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Correntes Diadinâmicas
Ao final deste capítulo você terá capacidade de:
• Identificar as correntes diretas e suas respectivas representações gráficas;
• Reconhecer as diferenças entre as correntes diretas, explicando as indicações para cada uma.
• Prescrever as correntes diretas mais indicadas para diferentes situações clínicas;
A representação gráfica
1 – DF: Corrente direta de 100Hz, retificada em onda completa.
Parâmetros Bioelétricos
Largura de pulso Intervalo de 10 ms
• Freq. – 50 Hz
10 ms
• Larg. Pulso – 10 ms
• Intervalo – 10 ms
DF = 1 seg MF = 1 seg
4 – LP: Sobre uma corrente MF modula-se outra corrente MF que vai crescendo e decrescendo
gradativamente até completar 5 segundos e depois 10 segundos com MF.
.
5 seg 10 seg.
1 seg 1 seg
Efeitos Fisiológicos
Vale ressaltar que esta corrente já foi amplamente utilizada, contudo, pouco profissionais ainda à
utilização1,2. Este fato, se deve ao surgimento de novas correntes terapêuticas com efeitos terapêuticos mais
evidentes. Esta diminuição no uso clínico também pode ser registrado pelo baixo número de artigos científicos
que utilizaram esta corrente nos últimos 15 anos. Dentre os efeitos esperados é possível listar:
1 – Dor
As formas de correntes de 50Hz e 100Hz, elegidas por Bernard, são capazes de aumentar o limiar álgico,
tornando o indivíduo mais tolerante à dor. Sendo a corrente DF particularmente mais recomendada quanto à
elevação do limiar de dor, consequentemente o efeito analgésico temporário3,4. Um estudo de 1966 demonstrou
efeitso positivos na radiculite lombar5, contudo, novos estudos são raros sobre esta abordagem e não comprovam
esta efetividade6,7. O uso para dor crônica tem sido amplamente difundida e vários estudos à associam com
outras modalidades terapêuticas como o ultrassom8,9. Trata-se de um recurso que atualmente não está em amplo
uso clínico e as pesquias envolvendo esta corrente terapêutica são escassos e de baixa qualidade metodológica.
2 – Vasodilatação Periférica
Particularmente próximo do pólo negativo de qualquer uma das cinco correntes ocorrerá vasodilatação
e hiperemia como conseqüência da liberação de substâncias tissulares vasoativas (por exemplo: histamina)10–
12.
3 – Contração Muscular
Não haverá uma contração fisiológica, mas vibrações ritmicas na corrente RS. Embora não gere uma
contração potente capaz de gerar hipertrofia, sua recomendação está restrita aos casos iniciais de treinamento
muscular, aos pacientes com perda de força muscular significativa, cujo o objetivo é o despertar trófico da
musculatura. No esporte o uso nas fases iniciais do tratamento já havia sido citada desde 198113.
4 – Relaxamento Muscular
Possível na freqüência de 100Hz, principalmente na DF e LP.
Está indicada para tratamento inicial antes da aplicação de outra forma de corrente, bem como, transtornos
circulatórios funcionais periféricos. Não tem o objetivo de provocar contração muscular, pois a ferquencia de
100Hz gera relaxamento muscular.
Sensação descrita pelo Paciente: Fibrilação e um formigamento, que vai desaparecendo gradativamente
(acomodação). O terapeuta deverá corrigir a intensidade assim que o paciente relatar este efeito.
Sensação do Paciente: Forte vibração quando aumenta a intensidade pode gerar contrações.
Sensação no Paciente: Percebe-se uma troca lenta das sensações entre o período monofásico que cresce e
decresce e o monofásico simples.
Sensação vibratória no Monofásico simples;
Sensação de fibrilação e formigamento crescente/decrescente no outro período.
Intensidade de Corrente
Os efeitos fisiológicos e terapêuticos das correntes diadinâmicas de Bernard não somente dependem da
qualidade da corrente, como também da sua intensidade, pois deveremos sempre atingir tanto o limiar de
excitação sensitivo-motor.
Tempo de Aplicação
Pequena duração, pois aplicações longas podem reduzir ou
suprimir os efeitos terapêuticos. Aconselha-se usar no máximo 4 Nota: os efeitos eletrolíticos sobre a pele,
minutos para cada forma de corrente, e quando for necessário, mais devido à polaridade podem levar a
queimaduras, caso o tratamento seja
que uma forma, nunca ultrapassar 12 minutos no total. (Exemplo:
mais prolongado.
3min DF, 3min MF e 3 min CP perfazendo 9 min de aplicação).
Número de Sessões
A escolha do tipo de eletrodo a ser utilizado vai depender do quadro clínico de paciente:
Técnica Bipolar
Indicado para sedação e analgesia em processos patológicos. Para esta técnica o eletrodo (+) e (-) são do mesmo
tamanho e quanto menor a área a ser tratada, menores deverão ser os eletrodos. Os eletrodos mais utilizados
nas correntes diadinâmicas são: esponjas com placas de silicone condutor, além dos eletrodos de copo e de
sucção; todos possuem vários tamanhos e formas1.
Técnica Unipolar
Indicado para atuar em regiões focais com efeitos mais tróficos e estimulantes. Neste caso os eletrodos (+) e (-)
terão tamanhos diferentes, sendo o menor denominado de eletrodo ativo e o maior denominado eletrodo
dispersivo. A depender do objetivo terapêutico, tanto o (+) quanto o (-) poderão ser o eletrodo ativo. Este deverá
ser colocado sobre o foco do tratamento e o dispersivo num campo próximo para fechar o circuito1.
3 – Aplicação Paravertebral
uma articulação); aplicam-se eletrodos de cada lado da articulação, de forma que os eletrodos tenham
tamanho proporcional ao da articulação evitando que se toquem.
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