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The Metropolis and Mental Life > SIMMEL, Georg. 
 PLANO DE AULA.  
 
Simmel parece tentar uma descrição da metrópole moderna. 
Há uma tendência à Liberdade presente no homem do XVIII. Liberdade dos elos com o estado e com a religião. 
No XIX há a tendência à especialização que diferencia um do outro e o torna indispensável e incomparável. 
Mas essa especialização o torna mais dependente das atividades suplementares do outro. 
The person resists to being leveled down and worn out by a social‐technological mechanism. 
A individualidade do homem da metrópole consiste na intensificação do estímulo nervoso. 
Há um contraste entre vida urbana e rural. Qual seriam as diferenças entre as vidas urbanas e rurais? 
A metrópole exige do homem como criatura discriminadora uma quantidade diferente de consciência do que a vida rural.  

 
A pergunta é para levá‐los a construir o conceito 
1. Simmel começa dizendo que  
a cidade pequena é mais afetuosa que a grande.  
Por que ele diz isso? Qual o sentido disso? 
 
É como se a cidade grande fosse mais racional 
 
2. Por que na cidade grande as pessoas seriam menos afetuosas? 
O habitante da metrópole desenvolve uma proteção a esse excesso que o ameaça. 
Ele reage com a cabeça, não com o coração.  
Ele reagiria mais pela razão do que pela emoção e pelos sentidos. 
O intelecto predomina sobre os afetos. 
O tipo metropolitano de homem se dessensibiliza pelo excesso de estímulos. 
A intelectualidade tenta preservar a subjetividade. 
 
 
A concepção de tempo interfere na predominância do intelecto na cidade grande. 
3. Qual a diferença do tempo da cidade grande para o da cidade pequena? 
Na cidade pequena o tempo flui mais devagar.  
É um tempo da repetição, do hábito. É mais homogêneo. 
 
Somente em um tempo mais lento  
é possível aprofundar as relações emocionais. 
 
O ócio é inútil para a produtividade, mas imprescindível para uma vida significativa. 
A cidade pequena possibilita relações emocionais mais profundas. 
 
Qual a relação entre o tempo do negócio e a racionalidade?  
‐ É racional que se deva produzir mais em menos tempo. 
 
‐ Porque essa racionalidade é técnica. Só importa a razão que possua um fim 
específico. Apenas o útil é importante. 
 
‐ Mas e o amor? E a amizade? E a beleza? E o autoconhecimento? E a felicidade? E a 
imaginação? E a arte? E a reflexão desinteressada? E o ócio? 
 
4. Qual a relação entre a economia monetária e a valorização da racionalidade? 
O dinheiro é expressão da racionalidade técnica. 
Não é qualquer tipo de racionalidade que está se falando aqui. Não é o pensamento filosófico. 
É uma racionalidade do cálculo, do útil. É o funcional. Talvez eu precise definir essa concepção de racionalidade do Simmel antes 

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Economia baseada no  dinheiro  
e a predominância do intelecto estão intrinsecamente conectadas. 
 
Todas as questões se reduzem a “quanto”. É o quantitativo sobre o qualitativo. 
O dinheiro é a expressão de uma mentalidade calculista.  
É a expressão de uma razão técnica. 
 

Na relação emocional o outro é considerado em si.  
Na relação racional o outro é tratado como número. 
 
A relação predominante na cidade grande é tratar as pessoas como objeto/número /coisa 
 
 
A predominância da economia baseada [na racionalidade do] no dinheiro  
influenciará as relações sociais. 
 
 
‘As pessoas não fazem algo aleatório mas algo que trará 
retorno a ela’. Tudo se remete a uma função. 
 
A metrópole é abastecida quase inteiramente por uma produção para o mercado. 
O comprador quase nunca entra no campo de visão do produtor. 
A economia monetária acabou com a produção doméstica. 
 
A mente moderna se tornou cada vez mais calculista. 
É o sonho realizado da ciência natural. 
 
Através da natureza calculista do dinheiro, um novo tipo de precisão foi alcançado. 
Uma não‐ambiguidade. 
O dinheiro nos trouxe uma nova precisão. Sua natureza é o cálculo. 
 
Surge um tempo da precisão. Não haveria bolsa de valores sem isso. 
O escambo não consegue ser algo tão preciso. 
Assim como a precisão dos relógios de bolso difundiram uma nova precisão universalmente. 
The relationships and affairs of the typical metropolitan usually are so varied and complex that 
without the strictest punctuality in promises and services the whole structure would break down 
into an inextricable chaos. 
Passa‐se a exigir uma estrita pontualidade sem a qual o sistema não poderia continuar. 
 
O ideal de vida no capitalismo é tornar‐se uma máquina. 

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Thus, the technique of metropolitan life is unimaginable without the most punctual integration 
of all activities and mutual relations into a stable and impersonal time schedule. 
 
Pontualidade, calculabilidade, exatidão,  
são forçadas na vida pela complexidade da existência metropolitana. 
Os mesmos fatores1 que se combinaram para criar essa precisão da vida na metrópole 
conduziram a uma estrutura da mais alta impessoalidade 
(predominância da cabeça sobre o coração). 
 
Por outro lado,  
se desenvolveu uma subjetividade altamente personalizada. 
 
O fenômeno psíquico inseparável da vida na metrópole é a 
“atitude blasé”. 
 
Atitude blasé é uma anestesia do excesso de estímulos da metrópole. 
Uma vida em busca do prazer, por exemplo, torna alguém blasé porque excita tanto os nervos até que eles aos 
poucos deixem de reagir.  
 
Um hedonismo sem limites estimularia tanto os sentidos até que eles se tornassem 
embotados. 
Sobre o embotamento que a economia centralizada no dinheiro estabelece. 414 
“This physiological source of the metropolitan blasé attitude is joined by another source which 
flows from the money economy. The essence of the blasé attitude consists in the blunting of 
discrimination”. 
 
Trata‐se do embotamento da capacidade de diferenciar. 
 
Não é que as coisas não são percebidos, mas  
tudo aparece em cinza, sem destaque.  
Os significados não são substanciais.  
Incluindo, claro, as pessoas e as relações sociais. 
 
Como o dinheiro é a mesma coisa para objetos diferentes,  
O próprio dinheiro reduz tudo a um mesmo nível:  
quanto custa. 
 
O dinheiro se torna o denominador comum  
de todos os valores.  
“For money expresses all qualitative differences of things in terms of "how much?" Money, with all its colorlessness 
and indifference, becomes the common denominator of all values; irreparably it hollows out the core of things, 
their individuality, their specific value, and their incomparability”. 

 
1
 Intensificação de estímulos; Predominância de relações racionais; relações quantitativas (número) e 
não qualitativas (afetivas); natureza calculista do dinheiro influencia as relações interpessoais; aumento 
da tecnologia e democratização do conforto… 

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Trata‐se aqui justamente de  
a relação social vista pela lógica do dinheiro. 
 
The large cities, the main seats of the money exchange, bring the purchasability of things to the 
fore much more impressively than do smaller localities. That is why cities are also the genuine 
locale of the blasé attitude. In the blasé attitude the concentration of men and things stimulate 
the nervous system of the individual to its highest achievement so that it attains its peak. 
 
Whereas the subject of this form of existence has to come to terms with it entirely for himself, his 
self‐preservation in the face of the large city demands from him a no less negative behavior of a 
social nature. This mental attitude of metropolitans toward one another we may designate, 
from a formal point of view, as reserve2.  
 
If so many inner reactions were responses to the continuous external contacts with innumerable 
people as are those in the small town, where one knows almost everybody one meets and 
where one has a positive relation to almost everyone, one would be completely atomized 
internally and come to an unimaginable psychic state. Partly this psychological fact, partly the 
right to distrust which men have in the face of the touch‐and‐go elements of metropolitan life, 
necessitates our reserve. As a result of this reserve we frequently do not even know by sight 
those who have been our neighbors for years. And it is this reserve which in the eyes of the 
small‐town people makes us appear to be cold and heartless3. 
 
A indiferença leva a uma forma moderna de relação social. 
Simmel chama a atitude dos habitantes da metrópole um ao outro de  reserva. 
 
Reserva seria a  desconfiança que possuímos pelo outro desconhecido. 
 
 
A reserva é uma  defesa contra essa multidão de desconhecidos. 
Indeed, if I do not deceive myself, the inner aspect of this outer reserve is not only indifference 
but, more often than we are aware, it is a slight aversion, a mutual strangeness and repulsion, 
which will break into hatred and fight at the moment of a closer contact, however caused4. 
 
 
Para Simmel há ainda mais um aspecto intrínseco dessa “reserva”. 
 
Para Simmel, 
A reserva esconde uma certa aversão ao outro que não se conhece. 
 
Por isso, não se trata aqui apenas de uma indiferença,  
aversão,  
mas também uma ligeira 

um estranhamento mútuo e uma repulsa. 
 

 
2
 Reserve: a lack of warmth or openness in manner or expression. “She smiled and some of her natural 
reserve melted". Synonyms: reticence, detachment, distance, remoteness, coolness, aloofness, 
constraint… 
3
 Se eu não conheço quem vem lá,  
4
 Tradução: “Ainda que este tenha sido provocado” 

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Essa repulsa pelo outro pode se tornar  ódio e agressividade  
em um contato mais próximo. Onde isso se manifesta hoje? Nas redes sociais. 
 
Dessa agressividade, e também da indiferença, a  antipatia nos protege. 
 
 

O que aparenta ser uma dissociação é apenas  
uma forma de socialização: a antipatia. 
This reserve with its overtone of hidden aversion appears in turn as the form or the cloak of a 
more general mental phenomenon of the metropolis: it grants to the individual a kind and an 
amount of personal freedom which has no analogy whatsoever under other conditions.  
 
reserva que esconde uma aversão ao outro, permite ao indivíduo 
Essa 
uma quantidade de liberdade jamais vista. 
 
A metrópole volta a uma das maiores tendências de desenvolvimento da vida social como tal, a 
uma das poucas tendências para as quais pode ser descoberta uma fórmula aproximadamente 
universal. A primeira fase das formações sociais encontradas nas estruturas sociais históricas 
bem como contemporâneas é a seguinte: um círculo relativamente pequeno firmemente 
fechado contra círculos vizinhos, estranhos ou sob qualquer forma antagonísticos. 

 
Retornamos a um estado social análogo à condição histórica primeva: 
um pequeno círculo fechado [tribal] contra estranhos  
e círculos vizinhos antagônicos. 
 
Portanto, não podem permitir a liberdade individual e desenvolvimento interior e exterior 
próprios. Desse estágio, o desenvolvimento social procede simultaneamente em duas direções 
diferentes, ainda que correspondentes. À medida que o grupo cresce — numericamente, 
espacialmente, em significado e conteúdo de vida — na mesma medida, a unidade direta, 
interna, do grupo se afrouxa e a rigidez da demarcação original contra os outros é amaciada 
através das relações e conexões mútuas. Ao mesmo tempo, o indivíduo ganha liberdade de 
movimento, muito para além da primeira delimitação ciumenta. 
 
 
Simmel revela uma “fórmula”: 
mais o grupo perde em unidade;  
Quanto mais um grupo cresce, 
e mais o indivíduo ganha liberdade de movimento. 
 
 
 
Falando agora sobre a evolução da individualidade na vida urbana na Antiguidade e Id Média. 
Quanto menor o círculo, menos liberdade:  
A vida de cidade pequena pôs barreiras contra o exterior  
e contra a independência individual  
e a diferenciação no interior do ser individual. 
 

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Estas barreiras eram tais que, diante delas, o homem moderno não poderia respirar. Mesmo hoje em dia, um 
homem metropolitano que é colocado em uma cidade pequena sente uma restrição semelhante, ao menos, em 
qualidade. 
 
Quanto menor é o círculo  
que forma nosso meio e quanto mais restritas aquelas relações com os outros que dissolvem os limites do individual,  

mais o círculo vigia suas realizações,  
 sua vida cotidiana e a perspectiva do indivíduo 
 
 
A antiga “polis”, neste respeito, parece ter tido o próprio caráter de uma cidade pequena. A 
constante ameaça à sua existência em mãos de inimigos de perto e longe teve como resultado 
uma estrita coerência quanto aos aspectos políticos e militares, uma supervisão do cidadão pelo 
cidadão, um ciúme do todo contra o individual, cuja vida particular era suprimida a um tal grau 
que ele só podia compensar isto agindo como um déspota em seu próprio domínio doméstico. 
 
A tremenda agitação e excitamento, o colorido único da vida ateniense, podem ser talvez 
compreendidos em termos do fato de que um povo de personalidades incomparavelmente 
individualizadas lutava contra a pressão constante, interna e externa, de uma cidade pequena 
desindividualizante. Isto produziu uma atmosfera tensa, em que os indivíduos mais fracos eram 
suprimidos e aqueles de naturezas mais fortes eram incitados a pôr‐se à prova da maneira mais 
apaixonada.  
 
É precisamente por isso que floresceu em Atenas o que deve ser chamado, sem ser exatamente 
definido, de “o caráter humano geral” no desenvolvimento intelectual de nossa espécie. Pois 
sustentamos a validade tanto factual quanto histórica da seguinte conexão: os conteúdos e 
formas de vida mais extensivos e mais gerais estão intimamente ligados aos mais individuais.  
 
Eles têm um estágio preparatório em comum, isto é, encontram seu inimigo nas formações e 
agrupamentos estreitos, a manutenção dos quais coloca a ambos em um estado de defensiva 
contra a expansão e a generalidade que jazem fora e a individualidade de livre movimento que 
há dentro. 
 
O que Simmel quer dizer é que a própria Atenas, que já possuía aspectos que valorizavam a 
vida individual ainda possuía esses aspectos da cidade pequena:  
 
Se tratava de pessoas de personalidade individualizada, mas que lutavam contra uma pressão 
interna e externa de uma cidade pequena que seria desindividualizante. 
 
Eles se punham contra a expansão e generalidade de fora e a individualidade de dentro? 
Tal qual na era feudal, o homem “livre” era o que permanecia sob a lei da terra, isto é, sob a lei 
da órbita social maior, e o homem não‐livre era aquele cujo direito derivava meramente do 
círculo estreito de uma associação feudal e era excluído da órbita social maior — pequena. 
 
 
A multidão 
A reserva e indiferença recíprocas e as condições de vida intelectual de grandes círculos  
nunca são sentidas mais fortemente pelo indivíduo,  
no impacto que causam em sua independência,  

do que na multidão mais concentrada na grande cidade. 
 
 
 

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Isso porque a proximidade física e a estreiteza de espaço  
tornam a distância mental mais visível. 
 Trata‐se, obviamente, apenas do reverso dessa liberdade, se, sob certas circunstâncias, a pessoa 
em nenhum lugar se sente tão solitária e perdida quanto na multidão metropolitana. Pois aqui 
como em outra parte, não é absolutamente necessário que a liberdade do homem se reflita em 
sua vida emocional como conforto. 
Não são apenas o tamanho imediato da área e o número de pessoas que, em função da 
correlação histórica universal entre o aumento do círculo e a liberdade pessoal interior e 
exterior, fizeram da metrópole o local da liberdade.  
O homem não termina com os limites de seu corpo ou a área que compreende sua atividade 
imediata. O âmbito da pessoa é antes constituído pela soma de efeitos que emana dela temporal 
e espacialmente. Da mesma maneira, uma cidade consiste em seus efeitos totais, que se 
estendem para além de seus limites imediatos. 
A cidade não termina em suas fronteiras físicas. Trata‐se de relações nacionais e 
internacionais. Da mesma maneira o homem não termina com os limites de onde ele está. 
 
,  
Enquanto isso

a cidade pequena é contida nela mesma e autárquica. 
 
[De fato, o comércio na cidade pequena geralmente não é nacional (ou internacional. É da 
natureza da metrópole que ela se conecte econômica, política, cultural e socialmente com 
outros lugares nacionais ou internacionais. Por isso há esse tipo de liberdade tb nesse sentido.] 
 
Da mesma maneira, uma cidade consiste em seus efeitos totais, que se estendem para além de 
seus limites imediatos. Apenas esse âmbito é a verdadeira extensão da cidade, em que sua 
existência se expressa. Esse fato torna óbvio que a liberdade individual, complemento lógico e 
histórico de tal extensão, não deve ser entendida apenas no sentido negativo de mera 
liberdade de mobilidade e eliminação de preconceitos e filistinismo mesquinho. O ponto 
essencial é que seguindo as leis de nossa própria natureza — e isto, afinal, é liberdade — só se 
torna óbvio e convincente para nós mesmos e para os outros se as expressões dessa natureza 
diferirem das expressões de outras. Apenas nosso caráter inconfundível pode provar que nosso 
modo de vida não foi imposto por outros. 

As grandes cidades são sede da mais alta divisão 
econômica do trabalho.  
Na medida de sua expansão, a cidade oferece mais e mais as condições decisivas da divisão de 
trabalho. Oferece um círculo que, através de seu tamanho, pode absorver uma variedade 
altamente diversificada de serviços.  
 
Ao mesmo tempo, a concentração de indivíduos e sua luta por consumidores compelem o 
indivíduo a especializar‐se em uma função na qual não possa ser prontamente substituído por 
outro. 
 
É um fato decisivo que a vida da cidade transformou a luta com a natureza pela vida em uma 
luta entre os homens pelo lucro, que aqui não é conferido pela natureza, mas pelos outros 
homens. 
 
Na cidade grande ganha‐se o pão por meio do outro,  
não por meio da natureza. 
Tudo isso forma a transição para a individualização de traços mentais e psíquicos que a 
cidade ocasiona 

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 [Os Traços mentais e psíquicos são individualizados] 
There is a whole series of obvious causes underlying this process: 
 Primeiro se deve conhecer a dificuldade de afirmar sua própria personalidade dentro 
das dimensões da vida metropolitana. 
o Se a diferença quantitativa aumenta exponencialmente aos seus limites, as 
pessoas precisam atrair a atenção através da diferença qualitativa. 
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Finalmente, o homem é tentado a adotar as peculiaridades mais tendenciosas, isto é, as 
extravagâncias especificamente metropolitanas do maneirismo, capricho e preciosismo. 
 
Agora, o significado dessas extravagâncias não jaz absolutamente no conteúdo de tal 
comportamento, mas antes na sua forma de “ser diferente”, de sobressair de forma notável e 
assim atrair atenção. 
  
Dada a completa indiferença do outro, para muitos  
a única maneira de salvar o que sobrou de autoestima 
é através da atenção dos outros. 
Ainda assim, seria chamar a atenção do outro através de uma interação mínima5  
que a cidade grande oferece, em contraposição à cidade pequena. 
Tudo isso possui é atualizado hoje com as redes sociais. 
The temptation to appear "to the point," to appear concentrated and strikingly characteristic, 
lies much closer to the individual in brief metropolitan contacts than in an atmosphere in which 
frequent and prolonged association assures the personality of an unambiguous image of himself 
in the eyes of the other.  

Aparentar uma coisa é mais fácil 
nas ruas da cidade grande  
uma vez que em uma cidade pequena é mais difícil fingir uma personalidade na medida em 
que todos se conhecem. 
Da mesma forma acontece na família. 
 
A razão mais profunda, entretanto, pela qual a metrópole conduz à 
individualização parece‐me ser a seguinte:  
o desenvolvimento da cultura moderna é caracterizado pela preponderância do 
que se poderia chamar de o “espírito objetivo” sobre o “espírito subjetivo”.  
Isso equivale a dizer que, na linguagem como na lei, na técnica de produção 
como na arte, na ciência como nos objetos do ambiente doméstico, está 
incorporada uma soma de espírito [Simmel quer dizer conhecimento. Geist, 
provavelmente]. 
 
O indivíduo, em seu desenvolvimento intelectual, segue o crescimento desse 
espírito muito imperfeitamente e a uma distância sempre crescente. 
[Essa perda de conhecimento, essa incapacidade de não acompanhar o 
crescimento da cultura se dá pela divisão social do trabalho]  

 
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 Brevidade e escassez das interações na metrópole. 
 

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The individual has become a mere cog6 in an enormous organization of things and powers 
which tear from his hands all progress, spirituality, and value in order to transform them from 
their subjective form into the form of a purely objective life. 
 
É contraditório que em meio à valorização da subjetividade, o indivíduo seja uma mera 
engrenagem na enorme organização social; e que toma de suas mãos todo o progresso, 
espiritualidade e valor em ordem de transformar a vida subjetiva em uma forma objetiva. 
 
On the one hand, life is made infinitely easy for the personality in that stimulations, interests, uses of time and 
consciousness are offered to it from all sides. They carry the person as if in a stream, and one needs hardly to swim for 
oneself. On the other hand, however, life is composed more and more of these impersonal contents and offerings 
which tend to displace the genuine personal colorations and incomparabilities. 
Se se perguntar pela posição histórica dessas duas formas de individualismo que se nutrem da relação quantitativa da 
metrópole, a saber, a independência individual e a elaboração da própria individualidade, então a metrópole assume 
uma situação relativa inteiramente nova na história mundial do espírito. 
 
 
O século XVIII encontrou o indivíduo preso a vínculos opressivos que se haviam tornado destituídos de significação — 
vínculos de caráter político, agrário, corporativo e religioso. Eram restrições que impunham ao homem, por assim dizer, 
uma forma antinatural e desigualdades superadas, injustas. Nessa situação, ergueu‐se o grito por liberdade e 
igualdade, a crença na plena liberdade de movimento do indivíduo em todos os relaciona mentos sociais e intelectuais. 
(...)  
 
(...) Ao lado desse ideal de liberalismo do século XVIII, no século XIX, através de Goethe e do romantismo, por um lado, e 
através da divisão econômica do trabalho, por outro, outro ideal se levantou:  
 
Os indivíduos liberados de imperativos históricos 
 (isto é, de vínculos opressivos no que diz respeito à forma de agir, pensar e rezar) 
agora desejavam distinguir‐se um do outro.  
 
O valor já não é constituída pelo “ser humano geral” em cada indivíduo,  
mas pela unicidade e o caráter de ser insubstituível. 
Isso entra em contradição com a ideia de massa.  
 
As duas formas de individualismo da metrópole são inovadoras na história: 
a independência individual e  
a elaboração da própria individualidade. 
 
O que carrega os valores do homem não é mais a humanidade geral em 
cada indivíduo, mas a unicidade qualitativa e seu caráter insubstituível. 
 
The carrier of man's values is no longer the "general human being" in every individual, but rather man's 
qualitative uniqueness and irreplaceability. The external and internal history of our time takes its course within the 
struggle and in the changing entanglements of these two ways of defining the individual's role in the whole of 
society. 
It is the function of the metropolis to provide the arena for this struggle and its reconciliation. For the metropolis 
presents the peculiar conditions which are revealed to us as the opportunities and the stimuli for the development of 
both these ways of allocating roles to men. 

***    
 
6
 [engrenagem] Definition of Cog: a wheel or bar with a series of projections on its edge that transfers 
motion by engaging with projections on another wheel or bar. “It is up to him to sacrifice himself, no 
longer the hub of Arsenal's wheel, but a cog in the machine”. Roda Dentada. 

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