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A METRÓPOLE ACELERADA

TEMPOS NERVOSOS

A modernidade mudou indiscutivelmente o ritmo da população, porém também


transformou o ritmo das cidades. Se você nasceu em uma cidade grande possui muito
tempo, dificilmente pensa antes de sair de casa no quanto é complicado caminhar em
meio à multidão apressada. Um exemplo motoboys e do ritmo do tempo nas grandes
cidades.

GEORG SIMMEL (1858-1918)

Foi um Sociólogo que estudou temas variados, em especial a relação sobre a vida nas
metrópoles e a personalidade das pessoas. Sua obra foi marcada pelo intenso
desenvolvimento urbano pelo qual passava Berlim no final do século XIX e começo do
século XX. Desenvolveu um processo de análise chamado microssociologia, propondo
olhar para os fenômenos em suas pequenas manifestações. Para ele, a sociedade
permanecia em constante transformação, sendo feita e refeita a partir das relações do
cotidiano.

INTENSIFICAÇÃO DA VIDA NERVOSA

Simmel estabeleceu o conceito de “intensificação da vida nervosa”. No contexto da


cidade, somos frequentemente expostos a estímulos, imagens, sons, rostos, anúncios,
que acabam estabelecendo de nós uma sensibilidade especial. Os avanços tecnológicos e
a racionalização da vida colaboram para que o dia-a-dia se torne também simples, mas
também mais difícil.

PARADOXOS DA MODERNA VIDA URBANA

Conforme dados da ONU, na primeira metade do século XIX, metade da população


mundial adveio a viver em áreas civilizadas. O desenvolvimento das cidades levou à
ampliação do número de automóveis “automóveis, transporte coletivo, motos”. O que
era para facilitar causou mais desafios à vida nas cidades “engarrafamentos,
aquecimento global, aumento da poluição”.
O RITMO DO TEMPO NAS CIDADES GRANDES

O que atualmente se tornou um comportamento em grande medida naturalizado foi


objeto de reflexão das ciências e das artes na virada do século XIX para o XX. Os
cientistas, filósofos e poetas registraram sobre os novos “choques” dia-a-dias e seus
resultados positivas e negativas para a personalidade dos indivíduos. Para lidar com os
novos estímulos e com a intensidade da vida nervosa, os moradores das cidades
desenvolveram o que Simmel chamou de “atitude de reserva”.

ATITUDE DE RESERVA, LIBERDADE E SOLIDÃO NA METRÓPOLE

Para manter sua saúde mental, as pessoas começaram se fechando, protegendo-se dos
estímulos e se distanciando de emoções cotidianas. Aprendem a se tornar indiferentes
àquilo que não lhes diz respeito diretamente, a mergulhar em si mesmos, a prestar
atenção somente ao seu pequeno círculo de convívio. Essa maneira de reserva faz com
que o indivíduo tenha o livre-arbítrio de ser mais um em meio à massa, ligando-se por
meio de conexões muito tênues com o todo. O oposto dessa liberdade, no entanto, é
experimentado na forma de solidão.

PLURALIDADE DE EXPERIÊNCIAS E ANONIMATO DE INTERAÇÕES

Na procura das informações que constituiriam a vida mental e o modo de vida nas
grandes cidades, Simmel assinala constantemente as tensões entre indivíduo e
sociedade, entre interior e exterior, individual e supraindividual. Articulando análises
psicológicas e sociológicas, procurou apontar as implicações de alguns dos paradoxos
da vida nas metrópoles, como o seu alto grau de proximidade física e distância
emocional, a liberdade extrema e a solidão em meio à multidão. A vida na metrópole
acelerada seria marcada, portanto, pela pluralidade de experiências e pelo anonimato
das interações. Trecho de Edifício Master, de 2002, dirigido pelo cineasta Eduardo
Coutinho, sobre um antigo e tradicional edifício localizado em Copacabana, na cidade
do Rio de Janeiro, que tem 12 andares, 23 apartamentos por andar, 276 apartamentos
conjugados e em média 500 moradores no prédio inteiro.
CULTURA SUBJETIVA E CULTURA OBJETIVA

Georg Simmel, além disso, aponta um paradoxo principal da vida moderna: partindo do
princípio de que a capacidade dos indivíduos de absorver as informações tem um limite,
à medida que aumenta a oferta de informações disponíveis, reduz-se proporcionalmente
a parcela desse acervo que esse indivíduo pode reter. Existe um fosso instransponível
entre o que o autor chama de cultura subjetiva e a cultura objetiva.

APROXIMAÇÃO E DISTANCIAMENTO

A vida na cidade nos expõe ao desejo pelos bens produzidos pela cultura e à agonia por
não sermos capazes de tudo conhecer e/ou adquirir; ao movimento incessante das ruas e
à sensação de solidão que experimentamos mesmo cercados por uma multidão, ao
prazer de saber que não somos vigiados por nossos conhecidos e ao medo de não
sermos conhecidos por ninguém. Aproximação e distanciamento são duas faces da
mesma moeda.
INTRODUÇÃO

O crescimento das cidades promovido pela indústria gerou um crescimento de outros


ramos de atividade, como a prestação de serviços e do comércio varejista, que logo
atingiu os municípios vizinhos.
O crescimento acelerado das metrópoles pode proporcionar o surgimento das
megalópoles, que corresponde à conurbação entre duas ou mais metrópoles, formando
um imenso e aglomerado espaço urbano e populacional.
CONCLUSÃO

As metrópoles brasileiras resultaram da acelerada urbanização do Brasil na segunda


metade do século XX. Existem várias metrópoles, e sua quantidade se intensificou a
partir da década de 1960, quando o País deixou de ser rural para tornar-se
majoritariamente urbano.
A concentração deste altíssimo número de pessoas por cidade deixou de ser algo
racional e necessário. Sequer significa referencial de desenvolvimento humano e porte
de riqueza.

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