Eletroquímica

(Parte 3)
Físico-Química
Professor: Eduardo Ulisses
 Eletroquímica
Estudaremos agora o processo inverso do que ocorre na pilha, isto é, uma
corrente elétrica provocando uma reação de oxi-redução.

O processo de oxi-redução que é provocada pela corrente elétrica é conhecida

como eletrólise.

Vejamos um exemplo de uma reação química:

Na(s) + ½ Cl2(g) → NaCl(s)

Essa reação é espontânea, pois permite ao sódio e ao cloro atingirem uma

configuração estável.
 Eletroquímica
Como na pilha, podemos interpretar esse fenômeno ocorrendo em duas semi-
reações.

O sódio perdendo elétrons: Na → Na⁺ + e⁻

O cloro ganhando elétrons: Cl + e⁻ → Cl⁻
 Eletroquímica
Sabemos que essa reação é espontânea pelos seguintes aspectos Físico-Químicos.

Variação negativa da entalpia: ∆H = – 98,2 Kcal/mol

Variação negativa da energia livre: ∆G = – 92,2 kcal/mol
Uma ddp positiva: ∆Eº = 4,07 volts

Evidentemente que a reação não será espontânea

X
+ -
Na Cl
 Eletroquímica
A reação onde o cloro doa elétrons para o sódio só irá ocorrer com gasto de
energia.

Dessa forma, é necessário uma “força” externa para que o processo ocorra. Essa
“força” externa é fornecida por um gerador elétrico.

É importante notar que o gerador elétrico não pode criar nem destruir elétrons;
ele apenas “injeta” elétrons no circuito.

Para que isso aconteça é necessário que a corrente elétrica se contínua.

 Eletroquímica
É necessário que no local onde irá ocorrer a eletrólise existam eletrólitos, para
que ocorra a passagem da corrente elétrica.

Existindo eletrólitos, cada um de seus íons migrará para o eletrodo de sinal

contrário ocorrendo a perda ou ganho de elétrons.
 Eletroquímica
Os eletrólitos podem ser gerados de duas formas diferentes: pela fusão de
compostos iônicos ou pela dissolução de compostos que gerem íons.

Dessa forma, a eletrólise pode ser realizada de duas formas: A eletrólise ígnea e a
eletrólise aquosa.

Na eletrólise ígnea o material se encontra fundido, já na eletrólise aquosa o

material se encontra dissolvido em um solvente ionizante.

Vale ressaltar que na eletrólise a ddp será menor que zero.

 Eletroquímica
Eletrólise ígnea:

Através de um exemplo simples podemos entender o que ocorre no processo de

eletrólise.
 Eletroquímica
Eletrólise aquosa:

Com a eletrólise aquosa, o fenômeno utilizando NaCl será totalmente diferente,

pois a água em solução se encontra ionizada.

Apesar da ionização da água ser fraca, ocorrerá uma “competição” entre os íons
positivos e negativos.
 Eletroquímica
A escala de “prioridade” de descarga dos íons está relacionada com diversos
fatores, mas alguns já conhecemos.

Para os íons de carga positiva (cátions) devemos avaliar a tabela dos potenciais de
eletrodo, afinal, essas espécies sofrerão redução.

Para os íons de carga negativa (ânions) devemos avaliar se o ânion é ou não

oxigenado, visto que, o oxigênio não possui tendência de perder elétrons.

Logo, a eletrólise aquosa é mais difícil de ser analisada.

 Eletroquímica
Veja a seguir a tabela de descarga dos íons:
 Eletroquímica
Para a eletrólise aquosa do NaCl temos:
 Eletroquímica
Para o estudo da eletrólise se faz necessário uma abordagem quantitativa do
processo.

Essa abordagem é um estudo quantitativo da eletrólise. Ele se baseia

fundamentalmente em duas leis evidenciadas por Faraday.

1ª LEI: A massa (m) de uma substância eletrolisada é diretamente proporcional a

quantidade de eletricidade (Q) que atravessa a solução.

2ª LEI: A mesma quantidade de eletricidade irá eletrolisar massas (m) de

substâncias diferentes.
 Eletroquímica
Utilizando as ideias das duas leis citadas anteriormente temos:

1ª Lei: m = K1 x Q
2ª Lei: m = K2 x E

Unindo as duas leis, temos:

m=KxExQ

m = K x E x it
 Eletroquímica
Constata-se que, passando por uma célula eletrolítica uma quantidade de
eletricidade (Q) igual a 96.500C a massa eletrolisada é igual a E.

Logo, temos:
m=E
Deste modo a fórmula m =K x E x Q ficará

E = K x E x 96.500

1
K=
96500
 Eletroquímica
Utilizando o valor numérico de K, reescrevemos a equação da seguinte forma:

1
m= ExQ
96500

1
m= E x it
96500

A quantidade de eletricidade igual a 96.500 C é denominada constante de

FARADAY.
 Concurso Químico/IFBA (AOCP)
A eletrólise se constitui em um processo químico não espontâneo. Ela é muito utilizada
na indústria, pois com sua aplicação pode-se obter diversas substâncias muito úteis
para a utilização no cotidiano, entre elas pode-se citar o alumínio, o cloro, hidróxido de
sódio, magnésio e peróxido de hidrogênio. Além disso, a eletrólise pode ser usada para
proteger vários metais. A respeito da eletrólise, assinale a alternativa correta.
(A) Na eletrólise de uma solução aquosa de NaCl, a solução permanece neutra devido à
formação de H2 e Cl2.
(B) Na eletrólise ígnea do BaCl2, pode-se obter o Cl2 no ânodo.
(C) Quando água contendo o indicador fenolftaleína e Na2SO4, apenas para tornar o
meio condutor, é eletrolisada com eletrodos inertes, pode-se observar o
desprendimento de gás em ambos os eletrodos e o aparecimento de coloração
“vermelha” no eletrodo positivo.
(D) Na eletrólise ígnea de sulfato de alumínio pela passagem de uma corrente elétrica
de 4 amperes durante uma hora, são obtidos 2,15 gramas de Alumínio. [Dados: Al = 27
g mol-1; 1 mol elétrons = 9,648x104 C).
(E) Nas eletrólises de soluções salinas, os cátions metálicos sofrem oxidação.