ao aumento das células adiposas, puxa as fibras de colágeno
para baixo. Como resultado, forma depressões na superfície da pele que são vistas como
as ondulações e o conhecido aspecto “casca de laranja”. O uso da radiofrequência na
celulite é eficaz. O objetivo é resolver o problema da fibrose, além de facilitar a
drenagem, a partir do aumento da vascularização sanguínea que o calor gera. Dessa
maneira, é possível reduzir a quantidade de toxinas nas células de gordura e, assim, o
tamanho delas.
Gordura localizada : Com a radiofrequencia, é possível aumentar a vascularização
do local. Assim, o metabolismo das enzimas é ativado e o tamanho do tecido de gordura
diminuído. Os resultados são animadores, já que o aparelho consegue diminuir a
quantidade de adipócitos no local. Com isso, a camada de gordura fica prejudicada. As
ondas conseguem agir seletivamente no aquecimento de gordura. Ou seja, ela traz
danos ao tecido adiposo.

Emagrecimento facial: Quem deseja emagrecer o rosto sem procedimentos cirúrgicos


pode ver resultados com a radiofrequência. Um estudo mostrou a eficácia da
radiofrequência para quebrar gordura na parte inferior da face em mulheres de meia-
idade. Depois de apenas 5 semanas, pelo menos 90% das mulheres viram redução de
gordura. Além disso, 60% estavam satisfeitas ou muito satisfeitas com os resultados
que tiveram. O único efeito colateral observado foi vermelhidão, que era leve, após o
procedimento.

4.4-Indicação e Contra-indicação:

Indicações: Contra-indicações:
• Flacidez de pele. • implantes metálicos
• Estrias. • • Tecido isquêmico.
• Rugas. • Peles sensibilizadas
• Aderências e fibroses. • Preenchimentos.
• Cicatrizes hipertróficas • Neoplasias.
• Cicaitrizes atroficas • Gestação.
• feg.( celulite) • Processos infecciosos.
• Sequelas de acne. • Processos inflamatórios agudos.
• Gordura Localizada. • Trombose venosa profunda recente (TVP).
• Pós operatório • Pacientes imunodepressivos.
5 TIPOS DE RADIOFREQUÊNCIA

A radiofrequência capacitiva gera calor no


organismo de dentro para fora, por meio do
campo eletromagnético, e trabalha com ondas
curtas e frequência de 13 a 40 MHz. Age no
sistema vascular e é mais superficial, promove a
desnaturação do colágeno e restruturação do
mesmo, é atraído por tecidos ricos em água.

Já a radiofrequência resistiva, atua com baixa


frequência e ondas longas, seu aquecimento é
realizado, de fora para dentro, por corrente
elétrica. Faz uso de um eletrodo metálico,
promove aquecimento em função da resistência
da pele à corrente, ideal para áreas resistentes e
fibróticas, já que possui ação profunda e ação em
tecidos pobres em água. Deve ser usado após método capacitivo.

5.1- Tipos De Manoplas:

Um equipamento de RF tem um módulo gerador de RF, ou módulo de potência,


que gera RF numa determinada frequência. Variável ou não, e ela é mensurada em
Hz, e numa dosagem, que é mensurada em W.

Um fio leva um pólo desta energia RF para o manípulo, então – sabemos que
para haver passagem de corrente elétrica (RF) é preciso que haja um ‘’caminho’’ para
a passagem desta corrente. Então é certo dizer que essa energia RF deve ser emitida
pelo manípulo aplicador e deve percorrer um caminho, esse caminho é o tecido do
paciente, e deve encontrar-se num outro pólo para ‘’fechar’’ o circuito. Por conta
disso cada manopla tem sua função:
Manopla Monopolar: Possui apenas um cabeçote e uma placa, mas apesar de
ter o nome monopolar, ele não é constituído apenas de uma polaridade, como dito
acima, é preciso fechar o circuito, certo? Então sempre vai haver dois pólos, emissão
positivo, e um pólo negativo, que recebe a energia que caminhou pelo tecido. Então
tecnicamente SÓ EXISTE RF BIPOLAR, mas vou explicar melhor. Quando se diz
monopolar quer dizer que, um dos pólos da radiofrequência é aplicado ao paciente
e o outro pólo é uma placa negativa ou placa de acoplamento, que irá receber a
energia aplicada pelo pólo positivo.

É quando você coloca essa placa negativa, por exemplo, nas costas ou na perna
de um paciente, e coloca o manípulo aplicador de RF no abdômen do paciente. A
energia emitida deverá percorrer um caminho, que fisicamente é o caminho que
oferece menor resistência a passagem desta energia. Como não há outro pólo
negativo acoplado ao paciente, ela irá chegar até a placa negativa, por isso ela irá
atravessar o tecido do paciente fechando o circuito na placa negativa acoplada no
paciente. Esse tipo de manopla trabalha gordura localizada, pois o aquecimento
deve ser mais profundo (20mm).
Manopla Bipolar : Já os manplas BIPOLARES tem DOIS PÓLOS no manípulo
aplicador, um perto do outro. O princípio é o mesmo do MONOPOLAR, emissão e
recebimento. Só que isso é feito com dipolos (dois pólos) próximos junto ao manípulo
aplicador, gerando um ‘’arco’’ de energia RF.

Ela e emitida num pólo, percorrerá o tecido do paciente pelo caminho que
oferecer menor resistência, e encontrará o pólo negativo, neste caso bem próximo a
ele, fazendo com que a passagem da RF seja mais superficiais, alcançando cerca de
4mm, por isso são indicados para trabalhar flacidez e tratamentos na face

Manoplas Tripolar: Possui 3 polos ativos e a energia produzida não tem


distribuição homogênea pois o número de eletrodos é ímpar e um dos pólos
concentra maior energia. Mais eficiente para uso de redução de medidas e
de gordura localizada.
Manoplas Multipolares: Possui 6 pólos ativos e geram um campo magnético
entre os pólos próximos entre si, apresenta homogeneidade na passagem de energia
pois o número de eletrodos é par. Mais utilizada para tratamentos corporais.

5.2- Parâmetros :

Os parâmetros físicos:
• Eletrodos: Os eletrodos utilizados para aplicação da RF podem ser de dois tipos:
a) Eletrodos metálicos( resistivo): o metal fica em contato direto com a pele do
paciente. Cuidado, maior risco de queimadura devido ao
aquecimento dos eletrodos.

b) Eletrodos metálicos isolados


(capacitivo): o metal fica isolado, os
eletrodos possuem uma cobertura
(revestimento) isolante que proporciona
maior conforto e segurança durante a
aplicação.

• Diâmetro do eletrodo: Para eletrodos de diâmetro pequeno consegue-se atingir


altas temperaturas com pouca intensidade, enquanto que com eletrodos maiores é
necessária maior intensidade para atingir temperaturas maiores.
Desta forma, o ideal é que se opte por eletrodos proporcionais à área de aplicação:
eletrodos pequenos para regiões pequenas, e eletrodos maiores para regiões maiores.

• Velocidade de movimentação: O movimento deve ser contínuo e constante. Para


potências maiores, a movimentação deve ser maior.

• Pressão na aplicação: Deve-se exercer discreta pressão de modo que o eletrodo


não perca o acoplamento com a superfície corporal, em especial em eventuais relevos
e contornos corporais, evitando-se desconforto causado por superaquecimento.

• Tecido tratado: Quanto mais rico em água e eletrólitos for o tecido, mais rápido
será atingida a temperatura adequada. Em peles desidratadas e desvitalizadas o ideal e
preparar esta pele antes para não ocorrer risco de queimaduras.
• Temperatura: A sensação térmica gerada depende de diversos fatores, e pode ser
sentida pelo paciente como uma sensação de calor, que deve ser agradável e de forma
homogênea.

• Medição da temperatura: É realizada com termômetro infravermelho .Uma


forma de se procurar a maior temperatura é manter o botão do medidor acionado e
fazer uma varredura com o termômetro sobre a área;
Medir sempre muito próximo da pele e do local aplicado. Quanto mais afastado, maior
a probabilidade da medição adquirir dados de regiões mais frias.
IMPORTANTE: Medição periódica/ cíclica, proporcionando maior controle no
tratamento.

• Tempo : O tempo de tratamento está relacionado à temperatura, ao grau de


hiperemia cutânea e a sensibilidade do paciente. Após atingir a temperatura ideal
• manter por aproximadamente 5 a 7 min. O parâmetro amplitude está diretamente
relacionado com a elevação da temperatura, ou seja, quanto maior a amplitude
selecionada, mais rapidamente haverá aquecimento. Nos casos de flacidez cutânea e
• melhora da cicatriz de acne , temperatura ideal é, em torno de 40°C a 42°C. Para
adiposidade localizada, fibroses, aderências e cicatrização de tecidos moles a
temperatura é, em torno, de 38°C
• Os parâmetros Técnicos:
Manopla Monopolar:
Indicações:. Indicações Tratamentos corporal –para celulite, gordura localizada,
Áreas de abdome, cintura, flancos, glúteos, coxas, pernas, braços
tratamento:
Potência 0,6 MHz ( gordura localizada) 1, 2 MHZ ( flacidez)
temperatura 40 °C a 42°C
Tamanho da Este compreende em uma área de tratamento de 1,0 ou 2,0
área centímetros quadrados
Tipo de Aplicação deve ser feita com movimentos lentos, 1 ciclo por
aplicação segundo e pressão moderada;
Tempo Áreas de aproximadamente 300 cm a aplicação deve ser de +/- 10
minutos (abdome, glúteos e coxas);
Áreas de aproximadamente 150 cm a aplicação deve ser de +/- 7
minutos (colo, pescoço, braço e perna)
Profundidade 15 a 20 mm;
Sessões 5 a 10 sessões 2x por semana

Manopla bipolar:
Indicações:. Flacidez tissular, rejuvenescimento, sequela de acne,fibroses
Áreas de Face: região frontal, região periorbicular, região zigomática , região
tratamento: de mandíbula e mento, área submentoniana e pescoço, sulco
nasogeniano, ângulo da boca (linhas de marionete), região
temporal. Não trate sobre as pálpebras e sobre a glândula tireóide.
Corpo: colo e papada
frequencia frequência de 2,4MHZ( flacidez e rejuvenescimento, papada e colo)
1,2MHZ ( sequela de acne, fibroses)
Tamanho da Este compreende em uma área de tratamento de 1,0 ou 2,0
área centímetros quadrados
Tipo de Aplicação deve ser feita com movimentos lentos, 1 ciclo por
aplicação segundo e pressão moderada;
Tempo Facial: Tempo de aplicação sugerido: ±5 minutos.
Flacidez corporal nas áreas de aprox.150 cm2. tempo de aplicação
por área: ± 7 minutos (exemplo: colo, pescoço)
Flacidez corporal: áreas de aprox..300 cm2. tempo de aplicação de
por área: ± 10 minutos (exemplos: ab
Profundidade 2 a 4 mm
Sessões 4 a 5 sessões ( 1 x no mês ,a cada 28 dias)
Manopla Multipolar:
Indicações:. para tratamentos corporais como exemplo, a gordura localizada,
celulite, flacidez, estrias, fibroses e cicatrizes
Áreas de Corpo: colo, abdome, cintura, flancos, glúteos, coxas, pernas,
tratamento: braços, região subescapular
Frequência frequência de 2,4MHZ( flacidez,estrias)
1,2MHZ ( celulite,fibroses
0,6MHZ ( gordura localizada)
temperatura 37°C a 38°C ( celulite, fibroses, cicatrizes)
40 °C a 42°C ( flacidez,estrias,gordura localizada)
Tamanho da Este compreende em uma área de tratamento de 1,0 ou 2,0
área centímetros quadrados
Tipo de Aplicação deve ser feita com movimentos circular de forma lenta,
aplicação 1 ciclo por segundo e pressão moderada;
Tempo Aproximadamente 5 minutos por área corporal
Profundidade A profundidade da penetração é aproximadamente a distância
média entre os eletrodos, ± 2,5 cm na pele.
Sessões Flacidez, estrias 4 a 6 sessões( 1x na semana ,espaço de 15 dias)
Gordura localizada 5 a 10 sessões(1xpor semana)
Celulite 4 a 6 sessões (2x por semana)
Fibroses e cicatrizes 4 a 5 sessões(3x por semana)

Obs1: A Frequência depende da profundiade:


Regiões mais superficiais – frequências maiores de 1200 KHz e 2400 KHz (ex: estímulo
de colágeno).
Regiões mais profundas – frequências menores de 650 KHz (ex: tratamento de
gordura).
Obs 2: Uma sessão normal de radiofrequência dura entre 20 e 45 minutos,
praticamente sem nenhum tempo de recuperação. Durante o tratamento, o
equipamento aquece a pele a uma temperatura entre 38 e 42°C, e o máximo de reação
que a pele pode ter é vermelhidão e sensibilidade nas primeiras 24 horas.
6
C Como escolher o equipamento de Radiofrequência:

Como profissionais da área de estética, e usuários de eletroterapias é nosso dever


sabermos o básico para poder sermos menos suscetíveis a propaganda quando vamos
escolher qual equipamento investir, afinal ele tem que corresponder ao que promete.
A questão não é só um design bonito ou um tamanho que chame a atenção, tem
muito mais coisa envolvida e a física e uma delas. A radiofrequência é um espectro, isto
é, uma faixa do tão famoso campo eletromagnético e por conta disso emite ondas
eletromagnéticas , a onda eletromagnética é uma forma bastante complexa de
interação, de entrelaçamento, da eletricidade e do magnetismo.
Sabendo que Há uma relação direta entre campo elétrico e magnético, vamos
observar que o equipamento de radiofrequência precisa gerar esse movimento de
cargas elétricas, e a intensidade desse campo eletromagnético, isto é, o que nós
convencionamos a chamar de POTÊNCIA, está diretamente relacionado a capacidade de
um equipamento gerar esse movimento de cargas elétricas.

Para isso, um equipamento de radiofrequência que se propõe a gerar grande


intensidade de campo eletromagnético, ou melhor dizendo, gerar potência, deve ter na
sua estrutura, nos seus componentes elétrico eletrônicos, grande capacidade de gerar
uma quantidade considerável de corrente elétrica (A = ampére).Os componentes
eletrônicos que geram essa corrente, consequentemente aquecem, e para isso é
necessário que eles sejam soldados numa placa de circuitos proporcionais a sua
potência. Por sua vez esses circuitos e componentes precisam ser acondicionados em
dissipadores e subchassis capazes de absorver essa caloria e fazer o resfriamento do
aparelho.

Então os componentes, as dimensões (tamanho) dos componentes, consumo dos


componentes, fios, etc., dizem muito sobre a capacidade de uma radiofrequência.
Quando então você compara as dimensões, peso e estrutura de um equipamento de
radiofrequência verá que, na maioria das vezes, os mais pesados e robustos são os mais
potentes. Salvo àqueles que tem uma casca grande mas por dentro são compactos, mas
que ainda assim tem todos os componentes de grandes aparelhos.

Quando você buscar por aparelhos com tecnologia de radiofrequencia para


tratamentos que exigem grande capacidade de geração de calor você precisa saber que
aparelhos pequenos, chamados de portáteis como os importados que cabem na palma
da mão não terão essa capacidade de gerar alto pode de calor e ao mesmo tempo
trabalhar o resfriamento do aparelho para que não haja alta combustão e possíveis
acidentes. Principalmente se falarmos de tratamentos corporais , onde o nível de calor
exigido e bem mais alto em relação aos tratamentos faciais . Agora se o intuito são
tratamentos mais conservadores e superficiais, como os faciais e os que não necessitam
de temperatura muito altas, haverá equipamentos que podem te atender sim mas que
não e muito lucrativo ter que comprar um aparelho para cada especificação, tudo é
aquela questão do custo benefício. Por isso e preferível comprar os equipamentos que
podem atender com qualidade, tratamentos corporais e faciais.

7 TÉCNICA DE APLICAÇÃO:
.
• Higienizar a região a ser tratada. Pode-se reduzir a impedância da pele através de

1
esfoliação.
• Selecionar a frequência de acordo com a região a ser tratada:
• A intensidade varia de acordo com a sensibilidade referida pelo paciente, é muito
importante o feedback do paciente durante a aplicação.
• Para acoplamento deve ser usado meio condutor (indicado pelo fabricante do
equipamento).
• O movimento deve ser constante e contínuo, (pois é através do movimento contínuo
de cargas elétricas que as informações passam através dos tecidos e chegam às
estruturas celulares.) movimentos lentos promovem aquecimento rápido, movimentos
rápidos aquecimento lento. Deve-se fazer uso da movimentação para controlar a
temperatura desejada, sempre acompanhando a temperatura através de um medidor
de temperatura cutânea (alguns equipamentos possuem medição de temperatura
integrada).
• Existe a necessidade de gel de contato neutro para facilitar o seu deslizamento que
deve estar em total contato com a pele. Para tanto se faz necessária uma leve pressão,
mantendo-a com uma angulação de 90° para evitar sensação desagradável.
• A aplicação deve ser feita por quadrantes (pequenas regiões demarcadas previamente
com lápis de olho branco), após atingir a temperatura desejada, deve ser mantida em
torno de 5 a 7 minutos para que produza os efeitos desejados, passando-se assim para
a próxima região.
• A hiperemia local tende a desaparecer em alguns minutos após a aplicação.
• Finalizar a sessão com o uso de hidratante e protetor solar.

ATENCAO 1: Nunca permaneça com o cabeçote aplicador estático sobre a área de


aplicação, pois poderá causar “hot spots”, pontos de calor intenso e queimaduras!
Aplicado de forma correta o tratamento é eficaz, seguro e indolor
ATENÇÃO2: • O cabeçote aplicador jamais poderá ficar estático sobre a área de
aplicação, pois poderá causar “hot spots”, pontos de calor intenso e queimaduras.

8 HISTÓRIA DO ULTRASSON
.
Em 1940, o ultrassom começou a ser utilizado na Medicina Diagnóstica e na
1 de tumores. Uma década depois, John Reid e John Wild construíram o
localização
transdutor linear, um instrumento do modo B para carcinomas de mama.
O ultrassom (US) começou a ser utilizado na medicina no início da década de 30. A
partir da década de 50 começou a ser aplicado em fisioterapia, e a partir da década de
70 este equipamento começou a ser utilizado em tratamentos estéticos (SILVA, 1997).
Neste tópico iremos abordar os princípios básicos do US, seus parâmetros físicos,
seus efeitos fisiológicos e terapêuticos. A seguir veremos suas indicações,
contraindicações, técnicas de aplicação.Para finalizarmos este tópico abordaremos
ainda a ultracavitação, outra modalidade de US

8.1-Princípios Básicos Do Ultrasom:


Ele é produzido por um cristal piezoelétrico no interior do aplicador; as vibrações
produzidas por ele são transferidas à pele do cliente quando o transdutor entra em
contato com o tecido.Como o cristal piezoelétrico não vibra uniformemente, a área
efetiva de transmissão ou ERA (Effective Radiating Area) será sempre menor que 10% a
20% que a área geométrica do cabeçote de tratamento. A ERA é um parâmetro muito
importante, que determina a intensidade da onda ultrassônica, sendo expressa em
unidade de superfície, 5cm², por exemplo.
Um cristal piezoelétrico tem a propriedade de que, por um lado, se uma voltagem
for aplicada através de sua substância, ele mudará de espessura, por outro lado, se a
espessura do cristal for mudada, se cria uma voltagem através do cristal.
À medida que a face frontal do transdutor se desloca para trás e para frente,
regiões de compressão e rarefação se afastam dessa parte, formando uma onda
ultrassônica. À medida que a onda de ultrassom é transmitida por vários tecidos, há uma
atenuação ou redução na intensidade de energia.

8.2- Mecanismo de ação do Ultra-Som:


A atenuação é o fenômeno caracterizado pela diminuição da energia da onda
sonora. Conforme as ondas sonoras viajam pelo tecido, há uma redução progressiva na
intensidade da onda. Esta diminuição da energia ocorre principalmente pelos seguintes
motivos: reflexão e absorção.

A absorção das ondas sonoras vai depender basicamente de dois fatores: um é a


freqüência da onda sonora, e o outro é as características do tecido. O uso da freqüência
do Ultra-som é muito amplo, no entanto, terapeuticamente é muito comum utilizarmos
apenas cabeçotes de 1MHz e 3MHz. Atualmente está se tornando comum também o de
5MHz.
Qual a relação entre a absorção e a freqüência?

Se quisermos alterar o comportamento de um corpo, temos que gastar energia


para isso, e quanto maior for essa alteração, maior tem que ser o gasto de energia. Existe
um termo que define a resistência que a massa oferece na tentativa de se opor ao
movimento, que chamamos de reatância de massa ( resistência). Isso quer dizer que
quanto maior o movimento que quisermos dar à massa, maior será a reatância dessa
massa, consequentemente, maior terá que ser a energia absorvida para que esse
movimento seja possível. Sendo assim, quanto maior a freqüência utilizada, maior será
o poder de absorção e mais intenso será o efeito superficial. Por isso, é verdadeira a
frase: quanto maior a freqüência do Ultra-som, menor seu poder de penetração.

A absorção aumenta à medida que a frequência aumenta o que reduz a


transmissão de energia para os tecidos mais profundos.

A reflexão em uma superfície ocorre quando a impedância acústica de dois meios


por onde se propaga a onda for diferente; quanto maior a diferença de impedância
acústica entre os meios, maior será a sua reflexão. O eco é um exemplo de reflexão
composta de energia acústica Para reduzir a impedância acústica entre o transdutor do
US e a pele, utiliza-se o gel como meio de acoplamento, reduzindo a reflexão. No corpo
humano há uma reflexão de aproximadamente 30% entre o osso e as partes moles.

A refração é a curvatura das ondas resultante de uma alteração da velocidade. A


refração ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio alterando sua
velocidade, porém, conservando a sua frequência. A onda ultrassônica penetra no
tecido a um ângulo, e sai deste tecido em um ângulo diferente. (RIBEIRO, 2011)

8.3-Classificação das Ondas:


Quanto à origem: As ondas podem ser de origem mecânica ou eletromagnética.
As eletromagnéticas não precisam de um meio para se propagar, e seu efeito principal
ao interagir com o tecido biológico, é o efeito térmico, como exemplo a
radiofrequência.
As ondas mecânicas são originadas a partir de uma perturbação da matéria. Se esta
perturbação puder ser transmitida a outras partículas no meio em que se encontra,
então ela se propaga. Sendo assim, a propagação deste tipo de onda só ocorre em um
meio que contenha matéria. Sua interação com o tecido biológico produz tanto efeito
térmico, quanto vários efeitos atérmicos. Esse tipo de onda é a utilizada no Ultra-Som.

Quanto à direção das ondas: Agora vamos nos deter apenas às ondas
mecânicas, que é o objetivo deste capítulo. Estas ondas podem produzir perturbações
de duas formas: de forma transversal e de forma longitudinal.

A perturbação do tipo longitudinal é o ocorre, por exemplo, nas ondas sonoras, o


som fica numa faixa cuja freqüência situa 20 Hz e 20 KHz. Esta faixa é a única que pode
ser captada pelo ouvido humano. Abaixo dos 20Hz fica o Infra Som, que possui a
vibração na mesma natureza do som mas de frequência inferior as do som audível e a
acima de 20KHZ fica o ultrason, também imperceptível ao ouvido humano.

As ondas mecânicas têm largura de pulso, freqüência, intensidade e modo de


pulsação. Destas características, o que nos interessa são: a freqüência, já citada; a
intensidade, que varia geralmente de 0,1 a 1 W/cm2 ; e o modo de ser aplicado, que
pode ser contínuo ou pulsátil.
9 EFEITOS FÍSICOS E FISIOLÓGICOS DO US
.
• Efeitos Térmicos: A movimento do aparelho nos tecidos gera calor por fricção.
1
Essa quantidade de calor vai depender do tecido em que ela esta, dependendo também
dos parâmetros utilizados e seus principais efeitos resulta na melhora do fluxo
sanguíneo), relaxamento, aumento da permeabilidade das membranas, aumento do
metabolismo dos tecidos e a extensibilidade dos tecidos ricos em fibras colágenas. Em
caso de um processo inflamatório ou em um pós cirúrgico imediato, onde o quadro se
encontra-se agudo, devemos optar pelo modo pulsado visto que de forma contínua
pode aumentar a destruição das fibras colágenas, causar quadro hemorrágico e
dificultar na regeneração dos vasos sanguíneos.
Para obter um efeito terapêutico útil, a temperatura deverá ser elevada para algo
em torno de 40º a 45º, temperaturas acima de 45º são lesivas. Esta temperatura precisa
ser mantida por pelo menos cinco minutos (LOW; REED, 2001).
• Hiperemia.
• Aumento da circulação sanguínea.
• Aumento do metabolismo tecidual.
• Aumento da permeabilidade das membranas.
• Incremento da flexibilidade dos tecidos ricos em colágeno.
• Aumento da angiogênese.
• Aumento na atividade fibroblástica e síntese de colágeno.

Efeito químico: O ultrassom atua como catalisador, acelerando as reações


químicas, e aumentando a condutibilidade das reações.
Efeito tixotrópico: Acontece em alguns tecidos que tem a propriedade de
diminuir a viscosidade quando são agitados mecanicamente. O efeito tixotrópico do
ultrassom é a capacidade que ele tem de tornar mais maleável tecidos endurecidas
,temos como exemplo as fibroses teciduais, nos nódulos celulíticos .
Fonoforese: Técnica utilizada para introdução de substâncias terapêuticas em
forma de gel como meio de acoplamento através da energia ultrassônica. É uma das
técnicas mais utilizadas, devido à potencialização do tratamento corporal.
Angiogênese: Ativa a formação de novos capilares.
Aumento da síntese de colágeno: Na fase proliferativa e de remodelação, o
ultrassom auxilia na reorganização do colágeno.
Reabsorção de edemas: O aumento da permeabilidade celular e o movimento
da onda sonora produzida pelo ultrassom ,auxilia no retorno venoso e linfático,
favorecendo a reabsorção de edemas.
Incremento do metabolismo local: Com estimulação das funções celulares e
da capacidade de regeneração celular.
Efeitos Terapêuticos ( Cavitação): No momento que ondas sonoras estão
passando por um tecido que contem liquido este tecido sofre a ação do campo
ultrassônico e estas oscilações mecânicas produzidas irão estimular formações de
microbolhas de ar .Então ocorre a cavitação que pode ser de forma estável ou de forma
instável.
A cavitação de forma estável (no caso do ultrassom plana de alta frequência) e
quando as bolhas de ar ficam oscilando de um lado a outro dentro das ondas de pressão
do ultrassom, elas aumentam e diminuem o volume mas permanecem sempre intactas.
Já na cavitação instável , o volume de bolhas ocorre de maneira rápida e violenta,
então as bolhas de ar não suportam a pressão e se rompem causando mudanças de
temperatura, podendo resultar em um dano tecidual.

10 INDICAÇÃO E CONTRA INDICAÇÃO


.1
Ultrason De Alta Frequencia Ultrason de Baixa Frequencia
Indicações: Indicaçoes:
FEG, Adiposidade
adiposidade
e pós-operatórios,.
Contraindicações:
Presença de tumores.
Diabetes, Tromboflebites.
Insuficiência vascular.
Tecido isquêmico
Grávidas; DIU; Pressão alta;
Doença renal , doenças no fígado
; Doença cardíaca; Epilepsia;
Prótese,

11 TIPOS DE ULTRASON
.1
A produção do Ultra-Som terapêutico é na
freqüência de 1MHz( fisoterapico) que é
utilizado para o tratamento de tecidos mais
profundos,e 3MHz( estético que é utilizado
para o tratamento de tecidos superficiais.

Atualmente, existem dois tipos de


ultrassons com finalidade estética(3MHZ): os
de baixa e os de alta frequência. Elas são
medidas em Hertz — um 1 Hz significa que o
transdutor faz um movimento de vai e volta por segundo. Quanto maior a frequência,
maior será a profundidade na pele que poderemos atingir:
Ultrassom de alta frequência — nesses casos, a medida é em megaHertz, ou
seja, 1.000.000 de oscilações por segundo ou 1000 KHz. Com essa frequência, já
conseguimos atingir as camadas de tecido adiposo a partir de 1,5 cm sem ter uma ação
tão profunda, dispensando a utilização de pregas cutâneas.

Ultrasson plano: A emissão são de ondas mecânicas de maneira livre no tecido,


de modo que passa por todas as camadas ate chegar na profundidade definida pela
frequência. E por conta disso, todos os tecidos que estão acima da camada de gordura
irão receber a mesma energia. Na estética, o ultrassom plano em alta frequência (1 e
3MHz) é o que mais utilizamos devido aos efeitos que ele produz e as diversas
possibilidades terapêuticas de seu uso e controle de profundidade. A quebra da gordura
pelo ultrassom é um método físico e envolve diferenças de meio, sendo a cavitação a
responsável pela quebra dessa gordura, que é eliminada pelo sistema linfático, não
trazendo riscos de aumento de gordura no sangue.
Lipocavitadores — são equipamentos de alta frequência, que atingem camadas mais
superficiais da pele e do subcutâneo, tratando também as celulites;

Ultrassom de baixa frequência — nesses procedimentos, a vibração é medida


em quiloHertz (KHz), isto é, 1000 oscilações por segundo. As frequências mais comuns
são 38, 40 e 80KHz. Esses valores são empregados em camadas de tecido adiposo maior
do que 3 cm, sendo necessário fazer pregas cutâneas para reduzir o risco de atingir
tecidos abaixo da camada de gordura;

Ultracavitadores — utilizam ondas de baixa frequência entre 20 KHz e 60 KHz. As suas


vibrações desestabilizam a célula de gordura, provocando a sua morte, trazendo efeitos
terapêuticos expressivos;
Ultrason Focalizado: também, é possível focalizar as ondas emitidas pelo transdutor
para que elas atinjam uma área menor da pele. Assim, é possível concentrar grande
parte da potência do aparelho e melhorar sua eficiência.Essas ondas são capazes de
penetrar em até 4,5 cm da pele, dependendo da necessidade do cliente. Nessa distância,
conseguimos atingir a derme, a epiderme e o tecido adiposo

Ultrassom Microfocado : age por meio das ondas que são emitidas pelo aparelho,
aquecendo as camadas mais profundas da pele e provocando uma microcoagulação do
local, com estímulo à produção de colágeno. Ele trata pequenas áreas, como rosto e
pescoço
12 ULTRACAVITAÇÃO
.1
A ultracavitação trata-se de uma técnica que utiliza US focado de alta intensidade,
ultrassom cavitacional. Sua ação se baseia na ação terapêutica da aplicação de ondas de
US com mais de 30 watts de potência compostas por diferentes pressões positivas e
negativas. (FATEMI, 2009) .Sua aplicação resulta em uma imensurável quantidade de
microbolhas de gás, que acumulam energia e crescem até que se tornem instáveis e
implodam nas cavidades do líquido intersticial no tecido adiposo. Com a explosão das
microbolhas é liberada energia, a qual cria uma pressão sobre a membrana celular do
tecido adiposo, promovendo o derramamento de gordura para o fluido intersticial,
preservando demais estruturas teciduais como vasos, nervos e especialmente o sistema
linfático, essencial para coletar triglicérides e diglicérides.
“Os danos ocorridos aos adipócitos resultam em uma resposta inflamatória,
composta fundamentalmente por macrófagos, neutrólifos, células plasmáticas e
linfócitos atraídos para fagocitar e transportar as células danificadas. O resultado é uma
redução no tecido adiposo. ” (FATEMI; KANE, 2010).Ferreira (2012) diverge afirmando
que a gordura removida dos adipócitos através da ultracavitação tem mais tendência
em depositar-se em determinadas zonas corporais. Segundo o autor, essas zonas variam
de acordo com o sexo e com o biótipo de cada paciente. Para evitar o acúmulo de
gordura, recomenda-se uma dieta leve, acompanhada da ingestão de água e a prática
de atividades físicas, para que a gordura libertada depois de cada sessão seja o mais
possível consumida pelo organismo como fonte energética.
As contraindicações da ultracavitação são semelhantes às do US, e incluem também
elevados valores de triglicerídeos, hipercolesterolemia, insuficiência renal ou hepática,
áreas com tecido adiposo inferior a 4 cm de espessura.O número de sessões necessárias
varia entre seis e 10, aplicadas uma vez por semana, com duração entre 15 e 30
minutos.

PARÂMETROS FÍSICOS :
Frequência:Os resultados obtidos através da utilização do US, são diretamente
influenciados de acordo com parâmetros físicos como: frequência, intensidade, tempo
e modo de aplicação utilizados.A frequência é o que define o US, distinguindo-o dos
diferentes sons. Os US terapêuticos variam de 1 a 3 MHz, a diferença entre os dois está
na atenuação, que aumenta com a frequência, quanto maior a frequência, maior será a
sua absorção nos tecidos superficiais. Aceita-se de forma geral que com US de 1 MHz
alcança-se mais de 5 cm, enquanto que com US de 3 MHz a penetração é em torno de
3 cm. Sendo assim, a profundidade de penetração possui relação inversa com a
frequência.
1 MHz – ↓ frequência ↑ comprimento de onda ↓ absorção ↓ efeito térmico ↑
profundidade
3 MHz – ↑ frequência ↓ comprimento de onda ↑ absorção ↑ efeito térmico ↓
profundidade
Tendo controle sobre a frequência de saída do US, o terapeuta pode controlar a
profundidade, para onde a energia poderá ser direcionada, e também qual mecanismo
físico estará ativo. “A regra básica é que, quanto mais alta a frequência, mais superficial
a profundidade de penetração, levando à rápida atenuação do US e causando um efeito
biológico principalmente por meio de mecanismos térmicos.” (KITCHEN, 2003, p. 450).

Intensidade: O feixe de US transporta uma determinada quantidade de energia


produzida pelo transdutor, que é conduzida num determinado espaço de tempo, a qual
chamamos de potência (watt). Quando esta potência é dividida pela superfície do feixe
(cm²), a intensidade deste feixe será expressa em W/cm². Esta intensidade varia na
maioria dos equipamentos de 0,1 a 3 W/cm² (AGNE, 2006).
Na estética utiliza-se de 1,2 a 1,5 W/cm² no modo contínuo para a maioria dos
protocolos para adiposidade e FEG, e 0,5 W/cm² no modo pulsado para processos de
reparo tecidual, principalmente cicatrizes.“A ponderação é sempre utilizar a intensidade
mais baixa que cause o efeito terapêutico esperado, já que magnitudes mais altas
podem ser danosas. ” (KITCHEN, 2003)
Tempo: .A quantidade de energia aplicada aos tecidos e os efeitos decorrentes
dependerão não só da intensidade, mas também do tempo de aplicação. Como o
transdutor é movimentado continuamente sobre a área tratada, o tamanho desta área
é o fator determinante mais importante em relação à duração da sessão (LOW; REED,
2001). Conforme Hoogland (1986), o tempo de aplicação pode ser calculado dividindo-
se a área de aplicação pela ERA.
TEMPO = ÁREA ÷ ERA
2.2.4 Modo :O US pode ser aplicado no modo contínuo ou pulsado. O modo contínuo
produzirá algum aquecimento nos tecidos se a intensidade for alta o suficiente,
enquanto o modo pulsado na mesma intensidade terá uma média temporal de
intensidade muito mais baixa e, assim, um aquecimento insignificante (LOW; REED,
2001).
O modo de estimulação contínuo eleva de forma mais efetiva a temperatura do tecido,
visto que não ocorre intervalo para dissipação do calor, enquanto que no modo de
estimulação pulsado ocorre o predomínio dos efeitos mecânicos, já que no tempo de
repouso entre os pulsos, a circulação sanguínea possibilitará o resfriamento da área
tratada. Conforme Hoogland (1986), o efeito térmico também existe no modo pulsado,
no entanto é bem menor

Parâmetros Técnicos:
• Frequência: Está relacionada com o número de ondas que passam em uma unidade de
tempo, sendo 1 ou 3 MHz as mais utilizadas. A atenuação é diretamente proporcional à
frequência do feixe de ultrassom. Portanto, 1 MHz é mais profundo (atinge cerca de 5cm) e 3
MHz mais superficial( e o que usamos na estética) ele atinge cerca de 2,5cm.
• Modo de emissão:
• Contínuo - de modo que há uma deposição ininterrupta de energia nos tecidos irradiados;
aplicações onde se deseja todos os efeitos do ultrassom (térmico, mecânico e químico).
• Pulsado - Quando há necessidade de minimizar o efeito tecidual e que tem proporcionado
outras indicações principalmente nos estágios inflamatórios mais precoces); nesse caso é
necessário estabelecer a frequência em 100 Hz (em processo inflamatório agudo) e também o
percentual de relação ON – OFF(varia de 5 a 50%). Exemplo: Razão de pulso de 20%: 20% de
tempo ON, 80% de tempo OFF.
• Tempo: Deve ser referente ao tamanho da área (em cm2, sendo altura X largura) dividido
pela ERA. O resultado é o tempo de aplicação.
• Intensidade: Energia total por segundo emitida pelo aparelho, medida em watts (W/cm2).
Intensidade baixa: < 0,3 W/ cm2; Em quadros de pós-operatórios
• Intensidade Moderada: 0,3 a 1,2 W/ cm2; Para fonoforese, celulite e gordura localizada
• Intensidade alta: 1,2 a 3 W/ cm2. Gordura localizada em da camada adiposa maiores
• Potência: O feixe de ultrassom transporta uma determinada quantidade de energia produzida
pelo transdutor denominado de potência, a qual é medida em Watt (W), geralmente
identificada nos equipamentos cujos valores terão relação com a área do transdutor e a
intensidade aplicada. Assim, em um transdutor cuja ERA mede 3cm2 e se emite 3W/cm2, sua
potência será de 9W.

Técnica de aplicação :
As técnicas de aplicação consistem na colocação de gel de contato (base água,
como meio condutor da energia), e o acoplamento do transdutor na área, realizando
movimentos circulares em toda a sua extensão. Importante dividir a área de tratamento
em quadrantes, para cálculo adequado do tempo e deposição correta da energia (vide
em parâmetros).
• A área de tratamento deve ser higienizada com álcool ou água e sabão neutro.
• Deve-se eleger os parâmetros de utilização do US (W/cm²).
• A área a ser tratada deverá ser coberta de gel para acoplamento do transdutor.
• O transdutor não pode ficar inerte e deve ser movimentado lentamente, em
movimentos circulares, deslocado a uma velocidade de 1 a 2 cm/seg.
• O tempo de aplicação varia de acordo com o tamanho da área tratada, no entanto,
deve-se limitar a 20 minutos por sessão para evitar efeitos deletérios do US.
• A frequência das sessões deve variar entre duas a três vezes semanais, respeitando o
intervalo de pelo menos um dia entre elas.
• O número recomendado de sessões varia em média de 10 a 15 por região. A partir de
20 sessões deve-se respeitar um intervalo de 15 a 30 dias, devido ao processo de
acomodação do organismo ao estímulo, que passa a interferir nos resultados.

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