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RESENHA: “1984”
O filme “1984” inicia com uma máxima bastante provocativa – “quem controla o
passado controla o futuro, quem controla o presente controla o passado”. A partir desta, é
possível obter um brevíssimo resumo de todo o filme; todo o conteúdo explorado pode ser
inferido desta afirmação, ou melhor, deste conjunto de afirmações.
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HAN, Byung-Chul. Sociedade da transparência. Petrópolis: Vozes, 2017.
mas objetos em seu véu. Mas, desvelados, iriam se mostrar infinitamente invisíveis. [...] O
fundamento divino ontológico da beleza repousa no mistério” (HAN, 2017, p. 32). Na atual
conjuntura sociopolítica brasileira, vemos uma nação que expõe não somente a verdade, mas
toda e qualquer informação que coadune com outros “fatos” para conquistar espaço e poder.
Fato notório foi a recente campanha “anti fake news” promovida por veículos de informações
e candidatos políticos.
Outra proposta a se ressaltar é a buscar pela formação do unus mundus, em que todos
os povos sacrificariam sua essência cultural para se unir a um novus mundus, governado “em
prol do povo”. Aqui foi proposto pelo filme a criação da “novilingua” e é ressaltado de modo
particular no filme o fim das fronteiras da Eurásia na Índia Meridional (o que seria um
primeiro passo). Isso é visível nas agendas imperialistas de grandes potências, particularmente
com o atual conflito entre Rússia e Ucrânia, mas também com as investidas estadunidenses
em todo o globo, estas sendo veladas pelo capitalismo ou por propostas de intervenção militar
visando a paz, como ocorrido no Oriente Médio, particularmente sob o antigo governo de
George Washington.
O filme visa, assim, apresentar veladamente (ou nem tanto assim) o ideal
revolucionário de viés socialista-comunista, apontando que toda e qualquer proposta, por mais
que seja visando o bem comum, ao incorrer na repressão tirânica da oposição se porta como
aniquilador da própria humanidade, tendo em vista os planos não do povo em geral, mas de
uma cúpula, uma elite que governa o Partido, seja da denominação ou ideologia que for.