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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

QUÍMICA BÁSICA

PILHAS ELETROQUÍMICAS E MEDIDA DE POTENCIAL DE ELETRODO

CURITIBA

2014
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PILHAS ELETROQUÍMICAS E MEDIDA DE POTENCIAL DE ELETRODO

QUÍMICA BÁSICA

CURITIBA

2014
INTRODUÇÃO

Possuindo como tema pilhas eletroquímicas e medida de potencial de eletrodo,


os experimentos realizados foram: a obtenção de uma pilha de cobre e zinco;
medida do potencial padrão dos eletrodos e pilha de concentração.

No preparo da pilha de cobre e zinco foi utilizado um béquer onde foi despejado
uma solução (1 mol/L) de sulfato de cobre(II) oxidado e no mesmo foi colocado
uma lâmina de cobre na forma reduzida, além de uma solução (1 mol/L) de
sulfato de zinco oxidado depositando uma lâmina de zinco na forma reduzida.
Para haver troca de elétrons ou íons entre esses sistemas, colocou-se uma ponte
salina entre ambos, sendo observado assim uma pilha, podendo ser calculado a
medida de diferença de potencial usando um voltímetro.

Para calcular os potencias dos eletrodos de cobre (Cu), zinco (Zn) e chumbo
(Pb) é necessário um eletrodo de hidrogênio, onde o mesmo é obtido através de
um eletrodo provido de um material inerte, preenchido com solução de ácido
sulfúrico 1 mol/L e depositado em um béquer com a mesma solução. Após isso,
foi depositado a solução de cada metal (Cu, Zn, Pb) em um béquer e colocado
as lâminas correspondentes, onde após a uniam das mesmas com o eletrodo de
hidrogênio, através de uma ponte salina, foi possível calcular o potencial de
redução de cada eletrodo com o auxílio de um voltímetro.

Na obtenção da pilha de concentração foi utilizado duas soluções de sulfato de


cobre (II), no entanto, as concentrações não eram as mesmas. Após depositar
em cada béquer uma lâmina de cobre, e uni-las através de uma ponte salina, é
possível fazer a medida da diferença de potencial (ddp) através de um voltímetro,
mas é possível chegar ao valor visto com a equação de Nernst.

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MATERIAIS E REAGENTES

 Voltímetro;
 Fonte de corrente contínua;
 Eletrodos de hidrogênio;
 Lâmina de níquel-cromo;
 Lâmina de chumbo;
 Lâmina de zinco;
 Lâminas de cobre;
 Copo de béquer de 100mL;
 Tubo em U;
 Algodão;
 Solução concentrada de sulfato de cobre (II);
 Solução diluída de sulfato de cobre (II);
 Solução de sulfato de zinco;
 Solução de cloreto de sódio;
 Solução de ácido sulfúrico;
 Solução de nitrato de chumbo.

Procedimento 01 – Pilha de Cobre e Zinco

A pilha de Daniell é uma célula galvânica desenvolvida pelo cientista inglês John
Daniell, em 1836. Para sua montagem foram utilizadas soluções de 1mol/L de
sulfato de cobre (II) (𝐶𝑢𝑆𝑂4) e de sulfato de zinco (𝑍𝑛𝑆𝑂4). Mergulhando uma
placa de zinco em na solução de sulfato de zinco, e uma placa de cobre na
solução de sulfato de cobre (II) obtém-se semi-celas. Para que exista corrente
elétrica em um sistema, é necessário o movimento de elétron ou de íons, que é
feita através da ponte salina - um tubo em U preenchido com solução aquosa de
𝑁𝑎𝐶ℓ e tampado com algodão na ponta para impedir a mistura das soluções– ou
uma “parede” de porcelana porosa, como mostra a imagem a seguir.

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Ligando-se os dois eletrodos com um condutor, observa-se que existe a
passagem de corrente elétrica. Utilizando-se um voltímetro, é possível verificar
que a diferença de potencial ou tensão elétrica entre os dois eletrodos é de 1,07V
nas condições da experiência, valor próximo ao teórico (1,10V para soluções de
1mol/L à 25°C), e também o sentido da corrente que vai da placa de zinco (perde
elétrons, ou seja, oxida) para a de cobre (ganha elétrons, ou seja, reduz).

Como a placa de cobre está ganhando elétrons (reduzindo), ocorre a seguinte


reação:

𝐶𝑢2+ + 2𝑒 − → 𝐶𝑢0

Com a “perda” de cátions 𝐶𝑢+ na solução de sulfato de cobre (II) ela tem que ser
compensada perdendo ânions também, que vão da solução de sulfato de cobre
(II) através da ponte salina ou da porcelana porosa para a outra solução. Como
os cátions estão tornando-se cobre metálico, há um acúmulo de cobre sobre o
eletrodo.

Já na placa de zinco, há perda de elétrons (oxidação), ocorrendo a seguinte


reação:

𝑍𝑛0 − 2𝑒 − → 𝑍𝑛2+

Como a solução de sulfato de zinco está ganhando mais cátions, ela


consequentemente ganha mais ânions, obtidos através da ponte salina. Com o
eletrodo perdendo zinco, há um desgaste do eletrodo, representado na figura a
seguir:

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As reações da pilha (𝑍𝑛0 + 𝐶𝑢2+ → 𝑍𝑛2+ + 𝐶𝑢0 ) acontecem de forma
espontânea.

Procedimento 02 - Medida do Potencial Padrão dos Eletrodos (E°)

Para determinação dos potencias padrões de oxidação/redução dos materiais, é


necessária uma referência, o eletrodo de hidrogênio. Para a confecção do
eletrodo, é utilizado um material inerte como a platina. O gás 𝐻2 é borbulhado
em torno do eletrodo da platina que está mergulhado numa solução que contém
íons 𝐻 + (no caso da experiência, ácido sulfúrico - 𝐻2 𝑆𝑂4). O hidrogênio fica detido
na superfície da platina. Utilizando uma solução nas condições padrão (1 mol/L
de 𝐻 + , pressão do 𝐻2 a 1 atm e a 25°C), temos o eletrodo-padrão de hidrogênio.

Para a fabricação do gás hidrogênio realizou-se a hidrólise com o auxílio de uma


fonte elétrica. Conectando uma lâmina níquel-cromo no polo positivo e o eletrodo
no polo negativo, e mergulhando o eletrodo em uma solução de ácido sulfúrico
1mol/L, houve a geração de gás hidrogênio no eletrodo com a circulação de
corrente elétrica. O eletrodo de hidrogênio é constituído pelo equilíbrio:
+
2𝐻(𝑎𝑞) + 2𝑒 − ⇌ 𝐻2 (𝑔)

Durante a prática, foram medidos os potenciais do chumbo, do cobre e do zinco.


Preparou-se eletrodos dos metais, mergulhando uma lâmina de cobre na
solução de cobre, uma lâmina de chumbo na solução de chumbo e uma lâmina
de zinco na solução de zinco. Ligando as soluções dos metais com a solução de
eletrodo de hidrogênio através do uso de pontes salinas, e com o auxílio de um
voltímetro, é possível determinar o potencial de cada metal. A figura a seguir
ilustra um dos experimentos:

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Utilizando-se a fórmula ∆𝐸 = 𝐸ℎ𝑖𝑑𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 − 𝐸𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 , podemos afirmar que os
potenciais de redução dos metais são:

Potencial prático Potencial teórico


Metal (V) (V)

Zn -0,74 -0,76

Pb -0,12 -0,13

Cu +0,30 +0,34

Assim, temos as seguinte semi-reações de oxidação/redução:

𝑍𝑛0 − 2𝑒 − → 𝑍𝑛2+

𝑃𝑏 0 − 2𝑒 − → 𝑃𝑏 2+

𝐶𝑢2+ + 2𝑒 − → 𝐶𝑢0

E as reações globais:

𝑍𝑛0 + 2𝐻 + → 𝑍𝑛2+ + 𝐻2

𝑃𝑏 0 + 2𝐻 + → 𝑃𝑏 2+ + 𝐻2

𝐶𝑢2+ + 𝐻2 → 𝐶𝑢0 + 2𝐻 +

Procedimento 03 – Pilha de concentração

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Pilhas de concentração tem basicamente o mesmo funcionamento da pilha de
Daniell, porém, utiliza o mesmo metal mergulhado em soluções de
concentrações diferentes, com e solução de menor concentração funcionando
como anodo (fornecedor de elétrons). Consequentemente, a solução mais
concentrada recebe elétron, funcionando como catodo.

Assim, a reação no anodo é:

𝐶𝑢0 − 2𝑒 − → 𝐶𝑢2+

E no catodo é:

𝐶𝑢2+ + 2𝑒 − → 𝐶𝑢0

Nas pilhas de concentração, a compensação de diferença de ânions também


ocorre pela ponte salina.

Utilizando a equação de Nernst, é possível estabelecer o valor teórico para a


diferença de potencial entre os eletrodos:

𝑅𝑇 [𝐶𝑢2+ ]𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜
∆𝐸 = 2,303 . 𝑙𝑜𝑔
𝑛𝐹 [𝐶𝑢2+ ]𝑑𝑖𝑙𝑢í𝑑𝑜

∆𝐸𝑇𝐸Ó𝑅𝐼𝐶𝑂 = 0,09V

∆𝐸𝑃𝑅Á𝑇𝐼𝐶𝑂 = 0,08V

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CONCLUSÃO

A transferência de elétrons e íons é fundamental para que exista uma pilha, onde
é através do fluxo dos mesmos que se determina qual sistema irá oxidar ou
reduzir, qual lâmina irá corroer ou aumentar de forma, determinar o polo negativo
e positivo, qual sistema é o catodo e/ou anodo, entre outros. No entanto, é
necessário saber em qual meio os íons e os elétrons ‘’locomovem-se’’, onde os
íons estão presentes em meios aquosos já os elétrons são evidenciados em
meios sólidos.

O eletrodo de hidrogênio é tido como referência para os potencias padrões de


oxidação/redução dos materiais, sendo determinado através do mesmo o
potencial de redução de cada eletrodo (Cu, Zn, Pb) utilizado através de uma
equação já estabelecida: ∆𝐸 = 𝐸ℎ − 𝐸𝑚𝑒, onde no experimento chegou-se no
valor de ∆𝐸 do zinco -0,74V, do chumbo -0,13 e do cobre +0,34.

A concentração também influência numa pilha onde, na solução de sulfato de


cobre (II) diluída observou-se que há perda de elétrons, caracterizando que o
mesmo é o anodo e sofre oxidação, já a solução concentrada recebe elétrons
sendo classificada como catodo, sofrendo redução. Além disso, o valor da ddp
que ocorre entre as semi-cela pode ser calculado através da equação de Nernst,
onde no experimento foi encontrado o valor de ∆𝐸 = 0,08 V

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REFERÊNCIAS:

USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. QUÍMICA – Volume Único, 5ª Edição.


São Paulo: Saraiva, 2002.

PERUZZO, Francisco Miragaia; CANTO, Eduardo Leite do. QUÍMICA na


abordagem do cotidiano – Volume 2 Físico-Química, 4ª Edição. São Paulo:
Moderna, 2006.

FELTRE, Ricardo. Química Volume 2 Físico-Química, 6ª Edição. São Paulo:


Moderna, 2004.

http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/quimica/eletroquimica-i-
pilhas/eletrodo-padrao-de-hidrogenio.html (acesso em 23 ago 2014)

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