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ATAQUE PARA METALOGRAFÍA

A Metalografia é um ramo da metalurgia que atua no controle de qualidade


estrutural dos metais, das ligas e materiais, como a sua composição, propriedade,
estrutura e aplicação.
A análise metalográfica pode ser macrográfica (inspeção a olho nu ou com auxílio
de lupas) ou micrográfica (utilizando microscópios eletrônicos). Dois dos
procedimentos para se obter a análise são o Ataque Químico e o Ataque
Eletroquímico, que tem como objetivo permitir a identificação dos contornos de
grãos e as diferentes fases da microestrutura.
O ataque químico depende do processo de oxidação e/ou redução que ocorre na
superfície do corpo de prova. Os reagentes químicos para a revelação da estrutura
de um metal ou liga metálica podem ser soluções simples ou misturas complexas
orgânicas e inorgânicas. Os reagentes são geralmente soluções aquosas ou
alcoólicas de ácidos, bases e sais, bem como sais fundidos e vapores. Geralmente
os reagentes para revelação das estruturas metálicas na metalografia são diluídos
em solução alcoólica.
O contraste varia em função da composição química, temperatura e tempo. Pode
ser dividido em:

● Macroataque: evidencia a macroestrutura, o qual pode ser observado a olho


nu ou através de uma lupa de baixo aumento.

● Microataque: evidencia a estrutura íntima do material em estudo, podendo


esta ser observada através de um microscópio metalográfico. Após o ataque
químico a amostra deve ser rigorosamente limpa, para remover os resíduos
do processo, através da lavagem em água destilada, álcool ou acetona, e
posteriormente seca através de jato de ar quente.

Há algumas precauções que são importantes e devem ser tomadas quanto à


qualidade da superfície preparada para o ataque:

● Superfície totalmente plana da borda até o centro;


● Superfície isenta de riscos, manchas ou demais imperfeições;
● Superfície polida absolutamente limpa.
Tabela 1 - Tipos e procedimentos de ataques químicos.

No ataque eletroquímico ocorrem durante o procedimento na superfície metálica


reações de:
● Redução (catódicas/iônicas): amostra é submetida à ação de bons
energizados, geralmente de gases de argônio ou néon, os quais amotinam o
material seletivamente, analogamente ao ataque químico. O ataque catódico
é processado aplicando-se na amostra, que atua como cátodo, um d.d.p de 1
– 10 KV por um período de tempo que varia de 1 a 30 minutos.

● Reações de oxidação (anódicas/ eletrolíticas): ataque seletivo para certos


tipos de fases do corpo de prova, colocado como ânodo em um determinado
eletrólito. É com frequência efetuada imediatamente após o polimento
eletrolítico.

Todos os metais contendo a solução eletrolítica tendem a se ionizar desprendendo


elétrons. A extensão de reação pode ser avaliada medindo-se o potencial
eletroquímico. Isto é realizado pela comparação do potencial do metal com o
potencial do eletrodo de referência. Logo, microestruturas com diferentes potenciais
eletroquímicos são atacadas com taxas (velocidades) diferentes, produzindo ataque
diferente, que resulta em contraste microestrutural.
O ataque eletroquímico pode ser considerado como uma corrosão forçada. A
diferença de potencial dos diversos elementos da microestrutura origina miniaturas
de células galvânicas constituídas de regiões anódicas e catódicas. Estas células se
originam não somente devido à diferença na composição das fases, mas também
devido às irregularidades na estrutura cristalina, por exemplo contornos de grão.

TABELA – ATAQUES POR MATERIAIS


Método de Ataque Materiais Indicados Microestruturas Reveladas
Imersão Aços Carbono em geral
Imersão Aços Carbono em geral tratados
termicamente
Eletrolítico- 200/400 mA. Aços Inox Austeníticos
Imersão Aços Ferramenta
Imersão Ligas Fe Ni Revelar a existência de
Martensita induzida por
deformação
Esfregar Aços com alto Si: Ataca fases
de P
Imersão ou Esfregar Aços Inox Austeníticos End.
Precipitação (AISI 660)
Imersão ou Esfregar Aços Inox, Aços Ferramenta Identifica as fases Delta e Sigma.
Revela Carbonetos em CG
Austenítico
Imersão Aços Ferramenta e Aços alto Si
Eletrolítico- 200/400 mA. Aços Inox Austenítico e Aços
Maraging
Eletrolítico- 200/400 mA. Aços Inox Austeníticos End.
Precipitação (AISI 660)
Eletrolítico- 200/400 mA. Aços Inox Austeníticos End.
Precipitação (AISI 660)
Esfregar Aços Inox Austeníticos End.
Precipitação (AISI 660)
Imersão ou Esfregar Aços Inox Austeníticos End.
Precipitação (AISI 660)
Aços AISI 400
Esfregar Ligas a base de Ti
Eletrolítico 5 to 7 Amp Ligas a base de Ti
Esfregar Aços Inox Austeníticos, End.
Precipitação, Inox Martensíticos
e Ligas alto Ni
Esfregar Aços Inox Ligados, Ligas
Ni-Cr-Co-Mo
Esfregar Aços Inox Ferríticos, End.
Precipitação e Martensítico
Imersão,Temperatura Aços Inox, Soldas Carbetos em Contorno de Grão.
ambiente, ou entre 80-100ºC Em 80-100C revela fase sigma e
delta após 30s.
Eletrolítico, 3V Aços Inox, Soldas Revela a ferrita delta (azulado) e
sigma (laranja/marron)
Imersão a frio ou morno Aços carbono temperados Revela tamanho de grão
~60-70ºC (levemente revenidos) austenítico.
Preparação da Solução à
60ºC 3min à 35min.
REFERÊNCIAS

http://www.repositoriobib.ufc.br/000020/0000208e.pdf

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4313798/mod_resource/content/1/APOSTIL
A_METALOGRAFIA.pdf

http://pavanati.com.br/doc/Apostila%20Ana%20Maliska%20-%20Preparacao%20Mic
roestrutural.pdf

http://www.testmat.com.br/blog/2013/05/30/laboratorio-metalografia-testmat-reagent
e/

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