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Razão e Instrumento > ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max.
PLANO DE AULA.
Fetichismo e reificação na cultura da metrópole do século XX.
Cultura, cidade e capital
Objetivo desta exposição é pensar como a cultura passa a funcionar segundo a lógica do
capitalismo.
A Razão Técnica [instrumental]
Adorno e Horkheimer objetivam investigar qual os objetivos perseguidos pelo
modelo de racionalidade técnica e instrumental que tem caracterizado o
desenvolvimento da civilização ocidental.
[Explicar o que é essa racionalidade técnica logo de começo]
Universidade versus Escola Politécnica
De onde surge esse modelo de pensar?
O modelo de razão técnica está presente desde o mito primitivo.
Estaríamos livres do medo quando tudo fosse conhecido.
O esclarecimento (iluminismo) é a radicalização da angústia mítica.
“A razão técnica busca livrar os homens do medo e transformá‐los em senhores”
“Conhecer é poder”. FRANCIS BACON
Como conhecer é poder,
o ser humano acreditou na possibilidade de dominar a natureza
A Razão Técnica enfatiza a dominação, o que limita o pensamento a um caráter utilitário.
Isso põe a perder todo o espectro de possibilidades de compreensão da racionalidade humana
(Imaginação, fruição, curiosidade, etc.)
O pensamento científico/iluminista
baseou‐se na racionalidade técnica e instrumental
Distanciamento entre sujeito e objeto
O distanciamento entre sujeito e objeto exigido pela ciência contribui para a ilusão de que
somos separados da natureza.
Com a prevalência da razão instrumental,
o pensamento não é mais capaz de pensar sobre si mesmo [reflexão].
À medida em que o poder do homem cresceu a consciência da natureza se atrofiou.
“O que importa não é aquela satisfação que, para os homens, se chama ‘verdade’, mas a
‘operation’, o procedimento eficaz.” ADORNO, Theodor
A esse tipo de racionalidade que enfatiza o caráter técnico dá‐se o nome de
RAZÃO INSTRUMENTAL
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A razão instrumental nada discute dos fins
Técnica é meio. A razão técnica não se pergunta mais sobre os porquês da realidade, mas
indaga apenas sobre como alcançar fins determinados sem questioná‐los.
O homem torna‐se apenas um meio, negando‐se como fim em si mesmo.
Com a instrumentalização da razão, instrumentaliza‐se o próprio homem.
Esse modelo de razão é tomado como o ápice do desenvolvimento humano
Como se a resolução de fins práticos mais próximos ocasionassem necessariamente a resolução
de fins últimos do homem como, por exemplo, a felicidade ética (individual) e política (da
convivência na cidade).
INDÚSTRIA CULTURAL: o ponto de chegada da razão instrumental
• Aplicação da lógica da produção em série no âmbito cultural
• “Standardization” do produto cultural.
• Falsa sensação de novidade através da modificação da aparência do produto.
• Distinção dos produtos não se dá pelo conteúdo.
ENTRETENIMENTO ARTE
• Padronização • Inovação
• Previsibilidade • Imprevisibilidade
• Fácil compreensão • Significação aberta
• Pronta • Por fazer
• Rigidez • Flexibilidade
• Busca o conforto • Busca a tensão
• Diversão • Choque
A perda da capacidade de gostar
“Se perguntarmos a alguém se “gosta” de uma música de sucesso lançada no mercado, não
conseguiremos furtar‐nos à suspeita de que o gostar e o não gostar já não correspondem ao
estado real, ainda que a pessoa interrogada se exprima em termos de gostar e não gostar. Ao
invés do valor da própria coisa, o critério de julgamento é o fato de a canção de sucesso ser
conhecida de todos; gostar de um disco de sucesso é quase exatamente o mesmo que
reconhecê‐lo”.
Liberdade de escolha?
“O comportamento valorativo tornou‐se uma ficção para quem se vê cercado de mercadorias
musicais padronizadas. Tal indivíduo já não consegue subtrair‐se ao jugo da opinião pública,
nem tampouco pode decidir com liberdade quanto ao que lhe é apresentado, uma vez que tudo
o que se lhe oferece é tão semelhante ou idêntico que a predileção, na realidade, se prende
apenas ao detalhe biográfico, ou mesmo à situação concreta em que a música é ouvida.”
Em uma sociedade onde os bens culturais são todos semelhantes,
o indivíduo perde a liberdade de escolha do objeto de sua apreciação.
Perde‐se o direito ao próprio gosto.
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Ao tornar‐se incapaz de refletir sobre si mesmo e repensar o
próprio sistema no qual se encontra imerso,
o indivíduo torna‐se manipulável.
A espontaneidade da cultura se perde
(de nascer de acordo com os anseios e sentimentos de uma sociedade).
As necessidades são as da indústria, não as do público.
Telefone vs Rádio
Televisão: alcançar o consumidor em seu mundo privado
Estímulo ao conformismo.
Tendência ao totalitarismo que não admite espaço para manifestações individuais
excessivamente desviantes do padrão.
Ilusão de escolha.
Cultura de massa ou busca ao individualismo?
A cultura do produto pronto e a busca pelo menor esforço.
Extremos estéticos (doce e salgado, cores fortes e contrastantes)
não se desenvolve a capacidade de perceber a sutileza.
Argumento
Esse modelo de racionalidade, esse conhecimento oriundo do medo ancestral do homem diante
das forças naturais, se corporificou no conceito moderno de “técnica”, que não tem como
objetivo a felicidade do gênero humano, mas apenas uma precisão metodológica que
potencialize o domínio sobre a natureza.
Demais aspectos do produto da indústria cultural:
O padrão é previsível (confortável).
A fórmula substitui a obra.
Tenta‐se naturalizar o que foi planejado.
O jargão está na música e no cinema.
Competência torna‐se sinônimo de adaptação à fórmula preestabelecida.
O Estilo tende a ser dogma.
O espectador não deve ter necessidade de nenhum pensamento próprio.
É preciso reagir na hora marcada (chorar, rir) [risadas na comédia]
“Mundo totalitário é aquele no qual racionalidade técnica e racionalidade dos fins se
confundem”. Olgária Matos.
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