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Orientadores:
Professora Maria Adelaide Almeida
Engenheiro Nuno Soares
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CONTRIBUIÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO FUNCIONAMENTO DO PROCESSO DE
TRATAMENTO DE GORDURAS DA ETAR DO SEIXALINHO
AGRADECIMENTOS
Terminado este trabalho, quero expressar os mais sinceros agradecimentos a todos os que, de
forma directa ou indirecta, contribuíram para que a sua realização fosse possível.
À Professora Maria Adelaide Almeida, um agradecimento muito especial, pelos conselhos e
incentivos que me deu, por toda a disponibilidade demonstrada sempre que foi necessário, por
todo o apoio, por todos os conhecimentos que me transmitiu, as dúvidas que esclareceu, e por
tudo aquilo que fez para que este trabalho decorresse sempre da melhor forma possível.
À empresa Simarsul, na pessoa Eng.ª Cristina Santos, pela possibilidade que me foi dada de
poder utilizar as instalações da Simarsul e ao Eng.º Nuno Soares por toda a disponibilidade,
atenção e colaboração prestada. Também agradeço a todos os operadores da ETAR do
Seixalinho que sempre se mostraram disponíveis para me ajudar e muitas vezes me
esclareceram dúvidas tendo demonstrado um enorme companheirismo de trabalho.
Ao laboratório de Águas da Escola Superior Agrária de Beja e respectivos funcionários por
terem disponibilizado o laboratório, todos os equipamentos, reagentes e material de
laboratório utilizados nos ensaios laboratoriais.
A todos os meus amigos principalmente à Andreia Galvão e Leonel Silva, pelas palavras,
companheirismo e pelos momentos de diversão.
Aos meus amigos de turma (Eva Gomes, Daniel Valente, Melody Resende, Márcia Farta, Cátia
Aleixo, Ana Rosa, Pedro Castanheiro, Andreia Guedelha, Tiago Santos, Francisco Santos, Cláudia
Colaço, Cláudia Pessoa e Clarisse Mourinha), que me ajudaram a não sentir tanta falta de casa e
que se mostraram ser amigos para toda a vida, que nunca irei esquecer.
Um obrigado á minha irmã, Maria José, e ao meu cunhado pela amizade demonstrada e pelo
apoio que sempre me souberam dar nos momentos mais difíceis da minha vida. Aos meus
sobrinhos, Rita e João, que sempre conseguiram fazer-me sorrir!
Um muito obrigado também aos restantes familiares, sobretudo á minha avó.
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Ao Luís, por cada minuto que eu estive ausente e que ele entendeu, de uma maneira directa
e/ou indirectamente esteve sempre presente e apoiou-me em tudo com a sua amizade,
paciência, compreensão e amor.
Finalmente, quero agradecer á minha mãe, pelo apoio incondicional, pelo esforço, pela enorme
paciência, compreensão, motivação e carinho. Pela educação que me deu e pela pessoa que me
ensinou a ser, sem ela não seria possível ter chegado onde cheguei.
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RESUMO
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ABSTRACT
The treatment of fat Stations Wastewater Treatment (WWT) is aimed at reducing the landfill of
products generated by treatment of the WWT and so increases the lifespan of landfills.
We evaluated the operation of the treatment of fats from the WWT Seixalinho between June
and July 2011, by resorting to information offered by the company Simarsul and laboratory
tests performed in laboratory waters of the Instituto Politécnico de Beja.
In this paper, the parameters COD, pH, BOD 5 and fats performed in laboratory waters of the
Instituto Politécnico de Beja showed data that could be treated well and was always possible to
make comparison between input / output of its reactors and were against what was expected.
In the main test of oxygen present in the samples did not obtain the expected values was
expected since there is oxygen in the reactor for the two samples “Carbofil” just as expected
have a positive redox potential in these samples and this has not happened.
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LISTA DE SIGLAS
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ÍNDICE GERAL
OBJECTIVO .............................................................................................................................. 1
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 2
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6. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 45
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ÍNDICE DE FIGURAS
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ÍNDICE DE TABELAS
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OBJECTIVO
Este trabalho teve como objectivo geral estudar o processo de tratamento de gorduras da
ETAR do Seixalinho (Montijo) e averiguar quais os principais problemas no funcionamento
do tanque de hidrólise e no tanque de oxidação (Carbofil) de modo a propor possíveis
alterações com o objectivo de aumentar a eficiência do processo.
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1.INTRODUÇÃO
No quotidiano da nossa vida, a comunidade produz resíduos, tanto podem ser sólidos como
líquidos. A parte líquida pode-se considerar as águas residuais, às quais chamamos muitas vezes
“águas sujas”, isto é, estas águas ficaram contaminadas após utilização em diferentes fins. Uma
água residual pode ser urbana e industrial (Metcalf e Eddy, 2003).
O objectivo principal no tratamento de uma água residual, é a protecção do meio ambiente,
mas nem sempre é fácil, pois os meios económicos, políticos e sociais, vão influenciar em
muito, o funcionamento de um sistema de tratamento de águas residuais (Metcalf e Eddy,
2003).
As águas residuais são efluentes líquidos resultantes das diversas actividades, funções vitais ou
ocorrências ligadas à vida do homem e das comunidades humanas. Apresentam um aspecto
repulsivo, e para além disso são perigosas para a saúde humana, devido principalmente ao
elevado número de organismos patogénicos que podem conter, e classificam-se em:
- Águas residuais domésticas: as que provêm de instalações sanitárias, cozinhas e zonas de
lavagem de roupas e que se caracterizam por conterem quantidades apreciáveis de matéria
orgânica e por serem facilmente biodegradáveis e de composição pouco variável.
Águas residuais industriais: as que derivam da actividade industrial e que se caracterizam pela
diversidade dos compostos físicos e químicos que contêm, dependentes do tipo de indústria e
de processamento industrial, e por a sua composição ser sujeita, em geral, a uma acentuada
variabilidade.
- Águas pluviais: as que resultam da precipitação atmosférica caída directamente no local ou
em bacias limítrofes contribuintes e apresentam geralmente pequenos teores de matéria
poluente, particularmente de origem orgânica. Consideram-se equiparadas a águas pluviais as
provenientes de regas de jardim e espaços verdes, de lavagem de arruamentos, passeios, pátios
e parques de estacionamento, normalmente recolhidas por sarjetas, sumidouros e ralos (Dias,
2008).
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A composição de uma água residual reflecte a sua constituição física, química e biológica. O
tratamento deste tipo de água é muito importante na prevenção da saúde pública, no combate
à poluição dos recursos hídricos e do ambiente em geral e na protecção das águas
subterrâneas. O seu tratamento é efectuado em Estações de Tratamento de Águas Residuais
(ETAR). As ETAR’s têm como objectivo tratar, permitindo uma possível reutilização destas,
através de um processo longo e faseado.
Na selecção do sistema de tratamento deve-se ter em atenção: o tipo de população servida
pelo sistema de tratamento, o caudal, a composição típica da água residual bruta a tratar
(concentração de CBO5, CQO e sólidos em suspensão), a presença ou não de substâncias tóxicas
(metais pesados, cianetos e sulfuretos) que em determinadas concentrações poderão afectar
os microrganismos presentes no tratamento biológico que possa ser introduzido, a necessidade
de afinação do efluente (remoção de nutrientes e desinfecção). Devem ser ainda consideradas
as concentrações finais pretendidas para cada componente, de modo a fixar o grau de
eficiência a atingir segundo o decreto-lei nº157/97 (Almeida, 1999).
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2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Os lípidos
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Os ácidos gordos servem como alimento para muitos microrganismos e são oxidados a dióxido
de carbono e água. Acredita-se que a taxa de oxidação aumente na presença de ligações
insaturadas. A taxa de ataque biológico sobre ácidos gordos de alta massa molecular é
frequentemente limitada pela sua solubilidade em água. Este é um problema particular em
digestão de lamas, onde materiais gordurosos tendem a flotar, separando-se através de
escumas (Sawyer, et al, 1994).
Nos processos de degradação biológica de substratos orgânicos, a cinética das reacções
envolvidas na metabolização das moléculas, é função, entre outras, do tamanho das cadeias de
carbono presentes, do número de ramificações e insaturações constituídas na molécula e da
complexidade estrutural da mesma. Sendo assim, os ácidos gordos, compostos por longas
cadeias serão mais facilmente metabolizados por processos naturais biológicos do que aqueles
de cadeias de mesmo tamanho, contendo apenas ligações carbono-carbono (c-c) simples
(gordura animal). Geralmente as ligações insaturadas de compostos orgânicos são mais
facilmente oxidadas por bactérias do que as saturadas, uma vez que as forças (forças intra-
moleculares que são mais instavéis) que envolvem uma ligação insaturada são menores
(Sawyer et al, 1994).
O grau de saturação da cadeia de carbono, significa a presença ou ausência de duplas ligações.
Fala-se de:
- Ácidos gordos saturados quando não há nenhuma ligação dupla na cadeia de hidro-carbono. A
cadeia alifática está saturada e sua fórmula é do tipo CnH2nO2;
- Ácidos gordos insaturados possuem uma ou mais ligações duplas (polinsaturados) (Canler,
2001).
Pode-se então classificar os ácidos gordos em saturados ou insaturados em relação à sua
facilidade de degradação biológica natural (Veigas, 2003).
O comprimento da cadeia de carbono, grau de saturação desta e isomerização terá uma
importante influência sobre as propriedades de ácidos gordos e lípidos. Com efeito:
- A insolubilidade em água dos ácidos gordos aumenta com o número de átomos de carbono
que constitui a molécula;
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- A biodegradabilidade dos ácidos gordos é facilitada quando eles contêm ácidos gordos
insaturados. Em contraste, ácidos gordos saturados tem mais estabilidade e sua assimilação é
mais difícil.
- O ponto de fusão aumenta com o comprimento da cadeia de carbono e diminui com o
número de ligações duplas. A temperatura de solidificação de alimentos gordurosos variar com
a composição dos ácidos gordos.
Ácidos gordos saturados são sólidos à temperatura normal. Em contraste, ácidos gordos
insaturados são líquidos à mesma temperatura, é o caso dos óleos (Canler, 2001) .
Os óleos e gorduras (que fazem parte do grupo dos lípidos), quando não são correctamente
removidos na operação de desengorduramento, são os responsáveis pelas alterações dos
parâmetros de controlo ambiental como pH, sólidos totais, carência bioquímica de oxigénio
(CBO), carência química de oxigénio (CQO), entre outros (Pereira, 2004)
Do ponto de vista químico, verifica-se que os óleos são formados, principalmente, por ésteres
de ácidos insaturados (ligações carbono-carbono com duplas ou triplas ligações), enquanto as
gorduras são formadas por ésteres de ácidos saturados (ligações carbono-carbono com apenas
ligações simples) (Veigas, 2003).
Os óleos e gorduras contidos nos afluentes interferem negativamente nos Sistemas de
Tratamento de Águas Residuais. Quando os tratamentos são biológicos, dificultam a
sedimentação das lamas, aumentam o tempo de retenção e o arejamento e quando os
tratamentos são físico-químicos, aumentam a quantidade de produtos floculantes com
significativo aumento na geração de lamas (Lie & Molin, 1991).
Desta forma, têm sido utilizados processos alternativos na redução da concentração de óleos e
gorduras contidos nesses afluentes.
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interna das tubagens da rede de esgotos, propiciando a remoção superficial das gorduras ali já
depositadas, sob a forma sólida. À medida que estes efluentes perdem calor ou arrefecem, as
moléculas de gordura ali presentes retornam à forma sólida, entupindo as tubagens e
contribuindo para os constantes entupimentos de pias, ralos e redes de esgotos (Veigas, 2003).
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- Quando gorduras estão presentes em concentrações muito elevadas nas lamas, elas afectam
o desempenho de desidratação. Elas também penalizam a fase de espessamento pelo seu
rápido desenvolvimento no ambiente anaeróbico (Canler, 2001).
Os óleos e gorduras presentes nos efluentes são em regra removidos nas operações de pré-
tratamento existentes nas ETAR’s, nomeadamente no desengorduramento, pois a sua presença
no efluente vai comprometer o tratamento posterior, que geralmente ocorre por processos
biológicos.
Estes resíduos podem ser encaminhados para aterro ou tratados por processos biológicos
anaeróbios e aeróbios, como podemos ver na figura 1.
Este tratamento é composto somente pela hidrólise das gorduras no reactor anaeróbio, como
podemos ver na figura 1, e consiste na quebra das ligações dos glicéridos, através da acção de
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se, mas com menor eficiência. As possíveis causas de variação do pH e suas possíveis
correcções resumem-se na Tabela 1 (Scriban, 1985).
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A gordura passa primeiramente por um tratamento biológico anaeróbio onde as gorduras vão
ser hidrolisadas com enzimas chamadas hidroliticas (corte ao nível das ligações éster) para
formar glicerol e ácidos gordos (ver figura 1). As enzimas, em seguida, irão catalisar a hidrólise
destes ácidos gordos principalmente os de longa cadeia por uma sucessão de cortes oxidativos
(mecanismo de Beta-oxidação) para formar acetil um passo prévio da respiração, levando à
formação de CO2, água e a energia necessária para a multiplicação de células. Estas reacções
são anaeróbias e exigem um suprimento de oxigénio (Canler, 2001).
Ácidos gordos saturados ou insaturados, lançados durante a hidrólise são transformados em
ácidos gordos saturados antes da oxidação. Esta reacção de oxidação intracelular, leva à
degradação do ácido gordo e formação de CO2, água e biomassa. Esta reacção é mais eficiente
quando o comprimento da cadeia de ácidos gordos de carbono diminui e que o meio é aeróbio.
Em reactores de tratamento biológico aeróbio de gorduras, o sistema é estabilizado e adaptado
em relação ao substrato para degradar, recorrendo á biomassa do tratamento de lamas
activado (Canler, 2001).
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terciário dado que dispõe de desinfecção final e remoção de nutrientes, estando a ETAR
também dotada de um sistema de desodorização (Simarsul, 2010).
A visualização do esquema de tratamento da ETAR de Seixalinho pode ser visualizada na parte
dos anexos, onde se encontra o perfil hidráulico da mesma (anexo 1).
A fase líquida da ETAR é constituída por duas linhas paralelas, existindo ainda uma linha de
tratamento para a fase sólida e outra linha de tratamento de odores.
Os principais órgãos que compõem a ETAR são os seguintes:
• 1 equipamento compacto de recepção de efluentes de fossas sépticas;
• 1 tanque de hidrólise e 1 digestor aeróbio de gorduras;
• 2 tamisadores e 2 desarenadores/desengorduradores;
• 1 lagoa de equalização/homogeneização, com 4 arejadores;
• 4 SBR (reactor biológico sequencial) precedidos de selector biológico e com arejamento por
difusores;
• 1 sistema de desinfecção por ultravioleta;
• 1 espessador gravítico;
• 1 tanque de armazenamento de lamas;
• 2 centrífugas;
• 2 silos de armazenamento de lamas;
• 1 silo de cal;
• 1 sistema de desodorização por via química (Simarsul, 2010).
Reutilização
A ETAR está dotada de um sistema de reutilização de água de serviço, composto por um
reservatório e sistema de pressurização do efluente desinfectado, garantindo a qualidade
adequada para uso interno na ETAR (Simarsul, 2010).
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Fase líquida
As águas residuais afluentes à ETAR são submetidas a uma operação de gradagem para
remoção de sólidos grosseiros. Trata-se de uma gradagem fina, mecânica e desarenamento em
estação compacta. O tratamento preliminar funciona em duas linhas, sendo que a gradagem a
montante é manual. Também no tratamento preliminar existe um medidor de caudal. Os
sólidos removidos são descarregados para telas transportadoras sendo colocados em
classificadores de areias, tendo como destino final aterros sanitários.
Em seguida os óleos e gorduras são removidos, por um separador de flutuantes equipados por
um braço raspador de superfície, sendo armazenadas num poço de gorduras para
posteriormente serem bombadas para o tratamento específico de gorduras.
Digestor de Tratamento
gorduras biológico
Desinfecção
UV
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Após esta fase, o efluente é encaminhado para uma lagoa de equalização de caudais e
homogeneização de cargas em bacia de equalização devidamente agitada e arejada por
arejadores flutuantes. De seguida existe uma elevação do efluente para o tratamento biológico,
que se inicia no decantador primário circular onde se remove ainda, por sedimentação, os
sólidos de menores dimensões, constituindo as lamas primárias, as lamas extraídas do fundo do
decantador assim como as extraídas do tratamento de gorduras, que vão ser conduzidas para o
tanque de armazenamento de lamas para depois serem encaminhadas para um espessador.
Os efluentes decantados são então conduzidos para quatro células de lamas activadas em
regime de arejamento prolongado de funcionamento sequencial (S.B.R.).
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Fase sólida
A fase sólida resulta da separação das gorduras no tratamento preliminar, da lavagem das
areias removidas também no tratamento preliminar, da hidrólise anaeróbia de gorduras,
seguida da digestão aeróbia das gorduras e da recolha de escumas dos reactores biológicos.
Todas estas lamas são enviadas para o tanque de lamas, onde ficarão armazenadas para
posterior tratamento. A lama em excesso extraída do tratamento biológico possui uma
concentração baixa em sólidos, pelo que é necessário proceder ao aumento desse valor, de
forma a reduzir o volume de lama a desidratar e, consequentemente, os custos de exploração.
As lamas biológicas são enviadas para os espessadores de lamas. Este pode ainda receber lamas
de fossas sépticas, provenientes do “poço de lamas de fossas sépticas”. As lamas do espessador
seguem então em direcção ao “tanque de homogeneização de lamas”.
Existem dois espessadores de lamas, um que recebe as lamas provenientes dos tratamentos
primários e outro que recebe as lamas provenientes do tratamento biológico.
Tratamento Biológico
Cal
Digestor de Armazenamento de
gorduras lamas
Silo de
Desidratação de lamas lamas
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Fase gasosa
Devido à natureza dos produtos tratados, uma estação de tratamento de águas residuais é,
naturalmente, uma fonte de odores. Estes odores têm as suas origens nos gases ou vapores
emanados por certos produtos contidos nas águas residuais, ou provenientes das
transformações efectuadas no decurso do tratamento.
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Os compostos principais que podemos encontrar com teores que resultam em odores
incómodos são os seguintes (Simarsul, 2010):
- Amoníaco e metilaminas
- H2S
O objectivo da desodorização é impedir a difusão para o exterior de poluentes atmosféricos,
eliminando-os, permitindo a libertação de ar tratado para o exterior da ETAR.
A linha de desodorização por lavagem química é formada pela seguinte sequência:
- 1 torre de lavagem química com ácido sulfúrico
- 1 torre de lavagem química com hipoclorito de sódio e soda caustica
O processo de desodorização aplicado na estação de tratamento é do tipo adsorção gás-líquido.
Os lavadores utilizados são torres de enchimento plástico que funcionam em contracorrente,
com a adição de reagentes de neutralização (ácido sulfúrico, hipoclorito e soda) (Simarsul,
2010).
O processo consiste na instalação de duas colunas de absorção com enchimento – igualmente
denominadas torres de lavagem – de tipo vertical, com escoamento em contracorrente,
nomeadamente:
- Na primeira torre de lavagem, é efectuada a “lavagem ácida”. A lavagem ácida, com ácido
sulfúrico, consiste numa reacção de neutralização, a qual elimina o amoníaco e as aminas.
- Na segunda torre de lavagem, é efectuada a “lavagem oxidante”. A lavagem oxidante, com
hipoclorito de sódio, elimina o sulfureto de hidrogénio, os sulfuretos orgânicos, os
mercaptanos, o amoníaco e as aminas, permitindo ainda neutralizar os ácidos gordos voláteis
(AGV). Nesta torre irá ainda efectuar-se a “lavagem alcalina”. A lavagem alcalina, com soda
elimina os ácidos carboxílicos, o sulfato de hidrogénio e também em parte o CO2.
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3.4 Desengorduramento
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facto de permitir uma optimização do espaço de implantação. De facto, caso se opta-se por órgãos
de planta circular haveria um espaço perdido considerável entre eles.
Assim, o órgão de planta rectangular apresenta várias vantagens (Simarsul, 2010):
- Sistema de extracção de areias mais fiável e sem necessidade de recurso a bombas de
extracção de areias;
- Sistema mais compacto;
- Menores custos de construção civil;
- Inexistência de redes de difusão de ar fixas no interior do órgão, cuja avaria impõe que o
órgão seja colocado fora de serviço.
Os desengorduradores/desarenadores estão equipados, cada um, com dois arejadores
mecânicos submersíveis, os quais asseguram (Simarsul, 2010):
- a agitação necessária para evitar a decantação das matérias orgânicas;
- o arejamento por bolhas finas da massa líquida, provocando deste modo a flotação das
escumas e das gorduras.
Os flutuantes são recolhidos à superfície por braços raspadores, solidários com a ponte
raspadora, que os envia para uma caleira própria. Um conjunto de macacos hidráulicos,
associado a um sistema de detectores de fim-de-curso permite que a raspagem se faça apenas
no sentido apropriado (montante-jusante). Quando a ponte se desloca no sentido contrário, os
braços estão levantados.
As caleiras de recolha de flutuantes estão equipadas com um sistema de lavagem com água de
serviço, para facilitar o seu escoamento. A entrada em serviço das rampas de lavagem está
coordenada com o final da raspagem: a lavagem não dura mais que alguns segundos.
Os flutuantes assim recolhidos nos dois órgãos são enviados graviticamente para uma cuba em
betão, designada “fossa de gorduras”, a partir da qual serão bombeadas para o sistema de
tratamento de gorduras.
A jusante dos desarenadores / desengorduradores, está instalado um caudalímetro ultra-sónico
montado sobre canal Parshall, para medição dos caudais afluentes à ETAR.
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Generalidades
Concepção
Princípio
O sistema baseia-se no tratamento biológico das gorduras (figura 1), com uma biomassa
adaptada. O tratamento é efectuado em duas etapas:
1. Hidrólise das gorduras com enzimas. Nesta etapa as gorduras são transformadas em ácidos
gordos e glicerol. Esta primeira etapa é anaeróbia.
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Esta segunda etapa é a mais importante para o tratamento. As gorduras podem ser muito
diferentes de tempos a tempos; a eficiência do tratamento biológico está relacionada com a
capacidade de mistura e com a oxigenação.
Para se obter um tratamento óptimo, desenvolveu-se um sistema de mistura e arejamento
específico, patenteado em mais de 70 países.
O tratamento completo é constituído por:
− Hidrólise num tanque de anaerobiose
− Oxidação num reactor “Carbofil”.
Tanque Tanque
Reactor de Hidrólise
O tanque de hidrólise deverá ser agitado para se obter uma gordura homogénea e uma boa
reacção de hidrólise. Este tanque apresenta também uma função de tanque tampão.
Uma vez que a hidrólise transforma as gorduras em ácidos gordos e glicerol, esta reacção pode
acidificar, razão pela qual pode ser necessário adicionar uma base para manter um pH neutro.
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Assim, o pH deverá ser monitorizado duas a três vezes por semana. Existe uma tubagem de
dosagem de soda cáustica para o tanque de hidrólise para eventual correcção do pH (Simarsul,
2010).
Uma vez que se trata de um tratamento biológico, poderá ser necessário adicionar azoto e
fósforo extra, tendo para tal sido previsto dosear uma mistura de nutrientes neste tanque de
hidrólise.
Uma vez que a hidrólise liquidifica as gorduras podemos utilizar uma bomba submersível
standard para alimentar o reactor “Carbofil” (ver figura 7), ou como foi o caso, por uma questão
de facilidade de exploração, previu-se uma bomba volumétrica de parafuso excêntrico instalada
no exterior do tanque (mais uma idêntica de reserva em armazém) (Simarsul, 2010).
Reactor de oxidação
A operação do reactor “Carbofil”® baseia-se na bombagem do líquido num plano vertical, sendo
esta a diferença em relação às turbinas clássicas que essencialmente misturam no plano
horizontal. Ar e, em consequência, oxigénio, são bombeados da superfície para o fundo do
tanque onde a transferência do gás para o líquido é maximizada (lei de Henry). Apenas é
necessária uma pequena quantidade de energia para injectar o ar directamente no fundo do
tanque (Simarsul, 2010).
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O tanque (4) serve para receber as gorduras a serem tratadas. A tremonha (3) cuja função
consiste em conduzir o caudal para o septo (2) e a turbina (1), accionada por um motor,
bombeia as gorduras no sentido descendente (Simarsul, 2010).
O “layout” hidráulico do reactor baseia-se na bombagem vertical do fluido idêntico a um tubo sob a
forma de “U”. Tal como indicado no “layout” abaixo, o caudal é criado pela turbina que suga o
líquido e o ar do topo para o fundo do tanque através do septo (2) (Simarsul, 2010).
O efluente sobe de novo (9) e depois para a superfície, para a zona em contacto com o ar. Esta
operação permite-nos garantir uma excelente mistura do líquido com o ar. No nível à
superfície, o líquido alimenta a tremonha por descarga de topo (5) (Simarsul, 2010).
(11) Injecção de ar
A entrada do afluente (8) em pequenas quantidades resulta numa saída do efluente tratado,
através do tubo ladrão, para o tanque de lamas. Esta é a melhor forma para estabilizar as
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No que se refere ao dimensionamento deste sistema, torna-se necessário realizar uma reflexão
sobre a capitação de gorduras. É indicado em várias literaturas que a capitação de gorduras é
de 35 g/hab.dia. A cada grama de gordura corresponde a 2,3 gramas de CQO (Canler, 2001).
Recorrendo a um estudo realizado em 60 ETAR’s em França, em que foi caracterizada a
produção de gorduras, no qual foi indicado que a produção média de gorduras foi de cerca de
4,5 g CQO/hab.d (Canler, 2001).
A Simarsul adoptou então os seguintes valores para o dimensionamento do tratamento de
gorduras:
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4. MATERIAL E MÉTODOS
Apesar de terem sido facultados resultados de análises relativas ao CQO realizadas pelo
laboratório da Simarsul, achou-se necessário proceder a mais um conjunto de análises, visto
que as que foram facultadas mostraram-se insuficientes.
4.1 Amostragem
O trabalho experimental foi realizado no Laboratório de Controlo de Qualidade de Águas
Residuais da Escola Superior Agrária, tendo sido as amostras recolhidas na ETAR do Seixalinho
situada no distrito de Setúbal.
A amostragem na ETAR do Seixalinho decorreu no mês de Julho, tendo sido realizadas as
análises físico-químicas durante o respectivo mês de recolha. Tratou-se de uma amostra
pontual.
Após a recolha das amostras, em recipientes de plásticos, estes foram colocados num
recipiente hermeticamente fechado. Após a chegada ao laboratório foram preparadas as
amostras para a determinação dos vários parâmetros e foram guardados e devidamente
acondicionados no frigorífico. Segue-se, nas figuras 10 e 11 um esquema de onde foram
recolhidas as respectivas amostras.
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DE TRATAMENTO DE GORDURAS DA ETAR DO SEIXALINHO
4.2.1 Determinação do pH
A determinação do potencial redox das amostras foi efectuada imediatamente à sua chegada
ao laboratório utilizando um Potenciómetro WTW, modelo inolab, pH Level 1, de acordo com o
indicado em Standard Methods (2003).
O método utilizado foi o descrito no Standard Methods. Este método permite o doseamento do
azoto no estado trivalente negativo. Considera-se como azoto de Kjeldhal o azoto orgânico e
amoniacal contidos numa amostra, e passíveis de doseamento após mineralização. O azoto na
forma de azida, azina, azoico, hidrazona, nitroso, nitrico, oxina e semicarbazona não é
quantitativamente doseado.
O método baseia-se numa mineralização dos compostos orgânicos contidos na amostra, em
presença de ácido sulfúrico concentrado a quente, e em presença de sulfato de potássio, que
eleva o ponto de ebulição da mistura, e de selénio como catalizador.
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onde:
V0- volume da amostra utilizado, mL;
V1 - volume de ácido clorídrico gasto na titulação da amostra, mL;
V2- volume de ácido clorídrico gasto na titulação do ensaio em branco, mL;
c- concentração da solução de ácido clorídrico, mol/L;
O método utilizado foi o referido nos Standard Methods (2003), método de digestão ácida,
tendo sido apenas alterado o procedimento da digestão prévia da amostra.
O método consistiu na mineralização da amostra por via seca, e posterior solubilização do
resíduo mineralizado com ácido. As diversas formas de fósforo foram assim convertidas a
ortofosfato e este determinado através do método colorimétrico.
A concentração de fósforo expressa em mg P/100 mL de volume final, correspondente à
absorvância medida para a amostra, obteve-se a partir de uma curva de calibração.
A concentração de fósforo, expressa em mg P/L, foi calculado com base na seguinte expressão:
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O método utilizado para a determinação da CBO 5 foi indicado no Standard Methods (2003),
método respirométrico.
O fundamento do método baseia-se na medição do oxigénio consumido pelos microrganismos
num recipiente fechado, incubado a uma temperatura de 20ºC ± 1 no escuro durante 5 dias,
com agitação constante
O método utilizado para a determinação do CQO foi o indicado nos Standard Methods (2003),
método colorimétrico por refluxo fechado.
O método baseia-se numa oxidação química da matéria orgânica, usando um agente oxidante
forte, o dicromato de potássio (K2Cr2O7), em meio fortemente ácido a temperatura elevada. O
oxigénio consumido é lido por volumetria de retorno.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
pH 7,705 (±0,45)
pH 7,493
(+/- 0,35)
SST 17
(+/- 7)
CBO5 11
(+/- 4)
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CQO 49
(+/- 11)
Nt 21
(+/- 8)
Pt 4
(+/- 2)
Coliformes Fecais 2352
(+/- 4549)
Coliformes totais 8759
(+/- 11222)
E. Coli 1487
(+/- 2132)
((*) Média + Desvio Padrão)
No geral, pudemos concluir que a ETAR se encontra a funcionar bem, pois temos elevadas
eficiências de remoção e os parâmetros CBO5, CQO, SST, Nt e Pt cumprem os valores exigidos no
Decreto-Lei nº 152/97, de 19 de Junho, referente a descargas em zonas sensíveis.
Este trabalho teve como objectivo geral analisar o tratamento de gorduras da ETAR do
Seixalinho (Montijo) e averiguar quais os principais problemas no funcionamento do tanque de
hidrólise e no tanque de oxidação (Carbofil) de modo a determinar-se possíveis melhorias.
No que diz respeito ao tanque de hidrólise, ao longo do estudo deste trabalho, pode-se verificar
que uns dos parâmetros a ter em conta, quando se dimensiona, é a carga volúmica afluente ao
reactor, que segundo Canler (2001) deve-se situar entre 5 – 10 kg/m3.d, contundo não nos
foram facultados dados referentes à carga volúmica que se encontra a afluir ao tanque de
hidrólise.
Tendo em conta os critérios de dimensionamento usados pela Simarsul, tentou-se calcular a
carga volúmica, através do caudal de dimensionamento que aflui ao reactor, (pois não nos foi
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facultado qual o caudal que neste momento aflui a este) e da concentração de CQO que aflui ao
reactor de hidrólise, que foi facultada nas análises laboratoriais. Temos então:
Caudal de dimensionamento que aflui ao reactor de hidrólise: 1,22 m3/d
Média da [CQO] que aflui ao reactor: 56134 mg/l (±57671) ≈ 56 kg/l
[ ]
Carga volúmica ≈ 17 kg/m3.d
Logo, se o caudal que estiver a afluir ao reactor de hidrólise for próximo do que foi considerado
no seu dimensionamento, este encontra-se sobredimensionado uma vez que temos elevada
carga volúmica no reactor, o que influência negativamente o funcionamento deste, pois os
microrganismos presentes não vão conseguir degradar a matéria que está a afluir. Por outro
lado se for menor, não teremos problemas a nível da matéria orgânica que está a afluir, ou seja
não será esse o nosso factor limitante do funcionamento deste sistema.
Contudo, através dos dados laboratoriais da CQO à entrada e à saída do tanque de hidrólise
verifica-se que esta sofre uma redução como pudemos ver na tabela 7 e na figura 12. Isto deve-
se ao facto de algum carbono ser oxidado pela biomassa presente no tanque.
CQO mg/l O2
Entrada (*) 56134 (± 57671)
Saída (*) 36943 (± 14564)
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CONTRIBUIÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO FUNCIONAMENTO DO PROCESSO
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60000
50000
CQO mg/l O2
40000
30000
20000
10000
0
Entrada Saída
amostragem, mesmo que este se altere nunca se alteraria tanto e como prova disso também se
realizou no laboratório a determinação do teor em oxigénio das três amostras e em ambas
obtivemos condições totais de anaerobiose.
Um dos problemas apontados pelo mau funcionamento do tratamento é que poderia haver
baixa concentração de gorduras a tratar, contudo quando se procedeu á determinação destas
no laboratório verificou-se que o problema não poderia ser falta de gorduras. Na tabela 8
podemos verificar a concentração de gorduras ao longo de todo o tratamento de gorduras.
[gorduras] mg/l
Entrada do tanque de hidrólise 6567
Entrada do Carbofil 5274
Saída do Carbofil 4132
Quando se procedeu à análise da CQO, através dos dados que nos foram fornecidos verificou-se
que esta não diminui como seria de esperar, pois esperava-se que alguma matéria orgânica
fosse oxidada logo pela biomassa, como podemos verificar na tabela 9 e figura 13:
CQO mg/l O2
Entrada (*) 36943 ( ± 14564)
Saída (*) 37116 ( ±32512)
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CONTRIBUIÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO FUNCIONAMENTO DO PROCESSO
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37150
37100
37000
36950
36900
36850
Entrada Saída
CQO à entrada CQO à saída
Contudo, após nova análise do CQO no laboratório verificou-se que este diminui como se pode
ver na figura 14:
25000
20000
CQO mg/l O2
15000
10000
5000
0
Entrada Saída
CQO entrada do Carbofil
Esta discrepância de resultados pode dever-se ao facto de, como já foi referido anteriormente
em outros parâmetros, as amostras não serem compostas mas sim pontuais.
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O objectivo deste tratamento é conseguir juntar as lamas finais do tratamento das gorduras às
lamas resultantes dos restantes tratamentos da ETAR, para deste modo apenas se ter um
produto final que irá para valorização agrícola, contudo isto não se está a verificar pois as lamas
provenientes das gorduras não se encontram suficientemente concentradas promovendo a
destabilização das restantes lamas se forem juntas. Deste modo, procedeu-se á análise quer
dos sólidos totais quer dos sólidos voláteis, pois estes parâmetros não foram facultados pela
ETAR.
Ao analisar estes parâmetros verificou-se que não se justifica considerar haver falta de sólidos
como pudemos ver nas tabelas 10 e 11.
Também por curiosidade, e não por ser necessário, realizamos o ensaio da CBO 5 e obtivemos os
seguintes resultados:
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[CBO5] mg/l
Entrada do tanque de hidrólise (*) 9550 (± 985)
Entrada do Carbofil (*) 9000 (± 283)
Saída do Carbofil (*) 9250 (± 1535)
((*) Média + Desvio Padrão)
Verificamos que os valores da CBO 5 não se alteram muito ao longo de todo o tratamento o que
já era de esperar uma vez que como o sistema está a funcionar debilmente não poderia haver
degradação da matéria. O que deveria de acontecer seria a diminuição da CBO 5 ou mesmo esta
aumentar à entrada do reactor do Carbofil (ver figura 11) pois no tanque de hidrólise, como se
está a decompor os lípidos em moléculas mais pequenas, estas também ficam biologicamente
degradáveis.
Ainda por curiosidade e para se poder quase confirmar que o sistema se encontra a funcionar
debilmente devido à falta de oxigénio procedeu-se a uma pequena experiência. Numa garrafa
de vidro colocou-se uma amostra do que está a afluir ao “Carbofil” com um arejador a
funcionar lá dentro e deixou-se a arejar a amostra durante uma semana. Passados esses dias
foi-se calcular os sólidos voláteis para ver se estes aumentavam em relação aos que obtivemos
quando calculamos os sólidos voláteis da amostra colhida na ETAR. Se esses aumentassem
significava que a biomassa também teria aumentado e que realmente existe um défice de
oxigénio no reactor de oxidação “Carbofil” e por consequência as lamas tornar-se-iam mais
concentradas, sendo esse o objectivo Os resultados obtidos confirmaram a nossa teoria como
se pode ver na tabela 13:
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6. CONCLUSÃO
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anexos
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