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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso de Engenharia Elétrica


Campus Coração Eucarístico

Disciplina: Laboratório de Química Geral 1º Sem. 2021


Professora.: Polyana Fabrícia Fernandes Martins
Turma: 7454.1.02

Aluno: Júnio Bispo dos Santos Data: 21/06/2021

Experimento 05: Pilhas Galvânicas

1. Introdução

Em um a pilha galvânica utiliza- se de uma reação espontânea de oxirredução como fonte de energia. Nesse caso,
as reações de oxirredução ocorrem quando os agentes oxidantes e redutores não es tão em contato direto, portanto, a
pilha deve ser construída separando-se fisicamente a reação global em duas semireações eletro l í ticas, um a delas
envolvendo a oxidação e a outra a redução.
Os elétrons liberados no eletrodo onde há oxidação (ânodo) passam pelo circuito externo (fio de cobre por
exemplo) para o eletrodo onde há redução (cátodo).
O cientista John Frederic Daniell (1790-1845), em 1836, montou um sistema com dois eletrodos interligados. Um
dos eletrodos era constituído de uma placa de zinco imersa em um copo com sulfato de zinco. O outro eletrodo
consistia em uma placa de cobre imersa em um recipiente com sulfato de cobre.

2. Objetivo

O experimento a seguir se baseou nas pilhas de Daniell, e seu experimento; com o intuito de mostrar que as
reações de oxirredução ocorrem mesmo quando os reagentes estão fisicamente afastados, mas conectados por um fio
condutor. Além disso, foram comparados o potencial teórico das pilhas em relação ao potencial prático através de
cálculos pela Equação de Nernst.

3. Parte Experimental

3.1- Materiais

Lixas, béquer de 100 mL e de 250 mL, pipeta de 10 mL, tubo de vidro em U, garra de jacaré,
voltímetro, ponte salina, algodão, placa de Cu, placa de Fe, placa de Zn.

3.2- Reagentes

Como reagentes:

Solução de CuSO4 0,001 mol/L e 1,0 mol/L, FeSO4 1,0 mol/L, NaCl 3% (ponte salina), ZnSO 4 1,0
mol/L, solução de FeSO4.

3.3 - Procedimento

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 Lixaram-se as placas.
 A solução de CuSO4 foi colocada em um béquer.
 A solução de FeSO4 foi colocada em um béquer.
 Foi enchida a ponte com solução de NaCl e colocou-se algodão.
 Colocou-se a placa de Cu no béquer com a solução de ZnSO4.
 Foi colocada a placa de Cu no béquer com a solução de CuSO4.
 Colocou-se a placa de Fe no béquer com a solução de FeSO4.
 Conectou-se placas nas garras de jacaré e ligar ao voltímetro.
 A leitura da tensão foi realizada.

1ª Experiência: Pilhas Galvânicas

a) O tubo em U foi totalmente preenchido com a solução de NaCl 3%. Depois, fechou-se as
suas extremidades com chumaços de algodão e verificou-se que não há a formação de
bolhas na parte interna do tubo. Se ocorreu a formação de bolha, foi necessário
esvaziamento do tubo em U e novamente foi feito o preenchimento do mesmo.
b) Montou-se as pilhas galvânicas abaixo, em seguida fez-se a leitura do voltímetro,
identificou-se o ânodo e o cátodo. Foi calculado a diferença de potencial das pilhas com os
dados da série eletroquímica, comparando-os com valores obtidos experimentalmente.
c) Acrescentou-se água destilada ao ânodo da pilha 1 e verificou-se a variação do seu
potencial. E foi explicado o resultado.

d) Verificou-se o que acontece quando se retira a ponte salina da pilha 1.

2ª Experiência: Pilha eletroquímica de concentração iônica

a) Montou-se a pilha de concentração, representada abaixo. Foi feita a leitura em um


voltímetro e verificou-se a polaridade em função das concentrações das soluções.
b) Posteriormente diluiu-se a solução mais diluída com 50 mL de água destilada. Em seguida,
foi feita a leitura do novo potencial.

4- Resultados

1ª Experiência: Pilhas Galvânicas

1) Zn(s)/ ZnSO4 (1mol/L) // CuSO4 (1mol/L)/Cu(s)


Anodo (-): Zn2+ + 2 e- → Zn Eo = - 0,76 V

Cátodo (+): Cu2+ + 2 e- → Cu(s) Eo = + 0,34 V


𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,34 – (- 0,76) = + 1,10 V
2) Fe(s)/ FeSO4 (1mol/L) // CuSO4 (1mol/L)/Cu(s)

Ânodo (+): Fe2+ + 2 e- → Fe Eo = - 0,44 V

Cátodo (+): Cu2+ + 2 e- → Zn Eo = + 0,34 V


𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,34 – (-0,44) = + 0,78 V
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3) Zn(s)/ ZnSO4 (1mol/L) // CuSO4 (1mol/L)/Fe(s)

Anodo (-): Zn → Zn2+ + 2 e- Eo = + 0,76 V

Cátodo (+): Fe2+ + 2e- → Fe2+(aq) Eo = - 0,44 V

𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,76 – (-0,44) = +1,20 V

Resultados anotados no quadro 1 abaixo:

Quadro 1 Valores dos potenciais práticos

Pilhas Anodo Catodo Potencial teórico Potencial prático


1 Zn Cu 1,10 V
2 Fe Cu 0,78 V
3 Zn Fe 1,20 V

Pelo princípio de deslocamento de Le Chatelier o equilíbrio é deslocado para a direita,


favorecendo a reação de oxidação. A diminuição da concentração da solução no ânodo,
favorece o aumento no potencial da pilha. Portanto, com a diluição da solução menos
concentrada haverá um aumento discreto, no potencial da pilha.
Quando se retira a ponte salina da pilha 1 o circuito não funciona. Pois a ponte
salina é responsável pelo equilíbrio necessário para que haja diferença de potencial. Sem a
ponte não haverá o equilíbrio iônico necessário entre e cessa a movimentação de íons e por
consequência não é possível medir a tensão.

2ª Experiência: Pilha eletroquímica de concentração iônica

Cu(s)/CuSO4 (0,001mol/L)//CuSO4 (1,0 mol/L)/Cu(s)

Potencial da Pilha (volts): + 0,0888 V - Teórico


+ 0,101 V - Experimental
Polaridade: Cátodo: CuSO4 (1,0 mol/L)/Cu(s) Cu2+ + 2e- → Cu(s) solução mais concentrada
Ânodo: Cu(s)/CuSO4 (0,001mol/L) Cu(s) → Cu+2+ 2e- solução menos concentrada
Reação global: Cu2+(1 mol/L)+ Cu(s) ↔ Cu(s) + Cu2+(0,001 mol/L)

Cu2+ + 2e- → Cu(s) ε0 red = +0,34 V

Cu(s) → Cu2++ 2e- ε0 oxid = -0,34

Cu2++ Cu(s) ↔ Cu(s) + Cu2+

𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,34 – 0,34 = 0,00 V

Cálculo do potencial da pilha:


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Epilha = 0,00 – (0,0591/2) log 0,001/1 mol


Epilha = 0,00 – 0,0296 . log 10-3 → Epilha = – 0,0296 . (-3 log 10)
Epilha = – 0,0296 . -3 (1)
Epilha = + 0,0888 V
Potencial da pilha (volts) na prática: 0.101 V

Pelo princípio de deslocamento de Le Chatelier o equilíbrio é deslocado para a direita,


favorecendo a reação de oxidação. Ao diminuímos a concentração da solução mais diluída,
que está no anodo, favorece o aumento no potencial da pilha. Portanto, com a diluição da
solução concentrada haverá um aumento discreto, no potencial da pilha. Experimentalmente
foi observado o valor de 0,124 V.

EPilha é a voltagem da pilha a uma determinada concentração;


Eo Pilha é a voltagem-padrão da pilha;
n é o número de elétrons transferidos na reação;
R é a constante da lei de gases, 8,314 J/mol.K;
F é a constante de Faraday 96500 Coloumb/mol;
25oC = 273 + 25 = 298 K.

5- Conclusões

Foi demonstrado no experimento que as reações de oxirredução podem ocorrer mesmo com
reagentes fisicamente afastados, desde que conectados por um condutor, neste caso uma ponte
salina de NaCl.
A medida em que o tempo passou, os elétrons da placa com maior potencial de oxidação
foram para a solução, aumentando sua concentração e corroendo a placa. Já no outro eletrodo, os
elétrons da solução se depositaram na placa, diminuindo assim, a sua concentração da solução e
aumentando a massa da placa metálica.
Observou-se que a ponte salina tem como função permitir a movimentação de íons de uma
solução para outra, de tal forma que a concentração de íons negativos e positivos da solução em
cada eletrodo atingissem um equilíbrio.

Referência

RÍMULO, A.; SABINO, C. V.; Schayer. MACHADO, H. H. V. Química Experimental Engenharias.


1 ed. Belo Horizonte: Furmac, 2008. 218 p.
Manual da química. Disponível em: <https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/pilha-
daniell.htm>. Acesso em: 21 junho 2021.
Eletroquímica. Disponível em:
<https://www.soq.com.br/conteudos/em/eletroquimica/p2.php >. Acesso em:21 junho2021.

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Questionário 05

1) Desenhe as pilhas galvânicas montadas na 1ª experiência, identificando o ânodo, cátodo, agente


oxidante e o agente redutor.
Resposta:

1) Zn(s)/ ZnSO4 (1mol/L) // CuSO4 (1mol/L)/Cu(s)


Anodo (-): Zn2+ + 2 e- → Zn Eo = - 0,76 V agente redutor: Zn

Cátodo (+): Cu2+ + 2 e- → Cu(s) Eo = + 0,34 V agente oxidante: Cu2+


𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,34 – (- 0,76) = + 1,10 V
2) Fe(s)/ FeSO4 (1mol/L) // CuSO4 (1mol/L)/Cu(s)

Ânodo (+): Fe2+ + 2 e- → Fe Eo = - 0,44 V agente redutor: Fe

Cátodo (+): Cu2+ + 2 e- → Zn Eo = + 0,34 V agente oxidante: Cu2+


𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,34 – (-0,44) = + 0,78 V

3) Zn(s)/ ZnSO4 (1mol/L) // CuSO4 (1mol/L)/Fe(s)

Anodo (-): Zn → Zn2+ + 2 e- Eo = + 0,76 V agente redutor: Zn

Cátodo (+): Fe2+ + 2e- → Fe2+(aq) Eo = - 0,44 V agente oxidante: Fe2+

𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,76 – (-0,44) = +1,20 V

2) Cite os principais fatores que causam erros nos potenciais medidos experimentalmente.

Resposta:
Existência de bolhas de ar na ponte salina e/ou nas soluções onde estão mergulhadas as placas
metálicas.
Impureza presente na superfície das placas metálicas.
Erro de calibração do voltímetro.

3) Escreva uma equação química balanceada para a reação global na pilha representada por:
4) A reação do zinco em pó é mais rápida, pois ele tem maior
5) superfície de contato, sendo assim, o zinco em lâmina é mais lento por
6) ter uma superfície de contato menor.
7) A reação do zinco em pó é mais rápida, pois ele tem maior
8) superfície de contato, sendo assim, o zinco em lâmina é mais lento por
9) ter uma superfície de contato menor.

a) Mg(s) / Mg2+(aq) // Fe2+(aq) / Fe(s)

Resposta:

Ânodo Fe2+(aq) + 2 e- → Fe(s) Eo = - 0,44 V

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Cátodo Mg(s) → Mg2+(aq) + 2 e- Eo = + 2,36 V

Fe2+(aq) + Mg(s) ↔ Fe(s) + Mg2+ AEo = +1,92 V

b) Al(s) / Al3+(aq) // Zn2+(aq)/Zn(s)

Resposta:

Ânodo Al ↔ Al3+(aq) + 3e Eo = -1,66 V

Cátodo Zn2+(aq) + 2e ↔ Zn Eo = + 0,76 V

Zn2+ + 2 Al(s) ↔ 3 Zn(s) + Al3+(aq) AEo = +0,90 V

4) Desenhe um diagrama para uma pilha galvânica representada por cada uma das reações. Indique
ânodo, cátodo e a direção do fluxo de elétrons no circuito.

a) 2Fe3+(aq) + Pb(s) → Fe2+ (0,010 mol/L) + Pb2+(aq)

b) Ni(s) + Cu2+ (aq) → Ni2+ (aq) + Cu(s)

Resposta:

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5) Calcule voltagens padrões para as pilhas do exercício 3.


Resposta:

𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = 0,44 – (– 2,36)= + 1,20 V


𝛥E = E(red) cat – E(red) anod = – (0,76) – (– 1,66)= + 0,90 V

6) Calcule as voltagens das pilhas sob as seguintes condições:

Como as concentrações das espécies são diferentes de 1,00 mol/L, o potencial da pilha
tem que ser calculado a partir da Equação de Nernst:

a) Fe+ Cu2+(0,10mol/L) → Fe2+(0,010mol/L) + Cu

Cálculo do potencial padrão (E0):

Ânodo (-) = Fe → Fe2+ + 2e- E0 = + 0,44 V (sinal foi invertido – Tabelado = - 0,44 V)

Cátodo (+) = Cu2+ + 2e- → Cu E0 = + 0,34 V

Reação global: Fe+ Cu2+(0,10mol/L) → Fe2+(0,010mol/L) + Cu E0 = + 0,44 + (+0,34) = + 0,78 V

Epilha = +0,78 – 0,0592 log[Fe+2] Epilha = +0,78 – 0,0296.( log 0,10 – log 0,010)
2 [Cu+2]

Epilha = +0,78 – 0,0296. (-1– (-2)) Epilha = +0,78 – 0,0296. (-1+2)

Epilha = +0,78 -0,0296 (1) E pilha = +0,7504 V

b) Cd2+(0,020mol/L) + Zn → Zn2+(0,50mol/L) + Cd

Cálculo do potencial padrão (E0):

Ânodo (-) = Zn → Zn2+ + 2e- E0 = + 0,76 V (sinal foi invertido – Tabelado = - 0,76 V)

Cátodo (+) = Cd2+ + 2e- → Cd E0 = - 0,40 V

Reação global: Zn+ Cd2+(0,020mol/L) → Zn2+(0,50mol/L) + Cd E0 = + 0,76 + (-0,40) = + 0,38 V

Epilha = +0,38 – 0,0592 log[Zn+2] Epilha = +0,38 – 0,0296.( log 0,50 – log 0,020)
2 [Cd+2]

Epilha = +0,38 – 0,0296. (-0,30 – (-1,7)) Epilha = +0,38 – 0,0296. (- 0,30 + 1,7)
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Epilha = +0,38 -0,0296 (+1,4) Epilha = +0,38 – 0,0414 V Epilha = 0,339 V

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