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Mercantilismo

1500 - 1776
BRUE, Capítulo 2

CONTEXTO HISTÓRICO .

Surgiu entre a Idade Média e o período do triunfo do laissez-faire.

Fases e variantes do mercantilismo:

● Primeira fase: metalismo — restrições foram aplicadas do fim da


Idade Média até os séculos XVI e XVII; Espanha foi o país que
mais utilizou este tipo de política.

● Segunda fase: proposição de uma balança comercial favorável —


através de diminuição de importações e aumento de exportações
(maior entrada de metais do que saídas).

● Fase final: mercantilismo “pró-liberal” — declínio da ética


paternalista cristã, crescente influência da ideologia liberal e
protestantismo; maior importância para as condições de
produção para explicar os preços e a origem dos lucros.

Novo sistema capitalista comercial:

MAIOR IMPORTÂNCIA DAS CIDADES

AUMENTO DO COMÉRCIO E DO USO DA MOEDA

COLONIALISMO - OURO NO HEMISFÉRIO OCIDENTAL

SURGIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS

POLÍTICA DE EXPANSÃO ECONÔMICA E MILITAR

NACIONALISMO

DIGNIDADE AO MERCADOR
PRINCIPAIS DOGMAS .

● OURO E PRATA COMO A FORMA MAIS DESEJÁVEL DE RIQUEZA:


excesso de exportações de um país era necessário para gerar
pagamentos em uma moeda forte; consideração estática da
economia (para um país ganhar, outro deve perder)

● NACIONALISMO

● MEDO DOS BENS: Importação isenta de taxas de matérias-primas


que não podiam ser produzidas internamente, proteção para
bens manufaturados e matérias-primas que poderiam ser
produzidos internamente e restrições sobre importações de
matérias-primas (objetivo: manter os produtos mais competitivos
no mercado internacional)

● COLONIZAÇÃO E MONOPOLIZAÇÃO DO COMÉRCIO COLONIAL:


atos de navegação britânicos

● CONTRA PEDÁGIOS, IMPOSTOS OU RESTRIÇÕES INTERNAS SOBRE


O TRANSPORTE DE BENS (isso não os fazia a favor do
livre-comércio interno — preferiam concessões de monopólio e
privilégios comerciais exclusivos)

● FORTE CONTROLE CENTRAL: garantir uma regulamentação


nacional uniforme, para atingir metas discutidas anteriormente:
nacionalismo, protecionismo, colonialismo e comércio interno não
prejudicado por pedágios e impostos exorbitantes.

● POPULAÇÃO NUMEROSA E TRABALHADORA: alta oferta de mão de


obra e salários baixos = maior competitividade no comércio
internacional, favorecendo a entrada de outro no país

○ Efeito renda (lazer x n° de horas trabalhadas) e efeito


substituição (custo de oportunidade do lazer aumenta = -
remuneração/bens para cada hora não trabalhada
PRINCIPAIS TEÓRICOS .

Thomas Mun:

EXCEDENTE DE EXPORTAÇÕES gera acúmulo de ouro - riqueza dos


países depende de uma maior exportação (produção é apenas o meio,
não a fonte de riqueza);

COMÉRCIO MULTILATERAL -> balança comercial geral; (comércio


interno não enriquece um país)
Gerard Malynes:

DEFENDE CONTROLE DE QUALIDADE DA PRODUÇÃO e,


consequentemente, defende regulações para gerar o controle de
qualidade

+ DINHEIRO = + PREÇOS = + COMÉRCIO: mais dinheiro em um país eleva


preços e estimula o comércio. (e isso é bom?)

DEFESA DOS MERCADORES: enriquecem a sociedade

Charles Davenant:

MERCANTILISTA ESCLARECIDO: previu argumentos do laissez-faire —


riqueza é produção, não acúmulo de metais (ênfase na indústria)
● Riqueza investida (em meios de produção) = Riqueza em ouro e
prata

ARGUMENTO BULIONISTA - EXCEDENTE DE COMÉRCIO: é do interesse


de todas as nações comerciais que seu consumo interno seja pequeno,
de crescimento barato e externo e que seus próprios produtos
manufaturados sejam vendidos nos mercados principais e gastos no
exterior (quando a quantidade de dinheiro aumenta, as taxas de juros
caem e os valores totais da terra se elevam e os impostos sobem)

COMÉRCIO INTERNO NÃO ENRIQUECE UM PAÍS: o que é consumido em


casa, um perde apenas o que o outro ganha e a nação em geral não
fica mais rica; mas todo consumo externo é um lucro claro e certo.

DEFENDE O USO DAS TERRAS NACIONAIS PARA PRODUÇÕES DE


MATÉRIAS PRIMAS CONSUMIDAS PELO PAÍS: um reino pode colher os
benefícios do valor inteiro de um produto exportado, se ele for feito de
matérias-primas domésticas. Se as matérias-primas forem importadas
e o produto, exportado, o lucro líquido será a diferença entre os dois
valores.

PREFERÊNCIA DE GUERRAS DENTRO DO PAÍS QUE NO EXTERIOR

DEFENDE CONTROLE DE QUALIDADE DA PRODUÇÃO e,


consequentemente, defende regulações para gerar o controle de
qualidade

Jean Baptiste Colbert:

Mercantilismo = Colbertismo na França

FORÇA DO ESTADO DEPENDE DE SUA RIQUEZA (FINANÇAS) -> provém


da Coleta de Impostos -> Receita de Impostos maiores quando há mais
dinheiro em circulação: Acreditava que a força de um Estado depende
de suas finanças, que suas finanças estão na coleta de impostos e que
as receitas de impostos, por sua vez, são maiores quando o dinheiro é
abundante.

EXCEDENTE DE EXPORTAÇÕES e leis que impedissem a saída de ouro e


prata do país

COLÔNIAS estimulavam a entrada de dinheiro no país

BENS LIMITADOS = NAÇÃO SÓ PODE SE TORNAR MAIS RICA ÀS CUSTAS


DA OUTRA

POPULAÇÃO GRANDE E MAL PAGA

TENTOU FACILITAR O COMÉRCIO INTERNO (padronizações)

DESPREZO AOS MERCADORES (mas reconhecia sua importância)

William Petty:

Contribuições: Método de investigação, rigor científico à economia ->

Economia Positiva -> Economia Descritiva = Estatística ou previsões

Principais Conceitos:

VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO do dinheiro é tão importante quanto sua


quantidade
TEORIA PRIMITIVA DA RENDA ou TEORIA DO RENDIMENTO:

colheita - insumos de produção (sementes) - comércio (ex. roupas) =


remanescente do plantio (ex. milho) é a renda natural

TEORIA DO VALOR DO TRABALHO ->

RIQUEZA = TRABALHO E NATUREZA “pai é o princípio ativo da riqueza ,


terra é a mãe” -> Pai enquanto princípio ativo = PRODUTIVIDADE:

● IMPORTÂNCIA DO CAPITAL “arte e trabalho comum”, meios de


produção mais eficientes
● DIVISÃO DO TRABALHO especialização

COMÉRCIO INTERNACIONAL MAIS LIVRE

POPULAÇÃO GRANDE por conta do MENOR CUSTO UNITÁRIO DE


GOVERNO, defende a ideia de EMPREGO PLENO

A FAVOR DE EXPORTAR DINHEIRO quando se é vantajoso

TAXAMENTO DE IMPORTADOS
Escola Fisiocrática
1756 - 1776
BRUE, Capítulo 3

CONTEXTO HISTÓRICO .

Reação ao mercantilismo e regulamentação excessiva prejudicial à


indústria (na França)

Os camponeses eram submetidos a impostos sobre a terra e os lucros


da lavoura, enquanto a nobreza e o clero tinham isenção desses
impostos -> Os incentivos para que o indivíduo acumulasse riqueza e
expandisse investimentos eram, então, seriamente prejudicados

Comércio de grãos tinha uma incrível teia de regulamento (guildas de


mercadores e artesãos - controlavam o direito de exercer comércio em
uma cidade e ditavam os métodos de produção). 1789 - Rev. Fran. destrói

A agricultura geralmente fornecia os excedentes que poderiam ser


poupados e reinvestidos para iniciar um estado progressivo de
crescimento econômico e desenvolvimento industrial, não somente na
França, mas também nos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Rússia e
outros países.

PRINCIPAIS DOGMAS .

OBS: REFORMADORES, MAS NÃO REVOLUCIONÁRIOS

● ORDEM NATURAL: Todas as atividades humanas deveriam ser


mantidas em harmonia com as leis naturais; o objeto de todo
estudo científico era descobrir as leis as quais todos os
fenômenos do universo estavam sujeitos; as leis da natureza
conferiam aos indivíduos o direito natural de usufruir dos frutos
de seu próprio trabalho

● LAISSEZ-FAIRE, LAISSEZ-PASSER: oposição às restrições feudais;


orientação liberal

● ÊNFASE NA AGRICULTURA: única atividade produtiva (produzia


excedente, produto líquido acima do valor dos recursos utilizados
na produção); a indústria, o comércio e as profissões eram
consideradas úteis, mas estéreis.

● TAXAÇÃO DE PROPRIETÁRIOS DE TERRA: imposto único —


proprietários de terra recebiam o excedente agrícola em forma de
rendimento

● INTER-RELAÇÃO DA ECONOMIA: fluxo circular de bens e dinheiro


dentro da economia

● ÊNFASE NA PRODUÇÃO (NÃO NA TROCA) COMO FONTE DE


RIQUEZA

PRINCIPAIS TEÓRICOS .

François Quesnay:

Médico; acreditável um déspota esclarecido; comparava a sociedade a


um organismo físico e a circulação de riqueza e bens na economia com
a circulação de sangue no corpo;

Tableau Économique: Mostra o fluxo circular de bens e dinheiro em uma


economia ideal livremente competitiva (primeira análise sistemática do
fluxo de riqueza — precursora da macroeconomia). Passa o conceito de
EQUILÍBRIO dentro de toda a economia. Análise insumo-produção
● Classe proprietária, classe produtiva e classe estéril

François Quesnay acreditava que as leis sociais deveriam estar em


harmonia com as leis naturais de funcionamento da sociedade —
para ele, o esforço científico deveria ter como objetivo desvendar as
leis naturais para melhor implementá-las socialmente. Desse modo,
um “déspota esclarecido” seria capaz de governar um Estado ao ser
apresentado às leis naturais. O Tableau economique de Quesnay foi
um empenho nesse sentido. Ele descreve o funcionamento geral do
fluxo circular de bens e dinheiro (riqueza) em uma economia livre de
regulamentações — sendo esse, ao ser ver, o funcionamento “natural”
da economia.

Em seu fluxograma, Quesnay identifica três atores: os proprietários de


terra (classe proprietária), os fazendeiros (classe produtiva) e os
fabricantes e mercadores (classe estéril).
● Classe Produtiva (5bi livres - 2bi insumos/subsistência = 3bi no
mercado para venda)
● Classe Estéril (2bi livres de estoque de manufaturados)
● Classe Proprietária (2bi livres do arrendamento)

- Classe Proprietária (CL): 2bi livres - 1bi gasto em manufaturados -


1bi gasto em alimentos (+ 2bi de receita de arrendamento)
- Classe produtiva (CP): 3bi livres + 1bi de receita proveniente da
classe proprietária - 1bi gasto em manufaturados - 2bi gasto em
arrendamento (+ 2bi de receita proveniente da classe estéril)
- Classe estéril (CE): 2bi livres + 1 bi de receita da classe
proprietária + 1bi de receita da classe produtiva - 2bi gasto em
insumos/alimentos da classe produtiva

Os proprietários de terras utilizam o valor do rendimento do período


anterior para comprar bens dos fabricantes/mercadores (fluxo a) e
alimentos dos fazendeiros (fluxo b), criando, assim, receita para essas
duas classes. A receita para os fazendeiros, por sua vez, permite que
eles comprem bens manufaturados dos fabricantes/mercadores (fluxo
c). Os fabricantes/mercadores utilizam essa receita para comprar
alimentos de fazendeiros (fluxo d), o que cria receita para eles. Os
fazendeiros pagam o aluguel correspondente ao arrendamento com
suas receitas da agricultura (fluxo e), e o ciclo se repete.

DEFENSOR DOS DIREITOS DOS PROPRIETÁRIOS DE TERRA: embora não


produtivos, devem receber o rendimento da terra (tem direito ao
produto do excedente) por terem feito o investimento em capital
original necessário para tornar a terra produtiva.

● A natureza, não o trabalhador, produz o excedente

PREÇO JUSTO pode ser atingido através do mercado


Anne Robert Jacques Turgot:

MEDIDAS ANTIFEUDAIS E ANTIMERCANTILISTAS: A liberdade do


comércio interno de grãos foi ordenada, e as guildas e corporações
comerciais privilegiadas foram abolidas. Acabou com a corvéia
opressiva e, em seu lugar, aprovou um imposto que todos os
proprietários de terra deveriam pagar

IMPOSTO SOBRE A NOBREZA

LIBERDADE DE PROFISSÃO E RELIGIOSA

EDUCAÇÃO UNIVERSAL

CRIAÇÃO DE UM BANCO CENTRAL

CORTES NOS GASTOS DO GOVERNO

LEI DE FERRO DOS SALÁRIOS: Turgot sustentava que a concorrência


entre os trabalhadores reduzia o salário para um nível mínimo de
subsistência.
● Somente os fazendeiros produzem um excedente, que é utilizado
para alimentar e fornecer matéria-prima para toda a sociedade.

“Ele [o fazendeiro] é, portanto, a única fonte de riqueza, que, de


acordo com sua circulação, anima todos os trabalhos da
sociedade, pois ele é o único cujo trabalho produz acima e além
dos salários do trabalho.”

AGRICULTURA EFICIENTE pelos ricos fazendeiros arrendatários


capitalistas — tem capital para investir no solo

IMPOSTO DIRETO SOBRE DONOS DE TERRA eram preferíveis a impostos


indiretos

DEFENSOR DA ECONOMIA NO GOVERNO

LEI DA REDUÇÃO DOS RETORNOS: Jamais se pode imaginar, ele disse,


que um gasto duas vezes maior na agricultura dobrará o produto.
Escola Clássica
1776 - 1871
BRUE, Capítulo 4 à 8

CONTEXTO HISTÓRICO .

Escola Clássica: A riqueza das Nações (Adam Smith - Teorias


Neoclássicas)

EVIDÊNCIA EXPERIMENTAL E LEIS NATURAIS (NEWTON, GALILEU):


existem leis naturais de funcionamento do universo, imutáveis, que
devem ser encontradas através de evidências empíricas e experimentais

● Se a vontade divina tivesse criado um mecanismo que


funcionasse harmoniosa e automaticamente sem interferência, o
laissez-faire seria a forma mais alta de sabedoria nas questões
sociais. As leis naturais guiariam o sistema econômico e as ações
das pessoas.

● A sociedade seria mais bem servida se as pessoas fossem livres


para seguir a lei natural do interesse próprio.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1776): No século XVII, a Inglaterra


acompanhou a Holanda no comércio e ficou atrás da França na
produção. Mas, na metade do século XVIII, a Inglaterra ganhou
supremacia tanto no comércio como na indústria — beneficiou-se do
comércio internacional. O comércio inglês não dependia mais das
proteções governamentais, sendo a concorrência (e não a
regulamentação) responsável por assegurar preços moderados e
produtos de qualidade.

● Ênfase industrial no pensamento econômico

A concorrência era um fenômeno crescente, e a confiança nela como a


grande reguladora da economia era um ponto de vista sustentável. Os
governos eram notoriamente esbanjadores e corruptos. Os mercadores
e os industriais tiveram um novo status e dignidade, como promotores
da riqueza da nação, e os empresários estavam seguros de que, ao
procurar o lucro, estavam atendendo a sociedade. Essas doutrinas
ajudaram a promover o clima político, social e econômico que estimulou
a indústria, o comércio e o lucro.
PRINCIPAIS DOGMAS .

A doutrina clássica é geralmente chamada de liberalismo econômico


(em contraste com as restrições feudais e mercantilistas). Suas bases
são liberdade pessoal, propriedade privada, iniciativa individual,
empresa privada e interferência mínima do governo.

● ENVOLVIMENTO MÍNIMO DO GOVERNO: economia era


considerada auto-ajustável e tendendo na direção do emprego
total

● COMPORTAMENTO ECONÔMICO DE AUTO-INTERESSE: básico


para a natureza humana, produtores e mercadores forneciam
bens e serviços para obter lucro, trabalhadores ofereciam sua
força de trabalho para obter salários e consumidores compram
para satisfazer seus desejos

● HARMONIA DE INTERESSES: ao perseguir interesses individuais, as


pessoas atendiam aos interesses da sociedade

● IMPORTÂNCIA DE TODOS OS RECURSOS NA ATIVIDADE


ECONÔMICA: todos os recursos econômicos — terra,
mão-de-obra, capital e habilidade empresarial bem como as
atividades econômicas — agricultura, comercio, producao e
comercio internacional — contribuem para a riqueza de uma
nação. Os mercantilistas tinham dito que a riqueza derivava do
comércio. Os fisiocratas acreditavam que a terra e a agricultura
(produção) eram fontes de riqueza.

● LEIS ECONÔMICAS: acreditavam ser imutáveis e universais;


análise em teorias econômicas explícitas, ou “leis”: lei da vantagem
comparativa, lei de rendimentos cada vez menores, teoria da pop.
malthusiana, lei dos mercados, a teoria quantitativa da moeda e a
teoria do valor-trabalho…
PRINCIPAIS TEÓRICOS — Precursores .

Sir Dudley North:

Enfatizou que o comércio não é um benefício unilateral para qualquer


país que realize um excedente de exportações, mas um ato de
vantagem mútua para os dois lados. Seu objetivo não é acumular
espécie, mas trocar excedentes. Uma divisão de trabalho e comércio
internacional (DIT) promoveria a riqueza, mesmo se nenhum ouro ou
prata existisse:

● North repudiou o conceito de que a riqueza deveria ser medida


pelo estoque de metais preciosos de um país. Sua ênfase era no
comércio e no acúmulo

● Queremos dinheiro somente para nos desfazer dele, pois o que


realmente queremos são bens e serviços

O comércio entre nações distribui a oferta de dinheiro de acordo com


as necessidades do comércio (OUSADO em um período nacionalista —
defende o laissez-faire no comércio interno e no comércio internacional)

"Dinheiro exportado no comércio significa urn aumento na riqueza da


nação mas, se gasto em guerra e pagamentos no exterior, significa
empobrecimento”

Richard Cantillon:

Os empresários, Cantillon dizia, comprometem-se com pagamentos


definidos, a espera de recebimentos incertos. Esse risco é remunerado
pelo lucro

TEORIA DE VALOR E PREÇO: Sua ênfase no papel da terra e do


trabalho, na oferta e na demanda e nas flutuações do preço em torno
do valor intrínseco o torna um precursor direto da economia clássica.

● PAPEL DA TERRA E TRABALHO: “O preço ou valor intrínseco de


uma coisa e a medida da quantidade de terra e de trabalho que
entra em sua produção, tendo relação com a fertilidade ou
produção da terra e com a quantidade de trabalho. Mas o que
geralmente acontece é que muitas das coisas que tem, na
realidade, esse valor intrínseco não são vendidas no mercado de
acordo com esse valor. Isso dependerá da integridade dos
caprichos dos homens e de seu consumo (...)”
● IDEIA DE OFERTA E DEMANDA: “Nunca há uma variação nos
valores intrínsecos, mas a impossibilidade de proporcionar a
produção de mercadorias e de produtos agrícolas em um Estado
ao seu consumo provoca uma variação diária e um eterno fluxo e
refluxo nos preços de mercado”

JURO E EMPRÉSTIMO: Cantillon analisava o juro como uma recompensa


pelo risco corrido no empréstimo, com base nos lucros que os
empresários podem auferir ao emprestar e investir.

ACUMULAÇÃO DE METAIS E EXCEDENTE DE EXPORTAÇÃO: Exploração


de minas de ouro e prata elevariam preços, arrendamentos e salários
internos. Mas, se o aumento no dinheiro vier de um excedente de
exportações de bens, ele enriquecerá os mercadores e os empresários e
dará emprego aos trabalhadores (posteriormente elevando consumo e
preços, diminuindo o excedente de exportações e aumentando
importações)

Entrepreneurs as drivers of the economic activity, as risk-bearers (earn


profit for taking on this risk)
Ceteris paribus
Cause and effect method
Banking, interest, land and labor = clarity of method
Influenced Smith, Turgot, Quesnay
David Hume:

A maior contribuição de Hume como economista foi apresentar o que


tem sido chamado, desde então, de mecanismo de preço-fluxo de
moeda (pensamento de lei natural, suposição de equilíbrio - crítica? ao
bulionismo mercantilista).

David Hume acreditava que um superávit comercial continuado não era


possível – criticando o mercantilismo. Segundo ele, a acumulação de
moeda proveniente da maior exportação relativa (exportações >
importações) geraria o aumento da oferta monetária em uma economia
de livre mercado. Entretanto, o aumento de dinheiro em circulação
dentro de determinada economia não representa um aumento real na
riqueza do país, causando inflação nos preços de bens e serviços e
aumentando o salário dos trabalhadores. Com isso, bens de produção
nacional se tornarão menos competitivos no mercado internacional e
nacional (pois estarão relativamente mais caros), sendo, agora, bens
importados mais preferíveis aos consumidores (por seus baixos preços
relativos). Com o tempo, Hume acreditava que ocorreria um ajuste nos
níveis de preço de bens nacionais e internacionais, ocasionando
Exportações = Importações.

Exemplo: Reformulando, se uma nação, vamos supor, a


Inglaterra, importa mais do que exporta, acaba por
experimentar um declínio no valor de sua moeda em relação
às outras nações. Por que isso acontece? O motivo para a
desvalorização da libra em relação às moedas de outras
nações é que a Inglaterra precisa de mais moeda
estrangeira para financiar suas importações do que ela
está ganhando com suas vendas ao exterior. Essa falta de
moedas estrangeiras eleva os preços, ou seja, o preço em
libras das moedas estrangeiras aumenta. Isso significa que
a libra se desvaloriza, enquanto outras moedas do mundo
se valorizam. Os bens ingleses, portanto, são mais baratos
do que os de outras nações e, consequentemente, as
exportações da Inglaterra aumentam. E como os bens
estrangeiros são mais caros agora (uma libra comprará
menos deles), a Inglaterra reduz suas importações. O
excedente líquido de importações na Inglaterra acaba.
(BRUE, 1945, p. 57)

Movimento econômico PAIS A PAIS B


1 Movimento Inicial Exportações > Importações <
Importações Exportações
2 fluxo líquido de espécie + cédulas - cédulas
(dinheiro vivo disponível) (influxo (saída
líquido de líquida de
espécie) espécie)
3 oferta monetária (quantidade Aumento da Redução da
de dinheiro em circulação oferta monetária oferta monetária
dentro de uma determinada
economia)
4 preços e salários Aumento de Redução de
preços e salários preços e salários

5 Efeito nas exportações e Aumento de Diminuição de


importações importações e importações e
diminuição de aumento de
exportações exportações
6 Resultado Final Exportações = Exportações =
Importações Importações

COMÉRCIO INTERNACIONAL BENÉFICO PARA TODOS OS PAÍSES (soma


positiva): Hume defende que o “aumento da riqueza e do comércio em
qualquer nação, em vez de danificar, promove, comumente, a riqueza e
o comércio de todos os seus vizinhos e que um Estado raramente pode
levar seu comércio e sua indÚstria muito longe onde todos os Estados
vizinhos estão enterrados na ignorância, preguiça e no barbarismo".

HUME X TURGOT: Os salários da mão-de-obra dependem, ele disse, da


oferta e da demanda pela mão-de-obra, não dos impostos. Em uma
carta a Turgot, em 1766, Hume se opõe à ideia fisiocrática de que os
impostos aplicados aos trabalhadores são transferidos para o
proprietário de terras na forma de maiores salários e arrendamento
reduzido.
● Quando um imposto é aplicado aos produtos que os
trabalhadores consomem, a consequência imediata é que essas
pessoas consomem menos ou trabalham mais e, portanto, o
imposto, simplesmente, não é repassado ao proprietário de terras.
PRINCIPAIS TEÓRICOS .

Jeremy Bentham:

TEORIA DO VALOR DE USO: valor de uso é a base do valor de troca —


todo valor baseia-se na utilidade

● Hedonismo Psicológico: busca por prazer e aversão à dor →


princípio utilitário de maior felicidade ao maior número de
pessoas

● Individualismo metodológico: o interesse da comunidade é a soma


dos interesses individuais

LAISSEZ FAIRE: defesa da liberdade individual para a busca da


felicidade (reconhece a subjetividade dos conceitos de dor e prazer),
mas abre espaço para a intervenção estatal com a UTILIDADE
INTERPESSOAL

UTILIDADE INTERPESSOAL: o objetivo de promover a felicidade para o


maior número de pessoas gera a necessidade de interpretar a utilidade
em termos cardinais, sendo o dinheiro a unidade de medida cardinal

FUNÇÃO SOCIAL DO ESTADO: promover o bem-estar da comunidade


em geral de acordo com o princípio da utilidade interpessoal

+ onde os interesses não são harmoniosos, Estado deve criar uma


harmonia artificial de interesses que promovesse a maior
felicidade ao maior número de pessoas → em benefício das
massas ou da classe trabalhadora

UTILIDADE MARGINAL DECRESCENTE DA RIQUEZA: a riqueza é uma


medida de felicidade, mas tem utilidade marginal decrescente na
medida em que aumenta

● Utilidade marginal do dinheiro → distribuição de renda? não! “a


equalização de rendas destruiria a felicidade por alarmar os ricos
e desprovê-los dos sentimentos de segurança”

LEGADO PARA A ECONOMIA: das noções de hedonismo e utilidade


marginal decrescente
1. Pessoas racionais pensam na margem: maximização da utilidade
— busca racional pelo maior prazer tendo em vista recursos
limitados

2. O Trabalho é sempre penoso: cálculo entre o prazer de consumir e


o desprazer de trabalhar

Jean-Baptiste Say:

OBS: acreditava não haver conflito de classes

TEORIA DO VALOR: provém da oferta e demanda, que são reguladas


pelos custos de produção e utilidade

Custo de produção + rendimento do empresário


Utilidade determina a demanda e é o fundamento do valor

- não demonstrou a relação entre preço e quantidade produzida


- nega a teoria do valor trabalho

Fatores de Produção: terra, trabalho, capital + empreendedorismo

Custo do Monopólio: gera perda de eficiência (peso morto), em defesa


da concorrência perfeita

A LEI DOS MERCADOS DE SAY: Lei da preservação do poder de compra

● Autorregulação do mercado: “a oferta cria sua própria demanda”

- pressupõe que a economia sempre tende em direção ao pleno emprego


- impossibilidade da superprodução geral (x crises cíclicas capitalistas)

Postula que todo o aumento da oferta de produtos gera um aumento


equivalente de renda, criando uma demanda de igual valor

- dinheiro enquanto meio, não como fim em si mesmo — escambo:


produtos são ofertados no mercado não apenas para gerar renda ao
ofertante, mas para serem “trocados” por demais produtos (gerando
demanda)
Nassau William Senior:

Economia Positiva — economia política enquanto conhecimento objetivo, não


devendo conter juízos de valor, objetivando criar PRINCÍPIOS GERAIS acerca da
produção e a distribuição de riqueza

QUATRO POSTULADOS DE SENIOR:

1. Princípio de renda ou maximização da utilidade: indivíduo deseja


obter riqueza ao menor custo possível
2. Princípio da população
3. Princípio do acúmulo de capital: força de produção pode ser
infinitamente aumentada para intensificar ainda mais a produção
4. Princípio dos rendimentos decrescentes: ceteris paribus cada
unidade de trabalho adicionada na produção agrega
progressivamente menos ao rendimento

TEORIA DO VALOR: valor de troca depende da demanda e da oferta

● demanda básica: utilidade marginal decrescente


● oferta: custos de produção → SUBJETIVO, pois são o trabalho dos
trabalhadores + ABSTINÊNCIA dos capitalistas

ABSTINÊNCIA: “sacrifício na margem”, custo de oportunidade —


adiamento (ou renúncia definitiva) do consumo da riqueza

MÃO DE OBRA PRODUTIVA: toda a mão de obra que agrega, direta ou


indiretamente à produção de bens e serviços — a distinção deve ser
feita entre consumo produtivo e não produtivo

- consumo não produtivo: bens que diminuíssem a quantidade de mercadorias


sem acrescentar a capacidade dos trabalhadores para produzir

- discorda de smith, que afirma que advogados/professores são não produtivos


John Stuart Mill:

RIQUEZA: objetos materiais com valor de troca

● Fatores de produção: capital, terra e trabalho

● Trabalho produtivo: esforços que produzem as utilidades


incorporadas nos objetos materiais (incluso professores e
funcionários do governo, cujas funções produzem as condições
exigidas na produção de bens materiais)

- trabalho não produtivo: sacerdotes, proprietários de terra

● Capital e o limite da riqueza: é o estoque acumulado da produção


do trabalho, e sua soma agregada limita a extensão da indústria

- CADA AUMENTO NO CAPITAL É CAPAZ DE FORNECER UM EMPREGO ADICIONAL


AO TRABALHO SEM LIMITES: “o limite da riqueza nunca é a falta de
consumidores, mas de produtores e poder produtivo”

RENDIMENTOS CRESCENTES: indústria → o capital pode ser expandido,


gerando aumento crescente da produção à cada unidade adicional de
trabalho (quanto maior o empreendimento mais eficiente ele se torna)
- Não considera ceteris paribus na planta industrial (x capital constante)

RENDIMENTOS DECRESCENTES: agricultura → oferta de terra é


constante, portanto o trabalho acrescentado não adicionará ao
produto na mesma proporção (a fazenda maior não significa o aumento
comensurável na produção da fazenda)

RESERVAS DE SALÁRIOS: salários dependem da oferta e da demanda


de trabalho no mercado

● demanda: depende da “parte do capital reservada para os


pagamentos de salários”
● oferta: depende do número de ofertantes de mão-de-obra

O salário só pode ser afetado pela soma relativa de capital e de


população. Os valores dos salários não podem aumentar, exceto por um
aumento das reservas agregadas empregadas na contratação de
trabalhadores ou por uma diminuição no número de trabalhadores
empregados.

Flexibilidade unitária da demanda pelo trabalho: Não importa o valor


do salário, a mesma quantia é gasta para o trabalho — se um grupo
aumentar seu valor de salário, os salários devem cair em outro lugar
- nega a possibilidade de fixação de um salário mínimo pelo governo acima do
salário de equilíbrio do mercado

- Apesar disso, o conceito de reserva de salário era errôneo, pois não há uma
porcentagem de capital pré-determinado que deva seguir para o trabalho. A
decisão de contratar o trabalhador não está baseada na disponibilidade da
receita passada, mas dá a receita prevista que a empresa receberá por vender
o produto.

LUCRO: separado em juros, garantia e salários de direção — são as


recompensas pela abstinência, pelo risco e pelo esforço implicado no
emprego de capital

RELAÇÃO DA DEMANDA: relação entre preço e quantidade demandada


(P e Qd) — O valor do mercado é determinado por meio da interação da
oferta e da demanda e, uma vez que esse valor está estabelecido (Pe), a
quantidade demandada está determinada

● preço: expressa o valor de uma coisa em relação ao dinheiro.


● valor: é medido pelo poder geral de uma mercadoria de comprar
outras mercadorias

A demanda eficaz — o desejo mais a capacidade de compra — é


determinante do valor (Mankiw, quantidade de diferentes são
demandados em valores diferentes)

ELASTICIDADE DA OFERTA (no longo prazo):


1. Perfeitamente inelástica (escultura e pinturas antigas)
2. Perfeitamente elástica (maioria, demanda varia muito c/preço —
valor depende da oferta e dos custos de produção)
3. Relativamente elástica

EQUILÍBRIO DO PREÇO E DA ELASTICIDADE (no curto prazo): preços


flutuam em torno dos valores de acordo com a relação da oferta e da
demanda (Pe é estabelecido quando Qd = Qo)

LEI DO VALOR INTERNACIONAL: O valor de um bem importado é o valor


da mercadoria exportada para pagar por ele — “demanda mútua”

OBS: demanda nem sempre varia proporcionalmente ao preço: ↓ 50% 𝑃 ≃ ↑ 50% 𝑄𝑑

DINÂMICAS DA ECONOMIA: Mil previu o aumento da produção e da


população, a continuação do crescimento do domínio da sociedade
sobre a natureza, o aumento da proteção das pessoas e da
propriedade e o crescimento do papel das corporações.

DECLÍNIO DA TAXA DE LUCRO: Como Smith e Ricardo, mil pensava


que a taxa de lucro continuaria a cair por conta dos custos
elevados de produção de alimentos devido ao crescimento
populacional

↑ progresso econômico = ↑ crescimento populacional = ↑ renda da


terra (Ricardo) = ↑ custo do alimento = ↑ custo de subsistência dos
trabalhadores = ↑ custo variável da produção (mão de obra) = ↓
LUCRO CAPITALISTA

● O crescimento de capital não causaria um excesso de oferta no


mercado, de acordo com a Lei de Say, mas a taxa de lucro
declinaria: o resultado final do progresso seria em estado
estacionário

A elevação da produção é apenas um objetivo para países em


desenvolvimento. países desenvolvidos deveriam se preocupar com a
melhor distribuição de seus recursos.

GOVERNO: Intervenção limitada — Regulamentação do trabalho infantil,


supervisionar planos de colonização, exploração geográfica e científica,
operar monopólios naturais….
Adam Smith
1723 - 1790
BRUE, Capítulo 5

CONTEXTO HISTÓRICO .

● Fundador da Escola Clássica

INFLUÊNCIAS:

● Iluminismo: racionalidade e a noção de ordem natural


● Ciência Newtoniana: noção de ordem no universo

Através do raciocínio lógico, seria possível desvendar as leis que


governam a sociedade (progresso ilimitado caso as sociedade seja
governada de acordo com suas “leis naturais”

● Fisiocratas (Quesnay e Turgot): ataque dos fisiocratas às barreiras


alfandegárias e comerciais mercantilistas

Smith define os bens de consumo como aqueles "reproduzidos


anualmente pelo trabalho da sociedade”, a desejável não interferência
governamental (laissez-faire) e o conceito de produção circular

● Francis Hutcheson: os indivíduos podem descobrir o que era


eticamente bom (a vontade de Deus) através daquelas ações que
eram boas para toda a sociedade

● David Hume

A TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS .

● Complementar à Riqueza das Nações

SOLIDARIEDADE ACIMA DO EGOÍSMO: Argumentava que as forças


morais restringiam o egoísmo e uniam as pessoas em sociedade (sendo
o indivíduo guiado e limitado pelas forças econômicas)

“Lei de Deus”: serão punidos os egoístas e recompensados (com


consciência tranquila, contentamento e autossatisfação) os solidários
PAIXÕES SOCIAIS (generosidade, amizade, estima — agrada ao
indivíduo e ao objeto) X PAIXÕES NÃO SOCIAIS (ódio e ressentimento —
interesses contraditórios entre indivíduo e objeto)

ADQUIRIR O RESPEITO E A ADMIRAÇÃO DA HUMANIDADE SÃO OS


MAIORES OBJETOS DE AMBIÇÃO: podem ser adquiridos através da
prática da virtude ou da obtenção de riqueza e poder (muitas vezes
virtude e riqueza se encontram em direções opostas — tradeoff)

● VAIDADE: necessidade de aprovação e estima + paixões sociais


geram solidariedade = exibimos nossa riqueza e escondemos
nossa penúria

Estima aos ricos e menosprezo aos pobres = necessário para a


manutenção da ordem e das classes sociais, mas representa a
maior corrupção aos nossos sentimentos morais (estima pela
riqueza é capaz de ocultar demais vícios morais do objeto)

SISTEMA DE JUSTIÇA: extremamente necessário para garantir a


evolução e prevalência da sociedade

INTERESSE INDIVIDUAL E INTERESSE SOCIAL:

são conciliados por meio da mão invisível, da harmonia natural,


do direito por justiça ou do princípio da liberdade natural

● MORAL SENTIMENTS: embora tenham como objetivo a


gratificação de suas próprias vaidades, os ricos (sem saber e sem
querer) promovem o interesse da sociedade e fornecem os meios
de multiplicação das espécies através do investimento nos meios
de produção

● A RIQUEZA DAS NAÇÕES: a competitividade direciona o próprio


interesse econômico ao bem social

A RIQUEZA DAS NAÇÕES .

ÊNFASE NA PRODUTIVIDADE: A riqueza das nações apresenta uma


quebra das principais noções de economia então existentes
(mercantilistas: ênfase no comércio; fisiocratas: ênfase na produção
agrícola)
A DIVISÃO DO TRABALHO: promove o aperfeiçoamento dos poderes
produtivos do trabalho e a maior parte da técnica e habilidade na
função desempenhada pelo trabalhador

● Fábrica de alfinetes

1. Cada trabalhador desenvolve uma habilidade maior na realização


repetida de uma simples tarefa
2. Poupa-se tempo no processo produtivo
3. Maquinário pode ser melhor desenvolvido para aumentar a
produtividade

A HARMONIA DOS INTERESSES E O GOVERNO LIMITADO

LEI DO COMPORTAMENTO AUTOINTERESSADO: a busca pelo próprio


interesse, restrita pela competitividade, tende a produzir o bem social, a
produção máxima e o desenvolvimento da economia

“Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que nós


esperamos o nosso jantar, mas da sua consideração por seu próprio interesse”

ORDEM NATURAL: através da mão invisível os interesses individuais


convergem no interesse coletivo

● Negociante busca lucro, consumidor busca preços baixos de


acordo com a qualidade do produto, trabalhador busca altos
salários de acordo com sua função → mão invisível faz com que
esses interesses trabalhem em prol do bem social através da
competitividade

COMPETITIVIDADE: reduz o preço dos bens e, consequentemente, o


lucro; empregados disputam pelos melhores empregos; consumidores
pelos melhores produtos → a EFICIÊNCIA ECONÔMICA prevalece

+ ECONOMIAS E INVESTIMENTO DOS EMPRESÁRIOS: o capital


acumula e a economia cresce

COMÉRCIO INTERNACIONAL: harmonia de interesses e laissez-faire

● Nações devem se especializar naquilo que possuem vantagem


absoluta

● Divisão Internacional do Trabalho promove a eficiência e a


superação das limitações do comércio nacional
● Exportações/importações são desejáveis ao liquidar os produtos
excedentes internamente e atrair produtos demandados
nacionalmente

INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NA ECONOMIA: indesejável, visto a


harmonia de interesses que causam o bem social

PAPEL DO ESTADO:

1. Estabelecer administração e justiça


2. Proteger a sociedade do ataque estrangeiro
3. Elevar os trabalhos e instituições públicas a fim que os
empresários não possam tentar obter lucros excessivos

● Promover obras públicas (infraestruturais) e educação gratuita


● Tarifas protecionistas (em casos específicos)
● Impostos (em casos específicos)

AS LEIS ECONÔMICAS DE UMA ECONOMIA COMPETITIVA .

TEORIA DO VALOR

VALOR DE USO: expressa a utilidade de um objeto

VALOR DE TROCA: expressa o poder de compra de outro bens que a


posse desse objeto confere — "preço natural" —, o custo da produção
determina um valor de troca do bem ou o "preço relativo"

PARADOXO ÁGUA-DIAMANTE: coisas com muito valor de


troca geralmente tem pouco valor de uso, assim como
coisas com muito valor de uso geralmente tem pouco valor
de troca

TEORIA DO VALOR DO TRABALHO EM UMA SOCIEDADE PRIMÁRIA: o


trabalho é o recurso (teoria do custo do trabalho) e a medida (teoria do
valor controlado pelo trabalho) de valor de troca

● Teoria do custo do trabalho (Petty): em sociedades primárias, onde


o capital e a terra são bens livres, o trabalho era o único recurso
de valor — sendo o valor relativo de um bem determinado pela
quantidade de trabalho necessária para produzi-lo (se 1 onça em
1h e 2 zebras em 1h: 1 onça vale o mesmo que 2 zebras)
● Teoria do valor controlado pelo trabalho: o valor de qualquer
mercadoria para uma pessoa que a possui, se ela desejar trocá-la
por outras mercadorias, "é igual à quantidade de trabalho que ela
exige de si para comprar ou dominar"

Quando os capitalistas assumem o controle dos meios de produção, e os


proprietários de terras monopolizam a terra e os recursos naturais, Smith
altera sua percepção acerca do valor de troca das mercadorias

TEORIA DO VALOR EM UMA ECONOMIA DESENVOLVIDA (Teoria da


Soma): os bens serão trocados por outros bens, por dinheiro ou por
trabalho a um preço igual ou superior à soma dos salários, aluguéis e
lucros.

A quantidade de trabalho comumente empregada na compra ou na produção


de qualquer mercadoria deixa de ser a única circunstância que pode regular a
quantidade que deve ser necessária para comprar, ter ou trocar a mercadoria.

LUCRO: O lucro não tem relação direta com o valor incorporado


às mercadorias (é um componente do valor da mercadoria sem
relação com o trabalho) — a quantidade de trabalho que uma
mercadoria pode comprar excede a quantidade de trabalho
embutida na sua própria produção pelo total de lucros e
rendimentos

“Os lucros do capital poderiam ser considerados apenas uma


denominação diferente para os salários de determinado tipo de
trabalho – o trabalho de inspeção e direção. Mas são totalmente
diferentes, são regulados por princípios bastante autossuficientes e
não são proporcionais à quantidade, à dificuldade ou à criatividade
deste suposto trabalho de inspeção e direção. São regulados
inteiramente pelo valor do capital empregado e são maiores ou menores
em proporção a este valor”

DEMANDA: A demanda, de acordo com Smith, não influencia o valor das


mercadorias. O custo de produção, os salários, o rendimento e os
lucros não são os únicos determinantes do valor no longo prazo. A
competitividade reduzirá os custos, incluindo o lucro normal.

PREÇO NATURAL: preço ao qual a receita da venda fosse apenas


suficiente para dar ao proprietário de terras, ao capitalista e aos
trabalhadores – aluguéis, lucros e salários equivalentes aos níveis
habituais ou médios dos aluguéis, lucros e salários, em termos sociais

PREÇO DE MERCADO: pode estar acima, igual ou abaixo do preço


natural — depende dos desvios da oferta e da demanda
PREÇO REAL X VALOR MONETÁRIO: Teoria Humeana da inflação

Outras contribuições e conceitos importantes

➔ Trabalho produtivo: para ele, o trabalho produtivo é aquele feito


sobre produtos tangíveis; é capaz de agregar valor a um bem e
de produzir excedente

➔ Dinheiro: é um meio, não um fim; um instrumento de troca no


comércio entre nações civilizadas. ELE NÃO É A MEDIDA DA
RIQUEZA, visto que essa é originada através da produção de
bens. A moeda é uma facilitadora da circulação, não agregando
riqueza à sociedade (por ser improdutiva)

SALÁRIOS

LUCRO

RENDA

A FUNÇÃO DA MOEDA E DA DÍVIDA

O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

SALÁRIOS
Thomas Malthus
1766 - 1834
BRUE, Capítulo 6

TEORIA DA POPULAÇÃO DE MALTHUS .

População aumenta geometricamente, enquanto a produção de


alimentos aumenta aritmeticamente

CONTROLES PREVENTIVOS DA POPULAÇÃO: Diminuição da natalidade

● Restrição moral: pessoas que não tem condição de sustentar seus


filhos devem adiar o casamento ou nunca casar
● Não aprovava o controle natal: “sempre reprovo qualquer modo
artificial e não natural de controlar a população”

CONTROLES POSITIVOS DA POPULAÇÃO: Aumento da mortalidade

● Guerra, fome, miséria, praga: são fenômenos naturais e não devem


ser evitados artificialmente, um “mal necessário” — são punições
para as pessoas que não haviam praticado a restrição moral

"Deveremos facilitar, em vez de tentar, de maneira tola e em vão,


impedir as operações da natureza para produzir essa
mortalidade. (...) cortejar o retorno da praga, (...) estimular a
colonização em locais pantanosos e inabitáveis, (...) reprovar
remédios específicos para doenças avassaladoras” (BRUE, p. 96)

IMPLICAÇÕES DAS IDEIAS MALTHUSIANAS:

● Poor Law Amendment de 1834 — a lei visava tornar o auxílio


público tão intolerável que a maioria das pessoas preferia
silenciosamente morrer de fome a se submeter a suas
indignidades.

● David Ricardo acatava a Teoria da População Malthusiana


TEORIA DA SUPERPRODUÇÃO .

TEORIA DO VALOR: baseada na oferta e na demanda (determinam o


preço das mercadorias), em oposição à Lei de Say

“Nenhuma riqueza pode existir, a menos que a demanda ou a estima em que a


mercadoria está sendo estocada exceda o custo de produção”

TEORIA DA INSUFICIÊNCIA POTENCIAL DA DEMANDA EFETIVA:

TRABALHADORES: Os trabalhadores recebem um salário de


subsistência por seu trabalho. Apesar disso, eles produzem um valor
maior do que recebem — sendo este valor apropriado pelo capitalista e
transformado em seu lucro (semelhante à análise marxista).

CAPITALISTAS: Como os trabalhadores não podem comprar de volta a


produção total do que produzem, o excedente (produção extra) é
comprado pelos capitalistas na forma de bens de capital. O gasto com
bens de capital estimula a produção e o emprego. Assim, o consumo de
bens de capital é necessário para fornecer o acúmulo continuado de
capital.

trabalhadores não podem, através de seu consumo (com o salário de subsistência),


fornecer motivo suficiente para o continuado acúmulo e emprego de capital

Conclui-se que o consumo de bens de capital é responsável pelo


investimento capitalista nos meios de produção, sendo ele um dos
elementos responsáveis por gerar a oferta no mercado (produzindo a
demanda)

se os produtos finais não puderem ser vendidos, nenhum investimento virá

CLASSE IMPRODUTIVA: Ademais, como os capitalistas têm por objetivo o


acúmulo de sua riqueza pessoal e seu investimento no consumo de
bens de capital é produtivo, é necessária a existência de uma classe
que consome mais poder material do que produzem — proprietários de
terra e indivíduos envolvidos em serviços pessoais. Sendo assim, a
teoria da superprodução gera a NECESSIDADE DE CONSUMO NÃO
PRODUTIVO

● O gasto pelos proprietários de terras é essencial para evitar um


excesso de bens no mercado, o qual, por sua vez, produziria
estagnação econômica. Seus gastos, portanto, adicionam à
demanda efetiva sem adicionar ao custo de produção
demais formas de renda, como salários, juros e lucros, aumentam o poder de compra
mas também aumentam os custos de produção (renda da terra não aumenta custos)

OBS: Guerras e gastos com obras públicas também poderiam ser estimuladas
para eliminar a superprodução

Para Malthus, uma crise geral de superprodução pode ocorrer em


função da falta de demanda efetiva para que seja consumida toda a
produção.

● classe trabalhadora: não tem renda suficiente para garantir a


absorção da oferta
● capitalistas: tenderiam a não consumir toda sua renda, por
conta da sua propensão em usar o dinheiro para investir na
produção.
● classes improdutivas: garantem a demanda agregada.

Por conta dessa teoria da superprodução, Malthus opunha-se tanto a


Smith quanto a Ricardo, os quais aceitavam o princípio de que toda
produção geraria um mercado para seus produtos, assumindo-se
que a moeda funcionaria apenas como meio de troca – não havendo,
por isso, sentido em entesoura-lá (“Lei de Say”)
David Ricardo
1772 - 1823
BRUE, Capítulo 7

A TEORIA DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES E DA RENDA DA TERRA .

TEORIA DA RENDA DA TERRA

Ricardo explicou como a renda se constituía como uma função da taxa


de juros, sobre o retorno do capital, que acabava diminuindo as bases
da acumulação capitalista, ao direcionar uma parte dos lucros dos
capitalistas agrícolas aos proprietários de terras.

A renda recebida pelos proprietários de terra é uma manifestação da


natureza da propriedade privada do solo, ancorada sob o marco da
produção na moderna agricultura capitalista e de sua
complementaridade à produção industrial.

➔ A renda da terra é uma renda capitalista em que a posse da terra


é associada à posse de capital e, por isso, deve ser remunerada,
tal como uma proporção dos demais componentes do valor:
salários e lucros.

A renda da terra é entendida, então, como uma parte do excedente


social, da mais-valia extraída pelos capitalistas, que, ao invés de se
tornar lucro, vai parar nas mãos dos proprietários, como condição da
autorização do acesso à terra para a produção. Por conta disso, a
renda não determina valor dos produtos — mas o PREÇO dos bens são
um dos elementos que determinam a renda da terra.

● “A renda não depende da produção, mas do preço ao qual se


vende o produto, o qual é alcançado por ajustar o consumo à
oferta”

➔ David Ricardo estende o conceito de renda da terra para “os


investimentos de capital no longo prazo que foram vinculados à
terra e sua produtividade”
RENDA DA TERRA NA MARGEM EXTENSIVA DO CULTIVO:

“Quando, no progresso da sociedade, a terra do segundo tipo de


fertilidade é cultivada, a renda imediatamente começa sobre aquela de
primeiro tipo, e o valor dessa renda depende da diferença na qualidade
dessas duas porções de terra. [...] A renda sobre todas as terras mais
férteis aumentará, pois com o progresso da população um país será
obrigado a ter o recurso para a terra de pior qualidade, para permitir
que ela aumente sua oferta de alimento.” (RICARDO, 1821, p. 53)

A produção da terra marginal trará uma receita suficiente para cobrir


os custos de mão-de-obra e de capital, incluindo a taxa média de
lucros sobre o investimento.

➔ As melhores terras produzem um excedente que é tomado pelos


proprietários de terra como renda.

O valor e a taxa de lucro geral de produtos agrícolas depende da


quantidade de trabalho necessária para a produção na PIOR terra
marginal (última terra), utilizada para gerar oferta suficiente para
demanda efetiva.

A renda fundiária é a diferença entre os produtos obtidos com emprego


de duas quantidades iguais de capital e de trabalho e é um excedente
sobre salários e lucros. Por isso a renda não determina valor.

RENDA DA TERRA NA MARGEM INTENSIVA DO CULTIVO:

Lei dos rendimentos decrescentes: se as unidades sucessivas de


mão-de-obra e capital são acrescentadas a um pedaço de terra
enquanto a tecnologia permanece constante, cada unidade de
investimento acrescentada agregará menos ao resultado do que as
unidades anteriores.

A última unidade de mão-de-obra e capital deve se pagar e fornecer


também uma taxa média de lucro. As unidades iniciais produzem o
retorno do excedente, que é a renda.
A TEORIA DO VALOR DE TROCA E OS PREÇO RELATIVOS .

TEORIA DO VALOR

VALOR DE USO: expressa a utilidade de um objeto (satisfação subjetiva


de uma necessidade)

VALOR DE TROCA: possuindo valor de uso, o valor de troca é


determinado pela escassez das mercadorias e pela quantidade de
trabalho exigida para obtê-las

● Mercadorias não reprodutíveis: o valor é determinado unicamente


por sua escassez → a oferta é fixa, portanto a demanda será o
fator principal na determinação do valor de troca

● Mercadorias reprodutíveis: o valor é determinado através da


teoria valor trabalho

TEORIA VALOR TRABALHO: o valor de troca de uma mercadoria


depende do tempo de trabalho necessário para produzi-la (fabricação
da própria mercadoria, trabalho incluso na matéria-prima e nos bens
de capital consumidos no processo produtivo)

Razão diferencial capital-trabalho: não influencia no valor de troca

Quando uma mercadoria, para ser produzida, depreende de mais


investimento em bens de capital fixo (ex. maquinário), seu valor
agregado será superior ao de uma mercadoria que não o utiliza
— sendo empregado a mesma quantidade de mão-de-obra
(capital variável) em ambos processos produtivos.

Ricardo responde que a variação no valor das mercadorias é


muito pequena em seu efeito. Uma mercadoria será vendida por
um valor maior de que seu tempo de trabalho se mais do que o
capital médio for investido na sua produção. Inversamente, uma
mercadoria será vendida por um valor menor do que seu valor de
tempo de trabalho se menos do que o capital médio for investido
na sua produção.

→ Muito mais importante na determinação do valor de uma


mercadoria é o tempo de trabalho exigido para produzi-la.
Diferenças na qualidade de mão de obra e salários, lucros e rendas:
não influenciam no valor de troca dos bens, que só é determinado pela
QUANTIDADE DE MÃO DE OBRA empregada no processo produtivo

As diferenças na combinação de tipos de mão de obra


(especializada ou não especializada) entre as indústrias não
atingirão os valores de troca. Um trabalhador especializado que
produz, em média, 2 vezes mais que um trabalhador não
especializado durante o mesmo período receberá um salário
proporcionalmente superior. Assim, um trabalhador especializado
valerá por dois trabalhadores não especializados — sendo o
custo de capital variável inalterado em ambos os cenários. Assim,
o valor relativo de troca permanecerá o mesmo.

Além disso, salários e lucros variam inversamente — mantendo


nesse mecanismo o valor relativo dos bens: o “excedente” de valor
da produção será ou incorporado ao salário do trabalhador, ou
incorporado ao lucro capitalista.

Por fim, Ricardo destaca que a renda da terra não influenciava o


valor de troca de uma mercadoria — mais do que isso, o preço
dos bens são um dos elementos que determinam a renda da terra.

Preço de mercado: flutuam em torno do valor relativo das mercadorias


(ou de seu preço natural), de acordo com os mecanismos de oferta e
demanda.

Salários: preço natural do trabalho depende do preço das


necessidades de vida exigidas pelos trabalhadores e suas famílias. Se o
custo das necessidades aumentar, os salários nominais aumentarão
para que os trabalhadores possam manter seus salários reais e
continuar a comprar o suficiente para perpetuar a força de trabalho

● Salário de subsistência = preço natural do trabalho — varia de


acordo com valor das mercadorias (depende dos custos de
subsistência)

Lei de ferro dos salários: Quando o preço de mercado do trabalho


sobe acima do preço natural, um trabalhador pode educar uma
grande e saudável família. Quando o preço de mercado do
trabalho é inferior ao preço natural, a miséria reduz a população
trabalhista e os salários aumentam. Portanto, a tendência no
longo prazo é que os trabalhadores recebam o mínimo para a
subsistência.

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