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Manual de introdução a electricidade/electrónica

Prof: Fernando Katandi

1
Formador: Fernando Katandi

INTRODUÇÃO A ELECTRICIDADE
Tabela de conversão de unidades
Tera T 1012
Giga G 109
Mega M 106
Kilo K 103
mili m 10−3
micro µ 10−6
nano Ƞ 10−9
pico P 10−12

Estudo do átomo
Átomo é uma unidade básica da matéria que consiste num núcleo central de carga
elétrica positiva envolto por uma nuvem de eletrões de carga negativa. O núcleo atómico é
composto por protões e neutrões. Os eletrões de um átomo estão ligados ao núcleo por força
eletromagnética. Da mesma forma, um grupo de átomos pode estar ligado entre si através
de ligações químicas baseadas na mesma força, formando uma molécula. Um átomo que
tenha o mesmo número de protões e eletrões é eletricamente neutro, enquanto que um com
número diferente pode ter carga positiva ou negativa, sendo desta forma denominado ião.

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ELETRIZAÇÃO DOS CORPOS
A eletrização é um processo Eletrostático de acrescentar ou retirar elétrons de um
corpo neutro para que passe a estar eletrizado.Quando um corpo eletrizado estiver com
número diferente de prótons e elétrons, ou seja, quando não estiver neutro,denomina-
se eletrização.
Existem vários processos para eletrizar um corpo, dentre os principais são destacados os
seguintes: Eletrização por contacto, Eletrização por atrito e Eletrização por indução.

Eletrização por atrito


É o processo que cria uma DDP (diferença de potencial) por atrito, ou seja quando
dois corpos de elementos iguais ou diferentes trocam elétrons ao serem atritados, os
elementos criarão uma diferença de potencial, trocando elétrons, onde um corpo ganhará
elétrons e outro perderá ou os dois ganharão ou perderão elétrons que poderão ser trocados
com meio, podendo os dois corpos ficarem eletrizados ou somente um dos corpos ficará
eletrizado, devido a caracteristicas da composição dos elementos (quando um elemento tem
a capacidade de recuperar eletrons tão rapido quanto os doa).

Eletrização por contacto


É um processo capaz de eletrizar um corpo quando feito por contato, quando há uma
diferença de potencial (DDP) entre dois corpos e estes são colocados em contato, os elétrons
tendem ao equilíbrio carregando o corpo com menos elétrons (carregado positivamente),
podendo ocorrer o processo de anulação, quando as cargas se equilibram, ou carregamento
quando o corpo fica com mais elétrons (carregado negativamente)

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Eletrização por indução


É um processo feito por Indução eletromagnética, quando um corpo eletrizado (com
uma DDP),que chamamos de indutor, e outro corpo, inicialmente neutro, que chamamos de
induzido, tem o posicionamento de suas cargas elétricas alterado.

Eletroscópio.

Tensão elétrica ou diferença de potencial (d.d.p)


A tensão elétrica é a quantidade de energia necessária para movimentar uma
determinada quantidade de cargas elétricas de um ponto para outro. A tensão elétrica é
representada pela letra U e a sua unidade de medida é o volt (V).
De forma matemática a tensão elétrica (continua) é representado por:
𝑊
𝑈=
∆𝑄
O aparelho que serve para medir a tensão elétrica ou diferença de potencial chama-
se voltímetro e deve ser sempre ligado em paralelo com o elemento que se pretende
controlar a tensão que sobre ele esta submetido ou aplicado.

V - VOLTIMETRO V

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Valores múltiplos e submúltiplos de volt


Como qualquer uma outra grandeza a unidade de medida de tensão (volt) também
tem os seus valores múltiplos e submúltiplos da unidade base.

−𝑀𝑒𝑔𝑎𝑣𝑜𝑙𝑡 (𝑀𝑉 )
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝐾𝑖𝑙𝑜𝑣𝑜𝑙𝑡 (𝐾𝑉)

−𝑚𝑖𝑙𝑖𝑣𝑜𝑙𝑡 (𝑚𝑉 )
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑣𝑜𝑙𝑡 (µ𝑉)

Corrente elétrica
A corrente elétrica é o movimento dirigido e ordenado das partículas carregadas
(eletrões) ao longo do tempo. A corrente elétrica é representada pela letra I e a sua unidade
de medida é o amper (A).
De forma matemática a corrente elétrica (continua) é representado por:
𝑄
𝐼=
∆𝑡
O aparelho que serve para medir a corrente elétrica chama-se amperímetro e deve
ser sempre ligado em série com o elemento que se pretende controlar a corrente que sobre
ele esta fluir.

A Amperimetro R ( Carga)

Fonte geradora

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Valores múltiplos e submúltiplos de amper


Como qualquer uma outra grandeza a unidade de medida de corrente elétrica
(amper) também tem os seus valores múltiplos e submúltiplos da unidade base.

−𝑀𝑒𝑔𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 (𝑀𝐴)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝐾𝑖𝑙𝑜𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 (𝐾𝐴)

−𝑚𝑖𝑙𝑖𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 (𝑚𝐴)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 (µ𝐴)

Sentido da corrente elétrica


Em eletricidade ou eletrónica considera-se geralmente dois sentidos para a
circulação da corrente elétrica que são:
➢ Sentido real: O sentido real da circulação da corrente elétrica é aquele que
considera que a corrente elétrica circula do polo negativo para o polo positivo.
➢ Sentido convencional: O sentido convencional da circulação da corrente
elétrica é aquele que considera que a corrente elétrica circula do polo positivo para o
polo negativo.

Obs: Atualmente na ciência o sentido que é mais usado é o sentido convencional da


circulação da corrente elétrica por ser um sentido que já vem a ser considerado a bastante
tempo e que se pensava que circulava desta forma.

Tipos de corrente elétrica

Existem essencialmente dois tipos de corrente elétrica que são: corrente continua e
alternada.

➢ Corrente continua: A corrente continua é aquela corrente cujo sentido ou


sinal não varia ao longo do tempo.

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Fontes geradora de corrente continua


Dentre as fontes geradora de corrente continua podem ser destacados os
seguintes: A pilha a bateria a placa fotovoltaica (painel solar) o dínamo etc.

Pilha Bateria

G Gerador de corrente continua

Dínamo Placa fotovoltaica (painel solar)

Principais nomenclaturas usadas para designar a corrente continua


As principais nomenclaturas usadas para representar a corrente continua são:
C.C – corrente continua
D.C – Direct corrent (corrente continua)

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Principais símbolos usadas representar a corrente continua


Dentre os principais símbolos usados para representar a corrente continua podem
ser destacados os seguintes:

― Corrente continua

Corrente continua

Efeitos da corrente elétrica


A corrente elétrica não é visível mais podemos perceber claramente os seus efeitos
Efeito térmico da corrente elétrica
Também conhecida como efeito de joule ocorre devido a colisão dos eletrões livres
em movimento com os átomos do condutor.
De modo simplificado pode-se dizer que o efeito de joule é a transformação da
energia elétrica em calor.
Alguns exemplos de aplicação do efeito de joule são: o chaveiro elétrico, o ferro
elétrico de engomar as lâmpadas incandescentes etc.
Efeito magnético da corrente elétrica
Ocorre quando a passagem da corrente elétrica por um condutor da origem a um
campo magnético a seu redor. Esse efeito é a base para o funcionamento de transformadores,
motores geradores eletroímanes etc.
Efeito luminoso da corrente elétrica
A corrente elétrica circulando em um recipiente no qual há gases metálicos
(mercúrio, sódio) provoca emissão de luz como acontece com as lâmpadas florescentes.
Efeito fisiológico da corrente elétrica
Ao passar através dos seres vivos a corrente pode provocar diferentes efeitos,
dependendo da intensidade da duração e do caminho que ele percorre nos tecidos, pode
ocorrer desde formigamento até contração e paralisia muscular perda de consciência, asfixia
queimadura etc. conforme mostra o quadro a seguir.

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CORRENTE ELECTRICA DURAÇÃO EFEITOS MAIS GRAVES


0 à 0,5mA Qualquer Nenhum
0,5 à 2mA Qualquer Limiar de perceção
2 à 10mA Qualquer Dor, contração muscular,
descontrole muscular
10 à 25mA Minutos contração muscular,
dificuldade respiratória,
aumento da pressão arterial
25 à 50mA Segundos Paralisia respiratória,
fibrilação ventricular,
inconsciência.
50 à 200mA Mais de um ciclo Fibrilação ventricular
cardíaco inconsciência, paralisia
respiratória, marcas visíveis.
Mais de 200mA Menos de um ciclo Fibrilação ventricular,
cardíaco inconsciência, queimaduras.

Resistência elétrica
A resistência elétrica é o grao de oposição criado a quando da passagem da corrente
elétrica em um meio condutor de energia elétrica.
A resistência elétrica é representada pela letra R e a sua unidade de medida é o ohm
(Ω), o aparelho que serve para medir a resistência elétrica chama-se ohmímetro e deve ser
ligado sempre em paralelo com o elemento que se pretende controlar o seu valor ohmico.
Obs: Quando se pretende medir a resistência elétrica de um elemento que está
inserido no circuito com outros elementos deve-se primeiramente retirar o componente ou
levantar um dos terminais do mesmo componente para evitar influencias externas. Não se
deve medir a resistência elétrica de um componente que esteja alimentado pela energia
elétrica.

ohmimetro R

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Valores múltiplos e submúltiplos de ohm


Como qualquer uma outra grandeza a unidade de medida da resistência elétrica
(ohm) também tem os seus valores múltiplos e submúltiplos da unidade base.

−𝑀𝑒𝑔𝑎𝑜ℎ𝑚 (𝑀Ω)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝐾𝑖𝑙𝑜ℎ𝑚 (𝐾Ω)

−𝑚𝑖𝑙𝑖𝑜ℎ𝑚 (𝑚Ω)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜ℎ𝑚 (µΩ)

Obs. Não muito utilizados.

Classificação das resistências


As resistências elétricas podem ser classificadas em:
Resistências fixas (bobinadas e não bobinadas): São aqueles que tem um valor
homico fixo, ou seja, invariáveis.

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Resistências variáveis (bobinadas e não bobinadas): São aqueles que o seu valor
homico é variável de acordo o seu posicionamento.

Potência elétrica em corrente contínua


A potência elétrica indica o quanto da energia elétrica esta ser usado para a
realização de um determinado trabalho ao longo do tempo.
A potência elétrica é representada pela letra P e a sua unidade de medida é Watt
(W).
𝑊
𝑃=
∆𝑡
Por tanto nos sistemas elétricos a potência elétrica é calculada usando a seguinte expressão:
𝑃= 𝑈×𝐼

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O aparelho que serve para medir a potência elétrica chama-se Wattmetro, e a sua
conexão no circuito deve ser feita em serie e paralelo de formas a se obter os referenciais de
tensão e corrente.

+88.8 wattmetro V1
+88.8
W
R (CARGA)
W

Valores múltiplos e submúltiplos de watt


Como qualquer uma outra grandeza a unidade de medida da potência elétrica (watt)
também tem os seus valores múltiplos e submúltiplos da unidade base.

− 𝐺𝑖𝑔𝑎𝑤𝑎𝑡𝑡 (𝐺𝑊)

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 −𝑀𝑒𝑔𝑎𝑤𝑎𝑡𝑡 (𝑀𝑊)

{ −𝐾𝑖𝑙𝑜𝑤𝑎𝑡𝑡 (𝐾𝑊)

−𝑚𝑖𝑙𝑖𝑤𝑎𝑡𝑡 (𝑚𝑊)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑤𝑎𝑡𝑡 (µ𝑊)

Materiais elétricos
Os materiais são resultantes da transformação da matéria prima utilizando processos
físicos químicos e tecnologia diversa de formas a podemos utiliza-los no fabrico de
aparelhos, condutores e recetores do nosso dia a dia. Os materiais utilizados em eletricidade
podem ser sólidos, líquidos e gasosos, podem ser isoladores, condutores semicondutores, e
magnéticos.
São exemplos desses materiais: o ferro, a madeira, o vidro, os plásticos, o papel, o
silício, o germânio, o cobre, a prata, o ouro etc.

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Classificação geral dos materiais elétricos


Os materiais elétricos são classificados da seguinte forma:
Condutores (bons condutores, resistentes e supercondutores), semicondutores,
isoladores e magnéticos.
Materiais condutores
Os materiais condutores são aqueles que apresentam melhor condutividade elétrica
ou se quisermos os que possuem menor resistividade elétrica. Os metais são os melhores
condutores elétricos por possuírem elevado número de eletrões livre que facilmente se
movimentam constituindo a corrente elétrica logo que se lhes é aplicado um diferencial de
potencial elétrico. São exemplos de bons condutores elétricos, o cobre, prata, ouro, alumínio,
mercúrio, as ligas de cobre e de alumínio.
Materiais resistentes
Os materiais resistentes são aqueles que que sendo condutores apresentam maior
resistividade elétrica, intencionalmente com o objetivo de provocar a dissipação de energia
calorifica; esses materiais tem aplicações no fabrico de resistências de aquecimento, de
resistências de regulação de intensidade da corrente, etc.
Materiais semicondutores
São aqueles que trabalham na zona intermedia, ora se comportam como condutores
ora se comportam como isoladores. Esses materiais tem uma forte aplicação principalmente
na indústria eletrónica. Dentre esses materiais são destacados o germânio e o silício.
Materiais isoladores
Os materiais isoladores são aqueles que tem uma condutividade elétrica muito baixa,
isto é, apresentam uma resistividade elétrica muito elevada não deixando em maior grão
passar a corrente elétrica. Não há, contudo, isoladores perfeitos havendo sempre uma corrente
de fuga.
São considerados isoladores: a borracha, a madeira, os plásticos, a mica, o vidro, o
polietileno etc.
Materiais magnéticos
Os materiais magnéticos classificam-se em paramagnéticos diamagnéticos e
ferromagnéticos.
Denominam-se materiais paramagnéticos aqueles corpos em que a sua
permeabilidade magnética u (mu) é maior que a unidade (1), tal como sucede nos materiais
que se chamam magnéticos, como o ferro e os seus derivados.

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Chamam-se materiais diamagnéticos aqueles corpos em que a sua permeabilidade


magnética é menor que a unidade, que corresponde ao ar e ao vácuo (u=1). Estes corpos são
resistentes a passagem das linhas de força magnética. Esta resistência denomina-se por
relutância.
O corpo mais resistente ao magnetismo que se conhece é o bismuto; outros que o
são em menor escala são o estanho, zinco, chumbo, cobre, alumínio etc.
São materiais ferromagnéticos aqueles que têm elevadas propriedades magnéticas,
como o ferro, cobalto e níquel e algumas ligas destes metais. Estas ligas têm propriedades
diferentes e, portanto, o seu uso será diverso segundo o fim a que se destina a substância
ferromagnética.

Leis de ohm
1ª lei de ohm
A primeira lei de ohm postula que um condutor ohmico (resistência contante)
mantido a temperatura constante a intensidade da corrente elétrica será proporcional a
diferença de potencial (d.d.p) aplicada entre suas extremidades. Ou seja, sua resistência
elétrica é constante.

U
U
I R

U.

𝑈 − 𝑈. 𝑈
𝑅= 𝑜𝑢 𝑅=
𝐼 𝐼
Obs. Casos particulares para potencias em D.C
𝑈2
𝑃= 𝑃 = 𝑅 × 𝐼2
𝑅

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2ª Lei de ohm
A segunda lei de ohm estabelece que a resistência elétrica de um material é
diretamente proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional a sua área de
saxão transversal alem disso ele depende do material do qual é constituído e é representado
pela seguinte formula:

𝐿
𝑅=𝜌×
𝑆
𝐿 − 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟
𝑆 = 𝑆𝑒𝑥ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑜𝑢 á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟
𝜌 (𝑟ó) − 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 (𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎)

Material 𝜌 (Ω. 𝑚 ) à 20 ̊𝐶
Prata 1.6 × 10−8
Cobre 1.7 × 10−8
Ouro 2.5 × 10−8
Alumínio 2.8 × 10−8
Tungsténio 4.9 × 10−8
Platina 10.8 × 10−8
Ferro 11 × 10−8
Nicromo 110 × 10−8

Circuito elétrico: É o conjunto de elementos elétricos ligados entre si.


Curto circuito: entende-se por o curto circuito o circuito elétrico que apresenta uma
resistência muito baixa provocando o aumento excessivo do efeito de joule, ou seja, o
aumento excessivo da corrente elétrica.
O curto circuito também pode ser compreendido como sendo um circuito em que
não se tem o controle da corrente elétrica circulando na mesma.

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Associação de resistências
Em um circuito elétrico é possível montar diversas resistências interconectadas
entre si. O comportamento da associação varia conforme a ligação entre as resistências.
Sendo os seus possíveis tipos: Série, paralelo e mista.

Associação série de resistências


É um tipo de associação em que as resistências são ligadas em um único trajeto
existindo um único caminho para a circulação da corrente elétrica.
A diferença de potencial (d.d.p) entre cada resistência varia conforme a resistência
desta para que seja obedecida a primeira lei de ohm.

R1 R2 Rn

𝑈𝑅1 = 𝑅1 × 𝐼𝑇
𝑈𝑅2 = 𝑅2 × 𝐼𝑇
𝑈𝑅𝑛 = 𝑅𝑛 × 𝐼𝑇
Obs: Expressão usada para calculo de queda de tensão no circuito série.
Sendo assim para “n” resistências a diferença de potencial entre o ponto inicial e o
ponto final do circuito é igual a:
𝑈𝑇 = 𝑈𝑅1 + 𝑈𝑅2 … + 𝑈𝑅𝑛
Pela lei de ohm.
𝑈𝑇 = 𝑅1 × 𝐼𝑇 + 𝑅2 × 𝐼𝑇 … + 𝑅𝑛 × 𝐼𝑇
𝑈𝑇 = 𝐼𝑇 × (𝑅1 + 𝑅1 … + 𝑅𝑛)
𝑅𝑡 = 𝑅1 + 𝑅2 … + 𝑅𝑛
Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades do circuito série é:
Tensão (U) Se divide em cada resistência
Intensidade da corrente É a mesma para todo o circuito
Resistência total Soma algébrica das resistências

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Associação paralela de resistências


Ligar um resistor ou resistência em paralelo significa dividir a mesma fonte de
corrente de modo que a tensão em cada ponto seja conservada.

R1 R2 Rn

Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:

IT

IR1
R1 IR2 R2 Rn IRn

IT

Pela figura a intensidade total da corrente é igual a soma das intensidades I1, I2,
I3…. In medidas sobre cada resistor ou seja:

𝐼𝑡 = 𝐼𝑅1 + 𝐼𝑅2 … + 𝐼𝑅𝑛

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𝑈 𝑈 𝑈
𝐼𝑡 = + …+
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛
1 1 1
𝐼𝑡 = 𝑈 × ( + …+ )
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛
1 1 1 1
= + …+
𝑅𝑡 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛
Para “n” resistências do mesmo valor ohmico associados em paralelo o valor da
resistência equivalente é dado por:
𝑅
𝑅𝑒𝑞 =
𝑛

Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades do circuito paralelo é:


Tensão (U) É a mesma para todo o circuito
Intensidade da corrente Se divide em cada resistência
Resistência total Soma e divisão das resistências

Associação mista de resistências


Uma associação mista consiste em uma combinação em um mesmo circuito de
associações série e paralelo, como por exemplo:

R1

R3 Rn

R2

Em cada setor do circuito, a tensão e a corrente serão calculadas com base no que
se conhece sobre circuito série e paralelo e para se simplificar esses cálculos pode-se reduzir
o circuito utilizando resistências resultantes em cada setor.

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Corrente alternada
A corrente alternada é definida como sendo a corrente cujo sentido ou sinal varia
sucessivasveses ao longo do tempo.

Existem diversos tipos de corrente ou sinais alternados mais dentre toda esta
variedade a que mais ainda nos interessa estudarmos é a corrente alternada do tipo sinusoidal,
por ser o tipo de corrente que mais se usa no processo de produção e distribuição de energia
elétrica.

Corrente alternada sinusoidal

É a conte alternada cujo valor é uma função sinusoidal do tempo, o gráfico que a
representa é uma curva denominada sinusoide.

Esta é a corrente mais importante dado que toda a energia eléctrica é produzida sobre
esta forma, por outro lado todas as outras correntes alternadas, nomeadamente as usadas em
electrónica podem considera-se como sobreposição da corrente senusoidal o que facilita o
seu estudo.

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Grandezas caraterísticas da corrente alternada senusoidal


➢ Período (T) – É o tempo que duram duas alternâncias, uma positiva e outra negativa,
ou seja, é o tempo de um siclo.
Sendo o período um tempo expressa-se em segundo (s) e representa-se por (T).
Em Angola a tensão e a corrente da rede pública tem um período de: T= 0,02s.
1
Assim em cada segundo a corrente descreve: = 50 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
0.02

Pelo que muda de sentido 2 x 50 = 100 vezes por segundo.


➢ Frequência (F) – é o número de ciclos efetuados pela corrente ou tensão durante 1s.
Para calcular a frequência basta dividir o número de ciclos pela duração de um
período.
( )
1 𝑇 − 𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑠
𝐹= |
𝑇
𝐹 − 𝑒𝑚 𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (𝐻𝑍)

Valores múltiplos e submúltiplos de Hertz

Como qualquer uma outra grandeza a unidade de medida da frequência (Hertz)


também tem os seus valores múltiplos e submúltiplos da unidade base.

−𝑇𝑒𝑟𝑎𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (𝑇𝐻𝑍 )

−𝐺𝑖𝑔𝑎𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (𝐺𝐻𝑍 )
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠
−𝑀𝑒𝑔𝑎𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (𝑀𝐻𝑍 )

{ −𝐾𝑖𝑙𝑜𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (𝐾𝐻𝑍)

−𝑚𝑖𝑙𝑖𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (𝑚𝐻𝑍 )
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (µ𝐻𝑍)

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Obs: O aparelho que serve para medir a frequência de um sinal chama-se


frequencímetro e deve ser ligado sempre em paralelo com o elemento que se pretende
controlar a sua frequência.

G HZ
HZ Frequêncimetro

Fonte geradora

O gerador que produz a corrente alternada chama-se alternador.

G Alternador

Características da corrente alternada senusoidal


➢ Amplitude máxima – também designada por valor máximo é o valor instantâneo mais
elevado obtido pela grandeza em causa, corrente, tensão ou força eletromotriz (f.e.m)
este valor representa-se por Um, Im ou Em. Há amplitudes máximas positivas e
negativas.

𝑈𝑝𝑝 = 𝑈𝑝 − (−𝑈𝑝)

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➢ valor eficaz (R.M.S) – O valor eficaz de uma corrente alternada é a intensidade de


uma corrente continua que nas mesmas condições (mesma resistência e mesmo
tempo) produz o mesmo efeito calorifico que a corrente alternada considerada.
No caso da corrente alternada sinusoidal o valor eficaz é √2 menor que o valor
máximo:
𝐼𝑚
𝐼= = 0,707 ∙ 𝐼𝑚
√2
Quando se indica o valor de uma corrente e não se especifica considera-se que é o
valor eficaz.
Para as tensões também se define o valor eficaz. Este é o valor da tensão continua
que, aplicada a uma resistência a faz percorrer pela corrente eficaz considerada.
Temos analogamente:

𝑈𝑚
𝑈= 𝑜𝑢 𝑈 = 0,707 ∙ 𝑈𝑚
√2

Quando dizemos que a tensão da rede é por exemplo 220V estamos a indicar o valor
eficaz.

Principais siglas e símbolos usados para representar a corrente alternada

As principais siglas e símbolos usados para representar a corrente alternada são:

- Corrente alternada (monofásica)

C.A – corrente alternada

A.C – altern corrent (corrente alternada)

Potências em corrente alternada (sistema monofásico)

Em corrente continua verificamos que a potência em Watt era dada pelo produto da
tensão pela corrente, já em corrente alternada o mesmo não ocorre.

Em corrente alternada encontramos três tipos de potências:

1. Potência aparente (S)


2. Potência ativa (P)
3. Potência reativa (Q)

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Potência aparente - A potência aparente é a potência total absolvida da rede e é


dado pelo produto da tensão pela corrente.

𝑆= 𝑈×𝐼
A potência aparente pode ser medida utilizando um voltímetro e um amperímetro.
Sua unidade de medida é o volt amper (V.A)

Valores múltiplos e submúltiplos de volt amper


Como qualquer uma outra grandeza a unidade de medida da potência aparente (volt
amper) também tem os seus valores múltiplos e submúltiplos da unidade base.

−𝑀𝑒𝑔𝑎𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 (𝑀𝑉𝐴)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝐾𝑖𝑙𝑜𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟(𝐾𝑉𝐴)

−𝑚𝑖𝑙𝑖𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 (𝑚𝑉𝐴)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 (µ𝑉𝐴)

Potência ativa – a potência ativa é a parcela da potência aparente que é utilizado


pelas cargas para a transformação em trabalho. A potência ativa é medida em Watt (W).

Fator de potência – o fator de potência é a relação entre a potência ativa e a potência


aparente.

𝑃
𝐹𝑝 = cos 𝜑 =
𝑆

O fator de potência representa o quanto da potência total (VA) esta sendo utilizado
para produzir trabalho (W).

Pode ser representado em número ou percentagem, ex:

𝐹𝑝 = 92% 𝑜𝑢 𝐹𝑝 = 0,92

O fator de potência é representado por cos 𝜑.

Por tanto: 𝑃 = 𝑆 cos 𝜑 ou 𝑃 = 𝑈𝐼 cos 𝜑

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Obs: A potência ativa é 𝑃 = 𝑆 cos 𝜑 para cargas indutivas (ex. transformadores


motores reatores etc.).

A potência ativa é 𝑃 = 𝑆 para cargas resistivas (ex. ferros de engomar, aquecedores,


forno elétrico a resistência etc.).

1𝐶𝑉 → 736𝑊

1𝐻𝑃 → 746𝑊

Potência reativa – a potência reativa é a potência utilizada para a manutenção do


campo magnético das máquinas elétricas que possuem enrolamento de indução. Ex:
transformadores, motores reatores etc.

Esta potência é trocada com a rede, não sendo por tanto consumida.

O fator utilizado é o sin 𝜑. 𝑄 = 𝑆. sin 𝜑 ou 𝑄 = 𝑈𝐼 sin 𝜑

A unidade da potência reativa é o volt amper reativo (VAr)

O aparelho que serve para medir a potencia reativa chama-se varimetro.

Valores múltiplos e submúltiplos de volt amper reativo


Como qualquer uma outra grandeza a unidade de medida da potência reativa (volt
amper reativo) também tem os seus valores múltiplos e submúltiplos da unidade base.

−𝑀𝑒𝑔𝑎𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 (𝑀𝑉𝐴𝑟 )


𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝐾𝑖𝑙𝑜𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜(𝐾𝑉𝐴𝑟)

−𝑚𝑖𝑙𝑖𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 (𝑚𝑉𝐴𝑟 )


𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑠𝑢𝑏𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 {
−𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 (µ𝑉𝐴𝑟)

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Sistema trifásico

Um sistema trifásico é o conjunto de três tensões monofásicas em relação a um


ponto comum desfasadas a 120 ̊ uma em relação a outra com a mesma amplitude.

Sistema equilibrado – considera-se que um sistema é equilibrado quando todas as


impedâncias do circuito são iguais.
𝑍1 = 𝑍2 = 𝑍3 → 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼3
Sistema desequilibrado - considera-se que um sistema é desequilibrado quando
todas as impedâncias do circuito são diferentes.
𝑍1 ≠ 𝑍2 ≠ 𝑍3 → 𝐼1 ≠ 𝐼2 ≠ 𝐼3
Tensão simples ou tensão de fase – é a tensão medida entre uma fase e um neutro
num sistema trifásico
Tensão composta ou tensão de linha – é tensão medida entre duas fases num
sistema trifásico.

𝑈𝐿 = √3 × 𝑈f

Potencias no sistema trifásico


No sistema trifásico de tensões as potências são dadas como:

𝑆 = √3 𝑈𝐿 · 𝐼
Potencia aparente {
𝑆 = 3 · 𝑈𝐹 · 𝐼

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Manual de introdução a electricidade/eletrónica formador: Fernando Katandi

𝑃 = √3 𝑈𝐿 · 𝐼 · cos 𝜑
Potencia ativa {
𝑃 = 3 · 𝑈𝐹 · 𝐼 · cos 𝜑

𝑄 = √3 𝑈𝐿 · 𝐼 · sin 𝜑
Potencia reativa {
𝑄 = 3 · 𝑈𝐹 · 𝐼 · sin 𝜑

Circuito estrela – dizemos que um circuito esta conectado em estrela quando as


cargas estão ligadas entre faze e neutro em um sistema trifásico.

Circuito triângulo – dizemos que um circuito esta ligado em triangulo quando as


cargas estão ligadas entre fase e fase em um circuito trifásico.

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