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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
Identificar os elementos que justificam o mérito do jornal impresso ser o primeiro meio de comunicação de
1 Introdução
Considerando os elementos estudados na aula anterior, você deve ter percebido a grandiosidade da impressão
gráfica para o desenvolvimento da história da humanidade, quer pelos avanços da técnica quer pelas teorias
comunicacionais.
Com o passar do tempo, o reconhecimento e receptividade à essa nova mídia só aumentava, como foi registrado
pelo marquês de Condorcet (1795), afirmando ser, a impressão gráfica, junto com a escrita, um dos marcos de
Por isso, é importante aprofundar a gênese desta nova mídia, partindo dos primeiros gêneros da comunicação de
massa, evidenciando a importância da informação nesse processo, inclusive diante de fenômenos que tentaram
limitar a disseminação da informação, como a censura e outras formas de controle, por parte das organizações
Nesta aula vamos relacionar mídia impressa e as primeiras expressões da publicidade e propaganda, destacando
Para finalizar esta unidade, vamos apresentar os impactos desses acontecimentos midiáticos no contexto do
Brasil-colônia, uma vez que data de 1808 a implantação da impressão oficial brasileira, com a vinda da Família
Real Portuguesa.
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2 Os primeiros gêneros da comunicação de massa
Ao que observamos, o jornal impresso foi o primeiro e maior fenômeno de comunicação de massa do mundo
moderno, como resultado da impressão gráfica e da demanda por informações, com uma certa regularidade. Mas
a disseminação do jornal impresso em tipos móveis só ocorreu a partir do século XVII, na Europa, com a
utilização de novas técnicas para a criação de um novo formato, mais enxuto que os livros e mais amplo que os
panfletos da época.
Segundo Costella, o jornal impresso tipograficamente é apenas uma das formas de se fazer jornal, pois se trata de
uma sub-espécie do jornal impresso, que por sua vez é uma espécie dentre aquelas que compõem o gênero
Jornal.
Costella* (sobre o jornal) - Toda e qualquer publicação dotada de atualidade, peridiocidade e variedade de
matéria, pouco importando seja ela tipografada ou não, seja impressa ou não. E a palavra publicação é tomada,
nesse conceito, como antônimo de tornar público, levar ao conhecimento do público qualquer que seja o meio
*Costella: COSTELLA, Antonio F. Comunicação do grito ao satélite. Campos do Jordão, SP. Ed. Mantiqueira, 2002.
Antes de avançar na história do Jornal Impresso, vamos conhecer sua gênese, afinal o jornal moderno vai surgir
No que tange aos recursos técnicos e básicos para o surgimento do jornal, devemos considerar a importância do
esquema ao lado, como uma relação de possibilidade ao produto final: jornal impresso em tipos móveis.
As origens do papel estão na China, por volta do século I d.C., e logo se tornou conhecido no Oriente. Devido à
derrota dos chineses para os árabes*, perto de Tharaz, no território da atual Repúbica Quirguiz, os árabes
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A partir daí, a técnica do papel foi difundida para todo território islâmico, chegando à Europa provavelmente
pelos domínios árabes na Espanha por volta do século XI, difundindo-se para outros países europeus nos séculos
seguintes.
Tipografia
Conforme foi apresentado na aula passada, Gutenberg criou uma máquina que possibilitou a impressão de textos
Inicialmente, a impressão gráfica foi utilizada para a (re)produção de panfletos, mapas e livros. Somente um
século depois é que essa técnica passa a ser emprega para a confecção de jornais, à luz da retomada do
Correio/Cartas
Com o auxílio do papel, a comunicação física no mundo moderno passou a ser re-significada, sobretudo com o
sistema regular de transmissão de mensagens (sistema postal – rota de correios), no sentido de gerir negócios e
até mesmo o domínio de novos mundos por meio das cartas-documentos, enviadas pelo correio tradicional* e
/ou marítimo.
O rei espanhol Felipe II (1556-98), considerado como “o rei do papel” liderava seu império a partir da mesa do
seu escritório, através de envio e leitura de cartas e relatórios. Muitas dessas cartas eram lidas e circuladas de
*correio tradicional: Sistema postal terrestre, em que a mensagem era levada de um ponto a outros, através de
Gazeta Manuscrita
Trata-se do fluxo de correspondência intercambiadas por comerciantes, nobres, intelectuais burgueses com
certa regularidade, no sentido de se materem informados e informar sobre alguma novidade. Os financistas
alemães, por exemplo, depois de ler e selecionar as informações, faziam o resumo das notícias e as enviavam em
cópias manuscritas para os demais agentes financeiros e representantes dos empreendimentos comerciais. As
A propósito, o termo “gazeta” é oriunda do nome de uma moeda veneziana, que era o preço deste periódico
manuscrito. Assim, o costume de comprar e ler gazetas manuscritas difundiu-se pela Europa, prevendo um novo
Livros Impressos
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Por volta de 1500, foram instaladas máquinas de impressão em mais de 250 lugares na Europa, produzindo
cerca de 27 mil edições, representando 13 milhões de livros circulando em uma Europa com cem milhões de
habitantes, aproximadamente. Porém, os livros eram caros e muitos com linguagem técnica.
Assim, para cair no gosto popular, muitos livros foram impressos em brochuras*, tornando-se mais acessíveis,
traziam ilustração e versavam a vida dos santos e romances de cavalaria. Eram vendidos por mascates*, com
isso esses impressos passaram a integrar e modificar a cultura popular no século XVII, sobretudo na Itália,
Livros como A Imitação de Cristo e a Bíblia eram os mais vendidos*, muito embora a Igreja Católica tivesse
proibido a bíblias em vernáculo no fim do século XVI, alegando que tais impressões estimulavam a heresia.
criação social e histórica, agindo na formação dos processos da hegemonia social - tanto a favor, quanto em
tornado o maior centro europeu de jornais, um novo gênero literário que fundamentado na comercialização da
informação.
Carlos Rizzi apresenta o jornal Noviny poradné celého mesice zari léta 1597 (trad.: Jornal completo do mês
inteiro de setembro de 1597), editado em Praga por Daniel Sedltchansky. Mas não é reconhecido como primeiro
Há muitas discussões sobre o primeiro jornal impresso com periodicidade regular. Mas sabe-se que neste
primeiro momento, os Jornais apresentaram-se numa fase de Impressa Literária, cuja característica principal era
narrar fatos, informar de acontecimentos, mas com linguagem literária, conforme a cultura de leitura e escrita da
época.
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5 O primeiro jornal
• Noviny paradné celého mesice zari léta* (1597)
Apresentado por Carlos Rizzi, editado em Praga por Daniel Sedltchasky. Mas não é reconhecido como
primeiro por outros autores devido ao fato de se tratar de uma peridiocidade mensal.
* Noviny paradné celého mesice zari léta: Tradução: Jornal completo do mês inteiro de setembro de 1597.
Alguns historiadores o consideram como primeiro jornal. Criado em Antuérpia por Abraão Verhoeven.
Inicialmente sua periodicidade era irregular, somente depois tornando-se semanal, gerando crítica ao
Historiadores apresentavam ainda a dúvida sobre a liderança no ranking dos primeiros jornais aos
semanários: Ordinarii Avisa, de Augsburgo, e o Relation oder Zeitung, do tipógrafo Johann Carolus de
Estrasburgos.
Pesquisas recentes (2005) o apontaram como o primeiro Jornal semanário. O Museu Gutenberg, em
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Figura 1 - Relation oder Zeitung (1605 – 1609)
Mário Fernandes*: “A descoberta foi do fundador do Museu Gutenberg, Martin Welke, e do professor Jean
Pierre Kintz, que localizaram um certificado de nascimento do Relation em arquivos de Estrasburgo, na França.
O editor Johann Carolus produzia boletins de notícias manuscritos até adquirir uma loja de impressão em 1604 e
a partir do verão de 1605 passou a imprimi-los. Desde então, os jornais ganharam o mundo num ritmo cada vez
Propaganda: Foi empregado pela primeira vez pela Igreja Católica, no século XVII, quando o papa Gregório XV
cria uma Comissão Cardinalícia para a Propagação da Fé. Essa seria uma reação da Igreja Católica às ações da
Reforma Protestantes, baseada na formação missionários para divulgar a religião e na impressão de livros
religiosos e litúrgicos.
Propagada.
Exemplo disso, são os primeiros vestígios em placas e símbolos – marcas - representando religião, governo e
comércio, encontrados nas civilizações antigas, como os romanos. Em Pompeia - 79 d.C., por exemplo, um
saqueador morreu devido às lavas do Vesúvio sobre o telhado da “Loja do Salvius*” que vendia anéis e peças de
ouro.
*“Loja do Salvius”: É exatamente essa a inscrição sobre a porta da casa onde foi encontrado.
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Também nas casas de banho havia tabuletas informando o serviço, além de tabuletas anunciando combate entre
gladiadores
Na Idade Média, os comerciantes destacavam seus estabelecimentos com um letreiro e gravura (resultando em
logomarcas), até porque não eram comum números de casas nem de ruas. Além disso, gritos e gestos eram
utilizados para chamar atençào dos clientes, destacando o tipo de produto ou serviço encontrado em tais
estabelecimentos.
Mas considerando as raízes da persuasão tão presente na Publicidade e Propaganda de hoje, podemos nos
reportar à Retórica de Aristóteles*, não apenas por ser precursor do processo de comunicação, mas da própria
*Retórica de Aristóteles: Para Aristóteles, numa situação retórica ha que distinguir crés elementos: o que fala, do
que fala e a quem fala'. Aristóteles procurou ainda categorizar e descrever os géneros discursivos:
demonstrativo, judiciário e deliberativo. Este último, é consideravelmente utilizado, por exemplo, na prática da
Criação e Redação Publicitária. 'HOHLFELDT, A. (2001) - As origens antigas: a comunicação e as civilizações. In:
HOHLFELDT, A.; MARTINO, L. C. e FRANÇA, V. V. (Orgs.) (2001) - Teorias da Comunicação. Petrópolis: Editora
Vozes: 61-98.
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7 Relação da mídia impressa com a publicidade e
propaganda
As invenções de Gutenberg e a utilização do papel possibilitaram a disseminação da publicidade gráfica, como os
da Igreja, quer pelo atraso da Impressão Régia (maio de 1808). Antes de tudo, vale lembrar que o Brasil era
colônia de exploração de Portugal, por isso o descaso e negligência dos governantes para com o desenvolvimento
cultural e civil dos brasileiros, nesse período. Além disso, as comunidades primitivas (indígenas) encontradas
pelos portugueses eram pouco avançadas, sem referência alguma de leitura, estavam ainda na fase da
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Relacionou experiências de comunicação na Antiguidade e na Idade Média com o jornal impresso.
• Contextualizou o nascimento do jornal impresso, considerando a revolução para um muno novo.
• Identificou os elementos que justificam o mérito do jornal impresso ser o primeiro meio de comunicação
de massa, bem como os impactos sociais.
• Conheceu os primeiros jornais impressos no mundo.
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• Relacionou a importância dos primeiros jornais impressos à publicidade e propaganda.
• Conheceu as iniciativas da comunicação no Brasil Colônia, até 1808.
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