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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

Curso de Engenharia de Materiais


Corrosão

Pilha de Daniell

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo observar os fenômenos elétricos e a transferência de


elétrons da pilha de Daniell e confirmar os valores que foram encontrados no Voltímetro,
constatando que a reação espontânea acontece quando o potencial se torna positivo.

Palavras-Chaves: Pilha de Daniell, Voltímetro, Elétrons.

1. INTRODUÇÃO

A eletroquímica é o ramo da química que estuda as reações químicas que produzem


corrente elétrica ou são produzidas por uma. Pilhas e baterias que são comuns no dia-a-dia
da sociedade, produzem energia elétrica por meio de reações de oxirredução, que seria uma
reação em que ocorrem os fenômenos de oxidação e redução simultaneamente (FOGAÇA,
Jennifer Rocha Vargas, 2018).
A Pilha de Daniell é um sistema que forma correntes elétricas baseado nas reações
de oxirredução entre o Zinco, Cobre e Ferro, que ligados através de um fio externo, gera uma
energia elétrica.
Notebooks, tablets, smartphones e outros dispositivos fazem parte da vida do século
XXI, permitindo que as pessoas se comuniquem, trabalhem, estudem, socializem. Nada disso
seria possível sem as baterias que alimentam esses dispositivos, cada vez mais eficientes,
compactas e com maior durabilidade. O desenvolvimento industrial e tecnológico demanda
o uso eficiente desses e de outros dispositivos para os mais diversos fins, o que fez com que
a eletroquímica se tornasse um conteúdo relevante para a educação básica, pois a
compreensão do funcionamento desses dispositivos passa pelos conhecimentos de
eletroquímica (BOULABIAR et al., 2004)
No ensino de eletroquímica, um modelo didático muito utilizado é a pilha de Daniell,
sendo relacionada ao ensino dos conceitos de pilhas, células eletroquímicas, reações de
oxirredução, cátodo, ânodo, número de oxidação (nox), entre outros (WALANDA et
al.,2017). Uma rápida busca na internet com a palavra-chave“pilha de Daniell” resulta
em imagens de modelos didáticos muito semelhantes às que se pode encontrar em livros
didáticos tanto do ensino médio quanto superior(Fig.1).
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Fig. 1: Representação da pilha de Daniell

2. MATERIAIS E MÉTODOS
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2.1 Materiais Utilizados

Materiais que foram utilizados para realizar o experimento da Pilha de Daniell:

Tabela 1: Materiais utilizados para realizar o experimento

2.1 Preparo da Solução de Sulfato de Ferro

Foi necessário fazer o cálculo e a pesagem do Sulfato de Ferro para o preparo de 50mL
com a concentração de 1 mol/L em água destilada.
Após o cálculo da massa, foi feito o preparo da solução em um becker de 300mL. Após
o Sulfato de Ferro ser dissolvido, a solução foi transferida para um balão de 200mL e
posteriormente agitado para completar a dissolução.
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Imagem 2: Balões Volumétricos com Sulfato de Ferro, Zinco e Cobre diluídos

Depois da solução estar completamente homogênea, foi transferida para um béquer


de 50mL.

Imagem 3: Solução de Ferro transferido ao béquer de 50mL para ser medido a voltagem

2.2 Preparo da Ponte Salina

A ponte salina deve ser preparada de modo que seja preenchido o tubo em U com
aproximadamente 10mL de solução saturada de KCL não havendo espaços. Cada ponta deve
ser fechada com uma pequena quantidade de algodão.

2.3 Procedimento Experimental da Pilha


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Foi colocado a solução de KCL no tubo em forma de U e fechado as extremidades


com algodão. Em seguida foi adicionado em um béquer a solução de CuSO4 0,1 mol/L em
um béquer e a solução ZnSO4 0,1mol/L em outro béquer foi adicionado a solução FeSO4
0,1mol/L em um béquer.
Foi utilizado um fio condutor com crocodilos nas extremidades, foi colocado o
eletrodo de zinco ao fio preto do voltímetro e com o outro fio vermelho foi adicionado ao
eletrodo de cobre. O mesmo processo foi repetido 3 vezes e feito um rodízio das três
soluções que foram instruídas a serem realizadas.
Foi mergulhada em cada uma das extremidades da ponte salina nas soluções de
Sulfato de Zinco e Sulfato de Cobre, posteriormente nas soluções de Sulfato de Zinco e
Sulfato de Ferro, e por fim, na solução de Sulfato de Cobre e Sulfato de Ferro.
Mergulhou-se o eletrodo de Zinco na solução de Sulfato de Zinco, e mergulhou-se o
eletrodo de Cobre na solução de Sulfato de Cobre, com um Voltímetro foi medido a
voltagem das duas soluções e anotado.
Mergulhou-se o eletrodo de Ferro na solução de Sulfato de Ferro, e mergulhou-se o
eletrodo de Cobre na solução de Sulfato de Cobre, com o Voltímetro foi medido e anotado a
voltagem das duas soluções mergulhadas.
Por fim, foi mergulhado o eletrodo de Ferro na solução de Sulfato de Ferro, e
mergulhou-se o eletrodo de Zinco na solução de sulfato de Zinco, e foi medido a voltagem
das duas soluções mergulhadas.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o primeiro teste da pilha da Daniell, utilizou-se as amostras de sulfato de cobre(aq)


+ sulfato de ferro(aq), com os respectivos metais sólidos (Ferro e Cobre), já para o segundo
teste utilizou-se as amostras de sulfato de ferro(aq) + sulfato de alumínio(aq), com os
respectivos metais sólidos (Alumínio e Ferro) e obtiveram-se os resultados da voltagem pelo
multímetro de testes informados na Tabela 1.
Notou-se que para o 1º ensaio de Sulfato de Cobre + Sulfato de Ferro ao inverter os
polos do multímetro os valores ficaram bem diferentes e não ocorreu a inversão dos sinais
de positivo e negativo, isso pode ter ocorrido devido equipamento estar descalibrado. Já
para o 2º ensaio feito com Sulfato de Ferro + Sulfato de Alumínio identificou-se os mesmos
valores com apenas os sinais invertidos, isso mostra que obteve-se um valor mais assertivo
para este ensaio.

Tabela 1. Resultados obtidos no multímetro.


Amostra ensaiada Polo Positivo Polo Negativo Valor Obtido (V)

Sulfato de Ferro + Sulfato de Alumínio Alumínio Ferro -0,06

Sulfato de Ferro + Sulfato de Alumínio Ferro Alumínio 0,06

Sulfato de Cobre + Sulfato de Ferro Ferro Cobre 0,62

Sulfato de Cobre + Sulfato de Ferro Cobre Ferro 0,08

Dessa forma, foi determinada experimentalmente a energia liberada ou requerida por


um elemento químico nos processos de doação ou recebimento de elétrons. Esses valores,
sob a forma de potencial elétrico, são reunidos na tabela 2 de potenciais padrão de
redução/V e também na tabela 3 o valor do potencial de oxidação/V do Ferro e são
empregados na determinação da energia liberada por uma pilha.
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Tabela 2. Potenciais padrão de redução/V.


Semirreação Potencial padrão de redução/V

Fe2+ (aq)+ 2e− ⟶ Fe (s) +0,44

Cu2+ (aq)+ 2e− ⟶ Cu (s) -0,34

Al3+ (aq)+ 3e− ⟶ Al (s) -1,66

Tabela 3. Potenciais padrão de oxidação do ferro/V.


Semirreação Potencial padrão de oxidação/V

Fe2+ (aq)+ 2e− ⟶ Fe (s) +0,44

Feito a determinação da diferença de potencial (ΔE) do experimento de uma pilha,


por meio da relação ΔE=E°cátodo−E°ânodo. Resultados dos diferenciais de potencial (ΔE)
estão identificados na tabela 4.
Para o 1º ensaio da pilha feita em laboratório, identificou-se na tabela 2 que o
potencial associado à redução do cobre é igual +0,34 no teste utilizando Sulfato de Cobre +
Sulfato de Ferro e o potencial da redução do ferro é +0,44V. Sabe-se que no 1º ensaio o
cobre é o cátodo e o ferro é o ânodo, logo:

ΔE= −0,34V−(+0,44V)
ΔE= −0,78V

● Ânodo/semi-reação de oxidação: Fe (s) → Fe²+ (aq) + 2 e-


● Cátodo/semi-reação de redução: Cu2+ (aq) + 2 e- → Cu (s)
● Reação global: Cu (s) + Fe2+ (aq) → Cu²+ (aq) + Fe (s)

Para o 2º ensaio da pilha feita em laboratório, identificou-se na tabela 2 que o


potencial associado à redução do alumínio é igual +1,66 no teste utilizando Sulfato de Ferro
+ Sulfato de Alumínio e o potencial da redução do ferro é +0,44V. Sabe-se que no 2º ensaio
o ferro é o cátodo e o alumínio é o ânodo, logo:

ΔE= −0,44V−(−1,66)
ΔE= +1,22V
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● Ânodo/semi-reação de oxidação: Al (s) → Al³+ (aq) + 3 e-


● Cátodo/semi-reação de redução: Fe2+ (aq) + 2 e- → Fe (s)
● Reação global: Al (s) + Fe2+ (aq) → Al³+ (aq) + Fe (s)

Tabela 4. Potencial (ΔE).


Amostra ensaiada Diferença de potencial (ΔE), (V)

Sulfato de Cobre + Sulfato de Ferro −0,78

Sulfato de Ferro + Sulfato de Alumínio +1,22


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4. CONCLUSÃO
Baseando-se nos resultados obtidos foi possível constatar grandezas físicas, corrente e
tensão elétrica utilizando um multímetro no experimento da pilha de Daniell feito no
laboratório.
Conclui-se que, no experimento da pilha de Daniell do 1º ensaio feito utilizando o
Sulfato de Cobre + Sulfato de Ferro, o cobre é o cátodo e o ferro é o ânodo resultando assim
no valor de diferença de potencial (ΔE) de −0,78V que mostra-se não ser uma reação
espontânea devido ao sinal ser negativo e com sua reação global Cu (s) + Fe2+ (aq) → Cu²+ (aq) +
Fe (s).
E no 2º ensaio feito utilizando o Sulfato de Ferro + Sulfato de Alumínio, o ferro é o
cátodo e o alumínio é o ânodo resultando assim no valor de diferença de potencial (ΔE) de
+1,22V mostrando-se ser uma reação espontânea devido ao sinal ser positivo e com sua
reação global Al (s) + Fe2+ (aq) → Al³+ (aq) + Fe (s).

5. BIBLIOGRAFIA

FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Eletroquímica"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/quimica/eletroquimica.htm. Acesso em 24 de abril
de 2023.
WALANDA, D. K. et al. Misconceptions sequencing the chemical processes in Daniell
and electrolysis cells amongst first-year science and mathematics education
university students. Journal of Science Education, v. 18, p. 113-116, 2017.

BOULABIAR, A. et al. A historical analysis of the Daniell cell and eletrochemistry


teaching in French and Tunisian textbooks. Journal of Chemical Education, v. 81, n.
5, p. 754-757, 2004.

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