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QUÍMICA

Eletroquímica II
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ELETROQUÍMICA II

RELEMBRANDO
Na aula anterior, foi abordado o conceito da eletroquímica, que estuda os processos de
transferência de elétrons, nos quais uma reação química pode dar origem à energia elétri-
ca, ou quando esta for utilizada para viabilizar uma reação química.
O processo que gera energia elétrica é chamado de pilha, processo espontâneo.
O processo que usa energia elétrica para alimentar uma reação química é chamado de
eletrólise, processo não espontâneo.
Não é possível medir o potencial absoluto, e sim o relativo, mediante comparação com o
potencial padrão, para aferir se o elemento tem tendência de sofrer oxidação ou redução.
Esse potencial comparativo é denominado de potencial padrão de redução.
Na presente aula, será estudada a perspectiva da reação espontânea, a pilha.

Conforme comentado na aula de eletroquímica I, o processo conhecido como pilha é um


processo espontâneo (gera eletricidade). Nesse processo, como em qualquer processo ele-
troquímico, ocorre a transferência de elétrons de quem oxida para quem reduz.
Para reconhecer a espontaneidade do processo basta visualizar o potencial padrão de
redução (para aquele que oxida, o potencial padrão de redução é menor, para o elemento
que reduz, o potencial padrão de redução é maior). Quanto maior o potencial de redução,
maior a “capacidade” de receber elétrons.

O PULO DO GATO
O termo “potencial padrão de redução” significa a capacidade que o material tem de redu-
zir, ganhar elétrons, logo, o outro elemento possui capacidade baixa de ganhar elétrons, irá
perdê-los. Essa é a transferência, relação de ganho e perda.

Seguindo nesse sentido, vamos retomar à seguinte ideia:


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Zn(s) → Zn²+(aq) + 2 e¯ Eº = – 0,76 V (potencial padrão do zinco) – tendência de oxidação
Cu²+(aq) + 2 e¯ → Cu(s) Eº = + 0,34 V (potencial padrão do cobre) – tendência de redução
Zn(s) + Cu²+(aq) → Zn²+(aq) + Cu(s)
ANOTAÇÕES

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O processo de oxidação pode ser representado ao se colocar os elétrons após a seta. O


processo de redução pode ser representado ao se colocar os elétrons antes da seta.
A química geral é a base da físico-química. Na química geral há uma aula de “número
de oxidação”, na qual foi ensinada uma das regras de reconhecimento do número de oxida-
ção: o Zinco e os metais alcalinos terrosos, quando formam substâncias compostas, pos-
suem Nox +2.
Nesse processo, visualiza-se que o zinco perde elétrons e o cobre recebe elétrons. Se
for possível transferir os elétrons do zinco para o cobre, através de um fio elétrico, ter-se-á
construído uma pilha.
Verifica-se então que o processo acima descrito é espontâneo, pois o elemento que deve
oxidar, efetivamente oxida, e o que deve reduzir, reduz. No caso, seria um processo não
espontâneo (eletrólise) se fosse o contrário: quando o elemento que deve reduzir, oxidar, e o
elemento que deve oxidar, reduzir = zinco reduzindo e cobre oxidando.
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Os meios utilizados para realização de processos eletroquímicos são os condutores
metálicos e soluções eletrolíticas.
A célula eletroquímica (pilha) será formada por duas regiões, chamadas de meias célu-
las, separadas por uma membrana porosa.
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Essa construção é chamada de “pilha de Daniell” ou pilha úmida, pois utiliza uma solução
aquosa. Daniell foi o cientista que desvendou a pilha, com um aparato semelhante a esse.
O funcionamento dessa pilha é semelhante a qualquer outra pilha.
Algumas pilhas não fazem uso de solução aquosa (pilha seca), mas o funcionamento
dessas pilhas é semelhante a esse, a diferença é a ausência da solução aquosa.
É uma placa de cobre mergulhada numa solução de sulfato de cobre, e uma placa de
zinco mergulhada numa solução de sulfato de zinco. As placas metálicas estão conectadas
por um fio elétrico (condutor de eletricidade): o Zinco sofre oxidação (perde elétrons) e o
Cobre sofre redução (ganha elétrons). O fluxo de elétrons sai da placa de zinco, e chega na
placa de cobre.
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O potencial do zinco é menor que o potencial do cobre, sendo indicado pelo sinal nega-
tivo. O maior, é indicado pelo sinal positivo.
A região onde ocorre oxidação é chamada de Anodo.
A região onde ocorre redução é chamada de Catodo.
A placa de zinco sofre oxidação, será corroída, sofrendo desgaste. O zinco vai parar na
solução. Então, a solução aumenta a concentração.
A placa de cobre sofre redução, haverá um acréscimo na placa, o cobre que está na solu-
ção é que vai grudar na placa. A placa ficará com massa maior. A concentração de cobre na
solução diminui. Para haver equilíbrio dos íons em solução, haverá um fluxo dos íons pela
membrana porosa.

Em cada meia-célula ocorrerá um dos processos envolvidos na transferência de elé-


trons. Na meia-célula de zinco o metal terá uma “tendência” espontânea para perder elétrons
(Zn(s) → Zn²+(aq) + 2 e¯), devido ao seu baixo potencial. Na meia-célula de cobre os íons (da
solução) do metal terão uma “tendência” espontânea de ganhar elétrons (Cu²+(aq) + 2 e¯ →
Cu(s)), devido ao seu alto potencial.
Consequentemente, se se fechar o interruptor, haverá o seguinte:
Na meia-célula do zinco ocorre:
• a chama de zinco (Zn⁰(s)) vai se desgastando com o tempo (o zinco da placa passa
para a solução);
• a solução vai se enriquecendo de Zn²+(aq);
• os elétrons se acumulam na própria chapa de zinco, tornando-a negativa (eletrodo
negativo ou anodo).
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• ocorrerá um excesso de elétrons.

Na meia-célula do cobre ocorre:


• a solução vai se empobrecer de Cu+²(aq);
• os elétrons são retirados da chapa de cobre, tornando-a positiva (eletrodo positivo
ou catodo);
• o Cu⁰ formado adere (deposita) sobre a própria chapa de cobre, aumentando a
sua massa.
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Frase para lembrar de tópicos de pilha: DONA PORCA:
Doa (elétrons)
Oxida
Negativo
Anodo

Positivo (polo positivo)


Redução
Catodo
Aumenta (a massa da placa aumenta)

Essa dica deve ser usada com parcimônia, pois todo o processo da pilha deve ser anali-
sado. Nessa dica não consta ponte salina, potenciais, semirreações etc., essa dica é apenas
um referencial.

Ponte Salina:
A ponte salina é um aparato usado para equilibrar os íons em solução, para que a pilha
tenha uma vida útil maior. Além disso, a ponte salina serve para fechar o circuito elétrico, pois
sem a ponte salina a pilha não funciona.

Potencial:
O potencial DDP (diferença de potencial) será calculado pelo potencial de quem sobra/
ganha elétron e de quem perde elétron.
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Pelo fio passará uma corrente elétrica, isto é, um “fluxo” de elétrons, que sai da chapa de
zinco, e vai para a chapa de cobre.

O zinco sofre corrosão e o cobre sofre acréscimo.


A ponte salina conecta as duas soluções para equilibrar os íons em solução e aumentar
o tempo de vida útil da pilha.
Na solução onde ocorre a oxidação começa a haver um excesso de íons positivos (Zn²+).
Na solução onde ocorre a redução começa a haver uma diminuição dos íons positivos,
consequentemente os íons negativos ficam em maior quantidade.
Dessa forma, ocorre um desequilíbrio entre os íons em solução. Para corrigir esse dese-
quilíbrio, é usada a ponte salina ou a porcelana porosa. Assim o tempo de vida útil da pilha
fica mais prolongado.
É importante ressaltar que a pilha é um aparato elétrico. A corrente elétrica não pode
circular se o circuito tiver aberto. Isso também se aplica à pilha, sendo assim, pelas chapas
metálicas transitam os elétrons.
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Já pela solução transitam os íons (corrente iônica).
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Oxidação: onde saem os elétrons.


Redução: aonde chegam os elétrons.
Cu+2/ZN // Zn+2/CU (as duas barras, localizadas no meio da equação corresponde à
ponte salina).

Em princípio, esta reação deveria ir se processando, isto é, a pilha iria funcionando, até
acabar um dos reagentes. Entretanto, com o passar do tempo, nota-se que a voltagem da
pilha vai diminuindo, o que indica que há reversibilidade da reação. Isso se deve à diminuição
da concentração de cobre.
Zn + CuSO4 ⇌ ZnSO4 + Cu
Ou
Zn + Cu+² ⇌ Zn+² + Cu

Isso se deve à seguinte sequência de acontecimentos:


Na reação direta, a concentração de CuSO4 é máxima no início. Com o passar do tempo,
a concentração do CuSO4 diminui e a velocidade da reação diminui.
Na reação inversa o cobre em solução é um sistema que também pode ceder elétrons,
dessa forma, força a ocorrência da reação inversa.
Quando as reações direta e inversa se compensarem, os elétrons não fluirão para nenhum
lado e a voltagem da pilha fica igual a ZERO.
A ponte salina tem por função o aumento do tempo útil da pilha.
Para se calcular a voltagem da pilha, usa-se a ideia da diferença dos potenciais (ddp),
também conhecida como força eletromotriz (fem).
A ddp (ΔE⁰) de uma pilha, em condições-padrão, é a diferença entre o E⁰ do oxidante
(catodo) e o E⁰ do redutor (anodo).
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Potencial de quem reduz menos o potencial de quem oxida. Oxidante é agente oxidante
– sofre redução, redutor é agente redutor – sofre oxidação.
ΔE⁰ = E⁰oxidante – E⁰redutor.

Para o caso da pilha de Daniell, pode-se realizar o seguinte cálculo:


Zn(s) → Zn²+(aq) + 2 e¯ Eº = – 0,76 V
Cu²+(aq) + 2 e¯ → Cu(s) Eº = + 0,34 V
Zn(s) + Cu²+(aq) → Zn²+(aq) + Cu(s)

ΔE⁰ = E⁰oxidante – E⁰redutor


ΔE⁰ = + 0,34 – (– 0,76)
ΔE⁰ = + 0,34 + 0,76
ΔE⁰ = +1,10 V
Diferença de potencial será calculada pelo potencial maior menos o potencial menor.

DIRETO DO CONCURSO
1. (AOCP/CONCURSO PROFESSOR DE EBTT/RJ) Analisando o processoeletroquímico
representado a seguir, assinale a alternativa que apresenta corretamente a reação glo-
bal desta experiência.

a. Zn + Cu+2 → Cu + Zn+2.
b. Zn+2 + Cu → Cu+2 + Zn.
c. Zn+2 + Cu+2 → Cu + Zn.
d. Zn + Cu → Cu+2 + Zn+2.
e. Zn + Cu → Cu + Zn.

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COMENTÁRIO
A questão não forneceu os potenciais, mas, pela figura, verifica-se que a placa de zinco
está perdendo íons zinco para a solução; o cobre da solução está grudando na placa. A
placa que passa íons para a solução sofre oxidação, a solução na qual os íons estão gru-
dando na placa – redução. Zinco – oxida. Cobre – reduz.
Zinco – oxida: Nox aumenta +2.
Cobre – reduz: Nox diminui 0.
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2. (Concurso Téc. Biocorrosão/MCIT – Banca IDECAN) Em relação as reações de oxida-


ção-redução que ocorrem nos processos de corrosão eletroquímica, e INCORRETO
afirmar que
a. o número de elétrons perdidos pelo redutor é igual ao número de elétrons ganhos
pelo oxidante.
b. o desprendimento gasoso, observado quando um metal e imerso em solução de
ácido clorídrico, refere-se a formação de hidrogênio gasoso pela reação de redução
do íon H+.
c. a reação Fe + 2 H+ → Fe2+ + H2 representa a reação de oxidação do ferro por ácidos
não oxidantes.
d. na reação de oxidação-redução do ferro, sob ação de oxigênio e Água, ocorre produ-
ção de óxidos deste metal.
e. na corrosão do ferro por ácido sulfúrico diluído há formação de sulfato de ferro.

COMENTÁRIO
O número de elétrons perdidos pelo redutor (agente redutor – sofre oxidação) é igual ao
número de elétrons ganhos pelo oxidante (agente oxidante – sofre redução) – é uma trans-
ferência, um perde 2 elétrons, outro ganha 2 elétrons.
O desprendimento gasoso, observado quando um metal e imerso em solução de ácido
clorídrico, refere-se à formação de hidrogênio gasoso pela reação de redução do íon H+:
H+ + 2 elétrons – ½ H2.
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A reação Fe + 2 H+ → Fe2+ + H2 representa a reação de oxidação do ferro por ácidos não


oxidantes: Nox aumentou, ocorreu oxidação.
Na reação de oxidação-redução do ferro, sob ação de oxigênio e Água, ocorre produção de
óxidos deste metal: além de óxido também são formadas bases (hidróxidos).
Na corrosão do ferro por ácido sulfúrico diluído há formação de sulfato de ferro: Fe+H2SO4
– FeSO4+H2 FeSO4: sulfato de ferro.

GABARITO
1. a
2. d

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Eduardo Ulisses.
ANOTAÇÕES

�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo


ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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