Você está na página 1de 12

FACULDADE DE SÃO ROQUE

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ALINE DE OLIVEIRA MARTIMIANO LOPES


DEISE ALVES DOS SANTOS FERREIRA
JOYCE CAROLINA DE MOURA SILVA
KELY MARIA CASSIMIRO
LIDIANE BRAZ DOS SANTOS
ROSELI PEREIRA BUENO DE CAMARGO

FISIOCRACIA

SÃO ROQUE – SP
2012
ALINE DE OLIVEIRA MARTIMIANO LOPES
DEISE ALVES DOS SANTOS FERREIRA
JOYCE CAROLINA DE MOURA SILVA
KELY MARIA CASSIMIRO
LIDIANE BRAZ DOS SANTOS
ROSELI PEREIRA BUENO DE CAMARGO

FISIOCRACIA

Trabalho de Fisiocracia apresentado ao Curso


de Administração de Empresas da Faculdade
de São Roque na disciplina de Economia

Professor: William Curaçá de Sousa.

SÃO ROQUE – SP
2012

2
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................4
2. ORIGENS E DEFINIÇÃO................................................................................................4
3. OS PRICIPAIS PILARES DA FISIOCRACIA...............................................................5
3.1 ORDEM NATURAL....................................................................................................5
3.2 LAISSEZ-FAIRE, LAISSEZ PASSER........................................................................5
3.3 ÊNFASE NA AGRICULTURA....................................................................................6
3.4 REFORMA TRIBUTÁRIA..........................................................................................6
4. PRINCIPAIS PENSADORES...........................................................................................7
4.1 FRANÇOIS QUESNAY...............................................................................................7
4.2 JACQUES TURGOT...................................................................................................9
4.3 GOURNAY...................................................................................................................9
5. A FISIOCRACIA E AS OUTRAS ESCOLAS...............................................................10
6. LEGADO DA ESCOLA FISIOCRÁTICA.....................................................................10
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................11
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................12

3
1. INTRODUÇÃO

Baseada na crença de que a natureza era a fonte de toda a riqueza, a


Fisiocracia surgiu por volta de 1756, na França, como uma reação ao mercantilismo.
Teve como principais pensadores François Quesnay e Jacques Turgot e o marquês de
Gournay.

Foi a partir da escola fisiocrática que a atividade econômica passou a ser


considerada uma ciência.

Apesar de ter sido um movimento passageiro, teve grande importância,


tendo em vista que em parte, serviu de base para o desenvolvimento da escola Clássica.

2. ORIGENS E DEFINIÇÃO

O termo fisiocracia (Fisio = natureza e Cracia = governo) advém da escola


fisiocrática, fundada no século XVIII, que é considerada a primeira escola da economia
científica. Surgiu com o intuito de se opor as políticas mercantilistas que
desempenhavam um papel intervencionista na economia e acreditavam que toda riqueza
de um estado ou nação era obtida através do acumulo de metais preciosos como ouro e
prata. Essa oposição era devida a ideia contrária da fisiocracia que consideravam a
agricultura como fonte original de toda riqueza, porque somente ela permitia larga
margem de lucros sobre um investimento pequeno. A terra era a única verdadeira fonte
das riquezas. As outras formas de produção estavam meramente transformando
produtos da terra, com menor margem de lucro.

Os pensadores fisiocráticos consideravam o sistema econômico como um


"organismo" regido por leis intrínsecas (pela ordem natural das coisas), sendo elas
assim, cientificamente relevantes. Assim, se os homens não colocassem obstáculos a
essas leis a sociedade iria se configurar segundo um desenho necessário, com leis que
impor-se ia automaticamente a todas as pessoas.

Os fisiocratas surgiram na França com final do mercantilismo, por volta de


1756, com dois pensadores principais: Fraçois Quesnay e Jacques Turgot. Apesar de ter

4
sido um movimento de oposição ao mercantilismo, a fisiocracia não se afastou
totalmente do feudalismo, pois a França era um país essencialmente agrário.

Mercantilismo: As políticas mercantilistas partilhavam a crença de que a


riqueza de uma nação residia na acumulação de metais preciosos (ouro e prata). Período
marcado pelo protecionismo (conjunto de medidas econômicas que favorecem as
atividades internas em detrimento da concorrência estrangeira)

Feudalismo: Período onde predominavam as relações servo-contratuais. A


economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade
Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns
na economia feudal.

3. OS PRICIPAIS PILARES DA FISIOCRACIA

Fisiocracia significa governo da natureza e daí podem ser depreendidos os


quatro principais postulados defendidos pelos seus adeptos.

3.1 ORDEM NATURAL

Os fisiocratas introduziram a ideia de ordem natural ao pensamento


econômico. Achavam que o funcionamento da economia correspondia a uma ordem
natural. De acordo com essa ideia, as leis da natureza governam as sociedades humanas
da mesma maneira que as descobertas de Newton governam o mundo físico. Todas as
atividades humanas, portanto, deveriam ser mantidas em harmonia com essas leis
naturais. O objeto de todo estudo científico era descobrir as leis às quais todos os
fenômenos do universo estavam sujeitos. Na esfera econômica, as leis da natureza
conferiam aos indivíduos o direito natural de usufruir os frutos de seu próprio trabalho,
desde que isso fosse consistente com os direitos dos outros. 

3.2 LAISSEZ-FAIRE, LAISSEZ PASSER

Essa expressão, creditada a Vincent de Gournay, e que na tradução literal


quer dizer "deixe fazer, deixe passar", significa na verdade "deixe as pessoas fazerem o
que quiserem sem a interferência do governo". Ela expressa a reação à excessiva

5
intervenção governamental na economia, prática que estava fortemente enraizada nos
países europeus após mais de dois séculos de predomínio das ideias mercantilistas. Para
os fisiocratas, portanto, os governos nunca deveriam estender sua interferência nos
assuntos econômicos além do mínimo absolutamente essencial para proteger a vida e a
propriedade e para manter a liberdade de adquirir. Assim, os fisiocratas se opunham a
quase todas as restrições feudais, mercantilistas e governamentais, favorecendo a
liberdade de comércio interno, bem como o livre-comércio exterior.

3.3 ÊNFASE NA AGRICULTURA

Os fisiocratas acreditavam que a indústria, o comércio e as profissões eram


úteis, porém estéreis, simplesmente reproduzindo o valor consumido na forma de
matérias-primas e subsistência para os trabalhadores. Para eles, a indústria apenas
alterava a essência e o comércio apenas transferia de lugar uma riqueza que havia sido
produzida genuinamente pela agricultura, ou, em maior extensão, pela natureza. Sendo
assim, somente a agricultura (e, possivelmente, a mineração) era produtiva, pois
produzia um excedente, um produto líquido acima do valor dos recursos utilizados na
produção. Para sintetizar usando uma expressão que está na moda, os fisiocratas
pensavam que apenas a agricultura era capaz de agregar valor ao produto.

3.4 REFORMA TRIBUTÁRIA

Os fisiocratas estavam interessados em reformar a França, que estava


passando por desordens econômicas e sociais, causadas principalmente por uma
perversa combinação de muitas das piores características do feudalismo e do
mercantilismo. A tributação estava desordenada e era ineficiente, opressiva e injusta,
constituída de uma multiplicidade de tarifas, impostos, subsídios, restrições e
regulamentações que prejudicavam a produção e o comércio. A recomendação dos
fisiocratas era de que toda a renda do governo deveria ser obtida através de um único
imposto, para todo o país, sobre as atividades agrícolas (a serem pagos, portanto, pelos
proprietários de terras).

6
4. PRINCIPAIS PENSADORES

4.1 FRANÇOIS QUESNAY

Quesnay (1694-1774) era francês, economista e médico da corte. Era


considerado o líder dos fisiocratas. Seu sistema foi exposto através do Tableau de
Économique (Quadro Econômico). Elaborado em 1758, a pedido do rei da França,
representava o funcionamento da economia francesa e que se constituiu na obra magna
dos fisiocratas.

Nesse livro, Quesnay representou um esquema do fluxo de bens e despesas


entre as diferentes classes sociais que, para além de evidenciar a interdependência entre
as atividades econômicas, mostrou como a agricultura fornece um "produto líquido" que
é repartido pela sociedade.

Dividindo a sociedade em três classes: a produtiva, a proprietária e a estéril.

 Classe Produtiva: empresariado agrícola, camponeses assalariados e demais


trabalhadores agrícolas.
 Classe Proprietária: soberano, nobreza proprietária e o clero – dependem da classe
produtiva, mas possuem direito natural de receber tal renda, pois detem as terras e
administram o Estado.
 Classe Estéril: cidadãos ocupados com outros serviços (não agrícolas): artesãos,
manufatureiros, comerciantes etc.

Quesnay procurou demonstrar o fluxo circular de produção, circulação e


distribuição da riqueza numa economia ideal e livremente competitiva, partindo para tal
dos conhecimentos que ele tinha do funcionamento do organismo humano.
Para Quesnay, a sociedade era semelhante ao organismo físico. A circulação de riqueza
e bens na economia era como a circulação do sangue no corpo. Ambos estavam de
acordo com a ordem natural e ambos poderiam ser compreendidos por meio de uma
análise cuidadosa.

7
Embora seja visto hoje por muitos como mera curiosidade literária, o
Tableau tornou-se a mais profunda e ousada obra do pensamento econômico até então
publicada.

Quesnay trouxe CINCO tópicos relevantes para o pensamento econômico:

• A noção de TRABALHO PRODUTIVO e IMPRODUTIVO;

• A noção de EXCEDENTE ECONÔMICO;

• A INTERDEPENDÊNCIA mútua dos PROCESSOS DE PRODUÇÃO;

• Os FLUXOS CIRCULARES DA MOEDA e das MERCADORIAS e as crises


econômicas que podem ser causadas pelo entesouramento do dinheiro.

• Um novo conceito de RIQUEZA.

8
As suas teorias seriam desenvolvidas pelos seus discípulos (Turgot,
Gournay) e viriam a influenciar o pensamento de Adam Smith.

4.2 JACQUES TURGOT

Turgot (1727 -1781) foi um economista francês cuja obra é considerada um


elo entre a fisiocracia e a escola de economia clássica. Aplicou com grande sucesso uma
série de medidas destinadas a racionalizar a economia. Defendeu o livre comércio e a
interdependência entre as diferentes classes econômicas. Devido ao sucesso, foi
nomeado ministro geral das Finanças.

Turgot tentou introduzir a teoria dos fisiocratas na economia da França


propondo mudanças no sentido de reduzir os gastos da corte, libertar o comércio de
taxas e de aduanas internas cobradas pelo Estado e por particulares, aumentar os
impostos sobre a terra e aliviar a carga fiscal dos camponeses (abolir a taxa que os
camponeses tinham que pagar por trabalhar). Além de apoiar a liberdade religiosa.

Suas propostas iam diretamente contra os interesses da burguesia e do clero


lhes tirando certas mordomias e privilégios o que causou múltiplos protestos dos
grandes proprietários de terras. As classes privilegiadas planejaram a sua queda, usando
cartas forjadas e a influência da rainha Maria Antonieta e assim em 1776 Turgot foi
afastado, menos de dois anos após subir ao cargo e os principais fisiocratas foram
exilados.

4.3 GOURNAY
Jacques Claude Marie Vincent, marquês de Gournay ( 1712 – 1759), foi
um economista francês.

Rico negociante fez várias viagens profissionais pela Europa, aproveitando


para fazer estudos sobre o comércio.

Em 1749 comprou um cargo de conselheiro. Nomeado em 1751, intendente


de comércio, percorreu com esse título diversas províncias da França, observando e
combatendo abusos. Estava ligado à escola dos fisiocratas, mas ao contrário da linha
de François Quesnay, dava importância capital à indústria. Lutou pela
liberdade comercial. E lhe atribuída à autoria da famosa máxima "laissez faire, laissez

9
passer" ("deixe fazer, deixe passar") que tem um sentido de liberalidade, de impedir que
se coíba a livre iniciativa.

5. A FISIOCRACIA E AS OUTRAS ESCOLAS

A fisiocracia surgiu como um movimento de oposição ao mercantilismo, em


relação ao intervencionismo, porém manteve sua estrutura na mesma base, a agricultura.

Já a escola Clássica seguiu parcialmente as ideias da fisiocracia: o


liberalismo econômico e o individualismo, porém consideravam o trabalho como fonte
de riqueza.

Marx atribui várias contribuições aos fisiocratas; uma delas é constituir a


primeira sistematização do processo de reprodução capitalista (Quadro Econômico de
Quesnay), para Marx também é de grande valor, a busca da origem do excedente.
Mesmo reconhecendo as contribuições dos fisiocratas podemos considerar suas ideias
opostas.

Entre a fisiocracia e a teoria desenvolvida por John Maynard Keynes,


também verificamos a oposição de ideias, tendo em vista que os fisiocratas defendiam o
liberalismo e Keynes afirmava que o Estado deveria sim, interferir na sociedade, na
economia e em quais áreas achasse necessário.

6. LEGADO DA ESCOLA FISIOCRÁTICA

A Escola Fisiocrata é muito mais lembrada pelos seus erros do que por sua
efetiva contribuição. Entre os erros cometidos por seus adeptos, o mais enfatizado diz
respeito à esterilidade da indústria e do comércio. Trata-se, no caso, de um erro de
consistência, e ele foi constatado já na época por Adam Smith. Mas os fisiocratas são
acusados também por erros que só vieram a ser constatados com o desenrolar da
história. Pelo fato de terem enfatizado a agricultura na mesma época em que a Inglaterra
iniciava a sua revolução industrial, há quem - e não é pouca gente - que atribua aos
fisiocratas a responsabilidade pelo fato de que a Inglaterra, e não a França viesse a se
tornar a nação mais poderosa do mundo no século XIX. Trata-se, no caso, do que pode
ser chamado de "críticos de obra feita", ou seja, de pessoas que se aproveitam do

10
conhecimento da situação posterior para criticar as tomadas de decisão de épocas
anteriores.

É importante ressaltar que foi a partir da Fisiocracia que a atividade


econômica passou a ser tratada cientificamente.

Embora a teoria fisiocrática tenha uma série de limitações, foi de grande


importância para a economia científica, visto que foi tomada como ponto de partida para
a criação da teoria clássica, esta por sua vez serviu de base para o modelo econômico
em que vivemos e mesmo que o foco desta seja diferente – o trabalho e a produção –
vemos a influência dos fisiocratas quando analisamos a importância dada atualmente à
questão dos recursos naturais.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Fisiocracia foi um movimento passageiro (menos de duas décadas),


porém suas contribuições foram importantíssimas para a evolução do pensamento
econômico, podemos dizer que mesmo com as limitações dessa teoria, que era muito
focada na riqueza proveniente da natureza e menosprezava a importância da indústria
e do comércio, esta teve influência direta e indiretamente no desenvolvimento de
outras escolas. Seus principais precursores contribuíram de maneira diferente para
difusão das ideias dessa escola. Quesnay publicando o Quadro Econômico e
desenvolvendo outros tópicos importantes relativos à economia e Turgot tentando
implantar esses princípios.

11
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.cofecon.org.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1644
Acesso em: 19 de Março 2012

http://professorataniavieira.blogspot.com.br/2009/04/o-feudalismo-e-o-
mercantilismo.html Acesso em: 19 de Março 2012

http://www.cofecon.org.br/index.php?
option=com_content&task=view&id=794&Itemid=114 Acesso em: 19 de Março 2012

http://www.tiosam.org/enciclopedia/index.asp?title=Fisiocracia Acesso em: 19 de


Março 2012

http://portal-adm.blogspot.com.br/2010/04/fisiocracia.html Acesso em: 20 de Março


2012

http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/2437/1_Mestrado
%20Edmo%20Menini.pdf?sequence=1 Acesso em: 20 de Março 2012

http://www.lucianopires.com.br/idealbb/pview.asp?topicID=8732&pageNo=1&num=20
Acesso em: 20 de Março 2012

http://www.brasilescola.com/economia/fisiocracia.htm Acesso em: 20 de Março 2012

http://prof.santanaesilva.pt/economia_e_gestao/trabalhos_06_07/word/O
%20Pensamento%20Econ%C3%B3mico.pdf Acesso em: 27 de Março 2012

http://www.webartigos.com/artigos/fisiocracia-adam-smith-e-david-ricardo/12483/
Acesso em: 27 de Março 2012

http://www.coladaweb.com/economia/evolucao-do-pensamento-economico Acesso em:


27 de Março 2012

http://www.brasilescola.com/politica/liberalismo-x-keynesianismo.htm Acesso em: 20


de Março 2012

12

Você também pode gostar