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O sangue chega aos osteócitos (células ósseas) no osso compacto por meio de sistemas haversianos ou ósteons (sistemas

de canais microscópicos) que abrigam pequenos vasos sanguíneos. As extremidades dos ossos são irrigadas por artérias
metafisiais e epifisiais que se originam principalmente das artérias que suprem as articulações. Nos membros, essas artérias
costumam fazer parte de um plexo arterial periarticular que circunda a articulação e assegura o fluxo sanguíneo distal a ela,
seja qual for a posição assumida.
As veias acompanham as artérias através dos forames nutrícios. Muitas grandes veias também saem através de forames
situados próximo das extremidades articulares dos ossos. Os ossos que contêm medula óssea vermelha têm muitas veias
calibrosas. Os vasos linfáticos também são abundantes no periósteo.
Os nervos acompanham os vasos sanguíneos que irrigam os ossos. O periósteo tem rica inervação sensitiva — nervos
periosteais — que conduz fibras de dor. O periósteo é muito sensível a ruptura ou tensão, o que explica a dor aguda nas
fraturas ósseas. O osso propriamente dito tem relativamente poucas terminações sensitivas. Dentro dos ossos, os nervos
vasomotores causam constrição ou dilatação dos vasos sanguíneos, controlando o fluxo sanguíneo através da medula óssea.

OSSOS

Ossos acessórios (supranumerários)


Os ossos acessórios (supranumerários) se formam quando existem centros de ossificação suplementares. Muitos
ossos se desenvolvem a partir de vários centros de ossificação e as partes separadas normalmente se fundem. Às
vezes um desses centros não se funde ao osso principal, levando ao surgimento de um osso extra. A avaliação
cuidadosa mostra que o aparente osso extra é uma parte que falta ao osso principal. Áreas circunscritas de osso são
observadas com frequência ao longo das suturas do crânio onde os ossos planos se tocam, sobretudo relacionadas com o
osso parietal (ver Capítulo 7). Esses ossos pequenos, irregulares e vermiformes são ossos suturais (ossos wormianos). É
importante saber que os ossos acessórios são comuns no pé, para evitar confundi-los com fragmentos ósseos em radiografias
e outras técnicas de imagem.

Ossos heterotópicos
Às vezes surgem ossos nos tecidos moles, onde » § normalmente não existem (p. ex., em cicatrizes). É comum nos
jóqueis o surgimento de ossos heterotópicos nas coxas (ossos de jóquei), provavelmente porque a sobrecarga
muscular crônica causa pequenas áreas de hemorragia que se calcificam e, por fim, sofrem ossificação.

Trauma e alterações ósseas


Os ossos são órgãos vivos que causam dor quando lesados, sangram quando fraturados, remodelam-se em resposta
aos estresses sofridos e modificam-se com a idade. Como outros órgãos, os ossos têm vasos sanguíneos, vasos
linfáticos e nervos, e podem adoecer. Os ossos não usados, como ocorre na paralisia de um membro, sofrem atrofia
(diminuição do tamanho). O osso pode ser absorvido, o que ocorre na mandíbula quando são extraídos dentes. Os ossos
hipertrofiam (aumentam) quando sustentam maior peso durante um longo período.
O trauma pode fraturar o osso. A consolidação adequada da fratura requer a reunião das extremidades fraturadas,
aproximando-as de sua posição normal. Isso é denominado redução de uma fratura. Durante a consolidação óssea, os
fibroblastos (células de tecido conjuntivo) adjacentes proliferam e secretam colágeno, com formação de um calo ósseo para
manter os ossos unidos (Figura BI.4). Há remodelagem óssea na área de fratura e o calo se calcifica. Finalmente, o calo é
reabsorvido e substituído por osso. Depois de alguns meses, restam poucos sinais da fratura, principalmente em jovens. As
fraturas são mais comuns em crianças do que em adultos em virtude da associação de sua agitação descuidada ao fato de
terem ossos mais finos, em fase de crescimento. Felizmente, muitas vezes são fraturas em galho verde (rupturas incompletas
causadas por curvatura dos ossos). Nos ossos em crescimento, a consolidação das fraturas é mais rápida do que nos ossos de
adultos.

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