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Revisão
De acordo com assim como Oriá, Santana, Fernandes, Ferreira, Brito (2003), os tecidos
passam gradualmente por mudanças de acordo com a idade, onde, na pele, essas
alterações são mais suaves, lentas e facilmente reconhecidas, causando danos estéticos
muito pequenos. No fotoenvelhecimento as mudanças são mais agressivas, onde foram
observados ressecamento associado a rugas, atrofia, perda de firmeza (ptose tissular) e
luminosidade, pigmentação desigual (hipercromias) e lesões proliferativas. Esses sinais
são consequências do processo fisiológico de declínio das funções do tecido conjuntivo,
no qual o colágeno vai tornando-se mais rígido, as fibras elásticas perdem força pela
diminuição da elasticidade, há diminuição das glicosaminoglicanas, associada a uma
redução da água que, por sua vez, diminui a adesão, migração, desenvolvimento e
diferenciação celular.
A radiofrequência, como já dito, é uma onda eletromagnética que gera calor por
conversão, compreendida entre 30 KHz e 300 MHz, sendo a frequência terapêutica mais
utilizada entre 0,5 e 1,5 MHz. As correntes que se encontram abaixo dos 3.000 Hertz
(Hz) são empregadas na eletroestimulação e eletroanalgesia. A conversão se refere à
passagem da radiofrequência com comprimento de onda métrica e centimétrica pelo
tecido do indivíduo que se converte em outra radiação, o calor, cujo comprimento de
onda está na ordem nanométrica (CAPPONI; RONZIO, 2007).
De acordo com Carvalho (2011) e Agne (2013), a energia gerada pelo aparelho de
radiofrequência pode ser dividida em três formas: Capacitiva, Resistiva e Indutiva. O
eletrodo considerado capacitivo e/ou resistivo possui a função básica de gerar e
armazenar energia quando aplicado em contato direto com a pele, com isso essa energia
será liberada promovendo a elevação da temperatura. O sistema indutivo, menos
utilizado, é aplicado por uma manopla especial de vidro que separa o eletrodo gerador
de energia da pele. O modo de emissão pode ser monopolar, bipolar, tripolar e
multipolar. A manopla monopolar possui potência e densidade elevada, superior às
demais manoplas, onde as outras (bipolar, tripolar e multipolar) não possuem eletrodo
de retorno, mas sim mais de um polo elétrico e elétrons ativos, produzindo aquecimento
uniforme e rápido para áreas mais amplas do corpo.
A energia térmica é gerada de forma segura dentro das camadas profundas de tecido,
mantendo a superfície resfriada e protegida, favorecendo a formação de um novo
colágeno, bem como a efetiva contração do mesmo, tornando-o mais eficiente na
sustentação da pele. Esta energia é conduzida eletricamente, produzindo elevação da
temperatura tecidual entre 38º e 40ºC, quando a impedância converte corrente elétrica
em energia térmica (ALSTER; LUPTON, 2007; BLOOM; EMER; GOLDBERG,
2012).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este resultado está de acordo com os autores Nunes (2010) e Carvalho (2011), quando
os mesmos afirmam que a radiofrequência é caracterizada por ser uma onda
eletromagnética que gera calor por conversão, alcançando os tecidos mais profundos,
gerando energia térmica e forte calor sobre as camadas mais profundas da pele,
mantendo a superfície resfriada e protegida, promovendo importante incremento
circulatório e estimulação de fibroblastos jovens, ocasionando a contração das fibras
colágenas existentes e estimulando a formação de novas fibras, tornando-as mais
eficientes na sustentação da pele, amenizando as rugas da face.
Em outro estudo, elaborado por Silva, Hansen e Sturzenegger (2012), foram avaliadas
cinco voluntárias do gênero feminino, com idades entre 35 e 55 anos, sendo
identificadas as características do envelhecimento de acordo com a escala de rugas de
Fitzpatrick Modificada. A radiofrequência (3.000Hz, temperatura entre 37 e 40ºC, gel
condutor) foi aplicada durante 3 minutos em cada região selecionada (Frontal, Glabela,
Orbicular dos olhos, Nasolabial e Lateral da face), sendo realizado o tratamento
semanalmente, com duração de 30 minutos cada sessão. A avaliação das participantes
foi realizada na quinta semana, onde ficou comprovado que os resultados da
radiofrequência são efetivos. Foi verificada, em todas as voluntárias, redução da
profundidade das rugas, melhora significativa na flacidez e aspecto geral da pele;
porém, em apenas uma delas houve melhora em todas as regiões tratadas – nas outras, a
melhora variou entre duas e quatro regiões.
Vasconcelos (2009) realizou um estudo com 14 mulheres, que apresentavam idade entre
40 e 65 anos; nelas foram aplicadas 8 sessões de radiofrequência na face, sendo estas
realizadas uma vez por semana, com duração de 30 minutos, atingindo uma temperatura
de 40ºC. A análise estatística comprovou que 53,57% das participantes tiveram um
aumento da medida entre o ângulo da boca ao trago, havendo, ainda, uma melhora
quanto à flacidez da pele e a aparência das rugas de tipo estática e dinâmica.
Em outra pesquisa, composta por 6 mulheres com idades entre 47 e 60 anos, foram
aplicadas 6 sessões de radiofrequência facial, com intervalo de duas semanas,
totalizando três meses do tratamento. As voluntárias também apresentaram melhora
clínica na flacidez e rugas, sendo esses resultados analisados através de registros
fotográficos, antes e logo após a sessão, e, depois do tratamento, foi feita biópsia da pele
facial (EL-DOMYATI; SALEH; BROWN; GASPARRO, 2002).
A flacidez é decorrente de atrofia do tecido, ficando este com aspecto frouxo, afetando
em separados, pele ou músculos. Pode ser definida como uma disfunção da pele
inerente ao processo natural ou do envelhecimento acelerado. Ocorre uma diminuição
no metabolismo celular, decadência na produção do colágeno e biossíntese da elastina.
O número de fibroblastos diminui e a derme perde o seu tropismo normal e a sua
capacidade de renovação natural (MILANI; JOÃO; FARAH, 2006; GOMES;
GABRIEL, 2006).
De acordo com os estudos selecionados, pôde-se analisar através dos resultados citados
que a radiofrequência é aplicada com êxito em tratamentos de rejuvenescimento facial,
atuando principalmente na melhora das rugas, flacidez, linhas de expressão, aspecto da
pele e contorno facial, porém, mais estudos são necessários para avaliar os parâmetros
adequados de utilização.
CONCLUSÃO
Através desta revisão, foi possível verificar alguns resultados satisfatórios quanto à
abordagem facial, sendo que o mais importantes deles diz respeito ao fato de que a
aplicação da radiofrequência é de suma importância nos tratamentos de disfunções
estéticas decorrentes do processo natural de envelhecimento cutâneo, principalmente na
melhora das rugas, da flacidez, da aparência e do contorno facial, por agir na derme,
causando um aquecimento que leva a reações fisiológicas que irão promover contrações
das fibras de colágeno e elastina, estimulando o aparecimento de novas fibras, com
melhor qualidade, podendo ser considerado um procedimento seguro e eficaz.
Espera-se que este estudo possa colaborar com a base de conhecimentos já existente,
ajudando na promoção de alguns esclarecimentos aos profissionais que trabalham na
área de Fisioterapia Dermato Funcional, facilitando o desenvolvimento de projetos e
protocolos preventivos que tratam o envelhecimento cutâneo facial em questão. Aqui
não se deseja esgotar o tema em estudo, muito ao contrário. Deseja-se, assim, estimular
o debate e que, dessa forma, novas pesquisas sejam realizadas a fim de ampliar os
conhecimentos já existentes, uma vez que foram poucos os trabalhos encontrados
abordando este assunto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRANE, J.S; HOOD, P.B. Treatment of Facial Rhytides with the 755-nm
Alexandrite Laser. Cosmetic Dermatology, v.18, p.227-231, 2005.