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Mercantilismo (1500-1776)

Dogmas
A autossuficiência dos feudos abriu espaço para o novo sistema
de capitalismo comercial, com a ampliação do comércio, o uso da
moeda se ampliava. Os principais dogmas dessa escola são:
 Ouro e prata como a forma desejável de riqueza. Balança
comercial favorável.
 Nacionalismo: somente uma nação poderosa poderia manter
riqueza à custa de seus vizinhos, levando naturalmente ao
militarismo.
 Isenção de taxas na importação de matérias-primas que não
podiam ser produzidas internamente.
 Colonização e monopolização do comércio colonial. As
colônias devem ser eternamente dependentes, tanto que bens
advindos de colônias deveriam chegar a nação dominante, antes
de serem exportados.
 Oposição a pedágios: reconheciam que os pedágios e os
impostos poderiam estrangular as empresas e elevar os preços,
mesmo assim não eram a favor do livre comércio.
 Forte controle central: as metas mercantilistas eram atingidas
pelo controle do governo, que dava privilégios de monopólio,
subsídios e proteções.
 População numerosa: forneceria abundância de soldados, além
de manter os salários baixos (salários baixos diminuiria os
preços e ociosidade)
Essa escola beneficiou principalmente os capitalistas
mercadores, os reis e funcionários do governo. Os mercantilistas
deram uma contribuição duradoura para economia ao enfatizar a
importância do comércio internacional. Essa escola impactou mais
indiretamente a teoria econômica.
Autores
 Thomas Mun: defendia que os meios de enriquecer o reino
seria fazendo um excedente das exportações. Argumentou que o
país seria mais rico se usasse terras desocupadas, além de
defender o transporte de mercadorias em navios nacionais.
Acreditava que o aumento nas importações aumentaria o estoque
de metal, isso se, os bens fossem comprados e vendidos com
lucro. Ao analisar a balança de pagamentos, incluiu itens
invisíveis, como navios perdidos no mar.
 Gerard Malynes: defendeu os mercadores, quando a
aristocracia os considerou desprezíveis, promoveu a ideia de
regulamentação de bens para o governo, defendendo que
estabeleceria uma maior qualidade. Além disso, argumentou que
mais dinheiro em um país elevaria os preços, fazendo com que
estimulasse o comércio.
 Charles Davenant: condenou o comércio interno,
argumentando que “o que é consumido em casa, um perde
apenas o que o outro ganha”. Argumentou que um país pode
colher o lucro total de um bem, se a matéria prima for doméstica.
Demonstrou preferência a guerras civis a guerras, pois não
empobreceria o reino. Clamou pela regulamentação do negócio
pelo governo, além de afirmar que a riqueza de um país é o
que ele produz, não o ouro e a prata.
 Jean Baptiste Colbert: coração e alma do mercantilismo, pois
aderiu a todos os dogmas. Era bulionista, a favor das
exportações, tentou facilitar o comércio interno, e aplicou o
sistema feudal de trabalho compulsório nas rodovias
(corveia), aprovou leis que permitiam aristocratas de
participarem do comércio sem perder privilégios, a favor da
população grande e mal paga, considerava religiosos e
funcionários públicos improdutivos tentando diminuir seus
números, cancelando também vários feriados santos. Deu
isenção de impostos para as pessoas se casassem mais cedo.
 Sir Wiliam Petty: um dos precursores da economia clássica,
Petty expôs em fragmentos ideias que os clássicos exploraram.
Ele era a favor do comércio exterior livre, taxação de bens
importados, era a favor de uma grande população, pois traria
grandes retornos ao governo, defendeu impostos por pessoas, e
escravização de ladrões em pena de morte. Introduziu algumas
ideias fragmentadas e mal desenvolvidas, como a noção de
velocidade da moeda, divisão do trabalho, rendimento como
excedente da terra, importância dos bens de capital e a teoria do
valor trabalho.

Fisiocracia (1756-1776)
Com uma curta duração, terminou quando Turgot perdeu seu
alto posto no governo francês, e Smith publicou sua obra. Foi uma
reação as características feudais do antigo regime da França e se
opunha ao mercantilismo, foi por intermédio da sociedade corrupta e
decadente que as ideias fisiocratas surgiram.
Dogmas
 Ordem Natural: com as descobertas de Newton, que
revolucionaram a ciência, os fisiocratas introduziram na
economia a ordem natural, as leis naturais governam as
sociedades humanas da mesma maneira que as de Newton
governam o mundo físico. As leis da natureza conferiam ao
indivíduos colher os frutos de vossos trabalhos.
 Laisse faire, Laissez-passer: “deixe as pessoas fazerem o
que quiserem sem a interferência do governo”. Os fisiocratas
se opunha a quase todas as restrições feudais, mercantilistas e
governamentais, prezando pela liberdade.
 Agricultura: somente a agricultura (e talvez a mineração) era
produtiva, pois produzia excedentes, os outros setores como
artesões foram considerados estéreis.
 Taxação do proprietário de terra: uma taxa direta sobre o
proprietário era preferível a taxas indiretas.
Enfatizavam a produção, em vez da troca, como uma fonte de
riqueza; eram a favor do acúmulo de capital por meio do consumo
subjugado pelos ricos. Eles estabeleceram a Economia como uma
ciência social. O laisse-faire chamou a atenção dos economistas para o
papel adequado do governo na economia.
Autores
 François Quesnay: era a favor de grandes fazendas
gerenciados por empresários. Para ele, a sociedade era um
grande organismo (fazendo com que a visão da economia
fosse mudada). Acreditava que as leis feitas por homens
deveriam estar em harmonia com as naturais, quando o
príncipe herdeiro da França perguntou o que ele faria se
fosse rei, respondeu: “nada”, ao ser questionado quem
governaria, disse “a lei”. Propôs o Tableau Economique,
precursor do Diagrama de Fluxo Circular. O tableau
representa a troca de dinheiro entre as classes sociais,
mostrando a distribuição de riqueza gerada pela classe
produtiva a classe estéril. Quesnay era favorável a ideia do
preço justo.
 Anne Robert Jacques Turgot: introduziu medidas
antifeudais e mercantilitas. Terminou com a corveia,
trocando por um imposto sob os proprietários de terra.
Defendeu impostos sobre a nobreza, liberdade de profissão
e religiosa, educação universal e a criação de um Banco
Central. Suas leis e posturas provocaram oposição de
pessoas de todas as classes. Suas reformas foram
canceladas, e sua queda foi possivelmente o estopim da
Revolução Francesa. Era a favor do absolutismo, e contra a
interferência de parlamentos. Em um de seus livros,
desenvolveu uma teoria sobre os salários, que sustentava
que a concorrência entre os trabalhadores reduz os salários
para o minímo, sendo uma quase declaração do que foi
chamado da lei de ferro dos salários, a qual somente os
fazendeiros produzem excedentes. Defendeu que ricos
fazendeiros arrendatários são os mais próximos de fazerem
a agricultura eficiente, por ter capital para investir.
Defendeu os imposto sob as propriedades porque os
salários mínimos dos trabalhadores não deveriam ser
reduzidos por impostos, que atingiria os proprietários
indiretamente. Era a favor do livre comércio, e sua maior
contribuição foi a lei da redução de retornos (ponto de
rendimento máximo em que X pessoas geram a maior
produtividade levando em consideração seu custo.

Escola Clássica
O impacto de Newton também foi percebido nas ideias da Escola
Clássica, sendo o laissez-faire a forma mais alta de sabedoria nas
questões sociais. As leis naturais guiariam o sistema econômico e as
ações das pessoas. A escola, surgiu no cenário da Revolução
Industrial, e suas bases são liberdade pessoal, propriedade privada,
inciativa individual, empresa privada e interferência mínima do
governo.
Dogmas
 Envolvimento mínimo do governo: o melhor governo
governa o mínimo, sua atividade deveria ser limitada a
direitos de propriedade, defesa nacional e educação
pública.
 Comportamento econômico de auto-interesse
 Harmonia de interesses: ao correr atrás de interesses
individuais, as pessoas atendiam aos melhores interesses da
sociedade (mão invisível).
 Importância de todos recursos e atividades econômicas:
todos os setores são importantes.
 Leis econômicas: a exemplo da vantagem comparativa, etc.
No longo prazo, atendeu a toda a sociedade, pois a aplicação de
suas teorias promovia o acúmulo de capital e crescimento econômico
Precursores
 Sir Dudley North: da época do mercantilismo, foi o
primeiro mercador a favor do livre comércio. Também
enfatizou que o comércio não é um benefício unilateral,
sendo uma vantagem mútua para ambos lados, repudiou o
conceito de riqueza pelos estoques de metais preciosos,
enfatizando o comércio e acúmulo. Era a favor do Laissez-
faire como maneira de atingir os ganhos máximos do
comércio. Defendeu que autoridades públicas não
deveriam apoiar interesses privados e condenou o conceito
que as guerras enriqueceria o país.
 Richard Cantilon: da época dos fisiocratas, utilizou o
termo empresário, enfatizando o papel dessa figura.
Desenvolveu uma teoria de valor e preço, tendo como
ênfase no papel da terra e do trabalho, na oferta e demanda,
nas flutuações de preço. Analisou o juros como uma
recompensa pelo risco corrido pelos empresários.
Concentrou-se na produtividade dos recursos de uma
nação, lamentou religiosos, foi a favor do excedente de
exportações periódico, e que a exploração de minas
inflacionaria os preços.
 David Hume: amigo de Adam Smith, defendeu que o
governo deveria impedir o excesso de dinheiro (aceitava
que o nível de preços é determinado pela quantidade de
dinheiro disponível, dadas a velocidade e a quantidade da
produção), analisou o mecanismo de equilíbrio
internacional que operaria sem intervenção do governo,
não acreditou que os ajustes dos nível de preços ocorreriam
instantaneamente. Quando as taxas de câmbio entre as
moedas das nações são livres para flutuar, o desequilíbrio
do comércio tende a se corrigir. Justificou que a
desvalorização da moeda em relação a outra de uma nação
que importa mais, é devido o fato da necessidade de mais
moeda estrangeira para financiar suas importações, a falta
de moeda ela os preços, desvalorizando a moeda.
Adam Smith
Valor
Valor de uso e Valor de troca
Existem dois tipos de valor, valor de uso e de troca, por
exemplo, o diamante possui alto valor de troca e baixo valor de uso, o
inverso ocorre com a água. Apesar de não solucionar esse problema,
que em breve foi explicado pela escassez, Smith focou mais no valor
de troca, a qual o custo da produção determina um valor do bem ou
preço relativo.

Valor do trabalho
Numa sociedade em que o trabalho era o único recurso, o valor
relativo de um bem seria determinado pela quantidade de trabalho
necessária para produzi-lo. Em uma economia primária, o trabalho é o
recurso e a medida de valor de troca.
Em uma sociedade desenvolvida, pessoas contratam pessoas,
surgindo o lucro. O lucro não é simplesmente o salário pago por
inspecionar e dirigir a empresa, ele é regulado pelo valor de capital
entregue à produção. O produto total já não mais pertence
inteiramente ao trabalhador, parte é entregue ao padrão na forma de
lucro. Nesse caso, o valor da mercadoria não é apenas regulado pela
quantidade de trabalho incorporado em sua produção. A mercadoria
vale mais do que remunera o trabalho, e a parte em excesso é paga na
forma de lucro e, também quando for o caso, na forma de renda pelo
aluguel.
Sendo assim, o valor (V) de uma mercadoria é regulado pelos
três componentes: Salário (W), Lucro (L), e Renda da terra (R).
Formando a seguinte equação:

V =W + L+ R
 Somente esses três componentes determinam os preços
 Qualquer outro tipo de gastos na produção poderá ser
enquadrado em numa dessas três categorias. Os juros por
exemplo, é um componente do lucro, não são uma parte do
preço, mas uma renda derivada do lucro.

Preço de mercado
Há valores proporcionais de salários, aluguel e lucro em cada
sociedade ou na vizinhança. Ele o chamou de valores naturais, se uma
mercadoria for vendida por seu preço natural, haverá receita suficiente
para os salários, rendimentos e lucro. O preço natural é o preço no
longo prazo em que os empresários não continuariam a vender seus
bens.
O preço atual é denominado preço de mercado, e é regido pelas
leis de oferta e demanda, distinguiu também o preço nominal x real.

Salários
Discutiu três coisas sobre os salários: nível global de salários,
crescimento sobre o tempo e sua estrutura. A respeito das duas
primeiras, empregou a teoria da reserva dos salários. A ideia do fundo
dos salários significa que há um estoque de capital de giro fora do qual
os salários atuais são pagos, essa reserva é dependente da produção e
das vendas anteriores, sendo determinada no curto período.
RSalário
MSalário=
NTrab
O valor mínimo do salário é aquele que permite sobreviver e
ofertar trabalho, foi a favor do aumento dos salários acompanhando o
crescimento da economia, sendo que altos salários aumentam a força e
estimulam os trabalhadores. Defendeu uma sociedade livre, que todos
pudessem escolher suas profissões. Os salários deveriam ser maiores
dependendo de sua insalubridade, custo, regularidade
(informal/formal), responsabilidade e possibilidade de sucesso.

Lucro
Devido à exposição ao risco de perda de cada investimento, a
taxa mais baixa de lucro deve ser alta para compensar tais possíveis
perdas, e deixar um excedente aos empresários. A baixa taxa de lucros
em economias em rápido desenvolvimento deve compensar os altos
salários. À medida que os lucros aumentam, os tomadores procuram
por mais dinheiro e a taxa de juros aumenta, o inverso ocorre.

Renda
Smith aderiu a perspectiva de Hume, em que os preços da
produção agrícola determinam o aluguel que o locador pode cobrar

Moeda
Os pontos de vista de Smith sobre a moeda são opostos aos dos
mercantilistas. Se a função da moeda é servir como um meio de troca,
então o papel-moeda geraria os mesmos efeitos que o ouro e a prata,
exigindo menos esforço para produzir. Smith, condenou o crescimento
da dívida pública e os juros, prevendo que o crescimento das dívidas
arruinaria no longo prazo todas as grandes nações da Europa.

Divisão do trabalho
Segundo Smith, a divisão do trabalho aumenta a quantidade de
produção por três razões:
1. Cada trabalhador se especializa desenvolvendo uma
habilidade maior e produz mais
2. Fácil substituição, caso não possa ir ao trabalho
3. Máquinas podem aumentar a produtividade

Mão invisível
Ressaltou que os indivíduos possuem uma harmonia de interesse,
tendendo a ir atrás de seus interesses pessoais. Sendo assim, uma
“mão invisível” direciona o comportamento do interesse próprio para
um caminho em que o bem social emerge. Essa harmonia de
interesses, questiona a intromissão do governo na economia, a qual
Smith demonstrou ser totalmente contra. Definiu que o governo possui
apenas três funções principais:
1. Proteger a nação;
2. Justiça;
3. Manter as instituições públicas a fim de evitar lucros
excessivos e cumprimento de contratos.

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