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Eletroterapia na estética facial: Microcorrentes

Dom, 20 de Janeiro de 2013 19:29

A microcorrente pode ser definida como um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com
parâmetros de intensidade na faixa dos microampéres, de baixa freqüência, podendo
apresentar correntes contínuas ou alternadas. Também é chamada de MENS (Micro Electro
Neuro Stimulation).

O objetivo da técnica é promover a revitalização cutânea, melhorando a flacidez muscular,


elasticidade, a viscosidade e o brilho da pele, que ocorre devido à formação de um campo
bioelétrico natural, que promove revitalização celular.

A polaridade dos tecidos não-excitáveis tem sido documentada nas últimas décadas. Todas as
funções e atividades do corpo envolvem de alguma forma a eletricidade. Segundo Okuno
(2006, apud Borges, 2006), o conhecimento dos fenômenos elétricos é importante para uma
melhor compreensão dos complexos processos físicos e químicos que caracterizam a vida.

O conhecimento da bioeletricidade celular é fundamental na compreensão de diversos


fenômenos que envolvem a eletroterapia. Sabe-se que existe um sistema de comunicação
denominado sinalização. Um sinal é uma informação codificada, que não pode ser liberada do
sinal se não existir um meio de reconhecer o formato e a leitura do código. Segundo Charman
(2006, apud Borges, 2006), a hipótese relativa aos vários aspectos da bioeletricidade é que as
células podem receber, decodificar e agir sobre sinais elétricos, magnéticos e acústicos. Esta
bioeletricidade é a base em que se apóiam as várias teorias do sinal elétrico ou magnético
interagindo entre as células.

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Quando a atividade elétrica endógena do organismo é considerada, é pertinente a hipótese de


que as estimulações elétricas ou eletromagnéticas, quando aplicadas externamente ao corpo,
possam desencadear alterações em nível celular que intensificam o processo de cicatrização.

De acordo com Robinson e Snyder-Mackler (2001, apud Borges, 2006), o modo normal de
aplicação dos aparelhos de micrecorrentes ocorre em níveis que não se consegue ativar as
fibras nervosas sensoriais subcutâneas, e o resultado disto é o cliente não sentir o
formigamento que a corrente galvânica favorece.

O plano de atuação das microcorrentes é profundo, podendo atingir um nível muscular, e


apresenta-se com imediata atuação no plano cutâneo e subcutâneo.

Efeitos Fisiológicos:

Restabelecimento da bioeletricidade tecidual: pesquisas mostraram que um trauma


afetaria o potencial elétrico das células do tecido lesionado. Inicialmente o loca atingido teria
uma resistência maior do que os tecidos próximos à lesão da corrente. A aplicação das
microcorrentes em um local lesionado pode aumentar o fluxo da corrente endógena. Isto
permite à área traumatizada recuperar sua capacidade, ocorrendo um processo de cura.

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Síntese de ATP: noventa por cento do total de ATP, utilizados nos trabalhos celulares são
transformados durante o metabolismo da glicose, com a energia liberada pela oxidação

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subseqüente dos átomos de hidrogênio liberados durante a glicólise.

Toda energia acumulada será armazenada nas mitocôndrias, também denominadas “poços de
energia” celular, e definidas como uma organela intracelular composta de várias membranas,
sendo responsável por todas as reações do metabolismo aeróbico que utiliza esta forma de
combustível. Dentro desta estrutura celular, existe uma combinação de várias enzimas
especiais que transportam os íons de hidrogênio liberados pela degradação metabólica da
glicose e gordura. Estes íons fluem através da membrana celular, dando origem à Adenosina
Trifosfato (ATP), principal fonte de energia química.

A microcorrente atua diretamente no organismo, aumentando a síntese de ATP e eleva o seu


aumento em até 500%.

Aumento do transporte de membranas: em virtude do aumento da produção de ATP ocorre


a intensificaçao do transporte ativo através da membrana

Transporte ativo de aminoácidos: segundo Guyton (2001, apud Borges, 2006), as moléculas
de praticamente todos os aminoácidos são demasiadamente grandes para sofrerem difusão
através das membranas celulares. Então, o único meio de transporte significativo desta
substância para o interior da célula é através do transporte ativo. Este mecanismo de
transporte ativo depende diretamente da energia liberada pelas moléculas de ATP, e o
aumento de ATP disponível para a célula aumenta o transporte de aminoácidos e,
conseqüentemente, aumenta a síntese de proteínas.

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Ação no Sistema Linfático: uma pequena quantidade de proteínas plasmáticas vaza


continuamente através dos poros capilares para o líquido intersticial ( entre os tecidos). Se
não forem devolvidas ao líquido circulante, a pressão coloidosmótica do plasma cairá a
volumes demasiadamente baixos, o que fará que se perca grande parte do volume sanguíneo
para os espaços intersticiais. Uma importante função do sistema linfático é a de devolver as
proteínas plasmáticas do líquido intersticial à circulação do sangue. Ocasionalmente, ocorrem
anormalidades no mecanismo das trocas líquidas nos capilares que resultam em edema,
caracterizado pela passagem excessiva de líquido para fora do plasma e para o líquido
intersticial, com a conseqüente tumefação dos tecidos. Entre as várias causas desse
fenômeno está o bloqueio do sistema linfático, que impede o retorno da proteína, do interstício
para o plasma, fazendo que a concentração de proteínas plasmáticas caia a volumes muito
baixos, enquanto a concentração de proteína no líquido intersticial aumenta muito. Estes dois
fenômenos, isolados ou em conjunto, produzem a transudação excessiva de líquido para os
tecidos.

A microcorrente aumenta a mobilização de proteínas para o sistema linfático, pois quando são
aplicadas em tecidos traumatizados, as proteínas carregadas são postas em movimento, e sua
migração para o interior dos tubos linfáticos tornam-se acelerada. A pressão osmótica dos
canais linfáticos é aumentada, absorvendo o fluído do espaço intersticial.

O método utilizado pela microcorrente é totalmente indolor e não invasivo, onde a aplicação é
feita através de massagem agradável e relaxante, com canetas e cotonetes em suas pontas,
funcionando em três etapas: na primeira promove o aumento do metabolismo, liberando íons
de cálcio que deflagram o incremento no transporte de membranas, aumentando a circulação
arterial, venosa e linfática, maior reabsorção de líquidos estagnados no interstício e
eliminação de toxinas, aumentando a produção de ATP e transporte de aminoácidos.

Na segunda etapa realiza pinçamento dos sulcos, vincos e da musculatura, visando o


encurvamento muscular com restabelecimento da tonicidade facial.

Na terceira etapa o objetivo é introduzir com auxílio da miocrocorrente um produto ionizável


(técnica que facilita a penetração de substâncias ativas dos cosméticos através da pele).

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Indicações:

_ Cicatrizes;

_ Pós-operatórios;

_ Rejuvenescimento;

_ Flacidez tissular;

_ Recuperação de queimaduras;

Contra indicações:

_ Cardíacos portadores de marca-passo ou cardiopatias congestivas;

_ Uso de prótese metálica;

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_ Portadores de neoplasia;

_ Patologias circulatórias tipo flebite, trombose;

_ Renais crônicos;

_ Gestantes em qualquer idade gestacional;

_ Processos inflamatórios e infecciosos;

_ Sobre a pele anestésica ( sem sensibilidade);

_ Epilepsia ou patologias neurológicas que contra indiquem aplicação de corrente elétrica.

Referências:

BORGES, Fábio dos Santos. Modalidades terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São
Paulo: Editora Phorte, 2006.

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