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N° 30 - Fevereiro 2010

Revista Digital de Podologia


Gratuita - Em Português
re v i s t a p o d o l o g i a . c o m n ° 3 0
Fe v e re iro 2 0 1 0

Diretor c ientífic o
Podólogo Israel de Toledo

Diretor c omerc ial: Sr. Alberto Grillo

C olaboradores de esta ediç ão:

Marcos Leal Brioschi. Brasil.


Adriano Mehl. Brasil.
Adilson Girotto Narciso de Oliveira. Brasil.
Mário Augusto da Silva Freitas. Brasil.
José Fernando Macedo. Brasil.
Jorge Eduardo Fouto Matias. Brasil.
Rodrigo A C Macedo. Brasil.
Dra. Rosangela Arnt. Brasil.

ÍNDICE

Pag.
4 - Exame de termometría cutânea infravermelha na
avaliação do pé diabético.
25 - Como eu trato o linfedema de membros inferiores.

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Novo tel: #55 19 3365-1586 - Campinas - San Pablo - Brasil.
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lidad de los autores y que se extiende a cualquier imagen (fotos, gráficos, esquemas, tablas, radiografías, etc.) que de cualquier tipo ilustre las
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Exame de Termometría Cutânea Infravermelha na
Avaliação do Pé Diabético.
1 2 3 4
Marcos Leal Brioschi , Adriano Mehl , Adilson Girotto Narciso de Oliveira , Mário Augusto da Silva Freitas ,
5 6 7
José Fernando Macedo , Jorge Eduardo Fouto Matias , Rodrigo A C Macedo . Brasil.

Trabalho realizado pelo Laboratório de Imagem Infravermelha da Pós-Graduação em Cirurgia do HC-UFPR.


1 - Pós-doutorando em Neurologia pela USP. Professor pesquisador da Pós-Graduação em Cirurgia da
UFPR. Presidente da Sociedade Brasileira de Termologia.
2 - Responsável Técnico pelo Serviço de Oxigenoterapia Hiperbárica do Hospital Universitário Cajuru
PUC/PR. Mestre em Engenharia Biomédica CEFET/PR. Presidente do Comitê Médico do Capítulo
Brasileiro da UHMS.
3 - Aluno do 6º ano de Medicina da UFPR.
4 - Cirurgião vascular, doutor em Ciências Médicas pela USP. Professor Adjunto da Universidade Federal
do Mato Grosso do Sul, Brasil.
5 - Cirurgião vascular, doutor em Cirurgia pela UFPR. Professor da FEPAR. Presidente da Sociedade
Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Capítulo Paraná.
6 - Cirurgião do aparelho digestivo, doutor em Cirurgia pela Unisersite de Montpellier. Coordenador do
Programa de Pós-Graduação em Cirurgia UFPR.
7 - Residente de Medicina do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba.

Método diagnóstico por imagem que por meio orida em tempo real, vista no monitor. Todas as
de sensor acoplado a um sistema computacional imagens são acompanhadas de uma palete de
mensura a distância a radiação infravermelha cores que indica as regiões mais aquecidas pelas
emitida da superfície cutânea com sensibilidade cores branca e vermelha, e as áreas mais frias
de 0,08oC. pelas cores azul e negro. A avaliação é tanto
quantitativa, pela diferença de temperatura
Todo objeto acima de -273oC emite radiação média entre áreas pré-selecionadas (ROI), quan-
infravermelha. Exceto para algumas cobras, esta to qualitativa pelo padrão de distribuição de tem-
luz é invisível e dependendo da sua intensidade peratura cutânea em determinada região.
apenas percebida como calor pelos termorrecep-
tores. A sensibilidade térmica discriminativa O sistema termorregulatório mantém a tem-
humana é de somente para diferenças maiores peratura estável do corpo por meio do sistema
que 2oC. neurovegetativo da pele. Isto é, este controla o
fluxo sanguíneo da microcirculação cutânea e se
O corpo humano tem excelente emissividade modifica a medida que ocorre estímulos externos
infravermelha, maior que 98%, notadamente no (mudanças no clima), internos (p.ex. infecção) ou
comprimento de onda entre 7,5 a 13 m, isto é, na presença de disfunções neurovegetativas, vas-
infravermelho longo. Por esta razão é condição culares ou inflamatórias. Isto ocasiona aumento
básica que os sensores de uso médico sejam ou diminuição do fluxo sanguíneo local, regional,
específicos para trabalhar nesta faixa do espec- num determinado dermátomo, território, hemi-
tro eletromagnético. corpo ou sistemicamente1,2,3

O corpo humano brilha como uma fonte de luz A termometria infravermelha demonstra o grau
com intensidade de120W, porém invisível. Para de vasoconstrição ou vasodilatação da pele,
facilitar a compreensão, os valores de energia refletindo o funcionamento ou as disfunções do
são convertidos em temperatura pela lei de sistema neurovegetativo simpático e sua respos-
Stephan-Boltzman: ta local ao trauma. A pressão excessiva sobre o
W = e s T4 onde W é fluxo radiante emitido por tecido por uso de calçados inadequados pode
unidade de área, W/cm2; emissividade; con- provocar mudanças térmicas.
stante de Stephan-Boltzman, 5,673x10-12 Watts Assim, a termometria infravermelha é um
o
K cm-2, e T4 temperatura absoluta do objeto, oK. método diagnóstico não-invasivo, totalmente
Para ser analisada, a radiação térmica captada seguro para avaliação da microcirculação
pelo sensor é transformada em uma imagem col- cutânea.
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É modalidade diagnóstica tanto estática quan-
to dinâmica, por meio de testes funcionais, para
observar as mudanças de temperatura provo-
cadas por vasorreações a testes específicos de
variação do calor.

A finalidade do exame de termometria infraver-


melha no diabético é detectar precocemente
alterações em diversas frentes: relacionadas à
sensibilidade dos pés, circulação, lesões infla-
matórias e infecciosas e ainda verificar o tipo de
sobrecarga mecânica dos pés queo paciente
apresenta. Podendo evitar, sobretudo, a evolução
para quadros mais avançados como úlceras, gan-
grena e amputação.

Parâmetros térmicos de normalidade dos


membros Inferiores

a) Diferencial térmico
Figura 1- Termometria infravermelha plantar normal.
A temperatura cutânea varia em função do Simetria com diferença direita-esquerda ( T) de
tempo até atingir um equilíbrio térmico após 0,38oC nas regiões de interesse pré-selecionadas
pelo menos 15 minutos de exposição4. O corpo (ROI)
humano sem enfermidade tem semelhança
(quase simetria) direita esquerda tanto da média do. Técnica utilizada no passado e abandonada
de temperatura quanto da distribuição da tem- pelo fato da placa comprimir e resfriar o local de
peratura entre os dimídios. contato na pele.

Em um ambiente controlado e após 15 min de c) Temperatura adimensional


estabilização da temperatura do corpo com o
ambiente, esta diferença é muito pequena e não A utilização unicamente de valores de tempera-
ultrapassa média de 0,24±0,073oC entre os tura absoluta para diagnóstico não é suficiente,
lados opostos, o que é um dos critérios diagnós- pois não permite comparação adequada inter-
ticos para normalidade.5,64 indivíduos devido à diferença de metabolismo
relacionada a diversos fatores como idade, sexo,
Na perna o diferencial térmico é de 0,27±0,2oC superfície corporal, doenças, etc. Assim como,
e nos pés 0,38±0,31oC (Figura 1). Esta diferença comparação entre estudos que nem sempre são
permanece constante no indivíduo sem anorma- realizados nas mesmas condições ambientais.
lidades, como verificado após 5 anos de segui- Para corrigir estes erros, mais recentemente
mento7. tem se utilizado os valores de temperatura adi-
mensional, variando entre 0 e 110. Sendo 0 quan-
Alterações acima de 1oC invariavelmente são do a temperatura (0) é igual à do ambiente (T∞),
indicativas de anormalidades na região plantar, e 1 quando igual à temperatura central (Tb),
segundo levantamento em 1.000 soldados por Di como mostrado na equação abaixo:
Benedetto et al.8
0 = T T∞
b) Temperatura média Plantar Tb T∞
Da região frontal até os pododáctilos a tempe-
ratura cutânea normal varia de 34,5oC a 27,1oC, onde T é a temperatura da superfície cutânea,
o
isto é, 7,4oC de gradiente. C; Tb temperatura central, oC, e T temperatura
Especificamente quanto aos pés,a temperatura ambiente, oC.
média plantar é de 26,8±1,8oC, sobretudo na
faixa entre 26 a 27oC, onde o local de maior tem- É a forma mais apropriada de interpretar os
peratura é o arco plantar e os dedos a região resultados térmicos obtidos pelo sensor infraver-
mais fria4. Benbow et al.9 haviam encontrado melho. A variável é uma temperatura adimensio-
valores semelhantes, 25,7±2,1oC, utilizando ter- nal bem conhecida na engenharia de transferên-
mometria de contato com placas de cristal líqui- cia de calor e combina a temperatura local medi-
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da com a temperatura central e ambiente11.
A temperatura adimensional definida na equa-
ção acima fornece leituras normalizadas da tem-
peratura para qualquer região cutânea, indepen-
dente da temperatura registrada do corpo e do
ambiente.
No caso da região plantar, a temperatura adi-
mensional normal é 0,19 4,12

Preparo para o exame

O examinador deve se ater a seguintes medidas


antes, para não prejudicar a avaliação das ima-
gens:

1- Manter a sala de exame com mínima corren-


te de ar (<0,2 m/s)
2- Proteger a área de teste de altas temperatu-
ras (Não deixar o paciente próximo à luz branca)
3- Manter a temperatura da sala em 20o C e
umidade em torno de 60%.
4- O paciente não deve fumar pelo menos 4
horas antes do exame.
5- O paciente não deve ser submetido a
nenhum tratamento térmico no dia do exame.
6- O paciente não deve realizar eletroneuromio-
Figura 2 - Termometria infravermelha delimitando
grafia, angiografia ou mielografia 24 horas antes
nível de amputação em paciente diabético com
do exame. A EMG deve ser feita 72h antes do
isquemia de Membro inferior esquerdo
exame ou se possível o exame de infravermelho
deve ser feito por primeiro. mente se fará bilateralmente no mesmo nível14.
7- O paciente deve informar ao examinador as
medicações vasoativas e anti-agregantes plaque- A imagem do sinal de “amputação em bota”
tários que estáfazendo uso. Se plausível devem delimita exatamente o nível de comprometimen-
ser interrompidas com adequada antecedência to microvascular 5,16,17,18,19,20,21 (Figura 2). Sendo
ao exame, conforme o caso. inclusive possível, quando indicado, realizar
amputações abaixo do joelho mais seguras e sem
1. Avaliação na macroangiopatia e nível de a necessidade de reamputação segundo estudo
amputação de McCollum et al.18após 6 meses de seguimen-
to de 81 casos. Os autores conseguiram uma
1.1) Teste estático relação de amputação infra:supra-condiliana de
3:1, com apenas 7,4% de reampatuções, ofere-
A obstrução do fluxo de artérias de maior cali- cendo deste modo a um maior número de
bre determina isquemia de grandes regiões da pacientes melhor qualidade de vida e adaptação
extremidade inferior. A deficiente perfusão da ortopédica.
pele da região afetada é representada como uma
área hiporradiante no exame infravermelho, uma A presença de uma área hiper-radiante no joe-
vez que o fluxo sanguíneo reduzido determina lho (warm knee sing) é um sinal indireto de oclu-
resfriamento da pele. são ou estenose arterial na fossa poplítea (Figura
3).
O infravermelho detecta precocemente distúr- O’Brien et al.22 encontraram clinicamente em
bios circulatórios no curso do diabetes. Cerca de 47% dos pacientes e em 53% por meio de ter-
50% dos pacientes com alterações vasculares mometria infravermelha (concordância inter-ava-
evidentes no infravermelho não tinham altera- liadores de 93% para a termografia). Em compa-
ções ainda na oscilometria arterial e 25% não ração com a arteriografia a sensibilidade, espe-
tinham queixas de dor nas extremidades no estu- cificidade, valores preditivos positivo e negativo
do realizado por Sroczynski et al.13 foram respectivamente 73%, 75%, 79% e 69%.
O padrão representado no exame é descrito Sendo recomendado pelos autores como sinal
como “assimétrico em bota”, pelo fato de que a importante no rastreamento da doença vascular
oclusão de grandes artérias periféricas dificil- periférica.
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1.2) Teste dinâmico

A avaliação funcional por meio


de testes específicos de varia-
ção do calor e drogas vasoati-
vas pode fornecer muito mais
informações quanto à repercus-
são funcional da macroangiopa-
tia que simplesmente a avalia-
ção estática. Estes testes ava-
liam a resposta vasomotora
mediada por inibição da síntese
prostaglandina l, vasopressina
por estimulação adrenérgica e
produção de óxido nítrico.
Fushimi et al.23 estudaram o
estado aterosclerótico periférico de 112 pacien- Figura 3 - Imagem “assimétrica em bota” em
tes com diabetes tipo 2 por meio de termometria paciente com Estenose poplítea direita. Notar o
infravermelha. Os autores compararam a respos- sinal do “warm Knee” em joelho direito.
ta ao teste de estímulo frio com os resultados da
ultra-sonografia modo-B (7,5 MHz) quanto à pre-
sença de calcificação e grau de estenose das positivo) de 100% e valor preditivo negativo de
artérias poplítea e dorsal do pé. 22%.
Eles obtiveram quatro padrões significativos de A calcificação e fibrose intersticial da parede
resposta relacionadas ao grau de alterações ate- arterial da dorsal do pé, que aparecem como
roscleróticas, com sensibilidade de 62%, especi- áreas hiperecóicas, foram significativas e propor-
ficidade de 100%, valor preditivo positivo (proba- cionalmente maiores respectivamente nos
bilidade de existir a doença no caso de teste padrões oscilatório (18%), crescente (26%),

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decrescente (50%) e de platô (75%). Foram ções aterosclerótica periférica. Grupo controle
excluídos deste estudo pacientes com neuropatia normal. Temperatura cutânea e fluxometria ini-
ou microangiopatia grave. ciais de 33,4±0,4oC e 28,8±2,1ml/min/100g de
tecido respectivamente.
Os mesmos pesquisadores avaliaram poste-
riormente a resposta a nicotina em 97 pacientes Gráfico 2 - Padrão ascendente
diabéticos e obtiveram resultados semelhan-
tes24. Neste estudo eles acrescentaram a fluxo-
metria laser Doppler.

a) Protocolo macroangiopatia

Paciente em posição ortostática em sala com


temperatura a 25,5±1,0oC.
Teste 1: Imersão de ambas as mãos em água a
5oC por 20 s
Teste 2 (variação do exame): Mastigar chicletes
de 2 mg de nicotina (equivalente a ¾ de cigarro)
por 15 min. Indicado no caso de pacientes
fumantes ativos ou passivos.
Área de interesse (ROI): área de 0,5 x 0,5 cm
no centro do dorso do hálux de ambos os pés
(direito/ esquerdo). Resposta crescente após 10 min, alcançando
Curva da variação de temperatura dos dedos diferencial térmico e fluxométrico de +3,1±0,5oC
dos pés a cada 1 min por 30 min. e 10,5±2,7 ml/min/100g de tecido respectiva-
mente. Pacientes com índice de pressão torno-
b) Interpretação diagnóstica da macroangiopa- zelo-braço (ITB) menor que 0,8.
tia
Resposta paradoxal devido a reações vasodila-
A termometria infravermelha dos pés com ate- tadoras, induzida apenas por estenoses modera-
rosclerose já demonstra uma diminuição térmica das, mediada por óxido nítrico25,26. Destes, 82%
significativa, com sinal de “amputação em bota” tem índices glicêmicos bem controlados (glice-
acompanhado ou não do sinal do “warm knee”, mia menor que 140 mg/dl 2 horas após sobre-
porém é importante o teste funcional para obter carga de glicose e HbA1c menor que 7,5% em
informação quanto ao grau de comprometimen- mais de 80% dos testes sanguíneos por pelo
to funcional da aterosclerose. menos 3 anos)24.
Segundo estudo de Benbow et al.9 o valor da Temperatura cutânea e fluxometria iniciais de
temperatura média plantar na macroangiopatia 30,4±0,7oC e 19,6±3,5ml/ min/100g de tecido
é de 25,6±1,9oC. respectivamente.

Gráfico 1 - Padrão oscilatório

Gráfico 3 - Padrão decrescente


Padrão com resposta oscilatória entre +1,5 e - Resposta descendente imediata, sem recupera-
1,5oC. Obtidos apenas em pacientes sem altera-
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ção, alcançando diferencial térmico e fluxométri- em “amputação” ou “simétrico em bota” pelo
co negativos de -2,0±0,2oC e -11,8±1,9ml/ fato da doença acometer bilateralmente e prati-
min/100g de tecido respectivamente. Pacientes camente no mesmo nível35.
com ITB menor que 0,8. Fortemente correlacio- Schindl et al.36 avaliaram 30 pacientes diabéti-
nado com hipertensão (48%), achados ultra- cos com HbA1c maior que 7,5% sem infecção ou
sonográficos e clínicos em conseqüência da
diminuição da circulação pela aterosclerose. uso de drogas vasoativas e anti-agregantes pla-
Temperatura cutânea e fluxometria iniciais de quetários. A temperatura média plantar foi
31,3±0,4oC e 17,2±2,0ml/ min/100g de tecido menor que 29oC. Podendo variar do normal até
respectivamente. 25,6oC.
Devido coexistência com doença coronariana
aterosclerótica se recomenda, neste grupo, a) Protocolo microangiopatia
ampliar a investigação deste processo mórbi-
do24,27. Paciente em posição supina para equilíbrio tér-
mico em sala com temperatura de 24oC.
Área de interesse (ROI): toda área de contorno
dorsal do pé, distal a linha traçada entre os
maléolos medial e lateral de ambos os pés (direi-
to/esquerdo).
Teste dinâmico: monitorização da temperatura
por um período de 65 min.

b) Interpretação diagnóstica da microangiopa-


tia

Imagem “simétrica em bota” comdiminuiçãole-


ve da temperatura cutânea de -0,18±0,41oC aos
20 min, -0,54±0,62oC aos 50 min e -0,65±0,64oC
Gráfico 4 - Padrão de Platô após 65 min mesmo após equilíbrio térmico de
30 min.
Resposta térmica linear com mínima oscilação,
entre +0,5 e -0,5oC,praticamente sem mudanças Diferentemente da macroangiopatia, que pode
térmicas. Pacientes com ITB menor que 0,8. haver hiperemia reativa ou ausência de recupera-
Resposta menos comum indicando ausência de ção térmica após estímulo frio, na microangiopa-
resposta termofisiológica devido ao grau avança- tia ocorre recuperação, mas esta é muito lenta,
do de insuficiência arterial. mais do que em pacientes idosos37.

No caso de delimitação do nível de amputação 3. Avaliação na neuropatia diabética


o critério térmico de tecido viável é a presença de
temperatura acima de 30,4oC na porção poste- Precursora de lesão nos pés,a neuropatia dia-
rior da perna ou uma razão posterior e anterior bética tem incidência proporcional ao tempo da
maior que 0,9820. doença. Está presente em 35% dos pacientes
com 20 anos de evolução, 45% com 30 anos e
2. Avaliação na microangiopatia 75% com 40 anos.

A disfunção da musculatura lisa e endotelial, Revisão de Flynnet al.38 resgatou diversos estu-
levando a acentuada limitação vasodilatadora dos que investigaram os efeitos da neuropatia
arteriolar e aumento da pressão capilar e conse- diabética no aumento do fluxo sanguíneo pelas
qüente redução da microcirculação cutânea, con- comunicações artério-venosas (AV) da microcir-
tribuem para a microangiopatia diabética28,29,30. culação, dissipando calor resultante do aumento
Em associação com a neuropatia, é responsável do índice metabólico39.
pelo desenvolvimento de úlcera, gangrena, infec-
ção e amputação em longo prazo nos pacientes Este aumento do fluxo sanguíneo cutâneo é
diabéticos. Entre os poucos procedimentos de devido dilatação das comunicações AV que nor-
investigação do fluxo sanguíneo da pele, a ter- malmente estão sob controle nervoso simpático.
mometria infravermelha é considerada de esti- Uma das conseqüências esperadas do aumento
mado valor, especialmente por ser método não do fluxo sanguíneocutâneo é o aumento da tem-
invasivo e de alta precisão31,32,33,34. peratura da pele, relatada por diversos autores.
A imagem padrão no exame é descrita como O reflexo simpático veno-arteriolar regula o

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fluxo nos capilares e nas comunicações AV. A sitivaeneurovegetativa 32,6oC de temperatura
lesão dos nervos simpáticos, leva a perda deste média ungueal do hálux em comparação com
reflexo (tônus vascular), promovendo vasodilata- 31,5oC no grupo sem neuropatia. Boyko et al43,
ção pré-capilar com aumento do fluxo nas comu- paradoxalmente, encontraram diminuição da
nicações AV. temperatura, mas como relatam os autores pode
ter havido um viés na seleção e avaliação do
Há assim, aumento da abertura de comunica- grupo de estudo.
ções AV e conseqüentemente passagem direta do
fluxo sangüíneo da rede arterial para venosa, Além do que, já foi comentado inicialmente que
causando redução da nutrição aos tecidos. Um a temperatura normalizada é o método mais ade-
dos sinais clínicos avançados é a anidrose que quado para este tipo de comparação. Sun et al.4
torna a pele ressecada e com fissuras que tam- encontraram em diabéticos com neuropatia tem-
bém servem de porta de entrada para infecções. peratura média plantar de 27,6±1,8oC enquanto
no grupo controle 26,8±2,2oC.
Archer, Roberts e Watkins40 encontraram tem- A temperatura normalizada foram respectiva-
peratura média plantar entre 33,2oC e 33,5oC em mente 0,24 e 0,19 e significativamente diferente.
pacientes diabéticos com neuropatia dolorosa ou
não em comparação com 27,8oC nos pacientes Embora a associação entre alto fluxo sanguíneo
diabéticos sem neuropatia. cutâneo e temperatura da pele tenha direta cor-
Similarmente Rayman, Hassan e Tooke41 encon- relação, esta associação não é linear. Felder et
traram temperatura média plantar do hálux de al.44 comprovaram que um pequeno aumento no
32,2oC em pacientes diabéticos com neuropatia fluxo sanguíneo resulta em grandes aumentos na
quando comparada com 28,7oC no grupo sem temperatura cutânea, mas esta associação dimi-
neuropatia. nui quando abaixo de 28oC.
Em pessoas com membros aquecidos (>28oC),
Nem todos os autores, porém, descreveram espera-se uma pequena mudança na temperatu-
diferenças estatisticamente significativa da tem- ra com aumento do fluxo sanguíneo.
peratura média absoluta cutânea. Flynn et al.42
encontraram em 14pacientescomneuropatiasen- Sun et al.12 conseguiram separar termicamente

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os pacientes com neuropatia diabética com Entre os fatores etiológicos implicados está
maior risco de ulceração. Eles encontraram tem- perda da sensação protetora e neuropatia auto-
peratura média plantar de 30,2±1,3lC e tempe- nômica. Esta última responsável pelo aumento
ratura normalizada de 0,24 enquanto que no da comunicação AV induzindo a crescente ativi-
grupo de menor risco os valores foram respecti- dade osteoclástica e diminuição da densidade
vamente 27,9±1,7oC e 0,19. Sendo a diferença óssea50.
mais significativa quando corrigida para valores O tratamento pode variar desde imobilização
normalizados de temperatura. A temperatura temporária até amputação definitiva. A imobili-
média plantar nos diabéticos sem neuropatia foi zação é monitorizada por radiografias e mensu-
de 27,1±2,0oC e no grupo controle 26,8±1,8oC. rações da temperatura cutânea 47,51,52,53.

a) Protocolo neuropatia As fraturas ativas de Charcot são associadas


com aumento da temperatura local, sendo um
Paciente sentado para equilíbrio térmico em dos critérios diagnósticos a elevação da tempe-
sala com temperatura de 24±1,0oC. ratura cutânea maior do que 2oC sobre a articu-
Áreas de interesse (ROI): 6 regiões da superfí- lação47. E o resfriamento indicador de cicatriza-
cie plantar: hálux, 5º dedo,1ª cabeça metatarsal, ção47,52,53,54.
4ª cabeça metatarsal, 5ª cabeça metatarsal, cal- McCrory et al.55 avaliaram 70 pacientes com
canhar e todo o dorso de ambos os pés (direi- fratura de Charcot por meio de radiografia e con-
to/esquerdo). trole de temperatura cutânea. O diferencial tér-
Teste dinâmico (opcional): caminhada de 30m mico obtido foi de 4,25±1,63oC no momento do
e anotação da temperatura média da somatória diagnóstico clínico e radiográfico.
das 6 regiões plantares.
Como tratamento por meio de imobilização
b) Interpretação diagnóstica da neuropatia houve uma redução da temperatura da área da
fratura de 0,022±0,005oC por dia, equivalente a
O pé neuropático apresenta temperatura da 2,1oC a cada 100 dias, sendo que em média
pele aumentada e é hiper-radiante em repouso levou147±75 dias para atingir a mesma tempe-
devido ao fluxo sanguíneo aumentado em conse- ratura que o pé correspondente não afetado. Os
qüência da disfunção da inervação simpática dos autores não encontraram relação direta entre
capilares. modificações radiográficas e resfriamento local.

Nos estágios iniciais da neuropatia diabética, A cicatrização continuou evidente na radiogra-


as áreas afetadas aparecem como pontos planta- fia apesar do pé já ter atingido mesma tempera-
res aquecidos (hot spots), que em fases mais tura que o lado correspondente. Isto é, a norma-
avançadas podem se tornar frias devido ao dano lização da temperatura isoladamente não signifi-
vascular45. ca que o tratamento deve ser interrompido,
porém persistência ou elevação da temperatura é
Temperatura cutânea acima de 33oC em qual- indicativo que o processo inflamatório continua.
quer região do pé é considerada anormalidade46,
assim como uma diferença contralateral >2oC47. Em estágios mais avançados o pé de Charcot
Contudo, deve ser feito o diagnóstico diferencial pode estar associado com úlceras.
com fratura de Charcot, infecção, celulite e der- O consenso internacional sobre tratamento das
matite. úlceras recomenda que em casos de úlceras neu-
ropáticas com calo e necrose, estas devam ser
Uma temperatura normal ou baixa no pé neu- debridadas de imediato. Porém, este debrida-
ropático é um marcador de angiopatia que con- mento não deve ser realizado nas úlceras isquê-
fere risco aumentado de doença isquêmica do micas ou neuro-isquêmicas sem sinais de infec-
pé. ção.
O infravermelho pode auxiliar nesta avaliação.
4- Avaliação no Pé de Charcot
a) Protocolo fratura de Charcot
A fratura de Charcot é caracterizada pela des-
truição óssea ao redor da articulação devida Ambiente com controle da circulação de ar
denervação local. Podendo levar a deformidade para minimizar os efeitos da convecção. Retirada
irreversível e ulceração sobre a proeminência dos calçados. Paciente aguarda 10 min sentado
óssea senão tratada47,48. Chega a ocorrerem 9% na maca com os pés estendidos.
dos pacientes com polineuropatia distal simétri-
ca49. Áreas de interesse (ROI): 7 áreas - cabeça navi-
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medial, mediopé plantar-lateral, mediopé plan- entender ou avaliar acuradamente estes parâme-
tar, hálux e 1ª cabeça metatarsal de ambos os tros. No entanto, a mensuração de temperatura
pés (direito/esquerdo). pode ser facilmente realizada e fornecer infor-
Avaliação estática e obtenção da diferença tér- mações quantitativas e preditivas para impedir a
mica com o lado correspondente. ulceração 52,53,58,59.
Monitoração da cicatrização: depende da O primeiro estudo sobre o assunto foi em 1997
necessidade do caso, recomenda-se semanal- por Armstrong e colaboradores52 onde os mes-
mente. mos encontraram diferenças de 3,11oC entre os
b) Interpretação diagnóstica da fratura de pés nos pacientes que desenvolveram úlceras e
Charcot mais elevado ainda, 4,61oC, nos que desenvolve-
ram artropatia de Charcot.
Temperatura cutânea acima de 33oC em qual-
quer região do pé é considerada anormalidade46 Tais diferenças desapareceram aos 12 meses
assim como diferença contralateral >2oC47. seguintes à cura, mas a não recuperação ade-
Porém esta deve ser diferenciada de infecção e quada foi preditiva para reulceração. Os pacien-
dermatite. tes que reulceraram apresentaram elevação da
Um bom indicativo de cicatrização é pelo temperatura na região.
menos diminuição de 0,15oC por semana ou Com a monitorização infravermelha alterações
0,66oC ao mês. não palpáveis e insensíveis podem ser detecta-
Resumindo, o pé normal é frio, o pé de Charcot das e medidas imediatas podem ser tomadas a
ativo é quente e o pé de Charcot cicatrizado é frio fim de prevenir complicações. Armstrong e cola-
novamente. boradores53,60 demonstraram que o método pro-
moveu informações preciosas para diagnóstico,
5. Prevenção da ulceração/amputação evolução do tratamento e prevenção do pé diabé-
tico. E estabeleceram o valor para risco de ulce-
A prevenção de úlceras no pé diabético é o foco ração quando maior que 2oC.
em qualquer programa de prevenção de amputa-
ção. Apesar de infecção e isquemia estarem Lavery et al.61 acompanharam 85 pacientes
associadas a maior número de amputações, categoria grau 2 e 3 de Wagner e conseguiram
geralmente estas não ocorrem na ausência de reduzir de 20% para apenas 2% o número de
uma ferida. complicações no grupo que fez monitorização da
As áreas mais propensas a ulcerar estão asso- temperatura. Os pacientes que não fizeram men-
ciadas com aumento de temperatura local devido suração da temperatura tiveram 10,3 vezes
à inflamação e autólise enzimática teci- maior probabilidade de desenvolver complica-
dual52,53,56,57. A identificação de áreas com presen- ções no pé, entre elas úlceras, fratura de
ça de inflamação permite que tanto pacientes Charcot, infecção e amputação. Enquanto que no
quanto profissionais de saúde tomem medidas outro grupo houve apenas um caso de ulceração.
para diminuir o processo inflamatório antes que
uma ferida se desenvolva. A monitorização da temperatura é um parâme-
tro importante, pois mesmo pacientes bem infor-
A termometria infravermelha é um meio objeti- mados e motivados ao auto-cuidado têm alto
vo de quantificar a inflamação e identificar o pro- índice de recidiva de ulceração. Vários são os
cesso patológico antes que ele resulte em ulce- motivos, perda da sensibilidade protetora, obesi-
ração. A imagem alterada é um sinal precoce de dade, limitação da mobilidade de quadril e joe-
risco de ulceração. lhos e dificuldade visual.
A inflamação é um dos sinais mais precoces da Lavery et al.62 repetiram o experimento em um
úlcera de pé. É caracterizado pelos cinco sinais estudo multicêntrico com 174 pacientes e redu-
cardinais: eritema, dor, edema, perda da função ziram de 29,3% para 8,5% o número de compli-
e calor. Porém, muitos destes sinais são difíceis cações no grupo que fez monitorização da tem-
de serem acessados objetivamente, isto é, quan- peratura. Os pacientes que não fizeram mensu-
tificar. ração da temperatura tiveram 4,37 vezes maior
probabilidade de desenvolver complicações no
Na extremidade neuropática, dor e perda da pé.
função podem estar ausentes devido à neuropa-
tia e assim serem pobres indicadores de infla- a) Protocolo de prevenção de ulcera-
mação. Além disso, edema e eritema são difíceis ção/amputação
de serem graduados objetivamente, mesmo entre
profissionais experientes. Ambiente com controle da circulação de ar
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para minimizar os efeitos da convecção. Retirada pés. Segundo Benbow et al.9, temperatura plan-
dos calçados. Paciente aguarda 10 min sentado tar média de 30,5±2,6oC em paciente com neu-
na maca com os pés estendidos. ropatia diabética foi associado com ocorrência
de ulceração dentro de 3 anos. Semelhante ao
Áreas de interesse (ROI): 6 áreas – 1ª, 3ª e 5ª valor de 30,2±1,3oC encontrado mais recente-
cabeça metatarsal, hálux, centro do mediopé e mente por Sun et al12.
calcanhar de ambos os pés (direito/esquerdo).
Se um dedo ou dedo e metatarso já tenha sido O gráfico abaixo resume em termos de temper-
amputado, deve se mensurar a área anatômica atura média plantar o grau de acometimento do
adjacente. Por exemplo, se o hálux foi amputado, pé diabético (Fig 4). Porém como salientado
o 2º dedo deve ser utilizado para acessar a tem- anteriormente esta avaliação não é simples-
peratura. Se um local tiver calosidade, mesmo mente quantitativa mas também qualitativa pela
assim deve ser utilizado para acessar a tempera- distribuição e padrão das imagens apresentadas
tura. como ilustrado nos exemplos abaixo (Fig 5 e 6).
Avaliação estática e obtenção da diferença tér-
mica com o lado correspondente.
Monitorização: recomenda-se mensalmente,
trimestralmente ou anualmente, conforme a
necessidade do caso.

b) Interpretação diagnóstica de prevenção de


ulceração/ amputação

Se a diferença térmica for maior que 2,2oC


entre os lados correspondentes direito e esquer-
do, o paciente deve ser avaliado pela equipe
médica e reduzir as caminhadas nos dias
seguintes até que a diferença de temperatura
retorne para nível seguro.

Pacientes com alta temperatura média plantar


Figura 4 - Gráfico ilustrativo da temperatura média
tem risco maior de desenvolver ulceração nos
plantar e grau de acometimento do pé diabético

Figura 5 - Hiporradiação plantar direita (área em verde) com mumificação de 3º falange (em preto)
em paciente com estenose poplítea direita. Nota-se a imagem de “amputação assimétrica” e
atrofia de panturrilha direita associado a neuropatia em pé esquerdo.
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6- Avaliação de métodos terapêuticos

Diversos estudos na literatura têm utilizado a


termometria infravermelha na avaliação do resul-
tado de diferentes técnicas terapêuticas no pé
diabético.
Greenstein et al.63 relatou um aumento de
0,75oC da temperatura média cutânea após sim-
patectomia química lombar.
Uchikawa et al.33 avaliaram o efeito do agente
anti-plaquetário cilostazol em pacientes diabéti-
cos. Os autores encontraram um aumento da
temperatura cutânea de 3,3oC após 1 mês de
administração da droga. Figura 6 - Pé esquerdo com neuropatia diabética,
presença de múltiplos focos hiper-radiantes (hot
A administração intravenosa de análogo da spots) em região plantar do antepé com risco de
prostaciclina iloprost aumentou a temperatura ulceração (Δ>2oC)
em cerca de 2oC em pacientes com neuropatia
diabética, mas houve 38% de efeitos colaterais34. resolução quanto pela documentação dos testes
Schlin et al.36 em estudo randomizado duplo específicos de variação do calor e mapeamento
cego mostraram um aumento de temperatura de térmico.
1,06±1,03oC em pacientes com microangiopatia
diabética após uso de luz visível vermelha atér- Abstract - During the past few years, there have
mica (laser de baixa intensidade) que se manteve been major advancements in the pathophysiolo-
após 15 minutos de interrupção da bioestimu- gy of diabetic foot. The better understanding of
lação. Musaev et al.64 avaliaram o efeito do nafta- the skin microcirculation dysfunction allowed the
lan, um vasodilatador e Solun et al.65 a resposta application of thermal mensuration techniques
ao tratamento com acupuntura. with high resolution infrared imaging. The images
supply evaluation of the microcirculation assis-
Selby et al.54 observaram além da melhora dos ting in the diagnosis and therapeutical monitori-
sintomas, diminuição de 3,4±0,7oC para zation of the diabetic neuropathy, microangio-
1,0±0,5oC no pé com neuroatropatia ativa de pathy and macroangiopathy. As well as, in the
Charcot após tratamento com pamidronato evaluation of ulceration risk and amputation
(bifosfonato) associado com uma diminuição da level.
atividade da fosfatase alcalina em cerca de With the frequent advances in the functional
25±3%. exams, the trend is that each time more thermal
imaging studies will have role for evaluation and
Conclusão understanding of this disease.

O exame por termometria infravermelha per- Keywords – Infrared imaging. Diabetic foot.
mite a avaliação de alterações térmicas que Microcirculation.
podem ser correlacionadas com diferentes dis-
funções da microcirculação cutânea presentes no ReferêncIas
pé diabético na insuficiência micro e macrovas- 1. Brioschi ML, Macedo JF, Macedo RAC. Termometria
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equivalente a mais de 76 mil pontos calibrados 5. Uematsu S. Thermographic imaging of cutaneous
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Indice
Introdução - Lesões do pé Capitulo 4 Capitulo 6
- Biomecânica do pé e do tornozelo. Exploração muscular, ligamentosa e Exploração neurológica.
- Natureza das lesões. tendinosa. Lesões neurológicas.
- Causa que ocasionam as lesões. Breve recordação dos músculos do pé. - Neuroma de Morton. - Ciática.
- Calçado esportivo. Lesões dos músculos, ligamentos e tendões.
Capitulo 7
- Fatores biomecânicos. - Tendinite do Aquiles.
Exploração dos dedos e das unhas.
- Tendinite do Tibial. - Fasceite plantar.
Capitulo 1 Lesões dos dedos.
- Lesões musculares mais comuns.
Explorações específicas. Lesões das unhas.
- Câimbra. - Contratura. - Alongamento.
- Dessimetrias. - Formação digital.
- Ruptura fibrilar. - Ruptura muscular. Capitulo 8
- Formação metatarsal.
- Contusões e rupturas. Exploração da dor.
Capitulo 2 - Ruptura parcial do tendão de Aquiles. Lesões dolorosas do pé.
Exploração dermatológica. - Ruptura total do tendão de Aquiles. - Metatarsalgia.
Lesões dermatológicas. - Talalgia. - Bursite.
Capitulo 5
- Feridas. - Infecção por fungos. Capitulo 9
Exploração vascular, arterial e venosa.
- Infecção por vírus (papilomas). Exploração óssea.
Exploração. Métodos de laboratório.
- Bolhas e flictenas. - Queimaduras. Lesões ósseas.
Lesões vasculares.
- Calos e calosidades. - Fraturas em geral.
- Insuficiência arterial periférica.
Capitulo 3 - Obstruções. - Insuficiência venosa. - Fratura dos dedos do pé.
Exploração articular. - Síndrome pós-flebítico. - Fratura dos metatarsianos.
Lesões articulares. - Trombo embolismo pulmonar. Capitulo 10
- Artropatias. - Cistos sinoviais. - Úlceras das extremidades inferiores. Explorações complementares
- Sinovite. - Gota. - Úlceras arteriais. - Úlceras venosas. - Podoscópio. - Fotopodograma.
- Entorses do tornozelo. - Varizes. - Tromboflebite. - Pé plano. - Pé cavo.

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Como Eu Trato o Linfedema de Membros Inferiores.
Dra. Rosangela Arnt. Brasil.

O linfedema é o edema resultante do compro-


metimento do sistema linfático, com característi-
cas variáveis dependendo da etiologia e do
tempo de evolução. Na fase inicial, costuma ser
mole, depressível, frio, indolor e regride com o
repouso. Quando é de longa duração, é duro, não
depressível, frio, indolor e não regride com o
repouso. Em todos os casos, o paciente refere
desconforto, e até dor em peso no local atingido,
e sempre existe a alteração estética implicada.

Conforme a etiologia, os linfedemas podem


ser:
• PRIMÁRIO - congênito, precoce ou tardio
• SECUNDÁRIO POR ALTERAÇÃO DOS VASOS
LINFÁTICOS - pós surtos de erisipela, pós estase
venosa crônica, pós traumas, filariose, iatrogêni-
co
• SECUNDÁRIO POR ALTERAÇÃO DOS LINFON-
ODOS - neoplasias, fibrose pós-radioterapia,
esvaziamento ganglionar, tuberculose, medica-
mentos.

Nos últimos 05 anos atendi em torno de 10


casos de pacientes com linfedema em MMII, cau-
sados pelas mais diversas etiologias, alguns de
difícil controle clínico, e muitos de pacientes que
exigiam outro tipo de abordagem que não a con-
vencional.
Portanto, desenvolvi um protocolo multiter-
apêutico, com um surpreendente resultado em
muitos desses casos, ampliando a possibilidade
da melhora da qualidade de vida e auto-estima
desses pacientes.

O protocolo consta de 20 sessões na Clínica,


pelo menos 02 vezes por semana, com 03 etapas
cada sessão.
A primeira etapa é constituída de Hidro-
Ozonoterapia local, com aparelho Ozonomatic®,
ciclo de 25 min com ozônio contínuo, com água
aquecida a 38° C aproximadamente, utilizando
uma espécie de pequena ofurô (chamamos propriedades benéficas que ele traz. De acordo
Vaschetta) para mergulhar os membros inferi- com os diversos estudos sobre o ozônio, desde
ores até quase atingir os joelhos, com o paciente muito tempo atrás, e da Tese do Ozônio do
sentado. Instituto Adolfo Lutz, esse gás é capaz de ser:
bactericida, fungicida, germicida, desintoxicante,
O ozônio é um gás levemente azulado, com secativo, cicatrizante, hidratante e tonificante.
odor característico, formado por três átomos de
oxigênio, altamente instável, que, ao liberar o ter- Ao adicionarmos ozônio na água em determi-
ceiro átomo, forma o “oxigênio nascente” com nada temperatura, formaremos uma concen-
seu poder altamente oxidante, e com todas as tração tal de oxigênio ativo que, dissolvido na
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água quente, será capaz de penetrar através da ciona como um anti-envelhecimento também),
pele, e difundir-se pelos tecidos até o sangue do gel de essência vibracional similar à freqüência
paciente. A água na temperatura de 36 a 38o C do cobalto (harmoniza alterações na circulação),
faz uma vasodilatação periférica, com aumento gel de essência vibracional similar à freqüência
da circulação, dilatação dos poros da pele, facil- do silício (esse mineral faz parte do colágeno,
itando a penetração do oxigênio através das especialmente dos vasos, inclusive dos linfáticos,
camadas da derme. e aumenta a elasticidade das paredes dos vasos),
gel de essência vibracional similar à freqüência
Portanto, no caso em questão, a Hidro- do potássio (esse mineral é fundamental em
Ozonoterapia é fundamental para o tratamento casos de edema, equilibrando as trocas de líqui-
do linfedema de membros inferiores, pois ativa a do dos tecidos ajudando a eliminar o excesso),
circulação linfática, libera as toxinas das regiões gel de essência vibracional similar à freqüência
tratadas, elimina microorganismos, e tonifica. do lítio (esse mineral atua nos tecidos muscu-
Ainda, facilita a ação do tratamento realizado em lares melhorando seu tônus, relaxando, e tam-
seguida. bém melhorando o humor geral do paciente), gel
de essência vibracional similar à freqüência da
Após essa parte da terapia, o paciente é colo- elastina (a elastina leva informação aos vasos de
cado na maca, seus membros inferiores são como ter uma ação circulatória mais eficaz) e gel
secados, e ele é preparado conforme as normas de essência vibracional similar à freqüência da
da iontoforese. placenta (nutre e informa os tecidos como
regenerarem-se, e ainda tem efeito na circulação
Passamos a ionizar (podemos usar ionizador em geral, inclusive a linfática).
portátil inclusive) ou podemos usar um “Fóton
Emissor Portátil” com cristal de Vogel, na Esta etapa é finalizada com um hidratante
seguinte ordem, no local do linfedema, géis com especial, com características vibracionais no pro-
freqüência vibracional que corrige as infor- duto.
mações celulares e servem de aumento da bior-
receptividade celular pela via transdérmica: gel A seguir, o paciente faz terapia vibratória com
de essência vibracional floral similar à procaína magnetos e infravermelho longo em um aparelho
(para estabilizar as membranas celulares e fun- chamado Fisiomag®, por 5 min, divididos em 03

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posições de membros inferiores. Sugestão de protocolo para linfedema de mem-
bros inferiores
Nos intervalos entre as sessões, o paciente usa
em casa as essências vibracionais, com individu- 02 sessões por semana - 20 sessões / mais
alização de tipos e doses. Em geral, receito que manutenção a critério.
friccione 2xs ao dia, no local do linfedema, gel de
essência vibracional similar à freqüência de • 1ª Etapa - 25min
oxigênio ativo, gel de harmonização de elastina e
de harmonização de placenta, por via oral deverá Hidro-Ozonoterapia/Ozonomatic®
corrigir sua diátese (na “Medicina” Funcional de Mergulhar os membros inferiores até os joel-
Ménètrier, geralmente está na diátese III) e pro- hos, na Vaschetta, com água aquecida a 36-38º
ponho que faça repouso programado e intercala- C com programação de ozônio contínuo.
do com exercícios apropriados.

O resultado em geral começa a aparecer a par-


tir da 5ª sessão, mas em casos mais leves, desde
a 1ª sessão pode haver melhora importante.
Como são casos crônicos e alguns, sem possibil-
idade de cura, sugiro que se faça a manutenção
do tratamento, iniciando com 01 sessão por
semana, e afastando as sessões cada 10 dias,
cada 15 dias, conforme a evolução.

É extremamente gratificante encontrarmos for-


mas variadas, sem qualquer efeito colateral, de
ajudarmos nossos pacientes com quadros, ás
vezes desoladores, de problemas crônicos.

Em especial, recordo aqui, uma paciente de 56


anos, com linfedema em membros inferiores,
mais acentuado à Direita, pós-safenectomia,
quadro este de longa data, agravado pelas alter-
ações hormonais e bipedestação prolongada dev-
ido às atividades voluntárias na igreja.

Esta paciente já havia tratado por diversas • 2ª Etapa - 15min


ocasiões, com pouca ou nenhuma melhora, e já
havia deixado seu voluntariado pelo problema Iontoforese \ Fóton Emissor
angiológico estar incomodando muito.
Ionização com aparelho de corrente galvânica,
Procurou-me buscando um tratamento anti- rolinho corporal, com gotas de Positivis® em
envelhecimento proposto através da Stylo Vital uma gaze no eletrodo em contato direto com o
(estética e nutrição em Curitiba – PR), e ao faz- paciente, ionizar ou aplicar o Fóton Emissor, nos
ermos uma avaliação completa, queixou-se do membros inferiores, com atenção especial ao
desconforto nos MMII, inclusive naquele momen- local do edema (vide texto com explicações sobre
to, com limitação funcional. Iniciou o tratamento as essências vibracionais):
do linfedema nos moldes explicados acima, e na
3ª sessão já apresentava melhora significativa.
Após a 10ª sessão (05 semanas) me procurou
para contar que havia conseguido retomar suas
atividades voluntárias na igreja, o que a gratifi-
cava muito.

Ela já terminou as 20 sessões e está na


manutenção. Com o tempo, é possível que haja a
regeneração do sistema linfático, pois estamos
nutrindo toda aquela região afetada, e “ensinan-
do” ao seu organismo como “funcionar correta-
mente”.
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Resultado

1. Neutrinicusflower® Gel - 1 min


2. Percepthum® Gel - 1 min
3. Arenum® Gel - 1min
4. Hestelar® Gel - 1 min
5. Neurovit® Ge - 1min
6. Elastis® Gel - 3min
7. Alimenvitta® Gel - por 3min Obs.: este é um resultado mostrado em livros e
8. Creme Oxyderme® na internet, totalmente possível com este tipo de
protocolo.
• 3ª Etapa - 5min
Exemplo atual:
Terapia Vibratória (Fisiomag®)
Colocar o paciente sentado, mem-
bros inferiores horizontalizados, com Antes
os calcanhares apoiados no aparelho e
ligar por 02 min.
Trocar para as panturrilhas por mais
01 min, e colocar sob os joelhos por
mais 30 segundos.

Depois

Nota da Autora: os aparelhos


mostrados neste artigo são de uso Caso recente
comum na estética há longo prazo, 10 Sessões – Nov / Dez 2009
e são registrados na Anvisa. Os pro-
dutos descritos são Géis de
Essências Vibracionais Florais isen- Dra Rosangela Arnt
tos de registro pela Portaria Nutróloga – Curitiba – Pr
MS/SVS/GABIN nº 479/98. Fone/fax (41) 3027-3849
rosangela@stylovital.com.br
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POSTERS
PODOLÓGICOS
DIDÁTICOS
40 x 30 cm

ONICOMICOSIS - ONICOMICOSES

ESQUELETO
DEL PIE 1
ESQUELETO
DO PÉ 1 REFLEXOLOGIA PODAL

CLASIFICACIÓN MORFOLÓGICA DE LOS PIES


ESQUELETO DEL PIE 2 CLASIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS PÉS
ESQUELETO DO PÉ 2

SISTEMA MÚSCULO VASCULAR CALLOSIDADES Y TIPOS DE CALLOS


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