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ELETROQUÍMICA
Objetivos: Aplicar conceitos conhecidos de eletroquímica, como a eletrólise, a corrosão do ferro e a proteção
catódica.
1. Introdução
1.1 Corrosão
A corrosão do aço, por si só, ocasiona anualmente enormes prejuízos financeiros para todos os países.
Quais os fatores responsáveis por essa perda? O que se pode fazer para reduzi-la? Corrosão é um termo
genérico aplicado aos processos pelos quais os metais não combinados são transformados em óxidos ou outros
compostos. Isto provoca a deterioração gradativa dos metais. Embora a química da corrosão do ferro não esteja
ainda completamente esclarecida, é certo que envolve uma oxidação por meio de algum agente oxidante. Nesta
experiência, um dos objetivos é investigar alguns fatores envolvidos na corrosão, tentando correlacioná-los
por meio de algumas generalizações.
Numa segunda etapa dos experimentos de eletrólise, faremos a eletrólise aquosa do iodeto de potássio
(KI). O íon iodeto (I-) é o mais reativo dos halogenetos e se oxida facilmente a iodo molecular (I2). A molécula
de iodo é pouco solúvel em água por ser apolar, porém é muito solúvel em solventes não polares tais como o
clorofórmio, benzeno, hexano e em álcoois de cadeia curta originando uma solução violeta. Na presença de
soluções aquosas que já contenham íons iodeto, o iodo molecular se torna solúvel e um solução marrom escura
se forma devido à formação de espécies I3- (aq) (íons triiodeto) de acordo com o equilíbrio descrito abaixo.
Um teste muito sensível e comum para detectar a presença de iodo livre em solução é a formação de
um complexo com moléculas de amido (Figura 2). Quando este halogênio se aloja dentro de uma espiral
formada pela amilose (cadeia polimérica de açúcares), um processo eletrônico de transferência de carga
ocorre, gerando uma coloração escura intensa.
Figura 2. Formação da cadeia polimérica de amido (esquerda). Estrutura proposta para o complexo de
coloração azul-escuro amido-iodo (direita).
Industrialmente, uma maneira economicamente viável de se obter halogênios em sua forma elementar
do tipo X2 (onde X pode ser F, Cl, Br ou I) é através da eletrólise ígnea de seus respectivos sais fundidos. Para
o caso da eletrólise ígnea do NaCl(l) as seguintes semirreações de oxidação e redução, e reação global são
observadas:
No caso típico de eletrólise da água, a oxidação, que tem seu lugar no ânodo (+), produz oxigênio
gasoso (O2) enquanto a redução, no cátodo (-), produz hidrogênio gasoso (H2). As reações abaixo resumem
este processo:
Entretanto, ao efetuarmos uma eletrólise sobre uma solução salina (NaCl em água, por exemplo), as
reações químicas que podem ocorrer no cátodo e no ânodo podem levar à oxidação ou redução da própria
água bem como dos íons geramos pelo sal dissolvido, se estes íons forem mais facilmente oxidados ou
reduzidos do que a própria água. Nesta prática iremos eletrolisar uma solução aquosa de iodeto de potássio e
identificar os produtos que se formam em cada um dos eletrodos. Considerando a existência das espécies I-
(aq), K+(aq) e H2O(l) e, com base nos potenciais redox padrão (Eo) destas espécies, poderá se fazer uma predição
de qual espécie irá se formar em cada eletrodo.
2. Pré-laboratório
3. Materiais
Dois eletrodos de cobre amperímetro 0-250 mA fonte de corrente contínua resistência variável
1 par de eletrodos de 2 pipetas graduadas de 5 Placa de aquecimento
2 voltímetros
grafite ou platina ou 10 mL c/ agitação
béquer de 100 mL 2 tubos de ensaio 1 tubo em “U”, Ø ~15 mm Placas de Petri
Pregos Alicate Fita de magnésio Fio de cobre
solução de ácido nítrico
solução de sulfato de
palha de aço diluído e etanol (para KI 5% em água
cobre contendo uréia
limpeza do eletrodo)
Amido 3% em água Ferricianeto de potássio
Fenolftaleína NaCl
(suspensão) (K3Fe(CN)6)
Ágar-ágar
4. Procedimento Experimental
- Cobrir o prego com uma nova camada da dispersão (ainda aquecida) de ágar. Após a gelificação, tampar
a placa de Petri e observar, após duas horas ou mais.
Eletrodo A Eletrodo B
Corrente Tempo Carga
Massa Massa Massa Massa
(mA) (min) (C) ∆m (g) ∆m (g)
inicial (g) final (g) inicial (g) final (g)
40 20
60 20
80 15
1) O que você observou em relação as reações na cabeça, na ponta e na região encurvada em comparação com
o resto do prego? Explique isto em função do tratamento mecânico do prego durante sua manufatura.
2) O íon ferroso reage com ferricianeto de potássio formando um precipitado colorido. Escreva a equação da
reação.
3) Que cor indica a localização de uma reação de oxidação? Onde se deu a redução? Explique a formação de
cada coloração.
4) Escreva as equações de oxidação e redução para cada um dos casos em que observou uma reação.
5) Consulte a tabela de potenciais padrão e sugira outro metal que se oxide mais facilmente do que o ferro,
protegendo-o da corrosão.
6) De que maneira uma camada de magnésio sobre o ferro o protege da corrosão?
7) Em cada caso, que regiões do eletrodo sofreram corrosão e por quê?
8) Que regiões do eletrodo atuaram como zona anódica e catódica e por quê?
10) Para cada experimento realizado em 4.2, com base na variação de massa dos eletrodos, calcule o número
de mols de Cu depositados num dos eletrodos e o número de mols de Cu dissolvido no outro. A massa molar
do Cu é 63,55 g/mol. Escreva as semirreações que ocorrem em cada um dos eletrodos e identifique qual é o
cátodo e qual é o ânodo. Calcule o número de mols de elétrons transferido em cada um dos experimentos.
11) Para a etapa 4.2, calcule a carga correspondente à deposição (ou dissolução) de 1 mol de Cu em cada um
dos experimentos. Calcule a carga correspondente à transferência de 1 mol de elétrons em cada um dos
experimentos.
12) Para a etapa 4.2, obtenha um valor médio estimado da constante de Faraday (F) a partir de seus dados
experimentais. Calcule o erro experimental, considerando o valor tabelado da constante de Faraday (F =
96.485,3 C/mol).
13) Para a etapa 4.3, com base na tabela de semirreações de oxidação e redução fornecida em anexo, escreva
todas as possibilidades de reatividade para o cátodo e ânodo.
14) Para a etapa 4.3, no cátodo houve desprendimento de um gás e a adição de fenolftaleína na solução
eletrolisada neste eletrodo resultou em uma coloração ________________________________, caracterizando
um pH ___________________________. Desta forma, neste eletrodo deve ter ocorrido a semirreação de
_______________________________ e o gás desprendido é, provavelmente, o
____________________________________.
No ânodo surgiu uma coloração castanha que na presença de algumas gotas da suspensão de amido
resultou em uma coloração ________________________________, caracterizando a presença de
_______________________________. Logo, neste eletrodo deve ter ocorrido a semirreação de
_________________________________. À solução eletrolisada foi acrescentado gotas de cloreto férrico e a
alteração percebida foi _________________________________ devido a formação do
_____________________________________.
15) A reação química global de uma cela eletrolítica é chamada reação da cela a qual é resultante da soma das
reações ocorridas no cátodo e no ânodo. O número de elétrons recebidos por uma espécie deve ser idêntico a
número de elétrons doados pela outra. Com base nisso escreva as semirreações de oxidação e redução
ocorridas bem como a reação global devidamente balanceadas para o processo observado na etapa 4.3.