Você está na página 1de 17

Electroterapia

Correntes Terapêuticas
Correntes terapêuticas
A descrição ou a classificação de correntes terapêuticas
começa com uma divisão simples de todas as correntes
em dois tipos: corrente directa e corrente alterna.

A corrente directa ou contínua é o fluxo contínuo de


partículas carregadas em uma única direcção, sendo que
esta depende da polaridade aplicada.
A corrente alternada é o fluxo contínuo bidireccional de
partículas carregadas. Podemos dividir a corrente
alternada em simétrica (o fluxo da corrente é igual nas
duas direcções) ou assimétrica (o fluxo da corrente é
diferente em cada uma das direcções).
Correntes terapêuticas
A corrente pulsátil ou corrente interrompida, é definida como um
fluxo não contínuo de correntes directas ou alternadas. Um
pulso é um evento eléctrico discreto, separado dos outros
pulsos por um intervalo de tempo durante o qual não existe
actividade eléctrica.
Correntes terapêuticas
Duração
A duração de um estímulo tem sido dividida em vários
períodos de tempo inter-relacionados, que juntos, formam
o tempo total entre o início e o fim de um pulso de
estimulação. A duração da fase é o termo decorrido
desde o início até ao fim de uma fase de um pulso ou de
um ciclo de um corrente alternada. As durações de fase
típicas são curtas para evitar um aquecimento significativo
do tecido biológico e, portanto, são expressas em fracções
de segundo, como microsegundos ou milisegundos.
Correntes terapêuticas
A duração do pulso, o intervalo interfase e o intervalo interpulso
todos se referem a características de tempo das correntes
pulsadas.
A duração do pulso é o tempo total decorrido desde o início ao
fim de um pulso incluindo a duração da fase de todas as fases
mais o intervalo interfase.
O intervalo interfase é o período sem actividade eléctrica entre
duas fases sucessivas de um pulso.

O intervalo interpulso é o período de tempo sem actividade


eléctrica entre dois pulsos sucessivos. O intervalo interfase não
pode ser superior ao intervalo interpulso.
Correntes terapêuticas
Eléctrodos
Os eléctrodos são o meio pelo qual o fluxo de electrões do
circuito de saída do estimulador é convertido em fluxo de
corrente iónica nos tecidos vivos.

São necessários pelo menos dois eléctrodos para completar o


circuito eléctrico e levar a corrente do estimulador até aos
tecidos. O tamanho e o formato de um eléctrodo afecta a
distribuição da corrente nos tecidos estimulados.
Correntes terapêuticas
Os tecidos vivos são uma fonte rica de iões e servem como
electrólito na interfase. Para que se estabeleça uma
corrente iónica em um tecido, é necessário que eléctrodos
tenham cargas opostas.

O eléctrodo com maior concentração de electrões é o


eléctrodo negativo ou ânado, é carregado negativamente
e portanto atrai iões positivos dos tecidos subjacentes.

O eléctrodo com poucos electrões é o eléctrodo positivo ou c


cátodo, atrai iões negativos e electrões livres dos tecidos
subjacentes.
Correntes terapêuticas
A densidade da corrente iónica é maior próximo dos locais de
colocação dos eléctrodos, pois ocorre uma dispersão da
corrente nos tecidos intervenientes. O potencial de repouso da
membrana das fibras musculares e dos axónios do nervo
próximos aos eléctrodos são afectados pela concentração de
carga em cada um dos locais onde os eléctrodos foram
colocados.
No cátodo, o potencial da membrana diminui ou despolariza-se. No
ânodo, o potencial aumenta ou fica hiperpolarizado.
Caso a onda não seja balanceada, a quantidade de carga aplicada
será diferente para as fases positiva e negativa do sinal.
Resultando uma estimulação diferente (mais intensa) num
eléctrodo do que no outro.
Correntes terapêuticas
Impedância dos tecidos
Tecidos diferentes têm impedâncias diferentes. Os tecidos adiposo,
ósseo e cutâneo são piores condutores que os tecidos
musculares e nervoso.
A corrente continua flui através dos elementos resistentes dos
tecidos adiposo e cutâneo, pois estes não são isolantes puros.
Quando bons condutores como um feixe de fibras musculares
estão separados por camadas de pele e gordura subcutânea,
que são mais isolantes, forma-se um capacitor biológico.
Os capacitadores tendem a impedir o fluxo da corrente continua e
oferecem diferentes impedâncias para as diferentes formas de
onda da corrente alternada, dependendo da sua frequência.
Correntes terapêuticas
Portanto, podemos concluir que o circuito biológico
apresenta características de uma impedância complexa, a
qual varia de indivíduo para indivíduo.

A pele fornece o maior elemento de oposição ao fluxo da


corrente, pois é composta principalmente por queratina e
contém poucos fluídos. Lesões na pele (feridas abertas,
lacerações ou irritações), podem diminuir
significativamente a impedância da pele.

As técnicas para reduzir a impedância da pele incluem


hidratação, abrasão leve e aquecimento do tecido.
Correntes terapêuticas
Materiais usados nos eléctrodos
Os eléctrodos podem ser conectados mecanicamente à superfície
da pele (estimulação transcutânea), mas também podem ser
implantados sob ela (estimulação percutânea).
O material mais adequado para um determinado tipo de uso
depende da segurança e da efectividade na aplicação. Outros
factores devem ser considerados, tais como a durabilidade, a
facilidade de preparação e os custos iniciais e de longo prazo.
Para que o material do eléctrodo seja eficaz, ele deve ser capaz de
reagir quimicamente com uma solução diluída em cloro, tal
como aquela encontrada no corpo.
Correntes terapêuticas
Além do comportamento químico necessário, os eléctrodos devem
ser bons condutores eléctricos, de tal modo que ofereçam
pouca resistência interna ao fluxo de electrões, onde ele á
conectado a um cabo flexível.
Metais como o cobre, o ouro, a platina, a prata, o aço e o estanho
são excelentes condutores e têm sido usados tradicionalmente
como eléctrodos.
Uma preocupação importante relativa à segurança quando os
eléctrodos são usados em correntes de estimulação é a
probabilidade de causar queimaduras teciduais no sítio onde
contacta com os tecidos. O aumento da temperatura num
eléctrodo é proporcional ao quadrado da densidade da corrente.
Correntes terapêuticas
Quando um eléctrodo coberto com material electrolítico é colocado
sobre a pele e usado para transferir corrente, a densidade desta
é muito maior na periferia do que no centro do eléctrodo.

A corrente tem tendência a espalhar-se para fora do perímetro do


eléctrodo. O perímetro é onde as queimaduras ocorrem
primeiro.

Esta situação pode causar uma condição de fuga de corrente, na


qual ocorre um aumento repentino na corrente que passa para
uma área localizada da pele, lugar onde a resistência da pele
está diminuída e progressivamente pode resultar numa
queimadura tecidual.
Correntes terapêuticas
Os eléctrodos usados nas aplicações electroterapêuticas, como na
estimulação eléctrica nervosa transcutânea (TENS) e na
estimulação eléctrica neuromuscular (NMES), devem ser
flexíveis para se adaptarem a qualquer superfície corporal e que
mantenham a sua condutibilidade eléctrica.

Alguns desses eléctrodos usam o carbono como material condutor.


O carbono é inerte e biocompatível e pode ser misturado a
outros materiais, como silicone ou a borracha sintética,
produzindo assim uma estrutura flexível e durável.

Os eléctrodos de carbono têm muito maior resistência que os de


metal. Alguns eléctrodos de estimulação combinam as
propriedades favoráveis do carbono e da prata, para melhorar a
dispersão da corrente e mantendo o alto grau de flexibilidade.
Correntes terapêuticas
Existem ainda eléctrodos feitos com uma esponja sobre uma base
metálica envolta em uma capa não-condutora. Estes são
duráveis, fáceis de preparar e de manter e são baratos.

Esses podem ser reposicionados rapidamente ou presos com fitas


adesivas (evitar que estas fitas adesivas se molhem, pois criam
uma ponte condutora entre os eléctrodos).

As esponjas devem ser mantidas limpas e livres de bactérias,


devem ser lavadas com sabão neutro e muito bem enxaguadas.

Você também pode gostar