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Desenvolvimento
Econômico
• Esses autores procuraram determinar as origens das crises capitalistas, que afetam a acumulação de
capital , o nível de emprego e o crescimento econômico.
• Na busca dessas respostas evidenciam-se as abordagens de diferentes autores para enfrentar as crises
e relançar a economia em um processo de crescimento autossustentado, tanto para superar o atraso,
como para promover maior nível de desenvolvimento econômico.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• Segundo os mercantilistas as riquezas das nações depende do afluxo externo de metais preciosos.
Essa ideia levou à expansão do comércio internacional, provocando maior crescimento econômico
das nações envolvidas.
• Procuravam maximizar o saldo da balança comercial pela expansão das exportações e compressão das
importações. Essa política, que levava ao protecionismo da atividade econômica interna contra
similares importados, no longo prazo tornava-se prejudicial ao desenvolvimento.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• No caso da França, por exemplo, além da insuficiência de recursos naturais, o protecionismo herdado do
mercantilismo teria sido responsável pela industrialização tardia desse país em relação à Inglaterra. No
longo prazo essa política dificultou a difusão tecnológica e a adoção de processos de produção redutores de
custos.
• A proteção agrícola contribui para manter elevados os preços internos de alimentos e matérias-primas,
aumentando o custo de vida e, portanto os salários de mercado.
• Os custos das empresas cresciam com os excessivos direitos alfandegários sobre o carvão coque e demais
matérias-primas industriais. Esses direitos proibitivos sobre o carvão e os produtos da indústria dos metais
estabelecidos pela Restauração em 1816 frearam o desenvolvimento da produção de ferro a partir do coque.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• As indústrias mecânicas e todas as outras que utilizavam o carvão, ferro e aço teriam tido interesse
em comprar suas matérias-primas aos preços mundiais. Teriam obtido assim, custos de produção e
preços menos elevados e teriam podido exportar mais facilmente (Niveau, 1969).
• No Mercantilismo tudo era feito para maximizar a acumulação de ouro e prata, metais considerados
superiores ao ferro e ao aço, uma vez que “suprem as necessidades de todos os homens”
(Montchrétien, apud Hugon, 1988).
• Assim, o Estado deveria colocar essa política em marcha, mesmo em detrimento de países aliados e
de suas colônias. Essa concepção levou à intensa intervenção estatal na economia e ao protecionismo
da indústria em formação, em detrimento das atividades agropecuárias.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• Na França, cujos principais expoentes foram Montchrétien, Cantillon e Colbert, o sistema
mercantilista adquiriu a forma industrialista. Procurava-se incentivar a indústria como forma de se
obter uma balança comercial superavitária.
• Nesse sentido, o estado concedia o monopólio a alguns indivíduos para a produção de determinados
bens, fixava a taxa de juros e estabelecia salários máximos, a fim de manter a competitividade das
exportações. Normas governamentais limitavam o consumo interno de bens de luxo exportados, tais
como tapeçarias, cristais, louças, tecidos finos e couros manufaturados.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• Colbert (1619-1683) procurou conquistar os mercados externos pelo aprimoramento da qualidade dos
produtos franceses (Hugon, 1988). Aos poucos a ênfase em relação à moeda foi passando para a
esfera da produção, com as grandes nações fazendo de tudo para aumentar o seu poder comercial.
• Nesse sentido, cada metrópole estabeleceu um pacto colonial com suas colônias. Mediante esse pacto,
todo o comércio externo das colônias efetuava-se apenas com a metrópole, que fixava os preços e as
quantidades de produtos comercializados.
• Os preços das manufaturas importadas pelas colônias deveriam ser os mais elevados possível,
enquanto eram fixados em níveis extremamente baixos os preços das matérias-primas e alimentos
adquiridos pela metrópole.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• Da mesma forma, somente os navios metropolitanos transportavam os bens comercializados entre as
colônias e a metrópole respectiva (Hugon, 1988). Essa política promoveu uma Revolução Comercial
na Europa e consolidou as economias nacionais dos grandes países europeus, mas estabeleceu as
raízes do subdesenvolvimento contemporâneo.
• Contudo, o sistema mercantilista tinha sua coerência interna. De um lado, a preocupação em expandir
as exportações contribuía para desafogar os estoques de mercadoria e elevar o nível de renda e de
emprego; de outro lado, o afluxo da moeda ajudava a reduzir a taxa de juros e, com isso, estimulava o
nível de investimento e o crescimento econômico.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• O pensamento mercantilista considerava que “uma taxa de juros indevidamente alta era o maior
obstáculo ao desenvolvimento da riqueza; e os mercantilistas haviam também compreendido que a
taxa de juros dependia da preferência pela liquidez e da quantidade de moeda” (Keynes, 1990).
• Entre os mercantilistas ingleses, destacaram-se Thomas Mun e John Law. Thomas Mun (1571-1641)
deu um passo além da concepção mercantilista de então, ao afirmar que o fundamental do
enriquecimento de um país está no comércio exterior, por desenvolver a atividade econômica interna,
e não na simples acumulação de reservas.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Mercantilistas
• John Law (1671-1729) acreditava que a escassez de metais preciosos poderia ser sanada com a
emissão de papel-moeda sem o lastro correspondente. Fundou o Banco Royale, na França, em 1716,
desencadeando um processo inflacionário, uma vez que não houve o aumento simultâneo da
produção.
• Segundo Hugon (1988), esse fato foi o responsável pela rejeição do crédito durante o século 18, o que
prejudicou o desenvolvimento dos bancos e da própria atividade produtiva.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
• Os fisiocratas, conhecidos como “Os Economistas”, combatiam a doutrina mercantilista ao propor
uma conduta liberal por parte do Estado e ao transferir a atenção da análise da órbita do comércio
para a produção.
• Segundo eles, a indústria e o comércio apenas transformam e transportam valores; o produto líquido
somente é gerado na agricultura, por meio do fator terra, que é uma dádiva da natureza.
• Há uma funcionalidade entre os setores econômicos, e a riqueza circular entre as três classes sociais:
classe produtiva (capitalistas e trabalhadores da agricultura), classe estéril (capitalistas e trabalhadores
dos demais setores) e a classe ociosa (proprietários de terras).
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
• Para eles a indústria e o comércio não passavam de desdobramentos da agricultura, sendo esta
penalizada pela ação discriminatória do Estado.
Fisiocratas
• Argumentavam que as relações econômicas fluem no organismo social como o sangue no corpo
humano (Hugon, 1988).
• A produtividade natural da terra ainda poderia contribuir mais com o desenvolvimento econômico,
com o uso intensivo de capital, o que aumentaria o crescimento da agricultura. Contudo, uma
atividade agropecuária mais produtiva não podia desenvolver-se “naturalmente” pela histórica
discriminação contra a agricultura.
• Seria necessário um programa fisiocrático para mudar a mentalidade vigente, criar condições para o
aumento dos investimentos na atividades agrícola, para desencadear o crescimento dos demais
setores.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
Em síntese, a proposta fisiocrática compreendia os seguintes pontos:
a) Capitalização da agricultura para aumentar sua produtividade e elevar o nível de produção;
b) Redução da carga tributária e da evasão fiscal para aliviar os consumidores e estimula o aumento
da demanda de produtos agrícolas;
c) Estímulo ao comércio exterior, para escoar a produção agrícola.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
• O aumento da produção agropecuária e de sua produtividade, por parte da classe produtiva,
aumentaria o excedente a ser destinado ao desenvolvimento do resto da economia, onde atuava a
classe estéril. Fica implícita a tese central da fisiocracia de que apenas a agricultura produz
excedente.
• Assim sendo, o modo de produção capitalista, como forma de produzir excedente e desenvolver o
resto da economia só fazia sentido na agricultura (Napoleoni, 1988). Os fisiocratas consideravam a
despesa do consumidor como o principal determinante da renda. Com maior consumo, os preços
agrícolas aumentariam estimulando a acumulação de capital.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
• Desse modo, os preços dos produtos agrícolas deveriam ser altos, para estimular o aumento da
produção e da produtividade. Esta é a chamada doutrina do caro e abundante, ou teoria do bom
preço. O bom preço é aquele que elimina o lucro puro e é fixado pela concorrência no mercado.
• Com preços mais altos, os consumidores precisam ser compensados pela redução da carga
tributária, através de um imposto único sobre a atividade agrícola.
• A ideia social subjacente da redução da pressão sobre os pobres era a de produtores seriam
beneficiados pelo aumento da produção, consumo e dos lucros. A arrecadação pública deveria
crescer pelo aumento do produto nacional e pela redução da evasão fiscal .
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
• Não obstante a preferência pela atividade agrícola, os fisiocratas defendiam a manutenção de uma
importante atividade manufatureira como instrumento de elevação geral do nível de renda.
• Em relação aos preços das manufaturas, a postura fisiocrática era oposta: eles deveriam ser baixos
para estimular o consumo, o que se refletiria no aumento da produção manufatureira e na
maximização da renda agregada.
Fisiocratas
• Essa doutrina fisiocrática do bom preço para os produtos agrícolas contrastará com a doutrina barato e
abundante dos economistas clássicos.
• A esse respeito, Quesnay é formal e afirma: “Não se deve impedir, de forma alguma, o comércio exterior
dos produtos da terra; porque tal é a venda, tal é a reprodução. Que por forma alguma se faça baixar o
preço dos gêneros e das mercadorias no reino, porque o comércio recíproco com o estrangeiro se tornaria
desvantajoso para a nação.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
• Da mesma forma, os fisiocratas viam a excessiva regulamentação do Estado como elemento redutor da
produtividade geral da economia.
• A desregulamentação e a desburocratização das atividades vinculadas ao setor público seria uma condição
indispensável à promoção do desenvolvimento econômico. E para manter baixos os preços das
manufaturas, combatiam a formação dos monopólios e as legislações que impedissem a livre circulação
de mercadorias no território nacional.
• O pensamento fisiocrático era, portanto, liberal, que se traduzia na forma laissez faire, laissez passer...
(Napoleoni, 1988). Eles foram adeptos do hedionismo, doutrina segundo a qual o indivíduo procura obter
a máxima satisfação, com mínimo dispêndio ou esforço. No agregado, quando cada indivíduo procede
desse modo, a sociedade estará obtendo o máximo bem-estar social.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Fisiocratas
Em suma, as ideias principais dos fisiocratas resumem-se em quatro pontos principais:
• O aumento do investimento na agricultura eleva a produtividade agrícola e impulsiona o
crescimento da economia
• A contenção dos gastos em bens de luxo é indispensável para não afetar a demanda de produtos
agrícolas, seus preços e o nível de investimentos na agricultura.
• A eliminação de restrições às exportações é necessária para aumentar o seu fluxo e manter em
elevação os preços dos produtos agrícolas e estimular o desenvolvimento da agricultura e do resto
da economia;
• A redução da carga tributária aliviaria os consumidores da elevação dos preços dos produtos
agrícolas, mantendo os níveis de demanda desses produtos e estimulando a agropecuária e a
economia em seu conjunto.
REFERÊNCIAS
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Obrigada pela atenção!