Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

CQ320 – FÍSICO-QUIMICA EXPERIMENTAL– EQC


PROFESSOR HARLEY PAIVA MARTINS FILHO

Bancada 3

OTAVIO FURONI DELAY


ARTHUR RANZE

PRÁTICA 02 – CÉLULAS ELETROQUÍMICAS GALVANICAS E DE


CONCENTRAÇÃO – DETERMINAÇÃO DO PRODUTO DE
SOLUBILIDADE DO AgCl

CURITIBA
Data de realização :28/04/2023
1. INTRODUÇÃO

Uma célula eletroquímica de corrente contínua consiste em dois


condutores elétricos, chamados eletrodos, imersos em uma solução
eletrolítica ou condutor iônico.
A corrente elétrica é o fluxo de partículas carregadas, e geralmente há
dois ou mais tipos de partículas participando da condução da corrente
elétrica, então os íons de ambos os sinais se moverão. Para que a corrente
elétrica flua em uma bateria, os eletrodos devem estar conectados por
condutores metálicos, as soluções eletrolíticas estão em contato umas com
as outras para que os íons possam se mover entre elas e as reações de
transferência de elétrons podem ocorrer em cada um dos eletrodos.
Em resumo, uma célula eletroquímica é um dispositivo projetado para
lidar com reações redox. Consiste em dois eletrodos imersos em uma
solução de diferentes eletrólitos, no caso de uma bateria galvânica, a reação
ocorre espontaneamente e produz energia.
A equação de Nernst possui a capacidade de indicar a voltagem durante
o funcionamento de uma pilha, bem como medir o pH e o Kps de uma
solução, se conhecido seu potencial padrão ela pode ser descrita da
seguinte forma:

ΔE = ΔE° - (0.059 / n) - log Q

As celulas de concentração, podem ser criadas utilizando duas células


do mesmo material, porém com concentrações diferentes. Ao incorporar um
sólido iônico com baixa solubilidade em água, estabelece um equilíbrio entre
os íons dissolvidos e o sólido, com isso, o Kps ou produto de solubilidade,
descreve a “concentração” de íons existente na reação.
2. OBJETIVO

O Objetivo principal do experimento consta em medir os potenciais de


diferentes células e fazer uma comparação com os valores teóricas. Além disso,
há de se determinar o produto de solubilidade (kps) do AgCl provindo de medidas
de condutividade iônica e diferenças de potenciais obtidas nas células
eletroquímicas em estudo.
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte 1 do experimento:

- Água destilada;
- 5 béqueres de 50ml;
- 5 tubos em U contendo ágar-ágar e KNO3 (pontes salinas);
- multímetro;
- Solução de sulfato de cobre a 1,0 e a 0,1 mol.L-1;
- Solução de sulfato de zinco 0,01 mol.L-1;
- Solução de sulfato de níquel 0,001 mol.L-1;
- Solução de nitrato de prata 0,001 mol.L-1;
- 2 eletrodos de cobre, 1 de níquel, 1 de prata e 1 de zinco;
- Palha de aço;
- Papel toalha;

Primeiramente, há de se lixar todos os eletrodos com uma palha de aço, afim


de remover todas as impurezas presentes, em seguida, deverão ser lavados com
água destilada e secados com um papel toalha.
O passo seguinte consiste em preencher 4 copos do tipo Béquer com cada
solução citada a cima. Com as pontes salinas, as soluções e os eletrodos
prontos, há de se montar a pilha. O Fio preto será ligado no ânodo (Oxidação) e
o Fio vermelho no cátodo (Redução).
Parte 2 do Experimento:

− 3 béqueres de 50 mL (para as semicélulas);


− Ponte salina;
− Multímetro;
− Solução de NaCl 1,0 mol.L-1 ;
− Solução de nitrato de prata 1,0 mol.L-1 ;
− Solução de sulfato de zinco 1,0 mol.L-1 ;
− 1 eletrodo de prata e 1 de zinco;
− Multímetro;
− Condutivimetro.

O procedimento consiste em encher um béquer de 50ml, com 25ml de


solução de NaCl 1 mol/L e então adicionar 10 gotas de AgNO3 1 mol/L. Nesse
béquer, coloca-se o eletrodo de prata. Em outro béquer, coloca-se 25ml de
solução de ZnSO4 1 mol/L, onde ficará o eletrodo de Zinco. Com as semicélulas
prontas, adiciona-se a ponte salina conectando as soluções, mede-se a
Diferença de Potencial com o auxílio de um Multímetro, o Fio preto se conectará
no ZnSO4 e o Vermelho na solução de AgCl.

Em seguida, Com o condutivimetro calibrado e limpo mede-se a condutividade


de um béquer com água destilada até obter um valor constante. Pesa-se 0,050g
de AgCl e adiciona ao béquer com água destilada, com um bastão de vidro há
de mexer ao máximo para solubilizar o AgCl. Coloca-se novamente o béquer no
condutivimetro e então medimos a condutividade da solução eletrolítica até obter
um valor constante.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Parte 1 do experimento:

Tabela 1
Pilha ∆Eº(V) ∆E(V) ∆E(V) % Erro
Calculado

Zn │ Zn2+ (0,01 mol.L-1 ) ││ Cu2+ (0,1 mol.L-1 ) │Cu 1,1037 0,995 1,1332 12,20%
(Pilha A)
Zn │ Zn2+ (0,01 mol.L-1 ) ││ Ni2+ (0,001 mol.L-1 ) │Ni 0,5048 0,515 0,4752 8,3%
(Pilha B)
Ni │ Ni2+ (0,001 mol.L-1 ) ││ Cu2+ (0,1 mol.L-1 ) │Cu 0,5989 0,443 0,658 33%
(Pilha C)
Cu │Cu2+ (0,1 mol.L-1 ) ││ Ag2+ (0,001 mol.L-1 ) │Ag 0,457 0,298 0,310 3,9%
(Pilha D)
Cu(s) │Cu2+ (0,1 mol.L-1 ) ││ Cu2+ (1,0 mol.L-1 ) │Cu(s) 0 0,026 0,0295 11,9%
(Pilha E)
- Calculos para a “Pilha A”:

Semireações:

𝑍𝑛(𝑠) → 𝑍𝑛+2(𝑎𝑞) + 2e ∆Eºoxidação = +0,7618 V


𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) + 2e→ 𝐶𝑢(𝑠) ∆Eºredução = + 0,3419 V

Reação Global: 𝑍𝑛(𝑠) + 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) → 𝐶𝑢(𝑠) + 𝑍𝑛+2(𝑎𝑞) ∆Eº = +1,1037 V

Usando a equação de Nernst para encontrar o ∆Ecalculado

∆E = 1,1037 – (0,0591/2). log (0,01/0,1)


∆E = + 1,1332 V

Calculando o Erro %:

Erro = (0,995 – 1,1332)/1,1332


Erro = 12,20%

- Calculos para a “Pilha B”:

Semireações:

𝑍𝑛(𝑠) → 𝑍𝑛+2(𝑎𝑞) + 2e ∆Eºoxidação = +0,7618 V


𝑁𝑖+2(𝑎𝑞) + 2e→ 𝑁𝑖(𝑠) ∆Eºredução = −0,257 V

Reação Global: 𝑍𝑛(aq) + 𝑁𝑖+2(𝑎𝑞) → 𝑍𝑛+2(aq) + 𝑁𝑖(s) ∆Eº = 0,5048 V

Usando a equação de Nernst para encontrar o ∆Ecalculado

∆E = 0,5048 – (0,0591/2). log (0,01/0,001)


∆E = + 0,4752V

Calculando o Erro %:

Erro = (0,515 – 0,4752)/0,4752


Erro = 8,3%
- Calculos para a “Pilha C”:

Semireações:

𝑁𝑖(𝑠) → 𝑁𝑖+2(𝑎𝑞) + 2e ∆Eºoxidação = +0,257 V


𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) + 2e→ 𝐶𝑢(𝑠) ∆Eºredução = + 0,3419 V

Reação Global: 𝑁𝑖(𝑠) + 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) → 𝐶𝑢(𝑠) + 𝑁𝑖+2(𝑎𝑞) ∆Eº = 0,5989 V

Usando a equação de Nernst para encontrar o ∆Ecalculado

∆E = 0,5989 – (0,0591/2). log (0,001/0,1)


∆E = + 0,658V

Calculando o Erro %:

Erro = (0,443 – 0,658)/0,658


Erro = 33%

- Calculos para a “Pilha D”:

Semireações:

𝐶𝑢(𝑠) → 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) + 2e ∆Eºoxidação = - 0,3419 V


𝐴𝑔+(𝑎𝑞) + e→ 𝐴𝑔(𝑠) ∆Eºredução = +0,7996 V

Reação Global: 𝐶𝑢(𝑠) + 2𝐴𝑔+(𝑎𝑞) → 2𝐴𝑔(𝑠) + 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) ∆Eº = 0,4577 V

Usando a equação de Nernst para encontrar o ∆Ecalculado

∆E = 0,5989 – (0,0591/2). log (0,001/0,1)


∆E = + 0,310 V

Calculando o Erro %:

Erro = (0,298 – 0,310)/0,310


Erro = 3,9%
- Calculos para a “Pilha E”:

Semireações

𝐶𝑢(𝑠) → 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) + 2e ∆Eºoxidação = - 0,3419 V


𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) + 2e→ 𝐶𝑢(𝑠) ∆Eºredução = + 0,3419 V

Reação Global: 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) → 𝐶𝑢+2(𝑎𝑞) ∆Eº = 0 V

Usando a equação de Nernst para encontrar o ∆Ecalculado

∆E = 0 – (0,0591/2). log (0,01/12)


∆E = + 0,0295 V

Calculando o Erro %:

Erro = (0,026 – 0,0295)/0,0295


Erro = 11,9%
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Percebe-se que aluns dos valores foram consideravelmente diferentes dos
medidos experimentalmente. Isso se deve a alguns fatores como:
Contaminação das soluções, erros de paralaxe, entre outros.

Parte 2 do experimento:

O potencial medido experimentalmente para essa pilha foi de ∆E = + 1,0067 V


[Ag+] = 2,66.10-10 mol/L

Como a concentração do Cl é igual a concentração da solução (1 mol/L), o Kps é igual


a concentração de Ag+

Kps = 2,66.10-10

Da literatura, o Kps = 1,80.10 -10 mol/L

Calculando o Erro %:

Erro % = (1,8.10-10 - 2,66.10-10)/ 2,66.10-10


Erro % = 32%

Observa-se que o Erro é considerado alto, porém não fora da realidade, uma vez que a
causa pode ser justamente as impurezas nos eletrodos, problemas com calibração no
multímetro, etc.
Determinação do Kps por medidas de condutividade:
5. CONCLUSÃO

Na parte I do experimento foi montado ao todo, cinco pilhas e medimos


suas respectivas diferenças de potencial e comparamos com o valor teórico,
onde as pilhas B e D apresentaram os melhore resultados, com erros baixos e
valores bem aproximados com os experimentais. As pilhas A e E, apresentar
um erro um pouco maior, porém segue na mesma ideologia. Já a Pilha C
expressou resultados fora do Comum, com um erro muito alto, não é um
resultado confiável.
Na parte II do experimento, o objetivo era determinar o Kps por medidas de
potencial de célula. O erro obtido pode ser considerado alto, porém não muito
longe do valor teórico, o principal motivo se deve a erros de medida, recipientes
e até mesmo equipamentos adulterados.
Já na segunda etapa da Parte 2, o objetivo era determinar o Kps por medidas
de condutividade, onde foi obtido um erro menos expressivo, o que comprova a
confiabilidade deste experimento.
No decorrer do experimento, alguns dados apresentaram alguns erros
relativamente altos, mesmo utilizando aparelhos com alta precisão podem ter
ocorrido alguns erros provenientes dos integrantes, má solubilidade, e também
não é descartada a possibilidade de os aparelhos estarem mal calibrados e
comprometidos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINS, P.e JONES, P. Físico-Química: Fundamentos. LTC. 10rd ed., 2018.

CRC HANDBOOK. CRC Handbook of Chemistry and Physics, 85th Edition.


85o ed. CRC Press, 2004.

SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica,


Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.

Você também pode gostar