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Circuitos elétricos simples

Um dos maiores feitos do ser humano foi a produção de energia elétrica em grande escala.

Se pensares um pouco, no início do século passado, cozinhava-se a lenha, não havia televisão,
computadores, máquinas de lavar, etc.; não havia uma rede de produção e distribuição
elétrica que trouxesse a eletricidade até nossas casas.

A eletricidade é hoje um bem indispensável no nosso dia a dia, proporciona-nos não só


conforto e bem-estar, como grande progresso científico e tecnológico.

A eletricidade que chega a nossas casas


Uma rede de distribuição elétrica é um circuito elétrico gigante que leva a energia elétrica das
centrais elétricas onde é produzida, até aos locais onde é utilizada.

Corrente elétrica
A corrente elétrica é um movimento orientado de portadores
de carga, eletrões ou iões, através de um meio condutor.

Nos metais, ligas metálicas e grafite, a corrente elétrica é um


movimento orientado de eletrões livres.

Nas soluções condutoras, a corrente elétrica é um movimento


orientado de iões positivos, num sentido, e de iões negativos,
em sentido oposto.

Bons condutores elétricos


Os materiais podem ser bons ou maus condutores da corrente elétrica.

 Os materiais bons condutores elétricos, são os que permitem a passagem da corrente


elétrica. Por exemplo, os metais, as ligas metálicas e a grafite são materiais bons
condutores elétricos.

Maus condutores elétricos


 Os materiais maus condutores elétricos, também designados por isoladores, são os
materiais que não se deixam atravessar por uma corrente elétrica. A madeira, o vidro e
a cortiça são exemplos de materiais maus condutores elétricos.

Circuitos elétricos
Um circuito elétrico é um conjunto de componentes
elétricos, ligados por fios condutores que incluem um
ou mais geradores e recetores de energia elétrica,
estabelecendo um circuito fechado.
Sentido da corrente elétrica
Por convenção, o sentido da corrente
elétrica, num circuito, é o sentido do polo
positivo do gerador para o polo negativo.

Nos condutores sólidos como metais e


grafite, o movimento real dos eletrões no
circuito é em sentido contrário ao sentido
convencional, isto é, do polo negativo do
gerador para o polo positivo.

Nas soluções condutoras, o sentido convencional da corrente


elétrica é o sentido do movimento dos iões positivos ou catiões,
sentido que é o oposto ao do movimento dos iões negativos ou
aniões.

Representação esquemática de circuitos


elétricos
A forma mais simples de representar um circuito
elétrico é através de um esquema, onde os diferentes
componentes do circuito são representados pelo
respetivo símbolo.

Circuitos com duas lâmpadas associadas em série


Duas lâmpadas encontram-se associadas em série, quando estão ligadas uma a seguir à
outra, havendo um só caminho para a passagem da corrente elétrica. Logo, se uma das
lâmpadas fundir, a outra não acende, pois o circuito fica interrompido.

Circuitos com duas lâmpadas associadas em paralelo


Duas lâmpadas encontram-se associadas em paralelo, quando estão instaladas no circuito em
ramos ou derivações diferentes. Deste modo, há mais do que um caminho para a passagem
da corrente elétrica.

A corrente elétrica do circuito principal divide-se pelas duas ramificações num ponto
denominado nó e volta a juntar-se de novo noutro nó.

Neste tipo de associação, se um dos ramos estiver interrompido, a corrente elétrica circula
pelo outro ramo ou derivação.

Tensão elétrica
A corrente elétrica é um movimento orientado de partículas com carga elétrica através de um
meio condutor.

Para que as cargas elétricas tenham esse movimento orientado é necessário fornecer-lhes
energia.

Por isso, nos circuitos elétricos existe sempre um gerador elétrico, que é uma fonte de
energia.

Define-se tensão elétrica ou diferença de potencial elétrico entre dois pontos de um


condutor, como sendo a energia elétrica transferida para o condutor (pelo gerador), por
unidade de carga elétrica que o atravessa entre esses dois pontos.

A tensão elétrica ou diferença de potencial elétrico representa-se pela letra U


e a unidade SI é o volt, símbolo, V.

Os voltímetros
Os aparelhos que se utilizam para medir a tensão elétrica ou diferença de
potencial elétrico são os voltímetros. Estes podem ser digitais ou analógicos.

Se utilizamos um multímetro digital como voltímetro, temos de ter em


atenção o seguinte:

 O seletor (que se encontra na parte central do multímetro) tem de ser


rodado de forma a apontar para a escala onde se leem valores de
tensão elétrica.
 O menor valor que se pode medir num voltímetro digital é igual ao valor da menor
divisão da escala, que corresponde à sensibilidade do voltímetro;
 Para ligar os fios de ligação aos terminais do multímetro digital, de modo a funcionar
como voltímetro, temos de identificar previamente os terminais que se ligam.

Se utilizamos um voltímetro analógico, devemos ter em atenção:

- o alcance do voltímetro, ou seja, o valor máximo que o aparelho pode medir;

- o valor da menor divisão da escala

Para medir a tensão elétrica nos terminais de uma pilha ou


de um recetor elétrico intercalado num circuito, liga-se o
voltímetro em paralelo aos terminais do dispositivo.

Tensão elétrica nos terminais de uma associação de lâmpadas em série


A tensão nos terminais de uma associação de lâmpadas em série é igual à soma das tensões
nos terminais de cada uma das lâmpadas.

U = U1 + U2

Pilha de Volta
A pilha de Volta foi o primeiro gerador de energia
elétrica.
Trata-se de um gerador eletroquímico, isto é, um gerador que transforma energia química em
energia elétrica.

Volta demonstrou que, empilhando alternadamente discos de cobre e de zinco, separados por
tecidos embebidos em solução aquosa de ácido sulfúrico, conseguia produzir uma corrente
elétrica contínua.

Associação de pilhas em série

A tensão nos terminais de uma associação de pilhas em série é igual à soma das tensões nos
terminais de cada pilha.

Quando se associam pilhas em série, o polo positivo de uma liga-se ao polo negativo de outra
e, assim, sucessivamente.

A grandeza corrente elétrica


Define-se a grandeza corrente elétrica como sendo a carga elétrica que passa, por unidade de
tempo, através de uma secção reta de um condutor.

A corrente elétrica representa-se pela letra I e a unidade SI é o ampere, símbolo, A.

Por exemplo, num circuito elétrico, quantos mais eletrões passarem numa secção reta do
circuito, por unidade de tempo, maior é a corrente elétrica no circuito.

Quando se diz que uma corrente elétrica é maior não significa que estejam em movimento
mais eletrões no circuito, o que acontece é que os eletrões movimentam-se mais depressa, ou
seja, é maior a carga elétrica que passa numa dada secção reta, por unidade de tempo.

A grandeza corrente elétrica, I, é a carga elétrica que passa, por unidade de tempo, através
de uma secção reta de um condutor.

Os amperímetros
Os aparelhos que se utilizam para medir a corrente elétrica são os amperímetros. Estes
podem ser digitais ou analógicos.

Se utilizarmos um multímetro digital como amperímetro, temos de ter em


atenção que:

• O seletor tem de ser rodado de forma a apontar para a escala onde se leem
valores de corrente elétrica;
• Na escala onde se leem valores de corrente elétrica, se estivermos a trabalhar com circuitos
de corrente contínua, temos de selecionar essa escala;

• A escala selecionada deve ser da mesma ordem de grandeza do valor a medir. Se


desconhecermos este valor, deve-se começar por usar uma escala de maior alcance.

• O menor valor que se pode medir num amperímetro digital é igual ao valor da menor
divisão da escala, que corresponde à sensibilidade do amperímetro;

• Para ligar os fios de ligação aos terminais do multímetro, de modo a funcionar como
amperímetro, temos de identificar previamente os terminais do multímetro que se ligam;

Quando utilizamos os amperímetros analógicos, temos de ter em atenção:

- o seu alcance, ou seja, o valor máximo que o aparelho pode medir;

- o valor da menor divisão da escala.

Para medir a corrente elétrica, o amperímetro deve ser intercalado em série no


circuito.

Corrente elétrica num circuito com lâmpadas associadas em série


Se num circuito com lâmpadas associadas em série, ligarmos um amperímetro em diferentes
pontos do circuito, verificamos que o valor medido no amperímetro é o mesmo em qualquer
ponto do circuito.

I = I1 = I2

Corrente elétrica num circuito com lâmpadas associadas em paralelo


Se num circuito com duas lâmpadas associadas em paralelo, ligarmos um amperímetro num
circuito principal e depois em cada um dos ramos ou derivações, verificamos que o valor
medido no amperímetro no circuito principal é igual à soma dos valores da corrente elétrica
medidos nas derivações.

I = I1 + I2

Neste caso, a corrente elétrica do circuito principal, ao chegar ao primeiro nó, divide-se pelos
dois ramos, voltando-se a juntar no nó seguinte.

Corrente elétrica num circuito com lâmpadas associadas em série e em


paralelo

Corrente elétrica num circuito com lâmpadas associadas em paralelo


Repara que:

• Numa associação em paralelo de duas lâmpadas iguais,


cada lâmpada está ligada aos polos da pilha.

• O brilho das lâmpadas é igual e, também, igual ao brilho


de uma única das lâmpadas quando ligada diretamente aos
polos da pilha.

Corrente elétrica num circuito com lâmpadas associadas em série


Repara que:

• Numa associação em série de duas lâmpadas iguais,


o brilho das lâmpadas é menor do que quando estão
associadas em paralelo.

• As lâmpadas “compartilham” a mesma corrente,


brilhando, por isso, menos.

Resistência elétrica
Vimos que há materiais que são bons condutores da corrente elétrica.

Mas o facto de serem bons condutores da corrente elétrica não significa que a corrente
elétrica circule neles com a mesma facilidade, pois uns oferecem maior resistência à
passagem da corrente elétrica do que outros.

Define-se resistência elétrica de um condutor como o quociente entre a tensão elétrica


aplicada nos terminais do condutor e a corrente elétrica que o percorre.

A unidade SI de resistência elétrica é o ohm, símbolo Ω.

Ohmímetros: medição direta da resistência elétrica de um condutor


Os aparelhos que permitem medir diretamente a resistência elétrica de um condutor, quando
não se encontra intercalado num circuito, são os ohmímetros.

Se utilizarmos um multímetro digital como ohmímetro, temos de ter em


atenção que:

• O seletor tem de ser rodado para a escala onde se leem valores de


resistência elétrica;

• A escala selecionada deve ser da mesma ordem de grandeza do valor a


medir. Se desconhecermos este, deve-se começar por usar uma escala de
maior alcance;

• O menor valor que se pode medir, num ohmímetro digital, é igual ao


valor da menor divisão da escala, que corresponde à sensibilidade do aparelho;

• Para ligar os fios de ligação aos terminais do multímetro, de modo a funcionar como
ohmímetro, temos de previamente identificar os terminais do multímetro que se ligam.

Medição indireta da resistência elétrica de um condutor


A resistência elétrica de um condutor, intercalado num circuito elétrico fechado, pode ser
medida indiretamente, isto é, medindo a corrente elétrica que atravessa o condutor, com um
amperímetro, a tensão elétrica nos terminais do condutor, com um voltímetro, e calculando
depois o valor da resistência do condutor pela expressão:

Lei de Ohm
Verifica-se experimentalmente que a resistência elétrica de muitos materiais permanece
constante, a uma dada temperatura, para uma grande gama de tensões aplicadas ao
condutor. Este comportamento é conhecido por Lei de Ohm e os condutores em que se
verifica esta lei designam-se por condutores óhmicos.

A Lei de Ohm diz que a temperatura constante, existe uma razão constante entre a tensão
aplicada a um condutor e a corrente elétrica que o percorre.

Os condutores óhmicos são também conhecidos por condutores lineares pois o gráfico da
corrente elétrica em função da tensão é uma reta que passa pela origem do referencial, isto é,
para estes condutores, a corrente elétrica é uma função linear de tensão aplicada nos seus
terminais.

Esta função chama-se caraterística do condutor e o


gráfico correspondente designa-se por curva
caraterística do condutor.
Os condutores que não obedecem à Lei de Ohm dizem-se
condutores não óhmicos. Nestes condutores, a corrente
elétrica e a tensão não são diretamente proporcionais;
graficamente, já não temos uma reta.

Em síntese:

• A resistência de um condutor óhmico é independente da


tensão aplicada ao condutor, pois I = f (U) é uma função linear.

• A resistência de um condutor não óhmico depende da tensão


aplicada nos seus terminais pois a função I = f (U) não é linear.

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