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TEMPOS NERVOSOS
Foi um Sociólogo que estudou temas variados, em especial a relação sobre a vida nas
metrópoles e a personalidade das pessoas. Sua obra foi marcada pelo intenso
desenvolvimento urbano pelo qual passava Berlim no final do século XIX e começo do
século XX. Desenvolveu um processo de análise chamado microssociologia, propondo
olhar para os fenômenos em suas pequenas manifestações. Para ele, a sociedade
permanecia em constante transformação, sendo feita e refeita a partir das relações do
cotidiano.
Para manter sua saúde mental, as pessoas começaram se fechando, protegendo-se dos
estímulos e se distanciando de emoções cotidianas. Aprendem a se tornar indiferentes
àquilo que não lhes diz respeito diretamente, a mergulhar em si mesmos, a prestar
atenção somente ao seu pequeno círculo de convívio. Essa maneira de reserva faz com
que o indivíduo tenha o livre-arbítrio de ser mais um em meio à massa, ligando-se por
meio de conexões muito tênues com o todo. O oposto dessa liberdade, no entanto, é
experimentado na forma de solidão.
Na procura das informações que constituiriam a vida mental e o modo de vida nas
grandes cidades, Simmel assinala constantemente as tensões entre indivíduo e
sociedade, entre interior e exterior, individual e supraindividual. Articulando análises
psicológicas e sociológicas, procurou apontar as implicações de alguns dos paradoxos
da vida nas metrópoles, como o seu alto grau de proximidade física e distância
emocional, a liberdade extrema e a solidão em meio à multidão. A vida na metrópole
acelerada seria marcada, portanto, pela pluralidade de experiências e pelo anonimato
das interações. Trecho de Edifício Master, de 2002, dirigido pelo cineasta Eduardo
Coutinho, sobre um antigo e tradicional edifício localizado em Copacabana, na cidade
do Rio de Janeiro, que tem 12 andares, 23 apartamentos por andar, 276 apartamentos
conjugados e em média 500 moradores no prédio inteiro.
CULTURA SUBJETIVA E CULTURA OBJETIVA
Georg Simmel, além disso, aponta um paradoxo principal da vida moderna: partindo do
princípio de que a capacidade dos indivíduos de absorver as informações tem um limite,
à medida que aumenta a oferta de informações disponíveis, reduz-se proporcionalmente
a parcela desse acervo que esse indivíduo pode reter. Existe um fosso instransponível
entre o que o autor chama de cultura subjetiva e a cultura objetiva.
APROXIMAÇÃO E DISTANCIAMENTO
A vida na cidade nos expõe ao desejo pelos bens produzidos pela cultura e à agonia por
não sermos capazes de tudo conhecer e/ou adquirir; ao movimento incessante das ruas e
à sensação de solidão que experimentamos mesmo cercados por uma multidão, ao
prazer de saber que não somos vigiados por nossos conhecidos e ao medo de não
sermos conhecidos por ninguém. Aproximação e distanciamento são duas faces da
mesma moeda.
INTRODUÇÃO